Maia culpa população por não ter acatado impeachment

O presidente da Câmara deixou para o sucessor a responsabilidade de acatar o processo de afastamento do presidente Jair Bolsonaro

ter, 12/01/2021 - 11:17
LeiaJáImagens/ Arquivo A responsabilidade de acatar o processo de afastamento de Bolsonaro vai ficar para seu sucessor LeiaJáImagens/ Arquivo

Em seu último mês à frente da Câmara dos Deputados, o presidente Rodrigo Maia (DEM), afirmou que faltou "pressão da sociedade" para que fosse aberto um processo de impeachment contra o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido). Nessa segunda-feira (11), em entrevista ao site Metrópoles, o democrata indicou que a descoordenação na vacinação pode culminar em um afastamento nos próximos meses.

Mesmo sem aceitar mais de meia centena de pedidos de impeachment protocolados, Maia acredita que, nem a população, nem os congressistas fizeram com que a pauta 'transbordasse no Parlamento'. "O principal erro de todo o governo do presidente Jair Bolsonaro é a questão da vacina. E acho que, pela questão da vacina, se ele não organizar rápido, talvez ele sofra um processo de impeachment muito duro se não se organizar rapidamente. Porque o processo de impeachment, você sabe muito bem disso, é o resultado da organização da sociedade. Como se organizou contra o presidente Collor e contra a presidente Dilma", comparou.

Sem data definida para o Plano Nacional de Imunização, o Brasil está atrás de mais de 50 países, dentre eles Chipre e Omã, que já vacinam. Até o próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, ironizou ao comentar sobre o início das aplicações. "A vacina vai começar no dia D, na hora H", declarou o representante no mesmo dia em que o país acumulou 203.580 mortes e mais de 8 milhões de infecções pelo novo coronavírus.

Maia ressaltou que em 2020 sua atuação foi voltada às ações de combate à Covid-19 e deixou a responsabilidade da possível abertura do processo de afastamento de Bolsonaro para seu sucessor. "Estamos em recesso, não vai julgar agora. Eu vou apenas criar um ambiente político de desorganização enquanto num momento em que está se elegendo um novo presidente [da Câmara]. Eu acho que esse papel cabe ao novo presidente", indicou.

Questionado sobre a fragilidade da política norte-americana, após a invasão ao Capitólio por apoiadores do presidente derrotado, ele declarou que este cenário foi "mais fácil" nos Estados Unidos porque Donald Trump "passou dos limites", e acrescentou que 'não vai esperar' o mesmo no Brasil.

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