Tópicos | ambiente

Um novo prédio no Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), na Ilha do Fundão, vai abrigar o Instituto Global para Tecnologias Verdes e Emprego, além do Painel Brasileiro de Mudanças Climáticas e do Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas (FBMC). O instituto é uma parceria da Coppe/UFRJ com o Governo do Estado, que tem o apoio do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma).

O lançamento vai ocorrer no dia 4, com a presença do diretor do Pnuma, Achim Steiner, e da ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, entre outros. O diretor da Coppe e secretário executivo do FBMC, Luiz Pinguelli Rosa, disse que o instituto vai concentrar várias atividades e programas de pós-graduação, reunindo inicialmente cerca de 30 pesquisadores.

##RECOMENDA##

Segundo ele, novos laboratórios deverão ser criados com a oportunidade de ampliar parcerias com universidades estrangeiras. "O instituto vai potencializar estudos e pesquisas que a Coppe desenvolve, principalmente nas áreas de energia, mudanças climáticas e inovação, agora com uma cooperação internacional maior". A representante do Pnuma no Brasil, Denise Hamú, disse que o centro vai "dar concretude a várias aspirações do países-membros (da ONU), com experiências que serão desenvolvidas para tecnologias verdes".

Segundo ela, a iniciativa terá todo o apoio institucional do Pnuma, mas não será oficialmente vinculada à ONU. Não há compromisso de recursos. "Estamos numa fase de intercâmbio de ideias para esse instituto, que é inédito no mundo, com foco na economia verde e em tecnologias sustentáveis. Vamos nos valer dos resultados da Rio+20 para identificar áreas de cooperação", disse Denise.

A subsecretária de Economia Verde da pasta estadual do Ambiente, Suzana Kahn, é uma das idealizadoras do projeto. O objetivo é tornar o Rio referência em pesquisa de novas tecnologias. No evento de inauguração, Steiner vai lançar versão em português do relatório da ONU sobre empregos relacionados a tecnologias sustentáveis.

A Câmara de Sorocaba (SP) aprovou nesta quinta-feira, em primeira discussão, projeto de lei que obriga o fornecimento gratuito de sacolas de plástico biodegradável nos supermercados da cidade. O retorno da sacola plástica, que ainda passará por nova votação na próxima semana, depende da sanção da lei pelo prefeito Vitor Lippi (PSDB). O uso das sacolinhas de plástico comum para embalar compras nos supermercados está proibido desde janeiro, em razão de uma lei municipal e também de um acordo entre o governo estadual e a Associação Paulista de Supermercados (Apas).

O projeto determina que supermercados e demais empresas comerciais varejistas, atacadistas ou prestadoras de serviço forneçam gratuitamente sacolas plásticas ecológicas (oxibiodegradáveis) ou retornáveis a seus consumidores. Em caso de descumprimento, está prevista advertência, multa de R$ 500 na reincidência e, persistindo, a cassação do alvará de funcionamento.

##RECOMENDA##

Para o autor do projeto, vereador Mário Marte (PPS), o retorno da sacola atende ao "clamor popular", já que a suspensão do fornecimento não reduziu a agressão ao meio ambiente e prejudicou o consumidor. "Desafio um proprietário de supermercado a comprovar que repassou para os produtos o valor economizado com a sacola plástica", disse. Segundo ele, transferir para o comprador o ônus da embalagem dos produtos fere o Código de Defesa do Consumidor. "A proteção ao ambiente também é obrigação do comerciante", disse. A Apas vai se posicionar caso a lei seja aprovada em definitivo.

O vice-presidente da República, Michel Temer, disse nesta quinta-feira que o texto do Código Florestal sofrerá "vetos parciais" da presidente Dilma Rousseff. Dilma tem até amanhã para decidir sobre o tema.

"Vetos parciais", respondeu Temer, quando deixava o gabinete da vice-presidência, depois da reunião com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, o empresário João Dória Jr. e o economista Paulo Rabello de Castro. Temer, no entanto, disse que não sabe o número de artigos que deverão ser vetados por Dilma.

##RECOMENDA##

O governo não concorda com as mudanças feitas na Câmara do texto aprovado pelo Senado. Uma das maiores queixas é em relação ao artigo 62, que, no entender do Planalto, significa anistia aos desmatadores.

Os ministros Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral), Gleisi Hoffmann (Casa Civil) e Izabella Teixeira (Meio Ambiente) receberam na manhã desta quinta-feira cerca de 2 milhões de assinaturas contra o texto do Código Florestal.

Os ministros da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho; da Casa Civil, Gleisi Hoffmann; e do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, receberam na manhã desta quinta-feira cerca de 2 milhões de assinaturas contra o texto do Código Florestal aprovado pela Câmara dos Deputados, que está sob análise da presidente Dilma Rousseff.

Dilma tem até amanhã para decidir sobre o que fazer com o texto. A versão da Câmara desagradou ao Planalto, que preferia a versão do Senado Federal, considerada mais equilibrada entre as reivindicações de ambientalistas e ruralistas.

##RECOMENDA##

"Essa reunião tem, sem dúvida, um lado histórico. A presidenta ter pedido para três ministros ouvirem o que 2 milhões de pessoas disseram mostra que faz diferença elas se mobilizarem", disse o diretor de campanhas da organização internacional Avaaz, Pedro Abramovay. A Avaaz é uma organização global de campanhas que possui mais de 1,5 milhão de membros no País.

De acordo com Abramovay, mais de 300 mil assinaturas são de brasileiros - franceses, alemães e holandeses também demonstraram preocupação com as consequências do texto do Código aprovado pela Câmara. As assinaturas não foram impressas às autoridades. Em vez disso, foi entregue uma foto de uma página na internet indicando a contagem do número de assinaturas.

"O texto aprovado é um texto horrível. É muito difícil pensar uma solução que respeite algum pedaço desse texto, é o texto do desmatamento. A gente quer o veto total ao desmatamento. Esse texto com aquilo que está lá tem de ser inteiramente rechaçado", criticou. "Sem dúvida, agora vamos acompanhar vigilantes e observando para saber se a decisão que a presidenta Dilma vai tomar é uma decisão a favor da motosserra ou se é uma decisão a favor do desenvolvimento sustentável." Entre os assinantes estão a ex-ministra do Meio Ambiente Marina Silva e o cineasta Fernando Meirelles, de "Cidade de Deus" e "O jardineiro fiel".

A economia precisa voltar-se para investimentos em aumento de produtividade no uso dos recursos naturais, afirmou nesta terça-feira Thomas Heller, economista e advogado que ganhou o Prêmio Nobel da Paz em 2007 por seu ativismo em prol da redução dos impactos das mudanças climáticas.

O aumento em produtividade significa fazer uma transição para um modelo de "crescimento verde", em vez de simplesmente reduzir emissões de gases de efeito estufa. "O que temos que fazer é mudar o modo de produção de um modelo extensivo, como se os recursos fossem infinitos, para um modelo intensivo em capital e altamente produtivo", disse Heller em palestra nesta terça-feira, último dia do Rio Investors Day, realizado no hotel Copacabana Palace.

##RECOMENDA##

Para Heller, os mercados, sozinhos, não serão capazes de direcionar investimentos para o "crescimento verde", mas eles poderão ser rentáveis no longo prazo.

A Capitania dos Portos do Espírito Santo informou no fim da tarde desta quinta-feira que não foram identificados indícios de vazamento de óleo na costa do Estado após um sobrevoo na área. Uma equipe da Marinha investigou a existência do suposto vazamento quando recebeu a informação, de manhã, de que uma mancha fora avistada próximo à plataforma P-57, operada pela Petrobras no Campo de Jubarte, na Bacia de Campos.

A mancha teria sido avistada por petroleiros que voltavam do trabalho, na quarta-feira, mas o Sindicato dos Petroleiros do Espírito Santo (Sindipetro-ES) não confirmou a informação. Segundo Eneias Zanelato Carvalho, secretário de Comunicação do Sindipetro-ES, a entidade entrou em contato com funcionários da P-57 e ninguém confirmou a existência da mancha.

##RECOMENDA##

Em nota, a Capitania dos Portos do Espírito Santo informou que fez um sobrevoo de 40 quilômetros de raio em volta da P-57. A aeronave utilizada foi colocada à disposição pela Petrobras. "Não há nenhum indicio de vazamento ou mancha de óleo", diz a nota.

Para Zanelato, foi um "alarme falso". No comunicado, a Capitania dos Portos explica que "verificou-se um sombreamento de nuvens ocasionado por raios solares, fenômeno comum na região, nesta época do ano, e constantemente confundido com manchas ou poluição".

O campo de Jubarte integra o chamado Parque das Baleias, área produtora da Bacia de Campos, a 80 quilômetros do litoral do Espírito Santo. Jubarte tem produção na camada pré-sal, mas a P-57 produz apenas no pós-sal, segundo a assessoria de comunicação da Petrobras.

Três municípios do Amazonas entraram em situação de calamidade pública: Anamã, Barreirinha e Careiro. O governo do Estado irá retirar as famílias das localidades. Na capital, o rio Negro ultrapassou a marca registrada na quarta-feira e chegou nesta quinta-feira aos 29,80 metros. De acordo com o secretário de Defesa Civil do Estado, tenente-coronel Roberto Rocha, se estuda a retirada de pelo menos quatro mil famílias dos municípios em calamidades para partes mais altas da região onde moram.

"O estágio de calamidade comprova a precariedade sanitária dos municípios. Estas famílias serão alojadas em escolas e em barracas na própria cidade, em partes mais altas, ou em balsas", disse. Na última quarta-feira, o governador do Amazonas, Omar Aziz, informou que o fato de Manaus ter registrado a maior cheia dos últimos 110 anos não é para se comemorar. "Não batemos um recorde, batemos em um desastre. E farei possível para que as famílias afetadas pela cheia não venham passar pela mesma situação no próximo ano".

##RECOMENDA##

De acordo com a Defesa Civil, mais 75 mil famílias foram atingidas pela cheia. Se em Manaus mais de 140 comerciantes tiveram suas lojas invadidas pela subida dos rios, no interior, o volume de água acabou com a agricultura familiar e a pecuária. Segundo o Serviço Geológico do Brasil (CPRM), o rio Negro, na capital, deve continuar subindo nos próximos dias.

O rio Negro superou nesta quarta-feira o marco histórico de cheia chegando aos 29,78 metros. A previsão do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) é que o Negro continue subindo. De acordo com o alerta de cheia da instituição, o nível do rio este ano pode chegar aos 30,13 metros. A última grande cheia em Manaus foi registrada em 2009, quando o rio chegou aos 29,77 metros, no dia 1º de julho.

Anterior a essa data, o fenômeno de maior cheia ocorreu no dia 9 de junho de 1953, quando o rio marcou pico de 29,69 metros. O curioso é que a maioria dos picos de cheia em Manaus acontece no mês de junho, 19% em julho e apenas 6% em maio. Em Manaus, assim como em outros 52 dos 62 municípios do Amazonas, a situação é de emergência. Ao menos 10 mil famílias foram afetadas na capital. No comércio, 140 lojas instaladas na zona central foram atingidas e 40 delas fecharam as portas.

##RECOMENDA##

Na próxima semana, pelo menos 120 feirantes que trabalham na feira da "Manaus Moderna", na rua Coronel Jorge Teixeira, também no centro, serão transferidos para uma feira provisória na avenida Lourenço Braga, na mesma região, mas em uma parte mais alta.

A Prefeitura liberou verba emergencial no valor de R$ 626 mil para construção dos boxes da feira provisória. Em 2009, mais de 150 feirantes da Manaus Moderna tiveram que ser transferidos para uma feira provisória construída pela Prefeitura. O chefe de Hidrologia do CPRM, Daniel Oliveira, afirmou que o rio Negro continuará subindo nos próximos dias, pois vem recebendo a contribuição de chuvas que tem ocorrido na própria bacia no Negro. "Além disso, o que provoca a subida do Negro são as precipitações em toda a bacia hidrográfica, como nas calhas do Solimões, Purus e Juruá, causando represamento recorde".

O titular do Subcomando de Ações de Defesa Civil (Subcomadec), tenente-coronel Roberto Rocha, informou que subiu para 52 o número de municípios em situação de emergência. Os municípios do Careiro e Anamã devem elevar o alerta para calamidade. "Nestas cidades as aulas já foram suspensas, o serviço hospitalar é precário, faltará água e alimentação e haverá racionamento de energia. Estudamos a possibilidade de retirarmos os moradores destas cidades", declarou.

Em todo o Estado, mais de 75 mil famílias sofrem com a subida dos rios. Além disso, a economia regional, entre elas a agricultura, acumula perda de mais de R$ 34 milhões, tendo afetado produções em 36 municípios. A produção de mandioca, por exemplo, amarga prejuízo na ordem de R$ 13 milhões e o cultivo da banana mais de R$ 6 milhões. A Defesa Civil do Estado já distribuiu mais de 130 toneladas de ajuda humanitária entre cestas básicas, kits de higiene pessoal, de limpeza e medicamentos.

Sete meses após a conclusão das investigações da Operação Woodstock, que levou o Ministério Público Federal (MPF) a denunciar 23 pessoas em Minas Gerais por exportação ilegal de madeira nobre, em outubro de 2011, a Polícia Federal (PF) desmanchou um novo esquema de exploração ilegal de jacaranda-da-bahia (Dalbergia nigra) no Estado que pode ter ligação com a quadrilha descoberta em 2007. Essa madeira é utilizada para a fabricação de instrumentos musicais.

A PF cumpriu cinco mandados que resultaram na apreensão de grande quantidade da madeira, além de equipamentos para confecção de instrumentos musicais, especificamente violão e guitarra. As buscas foram feitas entre quinta-feira e esta sexta-feira em galpões nos municípios de Monte Formoso, Ouro Preto, Nova Lima, Belo Horizonte e Matozinhos. Cinco pessoas chegaram a ser presas, foram interrogadas e liberadas. Elas vão responder a processo por crime ambiental (artigos 334 e 330 da Lei 9.605/98) e podem pegar até quatro anos de prisão.

##RECOMENDA##

De acordo com um delegado da PF de Minas que pediu para não ter o nome divulgado, a operação W2 é um desdobramento da Woodstock, deflagrada em 2007 e que resultou na prisão de 15 pessoas. Na época, em outubro de 2011, o MPF denunciou 23 investigados à Justiça. Ele disse que a PF investiga possível elo entre os dois grupos, uma vez que a madeira é a mesma e era utilizada para o mesmo fim, a fabricação de instrumentos musicais. Estima-se que a quantidade utilizada em apenas um violão pode ser vendida por até US$ 800 nos Estados Unidos. O delegado não soube precisar a quantidade de madeira apreendida, apenas que foram "cinco galpões cheios". Segundo ele, o material será periciado e enviado para o Instituto Estadual de Florestas (IEF).

A Polícia Federal em Sinop (MT) prendeu, em flagrante, dois servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que estavam tentando tirar R$ 20 mil do vice-prefeito de Claudia para liberar parte da madeira apreendida pelo órgão ambiental nas últimas semanas na região. Os dois eram técnicos ambientais emprestados do Ibama do Ceará e estavam em Mato Grosso há cerca de 35 dias atuando na operação Verdes Veredas que acontece na região médio norte do Estado desde fevereiro.

Em Mato Grosso já aconteceram outros casos de prisões de servidores por corrupção. Em 2005, durante a operação Curupira, foram presos 28 servidores envolvidos na venda de Autorização de Transporte de Produto Florestal (ATPF). E no início de 2011, um servidor do órgão em Cuiabá foi preso tentando cobrar propina de uma empresária para providenciar "a suspensão de embargo" de uma propriedade dela. "Todos eram do Ibama de Mato Grosso. Este foi o primeiro caso que colegas de outras unidades agiram desta maneira", disse a superintendente do Ibama em Mato Grosso, Cibele Araújo.

##RECOMENDA##

Araujo disse que os dois servidores serão submetidos a processo administrativo disciplinar que será instaurado pela Corregedoria Geral do órgão. Na quinta-feira, segundo ela, o corregedor geral do Ibama em Brasília, Marques Guimarães, chega a Mato Grosso para instaurar o processo disciplinar que pode resultar na demissão dos dois. A denúncia contra eles teria sido feita pelo próprio Ibama em Sinop.

Apesar de a Política Nacional de Resíduos Sólidos estar em vigor desde o final de 2010, ela ainda não está produzindo efeitos práticos na destinação do lixo gerado no País. Essa é a principal conclusão do levantamento anual da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).

Em 2011, das 55,5 milhões de toneladas de resíduos coletadas no ano, 58,06% (32,2 milhões) foram destinadas corretamente - em aterros sanitários. O restante (23,3 milhões) segue indo para lixões e aterros controlados, que não têm tratamento de chorume ou controle dos gases de efeito estufa produzidos em sua decomposição.

##RECOMENDA##

Em relação a 2010, houve uma melhora de meio ponto porcentual na destinação correta dos resíduos, mas, como os brasileiros aumentaram sua geração de lixo em 1,8% em relação ao ano anterior, na prática, 2011 observou um aumento na quantidade de resíduos jogados em lixões e afins. A geração per capita média do País foi de 381,6 quilos por ano, 0,8% superior ao do ano anterior.

Dos 5.565 municípios, 60,5% deram destino inadequado a mais de 74 mil toneladas de resíduos por dia. Em todo o País, mais de 6,4 milhões de toneladas sequer foram coletadas no ano, indo parar em terenos baldios, córregos etc. Os dados, que serão lançados nesta terça-feira, fazem parte da última edição do Panorama dos Resíduos Sólidos no Brasil. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

A Petrobras, o Ministério Público Federal, o Ministério Público Estadual do Paraná e o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) assinaram na tarde de quinta-feira um Termo de Acordo Judicial encerrando duas ações civis públicas por danos ambientais que se arrastavam desde 2002, em razão do vazamento de óleo diesel de um poliduto, ligando a Refinaria Presidente Getúlio Vargas, em Araucária, ao Terminal de Paranaguá.

No dia 16 de fevereiro de 2001, cerca de 57 mil litros de óleo escorreram por vários rios da Serra do Mar, atingindo remanescentes da Mata Atlântica no município de Morretes. Pelo acordo, a Petrobras comprometeu-se a pagar R$ 102 milhões como reparação e indenização. Ao dar entrada na ação, os procuradores de Justiça tinham estabelecido um valor superior a R$ 3,1 bilhões. No entanto, passados mais de dez anos de discussões, o acordo foi fechado com redução de quase 97%. "O valor da causa era uma referência e não está vinculado a essa conciliação", disse o procurador da República Alessandro José Fernandes de Oliveira em reportagem publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo em meados de março, quando foram divulgadas as minutas do acordo. Ele foi homologado pelo juiz titular de Paranaguá, Marcos Josegrei da Silva, e pela juíza substituta Gabriela Hardt.

##RECOMENDA##

O termo prevê que a Petrobras vai recuperar integralmente toda a área atingida, tendo o IAP como supervisor. Para esse trabalho, ela destinará R$ 12 milhões. No caso de haver necessidade de mais recursos, a empresa comprometeu-se a torná-lo disponível. Como indenização, a Petrobras fará depósito de R$ 90 milhões em conta judicial a ser aberta pela Caixa Econômica Federal em cinco dias. Ficou estabelecido que, desse valor, R$ 25 milhões serão destinados ao Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), que deverá investir na preservação de áreas de mangue.

A Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) ficará com R$ 5 milhões para promover atividades de enfrentamento ao uso de drogas nos municípios abrangidos pela Subseção Judiciária de Paranaguá. O governo do Paraná ficará com R$ 30 milhões para minimizar os problemas decorrentes das enchentes ocorridas em março do ano passado em municípios litorâneos. Os outros R$ 30 milhões e remanescentes das destinações anteriores serão utilizados em projetos ambientais e sócio-ambientais a serem apresentados por entidades interessadas nos autos.

O termo conciliatório ressalvou que a ação do IAP que trata de sanção administrativa à Petrobras, no valor de R$ 150 milhões, não será prejudicada. O valor da multa tinha sido anunciado quatro dias após o acidente e é contestado pela estatal na 3ª Vara da Fazenda Pública em Curitiba. Do mesmo modo, as ações individuais de pescadores que se sentiram prejudicados também serão mantidas. No processo, a empresa disse que já tinha feito depósito judicial de R$ 119 milhões para fazer frente às condenações em uma ou mais instâncias que, até fevereiro de 2011, já somavam 5.997 das 8.949 ações indenizatórias movidas.

A ministra da secretaria de Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sinalizou nesta quinta que a presidente Dilma Rousseff poderá vetar parte do Código Florestal, projeto aprovado ontem à noite pela Câmara dos Deputados. Ideli afirmou que pontos que se referirem à anistia a desmatadores ou que prejudiquem os pequenos agricultores não terão apoio do governo.

"(Tenho a) convicção de que aquilo que representar anistia não terá apoio, não terá respaldo do governo", disse a ministra, que esteve no gabinete do líder do governo no Senado, Eduardo Braga (PMDB-AM), onde, na presença de artistas, recebeu o relatório final da CPI do Ecad. "Qualquer questão que possa ser interpretada ou na prática signifique anistia, eu acredito que isto tem grandes chances de sofrer o veto".

##RECOMENDA##

Ideli disse lamentar o fato de os deputados não terem mantido o projeto aprovado anteriormente pelos senadores. "Nós temos a convicção de que aquilo que saiu do Senado daria uma tranquilidade maior. Como não foi isso que prevaleceu na votação da Câmara, vamos ter que aguardar a decisão da presidenta", afirmou.

Na entrevista, a ministra avaliou que não houve falha da articulação política durante a discussão do projeto. Ela disse ter realizado muitas reuniões no seu gabinete, tendo feito apelo aos líderes partidários sobre o que o governo considerava o mais adequado a ser aprovado.

Ideli disse que antes do final de maio sairá uma decisão sobre eventual veto. Por lei, a presidente tem 15 dias, a partir da data da chegada oficial do texto ao Executivo, para avaliar se derruba ou não o projeto ou parte dele.

A recuperação de áreas desmatadas às margens de rios - principal polêmica do Código Florestal - foi aprovada nesta quarta pela Câmara. As propriedades rurais que têm rios com até 10 metros de largura terão de recuperar uma faixa de 15 metros a cada margem. Essa regra tem atenuantes para pequenas propriedades, obrigadas a recuperar uma extensão menor da vegetação nativa, de acordo com o texto que continua em votação no plenário da Câmara nesta noite.

O resultado significa que os ruralistas, apesar de exibirem uma larga maioria de votos na Câmara, perderam na questão mais importante em jogo nessa última etapa da votação da reforma do Código Florestal antes de o projeto seguir para a sanção da presidente Dilma Rousseff.

##RECOMENDA##

Antes mesmo do início da votação, o relator Paulo Piau (PMDB-MG) teve de mudar mais uma vez seu texto porque a liberação da exigência de os produtores rurais recuperarem uma parte das Áreas de Preservação Permanente (APP), conforme desejava, não podia ser levada adiante, por limites estabelecidos pelas regras de votação. A exigência havia sido aprovada pela Câmara e pelo Senado e não poderia simplesmente desaparecer.

"O governo ganhou por W.O., por uma questão do regimento", disse o relator. "Tem muita gente de cabeça baixa aqui", completou Piau, que também é produtor rural e integrante da Frente Parlamentar da Agropecuária.

O texto do relator foi aprovado por 90 votos de diferença, 1 voto a menos do que os ruralistas conseguiram reunir em maio, na maior derrota política imposta à presidente Dilma Rousseff em seu primeiro ano de mandato. Na ocasião, a Câmara dispensou os produtores rurais de recuperarem áreas desmatadas até 2008, o que equivalia à anistia aos desmatadores. O placar registrou 274 votos a favor do relatório de Paulo Piau contra 184 de apoio à proposta defendida por Dilma Rousseff.

O plenário da Câmara aprovou nesta quarta-feira o texto base do projeto que modifica o Código Florestal. O relatório do deputado Paulo Piau (PMDB-MG) foi aprovado por 274 votos a favor, 184 contrários e duas abstenções.

Ao menos 33 municípios em quatro Estados da Região Nordeste do País já declararam situação de emergência por conta da estiagem, de acordo com portarias publicadas nesta sexta-feira no Diário oficial da União. Outras duas cidades do Amazonas, na região Norte, declararam situação de emergência por motivo de enchentes e inundações.

Em Sergipe, os municípios que decretaram situação de emergência devido à seca são Canindé do São Francisco, Carira, Frei Paulo, Cararu, Graccho Cardoso, Itabi, Monte Alegre de Sergipe, Nossa Senhora Aparecida, Nossa Senhora da Glória, Nossa Senhora de Lourdes, Pedra Mole, Pinhão, Poço Redondo,Poço Verde, Porto da Folha,São Miguel do Aleixo, Tobias Barreto e Tomar do Geru.

##RECOMENDA##

No Piauí, a situação é a mesma nas cidades de Betânia do Piauí, Caldeirão Grande do Piauí, Caridade do Piauí, Coronel José Dias, Dirceu Arcoverde, Pajeú do Piauí, Patos do Piauí e Santo Antônio de Lisboa. Na Bahia, Boa Vista do Tupim, Bonito, Lajedinho, Seabra e Tapiramutá, estavam na mesma situação, assim como Jucurutu, no Rio Grande do Norte. No Amazonas, os municípios de Atalaia do Norte e Lábrea estão em situação de emergência por conta das enchentes e inundações graduais.

Por meio de portaria publicada também nesta sexta-feira no Diário Oficial da União, o Ministério da Integração Nacional autorizou o empenho e repasse de R$ 15 milhões para o Estado do Piauí, destinados à execução de ações de socorro, assistência às vítimas e restabelecimento de serviços essenciais em localidades atingidas pela estiagem.

A ex-ministra do Meio Ambiente e ex-senadora Marina Silva (sem partido) disse que os brasileiros andaram duas décadas, mas para trás. Ela comparou a postura ambiental do governo brasileiro hoje, às vésperas da realização da Rio+20, com a de antes da Eco-92, primeiro megaevento sobre o tema realizado no Brasil. "O País andou 20 anos para chegar onde estava antes de 1992, quando ainda separava desenvolvimento de meio ambiente", disse Marina, que concorreu nas eleições presidenciais de 2010.

A ex-senadora referiu-se à posição atual do governo brasileiro em relação à Conferência das Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável que acontecerá em junho no Rio de Janeiro. Marina Silva acredita que é um "retrocesso" separar desenvolvimento de meio ambiente. "Estamos colocando uma pá de cal na memória da Eco-92", afirmou Marina, lembrando que o encontro de 20 anos atrás no Rio consagrou o conceito de desenvolvimento sustentável, que estabelece a ligação entre desenvolvimento econômico, social e equilíbrio ambiental.

##RECOMENDA##

Para ela, o País tem de ser protagonista na busca de uma solução para a crise ambiental global. Marina esteve em São Paulo para a divulgação de documento que pede maior dedicação do País para trazer ao centro dos debates o meio ambiente e a transição para uma economia de baixo carbono. O rascunho zero do que deve ser o documento final da Rio +20 foi criticado por focar o desenvolvimento, deixando de lado o meio ambiente.

"Nós tivemos recentemente uma mulher liderando a saída para uma crise econômica, por que não ter aqui no Brasil outra mulher liderando uma saída para a crise ambiental global?", disse, se referindo primeiramente ao papel da chanceler da Alemanha, Angela Merkel, nas negociações frente à crise da União Europeia, e depois à presidente Dilma Rousseff. "Para mim, como mulher, seria motivo de orgulho ver uma mulher liderando um processo de transição para uma agenda de economia sustentável", afirmou Marina, cobrando atuação incisiva de Dilma.

No início de março, Marina criticou a política ambiental de Dilma. A ex-senadora assinou carta aberta, em conjunto com organizações não governamentais, acusando a presidente de contrariar compromissos assumidos na campanha eleitoral sobre, entre outras coisas, artigos do Código Florestal. Marina disse nessa quarta-feira acreditar que "agora a presidente Dilma está respaldada para vetar um Código Florestal que seja contrário à floresta e que promova anistia para desmatadores". E completou: "não há como liderar pelo discurso, nós temos que liderar pelo exemplo".

"O Brasil poderia se unir à posição francesa para a criação de um organismo para o meio ambiente", disse Marina, que, quando esteve à frente do Ministério do Meio Ambiente (entre 2003 e 2008), já havia defendido, junto com o então ministro de Relações Exteriores, Celso Amorim, a criação de um órgão internacional no sistema das Nações Unidas sobre meio ambiente. "Poderia nos dar força, audiência e visibilidade, além de integrar um conjunto de acordos que hoje não conversam", afirmou.

O Ministério Público Federal (MPF) pediu à Justiça o cancelamento das autorizações de queima controlada da palha da cana-de-açúcar na região de Piracicaba, a mais tradicional região canavieira do Estado de São Paulo. De acordo com o órgão, as autorizações foram concedidas pela Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) sem a exigência do Estudo de Impacto Ambiental (Eia) e do Relatório de Impacto ao Meio Ambiente (Rima), considerados de observância obrigatória pela legislação federal. Na ação, o MPF também pede que nenhuma nova autorização para a queima da cana na região seja emitida sem a prévia elaboração do estudo.

O Ministério quer, ainda, que o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) exerça sua competência fiscalizadora em relação aos danos causados à fauna silvestre, como a morte de milhares de espécies, algumas ameaçadas de extinção. "Não bastasse a morte imediata de animais adultos - seja diretamente, carbonizados pelo fogo, seja indiretamente, vítimas de atropelamento - a fuga deixa inúmeros filhotes desamparados, com poucas chances de sobrevida", aponta o procurador da República Fausto Kozo Matsumoto Kosaka. A queima é empregada para facilitar a colheita manual da cana.

##RECOMENDA##

A ação civil pública foi elaborada em formato digital e apresenta vídeos e depoimentos de especialistas que revelam a gravidade do impacto ambiental provocado pela queima da palha na região. É a primeira vez que uma ação digital é protocolada pelo MPF no Estado de São Paulo. Segundo Kosaka, a apresentação da ação em DVD, de forma interativa e com links de acesso direto para as provas, é uma forma de levar a realidade da região às autoridades do Poder Judiciário que vão lidar com o caso no futuro, no Tribunal Regional Federal ou nas instâncias superiores, em Brasília. "Por viverem em grandes centros, muitas vezes as autoridades do Judiciário não conhecem todas as dimensões dos problemas causados pela queima da palha da cana", lembrou.

O embaixador André Corrêa do Lago, negociador chefe da delegação brasileira para a Rio+20, disse nesta quarta-feira que a reeleição de Barack Obama nos EUA "talvez seja mais importante" do que a presença do norte-americano na conferência da ONU sobre desenvolvimento sustentável, que será realizada em junho, no Rio.

Corrêa do Lago fez a declaração durante seminário para jornalistas ao comentar uma pergunta sobre o eventual impacto da ausência de Obama na reunião de cúpula prevista para os dias 20, 21 e 22 de junho. Para o embaixador, a reeleição do democrata "pode ter um impacto muito grande sobre os resultados da Rio+20". "É óbvio que a presença do Obama seria muito bem-vinda. Mas não há nenhum analista que não saiba que a prioridade absoluta do presidente Obama no momento é tratar da sua reeleição. No fundo, a reeleição do Obama talvez seja mais importante do que a presença do Obama", disse Corrêa do Lago.

##RECOMENDA##

A presidente Dilma Rousseff conversou pessoalmente com Obama em Washington esta semana e reiterou o convite para a conferência. Na ocasião, ela defendeu indiretamente a reeleição do norte-americano: "Nós saudamos a melhoria ocorrida nos EUA. Tenho certeza de que esta será uma tônica nos próximos meses e anos, sob a liderança do presidente Obama".

Para Corrêa do Lago, é "evidente" que um governo como o de Obama daria segmento a decisões da Rio+20 "com muito mais empenho" do que o de um representante do partido republicano. "O governo do presidente Obama, de maneira muito transparente e direta, disse desde o início que fortalecia o multilateralismo, e a Rio+20 é uma reunião multilateral". Como contraponto, o embaixador citou o Canadá. "O Canadá atualmente está com um governo que não só não quis continuar no Protocolo de Kyoto mas, mais do que isso, também anunciou que não vai cumprir aquilo que disse que ia cumprir no primeiro período de compromisso de Kyoto. São questões internas que temos que aceitar", declarou. "Não há dúvidas de que há governos que são mais favoráveis ao multilateralismo do que outros. Isso não é uma questão de opinião, é uma questão muito clara".

Quinta-feira e sexta-feira, negociadores de 45 países que integram o G77 irão se reunir no Rio para uma discussão informal de temas do chamado rascunho zero do documento que será levado para a Rio+20. O encontro será fechado, sem a participação da imprensa. "Não será uma negociação formal, mas uma discussão para sentir como está o clima para a reunião de Nova York no fim de abril (quando será realizada mais uma reunião preparatória)", disse o embaixador. Após o último encontro na sede das Nações Unidas, no fim de março, ONGs criticaram a retirada de temas relacionados aos direitos humanos da pauta da Rio+20.

"Com o crescimento do documento, certas questões que pareciam razoavelmente tratadas tiveram sua relevância reduzida, e isso preocupa muito", comentou Corrêa do Lago. Segundo ele, se uma posição é aprovada pelo grupo dos 77, é muito difícil que não se consiga avançar e incluí-la no resultado final, ou pelo menos ter grande influência. "Não é o documento em si o grande resultado da Rio+20, mas o processo que será lançado". O embaixador também apresentou o site www.riodialogues.org/. O objetivo é convocar especialistas mundiais para definir recomendações práticas que serão levadas à conferência.

A Rio+20 vai abordar dois temas principais: a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e erradicação da pobreza, além da estrutura da governança internacional para o desenvolvimento sustentável.

Um vazamento de gotículas de óleo foi identificado na noite de domingo pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) no Campo de Roncador, operado pela Petrobras e situado na Bacia de Campos, no norte fluminense.

A área é vizinha do Campo de Frade, operado pela petrolífera norte-americana Chevron e palco de um grande vazamento, em novembro de 2011. Até a noite desta segunda-feira não havia mancha na superfície do mar. A quantia de óleo perdida em razão do vazamento não foi divulgada.

##RECOMENDA##

O local do vazamento, a cerca de 500 metros da fronteira com o Frade, foi localizado a partir de inspeções submarinas feitas pela ANP com veículos dirigidos por controle remoto. Foram coletadas amostras do óleo para tentar identificar a origem do vazamento e o resultado deve ser obtido em até 48 horas.

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando