Governo recusou a Pfizer com base em pesquisa na internet

Ministério da Saúde enviou Nota Técnica com objetivo de “apresentar uma revisão rápida da literatura" apenas dois meses depois da proposta do laboratório

por Vitória Silva qui, 24/06/2021 - 11:03
Tony Winston/Ministério da Saúde Doses da vacina da Pfizer/BioNTech. Tony Winston/Ministério da Saúde

Uma pesquisa rápida na internet foi suficiente para que o Governo Federal rejeitasse a parceria com a Pfizer/BioNtech em 14 de julho de 2020. O argumento era de que o imunizante não possuía provas de “eficácia e segurança”. Em um documento de oito páginas, o Ministério da Saúde fundamentou bases de dados existentes na internet sobre a vacina, encontrados no Google. Os documentos já são investigados pela CPI da Covid. Com informações da Coluna de Lauro Jardim no Globo.

De acordo com a coluna, a Nota Técnica nº 33/2020, elaborada pela Coordenação de Monitoramento e Avaliação de Tecnologias em Saúde, foi uma resposta a uma proposta enviada ao MS dois meses antes, em 4 de maio, pela Pfizer. Oito dias depois de o governo brasileiro rejeitar a proposta alegando duvidar dos resultados da vacina, os Estados Unidos compraram 100 milhões de doses ao custo de U$ 1,95 bilhão.

A nota atesta que seu objetivo era “apresentar uma revisão rápida da literatura" sobre a vacina. Para isso, os responsáveis por ela fizeram uma busca, em 2 de julho, em cinco bases de dados existentes na internet sobre a vacina.

Ao fim do relatório sobre o que haviam encontrado nas postagens pelas quais navegaram, concluíram, em um parágrafo, que era melhor “aguardar até que resultados de segurança dos estudos em andamento e o prosseguimento para estudos maiores de eficácia com maior número de pacientes sejam publicados para que se possa demonstrar com maior robustez e confiabilidade os resultados de eficácia e segurança da vacina em questão”.

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