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Ao reforçar as críticas ao governo Bolsonaro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a necessidade de um ajuste fiscal que contemple gastos para as áreas de saúde, educação e transporte. De acordo com o petista, o atual governo "joga em cima das costas do pobre" os problemas orçamentários do País, enquanto realiza um desmonte dos direitos conquistados pela CLT.

"É preciso fazer ajuste fiscal porque não se pode gastar dinheiro com saúde, educação, transporte, com nada que interesse ao pobre, quando na verdade gastar dinheiro para cuidar da saúde é investimento. Porque uma pessoa saudável não dá prejuízo, ao contrário, dá lucro à nação", disse o petista neste sábado (25), durante reunião com movimentos da periferia de São Paulo.

As declarações vieram como uma resposta às manifestações dos grupos que integraram o evento. Em pouco mais de três horas, representantes de diversos movimentos tiveram um espaço à fala e, apesar dos elogios à gestão do ex-presidente, cobraram que, no Planalto, o PT invista mais em ações relacionadas ao desenvolvimento da periferia e do auxílio da comunidade negra do País.

Lula assumiu o compromisso afirmando que se chegar novamente à cadeira presidencial terá que fazer "muito mais" pelo País, já que sua administração será comparada com suas gestões anteriores. "E eu estou convencido de que a gente tem que fazer muito mais", disse.

A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou, no final da noite dessa terça-feira (13), por 48 votos a 37, o texto-base do pacote fiscal proposto pelo governador João Doria (PSDB). Com a intenção de poupar despesas no Orçamento do próximo ano, a proposta extingue estatais e fundações, reduz benefícios fiscais na cobrança de impostos, e autoriza um plano de demissão voluntária incentivada que pode atingir cerca de 5 mil servidores estaduais.

Os deputados ainda devem votar se recusam, ou não, trechos que foram retirados do projeto original. A votação final do projeto deve decidir sobre a extinção de quatro entidades (Fundação para o Remédio Popular, Fundação Oncocentro, Instituto de Medicina Social e de Criminologia e Fundação Instituto de Terras), a alteração na cobrança do Imposto sobre Transmissão "Causa Mortis" e Doação de Quaisquer Bens ou Direitos (ITCMD), e um artigo que obrigaria universidades, a Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) e fundos ligados a funcionários da segurança pública de repassar seus superávits financeiros de 2019 ao Tesouro estadual.

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Por volta de 0h40, desta quarta-feira (14), a sessão foi encerrada e a decisão sobre o restante do pacote postergada. A próxima sessão extraordinária ainda não tem data para ocorrer. A expectativa é de que esses itens sejam retirados definitivamente do projeto, após um compromisso do governo estadual em recuar desses pontos.

A tramitação do pacote fiscal, o mais abrangente projeto enviado por Doria desde o início de seu governo, foi marcada pela união de partidos com diferentes tendências ideológicas contra a proposta. A oposição conseguiu barrar o projeto por quase duas semanas no Plenário, deixando de comparecer.

O governo, no entanto, o conseguiu furar o bloqueio com dissidências no PSL e no PTB. A deputada Janaína Paschoal (PSL) teve suas sugestões de alteração aceitas pela base governista, e passou a votar favoravelmente. Além disso, a presença do deputado Roque Barbieri (PTB) foi decisiva para alcançar o quórum mínimo de 48 deputados. Ele também votou "sim" ao projeto.

Seu colega de bancada, o deputado Douglas Garcia, classificou a votação como "a maior vergonha na história dessa Assembleia". O líder do partido, deputado Campos Machado, foi à tribuna para falar em "traição" logo no início da sessão.

"Eu fiz uma escolha, assumo a minha escolha: escolhi salvar os serviços de saúde importantíssimos para os mais pobres", disse Janaína, na tribuna. Ela insistiu que, se não fosse por sua proposta de emenda, o projeto seria aprovado integralmente. "Estão querendo criar o factóide de que eu fui o voto decisivo, não fui. O projeto ia passar na íntegra porque o governo trouxe todos os votos."

A previsão inicial do governo era de que, em seu formato original, o pacote pouparia cerca de R$ 8,8 bilhões no Orçamento. Caso os trechos destacados sejam derrubados pela Assembleia, um novo cálculo do valor economizado terá de ser feito.

"Chegamos a um ponto em que conseguimos explicar para mais alguns deputados que, eu acho, entenderam os pontos principais do projeto", disse o relator especial, deputado Alex de Madureira (PSD), um dos principais aliados do governo na tramitação do pacote. "Com essas mudanças no roteiro de votação, alguns pontos que foram destacados, reverteu alguns votos para que o projeto seja aprovado."

Além de desagradar partidos da esquerda, por causa da extinção de estatais, o projeto também desagradava parlamentares da direita por causa das autorizações para a cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). Deputados do Novo, alas do PSL e alguns integrantes da bancada da bala alertavam, durante as discussões do pacote, para o risco de aumento da cobrança do imposto sobre itens da cesta básica. Um dos artigos do projeto trata alíquotas abaixo de 18% como benefício fiscal. Abaixo dessa faixa de cobrança estão produtos como ovos, carne, etanol e medicamentos genéricos. O governador já se comprometeu publicamente a não aumentar a cobrança sobre itens básicos de alimentação nem remédios.

"Depois de muita confusão e de perceberem que o projeto não iria avançar, eles cederam uma pequena parte à deputada Janaína Paschoal que teve, praticamente, o seu roteiro aceito por completo", ironizou o deputado Caio França (PSB), na tribuna, ao criticar o pacote. A bancada do PSB também ficou rachada, com parte dos parlamentares favoráveis ao projeto.

Mais importante projeto de lei enviado ao Legislativo paulista desde a posse do governador João Doria (PSDB), o pacote fiscal mobilizou entidades de diferentes setores e ampliou a oposição ao tucano na Assembleia Legislativa. Ao propor desde a extinção de autarquias até o fim de benefícios fiscais, o texto uniu rivais, gerou críticas até dentro do PSDB e já passou mais de uma semana emperrado no plenário da Casa.

Na noite desta terça-feira (6), a base do governo tinha a expectativa de conseguir o último voto necessário para destravar a discussão e encaminhar o texto para votação em primeiro turno. Mas não houve quórum suficiente para realizar as sessões e a votação foi adiada pela quarta vez.

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A dificuldade do governo em conseguir a aprovação dos deputados é a pior desde o início desta legislatura. Entre os setores que se mobilizaram contra o pacote estão órgãos tão diversos quanto o Fórum Paulista do Agronegócio, sindicatos e associações de funcionários públicos e o Conselho dos Reitores das Universidades Estaduais (Cruesp). Isso criou uma coalizão inusitada de partidos que se opõem ao projeto, com PT, PSOL, Novo, PSL e partidos de centro, que não costumam votar juntos.

A situação se agravou com a proximidade das eleições municipais, e a avaliação é a de que o voto favorável ao pacote pode prejudicar os deputados estaduais e seus aliados.

Até uma correligionária de Doria se juntou, na terça, aos críticos do ajuste fiscal. A senadora Mara Gabrili (PSDB-SP), que chegou a ser cotada para ser vice na chapa de Bruno Covas, usou as redes sociais para cobrar mais discussão sobre o projeto. Ela citou os cortes de orçamento previstos em fundações e universidades, como Fapesp, USP e Unesp. "Ajuste fiscal é preciso, mas não aniquilando áreas vitais para o desenvolvimento econômico e social."

Impostos

O projeto vem sofrendo críticas de deputados e entidades que alertam para o risco de aumento da cobrança do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) sobre itens da cesta básica. Um dos artigos do projeto trata alíquotas abaixo de 18% como benefício fiscal. Abaixo dessa faixa de cobrança estão produtos como ovos, carne, etanol e medicamentos genéricos.

"Quando chega no final da cadeia (produtiva), você está tributando duas, três vezes a mais. E está tributando principalmente a população mais carente, precisamos tomar cuidado com isso", diz o coordenador do Fórum da Agropecuária, Edivaldo Del Grande. Ele diz que reuniões com o governo para pedir a alteração do texto não tiveram resultado. Na segunda-feira, Doria disse que não haverá alteração nas alíquotas de isenção nos produtos que compõem a cesta básica de alimentos e a de medicamento.

Em outra frente, servidores públicos protestam contra a extinção de estatais, autarquias e fundações. "Somos a favor da recusa e de uma rediscussão, ouvindo os setores afetados, para saber o reflexo e ver a intensidade e o que pode ser feito", diz o presidente da Associação dos Funcionários Públicos do Estado (Afpesp), Álvaro Gradim. 

Devido à tramitação em regime de urgência, o projeto de ajuste fiscal enviado pelo governador João Doria (PSDB) à Assembleia Legislativa de São Paulo poderá ser votado em plenário a partir da próxima segunda-feira (28), sem passar pelas comissões temáticas.

A Alesp foi autorizada a se reunir presencialmente após decisão do presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, Geraldo Francisco Pinheiro Franco, que cancelou na quarta-feira (23) o veto a reuniões na Casa. A proibição havia sido determinada no dia anterior.

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As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), defendeu, nesta quinta-feira (20), o pacote de ajuste fiscal enviado pelo Executivo estadual à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na semana passada. Em entrevista à Rádio Eldorado, Doria foi questionado sobre o dispositivo da proposta que determina o repasse de superávits financeiros de autarquias e fundações ao Tesouro estadual e afirmou que a medida não prejudica a pesquisa nas universidades. O pacote foi anunciado como resposta à previsão de déficit bilionário nas contas públicas em 2021.

"A proposta é que o caixa excedente das universidades possa ser destinado pelo governo para custeio de serviços essenciais na área da saúde e na área de educação, inclusive o pagamento de salário de professores, pesquisadores e demais servidores das próprias universidades. (...) Nenhuma universidade perderá recursos para a realização das suas pesquisas", disse o governador.

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A proposta envolvendo a devolução de recursos por parte das universidades e fundações foi uma das mais contestadas na Alesp, ao lado de algumas proposições de privatizações. O Conselho Superior da Fundação de Amparo à Pesquisa de São Paulo (Fapesp) divulgou nota, na quarta-feira (19), em que critica a proposta, classificando como "erro técnico" o tratamento dos superávits como "sobra" de dinheiro.

"No caso da Fapesp, o valor em referência é de cerca de R$ 560 milhões. Ocorre que, ao término de 2019, os compromissos da Fapesp com projetos de pesquisa, bolsas de estudo, programas de inovações com empresas, centros de excelência e outros programas eram de R$ 1,6 bilhão, fruto da natureza plurianual dos projetos que a instituição apoia", diz a nota do conselho. "É, pois, um erro técnico tratar o 'superávit financeiro' do balanço como sobra. São recursos necessários para fazer frente a compromissos já assumidos em um ambiente em que a receita depende da arrecadação tributária do Estado - esta sim variável em função do nível da atividade econômica."

Na entrevista, Doria afirmou que a reforma não paralisaria nenhuma pesquisa e chamou de "fake news" as tentativas de caracterizá-la assim. "A reforma administrativa continua respeitando a autonomia das universidades. Mantém a vinculação entre os recursos do ICMS e as instituições, todas elas, inclusive a Fapesp", disse o tucano.

O governador ainda classificou como "saudável e democrático" o debate na Alesp sobre o projeto e aproveitou a defesa da proposta para criticar o governo federal, cujo debate sobre o orçamento do próximo ano tem elevado a tensão entre os ministérios.

"Erro de proposta é você querer furar o teto, o limite de gastos, como está se comentando no governo federal e o ministro Paulo Guedes (Economia) tem sido o bastião de resistência a isso. Aqui em São Paulo nós não vamos fazer nenhum tipo de populismo diante dessa circunstância. Faremos a reforma administrativa como deve ser feita."

Doria segue em isolamento social após ter sido diagnosticado com covid-19. No 10º dia de isolamento, ele e a primeira-dama, Bia Doria, vão repetir os exames nesta quinta-feira a fim de descobrir se já passaram da fase infecciosa da doença e se desenvolveram anticorpos ao vírus. Os dois permanecem assintomáticos, de acordo com o governador.

O pacote

O pacote fiscal também propõe a extinção de dez entidades estaduais. Entre elas estão fundações e institutos, além das estatais Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (Emtu). O governo Doria diz que o critério para sugerir o fim das entidades é que elas não teriam mais "sentido de existência" na estrutura governamental que a gestão planeja. A estimativa é economizar cerca de R$ 300 milhões por ano com o fim das dez entidades, pouco menos de um terço do valor repassado a elas no ano passado.

O rombo orçamentário previsto para 2021 é de R$ 10,4 bilhões, e o governo estadual prevê economizar R$ 8,8 bilhões caso o pacote de ajuste fiscal seja aprovado sem alterações na Alesp. Deputados estaduais já apresentaram 57 emendas, inclusive com a intenção de impedir o fim de fundações, institutos e estatais.

'Cloroquina para ema'

A crítica ao governo federal não ficou restrita à questão orçamentária. Questionado sobre qual seu papel como governador na oposição ao presidente Jair Bolsonaro, Doria disse que não tem medo do Bolsonaro. "Já me posicionei várias vezes criticando posições equivocadas do presidente, tanto posições de saúde, quanto as ameaças que já fez à própria democracia no País. Mas não posso, diante da função que tenho como governador do Estado, cumprir o papel que deve ser cumprido por deputados e senadores. Eles foram eleitos para cumprir o interesse legítimo da população e é lá no Congresso Nacional que essa oposição deve ser feito."

Apesar da declaração, Doria defendeu a condução da crise pelos gestores estaduais e reprovou a atitude do presidente.

"Nós aqui não politizamos a pandemia e nem a vacina. Não é a posição de São Paulo. Aliás, eu não vejo nem sequer um dos governadores fazendo isso. Observo todos os governadores dos Estados brasileiros focados na proteção a sua população", disse Doria.

E completou: "Eu não conheço nenhum governador que tenha propagado o uso ou consumo de medicação não autorizada. Eu não vejo nenhum governador oferecendo cloroquina para ema ou recomendando a cloroquina indiscriminadamente", afirmou o tucano, em uma referência a uma imagem em que Bolsonaro aparece exibindo uma caixa do medicamento nos jardins do Palácio da Alvorada.

As dez fundações, institutos e empresas estaduais que podem ser extintas, caso o ajuste fiscal proposto pelo governador João Doria (PSDB) seja aprovado, receberam R$ 993,8 milhões do Orçamento no ano passado. O valor corresponde a 9,5% do rombo previsto para o ano que vem, motivo dado por Doria ao apresentar o pacote à Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp) na semana passada.

Deputados apresentaram 57 propostas de alteração do texto enviado pelo governo até a publicação desta matéria. A maior parte das emendas trata de evitar a extinção das dez estatais e a retirada de recursos das universidades estaduais e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp). Segundo o texto proposto pelo governo, o corte em entidades educacionais pode chegar a R$ 1 bilhão, o que gerou protestos na comunidade acadêmica.

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A intenção do governo é economizar, ao todo, R$ 8,8 bilhões no ano que vem com o pacote de ajuste. O rombo no Orçamento deve ser de R$ 10,4 bilhões, na previsão do Palácio dos Bandeirantes, devido à queda de arrecadação de impostos com a pandemia do novo coronavírus.

Algumas das estatais que devem ser cortadas têm suas próprias fontes de recurso e são superavitárias. É o caso da Fundação Oncocentro (Fosp), que informou ter gerado R$ 3,7 milhões em receitas ano passado. Ao fim de 2019, descontadas as despesas, a Fosp teve R$ 525 mil de superávit em seu caixa.

A fundação é responsável por exames para detectar câncer, atendimento de pacientes e pesquisa em cancerologia e outros serviços, como a confecção de próteses faciais personalizadas para vítimas que perderam parte do rosto. O Instituto de Medicina Social e de Criminologia, com 94 funcionários, teve superávit de R$ 7,7 milhões.

O balanço do último ano da Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU) registra que a estatal recebeu R$ 371 milhões de recursos públicos e apresentou "lucro" de R$ 283 milhões. A maior fonte de receitas é a venda de imóveis construídos por meio dos programas governamentais e pagos pelas famílias beneficiadas. "Nos últimos anos a CDHU conseguiu ser uma empresa que não depende do Orçamento", disse o presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas e Cooperativas Habitacionais (Sincohab), Gerson Primiani.

Segundo a economista Mariana Carneiro, professora do Insper, a extinção de estatais nem sempre gera retorno imediato. Parte dos cargos e serviços é deslocada para outras repartições, o que significa que o Orçamento dessas entidades não deverá ser totalmente eliminado. "Existe uma demanda de serviços que o Estado precisa cumprir mesmo sem aquela entidade", disse a economista. "Provavelmente essa extinção vai deslocar cargos, carreiras, para outras partes do governo. Eles não vão deixar de existir, muitos desses servidores têm estabilidade. Isso você não elimina da noite para o dia."

Para estimar o tamanho das empresas no Orçamento, o levantamento do Estadão considerou os pagamentos em 2019 registrados no Portal da Transparência estadual, e considerou repasses de recursos públicos descritos nos balanços das duas empresas estatais da lista, CDHU e Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU).

Emendas

Apesar de considerar "necessária" a reforma proposta por Doria, o deputado Rafa Zimbaldi (PL), diz que é preciso reduzir o custo da máquina pública com planejamento. Ele é autor de cinco emendas. Uma delas pede a preservação das reservas financeiras da Fapesp. A proposta do governo diz que, ao final de cada ano, todo o superávit das autarquias e fundações deve ser transferido ao tesouro estadual para o pagamento de aposentadorias e pensões.

"A sobra de recursos das autarquias universitárias e da Fapesp de um ano para o outro não constitui em forma de superávit, mas em reserva financeira para as pesquisas do ano seguinte. E as pesquisas são de longa duração, se estendem por mais de um ano", disse. "Nesse momento da pandemia nós vimos a importância das universidades públicas e das pesquisas. Não podemos sair cortando tudo."

O deputado destacou os respiradores desenvolvidos pela USP durante a crise do coronavírus. "O respirador pela empresa chinesa custava 183 mil, enquanto o da USP era 5 mil. Nossas universidades representam muito para o Estado, em vez de cortar recursos, precisamos investir mais."

Parlamentar com maior número de emendas, Campos Machado (PTB) propôs 14 mudanças, entre elas a preservação do superávit das universidades e da Fapesp e a não extinção de estatais. "A extinção de empresas pode gerar o desemprego de 10 mil de pessoas", disse.

Economia prevista

O secretário de Orçamento e Gestão de São Paulo, Mauro Ricardo, disse que o governo estadual levou em conta as finalidades das autarquias que estão na lista de extinção enviada à Assembleia Legislativa, e não necessariamente o tamanho no Orçamento e as receitas geradas pelas entidades. Com a extinção das dez entidades, ele prevê economizar, em média, R$ 300 milhões por ano.

Mauro Ricardo disse, ainda, que não vê "sentido de existência" para os institutos, fundações e estatais que o governo apontou. Ele diz que boa parte dos órgãos devem perder a finalidade a partir do momento que o governo fizer concessões nas áreas de meio ambiente e infraestrutura. "Nós vamos melhorar as funções do Estado, os serviços prestados, e vai ser mais barato do que é hoje", disse o secretário.

Para ele, outros órgãos de governo poderão cumprir o papel hoje desempenhado por algumas dessas entidades, e outras funções devem ser absorvidas pelo setor privado - como seria o caso com a concessão dos 22 aeroportos estaduais que justificariam a extinção do Departamento Aeroviário (Daesp), e da Fundação para o Remédio Público (Furp), segundo Ricardo.

"Temos de verificar primeiro a finalidade da fundação, autarquia e da empresa, se ela faz sentido de existência", ele disse. "Você pode comprar, no mercado, medicamentos mais baratos do que hoje são produzidos pela Furp. (Fundação) Oncocentro não tem mais finalidade, no sentido que você já tem um Instituto do Câncer."

Para o secretário, o governo está recebendo críticas por medidas inevitáveis. "Nós queremos resolver o problema de 2021, estamos saindo na frente, e estamos sendo penalizados", disse o secretário. "Os outros Estados vão, também, fazer (ajuste fiscal). Quem não fizer terá um problema grave em 2021 e 2022", disse. 

O Senado Federal quer que Estados e municípios deem a palavra final em regras mais duras da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) emergencial, que aciona gatilhos de ajuste fiscal em situações de crise.

Senadores articulam para incluir a determinação de que as medidas de controle de gastos precisam ser aprovadas pelas Assembleias Legislativas e Câmaras de Vereadores para entrarem em vigor. A ideia é jogar para Estados e municípios a responsabilidade de seguir ou não as regras estabelecidas em nível federal, como ficou na chamada PEC paralela da reforma da Previdência.

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A sugestão de "desidratação" foi levada na quarta-feira (5) pelos senadores ao ministro da Economia, Paulo Guedes. Sem essa mudança, ele foi avisado que o texto não é aprovado.

A PEC emergencial abre um espaço de R$ 50 bilhões no Orçamento do governo, que podem ser direcionados para outras áreas, como investimentos. Da forma como está o texto, as medidas entram em vigor quando as operações de crédito do governo federal superarem as despesas de capital em um ano e, para os Estados, quando as despesas excederem 95% da receita, também em um ano.

Doze Estados já poderiam acessar a PEC emergencial: Acre, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Piauí, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins.

Em ano eleitoral, os parlamentares não querem ficar com o ônus da aprovação de medidas duras, como a redução de jornada e salário de servidores. Com a vinculação, governadores e prefeitos, que enfrentam dificuldades financeiras, teriam que trabalhar para aprovar as medidas.

Entre os gatilhos, está uma redução da jornada de trabalho do servidor em 25%, com corte proporcional de salário. O texto ainda proíbe reajustes, criação de cargos, reestruturação de carreiras e concursos por dois anos.

Habitação

Do pacote econômico entregue pelo presidente, outra sugestão de mudança levada a Guedes para diminuir as resistências ao pacote é na PEC dos fundos setoriais, que prevê a extinção de mais de 200 fundos públicos. O Senado quer a garantia do governo de recursos para irrigar um novo programa habitacional que vai substituir o Minha Casa Minha vida. Pelos cálculos dos senadores, a disponibilidade de recursos com a desvinculação dos fundos constitucionais seria de R$ 30 bilhões.

Os parlamentares avaliam que é preciso dar um impulso à construção civil para estimular a criação de novas vagas de emprego no País.

O ambiente no Senado é considerado favorável para a aprovação das três PECs de reformas fiscais: emergencial, fundos constitucionais e pacto federativo. Na PEC do pacto federativo, está prevista a transferência de R$ 400 bilhões em recursos para Estados e municípios.

O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que deve priorizar no Congresso a articulação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que aciona gatilhos de ajuste fiscal em caso de descumprimento da regra de ouro pelo governo federal. Em entrevista à GloboNews, em São Paulo, onde participa de um evento do Sindimais, o deputado disse que vai trabalhar com o Senado Federal para levar a proposta ao plenário por volta do dia 15 de dezembro.

Como o jornal O Estado de S.Paulo antecipou, a chamada PEC Emergencial tem potencial de abrir espaço de R$ 27 bilhões no Orçamento.

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Maia ressaltou que essa economia prevista pode ser usada para aumentar a capacidade de investimento do Poder Executivo em 2020. "O governo só vai investir R$ 19 bilhões e, se nós aprovarmos uma PEC que vai garantir R$ 30 bilhões de investimentos para o governo federal num momento em que o Brasil ainda tem tantos desempregados, eu acho que essa deve ser a nossa urgência", disse. A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara deve votar a PEC já na próxima semana, disse Maia.

Quanto às outras reformas da agenda do governo, Maia sinalizou que suas votações devem ficar para 2020. No caso da reforma administrativa, defendeu que ainda é necessário um "bom debate" sobre o tema para garantir que as mudanças gerem uma máquina pública "mais barata para a sociedade, mas com eficiência e com foco na qualidade do serviço público."

A reforma tributária já é, segundo Maia, um consenso na Federação, apesar de conflitos com setores beneficiados por isenção de impostos. Segundo ele, o objetivo é unificar a proposta de reforma tributária na Câmara e no Senado. "A reforma tributária, no curto prazo, é a coisa mais importante que a gente pode fazer", disse.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A incoerência e a superficialidade nas propostas de política fiscal dos candidatos Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) estão entre as principais fontes de inquietude dos economistas e empresários. Segundo eles, é natural que os candidatos evitem temas espinhosos, como um ajuste fiscal, às vésperas da eleição, mas, neste ano, o debate político está ainda mais incongruente: "Não se sabe qual é a plataforma dos dois", diz a economista-chefe da XP Investimentos, Zeina Latif.

Do lado do candidato de direita, o projeto de vender estatais para equilibrar as contas públicas - que já era questionado por especialistas - perdeu ainda mais credibilidade após Bolsonaro criticar a privatização da Eletrobrás. Do lado do candidato de esquerda, não há definição sobre a disponibilidade ou não de realizar uma reforma da Previdência nem em relação ao modelo que seria adotado.

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"Essa conversa (de Paulo Guedes, guru econômico de Bolsonaro, indicado para ser ministro da Economia) de zerar o déficit em um ano com privatizações é conversa para boi dormir", diz o economista-chefe da LCA Consultores, Bráulio Borges. Cálculos do economista apontam que uma eventual onda de privatizações não arrecadaria mais que R$ 400 bilhões, incluindo estatais como Banco do Brasil, Petrobrás e Eletrobrás. A campanha de Bolsonaro, que falava em levantar R$ 1 trilhão com a venda de ativos, já anunciou que essas empresas ficariam de fora do projeto.

Borges acrescenta que a relação entre Guedes e Bolsonaro lembra a da ex-presidente Dilma Rousseff e do ex-ministro da Fazenda, Joaquim Levy. "Havia uma tensão inerente entre os dois", diz. "Os ruídos na campanha de Bolsonaro podem se acentuar."

A falta de unidade no discurso fiscal das duas campanhas pode dificultar a criação de uma equipe econômica de peso, acredita Zeina. O economista Marcio Pochmann, um dos responsáveis pelo programa do PT, tinha um discurso de que a reforma da Previdência não era necessária e que o crescimento econômico estabilizaria o déficit na área. Haddad, no entanto, sinalizou estar disposto a debater o assunto. "Quando não se tem um propósito claro e não se deixa evidente quais são os compromissos, fica muito mais difícil montar a equipe", diz Zeina.

Do lado dos empresários, há também o receio em relação a propostas que consideram inexequíveis, como a do candidato Haddad, de usar reservas cambiais para promover desenvolvimento. "Isso não existe", diz o presidente da Abinee (representa as empresas do setor eletroeletrônico), Humberto Barbato.

Ele também discorda da abertura comercial unilateral proposta por Bolsonaro. Segundo Barbato, antes disso, seria preciso promover mudanças estruturais para reduzir os custos da produção local. Em relação às propostas liberalizantes de Guedes, Barbato diz que se "chocam com as do candidato". Já Fernando Figueiredo, presidente da Abiquim (representa a indústria química), vê com otimismo as propostas das duas candidaturas. "Se 90% delas forem cumpridas, o País voltará a crescer." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O governador do Rio, Luiz Fernando Pezão (MDB), voltou a lamentar nesta quinta-feira, 23, a derrubada de vetos seus a projetos de lei que dão aumentos salariais a servidores públicos. Na noite de quarta-feira, Pezão anunciou que vai recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a derrubada dos vetos pela Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), em votação no mesmo dia.

"Lamento, mas vamos continuar lutando. Até o fim, vou lutar muito para manter o plano de recuperação fiscal", disse Pezão nesta quinta-feira, ao deixar a Sessão Especial do Fórum Nacional, organizado pelo economista Raul Velloso, no Rio.

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Os projetos vetados por Pezão preveem aumento de 5% aos servidores do Tribunal de Justiça, do Ministério Público e da Defensoria Pública. O aumento provoca um gasto adicional de R$ 77 milhões na Previdência.

Segundo o governador, o governo fluminense alegou ao STF que os reajustes infringem a Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei que instituiu o Regime de Recuperação Fiscal (RRF), ao qual o Estado do Rio aderiu.

Pelo plano de recuperação instituído no RRF, o governo fluminense pode deixar de pagar as parcelas da dívida com a União e tem aval da União a empréstimos. Por outro lado, cumpre com uma série de restrições fiscais.

Entre elas, a vedação de "concessão, a qualquer título, de vantagem, reajuste ou adequação de remuneração de membros dos Poderes ou de órgãos, de servidores e empregados públicos e de militares,exceto aqueles provenientes de sentença judicial transitada em julgado, ressalvado o disposto no inciso X do caput do art. 37 da Constituição Federal", conforme artigo 8º da Lei Complementar 159, que criou o RRF.

Segundo Pezão, se for obrigado a deixar o RRF, é possível que o Estado do Rio volte a atrasar salários de servidores do Executivo e os pagamentos de aposentados e pensionistas.

Pra Pezão, os Executivos de todas as esferas têm tido dificuldades de sensibilizar os demais Poderes da República diante da crise fiscal. O governador do Rio aproveitou para criticar a decisão do STF de conceder reajuste salarial para os próprios ministros da Corte, valor que serve de teto para todo o funcionalismo público.

"Se for aprovado no Congresso (o aumento do STF), vai desequilibrar as contas de 2019. É um efeito cascata", disse Pezão.

O governador aproveitou ainda para defender a intervenção federal na segurança pública do Rio. Segundo Pezão, a queda no apoio da população fluminense à intervenção, captada em pesquisa de opinião da Datafolha recentemente, foi "momentânea". O governador disse que não vê como combater o crime no Estado sem o apoio das Forças Armadas.

Em três meses de governo, o ministro da Fazenda, Eduardo Guardia, viveu seu pior momento na vida pública quando teve de ceder à "bolsa caminhoneiro" em meio à greve da categoria que travou o abastecimento no País. Desde que passou a comandar a equipe econômica, ele abriu mão de pontos nas votações no Congresso e fez avançar parte da pauta que se comprometeu a cumprir quando assumiu o cargo.

Com a farra fiscal promovida pelos parlamentares às vésperas das eleições, Guardia se transformou num "ministro equilibrista" na corda bamba entre conseguir aprovar projetos prioritários e tentar salvar o ajuste fiscal. A cada avanço em um projeto de interesse do governo, ele precisa lidar com a pressão por aumento de gastos, como o projeto que beneficia transportadoras de carga e pode custar R$ 8,5 bilhões por ano.

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"Não posso sofrer de excesso de ansiedade. Tenho de ir administrando um problema a cada dia", diz, quando questionado sobre a estratégia do governo para lidar com a pauta bomba de R$ 100 bilhões que tramita no Congresso.

Embora contrário à concessão de benefícios, Guardia afirma que a bolsa caminhoneiro teve zero impacto fiscal, pois foi compensada por outras ações. E destaca a atuação da Fazenda no Banco Central para conter o pânico nos mercados após a crise dos transportes. "Foi uma das coisas mais difíceis que enfrentei no governo e a gente conseguiu uma solução que preservou integralmente o fiscal. Você passar por uma dificuldade dessa sem ter deterioração do fiscal é uma coisa digna de nota."

O tripé que ele destacou como prioridade quando assumiu o cargo foi a reoneração da folha de pagamento, a privatização das distribuidoras da Eletrobrás e a revisão do contrato de cessão onerosa com a Petrobrás. Apenas a reversão de parte dos benefícios às empresas na folha de salários passou pelo Congresso.

A cessão onerosa - obsessão do ministro - passou na Câmara, mas não conta com a boa vontade do presidente do Senado, Eunício Oliveira (MDB-CE).

O ministro dá como perdida a privatização da Eletrobrás. O esforço agora é para leiloar as seis distribuidoras da estatal. A venda das empresas deficitárias no Norte e Nordeste enfrenta a oposição de parlamentares e uma guerra jurídica. O projeto é boicotado por interesses regionais até de integrantes da base, como o líder do governo no Senado, Romero Jucá (MDB-RR).

Guardia tem evitado bater de frente com os presidentes da Câmara e do Senado e até elogia o diálogo com Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Eunício. "Lembro que várias matérias diziam que eu não ia dialogar com o Congresso, mas o diálogo está na mesa. Temos enfrentado os problemas e buscado soluções."

Na prática, tanto Eunício quanto Maia continuam criando dificuldades para a equipe econômica. O Planalto também não tem ajudado, se mantendo em silêncio ou dando carta branca para os parlamentares alterarem propostas do Executivo. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Enquanto o Congresso abre caminho para benefícios fiscais, já de olho nas eleições, a pauta econômica do governo segue travada. Vice-líder do governo na Câmara, o deputado Beto Mansur (PRB-SP) admite que parte do Congresso "esqueceu" os problemas fiscais do País, que ainda gasta mais do que arrecada e tem pelo menos outros quatro anos de contas no vermelho pela frente, segundo as projeções do governo.

"Acho que desandou um pouco, principalmente com isenções que aconteceram de Funrural e no Refis de micro e pequena empresa. Essa coisa acabou desandando e teve mais renúncia do que deveria ter", diz Mansur.

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No início de abril, o governo deu aval para a derrubada de vetos a dois parcelamentos de débitos (Funrural e Simples), o que na prática elevou as renúncias com esses programas. A pressão por outros benefícios só cresceu desde então, e foi agravada com a greve dos caminhoneiros, que rendeu um pacote de R$ 13,5 bilhões em benesses à categoria para diminuir o custo do diesel.

Os projetos que dão os incentivos estão passando à frente de propostas consideradas prioritárias pela equipe econômica. A mudança no cadastro positivo, que o governo argumenta que vai baratear o crédito a consumidores e empresas que pagam as contas em dia, teve o texto-base aprovado pela Câmara no início de maio. Mas até agora a votação não foi concluída, e o projeto precisa ainda retornar ao Senado.

Já o projeto de lei da cessão onerosa foi aprovado na quarta-feira, mas ainda resta analisar três destaques para concluir a votação. Enquanto isso não ocorrer, não é possível que a proposta seja apreciada no Senado.

O atraso impede a formalização da revisão do contrato de cessão onerosa e a realização do leilão de excedentes, que pode render R$ 100 bilhões ao governo. O Ministério de Minas e Energia (MME) trabalha para realizar a licitação no dia 29 de novembro, data-limite para que uma parte dos recursos possa entrar no caixa do governo ainda neste ano.

Enquanto isso, o requerimento de urgência do projeto que permite a venda das distribuidoras da Eletrobrás fica em segundo plano. A urgência (espécie de fura fila da ordem dos projetos que são analisados) precisa de 257 votos favoráveis, e como a oposição tem entre 120 e 140 votos, é preciso um quórum de 400 parlamentares, o que pode ser desafiador em tempos de Copa do Mundo e festas juninas, às vésperas do recesso em julho e da campanha eleitoral.

Sem conseguir emplacar sua agenda, a área econômica tem trabalhado para tentar barrar ainda no Congresso as iniciativas que podem comprometer ainda mais as contas públicas.

O Tribunal de Contas da União (TCU), por sua vez, tem cobrado a equipe econômica a apontar as fontes de recursos para bancar eventuais renúncias, o que é visto como positivo nos bastidores do governo, porque pode ajudar a barrar essas iniciativas diante cenário de restrição fiscal. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A nova rodada de privatização das estatais federais vai reduzir em um terço o número de companhias do governo, nos cálculos do secretário de Coordenação e Governança das Empresas Estatais do Ministério do Planejamento, Fernando Ribeiro Soares. O número de empresas já caiu este ano de 154 para 150 e deve diminuir para cerca de 100 ao final do processo de privatizações das empresas anunciado recentemente.

Em entrevista ao Estadão/Broadcast, Soares disse que o enxugamento visa a tornar os grupos empresariais estatais "mais leves" garantindo mais retorno ao governo federal. "É uma maldade dizerem que buscamos com as privatizações só o resultado fiscal. Queremos promover a racionalidade", disse o secretário.

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Só a venda da Eletrobrás será responsável por diminuir em 38 a quantidade de estatais federais. A operação incluirá a holding e todas as suas subsidiárias, com exceção da Eletronuclear, que opera as usinas de Angra dos Reis. O governo também trabalha para se desfazer das Sociedades de Propósito Específico (SPEs), empresas formadas pela Eletrobrás em parceria com outras companhias e que têm um objetivo definido.

Antes mesmo de colocar em prática esse enxugamento mais drástico, o governo adotou medidas para melhorar os resultados das estatais. O conjunto de empresas federais saiu de um prejuízo de R$ 32 bilhões, no resultado global em 2015, para um lucro de R$ 4,6 bilhões em 2016. O desempenho, que incluiu 154 empresas, só foi fechado ontem pelo Ministério do Planejamento e divulgado com exclusividade ao Estadão/Broadcast.

Para o secretário, em 2017 o desempenho será ainda melhor, também por causa das duas maiores companhias estatais. "O resultado de R$ 4,6 bilhões para 2017 é piso. Vamos melhorar mais ainda", garantiu. "A tendência é que os resultados das Eletrobrás e Petrobrás venham a melhorar por tudo que está sendo feito."

Desinvestimento

No caso da Petrobrás, o secretário citou a política de desinvestimentos, centrada na venda de empresas que não atuam na área prioritária de exploração, produção e refino de petróleo. Para ele, a melhora do resultado das estatais é muito relevante para as contas do governo por três razões: evita a necessidade de aportes com recursos do Orçamento com impacto nos gastos primários; melhora o repasse de dividendos, e barra o risco de que empresas hoje não dependentes se tornem no futuro dependentes do Tesouro Nacional.

Pelo menos duas estatais correm o risco de passar a depender do Tesouro: Infraero e Correios. "Infraero está no radar, estamos preocupados", disse o secretário, ressaltando a importância do trabalho de reformulação que está sendo feito nas duas empresas. No caso da estatal aeroportuária, o governo já precisou incluir no Orçamento desse ano a previsão de aporte de R$ 1,5 bilhão para reforçar o caixa da empresa.

O secretário ponderou que o processo de privatização "não é 8 ou 80" e ressaltou que há muitas possibilidades para melhorar a eficiência das estatais, como fusões, extinções e parcerias. No caso de fusão, ele citou a incorporação da BB Cor Participações pela BB Corretora e da Telebrás Copa pela holding Telebrás. No caso de extinção, está em andamento o fechamento da BNDES PLC, subsidiária do banco com sede em Londres. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Michel Temer reuniu-se hoje (9) com alguns ministros para debater a agenda econômica a ser implementada nos próximos meses. De acordo com o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, um dos participantes da reunião, o governo decidiu retomar agora, “com toda a ênfase”, a discussão que trata da aprovação da reforma da Previdência Social no Congresso Nacional.

Meirelles disse que é “fundamental” que se aprove as mudanças na Previdência neste ano para que o Brasil entre em 2018 com a reforma feita, o que aumentará a confiança na recuperação econômica. Na opinião do ministro, será possível concluir a votação da reforma em outubro, mesmo com o atual cenário político que o Brasil vive.

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“A agenda da reforma da Previdência e de outras reformas econômicas vai muito além de um governo, de um determinado momento do país. Está claro que, a manter a presente trajetória fiscal, o Brasil terá problemas importantes e sérios nos próximos anos”, declarou o ministro. Para Meirelles. os parlamentares que pretendem concorrer nas eleições de 2018 e participar do governo em 2019 são os maiores interessados na aprovação da reforma da Previdência neste ano.

Segundo o ministro, a situação fiscal demanda preocupações, mas existe um grande grau de confiança no mercado expresso pela alta das bolsas e pela queda do câmbio e dos juros. “A gente pressupõe que as reformas fundamentais estão sendo aprovadas e que o teto de gastos está sendo implementado, mas evidentemente, para que isso se consolide, a reforma da Previdência é fundamental”, advertiu.

Ajuste fiscal

O ministro Henrique Meirelles informou que as medidas provisórias relativas ao ajuste fiscal ainda não têm data para serem publicadas. “Essas medidas estão sendo processadas, e eu não tenho a informação do dia especifico que serão editadas”, informou. Para cumprir a meta de déficit primário (resultado negativo nas contas do governo desconsiderando os juros da dívida pública) de R$ 159 bilhões em 2018, o governo pretende antecipar a cobrança de Imposto de Renda dos fundos exclusivos de investimento, adiar os aumentos de salário dos servidores públicos por um ano e aumentar, de 11% para 14%, a contribuição dos servidores federais para a Previdência do serviço público.

As declarações do ministro Meirelles foram feitas à imprensa após almoço no Palácio do Jaburu com o presidente Michel Temer. Também participaram do almoço os presidentes da Câmara, deputado Rodrigo Maia; do Senado, senador Eunício Oliveira; os ministros da Justiça, Torquato Jardim; da Secretaria-Geral, Moreira Franco; da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy, e da integração Nacional, Helder Barbalho.

Meirelles disse que a reunião teve dois momentos: o almoço e o debate da agenda econômica. Segundo o ministro, além dele e de Temer, os ministros Moreira Franco e Antonio Imbassahy participaram das discussões das medidas para a economia.

Em meio às últimas mudanças no texto da reforma da Previdência, que deverá ser apresentado na comissão especial da Câmara dos Deputados na próxima semana, o ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, afirmou ao Estado confiar no calendário do governo, e ressaltou que a aprovação da reforma é fundamental para a retomada da economia. "A reforma da Previdência já esta há muito tempo precificada pelo mercado e sua aprovação é fundamental para a conclusão do ajuste fiscal", disse.

Padilha não quis comentar o impacto da divulgação das delações dos executivos da Odebrecht - que culminaram com pedido de abertura de inquérito contra diversos políticos, incluindo ele mesmo - e disse que o presidente Michel Temer já havia manifestado a opinião do governo, ao destacar a independência dos poderes e reforçar que o País não pode parar.

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O ministro, que tem coordenado o grupo técnico do trabalho sobre a reforma da Previdência, destacou que, sem a reforma, não será possível melhorar a economia. "A retomada da economia está diretamente relacionada com sua aprovação".

Embora alguns deputados da própria base tenham demonstrado ressalvas em relação à proposta, Padilha disse que o trabalho de convencimento está sendo feito "homem a homem" e demonstrou otimismo. O ministro ressaltou que há argumentos sólidos para que a classe política mostre ao seu eleitorado a necessidade da aprovação da reforma. "Os políticos que forem autores da reforma da Previdência terão mais acesso aos eleitores como alguém que garantiu o pagamento para os aposentados", disse.

O relatório do deputado Arthur Oliveira Maia (PPS-BA) será apresentado aos parlamentares da base aliada na próxima terça-feira, em um café da manhã com Temer. Depois da exposição aos apoiadores do governo, a previsão é que Oliveira Maia faça a leitura do texto na comissão a partir das 11 horas.

A realização de um jantar para cerca de 400 pessoas no Palácio do Alvorada chegou a ser cogitada, mas a ideia foi abandonada porque muitos deputados já tinham passagem marcada, por causa do feriado da Páscoa, e não conseguiriam chegar a tempo do evento. De acordo com auxiliares de Temer, o jantar deve ficar para a véspera da votação do texto na Câmara.

Na próxima segunda-feira (17), a expectativa é que o relator tenha um encontro com a bancada feminina, que ainda batalha para conquistar uma idade mínima menor que os 65 anos. A ideia das deputadas é conseguir que o governo aceite uma idade entre 60 e 62 para elas. Oliveira Maia, no entanto, tem garantido que pretende manter a equiparação entre os gêneros. A justificativa, segundo eles, é que as mulheres vivem mais do que os homens.

A Câmara dos Deputados adiou a votação do projeto que pretende ajudar os estados endividados. De acordo com os parlamentares, a intenção é dar mais tempo para as bancadas dos estados interessados analisarem emendas e “amadurecer” a proposta. O texto do Projeto de Lei (PL), de autoria do deputado Pedro Paulo (PMDB-RJ), permite que os estados adiem o pagamento das dívidas por até três anos, o que desafogaria e garantiria o equilíbrio das contas públicas. Em 2016, foi apresentado um projeto semelhante, que se transformou em Lei Complementar mas acabou sendo rejeitado pela Câmara.

O PL garante o adiamento apenas aos estados que estiverem em situação considerada grave, com mais de 70% de seu orçamento comprometido com folha de pagamento e dívidas que superem a quantia disponível nos cofres públicos. O estado deverá enviar um pedido ao Ministério da Fazenda, solicitando a inclusão no Regime de Recuperação Fiscal. O documento deverá conter um relatório sobre as medidas que serão adotadas para contornar a crise e ajustar o orçamento, e ficará pendente até a aprovação do órgão.

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De acordo com Pedro Paulo, que também é relator, os deputados se reunirão com suas bancadas e os representantes devem participar de reuniões no final de semana para agilizar a finalização do projeto e sua votação.

O presidente Michel Temer disse nessa quinta-feira (1°), em evento na capital paulista, que a proposta de emenda constitucional que propõe o teto de gastos das contas públicas federais (PEC 55/2016) não é suficiente para gerar a credibilidade nem reduzir a recessão. Segundo Temer, "é preciso caminhar mais". Ele informou que a Reforma da Previdência será enviada ao Congresso Nacional já na próxima semana. O depoimento foi dado durante o Brazil Opportunities Conference, evento do banco J. P. Morgan.

“Devo registrar que a proposta de emenda constitucional do teto não é suficiente para gerar a credibilidade integral e, no particular, capaz de reduzir ou impedir a recessão. É preciso que caminhemos mais. E o caminhar mais significa que faremos na próxima semana, quando remeteremos ao Congresso Nacional, uma proposta de emenda à Constituição que visa a readequar a Previdência Social no nosso país”, disse. Segundo ele, o déficit da Previdência Social é de quase R$ 100 bilhões neste ano e a projeção é de que seja de R$ 140 bilhões para o ano que vem.

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Crise política

O presidente afirmou que, ao longo dos últimos meses, a confiança na economia começou a crescer no agronegócio, na indústria e também no comércio. No entanto, reconheceu que a crise política prejudicou essa credibilidade. “Reconheço, não posso ignorar, o fato de que neste último mês, de novembro, a confiança caiu um pouco, em face de vários incidentes de natureza política. Estes dados nós temos que enfrentar, temos que colocar as coisas sobre a mesa”, disse o presidente.

Temer citou a tentativa da Câmara de aprovar uma espécie de anistia ao caixa dois eleitoral e o pacote anticorrupção, também aprovado na Casa, que inclui o crime de responsabilidade para juízes e promotores como fatos que criaram "um natural embate em setores governamentais" e na própria opinião pública.

Segundo o presidente, esses fatos criaram uma certa instabilidade. “Toda vez que há instabilidade, o investidor põe um pé para trás, fica esperando para verificar quais são os acontecimentos”, disse, ao falar para um público de investidores internacionais, clientes do banco J. P. Morgan.

“É preciso pacificar o país. Não podemos permanentemente viver em atrito entre várias correntes. Você pode atritar as ideias, mas não as pessoas”, disse o presidente ao argumentar que os possíveis investidores querem saber se há uma situação pacífica no país que pretendem investir. “A briga tem que ser de ideias e não de pessoas. E nos últimos tempos lamentavelmente o argumento às vezes não é de natureza intelectual, não é um argumento do pensamento, é um argumento físico, de depredar. Temos que partir para a pacificação do país. O investidor quer muito saber: será que tem tranquilidade no país para poder aplicar, seja estrangeiro, seja nacional”.

Os gastos com Previdência não devem ficar sob a regra do teto de gastos estadual, afirmou nesta quinta-feira, 1º, o governador do Pará, Simão Jatene. Essa ideia deve constar nos princípios do acordo firmado entre Estados e União para o ajuste fiscal nas 27 unidades da federação. A exceção, porém, não vai eximir os governadores de encaminharem propostas de reformas da Previdência.

Hoje, cinco governadores (um de cada região) se reuniram com o presidente Michel Temer e o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para afinar pontos do pacto após o Nordeste ter declarado insatisfação com as definições anunciadas na semana passada. O resultado da conversa foi a flexibilização das regras e o estabelecimento de "linhas gerais" a serem seguidas pelos governos estaduais. Jatene negou, contudo, que a solução tenha significado flexibilização.

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Entre os parâmetros definidos na reunião, segundo Jatene, está a fixação de um teto de gastos por 10 anos. Não haverá, porém, imposição em relação às regras de correção desse limite - como há, por exemplo, no teto federal, cuja correção será pelo IPCA. Os Estados poderão optar por um índice de inflação ou pela variação de receita como indexador. "O importante é que no final os Estados tenham equilíbrio nas suas contas", disse o governador do Pará.

Outra regra geral é a elevação de alíquota na área da Previdência. "A ideia é de alíquota média de 14% na previdência. Não significa que não possa avançar em debate interessante e necessário de diferenciar alíquotas. Por que um trabalhador que ganha 1 ou 2 salários mínimos pagará mesma alíquota que um trabalhador que ganha mais?", afirmou Jatene.

Os governadores argumentam que os Estados já vêm tomando medidas duras na tentativa de reequilibrar as suas contas. Hoje, eles disseram que conseguiram convencer Temer e Meirelles de que cada Estado tem a sua realidade - por isso a necessidade de deixar os detalhes das medidas em aberto para que cada um possa decidir como aplicar as regras.

"As medidas serão adotadas já no curto prazo, para já em 2017 ter controle nas despesas e redução do déficit da Previdência", disse o governador do Piauí, Wellington Dias. Medidas mais específicas que haviam sido definidas na reunião da semana passada, como o corte de 20% nos gastos com cargos de confiança, temporários e gratificações, serão retiradas do pacto, afirmou Dias.

Segundo o governador do Piauí, Estados e União atuarão juntos para definir as medidas de ajuste, mas a liberação do dinheiro da multa não será uma contrapartida. Dias afirmou que a União fará o controle do cumprimento do acordo por meio de avais a empréstimos contratados pelos Estados. Essas garantias, segundo ele, só serão liberadas àqueles que adotarem medidas para executar o ajuste combinado.

Assim como o governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, Jatene disse que é um acordo "na base da confiança". "Confiança é civilizatória", disse. Tanto Jatene quanto Dias defenderam que os ajustes nos Estados não serão brandos e que os governadores estão comprometidos em retomar o equilíbrio das contas.

Repatriação

O presidente Michel Temer ainda decidirá se repassará, de forma voluntária, parte do dinheiro da multa da repatriação aos Estados, afirmou Jatene. Pouco antes, Jatene havia dito que o presidente demonstrara disposição em liberar os recursos ainda este ano, "no prazo mais curto possível".

O governador do Piauí, Wellington Dias, afirmou que, caso o governo federal não repasse o dinheiro da repatriação, a disputa no Supremo Tribunal Federal (STF) continuará. "Se governo não liberar os R$ 5 bilhões, vamos adotar as medidas de ajuste do mesmo jeito. Mas aí é o Supremo que vai decidir (sobre o dinheiro)", afirmou. "Se o governo não liberar o dinheiro da multa, a disputa no Supremo vai continuar", reforçou Jatene.

A informação contraria a informação dada mais cedo pelo governador de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que havia dito que os Estados desistiriam da ação no STF sem especificar a necessidade de, antes, receberem o dinheiro. Na semana passada, o governo federal havia colocado, como contrapartida ao pagamento, a desistência da ação.

Hoje, Dias afirmou que o presidente Michel Temer concordou em tratar a questão da divisão da multa da repatriação com os Estados de forma separada, como queriam os Estados.

São Paulo, 12/11/2016 - O Palácio do Planalto divulgou uma nota em sua página oficial neste sábado, 12, para destacar as ações dos seis primeiros meses de mandato do presidente Michel Temer, completados hoje. Nas redes sociais do Planalto e de Temer também foi publicado um vídeo.

Na publicação, o Planalto cita 15 ações da administração Temer até aqui que teriam provocado resultados positivos na economia brasileira, como a valorização do Ibovespa e a recuperação das empresas estatais, como a Petrobras, na Bolsa. A nota ainda destaca que, com Temer no poder, o mercado financeiro revisou suas projeções para o PIB de 2017 de 0,5% para cerca de 1,2%.

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Uma das 15 ações em destaque é o envio da PEC do teto de gastos ao Congresso. O texto ressalta que a aprovação da PEC que limita os gastos públicos na Câmara dos Deputados teve "quórum expressivo" e que essa será a "primeira reforma estrutural" a limitar o crescimento real das despesas.

A PEC do teto de gastos é apontada por integrantes do governo Temer como prioridade para melhorar a economia, junto com a reforma da Previdência e da reforma trabalhista, que ainda não foram propostas para os parlamentares. A nota do Planalto, no entanto, cita a criação de um grupo de trabalho com centrais sindicais para discutir as mudanças na aposentadoria.

Ainda como esforço para conter a dívida pública, a nota lembra a decisão que determinou a devolução de R$ 100 bilhões em ativos do BNDES para Tesouro Nacional. Todas essas medidas foram propostas pela nova "equipe econômica de peso", capitaneada por Henrique Meirelles, também considerada uma melhoria do governo Temer na publicação.

O programa de concessões, lançado em setembro, também tem espaço no documento, que diz que as novas oportunidades de negócios vão permitir que o Brasil volte a crescer.

Com essa expectativa, a nota ressalta a revisão para cima da projeção do PIB de 2017, de 1,2% para 1,6%. Outro destaque é a aprovação da nova meta fiscal, com déficit primário de 170,5 bilhões em 2016.

Segundo o texto, a renegociação da dívida dos Estados, a aprovação do novo marco regulatório do pré-sal e a sanção da Lei das Estatais também são vitórias de Temer, assim como a criação do cartão reforma para melhorar as casas de 100 mil famílias.

A publicação ainda cita as medidas que visaram reduzir o tamanho da máquina pública, como a reorganização dos ministérios, que gerou bastante polêmica no início do governo, e o corte de 3690 cargos comissionados, que economizou R$ 176 milhões, de acordo com a nota.

Mais de quatro horas após a votação do texto-base, o plenário da Câmara dos Deputados concluiu a votação, em primeiro turno, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241, que cria um teto para o crescimento dos gastos públicos pelos próximos 20 anos. Cinco destaques apresentados pelas bancadas da oposição foram rejeitados, e não houve alteração em relação ao texto-base.

Todos os destaques promoviam mudanças significativas no texto, mas os governistas garantiram mais de 280 votos em cada uma das votações para derrubar as tentativas de alteração na medida. Havia um sexto destaque proposto pela bancada do PDT, que foi retirado de última hora, antecipando a conclusão da votação.

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Um dos destaques, apresentado pela bancada do PCdoB, pretendia modificar o método de atualização do limite de despesas. A proposta original prevê correção pela inflação, mas opositores queriam implementar um cálculo a partir da variação de preços somada à alta real do Produto Interno Bruto (PIB) no período.

O destaque apresentado pela bancada do PSOL, por sua vez, pretendia votar separadamente todas as sanções previstas para poderes ou órgãos que descumprirem esse teto. No substitutivo encaminhado pelo relator, deputado Darcísio Perondi (PMDB-RS), essas penalidades ficaram ainda mais duras. Pela última versão, há previsão de congelamento de salários do funcionalismo e restrição do reajuste do salário mínimo a apenas inflação, sem ganho real, em caso de violação do limite de gastos.

O PT foi a bancada que mais apresentou destaques, três ao todo. Um deles pretendia excluir gastos com saúde, educação e assistência social do teto. O outro pretendia a votação, em separado, do artigo que cria o limite de despesas, regra básica da proposta. O terceiro visava a estabelecer um limite para o pagamento da dívida pública, com correção pela inflação assim como na regra geral da PEC.

O texto-base já havia sido aprovado em primeiro turno na noite de ontem, por 366 votos a 111. Agora, a votação da PEC segue para um segundo turno na Câmara, previsto para ocorrer no dia 24 deste mês.

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