Raquel fecha 1º mês no Governo de Pernambuco nesta quarta
Primeira governadora da história de Pernambuco, o mandato de Raquel Lyra também representa a volta da direita à gestão do estado
Nesta quarta-feira (1º), Raquel Lyra (PSDB) completou seu primeiro mês no governo em meio a polêmicas, iniciativas apoiadas pelos pernambucanos e agendas junto à população. Como prometido, a chefe do Executivo Estadual não se distanciou do compromisso de "arrumar a casa", mas toda essa vontade resultou em alguns equívocos que fizeram ela voltar atrás.
Um dia após assinar a posse ao lado da vice Priscila Krause (Cidadania), Raquel decretou a exoneração de 2.754 cargos comissionados e dispensou as funções gratificadas de uma só vez. Os efeitos desse primeiro ato travaram as funções mais básicas do serviço público, como a emissão de carteiras de habilitação pelo Detran.
O decreto manteve dirigentes de áreas essenciais como hospitais, presídios e escolas foram mantidos, mas, ainda assim, a matrícula de alunos na rede estadual de ensino também foi comprometida. A exoneração em massa foi duramente criticada por órgãos, entidades e pela população, com a limitação do acesso aos serviços mantidos pelo estado. Os prejuízos da sua primeira medida fizeram a governadora voltar atrás e incluir as funções gratificadas dos gestores escolares para normalizar o cadastro dos estudantes.
Corte de gastos da máquina- No dia 5, o "Plano de Qualidade de Gastos" foi lançado com o objetivo de economizar R$ 150 milhões até o fim do ano. Esse dinheiro ficaria nos caixas através de cortes em contratos públicos com combustível, diárias e veículos. Essa movimentação foi fundamental para ela estruturar os eixos da sua Reforma Administrativa. Os primeiros dias de governo também serviram para Raquel mostrar o compromisso com a pauta do abastecimento de água e começar a regularizar a distribuição na Zona Norte do Recife.
Tentativa de golpe- O ataque golpista à Praça dos Três Poderes, no Distrito Federal, no dia 8, repercutiu na agenda da gestora com uma reunião virtual de emergência com os governadores e líderes do governo federal. No dia seguinte, ela anunciou o envio de 50 policiais militares para reforçar a segurança de Brasília e viajou à capital federal para encontrar pessoalmente com o presidente Lula (PT) e debater com os demais governadores sobre as medidas tomadas por cada estado para conter as manifestações que pediam um golpe de estado.
Reforço nas policiais- No dia 12, foi apresentada a Operação Pernambuco Seguro, com o aumento diário de 30% do efetivo policial lançado às ruas. A iniciativa com interesse em oferecer uma sensação de segurança aos pernambucanos foi viabilizada pelo investimento de R$ 7,5 milhões nas policiais Militar, Civil, Científica e no Corpo de Bombeiros.
Inércia diante do aumento dos salários- O início da segunda quinzena do mês foi marcado por uma nova polêmica sobre o aumento de 126% no salário da própria governadora. Raquel teve o prazo de 15 dias, mas não se manifestou sobre o projeto que reajustou a quantia de R$ 9,6 mil para R$ 22 mil. A lei também subia os salários da vice Priscila e do seu secretariado para R$ 18 mil.
Sem qualquer objeção da gestão estadual, a lei proposta pelo legislativo foi sancionada automaticamente com a assinatura do presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), Eriberto Medeiros (PSB). Também foi reajustada a remuneração dos deputados de R$ 25 mil para R$ 29,4 mil já em janeiro, com a previsão de um novo reajuste para R$ 31,2 mil em abril. A estimativa é que os novos salários custem R$ 25 milhões no orçamento do Estado neste ano. A norma ainda deixou programado os aumentos dos salários dos deputados para R$ 33 mil em fevereiro do próximo ano e R$ 34,7 mil em fevereiro de 2025.
No mesmo dia em que os parlamentares criaram os auxílios saúde, moradia e alimentação, que superaram R$ 12.377 mensais para cada um, 39 deputados estaduais aprovaram a Reforma Administrativa de Raquel. A proposta da governadora é reestruturar a organização das secretarias, o que gerou o aumento de servidores comissionados em relação à antiga gestão. O número de funcionários nomeados por indicação do secretariado passou para 2,7 mil, sendo 168 cargos novos. Entre as mudanças também foi estabelecido o aumento do teto de gratificações para R$ 3 mil e o ajuste no quadro de servidores de 2,1%, com o aumento de gastos do estado em R$ 25 milhões.
Diálogo com Prefeituras e pedidos a Lula- No meio dessa articulação com as Prefeituras, a governadora fez uma nova viagem para Brasília onde expôs ao presidente Lula que as pautas prioritárias para Pernambuco são a requalificação do metrô do Recife, o investimento em habitação de interesse social, a continuidade das obras da Transnordestina e a conclusão da transposição do Rio São Francisco.