Marília Arraes sobre o veto de Bolsonaro: 'É um absurdo'
O Projeto de Lei da deputada prevê a distribuição de absorventes para mulheres em vulnerabilidade social e estudantes da rede pública, mas o presidente vetou os principais trechos
Após a publicação dos vetos presidenciais ao seu Projeto de Lei (PL) que previa a distribuição de absorventes para alunas de escola pública, reclusas e mulheres em vulnerabilidade social, na manhã desta quinta-feira (7), a deputada Marília Arraes (PT-PE) classificou a posição de Jair Bolsonaro (sem partido) como 'um verdadeiro absurdo'. Para barrar os principais trechos do texto, o gestor alegou que a proposta 4968/2019 não esclarece de onde os recursos serão retirados.
Ao destacar o cerceamento da atuação das mulheres instituído pela cultura patriarcal, Marília criticou o descaso de Bolsonaro à causa que visa garantir o apoio do Estado a uma questão da natureza fisiológica feminina. "É um verdadeiro absurdo para as mulheres do Brasil dizer que absorvente não é essencial. Quem tá dizendo é o presidente", apontou.
A parlamentar reforçou que o PL apresentado em 2019 foi aprovado na Câmara e no Senado após a conciliação de lideranças partidárias, inclusive da própria base governista. "Um episódio lamentável de veto do projeto aprovado em plenário [...] nós trabalhamos muito para em um momento difícil como esse unir o país em uma causa e não dividir como o presidente costuma fazer", disse na sessão desta quinta (7).
Para Marília, a união do Congresso, especialmente da bancada feminina, provou que as mulheres precisam de mais dignidade no Brasil. "Fiquei muito impressionada com o veto porque tratou de questões que já estavam resolvidas, que foram alvo de negociações exaustivas entre nós, autores do projeto", considerou ao comentar sobre os fundos de custeio das medidas.
Os recursos para manter os eixos do PL seriam remanejados do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Fundo Penitenciário Nacional. A proposta também pretendia distribuir o item de higiene nas cestas básicas entregues pelo Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional.
Mesmo com a negativa do Planalto, o texto volta para a Câmara, que tem até 30 dias para avaliar os vetos e decidir se vai mantê-lo ou não.