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Os países das Américas se tornaram o epicentro do surto global de varíola dos macacos, com mais de 30 mil casos concentrados principalmente nos Estados Unidos, Brasil, Peru e Canadá, informou a Organização Pan-Americana da Saúde nesta quarta-feira, 7, esclarecendo, no entanto, que a vacinação em massa não é necessária por enquanto.

"Com a escassez de vacinas e nenhum tratamento eficaz para a varíola, os países devem intensificar seus esforços para impedir a propagação do vírus em nossa região", disse o diretor da Opas, Carissa Etienne. "Temos os meios para desacelerar esse vírus", disse, em conferência de imprensa virtual da sede da organização em Washington.

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A varíola dos macacos ("monkeypox") circula na África central e ocidental há décadas e não era conhecida por provocar grandes surtos em países de outros continentes ou se espalhar amplamente entre as pessoas até maio, quando dezenas de casos começaram a ser relatados na Europa e na América do Norte.

Em julho, a Organização Mundial da Saúde declarou uma emergência global para a varíola, o nível de alerta mais alto usado no passado em surtos semelhantes de zika na América Latina em 2016 e no pandemia de coronavírus, entre outros. A afirmação não significa necessariamente que a doença seja particularmente transmissível ou fatal.

Nas Américas, a maioria dos casos foi detectada entre homens que fazem sexo com homens, embora pelo menos 145 casos também tenham sido confirmados entre mulheres e 54 casos entre crianças menores de 18 anos, disse a Opas.

Até agora, 30.772 casos foram registrados em 31 países das Américas e quatro mortes no Brasil, Cuba e Equador, segundo a Opas.

O consumo de tabaco caiu de 28% em 2000 para 16,3% em 2020 nas Américas, e 96% da população está protegida por pelo menos uma medida de luta antitabaco. Contudo, os cigarros eletrônicos são uma ameaça, afirma a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

Segundo o relatório sobre o Controle do Tabaco para a Região das Américas 2022 da Opas, apresentado nesta segunda-feira (15) no Brasil, o consumo de tabaco caiu para 16,3% em 20 anos e espera-se que seja de 14,9% para 2025, com o qual a região cumpriria a meta de reduzi-lo em 30%, estabelecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), até essa data.

O Chile é o país onde os adultos consomem mais tabaco (29,2%), seguido de Argentina, Estados Unidos, Uruguai e Cuba. O Panamá, por sua vez, é o que menos consome (5,0%).

Em termos gerais, a proporção é de 21,3% de homens e 11,3% de mulheres, "o que reafirma a necessidade de que, nas Américas, se fortaleça o aspecto de gênero" nas estratégias de controle, deduz o relatório.

Entre os jovens, Dominica registra o percentual de consumo mais alto, seguido de Argentina, México, Haiti e Guatemala. Os adolescentes de Canadá, Estados Unidos e Brasil são os que menos fumam.

Vinte e seis dos 35 países da região aplicam ao máximo pelo menos uma das seis medidas de controle de tabaco recomendadas pela OMS desde 2008.

Isso significa que 900 milhões de pessoas, ou seja, "96% da população da região, estão protegidos contra os danos do tabaco", 50% mais do que em 2007, segundo a Opas.

"O tabaco causa quase um milhão de mortes anuais na região e é o único produto de consumo legal que mata até metade dos que o consomem", afirma Anselm Hennis, diretor do Departamento de Doenças Não Transmissíveis e Saúde Mental da Opas, citado em nota.

"Diante desta enorme ameaça, a resposta deve ser igualmente agressiva", acrescentou.

No entanto, os progressos não têm sido homogêneos e, segundo a Opas, "nove países ainda não adotaram nenhuma medida", entre os quais se destacam Cuba, Nicarágua, República Dominicana e Haiti.

Segundo o relatório, em 2021, 24 países da região aplicavam medidas para proteger com a exposição passiva à fumaça de tabaco, 22 destacavam de forma importante os perigos do tabaco nos maços de cigarros, dez dispunham de sistemas de vigilância com dados recentes, seis proporcionavam ajuda integral para deixar de fumar e nove proibiam totalmente a publicidade da substância.

No entanto, apenas três - Argentina, Brasil e Chile - aplicam impostos indiretos sobre o tabaco que representam 75% ou mais de seu preço de venda.

A América do Sul se converteu na primeira sub-região sem fumaça de tabaco nas Américas, ou seja, onde está proibido fumar em locais fechados, públicos e de trabalho, e nos transportes públicos.

O consumo de tabaco é o principal fator de risco para doenças cardiovasculares e respiratórias crônicas, diabetes e câncer. "Todas as formas de tabaco são prejudiciais e não existe um nível seguro de exposição", alerta a Opas.

O relatório adverte que os novos produtos, como os cigarros eletrônicos, "estão cada vez mais disponíveis e acessíveis, o que supõe uma ameaça para o controle do tabaco". Além disso, "a indústria do tabaco utiliza afirmações enganosas para ganhar consumidores e novos mercados", acrescenta o texto.

A Opas recomenda aos governos que intervenham para "evitar que os não fumantes comecem a consumir esses produtos, impedir que o consumo de tabaco volte a ser normalizado na sociedade e proteger as gerações futuras".

A nível mundial, o tabaco causa mais de oito milhões de mortes por ano, das quais por volta de 1,2 milhão de não fumantes, mas que estiveram expostos à fumaça do tabaco.

Trinta e três casos de inflamações hepáticas graves em crianças e de causa desconhecida foram identificados em sete países das Américas, entre os mais de 400 registrados no mundo, informou nesta quarta-feira (18) a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas).

"Até 17 de maio de 2022, 33 casos prováveis de hepatite aguda de origem desconhecida foram notificados em crianças em sete países das Américas. Nenhum país relatou à Opas mortalidade ou a realização de transplantes em crianças por esta causa", disse um porta-voz da organização.

"Por 'caso provável' queremos dizer um caso em que a infecção pelos vírus da hepatite A, B, C e E foi descartada e outras condições são atendidas", explicou.

A Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), não especificou quais países americanos relataram casos dessa doença rara que afeta crianças pequenas.

Mas dois países da América do Norte informaram nos últimos dias que investigam casos desse tipo? o México disse que analisava 21 casos e os Estados Unidos apontaram que estudam 109 casos, incluindo cinco mortes.

Em 15 de maio, a OMS havia registrado de 429 casos prováveis dessa misteriosa hepatite infantil em 22 países, nove deles na Europa. Seis crianças morreram até agora com esta doença e 26 precisam de transplantes, apontou.

Em muitos casos relatados icterícia e sintomas gastrointestinais, incluindo dor abdominal, diarreia e vômito.

"Pode levar algum tempo antes que possamos estabelecer de fato os mecanismos de causa", disse Enrique Pérez, chefe de Informações sobre Emergências de Saúde e Avaliação de Riscos da Opas, em um coletiva de imprensa na quarta-feira.

Pérez acrescentou que a Opas trabalha com os países na região "para centralizar seus esforços em investigar os casos" suspeitos, e propôs um formulário padronizado para orientar as investigações.

Os casos de Covid-19 estão em alta nas Américas, onde as infecções cresceram 27,2% na semana passada, impulsionados pelos casos nos Estados Unidos, alertou nesta quarta-feira (18) a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas).

Dos 918 mil casos novos registrados na região na semana finalizada em 14 de maio, mais de 605 mil correspondem aos Estados Unidos. Segundo a Opas, os contágios subiram na América do Norte nas últimas sete semanas.

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As quatro sub-regiões do continente informaram esta semana aumentos de infecções, com a maior alta na América Central (+80%).

Na América do Sul, o Brasil notificou mais de 120 mil casos novos (+9%), enquanto a Argentina teve quase 34 mil (+92%). Venezuela, Paraguai e Brasil indicaram também um aumento de mortes.

No Caribe, onde os casos de covid-19 subiram nas últimas cinco semanas consecutivas, o crescimento das infecções foi de 9,3% e o de mortes, de 49%.

A Opas também ressaltou que as hospitalizações por covid-19 cresceram em 18 países americanos, e as admissões em unidades de terapia intensiva aumentaram em 13 países e territórios da região.

“É hora de fazer um balanço desses números e agir. A covid-19 está novamente em alta nas Américas”, declarou a diretora da Opas, Carissa Etienne, durante uma coletiva de imprensa virtual.

“A verdade é que este vírus não vai desaparecer tão cedo”, acrescentou.

Etienne lembrou que muitos países abandonaram a exigência do uso de máscaras e do distanciamento físico em lugares públicos, mas muitas pessoas seguem em risco de desenvolver formas graves da covid-19 e morrer.

Segundo números da Opas, só 14 dos 51 países e territórios das Américas conseguiram cumprir a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 70% de sua população.

“O aumento de casos deveria servir como um alerta”, disse Etienne.

“Os governos devem continuar monitorando de perto as tendências da covid-19, adaptar seus guias para proteger os mais vulneráveis e estar sempre prontos para ampliar as medidas sociais cada vez que houver um aumento nos casos ou mortes”, observou.

A Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne informou, nesta quarta-feira, que 1,5 milhão de casos de coronavírus foram confirmados nas Américas na última semana, o que representa uma queda de 32% na comparação com a semana anterior.

Em coletiva de imprensa, Etienne também revelou que o número de mortes caiu 10% no período, a 24.650. "A situação da covid-19 ainda é fluida", explicou, acrescentando que alguns países tiveram aumento nos registros.

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O número de novos casos e mortes pela covid-19 nas Américas diminuiu, mas ainda existem áreas vulneráveis, como o Caribe, informou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (23).

Na semana passada, foram 2,2 milhões de novos casos de covid-19 na região, ou seja, 28% a menos que na semana anterior, e o número de mortes pela doença caiu pela primeira vez desde o início da onda da variante ômicron para 29.000 (-9%), disse a diretora da Opas, Carissa Etienne, em uma coletiva de imprensa virtual.

Mas a situação na região é desigual. Treze países e territórios registraram aumento de mortes e não atingiram a meta da Organização Mundial da Saúde (OMS) de vacinar 40% da população.

Embora os casos tenham caído em um terço na América do Norte, novas infecções tiveram um aumento de 70% no México.

Nos Estados Unidos, o número de mortes diminuiu, mas continua alto. No geral, também caíram na América Central (-17%), mas em Honduras as mortes dos paciente em terapia intensiva continuam em alta.

Apesar das mortes em geral caírem na América do Sul em 13%, em média, no Chile a situação é crítica nas unidades de terapia intensiva.

No Caribe, onde vivem mais de 44 milhões de pessoas, os novos casos caíram 44%, mas em muitos lugares as mortes estão aumentando.

Nas Bahamas, estima-se que cerca de 10% dos profissionais de saúde estejam em quarentena, enquanto em Granada as internações em leitos de terapia intensiva aumentaram 50%, na Jamaica 23% e em Guadalupe 9%.

Segundo Etienne, o Caribe "continua especialmente vulnerável à covid-19". E os contrastes são marcantes, com 91% das pessoas nas Ilhas Cayman totalmente vacinadas e menos de 1% dos haitianos.

A Opas atribui essas diferenças ao fato de que em alguns lugares os centros de vacinação estão localizados longe de muitas pessoas necessitadas, à escassez de pessoal e à decisão de algumas pessoas de não se vacinar.

Para amenizar a situação, a organização recomenda mais do que nunca a vacinação.

Quase 700 milhões de pessoas nas Américas já receberam o esquema completo de vacinação. Para chegar às que faltam, a Opas recomenda alcançar os mais vulneráveis em cada país, facilitando o acesso das pessoas às vacinas e criando espaços abertos para o diálogo.

Segundo a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), a região das Américas registrou uma melhora no quadro de infecções e óbitos por covid-19 na última semana. De acordo com a diretora-geral da entidade, Carissa Etienne, os casos reduziram 28% em relação aos sete dias anteriores, a 2,2 milhões, e as mortes tiveram sua primeira semana de queda, a 29 mil, após seis semanas seguidas de alta por conta do surto da variante Ômicron. 

A diretora ainda ressaltou que houve queda de um terço dos casos na América do Norte, apesar do aumento acentuado de 70% das infecções no México. Os Estados Unidos, por sua vez, tiveram redução nos óbitos mas os números seguem próximos dos maiores já registrados pelo país.

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Entre as regiões mais vulneráveis, Etienne destacou o Caribe, que ainda mantém uma cobertura vacinal baixa. Segundo ela, dos 13 países americanos que ainda não atingiram a meta mínima da Organização Mundial da Saúde (OMS) de 40% de cobertura vacinal completa, 10 estão no Caribe. O Haiti, por exemplo, vacinou completamente apenas 1% da população local, disse.

Diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne afirmou nesta quarta-feira que, na última semana, as Américas tiveram mais de 8 milhões de novos casos da covid-19. "Este é o número mais alto de casos semanais desde o início da pandemia e ele é 32% superior ao da semana anterior", disse, durante entrevista coletiva virtual da entidade.

Carissa Etienne também destacou o aumento das mortes na região, com 18 mil delas na semana mais recente, uma alta de 37% ante a semana anterior.

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No Brasil, houve 477 mil novos casos de infecções pelo vírus na semana, um avanço de 193% ante a semana anterior, segundo a Opas.

Já os EUA possuem o número mais elevado de novos casos da doença na América do Norte, porém com queda de quase 1 milhão ante a semana anterior. Na região como um todo, os caso ocorrem "de forma mais ativa e disseminada do que nunca", alertou a autoridade.

Segundo Carissa, a variante Ômicron se tornou a predominante do vírus nas Américas. Ela ainda ressaltou que a maioria das hospitalizações por covid-19 é de não vacinados, incluindo as crianças.

Em sua fala inicial, Carissa Etienne ressaltou o caso das crianças, cobrando que o ensino volte a ser presencial, ao lembrar que essa modalidade é mais eficaz e tem outras vantagens importantes, como garantir alimentação adequada no período escolar para os mais pobres.

A Opas ressaltou que essa reabertura das escolas deve ser feita da maneira mais segura possível, por exemplo com o uso de máscaras.

Carissa Etienne ainda mencionou o fato de que, na pandemia, muitos países enfrentam uma piora em suas taxas de imunização para outras doenças, com milhões de crianças com vacinas atrasadas. O Brasil foi citado nesse caso, por estar enfrentado um surto de sarampo, segundo ela.

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, afirmou nesta quarta-feira (13) que as Américas registraram, na última semana, "mais de 1,1 milhão de casos e pouco mais de 24 mil mortes" por Covid-19. Durante entrevista coletiva virtual, ela destacou também que os casos da doença "têm diminuído" na América do Sul.

Por outro lado, Etienne disse que a oferta de vacinas contra a Covid-19 na região "continua a ser limitada". A Opas trabalha para acelerar a distribuição de imunizantes, sobretudo em nações com cobertura vacinal mais baixa, destacou a autoridade.

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Na América do Norte, os casos têm caído em geral, mas eles seguem altos na região do Meio-Oeste americano e também no Alasca, mencionou a diretora da organização.

Imunizar 60% da população das Américas contra a Covid-19 requer 540 milhões de doses adicionais, afirmou nesta quarta-feira (1°) Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), pedindo aos países que doem as vacinas que estiverem sobrando.

“Precisamos aplicar 540 milhões de doses adicionais para garantir que todos os países das Américas possam cobrir pelo menos 60% de sua população”, disse em entrevista coletiva a diretora da Opas, Carissa Etienne. “Pedimos aos países de todo o mundo com doses excedentes que as compartilhem rapidamente com a nossa região, onde as mesmas terão um impacto que salvará vidas", assinalou.

Estados Unidos, Espanha, Suécia e Canadá já fizeram doações "extremamente úteis", mas são necessárias mais vacinas, afirmou a diretora. Ela destacou que mais de 60% das pessoas no Canadá, Chile e Uruguai, e mais de 50% nos Estados Unidos, já completaram o esquema de vacinação contra o novo coronavírus, mas lamentou que a alta cobertura seja a exceção.

“Mais de um terço dos países da nossa região ainda têm que vacinar 20% de sua população, e em alguns lugares a cobertura é muito menor”, destacou. a diretora. Apenas uma a cada quatro pessoas está totalmente vacinada contra a Covid na América Latina e no Caribe.

As taxas de vacinação permanecem abaixo de 20% em muitos países da região, e na América Central são de apenas um dígito em Guatemala, Honduras e Nicarágua. “Isso sem mencionar o Haiti e a Venezuela, onde os frágeis sistemas de saúde e os desafios políticos atrasaram ainda mais a imunização”, observou Carissa.

- 'Afetada de forma desproporcional' -

A diretora da Opas alertou que a região das Américas continua sendo "desproporcionalmente afetada" pela Covid-19 em relação ao restante do mundo. “Temos quatro dos 10 países com maior número de casos acumulados, e quase um terço de todas as mortes por Covid-19 foram relatadas na região.”

Segundo Jarbas Barbosa, vice-diretor da Opas, fatores socioeconômicos prejudicaram a eficácia de muitas medidas de saúde pública, especialmente na América Latina e no Caribe. Ele mencionou a ausência de redes de seguridade social, a superlotação em muitas cidades e uma atitude negligente de autoridades quanto ao uso da máscara.

A falta de acesso a vacinas também impediu a redução da transmissão comunitária do vírus. “A mortalidade não pode ser reduzida até que uma maior cobertura de imunização seja alcançada”, enfatizou Barbosa.

Já Carissa Etienne assinalou que a Opas busca não apenas garantir mais doses de vacinas para a América Latina e o Caribe nos próximos meses, mas também "aumentar significativamente" a capacidade regional de fabricação de vacinas.

A diretora destacou a importância de uma logística adequada para distribuição das vacinas, o que inclui superar "um dos maiores obstáculos" às imunizações: conseguir seringas. “A Opas garantiu 80 milhões de seringas este ano e estamos trabalhando com os países para monitorar a demanda e garantir que eles tenham seringas suficientes para aplicar as vacinas contra a Covid."

A diretora da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Carissa Etienne, afirmou nesta quarta-feira (28) que foram registrados na última semana nas Américas 1,26 milhão de casos de Covid-19 e quase 29 mil mortes pela doença. Durante entrevista coletiva virtual, ela alertou para o fato de que muitos locais têm relaxado restrições à circulação, mesmo com o vírus ainda circulando. "A covid-19 continua a ter um papel devastador" nas Américas, ressaltou, citando Argentina, Colômbia, Cuba, Equador e Paraguai entre os países com as maiores taxas de mortalidade pelo mundo na última semana.

Carissa Etienne mencionou a piora do quadro nos Estados Unidos onde, segundo ela, os casos da Covid-19 mais que dobraram na última semana. Segundo a diretora, esse salto nos registros se concentra em pessoas que não tomaram a vacina nos EUA.

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A autoridade da Opas ainda destacou o quanto a pandemia tem atrapalhado o fornecimento de serviços de saúde em geral, atrapalhados pelo contexto atual. Segundo ela, é importante que os países trabalhem para continuar a oferecer esses serviços.

Gerente de Incidente da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas), Sylvain Aldighieri afirmou nesta quarta-feira, 14, que, segundo dados dos Estados Unidos, a variante delta já representa 52% do total de casos da covid-19 registrados no país, neste momento. Questionado durante entrevista coletiva virtual sobre o risco das variantes, Aldighieri lembrou que a delta é de fato mais contagiosa, mas as medidas já sabidas, como uso de máscaras e lavagem das mãos, continuam a ser eficientes contra ela.

Aldighieri também notou que as vacinas contra a covid-19 seguem sendo eficientes contra a covid-19. "As vacinas são seguras e milhares de vidas já foram salvas por elas", ressaltou.

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Durante a coletiva, a Opas ressaltou a importância de que as pessoas tomem as duas doses previstas, no caso dos imunizantes que exibem isso. Vice-diretor da Opas, Jarbas Barbosa ressaltou que apenas uma dose, nesses casos, oferece uma proteção apenas parcial contra a covid-19, por isso a importância de se receber as duas aplicações.

Uma ou mais das quatro variantes do novo coronavírus que preocupam as autoridades sanitárias foram detectadas até agora em 37 países e territórios das Américas, revelou a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) nesta sexta-feira (14).

Isso inclui mutações identificadas pela primeira vez no Reino Unido, Brasil, África do Sul e Índia.

Destas, a mais difundida na região é conhecida como variante britânica, encontrada em 34 países e territórios americanos, seguida pela brasileira, em 21, pela sul-africana, em 17, e pela indiana, em oito.

Os cinco países onde as quatro variantes preocupantes foram identificadas são Argentina, Canadá, Estados Unidos, México e Panamá. A este grupo se soma a ilha de Aruba, território holandês no Caribe.

Durante um seminário com jornalistas, Jairo Méndez Rico, assessor da Opas para doenças virais emergentes, disse que as mutações são naturais no processo de evolução e adaptação dos vírus.

No entanto, quando apresentam um potencial impacto ou risco à saúde pública, são consideradas Variantes de Preocupação (VOC, na sigla em inglês).

As VOCs estão associadas ao aumento da transmissibilidade do vírus, bem como ao aumento da virulência e/ou redução da eficácia das medidas de prevenção, tratamentos e vacinas.

Méndez Rico esclareceu que a maior capacidade de replicação dessas variantes não implica necessariamente em maior agressividade e destacou que até o momento não há evidências de que as vacinas disponíveis atualmente não sejam eficazes contra elas.

Ele ressaltou, porém, que quanto maior a circulação de vírus entre as populações, mais provável será a ocorrência de novas mutações que dificultem o controle da pandemia.

A Opas realiza uma vigilância genômica para rastrear variantes. Atualmente, 22 países participam dessa rede de inteligência.

Seis laboratórios regionais de referência colaboram no sequenciamento: a brasileira Fiocruz, o Instituto de Saúde Pública do Chile, o InDRE do México, o Instituto Gorgas do Panamá, os Centros de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC) e a Universidade das Índias Ocidentais em Trinidade e Tobago.

Os membros da Opas, escritório regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), representam 35 países do continente americano e 16 territórios da região associados ou dependentes dos Estados Unidos, França, Holanda e Reino Unido.

Para a diretora-geral da Organização Pan-americana da Saúde (Opas), Carissa Etienne, o suprimento de vacinas contra a covid-19 às Américas deve ser uma "prioridade global", uma vez que a região foi o epicentro da pandemia por meses e ainda é "desproporcionalmente" atingida pela crise sanitária, segundo ela. "Nossa região precisa do maior número de vacinas no menor tempo possível", afirmou a diretora, revelando que a Opas tem negociado com fabricantes para aumentar o volume de doses no continente.

O diretor assistente da Opas, Jarbas Barbosa, disse que compartilhar mais vacinas com a iniciativa Covax seria um passo importante para combater a pandemia. Em contraste, acordos bilaterais entre países e fabricantes diminuem o suprimento dos imunizantes, em especial a países menos desenvolvidos, afirmou o especialista. Ele confirmou que as entregas de vacinas à América Latina pela Covax vão começar no fim deste mês, e o primeiro lote terminará de ser enviado aos países ainda em março.

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Segundo Ettiene, a vacinação dos grupos mais vulneráveis da população, como idosos, profissionais de saúde e pessoas com comorbidades, é a forma mais eficaz de apoiar os sistemas de saúde, muito pressionados entre países americanos, disse. Ela ainda expressou preocupação com as avaliações feitas sobre estudos que medem a eficácia dos imunizantes. As taxas de eficácia, de acordo com ela, têm sido comparadas sob contextos diferentes, e os números nas Américas podem não ser equivalentes aos de testes feitos em outras regiões do mundo.

Quase 63 milhões de pessoas já foram vacinadas contra a covid-19 no continente americano, a maioria deles nos países do norte. Pelo menos 700 milhões são necessários para obter imunidade na região, disse a Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS) nesta quarta-feira (17).

“Dois meses após a entrega da primeira vacina contra a covid-19, quase 63 milhões de pessoas foram vacinadas nas Américas e no Caribe, e mais pessoas são protegidas a cada dia”, afirmou Carissa Etienne, diretora da Opas.

“Embora esses números sejam animadores, eles não são suficientes. Para se beneficiar da imunidade coletiva das vacinas, a cobertura deve ser muito alta”, explicou ela em coletiva de imprensa.

“Mais de 700 milhões de pessoas nas Américas teriam que ser vacinadas contra a covid-19 para garantir uma cobertura de 70%”, enfatizou.

A Opas, órgão regional da Organização Mundial da Saúde (OMS), aposta no sistema Covax para atingir essa meta, além dos acordos bilaterais que os países têm feito com empresas farmacêuticas, disse Etienne.

Por meio da Covax, mecanismo promovido pela OMS para garantir a distribuição equitativa das imunizações contra a covid-19 no mundo, 37 países da América Latina e do Caribe receberão vacinas anticovid, 10 deles gratuitamente.

Segundo Etienne, "nos próximos dias e semanas", os países participantes da Covax vão receber a confirmação do calendário e do número de doses para os primeiros grupos.

“Cerca de 160 milhões de doses serão distribuídas em nossa região no primeiro semestre, e as doses vão aumentar a cada mês”, anunciou.

“Tenha certeza de que a Opas está fazendo todo o possível para expandir a disponibilidade de vacinas e enviá-las rapidamente”, garantiu.

Ela também comemorou a autorização de uso emergencial pela OMS da vacina do laboratório britânico AstraZeneca e da Universidade de Oxford, uma imunização com vetor viral que é parte substancial do portfólio da Covax.

A OMS deu sinal verde nesta segunda-feira para versões da vacina produzidas pelo Serum Institute of India (SII) e pelo SKBio da Coreia do Sul.

“Este selo de aprovação internacional certifica que a vacina é segura, eficaz e está pronta para ser implementada em qualquer lugar”, observou Etienne.

"A vacina Oxford/AstraZeneca pode ser armazenada em temperaturas normais de geladeira e pode ser incorporada perfeitamente à infraestrutura de imunização existente em nossa região", apontou ela.

Etienne pediu aos países da região que as ações de preparação para as vacinas sejam sua "prioridade número um".

“Qualquer pequeno atraso pode atrasar as vacinas por semanas”, alertou, pedindo que os marcos legais regulatórios de cada país e o pessoal de saúde necessário para administrar as doses estejam prontos.

Com o avanço de uma nova variante do coronavírus Sars-CoV-2 no Reino Unido, muitos países europeus, asiáticos e da América anunciaram a suspensão de voos vindos do território britânico para tentar conter a disseminação.

Ainda não se sabe se a variante é mais letal do que as anteriores, mas especialistas de saúde britânicos apontam que ela tem uma transmissão mais rápida do que as demais - até 70% mais veloz, segundo o premiê, Boris Johnson. Por conta disso, o governo determinou um lockdown em Londres e o sudeste da Inglaterra, onde há mais casos detectados.

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Na Europa, Itália, Alemanha, Países Baixos, Bélgica e França foram os primeiros a suspenderem os voos de e para o Reino Unido. A medida foi seguida por diversos países, como Canadá, Romênia, Argentina, Colômbia, Turquia, Polônia, Bulgária, Índia , Arábia Saudita, Irã, Suíça, El Salvador, Kuwait, Irlanda, Turquia e Israel.

Alguns dos governos optaram inclusive por proibir voos da África do Sul e da Austrália, onde as autoridades já constataram a presença da nova cepa. O Brasil ainda não se manifestou.

As informações até o momento apontam que a nova variante - que não é a primeira do coronavírus, vale destacar - foi detectada em um paciente em setembro desse ano. Desde então, os pesquisadores analisaram que ela se tornou a cepa predominante em Londres e no sudeste da Inglaterra.

Não se sabe se a mutação surgiu no Reino Unido ou se o país foi o primeiro a detectar a alteração. No entanto, os especialistas (inclusive da Organização Mundial da Saúde) ressaltam que no momento a mudança não deve afetar a eficácia das vacinas desenvolvidas contra a Covid-19.

Da Ansa

Em 9 de dezembro de 1994, durante a Cúpula das Américas, em Miami (EUA), o então presidente dos Estados Unidos, George Bush, apresentou a proposta da Área de Livre Comércio das Américas (Alca), que eliminaria as barreiras comerciais dentro dos continentes americanos e permitiria a transição de mercadorias, capitais e serviços entre os países.

Uma das intenções do projeto era reduzir as taxas cobradas pelos produtos que cruzam as fronteiras de cada um dos 34 países das Américas, com exceção de Cuba. Embora tenha sido bastante debatida, a proposta não saiu do papel e foi encerrada em novembro de 2005.

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Hoje, 26 anos depois, como o projeto impactaria o Brasil? Ao integrar 34 países em um único bloco econômico, o advogado especializado em direito internacional da Toledo e Advogados Associados, Daniel Toledo, analisa que o tratado poderia acarretar o maior Produto Interno Bruto (PIB) do mundo, que estaria por volta de US$ 20 trilhões, e facilitaria o comércio entre as Américas, o que inclui o Brasil.

Outra possibilidade seria a negociação com outros países, aos quais, atualmente, o Brasil não possui acordo econômico. "Ocorre que, naquela época, o presidente Bush teve críticas pesadas dos presidentes Lula e Hugu Chávez, que foram os que mais criticaram esse projeto por ser totalmente contra os interesses comunistas, que não aceitavam a abertura de um mercado, e sim o fechamento dentro de um bloco socialista", comenta Toledo.

Caso implementada, o Brasil também poderia ter facilidades em aberturas de mercado, importações, exportações, além de menores tarifas. "O Brasil hoje tem grandes problemas de produção, e importa insumos de diversos produtos da China. Hoje poderíamos estar realizando as importações de países mais próximos. A criação de um bloco como esse, poderia fazer frente a um cenário muito maior do que o mercado chinês", afirma o advogado.

O mercado internacional nos dias de hoje

Muitos países do Mercado Comum do Sul (Mercosul) enfrentam dificuldades financeiras. É o caso da exportação de carros do Brasil para a Argentina, que foi limitada por causa das políticas cambiais. Em junho de 2020, mais de 10 mil veículos foram restringidos nos portos argentinos, o que incomodou diversas montadoras como Ford e Chevrolet.

Países como Portugal e Itália, que são da União Europeia e não faziam parte do bloco econômico da Alca, dispõem de parcerias com o Brasil. A França tentou barrar a comercialização da soja brasileira. "Mesmo que a França pare de comprar a soja do Brasil, isso não nos faria nem cócegas, já que eles consomem muito pouco, perto do número de exportações para outros países", explica Toledo.

Na visão do advogado, é pouco provável que ocorra o estreitamento de negociações de um bloco econômico, como a União Europeia. "Não apenas pela situação política que vemos o mundo hoje, que tornaria a proposta inviável, mas também pelos interesses regionais em muitos países europeus. O Brasil seria um grande risco para a economia desses países", afirma Toledo.

Caso a Alca fosse implantada, ela já teria englobado todos os países do Mercosul, e não traria problemas para os integrantes desse bloco. O mesmo não pode ser dito para a União Europeia, pois o Brasil teria dificuldades em compor outros grupos econômicos. "A ideia de um bloco econômico é aquecer o comércio de uma determinada região e fortalecê-la. Eu acredito que se o Brasil entrasse para a Alca, seria um grande negócio, mas ele teria que abrir mão de outros interesses, junto a outros blocos", finaliza o advogado.

Os casos de covid-19 no continente americano aumentaram quase 30% em novembro em relação a outubro, disse nesta quarta-feira, 2, a diretora da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS), Carissa Etienne.

"No mês de novembro, tivemos mais de seis milhões de novos casos registrados nas Américas, um aumento de quase 30% em relação aos números do final de outubro", disse Etienne em entrevista coletiva, observando que a América do Norte bateu recordes de infecções diárias.

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As Américas seguem como a região mais afetada do mundo, com 26,8 milhões de casos e 727.679 óbitos. Em seguida, aparece a Europa, com 19,05 milhões de infecções e 426.892 vítimas da pandemia.

Nas últimas 24 horas, no entanto, o número total de casos registrados em todo o mundo foi o menor desde o dia 10 de novembro, informou a Organização Mundial da Saúde (OMS) também nesta quarta-feira. Foram 460.376 novas infecções.

Este foi o quinto dia consecutivo de queda global do contágio, isso depois do registro de 636.665 casos no último domingo, 29, quando foi encerrada uma sequência de alta, de acordo com balanço publicado no site da OMS.

Desde o início da pandemia, o planeta já teve o total de 63.360.234 infecções confirmadas pelas autoridades nacionais de saúde, que informam os dados à agência, e 1.475.825 mortes.

Os pacientes recuperados, de acordo com a OMS, chegaram a 44,7 milhões. Além disso, há 18,2 milhões de casos ativos, sendo que 0,6% se referem a pessoas que estão em estado grave ou crítico. (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

O continente americano registrou mais de 1,5 milhão de casos de Covid-19 na última semana, um recorde desde que a pandemia foi declarada, em março.

O rápido aumento das infecções nos Estados Unidos foi um fator importante para este número, mas os casos também cresceram no restante das subregiões do continente, informou a Organização Panamericana da Saúde (Opas) nesta quarta-feira (25). A região das Américas acumula 25 milhões de casos e mais de 700.000 mortes por Covid-19, segundo dados da Opas.

O Panamá registrou seu maior balanço semanal desde o início da pandemia, enquanto, no Caribe, aumentam os casos, após um surto em Santa Lúcia que surgiu na tripulação de um navio de carga, apontou.

Na América Central, a Opas acompanha com preocupação o potencial surgimento de surtos em abrigos lotados após a passagem devastadora dos furacões Eta e Iota, acrescentou.

Na América do Sul, o Brasil continua somando casos em alguns estados e o Uruguai informou um "dramático aumento" de contágios em alguns departamentos.

Várias vacinas estão sendo testadas em todo o mundo, com as candidatas Moderna, AstraZeneca / Oxford e Pfizer-BioNTech liderando a corrida.

A Bolívia anunciou que planeja lançar uma campanha maciça de vacinação contra a Covid-19 durante o primeiro trimestre de 2021, antes de um eventual surto estimado para os meses seguintes. "O primeiro trimestre é o mais provável (vacinação). Estima-se que a segunda onda (de infecções) estará presente em nosso país entre março, abril e maio, por isso queremos nos apressar e proteger a população por meio da vacina", disse o ministro Edgar Pozo.

O México poderá receber as primeiras vacinas desenvolvidas pela Pfizer e BioNTech em dezembro, se os processos para a sua aprovação cumprirem os prazos estabelecidos, anunciou seu chanceler nesta terça-feira.

Na Argentina, a vacinação pode começar em janeiro, conforme anunciado hoje pelo ministro da Saúde de um dos países com maior índice de letalidade pela Covid-19 no mundo.

El Salvador anunciou um acordo com a farmacêutica AstraZeneca para o fornecimento de 2 milhões de doses da vacina a partir do primeiro semestre de 2021.

Mais de 60 milhões de casos do novo coronavírus foram oficialmente detectados no mundo desde o início da pandemia, de acordo com uma contagem da AFP nesta quarta-feira às 18h30 GMT (15h30 Brasília), com base nos balanços das autoridades. No total, 60.014.291 casos foram detectados, dos quais 1.415.258 terminaram em mortes desde o início da pandemia.

- Terceira onda nos EUA -

Em sua luta para controlar números recorde de casos de Covid-19, Los Angeles fechou a partir desta quarta-feira (25) seus bares e restaurantes, na véspera do Dia de Ação de Graças.

A decisão tomada pela segunda maior cidade dos Estados Unidos estará vigente por ao menos três semanas, na qual seu secretário da Saúde também pediu aos cidadãos que evitem as grandes reuniões em família.

"É importante dizer 'não', mesmo quando se trata das pessoas mais próximas de nossa família", afirmou o doutor Mark Ghaly.

As autoridades de saúde americanas pediram, pela primeira vez, aos seus cidadãos que não viajem para celebrar este feriado em que as famílias costumam se reunir.

Com o país enfrentando um crescente número de casos e mortes, os planos para distribuir a vacina se aceleram.

Mais de seis milhões de doses da vacina contra a Covid-19 da Pfizer-BioNTech estarão disponíveis na primeira semana, desde que obtenha a autorização emergencial, esperada para o próximo mês, e 40 milhões antes do fim de dezembro, segundo as autoridades.

Os Estados Unidos estão em plena terceira onda de Covid-19. São 13 milhões de casos confirmados no total (mais de 260.000 óbitos), ou seja, mais de um quinto de todos os casos registrados no mundo. Em uma semana, o número de positivos aumentou 11% (mais de 1,2 milhão de casos) em relação à anterior (1,1 milhão).

Enquanto o gigante americano lida com sua crise, alguns países da Europa implementam um relaxamento das restrições frente às festas de Natal, em um momento em que a segunda onda de contágios começa a diminuir após semanas de confinamentos.

Em uma mensagem transmitida pela televisão na noite de terça-feira, o presidente francês Emmanuel Macron anunciou que as lojas poderiam reabrir no sábado e que as ordens de permanecer em casa em todo o país serão suspensas a partir de 15 de dezembro, embora o toque de recolher permaneça durante a noite.

As autoridades britânicas também anunciaram que as restrições a reuniões sociais e viagens poderiam ser relaxadas no Natal.

- Sinais confusos -

Em outras partes da Europa, 16 estados alemães acordaram suavizar ligeiramente os limites de contato social no Natal, apesar de os casos se aproximarem do milhão por lá. Os líderes regionais decidiram limitar as reuniões para 10 pessoas durante o feriado de 23 de dezembro a 1o de janeiro, o dobro do limite para o resto do mês.

Na Austrália, Nova Gales do Sul, o estado mais populoso do país, flexibilizou as medidas de distanciamento social e permitiu aos funcionários retornarem aos seus locais de trabalho, após três semanas sem nenhum caso de transmissão local de Covid-19.

Singapura, que ostenta uma das menores taxas de morte pelo vírus do mundo, anunciou que não tem focos ativos no país pela primeira vez desde que o vírus chegou no começo do ano.

Também há boas notícias na China, que registrou somente cinco novos casos de coronavírus na terça-feira, todos importados, segundo as autoridades.

Os sinais esperançosos que chegam da Ásia foram, no entanto, afetados pela segunda onda que atinge o Paquistão, onde as unidades de terapia intensiva se aproximam de sua capacidade máxima, e o Japão, onde um número recorde de casos forçou as autoridades de Tóquio a pedir a seus cidadãos que evitem saídas desnecessárias.

A pandemia de Covid-19 causou uma "crise de saúde mental" sem precedentes no continente americano, alertou a Opas nesta terça-feira (18), enquanto as infecções mais uma vez dispararam alarmes na Espanha e iniciaram uma nova fase na região Ásia-Pacífico.

De acordo com o escritório regional da OMS para as Américas, com base em pesquisas nos Estados Unidos, Brasil e México, os três países americanos mais atingidos pelo coronavírus mostram que quase metade dos adultos sofre com a emergência sanitária, que também gerou a um "aumento da violência doméstica".

A América Latina e o Caribe, onde mais de 243 mil mortes e 6,2 milhões de casos já foram registrados desde o início da pandemia, segundo balanço da AFP, responderam por praticamente metade das mortes por coronavírus no mundo na última semana.

Desde seu aparecimento na China no final do ano passado, a pandemia causou 775.726 mortes no mundo e quase 22 milhões de infecções, de acordo com uma contagem da AFP com base em números oficiais.

Na Europa, com mais de 211 mil mortes por coronavírus e 3,5 milhões de casos, um dos países onde os surtos são mais preocupantes é a Espanha, que registrou mais de 16 mil infecções entre sexta e segunda-feira.

- "Nacionalismo" de vacinas -

O surgimento cada vez mais factível de uma vacina gera esperança, mas também requer planejamento.

Nesta terça-feira, a OMS pediu aos seus países-membros que se unam a seu programa de acesso à vacina contra o Covid-19, combatendo o "nacionalismo das vacinas".

Uma vez que as vacinas estejam disponíveis, a OMS propõe que sejam distribuídas em duas fases, a primeira proporcional e simultaneamente a todos os países participantes do programa, com o objetivo de reduzir o risco global, e a segunda em que será levada em consideração a ameaça e a vulnerabilidade dos países, explicou o diretor da OMS.

A vacina russa, batizada de Sputnik V e da qual já foi anunciado um primeiro lote, desperta desconfiança entre os pesquisadores ocidentais, mas recebeu o apoio do presidente do México, Andrés Manuel López Obrador, nesta segunda-feira.

"Eu seria o primeiro a me deixar vacinar, porque é muito importante para mim, mas temos que saber bem o que está acontecendo, garantir que seja algo eficaz e que esteja ao alcance de todas as pessoas", disse o presidente.

Já na Austrália, o governo anunciou que chegou a um acordo com o grupo farmacêutico AstraZeneca sobre a vacina que está desenvolvendo com a Universidade Britânica de Oxford e, se for eficaz, será fabricada e distribuída gratuitamente a todos os cidadãos.

- Nova fase -

A OMS também apontou a região da Ásia-Pacífico, que disse ter entrado em uma "nova fase" na qual a doença se espalha entre aqueles com menos de 50 anos, que costumam ser assintomáticos.

Pessoas infectadas sem sintomas ou com sintomas leves correm o risco de infectar idosos ou pessoas com problemas de saúde, de acordo com Takeshi Kasai, diretor da OMS para o Pacífico Ocidental, em uma entrevista coletiva.

"A epidemia está mudando. Pessoas na faixa dos 20, 30 ou 40 anos são cada vez mais uma ameaça". Não estamos apenas vendo um novo crescimento, vejo sinais de que entramos em uma nova fase", acrescentou Kasai.

- México, em "queda" -

Em contraste com os tristes registros de saúde na América Latina, o governo mexicano disse nesta terça-feira que a pandemia entrou em uma "fase de declínio" no país, avaliação que levanta dúvidas dado o baixo número de testes realizados.

O México, de 128,8 milhões de habitantes, registrou 531.239 casos confirmados e 57.774 mortes por Covid-19 na segunda-feira.

A economia regional, gravemente afetada pela pandemia, voltou a apresentar números decepcionantes em uma de suas principais economias.

O Produto Interno Bruto (PIB) do Chile caiu 14,1% no segundo trimestre, afetado pelas restrições sanitárias que causaram quedas em todos os setores exceto mineração, informou o Banco Central do país na terça-feira.

"Já no início do terceiro trimestre estamos passando por uma virada, estamos vendo a luz no fim do túnel, e isso deve nos encher de otimismo", disse o ministro da Economia, Lucas Palacios.

Contra as previsões iniciais do governo, o saque antecipado dos fundos de pensão - permitido de forma excepcional para aliviar a crise - reativa o consumo das famílias em dificuldades chilenas.

A vizinha Argentina ultrapassou a barreira de 300 mil infecções por Covid-19 na terça-feira, com 235 mortes nas últimas 24 horas, um dos maiores números desde o início da pandemia do coronavírus.

Os dados foram divulgados um dia depois de uma passeata da oposição no centro de Buenos Aires para exigir do governo o fim das medidas de isolamento social, por considerá-las uma forma de restringir a liberdade.

Ainda no cone sul do continente, o Uruguai, considerado um exemplo regional na gestão da pandemia, vai reabrir suas fronteiras para a entrada de turistas da União Europeia (UE), embora ainda não tenha uma data definida.

O Uruguai mantém suas fronteiras fechadas desde março, quando detectou os primeiros casos de coronavírus.

Atualmente, apenas nacionais, estrangeiros residentes ou membros de corpos diplomáticos podem entrar no país, entre outras exceções. Também permite a entrada, caso a caso, por razões humanitárias ou de trabalho.

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