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Os palestinos bloqueados na Faixa de Gaza aguardam desesperados, nesta quinta-feira (19), a entrada dos caminhões com ajuda humanitária prometidos por Estados Unidos e Egito, no 13º dia de uma guerra que não dá trégua, apesar dos intensos esforços diplomáticos.

Os caminhões que transportam ajuda humanitária para o pequeno território que tem de 2,4 milhões de habitantes estão bloqueados há vários dias na passagem de Rafah, na fronteira com o Egito.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, que viajou a Israel na quarta-feira, afirmou que seu homólogo do Egito, Abdel Fatah al Sisi, aceitou a entrada de até 20 caminhões em Gaza.

Este será o primeiro comboio de ajuda para a Faixa de Gaza desde 7 de outubro, quando o grupo palestino Hamas executou um ataque sem precedentes contra Israel, onde matou 1.400 pessoas, a maioria civis, e tomou quase 200 reféns.

Desde então, Israel mantém o território sob cerco total, com uma onda de bombardeios aéreos e o bloqueio do enclave palestino, além de milhares de soldados preparados para uma incursão terrestre.

A situação em Gaza é crítica, com hospitais saturados e mais de 3.450 mortos e 12.500 feridos desde o início da represália israelense, segundo os números divulgados pelo ministério da Saúde do território, controlado pelo Hamas.

Bairros inteiros foram destruídos e os moradores não têm água, alimentos ou energia elétrica.

- "Estamos preparados" -

Dezenas de pessoas se reuniram na manhã de quinta-feira na passagem de Rafah na expectativa de uma autorização para atravessar a fronteira.

"Estamos preparados com nossas malas", disse Mohammed, 40 anos, que trabalha para uma instituição italiana e aguarda há três dias com a família.

Após a visita a Israel e de muitos contatos por telefone com as autoridades do Egito, Biden anunciou que um número limitado de caminhões deve passar pelo posto de Rafah.

"Queremos a passagem do maior número possível de caminhões. Acredito que há quase 150", disse o presidente americano na quarta-feira à noite.

Biden, no entanto, destacou que a entrada de um segundo comboio dependerá de "como acontecerá a distribuição do primeiro".

"Se o Hamas confiscar a assistência, não deixar passar (...) então será o fim", alertou em uma escala na Alemanha em seu retorno a Washington.

Durante a visita a Israel, o presidente dos Estados Unidos isentou Israel de qualquer responsabilidade no bombardeio do hospital Ahli Arab de Gaza. Palestinos e israelenses trocam acusações sobre o ataque.

O ministério da Saúde do território palestino afirmou que o bombardeou matou 471 pessoas, incluindo deslocados que seguiram para o hospital em busca de refúgio.

Porém, uma fonte de um serviço de inteligência europeu entrevistada pela AFP afirmou que o número de vítimas seria muito menor.

"Não há 200 nem 500 mortos, talvez algumas dezenas, provavelmente entre 10 e 50", disse a fonte, que pediu anonimato. O porta-voz do Exército israelense, Jonathan Conricus, também questionou o número de 471 mortos divulgado pelo Hamas: "Onde estão todos os corpos?", perguntou.

Fotos e vídeos feitos pela AFP mostram dezenas de corpos debaixo de lençóis ou em sacos pretos.

"Com base nas informações que temos até o momento, parece que (o ataque contra o hospital Ahli Arab) foi resultado de um foguete fora de controle disparado por um grupo terrorista de Gaza", disse Biden, que mencionou provas do Pentágono.

- "Evidências" -

Israel afirma ter "evidências" de que a Jihad Islâmica, outro movimento islamita palestino, foi responsável pelo ataque contra o hospital.

Segundo a Jihad Islâmica, grupo aliado do Hamas e considerado terrorista por Estados Unidos, União Europeia e Israel, uma bomba lançada por um avião das Forças Armadas de Israel provocou a tragédia.

Milhares de pessoas protestaram na quarta-feira nos países árabes para expressar indignação com o ataque, que os manifestantes atribuem a Israel, apesar das negativas do país.

Grandes manifestações aconteceram em Amã, Túnis, Beirute, Damasco e outras capitais após o ataque, que gerou apelos por um "dia de fúria" em todo o mundo árabe.

Vários países atuam para evitar uma conflagração regional. O primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, visita Israel nesta quinta-feira para pedir o fim da escalada bélica.

O presidente egípcio e o rei Abdullah II da Jordânia examinarão o conflito em uma reunião no Cairo nesta quinta-feira. Os dois países, que já atuaram diversas vezes como mediadores entre israelenses e palestinos, são contrários a um "deslocamento forçado" de palestinos para seus territórios.

A tensão também persiste na fronteira com o Líbano, onde o Exército israelense e o grupo Hezbollah executam ataques, assim como na Cisjordânia, onde 64 palestinos, incluindo 18 crianças, morreram desde 7 de outubro, segundo os dados mais recentes da ONU.

O chefe da ONU disse nesta segunda-feira (13) que o presidente sírio, Bashar al-Assad, concordou em abrir mais duas passagens fronteiriças para permitir a entrada de ajuda às vítimas do terremoto que deixou mais de 35 mil mortos na região.

Antes da tragédia, quase toda a ajuda humanitária crucial para os mais de quatro milhões de pessoas que vivem em áreas controladas por rebeldes no noroeste da Síria era entregue da Turquia, por meio do cruzamento de Bab al-Hawa.

“A abertura desses pontos de cruzamento, além de facilitar o acesso humanitário, acelerar as aprovações de vistos e facilitar as viagens entre os centros, permitirá que entre mais ajuda, mais rápido”, afirmou o secretário-geral da ONU, António Guterres, em um comunicado.

Ele disse que Assad havia concordado em abrir os pontos de travessia de Bab al-Salam e Al-Rai, da Turquia ao noroeste da Síria, por um período inicial de três meses, para possibilitar a entrega oportuna de ajuda humanitária.

Guterres apontou que, dado que o número de vítimas do terremoto segue aumentando e que os sobreviventes estão expostos às duras condições de inverno na Síria devastada pela guerra, entregar “suprimentos vitais para todas as milhões de pessoas afetadas é de suma urgência”.

“Se o regime estiver disposto a colocar em prática essas palavras, isso seria algo bom para o povo sírio”, reagiu o porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price.

O anúncio ocorre um dia depois de o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, se reunir com Assad em Damasco para discutir a resposta ao terremoto de magnitude 7,8 que atingiu Síria e Turquia em 6 de fevereiro.

A situação é particularmente grave na área controlada por rebeldes no noroeste da Síria, que não pode receber ajuda de partes do país controladas pelo governo sem autorização de Damasco.

O único cruzamento fronteiriço aberto para suporte a partir da Turquia também teve suas operações interrompidas pelo abalo sísmico.

A ajuda nas zonas controladas pelos rebeldes na Síria costumam chegar através da Turquia por um mecanismo transfronteiriço criado em 2014 por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU.

Mas foi questionado por Damasco e seu aliado Moscou, que os veem como uma violação da soberania síria. Sob pressão da Rússia e China, o número de pontos de cruzamento caiu de quatro para um.

As Nações Unidas revisaram, nesta segunda-feira (8), as necessidades de ajuda humanitária de emergência para a Ucrânia, elevando o valor a 4,3 bilhões de dólares até o fim do ano.

"As necessidades financeiras passaram de 2,25 bilhões [estimados em abril] para 4,3 bilhões", declarou, em seu encontro diário com a imprensa, Stéphane Dujarric, porta-voz do secretário-geral da ONU, António Guterres.

A demanda de recursos que a organização previu em abril cobria o período de março a agosto, mas agora as necessidades foram estendidas até o final do ano "devido ao agravamento da situação" e à chegada do frio, explicou.

"Mais de um quarto da população ucraniana - 17,7 milhões de homens, mulheres e crianças - precisará de ajuda humanitária nos próximos meses, ou seja, cerca de 2 milhões a mais que as estimativas de abril", insistiu.

De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla em inglês), 11,7 milhões de pessoas receberam no país algum tipo de ajuda humanitária ao menos uma vez entre o fim de fevereiro e o fim de julho.

E após cinco meses de guerra, "as necessidades continuam aumentando", afirma em seu relatório de avaliação das necessidades publicado nesta segunda.

"Milhares de pessoas sofreram meses de hostilidades intensas, sem acesso adequado a alimentos, água, cuidados médicos, educação e outros serviços essenciais", acrescenta o texto.

Desde o primeiro chamado lançado pela ONU, foram arrecadados 2,38 bilhões de dólares, um apoio "sem precedentes", disse Dujarric.

Os primeiros voos com ajuda humanitária de emergência chegaram a Tonga nesta quinta-feira (20), cinco dias após a erupção vulcânica e o tsunami que devastaram este arquipélago do Pacífico e que o isolaram do resto do mundo.

Tonga está inacessível desde sábado (15), quando uma das maiores erupções vulcânicas em décadas cobriu o território com cinzas, desencadeou um tsunami que atingiu grande parte do Pacífico e cortou os cabos de comunicação submarinos.

Dois grandes aviões de transporte militar da Austrália e da Nova Zelândia aterrissaram no principal aeroporto de Tonga, após a limpeza da pista.

"Aterrissou!", exclamou o ministro australiano de Desenvolvimento Internacional e encarregado das relações com o Pacífico, Zed Seselja, quando o avião C-17 chegou "carregando muitos suprimentos humanitários".

"Um segundo C-17 está a caminho", acrescentou.

A Nova Zelândia confirmou que seu Hercules C-130 também pousou em Tonga.

A ministra das Relações Exteriores da Nova Zelândia, Nanaia Mahuta, indicou que a aeronave transportava água, equipamentos para abrigos temporários, geradores elétricos, itens de higiene e comunicação.

O Japão também anunciou que enviará dois aviões C-130 com ajuda, e outros países como China e França anunciaram sua disposição em ajudar.

No entanto, os rigorosos protocolos anticovid que mantiveram o arquipélago livre de contágios obrigam que os envios sejam entregues sem contato.

Mais de 80% dos 100.000 habitantes de Tonga foram afetados pelo desastre, segundo a ONU, e a água potável é uma das necessidades mais urgentes, pois as cinzas da erupção vulcânica contaminaram as reservas do arquipélago.

Devido ao desastre, as notícias do país têm sido muito limitadas desde sábado e o balanço dos danos é impreciso.

No momento, três mortes foram confirmadas pela erupção e pelo tsunami, cujas ondas atingiram as costas do Chile e dos Estados Unidos.

No Peru, causou a morte de duas mulheres e um derramamento de 6.000 barris de petróleo, afetando a flora e a fauna da costa da província de Callao.

- Navios a caminho -

Em Tonga, os trabalhos dos últimos dias se concentraram na liberação da pista do aeroporto internacional para permitir o pouso de aviões com ajuda humanitária.

O coordenador de crise das Nações Unidas, Jonathan Veitch, disse à AFP na noite de quarta-feira que a pista do aeroporto da ilha principal, que estava coberta por uma camada de 5 a 10 centímetros de cinzas, já estava operacional.

As partículas de poeira podem ser venenosas e também representar um perigo para as aeronaves, pois podem se acumular em seus motores e causar mau funcionamento.

O governo de Tonga disse que o fenômeno natural causou "um desastre sem precedentes", com ondas chegando a 15 metros de altura e destruindo inúmeros povoados nas ilhas próximas ao vulcão Hunga Tonga Hunga Ha'apai.

"O abastecimento de água em Tonga foi severamente afetado pelas cinzas e pela água salgada do tsunami", disse Katie Greenwood, da Federação Internacional da Cruz Vermelha, alertando para o risco de doenças como cólera e diarreia.

Além dos envios aéreos, tanto a Austrália quanto a Nova Zelândia enviaram ao arquipélago dois navios militares com reservas de água e uma usina dessalinizadora com capacidade para filtrar 70 mil litros por dia. Sua chegada está prevista para sexta-feira.

O presidente da Assembleia de Tonga, Fatafehi Fakafanua, assegurou com lágrimas que "toda a agricultura está arruinada".

A erupção foi uma das mais poderosas das últimas décadas, lançando uma onda de pressão que atravessou o planeta a uma velocidade supersônica de 1.230 quilômetros por hora, disse o Instituto Nacional de Pesquisa Marinha e Atmosférica da Nova Zelândia.

Embora as comunicações internas no país tenham sido parcialmente restabelecidas, a ligação com o exterior pode continuar interrompida por muito tempo porque a reparação do cabo submarino rompido demorará pelo menos quatro semanas.

Tonga acelerava, nesta quarta-feira (19), seus esforços para limpar as cinzas de seu principal aeroporto, a fim de permitir a chegada de ajuda humanitária ao país, que passou por um "desastre sem precedentes" após uma poderosa erupção vulcânica no sábado.

A erupção do vulcão Hunga Tonga Hunga Ha'apai expeliu uma nuvem de fumaça de 30 quilômetros de altura, capturada por satélites, lançando cinzas, gás e chuva ácida sobre grandes áreas do Pacífico.

Também provocou um tsunami que atingiu a costa de Estados Unidos, Japão e Chile.

Em Tonga, a subida do nível do mar atingiu "até 15 metros", informou o governo deste país em um comunicado.

Pelo menos três pessoas morreram, e várias ficaram feridas, acrescentou o governo, chamando o fenômeno de "desastre sem precedentes".

O balanço dos danos é dificultado pela queda nas comunicações internacionais após o rompimento de um cabo submarino, cuja reparação pode demorar pelo menos quatro semanas.

Austrália e Nova Zelândia têm aviões militares prontos para enviar suprimentos de emergência para o arquipélago. Ainda não podem voar, porém, devido ao acúmulo de cinzas vulcânicas na ilha principal que pode colocar as aeronaves em risco.

Uma camada de 5 a 10 centímetros de cinzas se acumulou na pista do aeroporto da ilha principal de Tongatapu, informou o Escritório das Nações Unidas para a Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), que está confiante de que poderá ser limpo em breve.

"Pensávamos que estaria operacional ontem, mas não foi completamente limpo, porque mais cinzas estão caindo", declarou Jonathan Veitch, coordenador das Nações Unidas para esta crise.

"Eles estão limpando a um ritmo de 100-200 metros por dia. Isso significa que devem terminar hoje", quarta-feira, acrescentou.

Um navio australiano com ajuda de emergência deve partir em breve para as ilhas, embora a viagem seja de cinco dias no mar. Dois navios neozelandeses partiram na terça-feira com equipes de resgate e suprimentos de água e devem chegar em dois dias.

Tonga foi praticamente isolada do mundo desde a erupção e depende de telefones via satélite para se comunicar com o mundo exterior. A situação pode continuar assim por pelo menos um mês.

"A empresa de cabos americana SubCom diz que levará pelo menos quatro semanas para reparar o cabo de conexão de Tonga", informou o Ministério das Relações Exteriores da Nova Zelândia em um comunicado.

Em Tonga, o governo disse que um vilarejo na Ilha Mango foi completamente arrasado pela onda gerada pela erupção. Outros têm apenas algumas casas de pé.

Em seu comunicado, as autoridades informam sobre o envio de equipes de resgate para retirar os habitantes das áreas mais afetadas, bem como navios do Exército com profissionais de saúde e suprimentos de água, alimentos e barracas.

A atividade do vulcão teve repercussões em todo Pacífico. As ondas anormais causaram um derramamento de óleo no Peru, com uma mancha de pelo menos 18 mil metros quadrados que afeta praias, áreas protegidas e fauna marinha na província de Callao.

Com a recusa do Ministério das Relações Exteriores (Itamaraty) à ajuda humanitária oferecida pela Argentina para a população do Sul da Bahia, o senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP) anunciou que vai convocar o chanceler Carlos Alberto França para dar explicações no Senado. O parlamentar também quer que o dinheiro das férias de Bolsonaro seja devolvido e repassado às vítimas das enchentes.

Na noite dessa quarta-feira (29), o documento oficial enviado ao consulado argentino rejeitou a participação de profissionais especializados para auxiliar as mais de 629 mil vítimas dos temporais na Bahia.

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Randolfe criticou a decisão do Governo Federal e disse que o presidente Jair Bolsonaro (PL) "atrapalha" quem quer ajudar. "O pior presidente da história é esse, que atua contra o povo de maneira deliberada!", apontou.

Férias de Bolsonaro

O senador ainda quer que ele devolva os gastos das férias com a família no Litoral de Santa Catarina para custear ações em prol das pessoas que foram afetadas pelas chuvas. 

Em um apelo por uma mobilização para ajudar os afegãos, o diretor-geral do Comitê Internacional da Cruz Vermelha, Robert Mardini, disse que ainda é difícil prever o resultado na transição que acontece no país, mas que as necessidades humanitárias continuarão altas. Com essa preocupação, algumas organizações já mantêm campanhas para quem quiser doar e ajudar os afegãos, que assistem ao retorno da milícia radical Taleban ao poder no país após 20 anos.

Segundo Mardini, o CICV está aliviada ao ver que a cidade de Cabul está evitando o que poderia ter sido uma guerra urbana devastadora. No entanto, disse, a organização continua atenta aos milhares de civis que estão feridos e foram deslocados em decorrência dos últimos combates em outros centros urbanos.

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Desde 1º de agosto, mais de 7,6 mil pacientes com ferimentos causados por armas receberam tratamento em estabelecimentos de saúde apoiados pelo CICV em todo o país. Nos meses de junho, julho e agosto, mais de 40 mil pessoas feridas por armas foram tratadas nesses estabelecimentos de saúde, explicou ele, prevendo que as equipes de saúde e reabilitação física do CICV deverão receber pacientes nos próximos meses e anos.

"Atualmente, o CICV tem um déficit de financiamento de cerca de 30 milhões de francos suíços (US$ 33 milhões), de um orçamento de aproximadamente 79 milhões de francos suíços (US$ 86 milhões). Fazemos um apelo de fundos aos doadores para um financiamento adicional imediato que tem como objetivo apoiar o nosso trabalho, incluindo na área médica e nos nossos centros de reabilitação física."

A Acnur (Agência da ONU para Refugiados), destacou estar particularmente preocupada com o impacto do conflito sobre mulheres e meninas. Aproximadamente 80% dos cerca de 250 mil afegãos forçados a abandonar suas casas desde o fim de maio são mulheres e crianças, lembrou a organização. "Quase 400 mil pessoas foram forçadas a deixar suas casas desde o início do ano. Esse número soma-se a 2,9 milhões de afegãos já deslocados internamente em todo o país - dado registrado no final de 2020", explica a Acnur.

Segundo a porta-voz da Acnur Shabia Mantoo, as equipes humanitárias, como parte do esforço mais amplo da ONU, avaliaram as necessidades de quase 400 mil deslocados internamente este ano. "Respondendo inicialmente às prioridades mais críticas, foram fornecidos alimentos, abrigo, kits de higiene e sanitários e outros tipos de assistência para salvar vidas, juntamente com parceiros", afirmou a porta-voz.

Ela explica que a esmagadora maioria dos afegãos forçados a deixar suas casas permanece dentro do país, tão perto de suas casas quanto os combates permitem. Desde o início deste ano, segundo Mantoo, quase 120 mil afegãos fugiram de áreas rurais e cidades provinciais para a província de Cabul. "O Acnur pede à comunidade internacional que aumente urgentemente seu apoio para responder a esta última crise de deslocamento do Afeganistão."

Saiba como doar:

- Comitê Internacional da Cruz Vermelha

https://doe.cicv.org.br/doe-africa/people/new

- Acnur

https://doar.acnur.org/acnur/afeganistao.html#doacao-section

Para auxiliar o Brasil no combate à Covid-19, os Estados Unidos anunciaram uma assistência de US$ 6 milhões (aproximadamente R$ 32 mi). Somados com os valores já doados anteriormente, a assistência humanitária dos EUA ao Brasil já soma mais de US$ 12,5 milhões o que representa R$ 66 milhões, aproximadamente. A população da região amazônica tem prioridade para a destinação da ajuda.

Segundo a embaixada dos EUA no Brasil, a Assistência Internacional a Desastres (IDA) da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) está fornecendo essa assistência para manter os cuidados essenciais de saúde funcionando; fornecer programas de engajamento comunitário; prevenir e controlar infecções; fornecer água potável, itens de higiene e assistência alimentar de emergência e fortalecer a capacidade de saúde local. 

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Recursos dos EUA

Em 1º de maio, a USAID forneceu US$ 950 mil em fundos de apoio econômico para incentivar investimentos do setor privado na mitigação dos impactos da COVID-19 nas populações rurais e urbanas vulneráveis no Brasil.

Em 19 de maio, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) disponibilizaram US$ 3 milhões em recursos para fortalecer a detecção de casos, o rastreamento de contatos, a identificação de áreas de transmissão, o controle de surtos e as análises e relatórios de dados.

Em 20 de maio, a USAID forneceu US$ 2 milhões em apoio a comunidades vulneráveis, com foco na região amazônica, para prevenir a transmissão, apoiar o tratamento e ajudar a mitigar os impactos do vírus na saúde. O Departamento de População, Refugiados e Migração (PRM) do Departamento de Estado também viabilizou US$ 500 mil em apoio a migrantes e refugiados venezuelanos e as comunidades anfitriãs no Brasil.

Em 27 de maio de 2020, o Comando Sul do Departamento de Defesa anunciou uma doação de US$ 45 mil em equipamentos de proteção individual para profissionais de saúde e alimentos para a cidade de Manaus e na região amazônica.

O embaixador Todd Chapman falou sobre a última assistência do governo dos EUA: "Esse último anúncio reafirma que estamos trabalhando juntos com nossos parceiros brasileiros e demonstra nosso compromisso contínuo com o povo do Brasil para superar os desafios desta pandemia". 

*Com informações da assessoria

Voluntários da Cruz Vermelha distribuíram nesta terça-feira (16) os primeiros itens de emergência na Venezuela, após meses de disputa entre o governo, que tem negado a existência de uma crise humanitária, e opositores que tentaram utilizar a entrega de ajuda para forçar o presidente Nicolás Maduro a deixar o poder.

No bairro operário de Catia, perto do centro de Caracas, partidários do governo conhecidos como "coletivos" dispararam para o ar quando caminhões com o logotipo da Cruz Vermelha chegaram para a distribuição de tabletes de purificação de água e galões plásticos vazios, entre outros itens. Um pequeno contingente da polícia se apresentou para restabelecer a ordem.

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O governo e a oposição trocam acusações de politizar a crise, enquanto grupos de direitos humanos afirmam que vidas continuam sendo perdidas. Líder da oposição e autointitulado presidente legítimo do país, Juan Guaidó convocou a comunidade internacional a arrecadou centenas de toneladas de ajuda na fronteira com a Colômbia. O presidente Nicolás Maduro, porém, recusava-se a permitir a entrada do material. Em fevereiro, as forças de segurança locais bloquearam pontes fronteiriças e reprimiram líderes oposicionistas que tentavam entregar ajuda.

Na noite desta terça-feira, Maduro tentou conseguir crédito pela chegada do primeiro lote de ajuda internacional da Cruz Vermelha. Ele disse em rede de televisão nacional que seu governo coordenou isso de modo "legal, ordenado, cumprindo os protocolos internacionais". Mas a entrega representa também um reconhecimento tático por Maduro de que o país sul-americano enfrenta uma crise humanitária, algo que durante muito tempo ele qualificou como uma medida de propaganda dos oposicionistas. Fonte: Associated Press.

No dia em que o líder opositor venezuelano Juan Guaidó, autoproclamado presidente interino do país, prometeu concretizar a entrada de ajuda humanitária na Venezuela, as cenas vistas foram de confrontos nas regiões de fronteira com o Brasil e a Colômbia e caminhões retornando aos países de saída sem conseguir entregar as toneladas de alimento e remédios ao povo venezuelano.

Ao menos três pessoas morreram, sendo um adolescente de 14 anos, e 31 ficaram feridas em Santa Elena do Uairén, cidade venezuelana na fronteira com o Brasil, em conflitos com a Guarda Nacional Bolivariana (GNB). Na divisa com a Colômbia, dois caminhões que transportavam ajuda foram incendiados por partidários do presidente Nicolás Maduro na ponte Francisco de Paula Santander, que liga Cúcuta (Colômbia) e Ureña (Venezuela) e 42 pessoas ficaram feridas em confrontos com militares na ponte Simón Bolívar, principal passagem entre os dois países.

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Com os confrontos, os caminhões, que haviam adentrado poucos metros na Venezuela, retornaram para os territórios colombiano e brasileiro.

Na região de fronteira em Pacaraima (Roraima), venezuelanos radicados no Brasil passaram para o lado da Venezuela, queimaram carros e lançaram pedras em militares da GNB, que reagiram devolvendo pedradas, tiros de borracha e gás de pimenta. A situação ficou mais tensa conforme venezuelanos e militares chavistas se aproximaram do marco fronteiriço que divide os dois países.

Pedradas de lado a lado ficaram mais frequentes. Dois carros, entre eles o da reportagem do Estado, ficaram isolados entre os dois lados do confronto e chegaram a ser alvejados por pedras. Um fotógrafo da agência Efe foi atingido por uma pedra.

Após quebrar paralelepípedos em pedaços menores para arremessar contra os guardas, os manifestantes subiram no marco fronteiriço e tentaram hastear a bandeira venezuelana, a meio mastro desde que a divisa foi fechada na quinta-feira. Sem conseguir, acabaram roubando-a.

Quando às pedras se somaram tiros e bombas de gás, houve correria e a Força Nacional de Segurança Pública (FNSP), a Polícia Rodoviária Federal (PRF) e o 7.º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS) agiram para acalmar a situação.

Dois caminhões venezuelanos, dirigidos por voluntários que vivem do lado brasileiro da fronteira, fizeram o transporte da ajuda humanitária de Boa Vista até Pacaraima e, em seguida, para o território venezuelano. Um dos motoristas, Leister Sánchez, afirmou horas antes do confronto que "não temia violência". Após a confusão, ele apenas lamentou. "Não precisamos disso."

Os caminhões, que cruzaram apenas 3 metros adentro a fronteira venezuelana, sem chegar ao posto de aduana, ficaram estacionados durante a tarde, mas após o começo da confusão com a GNB e manifestantes denunciando um suposto infiltrado do chavismo, voltaram para Pacaraima. Ao Estado, outro representante da oposição, Thomas Silva, disse que a orientação era esperar para evitar mais violência. Um representante diplomático americano lamentou à reportagem a desorganização da operação.

Ajuda queimada

Na fronteira da Venezuela com a Colômbia, dois caminhões de uma caravana de quatro também retornaram ao fim do dia. Os outros dois foram incendiados quando os militares venezuelanos bloquearam a passagem da caravana e jogaram bombas de gás lacrimogêneo contra os manifestantes.

Guaidó, que estava na cidade colombiana de Cúcuta, na fronteira com a venezuelana Ureña, culpou no Twitter o governo de Maduro. No meio dos distúrbios na ponte de Santander, em Ureña, onde 42 pessoas ficaram feridas, a deputada da oposição Gaby Arellano acusou os militares de queimarem os veículos.

"As pessoas estão salvando a carga do caminhão e cuidando da ajuda humanitária que (o presidente Nicolás) Maduro, o ditador, ordenou que queimassem", disse aos repórteres.

Na noite de ontem, o presidente colombiano, Iván Duque, e Guaidó condenaram as ações dos militares e disseram que vão buscar novas opções diplomáticas "para encerrar a ditadura Maduro".

Ação diplomática

Depois do confronto envolvendo cidadãos venezuelanos radicados no Brasil e militares da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) na fronteira entre os dois países ontem, o Estado ouviu as primeiras impressões de oficiais do Exército envolvidos na Operação Acolhida e integrantes do pelotão de fronteira do 7.º Batalhão de Infantaria de Selva (BIS), responsável pela segurança na fronteira com a Venezuela.

Os militares brasileiros fizeram uma varredura em solo próximo à linha de fronteira para afastar os últimos venezuelanos que continuavam atacando bases das forças leais a Maduro. Para eles, as forças venezuelanas "agrediram o Brasil" e avançaram sobre a fronteira ao se deslocarem até o último marco físico e revidarem as pedradas, além de terem disparado bombas de gás contra o território nacional.

"Foi um episódio lamentável. Ninguém esperava que isso acontecesse no nosso território. Recebemos uma chuva de gás lacrimogêneo vindo do território venezuelano e esperamos que isso não fique assim", disse o coronel José Jacaúna, chefe da Operação Acolhida, que, segundo ele, foi afetada e paralisada ontem. "Algo deve ser feito em termos de relações internacionais. Alguma ação diplomática em face a esse governo (Maduro) que nos atacou. Não há uma ofensa ao território nacional, mas há rusga."

"Quem vai dizer que foi uma agressão ao País é o presidente (Jair Bolsonaro), nosso comandante. Não reconhecemos o governo Maduro. A diplomacia já disse isso e é quem deve se manifestar", completou.

A situação foi comparada por um militar a conflitos ocorridos durante a missão de paz da ONU no Haiti, liderada pelo Brasil. Ele pediu para não ser identificado e disse que o Exército agiu apenas com alguns militares desarmados na linha de fronteira para "evitar uma escalada desnecessária da violência".

Até o começo da noite de ontem, o governo brasileiro não havia se manifestado em relação à declaração do comandante da Operação Acolhida.

Tranquilidade

Em entrevista ao Estado publicada ontem, o ministro da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva, disse que "não há possibilidade de confronto militar" entre Brasil e Venezuela apesar dos conflitos como os registrados na fronteira na sexta-feira e ontem.

"A determinação que nós recebemos do presidente Jair Bolsonaro é de que, de jeito nenhum, as Forças Armadas brasileiras atravessarão a fronteira", disse o general. "De forma alguma nós vamos manter qualquer ingerência em relação ao território venezuelano."

O ministro também afirmou que não houve o aumento de pessoal militar em Pacaraima e que "a posição das nossas forças no local é de completa normalidade". As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder opositor venezuelano Juan Guaidó, que se autoproclamou presidente do país em janeiro, pretende organizar neste fim de semana assembleias para organizar equipes de voluntários para buscar ajuda humanitária enviada pelos Estados Unidos na cidade de Cúcuta, na Colômbia. Guaidó voltou a pedir que militares rompam com o presidente Nicolás Maduro e permitam a passagem de alimentos e remédios na fronteira.

"Não é um capricho, nem migalhas", disse o opositor. "É uma necessidade. Se bloquearem a fronteira, abriremos um canal humanitário."

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A oposição pretende constranger o Exército a escolher entre seguir bancando Maduro ou ajudar a enfraquecê-lo permitindo a passagem de alimentos e remédios. Muitos dos oficiais da Guarda Nacional Bolivariana (GNB) que protegem a fronteira tem baixas patentes e também sofrem com a crise.

"O momento é agora. Não cometam o crime contra a humanidade de permitir a morte de 300 mil venezuelanos que necessitam de ajuda urgente", disse Guaidó.

Ainda de acordo com o líder opositor, os voluntários terão como objetivo buscar a ajuda na Colômbia e distribuí-la de forma eficaz na Venezuela, com transparência e sem discriminação política.

Não está claro se o governo ordenará o fechamento da fronteira, como fez em 2015 após centenas de milhares de pessoas atravessarem para a Colômbia em busca de alimentos e remédios.

Na ocasião, a fronteira só foi reaberta após negociações entre os dois países. Também não há indícios de como o governo americano, que patrocina a entrega da ajuda, reagirá nesse cenário. Ainda de acordo com representantes da oposição, o volume de ajuda deve aumentar nos próximos dias. "Teremos um tsunami de ajuda humanitária", disse o opositor Léster Toledo, que coordena a entrega da ajuda em Cúcuta. "Haverá um corredor humanitário formado por civis e militares."

O governo de Maduro já afirmou que não permitirá a entrada de comida e remédios no país, que sofre há seis anos com a escassez e a hiperinflação, às vezes com falta de itens básicos como água, sabão e papel higiênico, por que a considera um pretexto para uma invasão americana.

"Não vamos permitir o show da ajuda humanitária falsa. Não somos mendigos. ", disse Maduro. "É um jogo macabro: nos congelam o dinheiro para nos pedir migalhas." (Com agências internacionais)

Um avião carregado com ajuda humanitária do Unicef aterrissou neste sábado (25) em Sanaa, pela primeira em três semanas, desde o bloqueio total imposto no início de novembro pela coalizão liderada pela Arábia Saudita que intervém militarmente no Iêmen, constatou a AFP.

A coalizão interveio no país em março de 2015 para impedir a progressão dos rebeldes iemenitas huthis diante das forças governamentais.

Em novembro, impôs um bloqueio total ao país depois que os rebeldes - que controlam a capital Sanaa e Hodeida - dispararam um míssil balístico em direção a Arábia Saudita em 4 de novembro. O artefato foi interceptado acima do aeroporto internacional de Riad.

Na quarta-feira (22), a coalizão anunciou a reabertura do porto de Hodeida e do aeroporto de Sanaa para o transporte de ajuda humanitária, em resposta aos apelos da ONU.

O representante do Unicef para o Iêmen, Meritxell Relano, anunciou no Twitter que 1,9 milhão de vacinas contra a poliomielite chegaram na capital iemenita no carregamento deste sábado.

Segundo Fundo das Nações Unidas para a Infância, essas vacinas vão ser utilizadas para proteger 600.000 crianças contra a difteria, uma doença que tem progredido rapidamente no país em guerra.

A difteria se somou a uma epidemia de cólera que também atinge o Iêmen. Entre 27 de abril e 8 de novembro, a OMS registrou 913.741 casos suspeitos de cólera e 2.196 mortes ligadas a esta doença, mesmo que o número de casos esteja em queda há várias semanas.

Um fotógrafo da AFP constatou na pista do aeroporto de Sanaa os carregamentos de vacinas.

Três outros aviões fretados pelo Programa Mundial de Alimentos (PAM) e pelo Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) pousaram neste sábado em Sanaa, mas transportando apenas funcionários, de acordo com o jornalista da AFP no aeroporto.

"Posso confirmar que o nosso avião pousou esta manhã em Sanaa", transportando pessoal, indicou à AFP a porta-voz do CICV para o Oriente Médio, Iolanda Jaquemet.

Um porta-voz do PAM indicou que um navio com ajuda ainda estava aguardando autorização para entrar no porto de Hodeida, igualmente controlado pela rebelião

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), o conflito no Iêmen deixou mais de 7.750 mortos e 50.600 feridos, incluindo muitos civis, desde a intervenção da coalizão militar árabe em março de 2015.

O país tem vivido "a pior crise humanitária do planeta", segundo as Nações Unidas, que advertiram recentemente que sete milhões de iemenitas estão à beira da fome em razão do conflito.

"O impacto humanitário do que está acontecendo é inimaginável", disse o coordenador de ajuda da ONU no Iêmen, Jamie McGoldrick.

A guerra no Iêmen opõe as forças do presidente Abd Rabbo Mansur Hadi, que foram expulsas em setembro de 2014 da capital Sanaa, aos rebeldes huthis, muito presentes no norte do país, na fronteira com a Arábia Saudita.

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A simulação de resgate em situações de ajuda humanitária é o melhor caminho para reforçar a atuação conjunta do Brasil com países vizinhos. A avaliação é do ministro da Defesa, Raul Jungmann que visitou o exercício multinacional de simulação de ajuda humanitária, Amazonlog, na tríplice fronteira com o Peru e a Bolívia. A atividade, executada em parceria com os países vizinhos, reuniu cerca de duas mil pessoas em Tabatinga, no Amazonas.

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A cidade fica distante cerca de 1,1 mil quilômetros de Manaus. Só é possível chegar de barco ou avião. O município, com pouco mais de 60 mil habitantes, está localizado na tríplice fronteira com as cidades de Santa Rosa, no Peru, e Letícia, na Colômbia. A cidade foi escolhida pelos militares devido ao difícil acesso e à falta de estrutura, como comunicações, estradas, dificuldades para conseguir grande quantidade de alimentos.

“Aqui, países que são nossos amigos e vizinhos trabalham conosco, exercitam conosco como atender nossas populações, como alimentá-las, como fazer sua triagem e como dar conforto em situações que muitas vezes são de grande calamidade e podem envolver perda de vidas”, disse o ministro na tarde desse sábado (11), após visitar a base internacional montada para abrigar as tropas.

Jungmann presenciou a simulação de distribuição de cargas com vacinas para a população vítima de um surto de hepatite e sobrevoou a demonstração de medidas para atender a população na possibilidade de explosão de embarcações no Rio Solimões.

As atividades fazem parte de um conjunto de simulações das Forças Armadas para treinar procedimentos de ajuda humanitária em caso de catástrofes como secas, enchentes, terremotos. Uma base militar multinacional foi montada para dar suporte a militares e socorro emergencial às “vítimas”.

As ações contam com a participação de diversos órgãos governamentais como a Polícia Federal, o Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama), a Fundação Nacional do Índio (Funai), a Defesa Civil, o Ministério das Relações Exteriores.

As simulações envolveram o uso de helicópteros, aviões, além de diversas embarcações para as ações de simulação de acidentes. Também foram feitos atendimentos de saúde para a população ribeirinha e comunidades indígenas do Brasil e dos países vizinhos. Alguns dos exercícios contam com a participação de "figurantes".

EUA

O exercício, previsto para terminar amanhã (13) conta com a presença de militares dos Estados Unidos e de outros países. A presença dos americanos foi motivo de polêmica. Parlamentares da oposição questionaram a presença dos norte-americanos com o argumento de que isso poderia representar uma ameaça à soberania do país.

Pelo Brasil, participam cerca de 1.550 militares; a Colômbia enviou 150; o Peru, 120; e os Estados Unidos, 30. Os americanos participaram como observadores integrados. Eles cederam uma aeronave C-130 para deslocamento de equipamentos e pessoal. Outros países, como Alemanha, Rússia, Canadá, Venezuela, França, Reino Unido e Japão, também enviaram observadores.

Para o ministro, essas críticas em relação à participação dos EUA são “míopes”. “Isso mostra total desconhecimento, porque já participamos desse mesmo exercício nos EUA, sem qualquer problema”, disse. “A atividade reforça a ideia de ajuda humanitária. Temos que dar as mãos quando se trata de atender as populações. Quando houve catástrofes no Peru; no Chile, nós lá estávamos... a forma como a Colômbia tratou a Chapecoense depois do acidente. É isso que queremos: ajuda mútua em favor dos nossos povos”, acrescentou o ministro ao se referir ao acidente de avião com o time brasileiro que matou 71 pessoas e deixou apenas quatro sobreviventes.

Roraima

De Tabatinga, o ministro voou para Roraima, onde desceu na região de Pacaraima, na fronteira com a Venezuela. Lá, ele acompanhou a situação dos venezuelanos que estão migrando para o lado brasileiro. Recentemente, a cidade inaugurou um abrigo com capacidade para 200 pessoas. “Hoje as Forças Armadas e outras agências já cuidam de boa parte do atendimento das pessoas que chegam ao Brasil através de Roraima e vamos continuar ajudando e na medida em que se faça necessário”, destacou.

O Brasil é o segundo país do mundo que mais recebe venezuelanos. Em primeiro lugar estão os EUA com 18,3 mil pessoas. Aqui, até o momento foram cerca de 13 mil solicitações de refúgio. Os dados são da agência das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

De acordo com uma projeção da Organização das Nações Unidas (ONU), das 128 milhões de pessoas que precisarão de ajuda humanitária no mundo até o fim de 2017, 75% são mulheres e meninas. Uma das práticas mais comuns de violência contra as menores é o casamento infantil ilegal. Segundo a diretora-executiva do Fundo de População da ONU, Natalia Kanem “Uma em cada quatro garotas estará casada antes de completar 18 anos, e uma em cada cinco adolescentes de 15 a 19 anos já terá dado à luz”.

No cenário das epidemias, o relatório afirma que apenas uma em cada três meninas infectadas pelo HIV tem informação suficiente sobre prevenção. Isso explica o contágio semanal de 6,9 mil adolescentes e jovens, entre 15 e 24 anos, pela doença. Na porção mais carente do continente africano, a chamada África Subsaariana, 75% dos novos casos de HIV/AIDS são de mulheres entre 15 e 19 anos.

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Para frear o avanço da doença a ONU criou uma agenda em que os países membros que assinaram o documento se comprometem a adotar políticas efetivas de combate à violência contra as mulheres. A entidade esperar acabar com a epidemia de AIDS até 2030.

As Nações Unidas advertiram nesta terça-feira sobre a situação "desesperadora" dos refugiados sírios, um dos aspectos abordados pela conferência de dois dias organizada entre a ONU e a União Europeia (UE) em Bruxelas para discutir o futuro da Síria e a ajuda internacional.

"A situação está ficando vez mais desesperadora", disse em um comunicado o alto comissário da ONU para os refugiados, Filippo Grandi, que celebrou as doações "já realizadas", mas advertiu que "elas não respondem na realidade às necessidades".

As agências da ONU para os Refugiados (ACNUR) e para o Desenvolvimento (PNUD) indicaram que a ONU recebeu apenas 433 milhões de dólares dos 4,63 bilhões considerados necessários para ajudar em 2017 os cinco milhões de refugiados que vivem no Egito, Iraque, Jordânia, Líbano e Turquia.

"Sem fundos adicionais, todas as áreas serão limitadas neste ano", alertam no comunicado. De acordo com Grandi, "já estamos vendo crianças que não podem ir à escola, famílias que não podem ter acesso a um refúgio adequado ou cobrir suas necessidades básicas".

A ajuda da ONU também serve para atender aos cerca de 4,4 milhões de habitantes dos países vizinhos, cujas vidas são afetadas pela presença de um grande número de refugiados. "A história é a mesma em toda a região", disse Helen Clark, administradora do PNUD.

Esperava-se que a conferência, à qual foram convidados mais de 70 países e organizações internacionais, servisse para fazer um balanço sobre as promessas e doações feitas pela comunidade internacional em fevereiro de 2016 durante um encontro similar em Londres. Na época, foram prometidos cerca de 11 bilhões de dólares em ajuda e 41 bilhões de dólares em empréstimos com taxas de juros reduzidas e a vários anos.

Mas a ONU fechou o ano de 2016 sem financiamento para quase a metade de seus programas relacionados ao conflito sírio, que descreveu como "a pior catástrofe provocada pelo homem desde a Segunda Guerra Mundial". Nas cidades sitiadas, os poucos hospitais que resistiram aos bombardeios, ou nos campos de refugiados nos países vizinhos, as necessidades são enormes.

Para 2017, as Nações Unidas calculam que precisarão de 8,1 bilhões de dólares, 4,7 bilhões dos quais seriam destinados aos refugiados sírios e às comunidades dos países da região que os acolhem.

Além disso, a União Europeia (UE) espera que a conferência também seja útil para as negociações entre a oposição e o regime sírio, sob os auspícios da ONU, discutindo as possíveis ações para reconstruir a Síria.

Embora a chefe da diplomacia europeia, Federica Mogherini, tenha admitido há alguns meses que conversar sobre o pós-guerra na Síria poderia parecer um pouco "surreal", afirmou na segunda-feira que estas negociações "não começarão até o início de uma transição política."

O Escritório da ONU para Redução do Risco de Desastres pediu apoio urgente de US$ 2,7 bilhões para o plano de recuperação do Haiti, em três anos. O valor equivale à perda que o país sofreu depois da passagem do furacão Matthew, há seis meses, e representa 32% do Produto Interno Bruto  haitiano. O pedido foi feito na véspera da 5ª Plataforma Regional para Redução do Risco de Desastres nas Américas, que começa amanhã (7) em Montreal, no Canadá.

Segundo o representante especial das Nações Unidas para Redução do Risco de Desastres, Robert Glasser, o que ocorreu no Haiti revelou "dados perturbadores" sobre os países menos desenvolvidos, que “não têm capacidade para responder adequadamente aos efeitos da mudança climática e ao aumento da intensidade e da frequência dos desastres relacionados ao clima".

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Glasser disse que "apesar dos sistemas do governo para a proteção de civis terem evitado muitos óbitos, é inaceitável que mais de 600 pessoas tenham morrido por causa de um furacão previsto com antecedência".

Desastres arrasadores

A magnitude das perdas é suficiente para "arrasar qualquer economia". Além disso, o desastre aconteceu depois de dois anos de seca no país que afetou a segurança alimentar de um milhão de pessoas e do terremoto de 2011, que custou 120% do PIB.

Calcula-se que o Haiti tenha perdido, em média, 2% do seu PIB todos os anos, entre 1975 e 2012, devido a desastres relacionados ao clima.

O representante especial da ONU disse que, em 2012, mais de 58% dos 10,7 milhões de haitianos viviam com menos de dois dólares e 40 centavos por dia e um quarto da população vivia na extrema pobreza, com menos de um dólar e 23 centavos diários.

Da ONU News

O Papa Francisco denunciou nesta segunda-feira, na sede do Programa Mundial de Alimentos (PAM), em Roma, a contradição entre a livre circulação "jactanciosa" das armas e os muitos obstáculos que afetam o acesso à ajuda humanitária.

"Enquanto as ajudas e os planos de desenvolvimento são obstruídas por intrincadas e incompreensíveis decisões políticas, por visões ideológicas enviesadas ou por insuperáveis barreiras alfandegárias, as armas não o são", denunciou o pontífice na sede do organismo da ONU, responsável pela distribuição de ajuda humanitária.

"Não importa a procedência das armas, já que circulam com uma liberdade jactanciosa e quase absoluta em tantas partes do mundo", afirmou o papa. "E deste modo são as guerras que se nutrem, não as pessoas", completou.

De acordo com Francisco, "em alguns casos a mesma fome se utiliza como arma de guerra". Assim, "as vítimas se multiplicam" porque às pessoas que "morrem de fome e esgotamento se adicionam os combatentes que morrem no campo de batalha e tantos civis caídos na disputa e nos atentados", disse o pontífice, que não fez referência ao massacre de Orlando, que já havia condenado no domingo, quando chamou o atentado de "loucura homicida" e "ódio sem sentido".

A fome no mundo e o tráfico de armas são temas recorrentes nos discursos de Francisco desde que se tornou papa, em 2013.

O número de mortos do terremoto de magnitude 7,8 que arrasou cidades ao longo da costa do Equador na semana passada subiu para 654, com mais 58 pessoas desaparecidas, informou o governo do país no sábado. O site da Secretaria de Gerenciamento de Risco do Equador informou que 113 pessoas foram resgatadas com vida após o terremoto e mais de 25 mil pessoas permaneciam em abrigos.

Centenas de abalos secundários atingiram o país desde o terremoto, que ocorreu na noite de 16 de abril, e equatorianos ainda estão dormindo do lado de fora e lutando para encontrar comida e água. Está chegando ajuda do exterior, mas trabalhadores humanitários têm advertido sobre atrasos na distribuição de água e que doenças transmitidas por mosquitos podem se espalhar pelo país.

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O presidente do Equador, Rafael Correa, disse que o tremor causou US$ 3 bilhões em danos e afirmou que o esforço de reconstrução levará anos. A sua administração está elevando temporariamente os tributos para financiar a recuperação. Mesmo antes do terremoto, o Equador se preparava para medidas de austeridade. O Fundo Monetário Internacional prevê que a economia do país encolherá 4,5% neste ano. Fonte: Associated Press.

Com a crise política em diversos países ao redor do mundo e o constante debate sobre a crescente discriminação e criminalização dos refugiados, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e a Cáritas Brasileira, entidade que trabalha na defesa dos direitos humanos, promovem no início deste ano uma campanha de solidariedade em prol dos migrantes e aos mais de 60 milhões de refugiados.

A ideia é que sejam arrecadados recursos financeiros na campanha, que serão destinados a diversas ações de conscientização e sensibilidade da sociedade na causa. Os organizadores buscarm uma maior visibilidade à temática, através das políticas educativas. Além disso, também haverá uma ajuda humanitária, com a criação de novos centros de acolhimento e atendimento. A população de migrantes e de refugiadas passam constantemente por situações de constrangimento, os tornando vulneráveis economicamente e mais sujeitas à violência.

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Para os interessados em ajudar na causa, a coleta de solidariedade será feita por meio das seguintes contas, a cargo da Cáritas Brasileira e em favor dos migrantes e refugiados:

Caixa Econômica Federal

Agência: 1041

Operação: 003

Conta Corrente: 3735-5

Banco do Brasil

Agência: 3475-4

Conta corrente: 32.792-1

Um novo comboio de ajuda humanitária seguia nesta quinta-feira para a cidade síria sitiada de Madaya, cujos habitantes sofrem de fome extrema. Um porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) confirmou a saída do comboio de Damasco, com quase 50 caminhões, que transportam alimentos e medicamentos.

Na segunda-feira, o governo sírio autorizou a passagem de 44 caminhões com ajuda humanitária para a cidade de 42.000 habitantes. Além disso, um comboio com 17 caminhões seguia nesta quinta-feira para as localidades xiitas de Fua e Kafraya, na província de Idleb, noroeste, ambas sitiadas pelos rebeldes.

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O CICV solicitou novamente na quarta-feira o fim de tocos os cercos de cidades na Síria, que afetam 400.000 pessoas.

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