Randolfe: 'ação contra Bolsonaro tem significado didático'

Senador enviou ao Tribunal de Contas da União representação que solicita devolução do dinheiro público gasto nas férias do presidente

por Vitória Silva sex, 31/12/2021 - 16:35
Jefferson Rudy/Agência Senado O senador Randolfe Rodrigues Jefferson Rudy/Agência Senado

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), crítico ao presidente Jair Bolsonaro (PL), estima que o dinheiro público gasto durante as férias do mandatário possa cobrir cerca de 10 mil cestas básicas para a população baiana, que sofre com chuvas fortes e enchentes no Sul do Estado. Para o parlamentar, uma restituição da verba teria sentido “didático”, uma vez que Bolsonaro segue aproveitando suas férias - estendidas -, apesar das catástrofes na localidade nordestina.  

"Já vai ajudar, mas o mais importante é que tenha sentido didático", pontuou. "Nenhum governante desde Tomé de Sousa (primeiro governador-geral do Brasil, no período colonial, entre 1549 e 1553) deixou de acudir seu povo enquanto ele estava necessitando", acrescentou o senador ao UOL News nesta sexta (31). 

Randolfe acionou o Tribunal de Contas da União (TCU) contra “gastos exorbitantes” do presidente Jair Bolsonaro durante as férias no litoral de Santa Catarina. Em documento enviado ao TCU nesta quinta-feira (30), o senador pediu que a corte solicite informações e fiscalize o montante gasto por Bolsonaro nas férias. 

Antes da passagem em Santa Catarina, Bolsonaro já havia estado no litoral de São Paulo — chegou em Santos (SP) em 17 de dezembro —, onde repercutiu ao protagonizar imagens dançando uma versão “de direita” do funk “Baile de Favela”.  

"Não há precedente de um presidente tirar tanto tempo de descanso. O homem não trabalha. A gente está pegado no serviço e ele está numa lancha dançando funk", criticou Randolfe. 

O governador da Bahia, Rui Costa (PT), também se manifestou sobre a postura do chefe do Executivo e afirmou que, desde que iniciou o mandato, Bolsonaro demonstra desprezo pela vida humana.  

"O presidente durante toda a sua gestão demonstrava desprezo em relação à vida humana. Se você me perguntar: 'O senhor esperava ele aí?', vou dizer que não. Durante três anos, em nenhum momento, em nenhum outro desastre, na pandemia, ou em qualquer situação que significasse prestar solidariedade à vida humana ele fez qualquer gesto. É um presidente que não demonstra nenhum sentimento em relação à dor do próximo", declarou Rui à Folha. 

 

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