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Para evitar um desequilíbrio ecológico, micos-leões-da-cara-dourada que vivem em áreas de Mata Atlântica de Niterói, São Gonçalo e Maricá, na Região Metropolitana do Rio, estão sendo capturados com armadilhas especiais, que não machucam, e transferidos para um de seus hábitats naturais, no município baiano de Belmonte. Já foram capturados 104 animais, de uma população estimada em cerca de 200 micos.

Os micos-leões-da-cara-dourada estão ameaçados de extinção e foram parar no Estado do Rio devido ao tráfico de animais. Os primeiros animais foram identificados na região em 2002, no Parque Estadual da Serra da Tiririca. A procriação desse grupo ameaça os micos-leões-dourados, que moram na mesma região, de onde são originários, e também estão sob risco de extinção. As duas espécies disputam os mesmos alimentos (frutos e insetos) e usam locais idênticos para dormir. Por serem do mesmo gênero (Leontopithecus), os micos podem se acasalar, dando origem a híbridos que potencialmente ocupariam a área e representariam nova ameaça ao mico-leão-dourado, devido à competição direta e à introdução de novas doenças.

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"Quando se fala em ameaça aos animais, sempre pensamos em desmatamento, queimadas, caçadores. Nesse caso o risco se deve à presença de uma espécie parecida com a nativa, que não chegou voluntariamente à região, mas disputa os mesmos recursos. Se não tirarmos os micos-leões-da cara-dourada desse ambiente, as duas espécies vão desaparecer", diz o secretário estadual do Ambiente do Rio, Carlos Minc.

O recolhimento dos micos, realizado pela ONG Instituto Pri-Matas, começou em junho de 2012. Como os animais vivem em matas perto de concentrações urbanas, têm contato com lixo, animais domésticos e moradores, que chegam a alimentar os micos. Por estarem sujeitos a doenças de humanos, os animais precisam ser submetidos a exames de saúde e a uma quarentena. Os micos passam 30 dias no Centro de Primatologia do Rio de Janeiro, órgão do Instituto Estadual do Ambiente em Guapimirim, na Região Metropolitana. Ali eles fazem exames de saúde antes de serem levados à Bahia.

Os micos saudáveis são acomodados para o transporte (cada família em uma caixa) e levados de avião a Belmonte, onde ocupam uma área de Mata Atlântica protegida. Rádios-colares são instalados em alguns animais para monitoramento. Os gastos com exames e transporte são custeados por um grupo de empresas e instituições que participam do projeto.

Dos 104 animais capturados, 66 já foram encaminhados para a Bahia, 17 estão fazendo exames e 21 estão em tratamento médico. O Instituto Pri-Matas avalia que até o fim do ano todos os animais devem ser capturados. No início deste mês foram observados os primeiros filhotes dos grupos soltos na Bahia, uma indicação de que a adaptação dos micos-leões-da-cara-dourada foi bem sucedida.

A Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) ajuizada pela Associação Brasileira da Indústria de Material Plástico (Abiplast) no Supremo Tribunal Federal (STF) contra lei fluminense que determina a substituição de sacolas plásticas descartáveis por reutilizáveis nos comércios do Estado, sob a justificativa de proteção ao meio ambiente, foi arquivada. A decisão foi tomada pelo ministro Celso de Mello, relator da ação. Ele argumentou que a Abiplast, autora do pedido, "não ostenta o perfil de entidade de classe de âmbito nacional" e, portanto, não tem legitimidade para ajuizar ADI no Supremo.

O STF destaca que a Constituição estabelece que confederações sindicais e entidades de classe de âmbito nacional podem propor ADI no Supremo. Mas o ministro Celso de Mello observou que, pela jurisprudência do Supremo, o caráter nacional de uma entidade de classe não decorre de mera declaração formal, mas da real existência de associados ou membros em pelo menos nove Estados da Federação. "Trata-se de critério objetivo, fundado na aplicação analógica da Lei Orgânica dos Partidos Políticos, que supõe, ordinariamente, atividades econômicas ou profissionais amplamente disseminadas no território nacional", afirmou o ministro ao citar trecho de voto proferido por ele em Plenário por ocasião do julgamento de outra ADI.

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Ele mencionou ainda jurisprudência no sentido de que "não é entidade de classe de âmbito nacional, para os efeitos do inciso IX do artigo 103 da Constituição, a que só reúne empresas sediadas no mesmo Estado, nem a que congrega outras de apenas quatro Estados da Federação". "Sendo assim, e pelas razões expostas, não conheço da presente ação direta de inconstitucionalidade, restando prejudicada, em consequência, a apreciação do pedido de medida liminar", concluiu.

Na ação, a Abiplast argumentou que por meio da Lei estadual 5.502/09, o Estado do Rio de Janeiro regulamentou matéria de competência da União. A ação foi apresentada perante o STF contra o Estado do Rio de Janeiro e a Assembleia Legislativa fluminense.

A associação sustentou junto ao STF que a matéria, por ser tema atual, tem sido utilizada "com fins oportunistas e eleitoreiros', sem considerar sua real aplicação e todos os seguimentos envolvidos. "O próprio Executivo, tanto dos Estados como dos municípios, se veem obrigados a aprovar projetos de lei, mesmo sabendo de sua falta de legitimidade, pois aos olhos da população, qualquer veto de matéria com tanta evidência e tanto apelo emocional seria facilmente transformada em desgaste político e popular", argumentou a associação.

O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) embargou em menos de 40 dias da operação "Onda Verde" 3.790 hectares de terras e aplicou mais de R$ 12 milhões em multas. Além disso, foram apreendidos 15 tratores, sendo quatro de esteira, cujo poder de destruição é grande, cinco caminhões e duas colheitadeiras, além de 70 toneladas de arroz.

A operação foi deflagrada em fevereiro pelo Ibama nos Estados do Pará, Mato Grosso, Rondônia e Amazonas com o objetivo de ocupar áreas da floresta Amazônica que são atingidas pelo desmatamento ilegal durante o ano.

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Nos quatro Estados, foram definidos seis municípios estratégicos. Dois estão localizados em Mato Grosso: Juína e Sinop. Durante o feriadão de Carnaval, agentes ambientais flagraram dois tratores de esteira iniciando o desmatamento de uma floresta dentro do Projeto de Assentamento Tibagi, no município de Brasnorte (MT). Segundo informação coletada pelos agentes, um produtor rural residente no município vizinho, Campo Novo do Parecis, "comprou" dois lotes do assentamento com o objetivo de implantar lavoura de soja na área.

A operação continua até o final do ano e contará também com servidores de outros Estados. Desde a semana passada o Ibama conta com o apoio da Força Nacional. O superintendente do Ibama no Mato Grosso, Marcus Keynes, disse que o órgão está trabalhando com autos de infração eletrônicos. A expectativa do superintendente é de que com o uso destes equipamentos as multas sejam aplicadas com mais agilidade e precisão, revelando detalhes e as diretrizes corretas do local onde o crime foi praticado. Segundo ele, as informações precisas podem evitar que erros de posicionamento abram brechas para a apresentação de recursos judiciais que anulem a punição dias depois da autuação.

Um estudo da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) estima que a área de florestas a ser recomposta em todo o território brasileiro cairá 58% caso o formato do novo Código Florestal seja mantido. Só a região do Cerrado, com a expansão da soja, poderá ter 40 milhões de hectares desmatados legalmente por possuir a maior extensão de propriedades com ativo florestal (áreas passíveis de desmatamento).

A área de passivo ambiental (em que há obrigação de se recompor a vegetação nativa), segundo o estudo, cairá de cerca de 50 milhões de hectares (Mha) para 21 Mha. Os Estados mais prejudicados serão Mato Grosso, Pará, Minas Gerais e Bahia.

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Para os responsáveis pela pesquisa, a pressão pelo desenvolvimento da agricultura no País é a principal causa. "É preciso planejar melhor a produção agrícola em áreas já ocupadas e aumentar a produtividade, de modo que não seja necessário abrir novas áreas", diz Britaldo Silveira Soares-Filho, do Centro de Sensoriamento Remoto da UFMG. "O País tem de dirigir suas políticas agrárias neste sentido."

O caso do Cerrado é o mais emblemático. Estados como Maranhão, Piauí e Bahia têm sido palco de expansão da cultura da soja e poderão perder, legalmente, áreas de vegetação nativa com as mudanças aprovadas no código. Outro bioma ameaçado é a Caatinga, com cerca de 26 Mha de ativo florestal.

"É preciso desenvolver políticas de manutenção de floresta em pé", argumenta Britaldo. "Uma possibilidade é criar um mercado de terras florestadas, em que quem tem excedente de floresta nativa em sua propriedade gera um título para quem tem um déficit."

Mesmo com a grande redução de áreas a serem recompostas, o estudo prevê a possibilidade de que mecanismos criados pelo novo código, como a Cota de Reserva Ambiental (CRA), efetivamente viabilizem parte da recomposição. Pelas projeções, seria possível reduzir em até 55% o passivo ambiental em reservas legais, o que equivaleria a pouco mais de 16 Mha. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Uma extensa área de Mata Atlântica, praias, manguezais e serras no litoral sul do Estado de São Paulo acaba de ganhar mais proteção. A Assembleia Legislativa de São Paulo aprovou nesta quinta-feira o projeto de lei 60/2012 que altera os limites da Estação Ecológica e cria o Mosaico de Unidades de Conservação Jureia-Itatins. O projeto, do governador Geraldo Alckmin (PSDB), atendeu a uma decisão do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) em ação direta de inconstitucionalidade do Ministério Público Estadual contra a lei anterior de criação das unidades.

A reserva passa a ter 84.425 hectares protegidos - a lei anterior abrangia 79.240 hectares. Ao rever os limites do parque, o governo exclui da Estação Ecológica, unidade de conservação que não permite moradores, as comunidades tradicionais de Morro do Itu, Parnapuã/Praia Brava, Guarauzinho, Barro Branco e Tatequera, situadas em Peruíbe, e Itinguçu e Itinguinha, em Iguape, cuja área total de 5.040 hectares será reclassificada como Parque Estadual do Itinguçu. Também está fora do limite a área de 1.487 do Prelado, junto à Praia da Jureia, em Iguape, que será o futuro Parque Estadual do Prelado.

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A vila da Barra do Una e parte do rio Una, em Peruíbe, com 1.487 hectares, vão compor uma reserva de desenvolvimento sustentável. Algumas áreas serão abertas ao ecoturismo. De acordo com o deputado Hamilton Pereira (PT), autor do projeto original, a aprovação dos novos limites evitará que a população tradicional seja expulsa das terras. A região é um dos últimos locais de São Paulo com praias ainda desertas, protegidas por costões rochosos, manguezais e matas de restinga e florestas de baixada.

A Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo informou nesta terça-feira que vai seguir a instrução normativa 3/2013 do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que prevê o controle populacional do javali por meio do abate em todo o território nacional.

A norma decreta a "nocividade" do javali europeu, considerado espécie invasora, e dispõe sobre o seu controle. O animal poderá ser perseguido e abatido ou capturado para a marcação dos espécimes, seguida do abate. Javalis vivos não poderão ser transportados.

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De acordo com a Secretaria, em São Paulo a caça é proibida em qualquer das suas formas, bem como o porte não autorizado de armas de fogo. Também é vedada a utilização de venenos de forma não licenciada ou autorizada. A norma do Ibama dispõe que as pessoas físicas devem se cadastrar no órgão para realizar o abate. O Ibama pode autorizar o uso de armadilhas para captura dos animais, desde que não causem ferimentos e que, em seguida, os animais capturados sejam abatidos. A instrução estabelece o abate de javalis em vida livre sem limite de quantidade e em qualquer época do ano.

No sudoeste paulista, produtores reclamam dos ataques às lavouras, principalmente de milho. Os animais abrem clareiras nas lavouras e carregam as espigas para o meio da mata. Imagens gravadas por armadilhas fotográficas na fazenda Capituva, em Taquarivaí, mostram bandos com centenas de javalis atacando a lavoura de 1,5 mil hectares. O produtor Maurício Dias estimou o prejuízo em R$ 1 milhão. Em dez fazendas da região de Itapeva, a quantidade de javalis é estimada em quatro mil espécimes.

A Petrobras identificou um vazamento de óleo no Campo de Marlim, um dos três maiores produtores da Bacia de Campos. A mancha de óleo foi localizada a 172 km da costa de Macaé, no Rio de Janeiro. Em nota, a companhia informou que o vazamento se deve a problemas no equipamento conhecido como árvore de natal molhada, do poço MRL-131, que está fora de operação.

Pelos cálculos da Petrobras, o volume de óleo detectado foi estimado em 108 litros, sendo 13 litros vazados na quinta-feira e outros 95 nesta sexta-feira. A empresa informou ter tomado todas as medidas para solucionar o problema.

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"De acordo com os padrões para esse tipo de ocorrência, foram deslocadas para o local cinco embarcações especializadas em contenção e recolhimento de óleo, três para inspeção submarina e aeronave para sobrevoar a área", diz a nota. A Petrobras informou ainda já ter comunicado o acidente à Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e à Marinha.

Um trem operado pela Vale e que transportava combustível descarrilou nesta sexta-feira na Estrada de Ferro Carajás (EFC) na altura do município Buriticupu, no Maranhão. No acidente, 11 dos 30 vagões tombaram, obstruindo a ferrovia. Em nota, a mineradora informou que já tomou as medidas de seguranças necessárias para evitar danos ao meio ambiente.

De acordo com a ONG Justiça nos Trilhos, o acidente provocou um vazamento de gasolina e óleo diesel à beira do Rio Pindaré. Com 686 quilômetros de extensão, o rio é um dos maiores do Estado. "O vazamento tende a comprometer drasticamente o abastecimento de água de todas essas famílias (de moradores próximos ao rio), que normalmente já se dá em condições precárias", diz a organização.

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Cada vagão tanque do trem tem capacidade para transportar 98 mil litros de combustível. A Vale ainda não tem informações sobre a quantidade de gasolina e óleo diesel vazado. A ferrovia EFC é a principal via de escoamento das operações da Vale no Pará até o porto de Ponta da Madeira no Maranhão. Atualmente, a Vale trabalha na duplicação da estrada de ferro, obra necessária para viabilizar o desenvolvimento do megaprojeto Serra Sul, na região. O projeto é orçado em US$ 20 bilhões.

As obras de duplicação da ferrovia chegaram a ser paralisadas pela Justiça Federal, que apontou irregularidades no licenciamento ambiental feito sem realização prévia de um Estudo de Impacto Ambiental e Relatório de Impacto Ambiental. A decisão foi derrubada após 45 dias, dando aval ao retorno das obras de duplicação. Para a ONG Justiça nos Trilhos, o acidente está relacionado à urgência imposta pela mineradora das obras de duplicação dos trilhos. Na nota, a Vale informou que por conta do acidente as viagens no trem de passageiros pela ferrovia estão canceladas até domingo.

O Grupo de Atuação Especial de Defesa do Meio Ambiente (Gaema) do Ministério Público Estadual vai exigir estudos de impacto ambiental e propor ações de compensação pelas obras de exploração do pré-sal no litoral do Estado de São Paulo. Os impactos da prospecção de gás e petróleo estão entre as prioridades de atuação das promotorias ambientais definidas em ato normativo publicado no Diário Oficial do Estado no último dia 8. O documento define as metas gerais e regionais do Gaema e da Rede de Proteção do Meio Ambiente para 2013.

De acordo com o procurador-geral de Justiça do Estado Márcio Fernando Elias Rosa, foram definidos como prioritários fatos em que a demanda ambiental ultrapassa os limites tradicionais de divisão de atribuições por comarcas e foros. No caso do pré-sal, as promotorias do meio ambiente do litoral norte preparam ações para exigir compensação pelas obras de ampliação do Porto de São Sebastião. Na Baixada Santista, os promotores vão analisar a capacidade de suporte dos aterros sanitários e dos sistemas de coleta e tratamento de esgotos, tendo em vista a expectativa de crescimento populacional na região.

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Estimativa do Conselho Estadual de Petróleo e Gás, ligado à Secretaria de Energia, prevê que a exploração petrolífera, portuária e naval deva produzir, até 2025, cerca de 200 mil empregos diretos na região. Cidades como Santos, Guarujá e São Vicente vivem um boom imobiliário. No litoral sul, as promotorias vão exigir maior proteção às áreas de mangue e restinga da Ilha Comprida. Empreendimentos localizados na zona de amortecimento das unidades de conservação Estação Ecológica Jureia-Itatins, Área de Proteção Ambiental Cananeia-Iguape e Peruíbe, e Estação Ecológica Tupiniquins, onde se encontram as ilhas de Queimada Pequena, Parcel Noite Escura e Peruíbe, serão submetidos a licenciamento especial.

O documento do MPE estabelece prioridades em outras regiões do Estado, incluindo, no Vale do Paraíba, a reposição das Áreas de Preservação Permanente (APP) do Rio Paraíba do Sul, entre Jacareí e Tremembé, prejudicadas pela extração de areia, além dos córregos, afetados pelos esgotos. A extração de areia e a exploração agropecuária também afetam os rios Ribeira de Iguape e Juquiá, no Vale do Ribeira. A proteção da área de afloramento e recarga do aquífero Guarani, com investigação de possíveis contaminações, e o combate à queima da palha da cana-de-açúcar estarão em foco na região de Ribeirão Preto.

Na região de Campinas, as promotorias irão se ocupar da interferência de grandes empreendimentos imobiliários às margens das rodovias Bandeirantes/Anhanguera nos recursos hídricos disponíveis. Serão adotadas medidas para combater a exploração indiscriminada de águas subterrâneas por poços tubulares profundos. Obras de ampliações de aeroportos e das malhas ferroviária e rodoviária, com impactos regionais; a construção do etanolduto e a extensão da hidrovia no Tietê-Paraná até Piracicaba também estão na mira dos promotores.

Um acordo de cooperação técnica assinado nesta quarta-feira entre a Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo e o Ministério do Meio Ambiente vai facilitar o controle do desmatamento e a definição da reserva legal nos 330 mil imóveis rurais do Estado. Também possibilitará conhecer a real dimensão das terras agrícolas e florestais. A medida prevê ações conjuntas para a regularização ambiental das propriedades, que serão inscritas no Cadastro Ambiental Rural (CAR).

O cadastramento vai possibilitar a regularização ambiental dos imóveis, possibilitando o acesso a créditos e o planejamento de atividades exploratórias sustentáveis. De acordo com a ministra Izabella Teixeira, que participou do ato com o secretário paulista Bruno Covas, o cadastro será um importante banco de dados para a definição de políticas agrícolas e ambientais. "Vamos saber a dimensão real das propriedades rurais e os problemas enfrentados em cada região", disse.

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Para a elaboração, serão usadas imagens via satélite em alta resolução e técnicas de georreferenciamento dos imóveis. Em todo o Brasil, o Ministério pretende cadastrar 5,2 milhões de imóveis. Com São Paulo, são 19 os Estados que já aderiram ao cadastro. A nova lei florestal, regulamentada pelo Decreto n. 7.830, de 17 de outubro de 2012, tornou obrigatório o cadastramento de todos os imóveis rurais.

O juiz Marcelo Marques de Araújo, da 10ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro, rejeitou denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra a petrolífera Chevron, a operadora de sondas Transocean e 17 funcionários dessas duas empresas. Todos são acusados de crime ambiental e dano ao patrimônio público devido ao vazamento de aproximadamente 3.600 barris de petróleo ocorrido em novembro de 2011 no Campo de Frade, na Bacia de Campos, no norte fluminense.

A sentença de Araújo foi encaminhada terça-feira (19) ao MPF, que tem cinco dias para recorrer. A acusação foi apresentada em março de 2012, e as penas pedidas pelo MPF para os denunciados poderiam chegar a 31 anos e 10 meses de prisão.

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Em nota, a Transocean afirmou que a decisão "confirma que a sua tripulação agiu exatamente como foi treinada, atuando de forma responsável, apropriada e rápida, mantendo sempre a segurança como a sua principal prioridade". (Colaborou Sabrina Valle)

Dois anos após ter conseguido aprovação do Ministério da Educação (MEC) para abertura de nove cursos, a Faculdade Piaget conseguiu autorização judicial para a abertura de seu câmpus, em Suzano, Região Metropolitana de São Paulo. Atendendo a uma ação do Ministério Público, a Justiça havia suspendido o início das aulas no começo de 2012 por conta de "potenciais riscos" no terreno, que teria sido usado como depósito clandestino de lixo e não havia passado por recuperação ambiental. Os três prédios já estavam prontos no ano passado, mas a instituição - com sede em Portugal - não pôde receber seus primeiros alunos. Agora, o começo das aulas está agendado para o dia 4 de março.

No início de 2012, a juíza Ana Luiza Liarte, da 4.ª Câmara de Direito Público, decidiu que não havia elementos para dizer que a recuperação do solo tenha sido feita, além de "fortes indícios de que a área onde a atual universidade se situa já foi local de depósito de lixo urbano"- conforme o jornal O Estado de S. Paulo noticiou à época. Além disso, a Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) informara que não havia sido consultada sobre a construção dos prédios para deliberar acerca da recuperação ambiental.

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Ao longo do ano, a instituição produziu uma série de estudos e laudos técnicos que garantiam a segurança da área, como a não existência de gases poluentes. Também produziu dossiê fotográfico, argumentando que o lixo não ficava exatamente onde as construções foram erguidas. A Justiça autorizou a abertura no mês passado. "Observado, inicialmente, o princípio ambiental da precaução, parece-nos agora existir elementos suficientes para se autorizar com segurança o início do ano letivo", declarou a juíza Ana Liarte no acórdão, de 28 de janeiro de 2013.

O terreno da faculdade foi cedido à instituição em 2007 pela prefeitura. A área total tem 292 mil m² e fica na região central de Suzano. O local já foi usado para extração de areia e argila. Como contrapartida à doação, a faculdade deveria recuperá-lo ambientalmente e instalar um parque contíguo aos prédios, além de oferecer bolsas à comunidade. Apesar de ser parte da demanda judicial, a entrega do parque ainda não se concretizou. A instituição não informou se há previsão de abertura. Serão contemplados 500 alunos com 50% de desconto (as mensalidades integrais variam de R$ 1.002 a R$ 1.300). A faculdade também afirma já ter concedido 46 bolsas integrais à população carente da região. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A colheita sem o uso do fogo para queimar a palha atingiu 65,2% dos canaviais do Estado de São Paulo em 2012, segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Em 2007, apenas 34,2% da área tinham sido colhidas sem a queimada. A área colhida de forma sustentável subiu de 1,8 milhão de hectares para 3,5 milhões nesse período em São Paulo. As plantações de cana-de-açúcar ocupam 5,4 milhões de hectares e cobrem 21% da área total do Estado. Um protocolo assinado entre as usinas e a Secretaria do Meio Ambiente do Estado prevê o fim da queima nas áreas mecanizáveis até o final de 2014. Nas demais áreas, até 2017.

De acordo com a secretaria, 95% das usinas de processamento de cana-de-açúcar conseguiram na safra 2011/12 o certificado "Etanol Verde", emitido pela pasta. No total, 173 usinas receberam a certificação, um crescimento de 8,5% em relação ao biênio anterior. O selo de boas práticas é dado às empresas que adotam medidas para reduzir o impacto ambiental da cadeia sucroalcooleira. Mais de 5,4 mil fornecedores de cana para as usinas também aderiram ao protocolo, através de cooperativas ou associações.

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O problema é que aquelas que não têm nenhum tipo de certificação comprometem a qualidade do sistema e colocam em cheque a iniciativa do governo e do setor privado. Uma usina da região de Penápolis, embora tenha aderido ao protocolo, colheu 80% da cana moída com o uso do fogo. No processamento, a empresa consumiu dois metros cúbicos por tonelada de cana moída, o dobro do volume definido para a região. A usina não dispõe de sistema de controle da emissão de poluentes dos fornos de suas caldeiras e já foi autuada em quase R$ 1 milhão pelos órgãos do meio ambiente por poluição ambiental.

A cana-de-açúcar é a principal cultura agrícola do Estado. A produção paulista na safra encerrada na primeira semana de dezembro foi de 308 milhões de toneladas de cana moída, equivalente a 54% da produção brasileira. No Brasil, 256 empresas assinaram protocolos em que se comprometem a reduzir impactos ambientais e estão em processo de verificação para receber o selo de boas práticas de produção. Países como os Estados Unidos, maior mercado do mundo, analisam a possibilidade de inserir o etanol brasileiro na formulação de seus combustíveis, mas aguardam que o país se adapte às novas exigências globais de produção sustentável.

A votação de um projeto de lei apresentado em regime de urgência pelo governador Sérgio Cabral (PMDB), que altera as regras de avaliação de impactos ambientais no Estado do Rio, foi adiada nesta terça-feira, após um protesto de ambientalistas. Manifestantes invadiram o prédio da Assembleia Legislativa e foram agredidos por seguranças.

Em reunião com deputados e representantes da Secretaria do Ambiente e da Procuradoria Geral do Estado, o líder do governo, deputado Paulo Melo (PMDB), anunciou prazo até sexta-feira para apresentação de emendas e a realização - até então não prevista - de audiência pública na segunda.

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"Este projeto chamou a atenção dos deputados, não só os da oposição, porque muda toda a legislação ambiental no momento em que o Rio passa por uma situação de grandes impactos. Afrouxar a legislação ambiental é ir na contramão do que o mundo está fazendo", disse o deputado Marcelo Freixo (PSOL).

O Ministério Público do Estado questionou o projeto, classificado como retrocesso. "Não são novas as iniciativas legislativas voltadas a restringir o campo de aplicação ou o conteúdo do EIA (Estudo de Impacto Ambiental). No entanto, o Supremo Tribunal Federal (STF) já deixou claro que os Estados não podem flexibilizar os contornos mínimos estabelecidos pelo Conama (Conselho Nacional do Meio Ambiente)", escreveram os promotores do Núcleo de Meio Ambiente em documento encaminhado à presidência da assembleia.

Centenas de peixes como tainhas, manjubas, linguados e savelhas foram encontrados mortos nesta segunda-feira na Lagoa Rodrigo de Freitas, na zona sul do Rio de Janeiro.

Segundo a Secretaria Municipal de Meio Ambiente, o forte calor dos últimos dias, a falta de chuvas e a maré baixa causaram o aquecimento da água, que se tornou menos oxigenada. Os peixes morreram por falta de oxigênio. As comportas que ligam a lagoa ao mar foram totalmente abertas, para estimular o resfriamento e a oxigenação da água.

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Uma ação inédita que resultou na apreensão, ainda vivas, de quase 400 tartarugas de espécies ameaçadas de extinção, entre elas a gigante da Amazônia, acaba de ser concluída pela Superintendência da Polícia Federal (PF) em Roraima. Os animais seriam vendidos em Boa Vista e, principalmente, Manaus. A carne da tartaruga é apreciada na região amazônica.

A quantidade de animais encontrados e a crueldade com que eram tratados pelos caçadores, chamados de tartarugueiros, surpreenderam os dois delegados e seis agentes federais deslocados para a região do Baixo Rio Branco, afluente do rio Negro, formador do rio Amazonas.

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As maiores tartarugas, com peso entre 50 e 65 quilos e idade presumida em torno de cem anos, ficavam fora da água, com o casco voltado para baixo, imobilizadas. As menores, amontoadas às dezenas em currais improvisados na mata, sem acesso a alimento e água.

A equipe da PF, que teve o apoio de um profissional do Instituto Chico Mendes de Biodiversidade (ICMBio) e outro do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), conseguiu devolver ao rio Branco e afluentes 362 tartarugas vivas. Foram achados 16 animais mortos em consequência dos maus tratos.

A Chevron Brasil Upstream Frade pagou à Agência Nacional do Petróleo (ANP), no último dia 21, sem interpor recurso, a multa imposta pela Agência de R$ 35, 1 milhões, informou a agência em nota.

Com isso, a empresa se beneficiou do desconto de 30% previsto no Artigo 4 da Lei 9847 (Lei de Penalidades). Segundo a ANP, a multa é referente a 24 das 25 irregularidades encontradas pela Agência durante processo administrativo para apurar as causas do vazamento de petróleo no Campo de Frade, no Rio de Janeiro, ocorrido em novembro do ano passado.

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Dados divulgados nesta segunda-feira (24) pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) mostram que no mês de agosto foi registrada a maior área de desmatamento da Amazônia Legal nos últimos três anos, Alavancada por altos índices nos Estados de Mato Grosso e Pará, a devastação do bioma foi de 522 km² no período.

Recorde no ano, a degradação representa aumento de 220% em relação a agosto do ano passado. Desde julho de 2009, quando foram registrados 836 km² de áreas desmatadas, a Amazônia Legal não havia atingido um nível tão alto - em 2012, o índice mensal não havia passado de 306 km², em fevereiro.

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Estados tradicionalmente com os maiores níveis de desmatamento da região amazônica, o Mato Grosso e o Pará tiveram uma variação drástica em relação a julho. No Pará, passou de 93 para 227 km². No Mato Grosso, a alta foi ainda mais brusca e quadruplicou: de 50, chegou a 208 km².

"Existe um afrouxamento deste controle do desmatamento em meio a questões como as mudanças no Código Florestal. E esses Estados são áreas de maior pressão para o desmatamento, pois é onde avança o agronegócio", explica Miguel Scarcello, presidente da ONG S.O.S. Amazônia. "Em outras regiões, como no Acre, existem políticas públicas mais desenvolvidas para diminuir a degradação", acrescentou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo

Depois de 23 anos, a Justiça condenou a prefeitura de Sorocaba, a 92 km de São Paulo, a tratar todo o esgoto que, à época, era lançado sem tratamento no rio que dá nome à cidade. A ação civil pública foi iniciada em 1989 e a sentença, divulgada nesta segunda-feira, quase se torna inócua.

A cidade já trata 96% do esgoto e, com a operação da estação de tratamento de Aparecidinha, em outubro, vai zerar o lançamento dos dejetos no rio. Durante a tramitação do processo, a cidade teve seis administrações e quatro prefeitos, dois deles reeleitos.

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A ação, movida pelo Ministério Público Estadual, foi julgado em primeira instância em menos de um ano e a sentença de primeiro grau condenou a prefeitura a tratar o esgoto, mas o município entrou com recurso.

A maior demora ocorreu no Supremo Tribunal Federal (STF) onde o processo levou 20 anos para ser julgado pelos ministros. Nesse período, o município executou as várias etapas de um longo processo de despoluição do rio, através da coleta, interceptação e tratamento dos esgotos, mesmo sem levar em conta o processo judicial.

Executivos do mundo do petróleo defenderam nesta quinta-feira (20), em painel na feira Rio Oil & Gas, o compartilhamento de informações na área de segurança entre todas as petroleiras e reguladores. Segundo a vice-presidente de segurança da Statiol, Helga Nes, muito aprendizado e colaboração já ocorreu entre petroleiras depois do acidente de Macondo, no Golfo do México, há dois anos. "São muitos os benefícios em se colaborar", disse.

Richard Morrison, vice-presidente global de resposta em águas profundas da BP, foi na mesma linha e defendeu a colaboração entre empresas e reguladores. A empresa era operadora do campo onde houve o megavazamento nos Estados Unidos. Segundo ele, a preocupação com segurança nunca é demais e os acidentes ocorrem quando há um sentimento de que os riscos estão todos controlados. "Se tiver mais o que fazer, por favor, me avisem", disse.

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Helga disse que, no campo de Peregrino, onde a Statoil explora petróleo no Brasil, 1.600 trabalhadores foram treinados e a empresa procura identificar a importância de cada um no processo, de forma a gerar comprometimento com as operações. Ela diz que a empresa quer ser reconhecida por uma forte cultura de segurança. O vice-presidente executivo da Shell John Hollowel disse que a colaboração entre fornecedores, operadores e reguladores é fundamental.

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