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Após críticas públicas ao PSL e atritos com o líder da sigla, Luciano Bivar, o presidente Jair Bolsonaro foi convidado nesta quinta-feira, 10, a integrar o Patriota, partido do qual já foi "pré-filiado" no passado.

Antes da campanha de 2018, Bolsonaro chegou a ser apresentado como candidato à Presidência pelo Patriota, então chamado de Partido Ecológico Nacional - PEN. Mas a única ligação entre o então deputado e a sigla foi uma ficha "pré-datada", com a filiação marcada para o dia 10 de março de 2018, assinada por Bolsonaro. À época, ele afirmou que "deve ter casamento, mas ainda é um noivado".

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Bolsonaro queria ainda que o Patriota abrisse mão da ação movida pelo partido no Supremo Tribunal Federal contra o entendimento da Corte de permitir prisões de pessoas condenadas em segunda instância. Ele chegou a dizer que não queria ficar conhecido por pertencer a uma partido que "acabou com a Lava Jato".

O presidente queria que o seu ex-braço direito Gustavo Bebianno - que virou ministro, mas foi demitido - assumisse o comando durante a disputa, o que não foi aceito pelo presidente do partido, Adilson Barroso. Ele chegou a afirmar que Bolsonaro teria sido "envenenado" por Bebianno e que ele queria tomar o "partido inteiro para o grupo de Bolsonaro".

"Fiz das tripas coração para tê-lo com a gente, mudei o nome do partido, mexi no nosso estatuto, dei mais de 20 diretórios para o grupo dele. Mas você não pode ser convidado para entrar em uma casa e depois querer tomar ela inteira para você, expulsando seus moradores originais", afirmou o dirigente em janeiro de 2018.

Em dezembro de 2017, Bolsonaro passou a negociar com o PSL, partido pelo qual disputou e venceu a eleição.

Ainda sem destino certo, o presidente Jair Bolsonaro já tem um teto para dormir caso o casamento com o PSL, de Luciano Bivar, tenha de fato chegado ao fim. O presidente do Patriota, Adilson Barroso, afirmou que está disposto a esquecer do passado e retornar o relacionamento com o presidente.

"O Patriota está à disposição do presidente (Jair Bolsonaro)", afirmou Barroso. Depois de pedir a um apoiador para esquecer o PSL e dar sinais de que pretende mudar de partido, o presidente Jair Bolsonaro tenta encontrar uma saída para deixar a legenda sem que parlamentares de seu grupo percam mandato por infidelidade partidária. Um dos destinos cogitados seria o Patriota controlado por Barroso.

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Em 2017, ainda pré-candidato à Presidência, Bolsonaro desistiu de se filiar ao Partido Ecológico Nacional (PEN), que viraria Patriota, após não chegar a um acerto para o comando da legenda durante as eleições. O presidente queria que o seu ex-braço-direito Gustavo Bebbiano assumisse o comando durante a disputa, o que não foi aceito por Barroso.

Bolsonaro queria ainda que o Patriota abrisse mão da ação movida pelo partido no Supremo Tribunal Federal contra o entendimento da corte de permitir prisões de pessoas condenadas em segunda instância. A legenda entrou com a ação em setembro de 2016 contra a decisão, em uma ação declaratória de inconstitucionalidade. O partido foi assistido pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, conhecido por representar políticos em ações criminais.

"Com o fim da Lava Jato, essa verdade terá um pai. E esse pai se chamará PEN", disse a época Bolsonaro. "Ou o partido descobre uma maneira de desistir da ação... A gente não pode entrar numa possível campanha presidencial sendo atacado como o partido que enterrou a Lava Jato", afirmou no final de 2017 o presidente.

Neste ano, uma ação do filho do presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), paralisou investigações ligadas a Lava Jato e a outras ações iniciadas a partir de dados do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), entre elas processos relacionadas à lavagem de dinheiro por organizações criminosas como o Primeiro Comando da Capital (PCC).

O presidente do Patriota afirmou que não falou com o presidente nos últimos dias, mas declarou que está disposto a sentar com Bolsonaro e aliados para discutir o comando do partido caso eles deixem o PSL.

"Tudo é possível (sobre a possibilidade de abrir mão do partido). O importante é articular uma maneira de ajudar nossa nação", afirmou completando: "Bolsonaro sabe muito bem que tem um partido retaguarda", afirmou Barroso.

Crise

Na quarta-feira, 9, reuniões de emergência entre "bolsonaristas" de um lado e "bivaristas" de outro tentavam encontrar caminhos para o impasse. Reunida na Câmara, a bancada do PSL divulgou uma carta em desagravo a Bolsonaro, pregando um canal de diálogo.

Assinado por 19 dos 53 deputados da sigla, o documento visto como um ultimato diz que "para que o partido contribua para o estabelecimento de uma nova política é preciso que a atual direção adote novas práticas, com a instauração de mecanismos que garantam absoluta transparência na utilização de recursos públicos e democracia nas decisões".

Além do controle do PSL, a disputa entre Bolsonaro e seus aliados e o grupo do Bivar também envolve dinheiro. O partido foi o mais votado nas eleições de 2018, e por isso terá, na próxima campanha, a maior fatia dos fundos públicos usados para financiar candidaturas - estimada em R$ 1 bilhão até 2022.

De olho em 2018, o deputado federal Jair Bolsonaro (PSC-RJ) confirmou, em vídeo, que vai se filiar ao Patriota, nova roupagem do PEN, em março de 2018. Reunido com o presidente nacional da legenda, Adilson Barroso, nesta quinta-feira (23), ele pontuou que o ingresso será pela instalação de um “Brasil diferente”, agradeceu a confiança da direção da legenda e pontuou que a palavra dele "vale mais do que um papel" - referindo-se a ficha de filiação. O curioso, entretanto, é que no site oficial do Patriota diz que filiação do parlamentar aconteceu nesta quinta. 

“Está tudo certo para a nossa filiação em março do ano que vem, juntos partimos para um projeto de um Brasil diferente. Quando se faz isso, um casamento, todo mundo perde um pouco, para que num conjunto nós venhamos a ganhar. O Brasil vai ganhar com esta proposta de uma nova forma de fazer política”, salienta Bolsonaro no vídeo. 

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LeiaJá entrou em contato com o Patriota para confirmar a assinatura da ficha de filiação, mas não conseguiu êxito até o fechamento da matéria. Bolsonaro vai migrar para o partido visando disputar a Presidência da República. Ele é o segundo lugar nas pesquisas de intenções de votos, perdendo apenas para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O presidenciável tem variado entre 19% e 31%, dependendo do cenário verificado. 

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