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O PSDB reagiu às críticas de Aloysio Nunes Ferreira com uma nota sem assinatura. "Agradecemos ao ex-ministro, ex-senador e ex-militante do PSDB Aloysio Nunes Ferreira pelas contribuições em relação ao partido. Vamos levar em conta suas opiniões no processo de reconstrução no qual estamos empenhados", diz o texto.

O presidente nacional do PSDB, Eduardo Leite, que é governador do Rio Grande do Sul, foi procurado pelo Estadão e preferiu não se manifestar. Ele não assinou o texto divulgado pela assessoria do partido.

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'Teóricos desatualizados'

Presidente da federação PSDB-Cidadania em São Paulo, o prefeito de Santo André, Paulo Serra, foi ainda mais contundente na declaração.

"Precisamos menos de teóricos desatualizados escrevendo sobre os nossos já conhecidos defeitos e mais de ação prática com disposição verdadeira para ajudar na reconstrução!", disse Paulo Serra.

O prefeito de Santo André, que também e tesoureiro nacional do PSDB, fez questão de ressaltar que falava em nome da federação. Ele assumiu o comando do grupo na semana passada, com a missão de tocar as articulações para as eleições municipais de 2024 em São Paulo.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Primeiro tucano a defender o apoio a Luiz Inácio Lula da Silva na eleição, o ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira diz ver com tristeza a "agonia" do PSDB, que governou o País duas vezes, com Fernando Henrique Cardoso, e completou 35 anos no mês passado. O ex-chanceler acha que o presidente cometeu "grave erro político" ao afagar o venezuelano Nicolás Maduro. "Na Venezuela, a imprensa não é livre, as eleições não são livres, a oposição é reprimida, o Judiciário é controlado. Se isso não é ditadura, o que é?", questionou. leia a seguir os principais trechos da entrevista.

O PSDB completou 35 anos, em sua maior crise. Perdeu o governo de São Paulo, tem sua menor representação no Congresso e enfrenta debandada de prefeitos. Por que o PSDB faliu?

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Essa crise não aconteceu de repente: foi preparada por quatro anos de ausência absoluta de oposição que um partido social democrata teria o dever de fazer a um governo que foi autoritário, reacionário e regressivo do ponto de vista social e ambiental. O PSDB não só não fez oposição como em muitos momentos apoiou algumas das medidas mais nefastas do governo Bolsonaro.

Como o sr. define o PSDB hoje: é um partido de centro ou de direita?

É um partido de direita. Está na mesma confusão entre vazio político, clientelismo e distanciamento da base social, assim como outros partidos que povoam esse campo da direita. Com um agravante: o que os líderes do PSDB falam não é ouvido.

Qual é o impacto da inelegibilidade do ex-presidente Jair Bolsonaro sobre o cenário político?

Bolsonaro vai continuar sendo um abscesso de fixação do que há de mais reacionário na política brasileira. Seu afastamento do processo eleitoral poderá dar margem ao surgimento de uma direita republicana, um partido que possa representar o pensamento conservador, mas respeitoso da Constituição. Na esquerda, já temos o PT, o PDT, o PSB... Temos até o que na França se chama "La Gauche Mignone", a esquerda bonitinha, que é o PSOL. Quem sabe reapareça no horizonte o PFL. Era um partido conservador, mas que tinha uma formulação programática e líderes respeitados.

Virou hoje o União Brasil, que é a fusão do DEM, antigo PFL, com o PSD.

Dá um banho de loja no União Brasil que pode ser (risos). Infelizmente, o PFL se fragmentou e também foi tragado pela extrema-direita.

Qual é a sua avaliação sobre os primeiros seis meses do governo Lula?

Começou um pouco confuso, enfrentou uma tentativa de golpe em 8 de janeiro, mas agora encontrou seu caminho. Retomou programas sociais importantes, como o Minha Casa, Minha Vida, e também a política externa, sobretudo em matérias nas quais somos valorizados, como meio ambiente e direitos humanos. Além disso, está reconstruindo o Ministério da Saúde, que havia sido destruído, e a área da cultura.

Mas o governo é refém do Centrão, que quer controlar o Ministério da Saúde. Como sair dessa armadilha de distribuição de emendas e cargos em troca de apoio?

A saída é o convencimento político: recorrer à opinião pública, propor com clareza os passos a seguir. Eu fui um dos poucos parlamentares a votar contra a obrigatoriedade de execução das emendas individuais. (A proposta) foi aprovada porque, à época, o governo Dilma era fraco. Depois, num governo mais fraco ainda, o do Bolsonaro, o Congresso prosseguiu tomando o freio entre os dentes. Agora, houve um início de reequilíbrio, com a atenuação do orçamento secreto.

O problema é que essas emendas foram desvirtuadas. Há envio de dinheiro para parentes, sócios, laranjas, obras superfaturadas...

Virou, muitas vezes, um mensalão disfarçado. Mas a maioria dos deputados não está atrás de mensalão. Deputado quer é ser reeleito, ter uma boa imagem e, para isso, o atendimento de suas bases é fundamental. Pode chamar de paroquialismo, mas é realidade não só do Brasil, mas do mundo.

Quando era chanceler, o sr. definiu a Venezuela como uma ditadura. Como vê agora os afagos do presidente Lula a Nicolás Maduro?

Eu lamento. É um grave erro político porque afasta muita gente que tem sincero apreço à democracia e pode ficar desconfiada de que esse apreço não seja compartilhado pelo Lula. Contraria, inclusive, os compromissos afirmados e reafirmados por ele, na prática, nos seus governos. A cassação da candidatura de María Corina Machado, à frente nas pesquisas eleitorais, por um Judiciário submisso a Maduro é prova incontestável de que não há democracia na Venezuela.

O presidente Lula disse que o conceito de democracia é relativo.

Democracia tem de ser um valor absoluto. Na Venezuela, a imprensa não é livre, as eleições não são livres, a oposição é reprimida, o Judiciário é controlado. Se isso não é ditadura, o que é? A situação se degradou depois de Hugo Chávez, inclusive. Chávez falava frequentemente com o presidente Fernando Henrique ao telefone. Chegou até a recomendar a ele o livro A Democracia na América, de Tocqueville. Lula faz bem em ter relações diplomáticas com a Venezuela. Agora, dar a Maduro um destaque especial, quando havia outros dez chefes de Estado sul-americanos aqui, foi um erro político. E foi um erro de avaliação classificar as críticas à situação política da Venezuela como "narrativa".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes criticou a visita do secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, a Roraima. Em publicação no Twitter, o ex-senador defendeu que a política externa do Brasil deve ser pautada pelo interesse nacional. "É o caso de perguntarmos o que nos acrescenta a montagem de um palanque eleitoral para um discurso provocativo de interesse exclusivo de Donald Trump", escreveu.

Nunes argumentou que o País deve cultivar relações positivas com parceiros, baseado na reciprocidade com os EUA, "o que é muito diferente de vassalagem a um presidente-candidato". O tucano revelou ainda que, quando o vice-presidente americano, Mike Pompeo, quis ir a Roraima para visitar refugiados venezuelanos, enquanto ainda estava à frente do Itamaraty, ele não permitiu. "Ofereci como alternativa a visita a instituições filantrópicas de acolhida em Manaus", relatou.

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A crítica do ex-chanceler acontece um dia depois de o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia, também reagir negativamente à visita de Pompeo. Para Maia, a viagem "não condiz com a boa prática diplomática internacional e afronta as tradições de autonomia e altivez de nossas políticas".

Neste sábado, o Itamaraty reagiu às críticas de Maia. Para o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, quem se preocupa com a parceria do governo brasileiro com a Casa Branca nessa questão é "quem teme a democracia". Na avaliação de Araújo, o povo brasileiro "tem apego profundo pela democracia e o regime do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, trabalha permanentemente para solapar a democracia em toda a América do Sul".

Três anos depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, o ex-senador Aloysio Nunes (PSDB) disse que houve uma “manipulação política” a partir da Lava Jato para a destituição do mandato da petista em 2016. Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, o tucano fez um panorama das revelações de conversas entre os procuradores à frente das investigações e o então juiz Sergio Moro e ponderou que eles “venderam peixe podre” ao Supremo Tribunal Federal (STF). 

Ao ser questionado se estava surpreso diante da influência política na Lava Jato, Nunes disse que agora reconhece que tudo aconteceu “de caso pensado”. “Quando você fala na divulgação do diálogo de Lula com a Dilma, evidentemente você tem uma manipulação política do impeachment. Quando você tem a divulgação da delação de Palocci, nas vésperas da eleição presidencial, você tem uma manipulação política da eleição presidencial. Isso foi de caso pensado, como os diálogos revelaram”, observou Nunes. 

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“Não é uma coisa por inadvertência, foi de caso pensado. Então, isso para mim torna, não todos, porque não conheço todos, esses casos em que esse tipo de procedimento se verificou, nulos, porque atingiu um princípio fundamental do Estado de Direito, que é a garantia que a existência de um juiz imparcial dá ao direito de defesa”, acrescentou. 

Apesar disso, na época do impeachment, o PSDB usou os diálogos revelados pela Lava Jato, sobre a posse de Lula como ministro da Casa Civil. “Não só o PSDB. O Supremo Tribunal Federal acabou por barrar a posse do Lula [como ministro de Dilma] com base em uma divulgação parcial de diálogo, feita por eles, Moro e seus subordinados, do Ministério Público. Eles manipularam o impeachment, venderam peixe podre para o Supremo Tribunal Federal. Isso é muito grave”, disparou o tucano.

Na entrevista, o ex-senador observa também que foi a favor do impeachment, mas a bancada do PSDB no Senado, segundo ele, era mais "prudente" em relação ao que estava acontecendo. "Diante do fato de que a presidente Dilma não conseguiu ter sequer 173 votos a favor dela para barrar o processo de impeachment na Câmara, ficou evidente que ela tinha perdido as condições de governar", disse. 

"Além, evidentemente, do desvario da condução da política econômica e da política fiscal. Como uma presidente não consegue ter 173 votos para barrar o impeachment, que praticou atos que, à luz da própria legislação, constituiu crime de responsabilidade, não havia como a manter no poder”, emendou, justificando. 

Ainda na ótica de Nunes, caso Lula tivesse assumido a Casa Civil, o impeachment não teria acontecido. “Eles manipularam o impeachment ao barrar a posse do Lula. Se Lula tivesse ido para casa Civil, não seria capaz de recompor a base política do governo? Lula, que dizem que foi um governo socialista, governou com a direita. Teria rapidamente condições de segurar a base política. Porque o impeachment é um processo jurídico - crime de responsabilidade - e político. Ele, pelo menos, em relação à questão política, talvez tivesse condições de recompor. Foi exatamente por isso que eles procuraram barrar, como conseguiram, a posse de Lula”, observou o ex-chanceler do governo de Michel Temer. 

O ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), usou a sua conta oficial do Twitter para se defender da delação de membros da cúpula da empreiteira OAS que aponta o seu nome como coordenador de pagamento de propinas para campanhas do PSDB. "São tempos sombrios esses em que o Judiciário homologa delação como essa de Léo Pinheiro, cujo teor fantasioso, no que me diz respeito, salta aos olhos de quem reflete sobre ela com cuidado", disse o ex-ministro e ex-senador por São Paulo, em publicação realizada há pouco.

O conteúdo da delação premiada de Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS, e outros membros da direção da empresa, foi publicado hoje em reportagem da Folha de São Paulo. "É absurda e mentirosa a tentativa de me descrever como coordenador de propina do PSDB", afirmou o ex-ministro. "A delação não se sustenta e será desmentida no processo judicial", concluiu Nunes, após uma série de postagens em que argumenta a ausência de relação entre as obras dos governos tucanos em São Paulo com a possível prática de caixa dois, delatada pela OAS.

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O ex-ministro Aloysio Nunes Ferreira (Governo Temer/Relações Exteriores) ficou em silêncio durante audiência na Polícia Federal. Alvo de buscas da Operação Lava Jato, em fevereiro, Aloysio compareceu à PF em São Paulo em 28 de março. O termo da audiência foi anexado ao processo no dia 3 de junho.

"Nunca foi preso ou processado criminalmente; que se reserva no direito de permanecer calado, por dois motivos: primeiro porque não teve acesso aos autos da investigação e segundo porque está seguro que não possui relação alguma com fatos investigados na denominada Operação Lava Jato; que nada mais disse nem lhe foi perguntado."

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Três dias antes de o ex-ministro prestar depoimento, a PF recebeu a professora Ruth Arana de Souza, ex-mulher de Paulo Vieira de Souza - ex-diretor da Dersa apontado como operador do PSDB e alvo da Lava Jato. Ruth também ficou em silêncio.

"Respondeu que é divorciada; que permanecerá em silêncio e não irá se manifestar no presente momento."

Nas buscas contra Aloysio, a PF apreendeu dois HD's externos, um Ipad e oito pendrives, um celular e um computador na casa do ex-ministro. A Lava Jato investiga se Aloysio seria beneficiário final de um cartão de crédito abastecido com valores provenientes da Odebrecht.

O cartão teria sido emitido, em 2007, por contas na Suíça do ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza - apontado pela investigação como operador do PSDB e preso na Ad Infinitum, operação que fez buscas contra o ex-ministro.

A Procuradoria da República afirma que o ex-diretor da Dersa manteve R$ 131 milhões em quatro contas no banco Bordier & CIE, de Genebra, em nome da offshore panamenha Groupe Nantes SA, da qual o operador é beneficiário econômico e controlador. As contas foram abertas em 2007 e mantidas até 2017.

"Em 24 de dezembro de 2007, portanto logo após Paulo Vieira de Souza ter recebido da Odebrecht 275.776,04 euros, cuja transferência aconteceu em 26 de novembro de 2007, um dos responsáveis por sua conta mantida em nome do Grupo Nantes na Suíça solicitou a representantes do Banco a entrega de cartão de crédito no Hotel Majestic Barcelona, na Espanha, para Aloysio Nunes Ferreira Filho", afirma a Lava Jato.

Do início de janeiro até 19 de fevereiro, Aloysio foi presidente da Investe São Paulo do governo João Doria. Após ser alvo da Operação, Aloysio Nunes pediu demissão do cargo.

Vieira de Souza é investigado por lavagem de dinheiro no esquema da Odebrecht. O Ministério Público Federal afirma que o operador disponibilizou, a partir do segundo semestre de 2010, R$ 100 milhões em espécie ao operador financeiro Adir Assad, no Brasil.

Assad entregou os valores ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, aos cuidados do doleiro Álvaro José Novis - que supostamente fazia pagamentos de propinas, a mando da empresa, para vários agentes públicos e políticos, inclusive da Petrobrás.

Em contrapartida, relata a investigação, a Odebrecht repassou valores, por meio de contas em nome de offshores ligadas ao Setor de Operações Estruturadas da empreiteira, ao operador Rodrigo Tacla Duran.

E-mails do banco Bordier & Cie, de Genebra, revelam que o ex-diretor da Dersa Paulo Vieira de Souza teria encomendado um cartão para o ex-ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes (PSDB). De acordo com a troca de mensagens entre funcionários da instituição financeira, a pedido do "cliente",o cartão, que foi carregado com 10 mil euros, deveria ter sido enviado ao tucano, mas não colocado em seu nome. 

As trocas de mensagens fazem parte dos documentos obtidos pela força-tarefa da Lava Jato em cooperação internacional com bancos Suíços. Vieira de Souza foi preso na fase de número 60 da operação, batizada de Ad Infinitum, apontado como suposto operador de políticos do PSDB e também da Odebrecht na geração de dinheiro para seu departamento de propina.

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Os documentos em nome da offshore Grupo Nantes revelam que Vieira de Souza chegou a ter a cifra de R$ 130 milhões na Suíça. Boa parte dos papéis está em nome do ex-diretor da Dersa apontado como operador tucano. Pagamentos a esta conta teriam vindo das empreiteiras Andrade Gutierrez, Camargo Corrêa e Odebrecht. Investigadores querem saber se outros políticos teriam sido beneficiários de 11 cartões emitidos pelas contas de Vieira de Souza.

Um dos cartões emitidos teria Aloysio Nunes como seu beneficiário - ele foi alvo de buscas e apreensões. O documento foi emitido em 2007, quando o tucano era chefe da Casa Civil do governo José Serra (PSDB), em São Paulo. O cartão, de acordo com as informações do banco suíço, foi enviado ao hotel Majestic, em Barcelona, e recebeu crédito de 10 mil euros.

Além do documento que mostra a emissão do cartão e seu envio a Barcelona, trocas de e-mails também indicam para a entrega do cartão a Aloysio, a pedido de Paulo Vieira de Souza.

Defesas

A reportagem entrou em contato com a defesa do ex-ministro. O espaço está aberto para manifestação. No dia 19 de fevereiro, quando foi deflagrada a Ad Infinitum, Aloysio Nunes disse que ainda "não teve acesso às informações" da investigação que fazem parte da fase 60 da Lava Jato.

Segundo o tucano, o delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência "foi muito cortês" mas não revelou a ele os motivos da diligência. "O inquérito está em segredo, eu estou buscando saber o que há."

Aloysio Nunes negou ter recebido cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, preso na Ad Infinitum.

A reportagem entrou em contato com a defesa de Vieira, mas também não obteve resposta. O espaço está aberto para manifestação.

O presidente da Investe SP, Aloysio Nunes, pediu demissão do cargo nesta terça-feira, 19, após reunião com o governador João Doria (PSDB). A decisão foi tomada após Aloysio ter sido alvo de busca e apreensão pela Polícia Federal, na 60ª fase da Operação Lava Jato.

A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira a Operação Ad Infinitum, fase 60 da Lava Jato, e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aloysio, entre eles o apartamento onde mora ex-chanceler, em Higienópolis. Segundo investigação da força-tarefa da Lava, Aloysio teria recebido um cartão de crédito em dezembro de 2007 vinculado a uma das contas da off shore Groupe Nantes, controlada pelo ex-diretor da Dersa e suposto operador do PSDB, Paulo Vieira de Souza.

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À época, Aloysio era secretário da Casa Civil do governo de José Serra (PSDB) em São Paulo e teria indicado Vieira de Souza para ocupar o cargo de diretor de engenharia da Dersa, estatal paulista responsável por obras viárias, como o Rodoanel.

Documentos fornecidos pelo Ministério Público da Suíça mostram que o cartão foi enviado para Aloysio no Hotel Majestic, em Barcelona, na Espanha, onde ele ficaria hospedado entre os dias 24 e 29 de dezembro de 2007.

Mais cedo, Aloysio disse que ainda "não teve acesso às informações" da Operação Ad Infinitum. Segundo ele, o delegado da Polícia Federal que conduziu as buscas em sua residência nesta terça, 19, "foi muito cortês", mas não revelou a ele os motivos da diligência. "O inquérito está em segredo, eu estou buscando saber o que há."

Aloysio negou ter recebido cartão de crédito da conta do operador do PSDB Paulo Vieira de Souza, preso na Ad Infinitum.

Aloysio é o segundo nome do primeiro escalão do governo Doria a se afastar após ser alvo de operação da Lava Jato. Em dezembro, o ex-ministro Gilberto Kassab sofreu buscas e apreensão da Polícia Federal em sua residência no inquérito que investiga o suposto recebimento de R$ 23 milhões de propina da JBS.

O ex-senador e ex-chanceler do governo Michel Temer, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB), terá uma reunião nessa terça-feira (19) com o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), para definir seu futuro na administração tucana, onde ocupa atualmente o cargo de presidente da Investe São Paulo (Agência Paulista de Promoção de Investimento e Competitividade).

A Polícia Federal deflagrou hoje a Operação Ad Infinitum, fase 60 da Lava Jato, e cumpriu mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Aloysio, entre eles o apartamento onde ex-chanceler mora, em Higienópolis.

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Doria só vai se manifestar depois da reunião, mas auxiliares e aliados do governador acreditam que ele deve aplicar a mesma solução do caso Gilberto Kassab, que pediu licença do cargo para se defender de acusações de corrupção no caso JBS.

A avaliação reservada no entorno de Doria e na cúpula do PSDB é que as acusações são graves.

A Força Tarefa da Lava Jato recebeu documentos da Suíça mostrando que um cartão de crédito vinculado a uma conta de Paulo Vieira de Souza, ex-diretor da Dersa na gestão José Serra (PSDB), foi enviado para Aloysio Nunes em um hotel na Espanha em 2007, quando o ex-chanceler era chefe da Casa Civil do governo Paulista.

Até agora o PSDB não divulgou nenhum comunicado ou nota de apoio a Aloysio, que também não recebeu a solidariedade de aliados nas redes sociais.

Os tucanos paulistas querem evitar que o caso de Paulo Vieira volte para o Palácio dos Bandeirantes e contamine o governo.

A 60ª fase da Lava Jato, deflagrada nesta terça-feira (19) pela Polícia Federal de Curitiba, prendeu Paulo Vieira de Souza, também conhecido como Paulo Preto, apontado como operador de esquemas envolvendo o PSDB em São Paulo. A operação recebeu o nome de Ad Infinitum.

Segundo o Ministério Público Federal do Paraná, 12 mandados de busca foram expedidos, entres eles, em endereços de Paulo Preto e do ex-chanceler Aloysio Nunes Ferreira Filho.

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A operação investiga um complexo esquema de lavagem de dinheiro de corrupção praticado pela Odebrecht e por Paulo Preto e outros três operadores, que atuaram entre 2007 e 2017. Segundo o MPF, as transações investigadas superam R$ 130 milhões, que correspondiam ao saldo de contas controladas por Paulo Preto na Suíça no início de 2017.

Esquema

As investigações da força-tarefa da Lava Jato no Paraná revelaram a atuação de Paulo Preto como operador financeiro com importante papel num complexo conjunto de operações de lavagem de dinheiro em favor da empreiteira Odebrecht.

Paulo Preto teria disponibilizado, no segundo semestre de 2010, R$ 100 milhões em espécie para um operador no Brasil, que teria entregue os valores ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht, aos cuidados de um doleiro. Esse doleiro pagava propinas, a mando da empresa, a vários agentes públicos e políticos, inclusive da Petrobras. Segundo o MPF, propinas foram pagas pela empreiteira, em espécie, para seis diretores e gerentes da Petrobras.

Em contraprestação à entrega de valores em espécie por Paulo Preto ao Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht no Brasil, esse setor transferiu milhões de dólares para as contas de um doleiro no exterior. Este último operador, depois de descontar sua comissão, devida pela lavagem do dinheiro, ficava incumbido de fazer chegar às contas de Paulo Preto os recursos a ele devidos.

A investigação apontou que houve também outras operações ilícitas entre os investigados. No dia 26 de novembro de 2007, por intermédio da offshore Klienfeld Services Ltd, a Odebrecht transferiu 275.776,04 de euros para a conta controlada por Paulo Preto, em nome da offshore Grupo Nantes, na Suíça. No mês seguinte, foi solicitada emissão de cartão de crédito, vinculado à sua conta, em nome de Aloysio Nunes Ferreira Filho. Além disso, foram identificados depósitos, no ano de 2008, por contas controladas pela Andrade Gutierrez e Camargo Correa, em favor da mesma conta controlada por Paulo Preto na Suíça, no valor global aproximado de US$ 1 milhão.

Documentos apreendidos em fases anteriores da Lava Jato, fornecidas pela Odebrecht, depoimentos de colaboradores, troca de mensagens, relatórios de informação e extratos embasam a investigação. “Nesse contexto, foi fundamental a obtenção de evidências mediante a cooperação internacional entre o Brasil e quatro países: Suíça; Espanha, Bahamas e Singapura”, diz o MPF.

“Parte das peças desse grande quebra-cabeça foi obtida pelo MPF a partir de acordos de leniência e de colaboração premiada, cooperações internacionais com quatro países, análise e relacionamento de provas obtidas em buscas e apreensões de fases anteriores da Lava Jato e afastamentos de sigilos fiscal e bancário. Os mandados de busca e apreensão que estão sendo cumpridos hoje visam a obter outras peças dessa gigantesca figura criminosa”, disse o procurador da República Roberson Pozzobon.

Outro lado

Paulo Preto já é investigado pela Lava Jato em São Paulo. Ele é réu em duas ações penais envolvendo obras de construção do Rodoanel Sul e do Sistema Viário de São Paulo. Em uma delas ele é acusado de peculato (desvio de dinheiro público), processo que se encontrava na fase de alegações finais, mas que foi anulado em liminar de habeas corpus pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes. A segunda ação é a de crime de cartel, que se encontra na fase de depoimentos das testemunhas de defesa.

Procurada pela Agência Brasil, a defesa de Paulo Preto informou que não vai comentar a operação e a prisão de seu cliente. “Não tivemos acesso a qualquer documentação ainda”, informou a defesa. Já a defesa de Aloysio Nunes ainda não se manifestou.

Mais um ministro do governo Michel Temer (MDB), o chanceler Aloysio Nunes Ferreira, vai assumir um posto na gestão do governador eleito de São Paulo, o tucano João Doria, como presidente da Investe SP, agência paulista de promoção de investimentos. A Investe SP está ligada à Secretaria da Fazenda, Planejamento e Gestão, que terá na gestão Doria a coordenação de Henrique Meirelles, ex- ministério da Fazenda de Temer.

O tucano Aloysio Nunes Ferreira será o sétimo ministro da gestão Temer no governo de João Doria. Além dele e de Meirelles, farão parte da administração paulista o ex-ministro das Cidades Alexandre Baldy, na secretaria de Transportes Metropolitanos e o ex-ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações Gilberto Kassab, na Casa Civil.

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E ex-ministro do Turismo Vinícius Lummertz, que assumirá a mesma pasta no Estado; o ex-ministro da Cultura Sérgio Sá Leitão, também na pasta estadual correspondente; e o ex-ministro da Educação Rossieli Soares, na secretaria estadual de Educação completam a lista. 

A transferência da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém não traria ganhos na relação brasileira com Israel e tiraria o País de uma posição amparada pelo direito internacional, afirmou o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo.

"Não somos um País poderoso a ponto de chutar o balde quando alguma regra internacional não nos beneficia", alfinetou o tucano. 

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Após o futuro governo indicar uma nova orientação diplomática do Brasil neste assunto, o premiê de Israel, Binyamin Netanyahu, programou uma visita inédita ao País na próxima semana.

O chanceler brasileiro afirmou também que a eleição de Jair Bolsonaro trará para o governo ideias como o nacionalismo e o "antiglobalismo", em contraponto com uma cultura política presente no País desde a redemocratização. A entrevista completa pode ser acessada no portal estadao.com.br. A seguir, os principais trechos:

Qual sua avaliação sobre o futuro governo anunciar a saída do acordo de migrações quando o sr. formalizava a participação do Brasil?

Em alguns temas, os interesses do país são mais eficientemente tutelados quando há cooperação com outros países. A cooperação não contradiz a soberania do País. A lei brasileira de migração foi aprovada pelo Congresso Nacional. Longe de escancarar as portas do Brasil, fixa critérios seguros para receber imigrantes. A pauta do combate à imigração pode ser dos Estados Unidos, da França, da Itália, da Hungria. Mas não é pauta brasileira. O futuro presidente terá toda a latitude para propor mudança da lei e se afastar de um pacto, que não é obrigatório. Apenas acho que essa comunicação poderia esperar o dia 1.º de janeiro. Não precisava ser feito quando eu apenas descia da tribuna. Não foi um gesto cordial.

E a saída do Acordo do Clima?

As metas do Acordo do Clima, nós propusemos. Se não conseguirmos atingir, vão invadir o Brasil? Vão replantar a vegetação do cerrado na marra? Não. Tem quem ache que o aquecimento global é uma ficção. Há gente que acredita que a humanidade nasceu de Adão e Eva. É uma crença. Mas o aquecimento global é cientificamente constatado. O Brasil se engajou voluntariamente no acordo, e fico feliz quando o futuro ministro do Meio Ambiente (Ricardo Salles), transmitindo posição do presidente Bolsonaro, diz que o Brasil se manterá no acordo.

Esses ataques a ONU e ao multilateralismo são uma negação de pilar da diplomacia brasileira?

A eleição do presidente Bolsonaro foi triunfal, essa que é a verdade. É uma vitória incontestável, que não representa apenas a rejeição ao PT. Vejo que os valores que inspiraram sua campanha têm uma cultura política diferente daquela que predominou da redemocratização para cá. Não creio que haja risco institucional. Mas alguns valores próprios do Brasil e de uma corrente ideológica de extensão global estão presentes nessa cultura política: a desconfiança do globalismo, o fechamento, o nacionalismo.

Isso é bom ou ruim?

É uma coisa nova, vai levar a um debate político. Espero que não bloqueie uma vertente importante do governo Bolsonaro que se anuncia, a vertente reformista. O aprofundamento do processo de reformas, colocado em andamento no governo Temer com resultados benéficos.

Qual sua opinião sobre a mudança da Embaixada do Brasil de Tel-Aviv para Jerusalém?

Isso (a mudança da embaixada) acrescenta ao interesse nacional? Acho que não. E (a consequência negativa) não é só a questão do comércio. É uma condição de respeito do Brasil à lei internacional. É um padrão de comportamento nosso ao qual temos de nos apegar, porque não somos um País poderoso a ponto de chutar o balde quando alguma regra internacional não nos beneficia. Temo um azedume intercomunitário no Brasil. Temos comunidade árabe, judaica que convivem bem. Não quero briga da José Paulino com a 25 de Março (ruas de São Paulo).

Se a mudança ocorrer, o Brasil pode ser alvo de terrorismo?

Não vejo isso. Mas a gente não ganha nada. E é uma pauta que nunca foi colocada para nós por autoridades israelenses.

O sr. vê ganhos no alinhamento com os Estados Unidos?

Acho positiva a ideia de aprofundar os vínculos econômicos, culturais e tecnológicos com os Estados Unidos. Foi o que procuramos fazer. O futuro chanceler (embaixador Ernesto Araújo) conhece bem os EUA. Foi responsável pelo departamento (de EUA e Canadá, no Itamaraty). Provavelmente terá ideias melhores, mais criativas. Então, creio que dará continuidade ao trabalho.

O futuro da relação do Brasil com a China o preocupa?

Estive com o embaixador da China (Li Jinzhang), que se despedia. Ele tinha tido uma conversa muito positiva com o presidente Bolsonaro. Não tenho maior receio.

Estamos sendo pressionados a escolher um lado na guerra comercial entre EUA e China?

O professor (Henry) Kissinger, com quem estive em Nova York, me disse: 'Olha, vocês vão ser pressionados a tomar partido'. Acho que seremos instados a tomar partido à medida que a confrontação China-EUA adquira tonalidades mais dramáticas. Seria um erro. Não creio que o próximo governo incorra nele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Marcos Jorge, inicia neste domingo (4) uma missão na China com o objetivo de aumentar e diversificar as exportações brasileiras com o país asiático, que é o maior parceiro comercial do Brasil. De janeiro a setembro deste ano, o Brasil vendeu para a China um total de US$ 47,2 bilhões em produtos, principalmente soja, petróleo e minério de ferro. Esse volume comercializado representa 26,3% do total das exportações brasileiras para o exterior.

Entre as principais agendas de trabalho de Marcos Jorge no país, está uma visita ao ministro chinês da Indústria e Tecnologia da Informação, Miao Wei, e uma visita à Feira Internacional de Importação da China, em Xangai. 

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Também participam da viagem os ministros das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, e da Agricultura, Blairo Maggi, além de representantes da Agência Brasileira de Promoção das Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

Ainda neste domingo, os ministros deverão se encontrar, em Xangai, com a delegação de 120 representantes de 72 empresas da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). À noite, está previsto um jantar oferecido pelo presidente chinês, Xi Jinping.

Feira internacional

Na segunda-feira (5), o Brasil inaugura o pavilhão na 1ª edição da Feira Internacional de Importação e Exportação da China, cujo objetivo é promover as exportações de produtos estrangeiros ao país asiático. Coordenada pela Agência Brasileira de Promoção de Exportação e Investimentos (Apex-Brasil), a delegação brasileira será composta por cerca de 90 empresas do setor de alimentos e agrícola, equipamentos médicos e de saúde, comércio de serviços (software, engenharia e serviços esportivos) e de bens de consumo (moda e vestuário).

Maior comprador de produtos brasileiros, a China também é o segundo maior mercado consumidor e importador entre todos os países do mundo. No total, mais de 3 mil expositores de mais de 130 países apresentarão seus produtos em uma área de exibição de 240 mil metros quadrados entre os próximos dias 5 e 10. São esperadas mais de 2,8 mil empresas de 140 países, que reúnem cerca de 150 mil compradores durante o evento em busca de bens e serviços estrangeiros.

Em nível governamental, 82 países e três organismos internacionais promoverão exposições institucionais e está confirmada a presença de chefes de estado, de governo, de ministros e de vice-ministros, cujo número supera 200 integrantes, segundo o MDIC. 

Oportunidades

Essa é uma das poucas feiras do planeta em que o foco é a importação. As empresas estarão na disputa por uma fatia dos US$ 10 trilhões que os chineses estão dispostos a gastar, nos próximos cinco anos, na compra de produtos industriais e agropecuários. Integram a delegação brasileira empresas de economia criativa, setor no qual o Brasil já é reconhecido em especial pelo design, pela criatividade e pela inovação. Também serão destaque os setores de editoração, games, música e futebol.

“O Brasil é um país criativo, diverso e sustentável, com empresas e marcas de destaque mundial que oferecem produtos e soluções tecnológicas de vanguarda para os desafios globais da nossa sociedade”, afirmou o presidente da Apex-Brasil, Roberto Jaguaribe, ex-embaixador brasileiro na China. Ele disse ter certeza que o público que for à feira vai se encantar com o que o Brasil tem para mostrar.

O Brasil pode aproveitar a feira para se posicionar melhor no mercado chinês, disse a ministra conselheira para assuntos econômicos e comerciais da Embaixada da China, Xia Xiaoling. “A China tem 1,3 bilhão de consumidores e esse é um mercado enorme que o Brasil não pode perder”, acrescentou.

As commodities respondem por grande parte das exportações do Brasil para a China, mas a diplomata lembra que o Brasil não tem apenas commodities e que a China está disposta a comprar vários outros produtos como aviões executivos, vinhos brasileiros, cachaça, produtos derivados de leite, artigos de moda como sandálias e vestuário, biocombustíveis, veículos flex, entre outros.

Por maioria, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) decidiu nesta terça-feira, 23, arquivar inquérito contra o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, que o investigava por ter supostamente recebido repasses indevidos da Odebrecht para a campanha eleitoral de 2010.

Na sessão desta terça, votou apenas o ministro Ricardo Lewandowski, acompanhando os votos de Gilmar Mendes e Dias Toffoli, favoráveis ao arquivamento. Lewandowski havia pedido vista (mais tempo de análise) no caso no último dia 25, e ficou responsável por desempatar o placar, que tinha os ministros Edson Fachin e Celso de Mello contrários ao fim da investigação. Toffoli votou em agosto, antes de sair da turma para assumir a presidência da Corte.

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A maioria dos ministros entendeu que não há perspectiva das investigações encontrem elementos suficientes de prova. Já Fachin e Celso entendiam que o processo devia seguir para a primeira instância da Justiça, em função da restrição do foro. Para os dois ministros, é prematuro arquivar o inquérito considerando que está pendente a perícia nos sistemas de propina da Odebrecht (Drousys e do MyWebDay). Para o relator do caso, Gilmar Mendes, a perícia não teria o condão de trazer novos elementos probatórios.

Votos

O julgamento foi iniciado em agosto, mas interrompido pelo pedido de vista de Fachin, que é relator da Operação Lava Jato no STF. Na ocasião, Toffoli adiantou seu voto, acompanhando Gilmar. Em função disto, a ministra Cármen Lúcia, que agora integra a Segunda Turma no lugar de Toffoli, não votou no caso.

No último dia 25, Fachin e Celso se posicionaram por atender ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR), que buscava enviar o inquérito para a primeira instância. O relator da Lava Jato destacou que, como o inquérito não é mais competência da Corte, não haveria como os ministros tomarem uma decisão de mérito, como é o arquivamento.

Em seu voto, o decano Celso de Mello também ressaltou que os 14 meses de duração do inquérito não se configuram como prazo irrazoável. "Não se cuida de investigação que venha se eternizando ao longo do tempo. Há fatos graves narrados, em relação aos quais há presunção de inocência, mas de qualquer maneira a investigação traduz dever jurídico do Estado", disse.

Gilmar, relator do inquérito, entendeu a questão de outra forma. "No caso concreto, após mais de um ano de investigação, não há nenhuma perspectiva de obtenção de elementos suficientes da existência do fato criminoso", apontou ao votar no início de agosto.

Para o ministro, a investigação estava fadada ao "insucesso". "A declinação de competência (enviar a investigação para outra instância, com base na restrição do alcance do foro privilegiado) em investigação fadada ao insucesso seria protelar o inevitável. Dado o contexto, a providência a ser adotada é o indeferimento da declinação de competência e o arquivamento do inquérito", disse Gilmar em agosto.

Em viagem à Espanha para negociar os termos do acordo entre Mercosul e União Europeia, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, defendeu hoje (11) uma solução pacífica e sem interferência externa para a crise na Venezuela. Ele ressaltou que o governo brasileiro é contrário a qualquer ação violenta para tentar resolver o impasse.

“Espanha e Brasil são a favor da solução pacífica para a Venezuela. Solução [definida] pelos próprios venezuelanos, somos contra qualquer solução violenta. Somente assim vamos restabelecer a institucionalidade democrática na Venezuela”, destacou.

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Aloysio Nunes reiterou a preocupação do Brasil com os imigrantes venezuelanos, a segurança na fronteira com a Venezuela e o tráfico de drogas na região. Ele condenou as manifestações xenófobas registradas no Brasil, mas ressaltou que foram reações isoladas.

Questionado se o presidente eleito tratará de forma diferente o governo de Nicolás Maduro, o ministro afirmou que os candidatos neste segundo turno Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) têm visões distintas sobre a condução da política externa em relação ao país vizinho. Para ele, em entrar em detalhes, Bolsonaro terá uma “postura mais dura” em comparação a Haddad.

Aloysio Nunes cobrou mais uma vez investigações independentes e transparentes sobre a morte do verador de oposição Fernando Albán. O político venezuelano contrário ao governo Maduro foi declarado morto na segunda-feira (8) e segundo fontes oficiais, teria se suicidado. “No Brasil, houve vários casos em que o assassinato foi disfarçado de suicídio.”

Comunicado

Ao lado do ministro das Relações Exteriores espanhol, Josep Borell, Aloysio Nunes reiterou a disposição de aprofundar a Parceria Estratégica entre Brasil e Espanha e fortalecer os compromissos registrados no plano de 2003, na Declaração de Brasília sobre a Consolidação da Parceria Estratégica de 2005 e na Declaração de Madri de 2012.

Aloysio Nunes defendeu a relevância de um acordo entre Mercosul (bloco que reúne Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai e Venezuela, que está suspensa) e União Europeia.

O chanceler ressaltou que o Mercosul pode negociar produtos e maquinários agrícolas com os europeus e que não há interesse em disputar com a indústria dos países, mas sim cooperar e compartilhar.

Pesar

Em nota, o governo brasileiro lamentou as enchentes na lha de Mallorca, na Espanha, considerado um local paradisíaco e de atração turística. Além dos desassistidos, pelo menos nove pessoas morreram. “O governo brasileiro manifesta pesar pelas mortes e danos materiais provocados pelas intensas chuvas na ilha de Mallorca, e expressa suas condolências e solidariedade aos familiares das vítimas, ao povo e ao governo da Espanha.”

Segundo o governo regional de Mallorca, pelo menos nove estradas da zona leste da ilha precisaram ser fechadas por causa da inundação. Até 232 litros de água por metro quadrado atingiram na tarde de ontem (10) a região em apenas duas horas.

As autoridades pediram a todos os moradores que permaneçam em suas casas e informaram que as aulas foram suspensas na região afetada. Os danos materiais causados pelas inundações são bastante numerosos, segundo testemunhas e integrantes dos serviços de emergência. Mallorca faz parte do arquipélago das Ilhas Baleares, no Mar Mediterrâneo, é um dos principais destinos turísticos da Espanha.

 

O ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, usou na tarde desta sexta-feira, 17, sua conta no Twitter para defender a atuação das instituições brasileiras nas eleições. Foi uma reação a solicitações feitas pelo Comitê de Direitos Humanos da ONU, no sentido de o Brasil adotar medidas para que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva "possa desfrutar e exercer seus direitos políticos, enquanto esteja na prisão, como candidato para as eleições presidenciais."

O chanceler reproduz uma nota divulgada pelo Itamaraty, segundo a qual a delegação do Brasil em Genebra tomou conhecimento, "sem qualquer aviso ou pedido de informação prévios", da deliberação do comitê. Segundo informa, o grupo é composto "não por países, mas por peritos que exercem a função em sua capacidade pessoal", e suas conclusões "têm caráter de recomendação e não possuem efeito juridicamente vinculante." Ou seja, o Brasil não é obrigado a adotá-las.

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As recomendações do comitê serão encaminhadas ao Poder Judiciário brasileiro, informa o ministro. "O Brasil é fiel cumpridor do Pacto de Direitos Civis e Políticos. Os princípios nele inscritos de igualdade diante da lei, de respeito ao devido processo legal e de direito à ampla defesa e ao contraditório são também princípios constitucionais brasileiros, implementados com zelo e absoluta independência pelo Poder Judiciário", conclui.

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF) atendeu ao pedido da Procuradoria-Geral da República (PGR) e determinou o arquivamento de um inquérito que investigava as suspeitas de que o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP), teria cometido os crimes de falsidade ideológica eleitoral (caixa 2) e lavagem de dinheiro por doação não contabilizada da UTC na campanha ao Senado, em 2010.

O executivo Ricardo Pessoa fechou delação premiada com a Operação Lava Jato em 2014. Em troca de benefícios, como redução de pena, o ex-presidente da UTC contou o que sabia sobre o esquema de corrupção instalado na Petrobras e também sobre supostas irregularidades envolvendo políticos, entre eles Aloysio Nunes.

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As suspeitas envolviam a acusação de Pessoa, de quem teriam sido doados R$ 500 mil para a campanha do tucano ao Senado em 2010, dos quais R$ 300 mil teriam sido doação oficial e o restante, R$ 200 mil, em espécie, via "caixa dois".

Depois de dois anos e oito meses de investigação, cumpridas todas as diligências requeridas pelo Ministério Público Federal, a PGR concluiu que não foram encontradas provas que justifiquem o prosseguimento do inquérito.

"Sendo esse o contexto, passo a examinar a proposta de arquivamento formulada pelo Ministério Público Federal. E, ao fazê-lo, tenho-a por acolhível, pois o Supremo Tribunal Federal não pode recusar pedido de arquivamento, sempre que deduzido pela própria Procuradora-Geral da República", explicou o decano da Corte, em decisão assinada na última sexta-feira, 8.

Celso de Mello também ressalvou a possibilidade de reabertura das investigações penais, "desde que haja provas substancialmente novas".

Repercussão

Em nota, o chanceler brasileiro informou que "finalmente, após dois anos e nove meses, foi determinado arquivamento do inquérito por uma acusação que não se comprovou".

Figuras influentes no PSDB, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, e o senador Antonio Anastasia (MG), saíram nesta terça-feira, 9, em defesa da candidatura do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, à Presidência da República. Os elogios foram feitos em meio às movimentações do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles (PSD), e do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), para se viabilizarem como candidato de centro da base aliada ao Palácio do Planalto.

"Entre todos os aspirantes declarados, insinuados ou pressentidos a representar o centro reformista na eleição, @geraldoalckmin é o que tem maior densidade eleitoral. Além dos seus atributos pessoais de serenidade, traquejo administrativo e experiência política que poucos têm, há o enorme eleitorado de São Paulo, onde @geraldoalckmin tem muito boa avaliação", escreveu Nunes em sua conta oficial no Twitter.

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Segundo o ministro, Alckmin também tem "terreno fértil" a trabalhar em outros Estados onde "historicamente o PSDB tem tido bom desempenho". "Tudo isso nos faz crer que não há a menor hipótese da candidatura de @geraldoalckmin, no desenrolar da campanha, ficar patinando nesse ponto de partida inicial que, aliás, é muito maior do que os que aspiram a ocupar o lugar dele no universo eleitoral", declarou. "@geraldoalckmin é nome certo no segundo turno."

A análise feita pelo ministro das Relações Exteriores foi compartilhada por Anastasia, que é um dos tucanos mais próximos do senador mineiro Aécio Neves, que foi candidato do PSDB à Presidência nas eleições de 2014. "Perfeita análise, caro @Aloysio_Nunes. Aos poucos, e o tempo mostrará isso, o nome do @geraldoalckmin vai crescer e reverberar por todo País", escreveu Anastasia.

Com discurso reformista, Maia, Meirelles e Alckmin (PSDB) disputam nos bastidores para ser o candidato de centro-direita à Presidência. Os três sonham em ter apoio da maioria dos partidos da atual base governista do presidente Michel Temer, que defende uma candidatura única ao Planalto entre os aliados para defender o legado de seu governo, sobretudo na área econômica.

A situação de Cesare Battisti foi discutida nesta segunda-feira, 13, num encontro do ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes, com o ministro de Negócios Estrangeiros e da Cooperação Internacional da Itália, Angelino Alfano. Cidadão italiano e condenado por terrorismo em seu país, Battisti vive no Brasil. Seus advogados ingressaram com pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para evitar sua extradição.

"O ministro Alfano acompanha com máximo interesse a evolução do caso Battisti no Judiciário brasileiro", diz comunicado conjunto divulgado após a reunião. "Ambos os ministros reiteraram seu compromisso com o fortalecimento da cooperação judiciária bilateral."

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Durante a visita, o ministro italiano confirmou o apoio de seu país ao ingresso do Brasil na Organização para a Cooperação e o Desenvolvimento Econômico (OCDE). O comunicado diz que a Itália "se alegra" com o fato de o País preencher os critérios para iniciar seu processo de adesão.

Os dois chanceleres também falaram sobre temas regionais europeus e latino-americanos. Eles "concordaram quanto à gravidade da situação na Venezuela e à necessidade de que sejam restaurados o estado de direito e a democracia, reafirmando que só um diálogo político real, conduzido de boa-fé, pode permitir a superação dos gravíssimos problemas de ordem institucional, econômica e social que aquele país atravessa", diz o comunicado.

Irritado com o racha do PSDB, o ministro das Relações Exteriores, Aloysio Nunes Ferreira, disse que seu partido vive um momento de "histeria" e erra ao defender a saída do governo comandado pelo presidente Michel Temer, correndo o risco de perder a eleição de 2018. Em tom de ironia, o tucano afirmou que "tem gente tingindo o cabelo de preto" para votar contra a reforma da Previdência ao se referir aos chamados "cabeças pretas", que defendem o desembarque dos tucanos.

"Desse jeito, vamos entregar a Presidência para o Lula, em 2018", previu Aloysio, em uma alusão à tentativa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) de voltar ao poder. "Engana-se quem pensa que será carregado nos braços do povo por ter desembarcado do governo. O PSDB será julgado por suas ações concretas em benefício do País. Mas como fazer o discurso da razão com o partido em pé de guerra?"

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Alvo de petição enviada ao Supremo Tribunal Federal pela procuradora-geral da República, Raquel Dodge, que alegou ser "fato incontroverso" o recebimento de R$ 500 mil da Odebrecht para financiar sua campanha ao Senado, em 2010, o ministro admitiu constrangimento com a acusação.

"Eu quero que esse inquérito seja concluído logo. Quero ser investigado porque nada tenho a esconder. É um incômodo ser ministro com esse ‘troço’ em cima de mim", argumentou ele, sem esconder a contrariedade com a expressão "incontroverso", usada por Raquel.

Senador licenciado, Aloysio decidiu se candidatar à reeleição, em 2018. À reportagem, disse que a defesa feita por ele da permanência do PSDB no governo Temer não tem qualquer relação com sua manutenção no cargo nem com foro privilegiado. "Eu não faço obra em ministério, não tenho verba e não nomeio ninguém", afirmou.

Casa Dividida

Aloysio apoia o governador de Goiás, Marconi Perillo, para a presidência do PSDB, contra o senador Tasso Jereissati (CE), destituído nesta quinta do comando provisório do partido pelo colega Aécio Neves (MG), alvejado pela Lava Jato. Tasso sempre pregou a saída da equipe de Temer.

"Perillo tem mais condições de promover a unidade do partido. Sigo os mandamentos de Mateus 12:25: ‘A casa dividida contra si mesmo será destruída’", provocou o chanceler.

Amigo de Alberto Goldman, novo presidente interino do PSDB, Aloysio disse que o ex-governador de São Paulo "é isento e não pertence a nenhuma facção". Na sua avaliação, não houve nenhum "golpe" de Aécio porque tudo foi decidido dentro de normas estatutárias. A convenção do PSDB que escolherá a nova direção do partido está marcada para 9 de dezembro. "Isso (a saída de Tasso) tinha de ser feito para garantir uma disputa equilibrada", observou.

Limites

A briga do PSDB em praça pública, no diagnóstico do chanceler, já passou dos limites e cada vez mais prejudica o tucanato. "A chance de vitória do PSDB, em 2018, é ser o fator de agregação do centro político, formado também pelo PMDB e pelo DEM, com base em uma plataforma que está em andamento. Estamos jogando tudo isso pela janela. E qual a nova proposta para colocar no lugar?", perguntou ele. "Se não percebermos isso, a disputa vai ficar entre Lula e Bolsonaro (deputado Jair Bolsonaro, pré-candidato do PSC), e o Lula será eleito triunfalmente."

Ao ser questionado sobre o comentário do senador José Serra (PSDB-SP), para quem "só com psicanálise" alguém entende o PSDB, o ministro abriu um sorriso. "É preciso ver se a gente não enlouquece o psicanalista antes", provocou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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