Ciro Gomes diz que 'volta à luta' e retoma pré-candidatura

Postulante havia retirado seu nome da corrida presidencial por se opor ao voto majoritário do PDT a favor da PEC dos Precatórios

por Vitória Silva qui, 11/11/2021 - 10:59
José Cruz/Agência Brasil Ciro Gomes, um dos nomes para a disputa presidencial de 2022 José Cruz/Agência Brasil

Ciro Gomes (PDT) anunciou, nessa quarta-feira (10), que está de volta à corrida presidencial, após ter suspendido a pré-candidatura uma semana atrás. O ex-governador retirou seu nome da disputa após sua sigla, o Partido Democrático Trabalhista (PDT), ter declarado voto favorável à PEC dos Precatórios, projeto do governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Nas redes sociais, Ciro disse que “volta à luta” e que seus companheiros de partido “deram um sinal muito generoso e corajoso”. Em entrevista à CNN, também na quarta-feira, ele deu mais detalhes sobre o seu “retorno”.

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“Eu não desisti da minha pré-candidatura. Eu suspendi como ato de luta, porque não posso dar um passo forte na direção de combater o inimigo se meus companheiros não entendem a gravidade da nossa missão. Felizmente eles todos deram um generoso gesto, e eu estou mais fortalecido do que nunca”, disse em entrevista.

A Câmara dos Deputados aprovou, na terça-feira (9), em segundo turno, o texto-base da PEC dos Precatórios com 323 votos a favor e 172 contra. O PDT, no entanto, orientou voto contrário à proposta neste turno, apesar de ter votado a favor em primeiro turno e ter sido, ainda, apontado como “intermediário” para as negociações do governo com parlamentares e o uso do “orçamento secreto”.

Por este motivo, o ex-ministro agradeceu a bancada do PDT e o presidente do partido Carlos Lupi, que já havia sinalizado à CNN que Ciro não deixaria a sigla, e que a orientação do voto dos deputados poderia mudar. “Daqui só saio pela mão generosa do povo brasileiro”, afirmou Ciro à CNN.

Ciro também comentou a pesquisa Genial/Quaest divulgada nesta quarta-feira (10). Nela, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tem 48% das intenções de voto para as eleições presidenciais de 2022, contra 21% do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). O ex-juiz Sérgio Moro também foi adicionado ao cenário e surge em terceiro lugar, à frente de Ciro, com 8%. Gomes foi o quarto lugar da pesquisa, com 6%.

À reportagem, no entanto, Ciro afirmou que uma possível candidatura de Moro “não atrapalha ninguém”. Ao ser questionado, o pré-candidato do PDT avaliou que “pesquisa no Brasil é um retrato de um momento”.

“A vida não é retrato, é filme. Se você olhar há quatro, cinco meses quem estava nos primeiros lugares era [Luciano] Huck. O [Sergio] Moro entra, e saí [do cenário]. Nós precisamos ter muita paciência e entender, pedir a Deus que ilumine nossa palavra, porque o Brasil esta vivendo a pior crise do ponto de vista social e econômico”, disse.

Além disso, Ciro avaliou que “a crise pelo qual o Brasil está passando não nasceu com Bolsonaro”, mas sim no governo do ex-presidente Lula.

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