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A caminho de mais um dia de trabalho, na manhã dessa quinta-feira (25), uma jovem de 27 anos foi vítima de importunação sexual por um motociclista que passou a mão em suas partes íntimas em uma rua deserta no bairro de Tejipió, Zona Oeste do Recife. Câmeras de vigilância registraram a ação e ela denuncia para conseguir identificar o criminoso.

A consultora de moda Beatriz Lucena conta que sempre passa na Rua Augusta Bamberg de Melo, mas nunca havia sofrido nenhum crime contra sua dignidade. 

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Nas imagens captadas por estabelecimentos comerciais, o motociclista surge em suas costas, alisa suas nádegas e foge em seguida. "Fiquei tão desnorteada que não acreditei que isso ‘tava’ acontecendo comigo. Sabe aquela sensação de impotência? A primeira coisa que fiz quando peguei meu ônibus foi ligar para minha mãe", relata. 

Sem reação, ela conta que chegou a gritar, mas não havia ninguém próximo. "Não tinha ninguém. Eu ‘tava’ sozinha na rua. Eu gritei 'o que é isso?!', mas foi muito rápido", comenta.

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Ao chegar no trabalho, Beatriz desabafou sobre o que tinha sofrido com as amigas, mas a conversa não foi suficiente para amenizar o constrangimento decorrente desse tipo de agressão. 

"Todo mundo ficou horrorizado. Eu passei o dia inteiro mal e não almocei direito porque você se sente um lixo, né? Você se sente muito mal, como se fosse culpada, mas eu não tenho culpa", aponta. "É como se eu não fosse nada. Como se eu [como] mulher não tivesse autonomia do meu corpo”, reforça.

Após o expediente, a vítima foi à Delegacia da Mulher, em Santo Amaro, bairro da área central da capital, mas conta que o sistema de registro estava fora do ar. 

Além da queda do sistema, ela comenta que é muito difícil comprovar esse tipo de crime às autoridades: "Eu tive sorte de ter provas, de ter a filmagem".

Na manhã desta sexta (26), ela voltou à unidade por volta das 7h30, mas só conseguiu formalizar a queixa às 8h50. A jovem deixou o local por volta das 10h, apenas com a intimação para retornar à delegacia na próxima quarta (1º), quando deve expor detalhes da sua versão e os vídeos.

A Lei 13.718/2018 expressa que a prática de ato libidinoso com objetivo de satisfazer a própria libido sem anuência é configurado como importunação sexual, que determina a pena de reclução de um a cinco anos.

Mavys Álvarez Rego, uma cubana menor de idade quando teve uma relação afetiva com Diego Maradona, afirmou nesta segunda-feira (22) que sofre ao ver a idolatria provocada na Argentina pelo homem que ela acusa de maus-tratos, abusos e de tê-la introduzido ao consumo de drogas.

"É difícil estar em seu país (de Maradona), ver que ele está em toda parte, que é um ídolo e, ao mesmo tempo, o me lembro dele como pessoa parece ruim", disse Álvarez em entrevista coletiva à imprensa internacional em um hotel em Buenos Aires, a três dias do primeiro aniversário da morte do eterno camisa '10' argentino.

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Álvarez, 37, que mora em Miami desde 2014 e é mãe de dois filhos, prestou depoimento na quinta-feira passada perante a justiça argentina, que investiga se ela foi vítima de tráfico de pessoas, quando na adolescência viajou com Maradona a Buenos Aires para participar da homenagem ao astro no estádio La Bombonera em 2001.

Durante sua estada de dois meses em Buenos Aires, Álvarez foi submetida a uma cirurgia plástica nos seios que lhe provocou um pós-operatório doloroso. Ela teria sido mantida trancada e sem os devidos cuidados, segundo seu relato.

- "Roubaram minha inocência" -

"Deixei de ser menina, tive que queimar etapas da vida. Você passa de menina a mulher rapidamente. Toda aquela inocência que eu tinha foi roubada de mim. Eu tinha 16 anos e já bebia, me drogava", revelou.

A relação entre eles durou "entre 4 e 5 anos" durante grande parte da estada de Maradona em Cuba, entre 2000 e 2005, para se reabilitar de seus vícios depois de estar à beira da morte.

Ao conhecê-lo "fiquei deslumbrada, ele me conquistou com flores (...). Mas depois de dois meses tudo começou a mudar. Eu o amava, mas também o odiava, cheguei a pensar em suicídio", afirmou. Maradona lhe ofereceu cocaína com insistência até que ela concordou em usar, se tornando viciada na droga.

Álvarez acusou Maradona de tê-la estuprado em uma ocasião. Ela também disse ter sido vítima de episódios de violência, como uma vez em que ela atendeu o celular enquanto o ex-jogador dormia. “Ele ficou muito bravo. Pegou o celular, jogou contra a parede, me deu um tapa e me empurrou contra a cama. Houve muitos momentos assim”, disse.

- À espera da Justiça -

Álvarez decidiu contar sua verdade depois que "deturpações" sobre sua vida foram publicadas para o lançamento de uma série biográfica sobre Maradona.

"Acho que já fiz minha parte, agora está nas mãos da Justiça. Falei o que aconteceu comigo para evitar que aconteça com outras e para que as outras meninas se sintam com força e coragem para falar", afirmou.

A Fundação para a Paz e Mudança Climática, que a representa em Buenos Aires, pediu à Justiça que investigue os integrantes do círculo próximo de Maradona na época por suposto tráfico de pessoas, privação ilegítima de liberdade, iniciação ao uso de drogas e lesões graves. Os advogados dos réus rejeitaram as acusações.

Guillermo Cóppola, ex-representante de Maradona, afirmou que sente por Álvarez "se ela realmente viveu a provação que afirma ter vivido", mas negou envolvimento em um crime e denunciou por calúnia e difamação o diretor da Fundação que o acusa.

O gerente de uma das lojas Infinity, em Marechal Hermes, na Zona Norte do Rio de Janeiro, foi denunciado por uma jovem que buscava uma vaga como vendedora. Ela e outras quatro mulheres passaram a trocar mensagens por aplicativo e alegam que as entrevistas de emprego eram forjadas e, na verdade, serviam como pretexto para assediar as candidatas.

As vítimas iam até a loja após se interessar pela vaga divulgada em uma rede social. Quando levavam o currículo, eram encaminhadas pelo suspeito para uma sala sem câmeras de segurança no terceiro andar da loja, relatou a jovem, que não quis ser identificada, ao G1.

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Sozinho com a entrevistada, ele começava a fazer perguntas íntimas, sem qualquer relação com as atribuições do emprego. Questionava se elas bebiam, se fumavam maconha, qual era a "coisa mais louca que elas fizeram", se elas já tinham feito "ménage", o que elas fariam para conseguir o emprego e se "viviam intensamente".

"Ele fez essas perguntas pra mim na entrevista e eu ali sem entender. Me senti muito desconfortável, mas eu tava precisando do emprego. Então eu engoli como sapo e segui em frente", disse.

Em seguida descia para o segundo andar, onde funciona uma área restrita aos funcionários e tentava beijos forçados, agarrava as vítimas contra a parede e tocava em suas partes íntimas. 

Sem reação aos abusos, ela lembra que sequer conseguiu gritar para chamar atenção de outras pessoas. "Eu não tive reação. Eu só senti muito medo. Muito, muito medo. Agora pensando bem, eu devia ter enfrentado ele, poderia ter gritado, feito alguma coisa. Mas na hora eu não consegui fazer nada. Tive nojo e medo”, explicou.

Ainda no decorrer do teste, ele pediu que a candidata vestisse uma das roupas da loja com a justificativa de fazer um anúncio dos produtos nas redes sociais. Ela conta que deixou o provador e foi aconselhada a ir embora imediatamente. Além disso, teve seu contato bloqueado no WhatsApp pelo gerente.

Os advogados da jovem confirmaram o registro de boletim de ocorrência e prometem uma ação judicial por assédio moral contra o gerente e a unidade da Infinity.

Resposta da Infinity

Nas redes sociais, a loja repudiou o que considerou uma importunação do funcionário e espera por provas para elucidar os fatos. Confira a nota na íntegra:

"Diante dos últimos acontecimentos e dos vídeos que vêm circulando pelas redes sociais ligados à nossa loja Infinity, vimos apresentar a seguinte nota de esclarecimento. A princípio, manifestamos nosso repúdio a qualquer tipo de ofensa à imagem e a honra de qualquer pessoa, principalmente às mulheres que são vítimas de importunação, bem como à prática de qualquer ilícito. Da mesma forma, repudiamos veementemente a cultura do machismo presente na sociedade brasileira, além do repúdio a qualquer atitude de assédio sexual e moral. Contudo, não realizamos julgamentos sem que haja provas, mas declaramos que estamos trabalhando para elucidação dos fatos, assim como nos colocamos à disposição das autoridades competentes, para eventuais esclarecimentos”.

Ariana de Melo, representante de IlhaBela no Miss Universo São Paulo 2021, denunciou ter sofrido importunação sexual por parte de um motorista de aplicativo em uma viagem de volta para casa nessa terça-feira (19).

Nas redes sociais e em entrevista ao Cidade Alerta da Record TV, a Miss deu detalhes do trauma sofrido. Voltando para casa, solicitou um inDriver e em uma “corrida” de 50 minutos, após revelar ser modelo, ouviu comentários abusivos sexuais e foi tocada nas pernas, nos seios e no rosto pelo motorista de 52 anos que havia trancado as portas não a deixando sair.

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Ariana disse que gritou desesperadamente por socorro e acredita que o motorista apenas liberou as portas e a deixou fugir por estarem em uma rua muito movimentada e próxima a sua casa.

“Nisso que eu falo que era modelo, tava com faixa e coroa na minha mão, ele começou a se insinuar. Ele se mostrava abusivo. Ele usou a palavra gostosa e pedi para parar o carro e ele disse que me levaria até em casa. Perto de casa ele travou as portas e não deixou sair. Passou a mão no meu rosto, no meu peito e na minha perna. Fiquei nervosa e ele não deixou eu sair do carro. Comecei a bater forte e chamar a polícia, as pessoas correram em direção ao carro e aí ele soltou a trava da porta. Ele falou que enquanto não conseguisse o que queria, não deixaria eu sair do carro. Foi por volta de 13h da tarde. Mesmo eu tendo pago a corrida já, ele não deixou eu sair do carro. Não queria denunciar, entrei dentro de casa com muita vergonha”, desabafou ao Cidade Alerta.

Pouco depois de chegar em casa, Ariana acionou a Polícia Civil e registrou a denuncia. Após rápida verificação, o motorista foi localizado e conduzido a delegacia onde a prisão foi formalizada.

Em texto nas redes sociais, a Miss IlhaBela se disse extremamente abalada e com sua honra e moral destruídas após o fato. “Com sensação de impotência que não imaginava ser tão dolorida. Mas com o apoio dos amigos, com fé na justiça e por todas mulheres que passam diariamente por isso me superei e busquei as autoridades para que sejam tomadas todas as providências para que não haja impunidade. Mas uma rigorosa punição, que sirva de sinal, de aviso, que fatos como este não podem mais repetir. Não é possível uma mulher não poder se deslocar em paz, sem ser submetida de maneira primitiva com olhares, palavras e outras graves agressões à integridade física e moral”, publicou.

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O futebol feminino grita em coro em cantos diferentes do planeta contra assédio moral e abusos sexuais. Nas duas últimas semanas, atletas de diferentes nacionalidades quebraram o silêncio em denúncias com o sentimento de 'basta' contra treinadores e dirigentes que passaram do ponto e não deram alternativas para algumas dessas jogadoras a não ser se submeter a situações constrangedoras para fazer o que mais gostam: jogar futebol. O grito não foi orquestrado. O movimento nasceu espontaneamente. Denúncias partiram de um dos principais países do mundo, os Estados Unidos, onde atletas como Megan Rapinoe levantam bandeiras há anos e se tornam porta-vozes de grupos contra uma série de comportamentos inadequados, para dizer o mínimo, envolvendo dirigentes e treinadores.

A Federação Americana de Futebol anunciou recentemente a contratação de Sally Yates "para conduzir uma investigação independente sobre as alegações de comportamento abusivo e má-conduta sexual no futebol profissional feminino." O primeiro passo foi dado. Sally foi procuradora geral interina por pouco tempo no governo Donald Trump. Quatro homens do futebol dos EUA são acusados de cometer abusos contra meninas em seus respectivos clubes.

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Richie Burke, ex-gerente do Washington Spirit, foi acusado de lançar uma "torrente de ameaças, críticas e insultos pessoais" contra jogadoras, de acordo com reportagem do jornal americano Washington Post. Christy Holly, técnico do Racing Louisville, foi demitido em agosto após acusações de conduta indevida. Farid Benstiti, ex-técnico do OL Reign, de Seattle, também foi forçado a sair do time após uma série de comentários abusivos. Semana passada, o site The Athletic, após demorada investigação, publicou reportagem em que jogadoras atuais e do passado acusaram Paul Riley, gerente do North Carolina Courage, de abusar emocionalmente delas e "coagi-las a fazerem sexo". Ele negou, mas foi demitido. O futebol feminino dos EUA é basicamente comandado por homens.

A onda de reclamações e pedidos de respeito também partiu de jogadores de futebol da Venezuela, onde a seleção masculina de Tite jogou nesta quinta-feira pelas Eliminatórias da Copa do Catar. Vinte e quatro atletas, incluindo Deyna Castellanos, uma das melhores do país, acusaram o ex-técnico da seleção de base, o panamenho Kenneth Zseremeta, de abuso sexual. A notícia caiu como uma bomba no futebol local. "No ano passado, uma das nossas companheiras de equipe nos confessou que tinha sido abusada sexualmente desde os 14 anos pelo treinador", disse Castellanos, jogadora do Atlético de Madrid, da Espanha, que preferiu não revelar a identidade da colega em questão.

"Como resultado dessa confissão, diversas companheiras expressaram experiências de assédio, tanto por telefone quanto por perguntas e convites inadequados, subornos para mantê-las dentro da seleção, presentes fora do contexto, massagens e diferentes situações que definitivamente não eram normais e que não entendíamos", acrescentou a atacante, a melhor do mundo em 2017 eleita pela Fifa. O treinador comandou diferentes seleções de base femininas entre 2008 e 2017. Com ele, a seleção da Venezuela conquistou duas vezes o Campeonato Sul-Americano Sub-17 e se classificou três vezes para a Copa do Mundo da categoria.

Em seus relatos, as jogadoras denunciaram intimidações para que continuassem a jogar. Nas categorias de base, ficar fora da equipe ou ser cortada significa abrir mão do sonho. "Decidimos quebrar o silêncio para evitar que as situações de abuso e assédio, físico, psicológico e sexual provocadas por Zseremeta, façam mais vítimas no futebol feminino e no mundo", completou a jogadora. O caso será investigado. Ecos do pedido de ajuda já chegaram à Fifa.

Os mesmos pedidos de socorro foram ouvidos na Austrália. Neste caso, a Federação de Futebol do país já se comprometeu a abrir investigação após as denúncias de assédio sexual contra as atletas do time nacional. Quem resolveu abrir o jogo foi a atacante Lisa De Vanna, que parou de atuar no mês passado. Ela fez 150 jogos pela seleção. Demorou, mas ela relatou que já foi submetida a 'comportamentos inadequados'. De Vanna confessou ter passado por isso no começo de sua carreira, quando era uma menina atrás de um sonho. "Se eu fui assediada sexualmente? Sim. Intimidada? Sim. Se eu vi coisas que me deixaram desconfortável? Sim", disse a ex-jogadora de 36 anos ao jornal Sidney's Daily Telegraph. "Em qualquer organização esportiva e em qualquer ambiente, o assédio sexual infantil, o comportamento predatório e a conduta não profissional me deixam doente", disse.

Em seu relato, ela contou sobre o que chamou de 'propostas obscenas' por parte de membros da comissão técnica dos times e da seleção. Disse que os procedimentos ainda acontecem na Austrália. "É hora de falar." As denúncias são agora de conhecimento dos dirigentes de futebol feminino na Austrália.

De Vanna não foi a única a reclamar, mesmo que tardiamente, dos procedimentos. Outra ex-jogadora, Rhali Dobson, também contou ter sido vítima de assédio sexual na juventude. A Federação espera que elas formalizem suas queixas para que o caso possa ser investigado. O futebol é apenas mais uma modalidade cujas jogadoras estão se rebelando. Há outros esportes que já denunciaram tais abusos, como a ginástica.

Simone Biles

Recentemente a atleta americana Simone Biles disse em juízo sobre os assédios que sofreu na seleção dos EUA. Hóquei e natação na Austrália são outras modalidades a passar pelos mesmos problemas.

Na Venezuela, as jogadoras não têm dúvidas de que as situações denunciadas eram compartilhadas por membros homens da comissão técnica e diretiva. Para quem não está acostumado com essas insinuações, vale destacar que comentários sobre atrativos físicos revelam assédio, assim como aquelas "brincadeirinhas" com insinuações sexuais.

As mulheres do futebol, e de qualquer segmento da sociedade, estão dando um basta nisso. Não querem mais sofrer esse tipo de pressão ou se verem reféns de comentários nada a ver. No caso das acusações contra o técnico panamenho Kenneth Zseremeta, de 55 anos, uma investigação já está em marcha conforme anunciada pelo procurador-geral Tarek Saab em sua conta no Twitter. Os relatos que chegaram ao procurador venezuelano dão conta de uma situação orquestrada por parte do treinador, inclusive envolvendo os pais da jogadora cujo nome não foi revelado. Havia muita manipulação, aparentemente com o único propósito de continuar contando com a atleta no time. Agora se sabe que não era somente por isso.

Recentemente, as jogadoras de futebol da seleção brasileira se manifestaram contra o caso de assédio moral e sexual envolvendo ninguém menos do que o presidente da CBF, Rogério Caboclo, para quem todas elas teoricamente trabalham. Liderado por Marta, seis vezes a melhor jogadora do mundo, o time se manifestou publicamente contra qualquer tipo de conduta envolvendo a situação. "Foi uma decisão em conjunto, a gente tem uma comissão que é muito alinhada com as atletas, liderada por Pia Sundhage, então a gente resolveu mostrar a nossa opinião nesse sentido. Somos obviamente contra qualquer tipo de assédio. Sem fazer pré-julgamentos, os fatos estão aí para serem apurados, mas a gente necessitava mostrar nossa posição", disse Marta antes da condenação de 21 meses de afastamento do dirigente.

O manifesto foi assinado por todas as jogadoras da seleção e divulgado em suas redes sociais. Ele dizia o seguinte: "Todos os dias no Brasil, milhares de pessoas são acometidas e desrespeitadas com cenas de assédio, seja moral ou sexual. Especialmente nós, mulheres. São brasileiras e brasileiros, vítimas de abusos e atos que vão contra os nossos princípios de igualdade e construção de um mundo mais justo. Dizer não ao abuso são mais do que palavras, são atitudes. Encorajamos que mulheres e homens denunciem. Nossa luta pelo respeito e igualdade vai além dos gramados. Hoje mais uma vez dizemos: não ao assédio."

O pastor australiano e fundador de uma igreja evangélica globalmente expandida se declarou inocente, nesta terça-feira (5), por ter encoberto supostos casos de abuso sexual de menores cometidos por seu próprio pai.

Pastor da Hillsong Church e uma figura religiosa proeminente na Austrália com ligações com o primeiro-ministro conservador, Brian Houston é acusado de não relatar os abusos sexuais cometidos por seu pai, ao tomar conhecimento dos casos, em 1999.

Seu pai Frank, falecido em 2004, foi acusado de abusar de um menino de sete anos na década de 1970, quando era um pregador da Igreja Evangélica Assembleia de Deus.

Em uma curta audiência em Sydney nesta terça-feira (5), os advogados de Brian Houston disseram que seu cliente é inocente.

No passado, o pastor rejeitou essas acusações e tentou limpar seu nome, garantindo que confrontou seu pai sobre essas acusações e que não as comunicou à polícia a pedido da suposta vítima.

Em um comunicado divulgado quando as acusações vieram à tona, o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison, que assistiu a eventos de sua igreja, disse que seria "inadequado comentar" o caso.

A Hillsong Church opera em 30 países e afirma ter uma frequência média semanal de 150.000 paroquianos.

Um homem, 48 anos, foi preso preventivamente pela Polícia Civil de Minas Gerais acusado de estuprar uma idosa de 77 anos no distrito de Ipoema, zona rural de Itabira. O crime aconteceu em julho deste ano, mas só agora a polícia conseguiu prender o suspeito.

Após a divulgação da prisão, a polícia colheu novas provas que corroboram a participação do suspeito também no estupro e homicídio de uma professora, no dia 15 de junho de 2013, na mesma localidade. 

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A equipe da Delegacia Regional em Itabira, responsável pelas investigações, encaminhou os elementos de prova ao Poder Judiciário para instruir o processo judicial, que já se encontra em fase de julgamento.

O cantor R. Kelly foi considerado culpado nesta segunda-feira (27) de chefiar durante décadas uma rede de crimes sexuais, segundo o júri de Nova York, após um julgamento de seis semanas, ratificando todas as acusações, inclusive as de abuso e tráfico sexual.

Depois de depoimentos assustadores durante o processo, o júri, que deliberou durante nove horas, considerou o célebre cantor de 54 anos culpado de cometer abusos sexuais durante décadas.

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Vestindo gravata azul clara, terno azul de listras e máscara branca, Kelly permaneceu sentado impassível, abaixando a cabeça de vez em quando e fechando os olhos atrás dos óculos.

Ele pode pegar a prisão perpétua e a sentença será proferida em 4 de maio do ano que vem.

Para poder condenar Robert Sylvester Kelly, seu nome de registro, por extorsão, os membros do júri tinham que declará-lo culpado de pelo menos duas das 14 infrações conhecidas como "predicate acts", que juntas constituem crimes mais graves.

O caso, atrasado mais de um ano por causa da pandemia, é considerado um marco para o movimento #MeToo por ser o primeiro julgamento importante por abuso sexual no qual a maioria dos acusadores - nove mulheres e dois homens - é de mulheres negras.

A promotoria costurou minuciosamente o intrincado padrão de crimes que o cantor cometeu impunemente, amparando-se em sua fama, para se aproveitar de mulheres jovens e adolescentes para sua própria satisfação sexual.

O cantor do sucesso mundial "I Believe I Can Fly" também foi considerado culpado de outras oito acusações em virtude da Lei Mann, que proíbe o transporte de pessoas para outros estados por motivos sexuais.

R. Kelly se serviu de "mentiras, manipulação, ameaças e abusos físicos" para operar uma "empresa" que lhe permitiu cometer durante décadas crimes sexuais, resumiu na semana passada a promotoria no encerramento das alegações no julgamento contra o artista no Tribunal Federal do Brooklyn.

A promotora Elizabeth Geddes disse que o outrora popular artista de R&B "usou seu dinheiro e sua notoriedade pública para omitir seus crimes em plena luz do dia".

Seis de suas vítimas eram menores de idade quando Kelly manteve relações sexuais com elas. Várias também disseram queno cantor filmava rotineiramente os encontros, o que em muitos casos constitui pornografia infantil.

Uma equipe da Polícia Civil de Alagoas prendeu, na última quinta-feira (22), um homem de 80 anos de idade, por estupro de vulnerável. Segundo as investigações, o idoso pagava R$ 100 à mãe de uma menina de 4 anos para abusar dela sexualmente.

O caso foi encaminhado àquela delegacia, pelo Conselho Tutelar da cidade. A própria criança contou que o acusado introduzia um dos dedos em sua vagina, e isso acontecia com o conhecimento da mãe dela, que também foi presa.

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Segundo a polícia, existe a denúncia de que a mãe recebeu dinheiro de outros homens, entre R$ 50 e R$ 100, para permitir os abusos contra a filha. O idoso preso e a mãe foram autuados por estupro de vulnerável.

Um homem de 57 anos, suspeito de abusar de crianças e adolescentes, foi preso nesta quarta-feira (21). A Polícia Civil de Minas Gerais informou que o acusado se apresentava como missionário e usava dessa função para conseguir a confiança das famílias.

A polícia teve conhecimento dos fatos neste mês, por meio de uma das vítimas, de 5 anos, que teria sido abusada pelo suspeito. A partir de então, surgiram outras vítimas, inclusive adultos, que relataram situações semelhantes.

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Até o momento, foram identificadas sete vítimas. O mandado de prisão preventiva do investigado foi cumprido pela equipe da Delegacia de Polícia Civil em Águas Formosas.

Uma mulher identificada como Corinna Smith, 59 anos, matou o seu marido após jogar água fervendo misturada com açúcar contra ele após saber que ele estava abusando dos filhos há muitos anos.

O caso aconteceu nos Estados Unidos contra Michael Baines, de 80 anos, enquanto ele dormia. Segundo o 'New York Post', um terço do corpo da vítima foi atingido e ele não suportou os ferimentos. 

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Ao tribunal, promotores falaram que o açúcar tornou-se "o líquido mais viscoso, mais espesso e pegajoso, de modo que permanece na pele e causa maiores danos”. A vítima morreu cinco semanas depois de ser atacada pela esposa e ele morreu no hospital depois de fazer enxertos de pele.

Corinna descobriu que desde 2007 seus filhos estavam sendo abusados. O site 'Ny Post' mostra que o irmão do suspeito, chamado de Craig, ia ser preso por agressão mas suicidou-se. 

Corinna Smith deve cumprir no mínimo 12 anos de prisão e, após isso, pode cumprir a pena no sistema de liberdade condicional.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) prendeu em flagrante um homem, de 39 anos, suspeito de abusar sexualmente da própria filha, uma adolescente, de 13.  O homem foi preso em Contagem, Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH), na última segunda-feira (28).

A vítima relatou que a mãe a obrigou a morar com o pai por um ano para que ele descobrisse se ela ainda era virgem. O suspeito disse à filha que não pagaria exames, que ele mesmo iria saber, momento em que os abusos tiveram início e eram realizados quando a madrasta estava ausente.

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Imediatamente, policiais civis da Deam em Contagem se deslocaram até o local de trabalho do suspeito, onde foi preso em flagrante ao confessar que teria mantido conjunção carnal naquele dia.

Da assessoria da PCMG

Gionaira teve um colapso nervoso quando começou a ver centenas de denúncias de violência sexual na Venezuela que inundaram as redes sociais como eco do movimento mundial #MeToo.

"Me senti muito identificada, passei por um colapso nervoso, tive que buscar ajuda psicológica", conta à AFP Gionaira Chávez, estuprada aos 15 anos.

"Já era hora de levantar a minha voz", disse 13 anos depois esta estilista ao ler as denúncias de abuso e assédio sexual que começaram a circular em meados de abril e que atingiram grupos teatrais, bandas musicais e até o aclamado Sistema de Orquestras Infantis e Juvenis da Venezuela.

Seu agressor era 10 anos mais velho. "Insistiu em me levar para casa" no final de um encontro em Caracas, lembra ela com a voz baixa e o olhar retraído. "Quando estávamos na altura do centro (...), essa pessoa... este... ele... me estuprou no carro. Depois me deixou em casa e nunca mais soube dele".

A onda de denúncias "me ajudou (...) a enxergar isso como um pesadelo que já passou e simplesmente seguir com a minha vida", afirma Gionaira.

O abuso sexual "está normalizado" em uma sociedade conservadora e patriarcal como a Venezuela, diz Abel Saraiba, coordenador da Cecodap, ONG de defesa dos direitos de crianças e adolescentes.

A violência sexual "está longe de estar contida ou em redução, pelo contrário, está aumentando", alerta.

Os dados oficiais são escassos, praticamente inexistentes, embora o procurador-geral Tarek William Saab relate que desde que assumiu o cargo em agosto de 2017 foram apresentadas na Venezuela 8.450 denúncias por crimes sexuais e 1.676 ordens de prisão.

Em apoio às vítimas surgiu o movimento #YoSíTeCreo, semelhante ao globalizado #MeToo que derrubou ídolos da indústria do entretenimento nos Estados Unidos.

O "Yo Te Creo Venezuela", movimento surgido paralelamente, recebeu mais de 600 denúncias de violência sexual.

- "Tirar minha virgindade" -

Carmela Pérez fez uma das primeiras denúncias. Foi uma das supostas vítimas de Alejandro Sojo, vocalista da banda de pop rock venezuelana Los Colores, acusado de ter abusado de menores de idade.

Ela tinha 15 anos e ele 23 quando começaram a sair.

Seus encontros se tornaram sombrios, conta Carmela, hoje com 20 anos. "Ele queria tirar minha virgindade e eu não queria", relata. "Foi tão insistente que eu disse a ele que estava menstruada. Essa foi a única forma de pará-lo".

As acusações de abuso vinculadas a Sojo são mais de 30, segundo o Yo Te Creo Venezuela.

A violência sexual neste país é penalizada com até 12 anos de prisão se houver "abuso de autoridade, de confiança ou das relações domésticas", estabelece o Código Penal.

Mas Ariana González, do Yo Te Creo Venezuela, alerta que muitos casos não chegam às denúncias formais devido à desconfiança na Justiça.

"A grande maioria das vítimas não quer que seu abusador seja preso, quer que alguém acredite nelas", diz outra ativista, Andrea Hernández.

Gionaira, hoje casada e com uma filha de três anos, denunciou: "Sei que não terei justiça (...) mas me dá um pouco de alívio pensar que posso evitar um futuro abuso".

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Desde os antigos reinos da Mesopotâmia predomina a ideologia patriarcal, um sistema sociopolítico que coloca os homens em situação de poder primário com prevalência em funções de liderança política, autoridade moral, privilégio social e controle das propriedades. Na família, o pai mantém status de chefe sobre as mulheres e as crianças.

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Porém, ao longo dos anos, as mulheres têm conquistado cada vez mais espaços na sociedade. Sustentam lutas por mais respeito e condições igualitárias, seja no campo de trabalho ou em qualquer outro.

Nos esportes não é diferente. Os frequentes casos de assédio e importunações sexuais contra as mulheres já motivam reações. Vivendo isso de perto, ao longo de 14 anos de profissão, Elina Fadell, 39 anos, professora de Educação Física e trialtleta, e outras mulheres praticantes de esportes lançaram iniciativa nas redes sociais há dez dias: a campanha denominada "Me deixa treinar em paz".

Segundo a professora, o projeto surgiu em virtude dos sucessivos casos de importunações e assédios no ambiente esportivo. Tem como principal foco educar, conscientizar e promover o respeito às mulheres, principalmente às atletas. "A mulher tem o livre direito de vestir a roupa que lhe couber para sua prática esportiva. Não merece ir às ruas e ouvir palavras de extremo baixo calão e, principalmente, ela nunca deve ser tocada sem o seu consentimento", declara Elina.

A personal trainer Milena Roberta, 40 anos, praticante de corrida de rua e ciclismo há 12 anos, viveu na pele recentemente um caso de importunação, enquanto se exercitava, correndo na avenida Júlio Cesar, em Belém. "Fui importunada por dois homens em uma bicicleta e coincidentemente uma viatura policial passou. Eu chamei por eles e os homens foram revistados e levados para a delegacia", relatou.

No Brasil, a igualdade de gênero está prevista em lei, no artigo 5º, inciso I, da CF/88: "Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição".

Existem diferenças entre os crimes contra a dignidade sexual (abuso, assédio e importunação sexual), todos previstos no artigo 6º do Código Penal Brasileiro, conforme esclarece Bárbara Feio, advogada e professora. Para melhor compreensão, explicou a advogada:

- Abuso sexual - caracteriza-se pelo uso da inocência da vítima e incapacidade de defesa, geralmente crianças e adolescentes;

- Assédio sexual - principal característica é a relação hierárquica, mais comum no ambiente de trabalho para cometer atos libidinosos e favorecimento sexual contra as vítimas. Pena - detenção, de 1 (um) a 2 (dois) anos - Art. 216-A CP;

- Importunação Sexual - prática de atos libidinosos sem o consentimento da vítima, podendo haver o contato físico ou não, praticados em locais públicos. Pena - reclusão, de 2 (dois) a 6 (seis) anos  - Art. 215 CP.

Segundo a advogada, as mulheres devem estar atentas e apresentar denúncia, caso agredidas, em qualquer delegacia de polícia. Também podem ligar no disque 100 ou 180.

Foi o que fez Cristiane Aleixo, 39 anos, bancária, que registrou boletim de ocorrência após ter sofrido ato libidinoso por parte de um homem de moto sem placa enquanto corria, por volta de 5 horas, também na avenida Júlio César. "Infelizmente, por conta de um pensamento machista, de que somos suas propriedades, podem fazer e falar o que bem quiserem, e fortalecidos pela impunidade, eles ainda cometem esse tipo de atitude desrespeitosa e violenta", destacou.

A administradora Natailse Pinheiro, que começou na corrida como válvula de escape depois da separação conjugal oito anos atrás, hoje tornou-se triatleta. Ela disse que já havia ouvido relato de amigas, mas nunca viveu situação de abuso. Até que, há pouco mais de um mês, ao sair para pedalar sozinha na avenida Joao Paulo II, também foi vítima. "Percebi uma moto, não tive reação, ele seguiu uns 100 metros do meu lado me tocando. Mesmo muito nervosa, vi um buraco na cerca e atravessei para o outro lado e consegui pedir ajuda", contou.

Segundo dados da Secretaria de Segurança Pública e Defesa Social do Pará (Segup), em 2020, de janeiro a dezembro, houve uma redução de 6% de casos de assédio contra a mulher, em comparação com o mesmo período do ano anterior. O número totalizou 155 casos de assédio e 598 casos de importunação sexual. Já no primeiro trimestre de 2021 foram registrados 26 casos de assédio contra a mulher e 142 casos de importunação sexual, no Estado.

No dia 15 de maio, um treino simbolizará o ato das mulheres contra esses crimes no ambiente esportivo. Na ocasião, elas usarão uma camisa com a logomarca do projeto e realizarão publicações nas redes sociais para exigir respeito e o direito de poder treinar livremente.

Por Dinei Souza.

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A Polícia Civil divulgou, nesta terça-feira (4), detalhes da prisão de um homem acusado de 14 estupros na Região Metropolitana do Recife (RMR) - entre as vítimas, há menores de idade. Segundo a delegada Mariana Vilas Boas, da Delegacia de Polícia de Crimes Contra Criança e Adolescente e Atos Infracionais (DPCCAI) de Paulista, a polícia sabe que há mais vítimas, pois muitas mulheres reconheceram o agressor por imagens que circularam na internet. A polícia pede que as vítimas se apresentem à delegacia para denunciá-lo.

Entre as informações divulgadas pela polícia, está o modo de operação do acusado. Ele abordava as vítimas em áreas com pouca movimentação, anunciava o assalto usando arma branca, conduzia a vítima em uma área de matagal, cometia o estupro e exigia o silêncio sob ameaça de morte. O homem estava sendo investigado desde agosto de 2020 a partir de um estupro cometido em Paulista.

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Segundo a delegada Vilas Boas, as 14 vítimas foram de todas as cidades que integram a Região Metropolitana do Recife. "Mas sabemos que há outras vítimas ainda, pois várias delas reconheceram o agressor através de imagens que foram veiculadas em redes sociais no momento em que ele foi preso”, diz.

O suspeito foi detido pela população em 27 de abril por tentativa de estupro em Paulista. “Encontramos o elo desse autuado com os estupros que nós vínhamos investigando”, disse a delegada Larissa Azedo, da Delegacia da Mulher de Paulista. “Enquanto eram realizadas diligências, tais como interrogatório, reconhecimentos, ele se evadiu da delegacia, mas foi recapturado dentro de horas e finalmente recolhido ao Cotel [Centro de Observação e Triagem, em Abreu e Lima]”, relatou.

Azedo destaca que é um crime difícil para as vítimas denunciarem, mas pede que elas compareçam à delegacia. “A gente faz um apelo para que a gente possa responsabilizá-lo por cada crime que praticou com cada mulher”, diz.

A juíza da Vara Especializada em Crimes contra Crianças e Adolescentes de Belo Horizonte-MG, Marixa Fabiane Lopes Rodrigues, condenou um motorista de van escolar a 10 anos e quatro meses de prisão, em regime fechado, por ter praticado atos libidinosos com uma criança que ele transportava. Segundo a juíza, ele usava sua profissão para estar em frequente contato com crianças e, assim, "praticar atos lascivos, se mascarando por trás da confiança e credibilidade que lhe eram atribuídas pelos pais".

Na sentença, a magistrada destacou outros registros de boletins de ocorrência na polícia constando situações semelhantes ocorridas com crianças que também podem ter sido violentadas sexualmente. O motorista já foi condenado por estupro de vulnerável, em 2019.

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Segundo denúncia do Ministério Público (MPMG), em 2010, no interior do veículo estacionado dentro da garagem da própria casa, o motorista praticou atos libidinosos com a criança de 2 anos. O crime ocorreu por mais de uma vez, sempre após o término das aulas.

Os fatos vieram à tona após revelações da própria criança, em situações cotidianas na residência dos pais. Ainda segundo o MP, não houve conjunção carnal, e a criança apresentou mudanças de comportamento significativas, como aversão a homens, aceitando somente a aproximação do pai.

Em juízo, o motorista negou as acusações. Sua defesa pediu a absolvição com base no princípio da presunção de inocência. Argumentou que não existiam elementos para condená-lo e que a ausência de materialidade ficou comprovada nos exames da vítima.

Para a juíza Marixa Rodrigues, o delito de estupro não é daqueles que necessariamente deixam vestígios materiais e, normalmente, não há testemunhas oculares que possam confirmar o ocorrido, já que o crime ocorre quando estão presentes apenas a vítima e o agressor. "Por isso, grande valor se atribui à palavra da vítima", disse. 

A magistrada ressaltou que a prova material foi comprovada por meio do boletim de ocorrência, dos depoimentos e da prova oral colhida nas audiências de instrução e julgamento, que evidenciam que a vítima foi submetida à violação sexual. 

A prisão preventiva do condenado foi decretada. Ele já havia sido descadastrado do sistema de transportes de trânsito e não tem mais nenhum vínculo com o serviço de transporte escolar na capital. A permissão e o registro de condutor também foram cassados. O processo tramita em segredo de justiça.

Com informações da assessoria.

A turbulenta relação entre Arthur e Carla Diaz, no BBB 21, tem sido tema recorrente entre o público do programa, nas redes sociais. Neste domingo (21), os espectadores do reality levantaram diversas hashtags contra o instrutor de crossfit após ele e a atriz protagonizarem uma discussão seguida de beijos nesta madrugada. Segundo a audiência do programa, o brother foi agressivo com Diaz e forçou uma situação com ela.Vários comentários pediram pela expulsão de Arthur.

Durante a festa do último sábado (20), que varou a madrugada, Arthur e Carla Diaz se afastaram dos demais confinados para conversaram sobre sua relação. A atriz chegou a afirmar estar brava com o brother e se esquivou diversas vezes de seus toques e tentativas de beijo. Por fim, após a insistência do affair, Diaz acabou cedendo e beijando o rapaz.

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As cenas incomodaram o público e houve muitos comentários pedindo, inclusive, pela expulsão do instrutor de crossfit. Com frases como “não é não”, alguns apontaram abuso na relação entre os dois e chegaram a comparar a situação com uma outra ocasião abusiva ocorrida em uma edição anterior, entre Marcos Harter e Emilly. Confira alguns comentários. 

“Carla claramente estava bêbada e disse que não queria. Arthur ficou obrigando ela a beijar ele. Tem pessoas que estão normalizando essa cena. Por isso que mulheres são violentadas TODOS OS DIAS”.

“Mdss que péssimo isso de vdd, ele esperou ela ficar bêbada e ficar sozinha no quarto pra ir atrás, ela disse não várias vezes "a mas ela beijou depois" NÃO INTERESSA ela só beijou com a insistência dele e pq estava BÊBADA”.

“INADMISSÍVEL! ta tão nítido a chantagem emocional que ele faz com ela, forçando beijo e mentindo por causa do jogo, usando ela como um objeto. isso é o retrato mais claro de um relacionamento abusivo e falo com meu lugar de fala de mulher”.

“Queremos a expulsão sim. Isso aqui não é algo saudável, não é pra romantizar uma cena dessas. Ela foi coagida e pressionada. Carla disse não e NÃO É NÃO”.  

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, denunciado por assédio sexual e conduta imprópria por várias mulheres, recusou-se mais uma vez a renunciar nesta sexta-feira (12), apesar do número crescente de legisladores democratas que pedem a sua demissão.

"Não renunciarei", insistiu Cuomo em entrevista coletiva, na qual pediu para aguardar o resultado da investigação da procuradora-geral do estado sobre as alegações. "Eu não fiz as coisas das quais me acusam", acrescentou.

Horas depois, a pressão pela renúncia do governador aumentou. O líder da bancada democrata no Senado, Chuck Schumer, eleito por Nova York, estimou que Cuomo "perdeu a confiança de seus parceiros de governo e dos nova-iorquinos", segundo comunicado assinado em conjunto com a também senadora pelo estado Kirsten Gillibrand.

Cuomo sugeriu que é vítima da "cultura do cancelamento", a guerra cultural em ascensão nos Estados Unidos, que gera polêmica sobre as medidas que devem ser adotadas para enfrentar a discriminação contra minorias raciais, étnicas ou sexuais.

"As figuras políticas tomam partido por uma série de razões, incluindo oportunismo político ou para ceder à pressão. Mas as pessoas sabem como fazer a diferença entre o jogo político, a 'cultura do cancelamento' e a realidade", disse Cuomo.

- Processo de destituição -

Desde o mês passado, seis mulheres acusam o governador democrata, 63, de assédio sexual ou má conduta. Ele está no cargo há uma década e foi considerado um herói em 2020 por seu gerenciamento da pandemia.

Nesta sexta-feira, vieram à tona depoimentos de outras duas mulheres, uma delas jornalista que cobriu a gestão do governador entre 2012 e 2014 e disse ter sido humilhada por Cuomo. A outra denunciante, identificada apenas pelo nome Kaitlin, manifestou à "New York Magazine" seu incômodo com o comportamento do governador.

Cuomo mantém sua posição contrária a de outros homens no poder que, desde o início do movimento #MeToo, no final de 2017, tiveram que renunciar após serem acusados de assédio sexual ou agressão, às vezes sem investigação prévia. Mas a pressão sobre ele segue alta, após a denúncia que veio à tona na quarta-feira e parece ser a mais grave: uma funcionária o acusa de ter colocado a mão sob a blusa dela no final de 2020.

Cerca de 60 legisladores do estado de Nova York exigem a renúncia de Cuomo e deram ontem o primeiro passo para o processo de impeachment: o Comitê Judiciário da Câmara recebeu autorização para iniciar uma investigação que decidirá se dá lugar ao procedimento.

Os últimos parlamentares democratas a pedir a renúncia de Cuomo nesta sexta-feira foram a jovem estrela da ala esquerda democrata Alexandria Ocasio-Cortez, também chamada pelas iniciais AOC, e o experiente Jerry Nadler.

A denúncia "é preocupante para a segurança e bem-estar imediatos da equipe do governador", disse AOC, que representa os bairros Queens e Bronx, em uma declaração conjunta com outro colega de Nova York, Jamaal Bowman.

“Acreditamos nessas mulheres, nas notícias, acreditamos no promotor e nos 55 legisladores de Nova York que chegaram à conclusão de que o governador Cuomo não pode mais liderar efetivamente diante de todos esses desafios”, concluem em seu comunicado.

Outro legislador nova-iorquino na Câmara dos Representantes, o veterano Jerry Nadler, também considerou que "as repetidas acusações contra o governador e a maneira como ele respondeu a elas tornam impossível que ele continue governando". Ele "perdeu a confiança dos nova-iorquinos" e "deve renunciar", declarou.

Não se sabe quando as investigações serão concluídas. "Ninguém quer mais do que eu que elas sejam conduzidas de forma exaustiva e rápida", afirmou Cuomo, cujo mandato expira no ano que vem. Se a pressão continuar e ele insistir em permanecer no cargo, apenas um processo de destituição poderá retirá-lo do poder. Esse procedimento, sem precedentes desde 1913, requer maioria simples na câmara baixa e dois terços na câmara alta.

O governador de Nova York, Andrew Cuomo, reiterou neste domingo (7) sua negativa de renunciar, apesar dos pedidos para que o faça de parte de influentes colegas democratas por causa de um escândalo de assédio sexual.

"Não vou renunciar por causa de acusações", disse o governador depois que Andrea Stewart-Cousins, líder do Senado no estado de Nova York, disse que ele deveria deixar o cargo "pelo bem do estado".

"Não há forma de que eu renuncie", repetiu Cuomo.

Stewart-Cousins disse em um comunicado que as acusações de assédio contra Cuomo por parte de ex-auxiliares ocorreram em um momento crítico, quando o estado luta contra a Covid-19 e em meio a acusações de que o governo Cuomo gerenciou mal a resposta inicial à pandemia.

"Precisamos governar sem distrações diárias. O governador Cuomo deve se demitir", afirmou.

Carl Heastie, o líder democrata da Câmara Baixa, emitiu um comunicado pouco depois. "Acho que é hora de que o governador considere seriamente se pode satisfazer de forma efetiva as necessidades do povo de Nova York", diz o texto, divulgado pelo The New York Times.

Cuomo, inicialmente elogiado pela gestão da pandemia em seu estado, sofreu uma queda espetacular da opinião pública, e os republicanos também pediram sua renúncia.

Sua ex-assistente Lindsey Boylan alega que o governador lhe deu um beijo na boca impulsivamente, uma acusação que ele negou.

"Nunca toquei ninguém de forma inapropriada", disse Cuomo na quarta-feira. "Não foi intencional, e me desculpo sincera e profundamente", disse.

A procuradora-geral do estado, Letitia James, chefia uma investigação sobre as acusações.

O suposto abuso de crianças em mais de uma dezena de abrigos estaduais no Panamá é "um grito que clama aos céus", afirmou o arcebispo do Panamá, José Domingo Ulloa, nesta quarta-feira (17).

“Como sociedade, devemos lutar para que esse tipo de flagelo não se repita em lugar nenhum”, disse Ulloa.

“O problema é grave e não podemos ignorá-lo, muito menos olhar para outro lugar”, continuou Ulloa durante a missa da Quarta-feira de Cinzas na Basílica Menor Dom Bosco, na Cidade do Panamá.

As declarações de Ulloa vêm após uma investigação de uma subcomissão da Assembleia Nacional do Panamá.

De acordo com as investigações, desde 2017 dezenas de crianças sofreram supostos abusos sexuais, agressões físicas e verbais, abortos forçados e más condições de vida em pelo menos 14 abrigos. Entre os afetados estariam pessoas com deficiência intelectual.

Cerca de 1.000 crianças vivem no Panamá nesses centros destinados a atenção, proteção e cuidado de menores órfãos ou de famílias com alto risco social.

Os abrigos são supervisionados pela Secretaria Nacional da Criança, do Adolescente e da Família (Senniaf), órgão público descentralizado e com diretoria de diversos ministros. Alguns são administrados por várias organizações civis e religiosas.

"Nos enche de profunda tristeza saber de possíveis maus-tratos e abusos" nesses abrigos, disse Ulloa. É "inaceitável", "repreensível" e "um grito que clama ao céu e a toda a sociedade", acrescentou.

A promotoria panamenha já abriu uma investigação sobre o escândalo, que gerou protestos e chocou o país centro-americano.

“É uma situação muito grave”, lamentou o promotor-chefe do Panamá, Eduardo Ulloa, esta semana, após receber o relatório de 700 páginas com as denúncias.

“Estamos falando de pessoas que afetaram e violaram menores”, lembrou a deputada Kayra Harding.

Há dias, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) expressou "sua profunda preocupação" com as denúncias e instou as autoridades panamenhas a "realizar as investigações pertinentes o quanto antes".

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