Humberto: 'Bolsonaro agiu errado para estancar a sangria'

Em conversa com o LeiaJá, o senador detalhou como está andando a Comissão Parlamentar de Inquérito

por Jameson Ramos qui, 17/06/2021 - 19:20
Edilson Rodrigues/Agência Senado Senador durante oitiva da CPI Edilson Rodrigues/Agência Senado

O senador Humberto Costa (PT), que é titular da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), afirmou em entrevista ao LeiaJá que a CPI tem contribuído para esclarecer dúvidas da população e investigar a condução dada pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) para a pandemia. Para o petista, o governo agiu errado para “estancar a sangria”.

“O governo agiu errado em achar que a melhor forma de estancar a sangria seria que o maior número de pessoas fossem contaminadas e, com isso, obter uma imunidade coletiva”, avalia Humberto. 

Para ele, até o presente momento os depoimentos têm reforçado que a linha de trabalho do governo Bolsonaro não atentava para a aquisição de vacinas, compra e aplicação de testes da Covid-19 e o boicote ao distanciamento social. No entanto, o senador aponta que a CPI tem auxiliado para que o governo se volte mais atentamente para questões que, anteriormente, não dava tanta credibilidade.

Decisões do Supremo

Algumas testemunhas convocadas pela CPI têm conseguido no Supremo Tribunal Federal (STF) decisões favoráveis para que não deponham na comissão. Entre eles está o governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), que após habeas corpus concedido pela ministra Rosa Weber, não compareceu à CPI no dia 10 deste mês. 

A ministra entendeu que Lima, na condição de investigado, não é obrigado a se apresentar à Comissão como testemunha, já que tem garantido seu direito de não se autoincriminar.

Para o senador Humberto, as decisões do STF em favor de algumas testemunhas atrapalham o andamento da CPI, que ao seu ver poderia ser mais frutífera. "Mas nós não vamos deixar de fazer as investigações. Vamos ver de que maneira vamos fazer e estamos aguardando a decisão do Supremo em relação aos demais governadores que entraram com o pedido. Se o Supremo disser que não pode, nós vamos querer saber o que podemos fazer”, detalha

Aglomerações Bolsonaro

Alguns políticos acreditavam que o presidente Jair Bolsonaro mudaria as suas atitudes perante a Covid-19 após o início dos trabalhos da CPI, o que não vem acontecendo. O chefe do Executivo continua causando aglomerações, abraçando as pessoas, andando sem máscara até em eventos do governo e se colocando contra o uso da proteção.

Para o petista, as atitudes do presidente são tentativas de desmoralizar a CPI. "Mas nós estamos seguindo com o enfrentamento. Por outro lado, o governo correu para comprar vacina, mudou o próprio ministério. Acho que tem havido avanços por conta desse trabalho (da CPI)", pontua o senador.

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