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Do vaivém das colheitadeiras sobre imensos tapetes brancos procede uma notícia animadora para o Brasil e o mundo. A produção de algodão do País deve fechar o ano entre 13% e 19% maior do que a anterior e rumar ao ritmo pré-pandemia. A crise sanitária, que derrubou a demanda da indústria têxtil global, interrompeu o avanço da produção nacional, que havia dobrado em apenas cinco anos.

A tendência de crescimento da produção neste ano deve consolidar o Brasil como quarto maior produtor e segundo maior exportador. Na safra plantada em 2019 foram produzidas 3 milhões de toneladas. Em 2017, 1,5 milhão. Para 2022, a produção é estimada entre 2,6 e 2,8 milhões de toneladas.

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A qualidade do algodão brasileiro também atrai o mercado estrangeiro. O principal mercado é a Ásia, onde se consolidaram as maiores indústrias de roupas. Cerca de 84% da produção nacional leva o selo de "algodão sustentável", só conferido aos que têm uma espécie de "ESG rural". É preciso cumprir 178 requisitos de qualidade - sociais, econômicos e ambientais. Entre eles, as leis trabalhistas, o Código Florestal e ações em benefício da saúde e da segurança dos trabalhadores.

Apesar do crescimento na produção esperado para este ano, a produtividade não foi a melhor. Mais de 90% das fazendas usam uma técnica que depende da água da chuva, e ela não veio nas épocas e nas quantidades esperadas. A média de quilos de algodão por hectare para este ano é mais baixa do que a de 2021, quando a área plantada foi menor do que a atual.

Para 2023, o plano da Associação Brasileira de Produtores de Algodão (Abrapa) é alcançar 1,7 milhão de hectares, superando a área da safra recorde de 2019. "A gente encolheu com a pandemia. Era uma decisão muito difícil. Vínhamos da maior safra da história. O algodão estava vendido, mas parado no pátio.

Ninguém vinha buscar. E tínhamos de definir o plantio da próxima safra", diz Júlio Cézar Busato, presidente da Abrapa, que pouco antes de a covid-19 se tornar emergência mundial inaugurou um escritório em Cingapura para ficar próxima dos industriais asiáticos.

O crescimento da produção de algodão nos últimos anos pode ser atribuído a três razões principais. Embora o cultivo seja mais difícil e oneroso, é mais lucrativo do que a soja. Do plantio até o pagamento pelo produto vendido, os produtores esperam cerca de um ano. Demora, mas, segundo eles, a renda compensa. O lucro obtido em um hectare de algodão equivale ao de quatro hectares de soja.

Outro motivo da alta é a demanda. Com a redução do home office e a retomada das atividades sociais e profissionais pelo mundo, a indústria têxtil vai recuperar o fôlego e continuar em alta. Há, ainda, uma razão prática. O algodão precisa de uma quantidade elevada de defensivos agrícolas, o que deixa a terra mais preparada para receber a cultura seguinte.

Cerca de 65% do algodão no Brasil é plantado como segunda safra, entre os cultivos de soja e milho. É por isso que as maiores colheitas ocorrem em regiões de predomínio dessas culturas, como Mato Grosso, Goiás e Bahia. O algodão é um ramo caro e pouco convidativo para fazendeiros com menos estrutura financeira e experiência. Os insumos necessários ficaram mais onerosos e elevaram o custo da produção. Itens indispensáveis, como cloreto de potássio e fósforo, estão de três a quatro vezes mais caros.

Segundo a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), os custos na Bahia se aproximam dos R$ 18 mil por hectare, contra R$ 15 mil na comparação com o segundo semestre do ano passado. Só o gasto médio com fertilizantes saltou de R$ 3 mil para R$ 5,4 mil.

EXPECTATIVA

A uma hora de Brasília, em Cristalina (GO), surgem as primeiras lavouras de algodão ladeando a estrada. O agricultor Carlos Alberto Moresco, dono da GM Algodoeira, no município goiano, conta que reduziu bastante a área plantada por causa da queda de demanda na pandemia. Mesmo assim, está satisfeito com a produtividade favorecida pelo fato de a sua fazenda estar localizada em uma área que sofreu menos com a falta de chuva.

"Encolhi o algodão e subi a soja", diz. "Sempre plantei em torno de 2 mil hectares. Ano passado, foram 840. Este ano, 960. A minha produtividade está muito boa. Vai se assemelhar ou surpreender a do ano passado. A seca que teve em Mato Grosso e na Bahia não afetou tanto a nossa região. Nossa região ainda vai ter uma produção razoável."

 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Na recente onda de alta dos produtos, causada pela atual crise econômica e pelos bloqueios oriundos da pandemia do novo coronavírus, o algodão torna-se mais uma matéria contemplada pelos preços inchados do mercado. Um dos principais itens para o segmento têxtil, a pluma chegou a valorizar 20% em várias regiões do país, no fim de agosto, segundo pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada da USP (Cepea-USP). Em Pernambuco, associações setoriais e comerciantes tentam reverter a situação.

O pico de preços do algodão teria ocorrido no dia 27 de agosto, mas a matéria já entrou em curva de queda, apesar de os preços continuarem mais altos que os de antes da pandemia. Segundo a atualização mensal do Cepea, de agosto para setembro o indicador registrou alta expressiva de 16%, fechando a R$ 3,3110 em 31 de agosto. Esta é a maior variação mensal desde janeiro de 2016, quando o indicador subiu 16,91%.

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O centro explica ainda que os preços estão mais firmes nesta segunda quinzena de setembro. Porém, apesar de a colheita da produção recorde da safra 2019/2020 ter sido finalizada, vendedores seguem resistentes em diminuir os valores de novas negociações. Compradores e varejistas afastam-se do mercado, alegando dificuldades no repasse dos preços da matéria-prima aos manufaturados. 

Conseguir vender e manter uma margem de lucro compensativa é um dos maiores desafios dos comerciantes, é o que diz João Cleber Gomes, dono de uma estamparia que terceiriza confecções em Jaboatão Velho, na Região Metropolitana do Recife (RMR).

Em entrevista ao LeiaJá, o proprietário compartilhou a dificuldade no repasse e o aumento no preço do algodão, qual costumava comprar por quilo, custando R$ 16, e agora encontra para venda entre R$ 22 e R$ 25. “Não tenho como repassar para o cliente. Infelizmente, prefiro diminuir a minha própria margem de lucro, do que aumentar de quatro a cinco reais nas peças, e perder clientes. Não chega a quebrar o negócio, mas incomoda bastante”, disse.

João disse ainda que, além do preço, a escassez de alguns materiais que chegam do polo têxtil já é sentida. “Alguns tecidos estão escassos. O algodão, a malha e o jeans. Preciso fazer uns moletons, e já espero há mais de 20 dias a entrega pelo fornecedor de Caruaru”, comentou. 

Em Pernambuco, a expectativa é de que o impacto possa ser diluído nos próximos meses, em torno de 45 a 60 dias. O presidente da Associação Comercial e Empresarial de Caruaru (ACIC), Luverson Ferreira, também conversou com o LeiaJá e explicou que a situação, para ambos produtos nacionais e importados, deve normalizar. Além do preço do dólar, ele pontua a escassez e preço da matéria-prima como “principais fatores regionais para tal reflexo no preço do produto final”.

Sobre a impressão no consumidor, ele diz que pode variar. “O impacto no consumidor já chega a partir do momento que a matéria prima se torna mais cara ao curto prazo, e os produtores e confeccionistas têm que repassar para o cliente final. Momentaneamente, há uma certa elevação no preço das confecções, mas isso vai normalizar com o restabelecimento da indústria”, disse, reafirmando as previsões.

A ACIC, que compõe três câmaras setoriais no Estado e é uma das associações com maior quantidade de associados, lista algumas recomendações aos comerciantes, para que se mantenham firmes durante essa fase.

“Praticar preços justos e a liderança responsável. Empresários devem também ser socialmente responsáveis. No entanto, a gente entende que há uma regulação natural do mercado, e que cada setor e região adequa os seus preços com base na oferta e na demanda. Mas estivemos conversando com os setores, para entender onde está faltando o insumo, para até mesmo ajudar com a apresentação de outros fornecedores e produzir um impacto mínimo nos negócios”, orientou o presidente.

Apesar das circunstâncias, produtores e indústrias descartam, por agora, possibilidade de desabastecimento em qualquer região do Brasil.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) informou hoje (8) que a safra de grãos 2017/2018 deverá alcançar 225,6 milhões de toneladas, sendo a segunda maior da série histórica, que é liderada pela safra anterior. Na comparação com o volume produzido em 2016/2017, de 237,7 milhões de toneladas, espera-se um recuo de 5,1%, embora a área total de plantio prevista seja 0,2% maior, de 61,01 milhões de hectares.

O levantamento que analisou os principais centros produtores de grãos, de 21 a 27 de janeiro, identificou que sofrerão queda culturas como a soja, o milho e o arroz, que passam de 12,327 milhões de toneladas para 11,639 milhões, com uma colheita 5,6% inferior à de 2016/2017. A produção de arroz, estimada em 11,6 milhões de toneladas, não sofreu alterações significativas, visto que as condições climáticas permanecem favoráveis à cultura, segundo o levantamento.

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"O pessoal do arroz está com dificuldade de preço. Nós tivemos uma safra excepcional no ano passado, vamos ter uma safra muito boa este ano. O governo não tem nada de estoque de arroz. Por um lado, é positivo, porque temos a garantia do abastecimento privado. Isso fez com que os preços do arroz estejam no limite do preço mínimo. Tem regiões com o preço de mercado abaixo do preço mínimo", disse o diretor-presidente da Conab, Marcelo Bezerra.

Segundo Bezerra, o governo federal programa emitir nesta sexta-feira (9) um aviso de Prêmio para o Escoamento (PEP) e Prêmio Equalizador Pago ao Produtor Rural (Pepro) para o arroz, no valor de R$ 100 milhões. "Faremos três ou quatro leilões, até atingir 1,2 milhão de toneladas de arroz", informou.

Circunstâncias intrínsecas à cultura do feijão, como dificuldades de manejo, problemas sanitários e na comercialização estabelecem forte pressão sobre o produto, na avaliação dos especialistas da Conab. Para a primeira safra é constatado um encolhimento da área plantada, o que reflete uma produção de 1,25 milhão de toneladas, sendo 811 mil toneladas de feijão-comum cores, 295,7 mil toneladas de feijão-comum preto e 147,6 mil toneladas de feijão-caupi. Na segunda safra, há uma expansão das terras destinadas ao produto, o que resulta num incremento na produção, estimada em 1,23 milhão de toneladas, sendo 546,1 mil toneladas de feijão-comum cores, 184,6 mil toneladas de feijão-comum preto e 503,2 mil toneladas de feijão-caupi.

A primeira safra do milho, por sua vez, de 24,74 milhões de toneladas, será 18,8% menor do que o da safra passada, ocasionado por uma redução de área e produtividade. Na segunda safra, a retração é da ordem de 6,1% em relação à safra anterior, com a produção chegando a 63,26 milhões de toneladas. Com isso, a expectativa para o milho é de redução de 10,1%, já que a quantidade colhida passa de 97,8 milhões para 88 milhões de toneladas.

Ainda conforme o boletim, a soja, cultura favorita dos produtores brasileiros, ao lado do milho, apresenta uma diminuição de 2,2% na produção, com um total de 111,6 milhões de toneladas, ante 114,1 milhões de toneladas do período mais recente. No quesito produtividade, a oleaginosa sofreu perda avaliada em 3.364 quilos/hectare da safra anterior para 3.185 quilos/hectare.

O superintendente de Informações do Agronegócio da Conab, Aroldo de Oliveira Neto, ressaltou que, enquanto a soja e o milho são favoritos pelos produtores devido à projeção no mercado externo, o feijão e o arroz, que compõem a icônica mistura presente no prato dos brasileiros, "representam saúde", apesar de estarem sendo plantados em espaços menores.

O cenário mais próspero salientado pela Conab foi o do algodão: com o plantio próximo do fim, deve registrar um aumento de 1,789 milhão de toneladas de pluma (17%). A companhia destacou ainda, como regiões de potencial ou já existente crescimento, Tocantins, Rondônia, estado com grande capacidade de escoamento da safra, e Maranhão, que, segundo Oliveira Neto, tem sido estimulado na produção agrícola por programas governamentais. "No Norte, estamos vendo uma fronteira que se abre no sudeste do Pará", acrescentou o superintendente.

O deputado estadual Edilson Silva (PSOL) divulgou, em sua página do seu Facebook, um vídeo onde mostra um vendedor de algodão doce sendo cercado por agentes para que ele parasse de vender o produto. O parlamentar disse que sabe da importância de formalizar o mercado, mas que ficou indignado. "Deixa o cara trabalhar e vão procurar o que fazer, seus desocupados", disparou.

"Eu sei da importância da formalidade no mercado; eu sei da importância da vigilância sanitária; eu sei da importância do ordenamento do comércio urbano, mas num tempo desse, com 14 milhões de desempregados no país, com mais de 50 mil homicídios/ano, com o narcotráfico recrutando milhares de pessoas, com os presídios abarrotados e em situação de barbárie, com esta quantidade de políticos e empresários criminosos sendo denunciados e presos, a gente vê quatro agentes do Estado perseguindo um vendedor de algodão doce, é f...", criticou.

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O deputado ressaltou que era necessário, ao invés de tentar coibir, orientar o ambulante. "Sou indignado com a forma como o poder público impede as micro-iniciativas, ainda frágeis e precárias, de se estabelecer. O Estado deveria ter ali, com este empreendedor de algodão doce, um serviço de orientação, visando o seu desenvolvimento".

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Depois de obter duas decisões favoráveis na Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 2002, governo e setor privado brasileiros mantiveram em alta a pressão sobre Washington para chegar ao memorando de entendimento que encerrou a disputa de 12 anos em torno de subsídios ao cultivo do algodão, anunciada na quarta-feira, 01.

Nos bastidores, avaliava-se que o Brasil poderia receber até um pouco mais que os US$ 300 milhões acertados, se apelasse à OMC para que o árbitro internacional do comércio implementasse suas decisões a favor do País. Em 2010, o governo brasileiro informou que as punições comerciais atingiriam US$ 829 milhões. Mais: o documento assinado ontem permite o uso desse dinheiro para pesquisa e investimentos em infraestrutura na produção nacional de algodão.

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Ao calcular os riscos de recorrer à OMC para adoção de um painel de implementação, que obrigaria os Estados Unidos a pagarem ao Brasil a indenização pelos subsídios ilegais, havia o risco de o valor ficar menor, além de impedir a chamada "retaliação cruzada" - no caso, a quebra de patentes de medicamentos, livros e filmes. O painel também não tem prazo legal para acabar, mas, nos bastidores, a avaliação é de que demoraria ao menos um ano para proferir sua decisão.

Mesmo assim, o setor privado não desistiu de usar o painel de implementação como uma carta na manga. A Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa) contratou a Barral M Jorge Consultores Associados, que deixou pronta a documentação para dar entrada no painel. "Não era tudo que a gente queria, mas o acordo é positivo e inaugura uma nova fase, esse era o maior contencioso comercial entre o Brasil e os Estados Unidos", avaliou Welber Barral, ex-secretário de Comércio Exterior do governo Lula. "O resultado foi positivo até para a relação bilateral."

Paz

Uma vitória adicional, comemorada por diplomatas brasileiros, foi a chamada "cláusula de paz". O acordo quase foi fechado em julho, mas esbarrou na tentativa dos EUA de impor essa "cláusula" de forma abrangente ao Brasil. Segundo uma das diversas versões do texto, escrito e reescrito entre os dois países desde janeiro deste ano, o Brasil se comprometeria a não questionar nenhum aspecto da Farm Bill na OMC.

No fim, prevaleceu a ideia brasileira: o Itamaraty não questionará os programas de apoio ao algodão americano, até que se aprove uma nova "Farm Bill". Mas, se identificar algum outro problema, o governo brasileiro fará consultas aos Estados Unidos antes de eventualmente levar a briga para a corte internacional de comércio.

Na reta final dos bastidores, o Brasil foi auxiliado pelo efeito calendário. O governo Barack Obama queria encerrar as negociações no mês passado, ainda no ano fiscal de 2014, que terminou em 30 de setembro. Isso permitiria maior agilidade para liberar os recursos do Orçamento. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Brasil e Estados Unidos fecharam nesta quarta-feira, 01, em Washington, acordo para colocar fim à disputa em torno dos subsídios americanos à produção de algodão, que se arrasta há quase uma década. Nos termos do pacto, o Brasil se comprometeu a não apresentar novas queixas contra programas de apoio aos produtores americanos previstos na atual Lei Agrícola e descartou a aplicação de retaliações contra os EUA com base nos contenciosos que o País venceu na Organização Mundial do Comércio (OMC).

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A exposição Entrenuvens chega à Caixa Cultural com a proposta inédita do artista plástico paulista Alcindo Moreira Filho, que com uma tonelada de algodão busca capturar de diversas maneiras imagens únicas que se dissolvem em minutos na dança das nuvens. A mostra acontece do dia 4 a 30 de junho, a qual o público poderá mergulhar nas possibilidades expressivas das obras. A entrada é gratuita.

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O projeto também inova na contrapartida socioambiental. Pela primeira vez no Brasil uma exposição de arte vai conquistar o selo Carbono Zero, pela ação de neutralização de carbono. Todas as emissões de gases de efeito estufa provenientes da instalação serão quantificadas através de um inventário de emissão de CO2, e compensadas com o plantio de mudas de espécies nativas da caatinga e mata atlântica. Tudo feito em Pernambuco.

Alcindo Moreira faz representações das nuvens usando materiais como algodão, parafina, polipropileno e acrílico em caixinhas de CDs, tratando cada um deles como pigmentos de uma paleta inventada, quase irreal. A exposição começa com imagens de nuvens reais fotografadas e segue para os retratos que o artista faz de seus céus. O artista define a mostra como uma conversa visual entre duas significações expressivas: o céu e a matéria algodão, que tem nas nuvens as interlocutoras dessa discussão estética.

Serviço



Entrenuvens

Terça (3) a 30 de junho | Terça a domingo das 12 às 20h

Caixa Cultural Recife (Avenida Alfredo Lisboa, 505 – Praça do Marco Zero – Bairro do Recife)

Gratuita

(81) 3425 1900

A sétima pesquisa de avaliação de safra da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), apresentada hoje, mostra nova redução na produção nacional de algodão. A safra está estimada em 1,263 milhão de toneladas, em comparação com 1,400 milhão de toneladas divulgadas no mês passado. Em relação à safra anterior (1,877 milhão de t), a queda é de 32,7%.

Com esse resultado, técnicos da Conab reavaliaram o quadro de oferta e demanda pelo produto. A importação deve crescer para 216 mil toneladas, em comparação com 60 mil toneladas previstas em março. Os técnicos ressaltam que "a decisão da indústria em comprar o produto no mercado externo vai ser tomada de acordo com a urgência de suas reais necessidades e também com base nos indicadores de paridade de importação, os quais ainda se mostram amplamente desfavoráveis à internacionalização do produto."

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Segundo a Conab, as importações servirão para suprir as necessidades imediatas de consumo no primeiro semestre (período de entressafra). Os técnicos salientam que existe a previsão de retardamento da colheita em Goiás e na Bahia, por causa de intempéries climáticas, que provocaram atrasos no plantio.

O prognóstico de exportação permanece inalterado em 642 mil toneladas. Como resultado final, tem-se uma previsão de estoque de passagem no encerramento do presente exercício, avaliado em 415,5 mil toneladas de pluma, muito semelhante à previsão do mês anterior, que foi de 415,4 mil toneladas.

A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima que a produção de algodão em pluma na safra 2012/13 deve diminuir 23,1%, passando de 1,877 milhão de toneladas em 2011/12 para 1,443 milhão de toneladas na safra atual. A redução da produção é atribuída, entre outros fatores, à acentuada retração dos preços, em particular no período que antecedeu o plantio, às estimativas de custos de produção elevados, e aos melhores preços de mercado das commodities concorrentes (milho e soja).

Segundo a Conab, "a nova configuração do quadro de suprimento para o ano de 2013 vai ficando cada vez mais ajustada". A oferta total do produto (estoque inicial + produção + importação) é de 1,968 milhão de toneladas, enquanto a demanda total (consumo interno + exportação) está projetada em 1,567 milhão de toneladas, resultando em um volume de estoque de passagem de aproximadamente 400 mil toneladas, ou seja, inferior em 17,4%, se comparado ao do ano anterior.

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A Conab estima necessidade de importação de cerca de 40 mil toneladas de pluma, para complementar as necessidades de consumo da indústria têxtil (887 mil toneladas), sem comprometer a exportação (680 mil toneladas). A estatal pondera, no entanto, que "a internalização não é dada como certa, pois nas operações de venda para o mercado externo foi efetuado um bom volume de negócios de exportação na modalidade de contratos flex, cujo produto objeto da venda poderá seguir seu curso normal ou ser redirecionado para o mercado interno, se assim as partes envolvidas no negócio estiverem de acordo".

Ou seja, "a decisão da indústria em comprar o produto no mercado interno ou externo vai ser tomada com base nos indicadores de paridade de exportação e de importação vigentes, no momento oportuno", concluem os técnicos da Conab.

A estiagem que atinge o Nordeste brasileiro impedirá uma nova safra recorde de algodão em caroço em 2012, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA) de setembro, divulgado nesta terça-feira, registrou uma queda de 5,8% na safra do grão em relação à previsão de agosto. Como resultado, a safra de 2012 deverá ser 1,3% menor do que a de 2011.

"O algodão deixou de ser recorde com a informação de setembro. A queda foi por causa da estiagem, principalmente na região Nordeste", afirmou Mauro Andreazzi, gerente da Coordenação de Agropecuária do IBGE. A produção da região Nordeste caiu 17,0% ante 2011. Na Bahia, que concentra a maior parte da cultura, o rendimento médio ficou 16,2% menor.

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A Região Centro-Oeste será responsável por 68,4% da produção nacional de algodão no ano. No Mato Grosso, onde as chuvas favoreceram a cultura, houve aumento no rendimento médio de 9,1% em relação ao ano passado. No Mato Grosso do Sul, a produtividade cresceu 8,8%. Em Goiás houve queda de 13,3% na produção, causada pela redução na área cultivada (-11,3%) e no rendimento médio (-2,3%).

Agora é oficial: o algodão colorido é coisa da Paraíba. O Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) anunciou nesta quarta-feira (15) a concessão do Selo de Indicação Geográfica Paraíba para produtos têxteis confeccionados em algodão colorido.

O reconhecimento do nome do Estado como produtor de algodão se justifica pelo seu diferencial tecnológico. Devido às pesquisas desenvolvidas pela Embrapa Algodão, a Paraíba, que registrara uma queda na produção nos anos 1980, retomou seu plantio com uma novidade: o algodão passou a ser naturalmente colorido.

O registro é concedido pelo INPI com objetivo de evitar que produtos de origem de outras regiões sejam vendidos como original, além de garantir a procedência do produto.

Um trabalho de melhoramento genético das variedades coloridas começou em 1989. Foram estudadas 35 novas linhagens de algodão nos municípios de Patos e Monteiro, na Paraíba. Como resultado, Campina Grande (PB) e regiões vizinhas são hoje grandes centros de produção algodoeiro reconhecidos em todo o País. A cooperativa de 31 associados transforma as plumas de algodão colorido em peças de vestuário e para casa. Com as sobras de tecidos, fazem bonecos e bichinhos de pano para crianças. A cooperativa já exporta para a União Europeia brinquedos e almofadas produzidas com o algodão naturalmente colorido.

Recentemente, também foi conferido pelo INPI o registro a própolis vermelha de Alagoas na modalidade Denominação de Origem. O registro, reconhecido internacionalmente, serve como uma forma de proteção daquilo que é produzido numa certa região, que tem algum reconhecimento histórico ou tem sua qualidade intrinsecamente ligada ao meio onde é produzido, e é composto por um selo que permite a utilização de um nome geográfico, indicando a origem de um determinado produto ou serviço.

O Instituto de Tecnologia de Pernambuco (Itep) promove na próxima sexta-feira (27) o Seminário Tecnologia Tropical. O encontro irá debater o tema “Matérias-primas para produção de óleos vegetais e biodiesel: dendê e algodão”. O evento acontece das 9h às 17h, na Fundação Joaquim Nabuco, que fica na avenida 17 de Agosto, 2187, em Casa Forte.

Participam do seminário pesquisadores da Embrapa (Cerrado, Algodão e Amazônia Oriental), além de representantes do Itep, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), da Universidade de Pernambuco (UPE), da Fundaj, do Governo do Estado e do Sindicato da Indústria do Açúcar no Estado de Pernambuco (Sindaçúcar). 

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A programação traz a sessão Dendê pela manhã, sob coordenação de Gabriel Alves Maciel, gerente de Arranjos Produtivos Locais da AD/Diper. A primeira palestra é “Ecofisiologia da Palma de Óleo e a Expansão da Cultura no Brasil, do chefe-geral da Embrapa Amazônia Oriental, Cláudio José Reis Carvalho, com o presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, como debatedor. A segunda palestra é “O Cultivo Irrigado do Dendezeiro nas Condições Edafoclimáticas do Cerrado”, com Jorge César dos Anjos Antonini, pesquisador na área de Irrigação e Agrometeorologia da Embrapa Cerrados, tendo como debatedor o coordenador do Laboratório de Combustíveis e Energia da Poli/UPE, professor Sérgio Peres Ramos.

À tarde, o tema será Algodão. A sessão será coordenada pelo diretor-presidente do IPA, Júlio Zoé de Brito. O primeiro palestrante será José Ranulpho Queiroz, empresário do setor de cana-de-açúcar e algodão, que abordará o tema “A Cultura do Algodão no Oeste da Bahia – Exemplo para Pernambuco”. O debatedor será o professor Valmar Correa de Andrade, da UFRPE. Às 15h20, acontecerá a palestra “Potencial da Cultura do Algodão como Oleaginosas, no Nordeste do Brasil”, com Waltemilton Vieira Cartaxo, supervisor do Setor de Transferência de Tecnologia da Embrapa Algodão, que terá como debatedor o diretor técnico do Sebrae-PE, Aloísio Ferraz. 

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