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Nesta quarta-feira (8) é comemorado o Dia Mundial da Alfabetização, data estabelecida em 1967 pela Organização das Nações Unidas (ONU) e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), que visa destacar a importância do domínio da leitura e da escrita.

Segundo último censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população brasileira é constituída por mais de 200 milhões de habitantes, deste número, a entidade pública aponta que 11 milhões são analfabetos. 

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De acordo com uma análise realizada pela Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) em 2019, a taxa de analfabetismo no país é de 6,6%. Além disso, os dados apontam que 18% das pessoas com 60 anos ou mais não sabem ler e nem escrever.

O professor e CEO da Uniway School, Fabrício Vargas afirma que o analfabetismo marca presença no Brasil há muito tempo, o que dificulta a sociedade a tomar as decisões corretas. “A perspectiva de uma pessoa analfabeta é muito limitada e isso causa um prejuízo gigante para a produtividade da nossa economia. O Brasil opta pela quantidade e não pela qualidade”, lamenta.

Para reduzir o analfabetismo no Brasil, Vargas explica que o governo precisa otimizar o acesso das pessoas à educação, seja em escolas, faculdades ou universidades. “Precisam olhar para isso com uma visão de querer fazer parte da mudança e não somente querer se beneficiar monetariamente das pessoas mais frágeis, como é hoje”, afirma.

Segundo o professor, a evasão escolar é um dos principais problemas a serem combatidos, que impacta diretamente nas esferas sociais e econômicas. “Ano após ano, milhares de adolescentes e crianças saem das escolas, por não enxergarem uma significação no conteúdo aprendido no ambiente escolar e para trabalhar, o que ajudaria na renda da família”, ressalta Vargas.

Outro ponto de atenção, segundo o profissional, seria uma reformulação na metodologia e na entrega do conteúdo. “Precisamos nos livrar do quantitativismo e focar na qualidade de ensino”, reforça.

A fonoaudióloga e pedagoga Mariana Hypolito explica que para reduzir o analfabetismo, são necessárias medidas públicas que assegurem a educação gratuita para jovens e adultos. Além disso, também é essencial oferecer tecnologias educacionais e atividades recreativas, culturais e esportivas.

O processo fonoaudiólogo também é um importante aliado no combate ao analfabetismo. “Ele auxilia desde a primeira infância na aquisição da linguagem oral, até os processos da linguagem escrita e aprendizagem”, finaliza Mariana.

No Brasil, 11 milhões de pessoas são analfabetas. São pessoas de 15 anos ou mais que, pelos critérios do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), não são capazes de ler e escrever nem ao menos um bilhete simples.

Pelo Plano Nacional de Educação (PNE), Lei 13.005/2014, que estabelece o que deve ser feito para melhorar a educação no país até 2024, desde o ensino infantil até a pós-graduação, o Brasil deve zerar a taxa de analfabetismo até 2024.

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No Dia Mundial da Alfabetização, celebrado hoje (8), a Agência Brasil conversou com professores que trabalham com a alfabetização de crianças sobre os impactos da pandemia na etapa de ensino e sobre a rotina desses profissionais.

Sem tempo para cansaço

O professor do terceiro ano do ensino fundamental da Escola Classe Comunidade de Aprendizagem do Paranoá, no Distrito Federal, Mateus Fernandes de Oliveira diz que ainda não conseguiu parar para sentir o cansaço que todo o período de pandemia causou até aqui. Nos últimos 18 meses, ele precisou lidar com diversas situações, incluindo famílias de estudantes com fome. Foi preciso que a escola se organizasse para distribuir cestas básicas nas casas dos alunos.

"A gente estava falando de falta de alimentos em casa. Famílias passando por necessidades. Não era possível cobrar de uma família que estava preocupada com alimentação que desenvolvesse um processo de escolarização em um momento como este. A gente entendeu que a escola pública, como parte do Estado, tem responsabilidade social. O Estado deveria cuidar das necessidades básicas, mas não estava dando conta. A escola teve que se mobilizar".

Enquanto a escola esteve fechada, o professor chegou até mesmo a visitar os estudantes pessoalmente, levar para eles as atividades e verificar como estavam. A maior parte dos alunos não tinha acesso à internet e acabava não participando das aulas online. Agora a escola voltou em um modelo híbrido, intercalando ensino presencial e ensino remoto.

Oliveira percebe que as desigualdades se acentuaram. Aqueles alunos que vêm de um contexto familiar em que a leitura faz parte do cotidiano, em que há livros e revistas em casa, chegam agora ao terceiro ano do fundamental sabendo ler e escrever. Aqueles que moram em casas com pouca ou nenhuma leitura, às vezes sem mães e pais alfabetizados, acabam tendo um conhecimento aquém do esperado para crianças com 8 ou 9 anos de idade.

"Não dá para considerar este ano como só este ano. É pensar este ano e o seguinte como duas coisas contínuas, porque senão a gente se exaspera e atropela os processos. Atropela o tempo de entender o que a gente sentiu e o que está sentindo e de perceber que caminhos pode trilhar. A gente pode acabar até gerando o contrário do que gostaria. Em princípio, é preciso ter calma e, ao mesmo tempo, saber que não temos tempo a perder".

Trabalho redobrado

Em Corumbá (MS), foi com cachorrinhas que a professora da Escola Municipal Almirante Tamandaré, Sonia Bays, conquistou os alunos e conseguiu medir o que eles haviam aprendido em um ano de pandemia. Ela dá aula para o primeiro ano do ensino fundamental, estudantes de 6 anos, que estão começando a ser alfabetizados. "Queria fazer algo mais lúdico. Acredito que as crianças são penalizadas por estar longe da escola. Criança em fase de alfabetização precisa da escola", diz.

Diante das dificuldades de ensinar a distância e por meio de tecnologias, ela gravou um vídeo apresentando os próprios animais de estimação e pediu que os pais estimulassem os filhos a fazer o mesmo com seus bichinhos. "Na fase da alfabetização, a criança precisa de oralidade. Ela fala e depois transfere para o papel. É preciso estimular essa espontaneidade, essa fala das crianças".

Ao pequeno grupo que estava sendo atendido presencialmente em horários especiais na escola, ela pediu que desenhasse e, se soubesse, escrevesse os nomes dos animais. Foi assim que avaliou o que os alunos sabiam e aquilo em que tinham dificuldades. Com base nas atividades desenvolvidas com as crianças, surgiu o trabalho Alfabetização e Infância em Tempos de Pandemia, apresentado em agosto no 5º Congresso Brasileiro de Alfabetização.

A maior parte dos alunos de Sonia está em situação de vulnerabilidade. Não é raro que as famílias tenham apenas um celular com acesso limitado à internet. A estratégia muitas vezes, durante mais de um ano de pandemia, era mandar vídeos por whatsApp, para que os responsáveis baixassem usando a internet do trabalho e, depois, mostrassem para as crianças.

No ano passado, ela chegou a conhecer os alunos pessoalmente, antes do fechamento das escolas por causa da pandemia. A turma desse ano, no entanto, era uma lista com 23 nomes e contatos. Sonia fez questão de entrar em contato com cada um por ligação e conversar com alunos e famílias. A logística não foi simples, alguns estudantes precisaram ir para uma área com wifi aberto, para receber a videochamada.

A escola foi retomando aos poucos o ensino presencial. Primeiro, apenas uma vez por semana para atender aos alunos que não tinham acesso a aulas remotas. Agora, a escola voltou às aulas presenciais em esquema de revezamento, com turmas reduzidas.

"Os professores, cada um de uma série, selecionaram os conteúdos que seriam prioritários, que seriam essenciais. Não vamos ter como dar conta de tudo. Estamos focando em leitura e escrita", diz e acrescenta: "Os alunos não perderam o ano, eles ganharam a vida. Se antes já tínhamos déficit de aprendizagem, agora também temos, ainda maior. Teremos que redobrar o trabalho para vencer isso".

Da sala para a tela

Depois de oito anos nas salas de aula no Rio de Janeiro, o professor Ricardo Fernandes assumiu, em 2019, o cargo de assistente de Gerência de Alfabetização e Anos Iniciais da Secretaria Municipal de Educação. No ano passado, com a pandemia, Fernandes passou a gravar aulas e podcasts para os estudantes da rede municipal, por meio da prefeitura, para garantir a educação remota. Ele, de repente, passou a alcançar um público muito maior.

"Acaba que você, que está produzindo uma vídeoaula, você não vira só o professor de uma turma. A sensação que dá é que você vira professor de muitas turmas. Essa foi uma estratégia muito importante para muitas crianças que estavam em casa", diz.

Foi preciso, segundo Fernandes, recriar, com tecnologia, espaços alfabetizadores. Além de o formato ser um desafio, foi preciso também repensar o conteúdo de alfabetização, incluindo as famílias. "Todas as vezes que a gente pensa um material agora, a gente pensa que essa família vai assistir junto, vai ajudar na mediação desse conteúdo. Então as aulas agora são pensadas na perspectiva mais coletiva. Quem está escutando o que essa criança fala? Quais as perguntas que essa criança pode fazer para essa pessoa? É esse processo de uma educação coletiva que traz para a alfabetização um novo caráter".

O professor conta que, durante a pandemia, as trocas entre os professores da rede de ensino ajudaram a desenvolver novas estratégias para chegar aos alunos e também ajudaram os próprios profissionais a não se sentirem isolados. Fernandes ressalta, no entanto, que mesmo com o esforço, há estudantes que precisarão de mais atenção. "A gente sabe que existe um público que historicamente está alijado do contexto de alfabetização e de educação, e esse contexto foi intensificado com a pandemia".

Estudo encomendado ao Datafolha pela Fundação Lemann, o Itaú Social e o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), divulgado em junho deste ano, mostra que mais da metade (51%) das crianças em processo de alfabetização na rede pública brasileira ficaram no mesmo estágio de aprendizado, ou seja, não aprenderam nada de novo durante a pandemia. Entre os estudantes brancos, 57% teriam aprendido coisas novas, segundo a percepção dos responsáveis. Entre os estudantes negros, esse índice cai para 41%.

Como responsável pela produção de materiais para a alfabetização, Fernandes diz que um dos objetivos é que os estudantes se sintam representados. "Não se pode alfabetizar sem olhar para a favela, sem olhar para o bairro desse aluno, sem olhar para o ritmo desse aluno, sem entender que é um sujeito que aprende quando está em casa, quando está em contato com outros sujeitos. Não se pode negar os aspectos culturais da cidade", defende.

Unindo forças

Para a presidente da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) no Paraná, Marcia Baldini, é necessária a união de forças de gestores, Poder Público, professores e familiares para garantir o ensino e a aprendizagem das crianças brasileiras. Marcia, que coordena o Grupo de Trabalho sobre Alfabetização da Undime, diz que a pandemia causou um prejuízo muito grande à alfabetização.

"É necessário ter políticas públicas nesse sentido, voltar o olhar para isso, porque se não tivermos nas nossas escolas um olhar focado em relação ao professor alfabetizador, a formação continuada, condições de trabalho, a conscientização das famílias para que esse aluno possa aprender, os prejuízos serão imensuráveis nos anos seguintes na educação fundamental, no ensino médio e até mesmo na educação superior, em que vamos formar os famosos analfabetos funcionais".

Marcia explica que a alfabetização exige a mediação do professor. Isso porque gestos, movimentos labiais e materiais didáticos têm impacto na aprendizagem. Esses elementos acabam se perdendo no ensino remoto. "Os alunos que estão retornando [para o ensino presencial] apresentam muitas dificuldades, há alunos que esqueceram até mesmo como se escreve o nome". Os dados mostram muito claramente, nos primeiros anos da educação infantil e do ensino fundamental, prejuízos sociais, econômicos, educacionais, que vão se estender ao longo da vida.

Retomada

Neste semestre, as escolas estão, aos poucos, com o avanço da vacinação no país, retomando as aulas presenciais, ainda que mescladas ao ensino remoto, no chamado ensino híbrido. Será preciso ainda, segundo a oficial de educação do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) no Brasil, Julia Ribeiro, localizar os estudantes que não conseguiram assistir às aulas na pandemia.

"Fazer busca ativa desses meninos e meninas que não tiveram condição de se manter aprendendo durante a pandemia. Os dados apontam isso, a pandemia atingiu meninos e meninas que já eram mais vulneráveis. Quem já estava fora da escola ficou cada vez mais longe, e quem estava na escola, mas sem condições de aprender em casa, acabou sendo excluído desse direito".

Pesquisa divulgada este ano pelo Unicef mostra que o número de crianças e adolescentes sem acesso à educação no Brasil saltou de 1,1 milhão em 2019 para 5,1 milhões em 2020. Desses, 41% têm entre 6 e 10 anos, faixa etária em que ocorre a alfabetização.

"A alfabetização é fundamental para a manutenção desse menino ou menina na escola. É nessa faixa etária que é criado maior vínculo, inclusive com a escola. Ciclos de alfabetização que são incompletos podem acarretar reprovações e abandonos escolares nas demais etapas, nas etapas subsequentes", ressalta.

Para Júlia, sobretudo na pandemia, quando as crianças tiveram aprendizagens diferentes, todas as etapas escolares devem se comprometer a garantir o aprendizado dos estudantes, garantir que aprendam a ler e escrever.

"A gente precisa de uma corresponsabilização de todo o sistema educacional no sentido de garantir que cada criança e adolescente, independentemente de idade, tenha as oportunidades necessárias que lhe garantam alfabetização completa, que lhe possibilite que esses meninos e meninas tenham maior liberdade, maior autonomia, que estejam incluídos na sociedade, que tenham mais acesso a oportunidades profissionais e pessoais, que tenham acesso a seus direitos".

Ministério da Educação

No dia 30 de junho deste ano, o MEC lançou o Sistema Online de Recursos para a Alfabetização, apelidado de Sora. A plataforma foi desenvolvida para apoiar professores e trabalhadores da educação no planejamento e execução de atividades de ensino para alunos que estão aprendendo a ler e escrever.

O sistema traz estratégias de ensino ou como o conteúdo pode ser ensinado. Elenca também propostas de atividades a serem aplicadas em salas de aula, ferramentas que são utilizadas na consolidação da apreensão dos conteúdos.

A plataforma disponibiliza recursos adicionais diversos que auxiliam os professores. Podem ser acessadas, por exemplo, imagens que ajudam a fixar as letras do alfabeto. Será incluído também um módulo com sugestões de avaliações para verificar a aprendizagem do conteúdo.

No Pará, em 2019 o número médio de anos de estudos entre as mulheres continua maior que o dos homens. Enquanto homens com 15 anos ou mais costumam estudar em média oito anos e meio, as mulheres na mesma faixa etária estudam aproximadamente nove anos e meio. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O nível de instrução dos moradores do Pará também tem aumentado: em 2016, a porcentagem de pessoas com 25 anos ou mais e ensino superior completo era de 9% e em 2019 pulou para 11%. Os dados presumem que o acesso ao ensino superior tem sido cada vez maior, no entanto, não se distribuem igualmente pela população: 20% da população branca tem superior completo, em contrapartida 9% da população preta ou parda possui o mesmo nível de instrução.

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A taxa de analfabetismo diminuiu gradativamente no Estado. Entre pessoas de 15 ou mais anos de idade, no ano de 2019 a taxa caiu para 8,8%, redução significativa quando comparada ao ano de 2016, em que a taxa era de 9,2%. No entanto, entre os idosos (60 anos ou mais), o analfabetismo ainda é uma realidade comum, com taxa de 26,7%.

No que diz respeito aos Estados da Região Norte, o Pará ainda ocupa a terceira posição entre as maiores taxas de analfabetismo (8,8%), ficando abaixo apenas do Acre (11,1%) e do Tocantins (9,7%). As menores taxas de analfabetismo estão em Roraima (5%), no Amazonas (5,4%) e no Amapá (5,5%).

Ouça entrevista com a coordenadora estadual da PNDA, Ângela Gemaque, e com o doutor em educação e professor titular do Núcleo de Educação Básica da UFPA, Ronaldo Araújo.

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O Ministério da Educação apresentou, na manhã desta quinta-feira (15), a cartilha com orientações e diretrizes para a Política Nacional de Alfabetização (PNA), uma meta estabelecida em abril pelo governo federal, por meio de decreto, para os 100 primeiros dias do governo.

De acordo com o MEC, a cartilha de 54 páginas tem como base evidências cientificas que indicam os conceitos, os termos e a concepção de alfabetização. O objetivo do projeto é oferecer qualidade da alfabetização e combater o analfabetismo no país. Segundo o MEC, o trabalho se inspira no que já é feito em países como Austrália, Canadá, Chile, Estados Unidos, França e Portugal, que aumentaram os seus indicadores educacionais.

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A cartilha é destinada a professores e municípios, bem como para alunos, pais e responsáveis. No guia, são expostos o cenário atual, assim como os marcos históricos e normativos no país.  Um dos objetivos do decreto é cumprir a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que visa alfabetizar as crianças de oito anos de idade até 2024, prazo final do plano.

Veja na íntegra o guia explicativo

 

O analfabetismo no Brasil caiu entre 2016 e 2018. Na faixa entre 15 anos ou mais, passou de 7,2% em 2016 para 6,8% em 2018. No ano passado, eram 11,3 milhões de pessoas nesta condição.

Na comparação com 2017, a queda de 0.1 ponto percentual corresponde a menos 121 mil analfabetos entre os dois anos. Os dados fazem parte da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua Educação 2018 (Pnad Educação), divulgada hoje (19), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

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De acordo com o levantamento, o analfabetismo no Brasil está diretamente associado à idade. Quanto mais velho o grupo populacional, maior a proporção de analfabetos.

Nas pessoas de 60 anos ou mais, a taxa declinou de 20,4% para 18,6%, o mais alto percentual entre as faixas de idade. A taxa de 2018 equivale a quase 6 milhões de analfabetos.

O percentual de mulheres é maior (19,1%) que o dos homens (18%), mas quando a análise é entre 15 ou mais anos, as mulheres têm taxa menor (6,6%) do que os homens (7%). Segundo o IBGE, entre os mais velhos, o analfabetismo, em grande parte, ocorre por questões demográficas, como o envelhecimento da população.

Apesar da queda no analfabetismo, o Brasil pode não cumprir a meta de erradicação em 2024 para a faixa de 15 anos ou mais. Segundo a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE (Coren), Marina Aguas, a queda verificada entre 2016 e 2018 é significativa em termos estatísticos, mas até 2024 muita coisa pode acontecer.

“Tem uma meta intermediária que foi de 2015, que era do analfabetismo ser de 6,5%. Até agora a gente não cumpriu a meta intermediária e a erradicação do analfabetismo em 2024. Para alcançarmos essa erradicação, os desafios são grandes, mas para  acontecer vai depender do que a política pública vai fazer por este grupo para que essas pessoas sejam alfabetizadas”, observou a analista.

Cor ou raça

Na análise de cor ou raça a diferença é grande. Em 2018, 3,9% das pessoas de 15 anos ou mais analfabetas eram brancas, enquanto as pessoas pretas ou pardas eram 9,1%.

Com 60 anos ou mais, a diferença é ainda maior. As brancas são 10,3% e as pretas e pardas, 27,5%.

Analfabetismo por regiões

Embora tenha registrado no período 2017 e 2018 uma queda de 14,48% para 13,87% na faixa de 15 anos ou mais, o Nordeste é a região com maior percentual, seguido do Norte (7,98%), Centro-Oeste (5,40%), Sul (3,63%) e Sudeste (3,47%).  As diferenças se mantêm na faixa de 60 anos ou mais. No Nordeste são 36,87, no Norte 27,02%, no Centro-Oeste 18,27%, no Sul 10,80% e no Sudeste 10,33%.

Nível de instrução

Outro dado que chamou atenção no Brasil em termos educacionais entre 2016 e 2018 foi o percentual maior de pessoas que concluíram pelo menos as etapas básicas de educação obrigatória, que é chegar, no mínimo, ao ensino médio completo.

A taxa subiu de 45% em 2016 para 47,4% em pessoas com 25 anos ou mais. Em 2018, as mulheres nesta situação (49,5%) eram em maior quantidade que os homens (45%).

As pessoas brancas somavam 55,8%, enquanto as pretas e pardas, 40,3%. Quando a análise se refere aos sem instrução, o percentual caiu de 7,8% para 6,9%.

Para o IBGE, como as trajetórias educacionais variam ao longo da vida, o indicador é melhor avaliado entre as pessoas que já poderiam ter concluído o processo regular de escolarização, em geral, em torno dos 25 anos.

Também nesses dados, as diferenças regionais chamam atenção. No Nordeste, apesar do número de pessoas com ao menos a etapa do ensino básico completo ter crescido em 2018 (38,9%), ainda é baixo em relação às outras regiões.

No Centro-Oeste é de 48,7%, no Sul ( 45,7%), no Norte (43,6%) e no Sudeste (53,6%). “É uma diferença grande”, disse Marina Aguas.

Metodologia

A Pnad Contínua levanta trimestralmente, por meio de questionário básico, informações sobre as características básicas de educação para as pessoas de 5 anos ou mais de idade.

A partir de 2016, começou a incluir o módulo anual de educação, que, durante o segundo trimestre de cada ano civil, amplia a investigação dessa temática para todas as pessoas da pesquisa.

As médicas baianas Ana Elisa Almeida e Mariana Fontes estão reinventando o modo humanizado de prestar atendimento aos seus pacientes. O objetivo da dupla é correr na direção contrária da típica prescrição ilegível e do contato engessado entre médico e paciente.

 Ana Elisa tem 25 anos e é residente em Infectologia, já Mariana tem 27 e faz residência em Psiquiatria. As duas passaram a fazer receitas visuais e de fácil entendimento, tornando mais simples a compreensão do paciente em relação aos remédios que deve tomar.

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 “Durante nossa graduação tivemos matérias focadas na humanização da relação médico-paciente e isso inclui uma linguagem acessível ao paciente, de forma que ele entenda, participe ativamente do seu processo de saúde-doença, e tenha uma boa adesão terapêutica”, explicam as médicas.

 Muitos desenhos, cores e formatos fazem parte das prescrições feitas por elas. A atitude facilita, inclusive, a situação de pacientes analfabetos. Colando o mesmo desenho na receita e na caixa do remédio, o enfermo consegue saber sem dificuldades qual medicamento precisa tomar tantas vezes por dia.

 Segundo o levantamento mais atual divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o Brasil tem pelo menos 11,5 milhões de pessoas com mais de 15 anos analfabetas. Segundo as baianas, foi a partir dos preceitos aprendidos nas aulas e na filosofia da slow medicine (medicina sem pressa) que elas decidiram utilizar recursos visuais em seus atendimentos.

 “A receita ilustrada deixa visualmente mais fácil e ajuda na assimilação do que foi prescrito, uma vez que utiliza recursos como símbolos e imagens (estimulando o hemisfério direito do cérebro, que é subjetivo/ criativo) e palavras pontuais (estimulando o hemisfério esquerdo do cérebro que é mais lógico/ objetivo). Como resultado, nos aproximamos da linguagem dos pacientes, os quais compreendem a informação e consequentemente, melhoram a adesão terapêutica”, afirma a dupla.

Uma paciente que sofre de hipertensão estava enfrentando dificuldades para tomar as medicações de forma correta. O motivo? Analfabetismo. A senhora, de quase 60 anos, precisava conter a pressão para fazer a extração de um dente. Observando a dificuldade da paciente, o cirurgião dentista Ricardo Cayres fez uma ilustração para auxiliar a mulher. Essa atitude postada pelo profissional bombou nas redes sociais.

Da primeira vez que a paciente procurou o dentista, ele recomendou que ela procurasse um médico para avaliar o seu quadro de saúde - já que ela era hipertensa e precisava estar com sua condição normalizada.

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"Ao retornar ao consultório ela trouxe algumas embalagens de dois tipos diferentes de remédios para pressão, prescrita pelo médico do posto de saúde", revela Ricardo Cayres. Ele complementa dizendo que ao examinar a paciente, ela ainda estava com a pressão alta.

Ao lembrar que a idosa não havia assinado um prontuário, revelando ser analfabeta, Ricardo criou a ilustração para auxiliar a paciente. "Um pouco de boa vontade, criatividade e humanização foram suficientes para eu criar esse esqueminha. Montei na mesma hora, imprimi, e a fiz entender, repetir, garantir que de fato ela entendeu, e só então ela foi liberada. Em breve, ela retornará para continuarmos os nossos procedimento (sic)", pontua.

A doméstica Maria Cristina apresenta dificuldades para escrever e ler. Foto: Júlio Gomes/LeiaJáImagens

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"Eu nunca quis estudar e também tive que trabalhar cedo. Perdi muitas coisas na vida por causa de estudo e hoje me arrependo muito. Tenho vergonha de não saber ler e escrever porque dependo dos outros para tudo, mas vou levando”. Maria Cristina da Silva, 53, só frequentou a escola até a antiga primeira série, que hoje representa o segundo ano. Ela não se recorda com que idade largou os estudos, mas se lembra bem que o destino traçado foi a cozinha das patroas. Doméstica, diarista, cozinheira e faxineira foram os cargos que sobraram para Cristina, que apesar de nascer em uma família humilde, sempre sonhou alto. Queria mesmo era trabalhar em uma firma ou montar um negócio próprio e ser a sua chefe.

Envergonhada por nunca ter aprendido a ler e escrever, a doméstica, que nasceu em João Pessoa, na Paraíba, mas veio jovem morar no Recife ainda jovem, não perdeu o desejo de conseguir unir letras, palavras e poder ir ao supermercado sem precisar de ajuda. Cansou de enfrentar preconceitos dos atendentes de banco e decidiu que era o momento de aprender a escrever o seu nome. “Minha menina me ensinou e eu pelo menos sei fazer igual ao meu documento, mas tenho que estar olhando para a identidade”, frisa a doméstica.

Moradora do Córrego do Capim, em Águas Compridas, na cidade de Olinda, Maria conta que já tentou frequentar aulas no programa educacional ‘Educação Jovens e Adultos’ (EJA), mas que o local onde mora, com muitas ladeiras, e a falta de dinheiro para passagem de ônibus, são um impedimento que a afasta do sonho de ler e escrever.

Apesar dos percalços, ela ainda acredita um dia possa ter a oportunidade do aprendizado. “Ainda sou nova, não é? Tem tanta gente velha que consegue”, diz. Mãe de três filhos, dos quais só conseguiu criar a mais jovem porque trabalhava muito, ela faz questão de repassar a mensagem, também aos netos, de que sem estudo não há muitas opções. “Eu queria demais voltar no tempo e fazer tudo da forma correta, mas agora é tarde e por isso levo meu neto em projetos sociais e agora também faço aula de artesanato no Movimento Pró-criança”, conta.

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Na educação, pesquisadores dividem o analfabetismo em três principais grupos. O analfabetismo absoluto ou total é quando o cidadão recebeu pouca ou nenhuma orientação para ler e escrever. A maioria não consegue nem mesmo assinar o próprio nome. O iletrismo é quando não há compreensão do que lê. O problema é geralmente ligado a um ensino com defasagem na escola. No Brasil, a falta de incentivo aos sistemas educacionais é um dos causadores do iletrismo. Já o analfabetismo funcional é quando o indivíduo consegue ler e escrever frases curtas, mas não compreende em completo o seu significado. Sabe decodificar os símbolos, mas não o que eles querem dizer.

Nas últimas décadas, o Brasil vem reduzindo a taxa de analfabetismo. Desde o final dos anos 1940, o governo federal criou iniciativas complementares aos programas municipais e estaduais. Uma das mais conhecidas foi o “Mobral”, criado pelo regime militar. Dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que nos anos 1960, 40% da população brasileira com 15 anos ou mais não sabia ler nem escrever.

A história de Maria Cristina e o seu sonho se perde nas atuais estatísticas brasileiras. Ela se tornou mais uma vítima do sistema educacional do país. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua), divulgada pelo IBGE, mostrou que o país tinha 11,46 milhões de pessoas de 15 anos ou mais de idade que não sabiam ler ou escrever um bilhete simples no ano de 2017. Já em 2016, o número maior e somava 11,76 milhões. Por isso, a taxa de analfabetismo brasileira recuou de 7,2% em 2016 para 7% em 2017. Mas, apesar do avanço, a persistência da mazela ainda é significativa e os dados são alarmantes.

Fonte: IBGE

Apesar dos avanços conquistados nos últimos anos, o país ainda ostenta lamentavelmente uma das piores taxas de analfabetismo de jovens e adultos (15 anos ou mais de idade) entre os países da América Latina e Caribe. Em um ranking de 21 países do continente compilados pela Unesco, o Brasil apresenta a 15ª maior taxa, de 7%, e ocupa o mesmo lugar que o Suriname.

O progresso lento deixa cada vez mais distante a meta oficial de erradicar o analfabetismo até 2024, como previsto no Plano Nacional de Educação (PNE), em 2014. Um dos indicadores que apontam a não probabilidade da taxa 0% ser alcançada é que o país já descumpriu uma meta intermediária desse mesmo plano, de reduzir o indicador para 6,5% em 2015.

Em entrevista ao LeiaJa.com, Caio Callegari, coordenador do projeto Todos Pela Educação, explicou os principais desafios para erradicar o analfabetismo e frisou que neste Dia do Estudante, o brasileiro tem pouco a comemorar. “Nós precisamos avançar em várias formas. Uma delas é melhorar o acesso à escola e a qualidade do ensino. Por exemplo, a alfabetização deveria ocorrer até os oito anos de idade. Mas, na realidade, o que acontece é que muitos jovens e crianças saem da escola e por conta disso acabam não tendo a oportunidade do direito educacional obrigatório, dos 4 aos 17 anos”, explica o gestor.

O Brasil possui 2.486.245 crianças e adolescentes de 4 e 17 anos fora da escola, segundo levantamento feito pelo Todos Pela Educação com base nos resultados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O montante representa cerca de 6% do universo total de alunos. “É preciso fazer um esforço considerável para manter esses jovens dentro dos colégios e isso se faz dialogando com os estudantes, tendo um ensino atrativo e garantindo esse acesso. É uma medida urgente que precisa ser efetivada para que as novas gerações não continuem saindo das escolas analfabetos. Ao sair das escolas eles estão desprotegidos e distantes das condições de aprendizagem. A taxa de evasão do ensino fundamental é de 8% ao ano”, aponta Caio.

Dos 11,466 milhões de brasileiros de 15 anos ou mais que não sabem ler e escrever, 6,427 milhões, ou 56% do total, moram no Nordeste. Na região, a taxa de analfabetismo ficou em 14,5% em 2017, o dobro da média nacional. Em Pernambuco, a taxa de analfabetismo é quase o dobro da média nacional, com 13,4% em 2017. Um milhão de pernambucanos não sabem ler e escrever.

“A gente percebe que o Norte e o Nordeste possuem dados mais latentes e muito disso é consequência da desigualdade regional histórica que temos no país. O investimento é menor e isso acarreta muitos prejuízos. Existe uma relação muito forte entre qualidade e pobreza. A gente sabe que estudantes mais pobres acabam tendo um desempenho menor, mas isso não pode ser um fator determinante. Pelo contrário, é preciso criar políticas para romper esse ciclo. Dar mais estrutura e investir mais nas regiões mais pobres e isso sim pode fazer com que o estudante supere a pobreza através da qualidade do ensino”, avalia Caio.

Flanelinha há 20 anos, Alessandro não teve bons estudos e vive nas ruas para ganhar dinheiro. Foto: Chico Peixoto/LeiaJáImagens

O flanelinha pernambucano Alessandro Costa da Silva, 40, estudou até a segunda série do primário. “Eu não estudei mais porque tive necessidade de trabalhar já que meu pai e minha mão separaram e tive que correr para ganhar dinheiro catando papelão”, afirma.

Ele diz que o estudo teria lhe proporcionado uma profissão digna, como policial ou bombeiro, mas agora já está velho e leva dinheiro para casa porque precisa alimentar os filhos. “Eu me arrependo de não ter estudado mais porque vivo na humilhação para ganhar um trocado. Nem casa eu tenho, só pago aluguel na comunidade. Desemprego está grande, mas tendo leitura tudo fica mais fácil. Eu já tentei estudar, mas as pessoas que trabalham como guardador de carros aqui também ficavam falando que eu não podia sair mais cedo se não roubariam meu ponto. Tantas dificuldades acabei deixando o EJA de lado e hoje não sei nem ler e nem escrever”, detalha.

Para Caio Callegari, a população adulta também enfrenta o problema do analfabetismo. “Nesse ponto, a gente precisa pensar em estratégias para correr atrás dos prejuízos que o país causou na vida dessas pessoas. A educação de jovens e adultos tem sido deixada de lado como política pública e isso se torna trágico, já que muitas dessas pessoas não tiveram a oportunidade de estudar. A cada ano percebemos o declínio de matrículas e a pouca atenção dada ao ensino, que não consegue ser atrativo. Também é necessário que a estrutura dialogue com as necessidades dos alunos, principalmente mais velhos. Esses muitas vezes começaram a trabalhar muito cedo e ainda dependem do próprio esforço”.

Para o coordenador do Todos Pela Educação, não se pode mais tolerar o analfabetismo no Brasil. “É uma tragédia do século 20 e não faz sentido continuar existindo. O cidadão brasileiro não merece isso. Eu acredito que podemos erradicar esses dados vergonhosos até 2024 se nessas eleições o povo escolher que melhor tiver propostas para a educação”.

Entre 2016 e 2017, a taxa de analfabetismo no país entre pessoas com 15 anos ou mais de idade foi estimada em 7%, uma queda de 0,2 ponto percentual em relação aos 7,2% da taxa registrada em 2016. O número representa uma diminuição 300 mil pessoas. Apesar da queda, o país registrava 11,5 milhões de analfabetos no período.

Os dados fazem parte da pesquisa Educação 2017, divulgada hoje (18) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com base nos dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicilio Contínua (Pnad Contínua).

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A taxa de analfabetismo, mesmo em queda, persiste para as idades mais avançadas. Em 2017, entre as pessoas com 60 anos ou mais, a taxa foi 19,3%: 1,1 ponto percentual menor do que em 2016 (20,4%). A pesquisa constatou existência de relação direta do analfabetismo com a idade. Na Região Nordeste, 38,6% da população de 60 anos ou mais não sabia ler ou escrever, o que significa um número quatro vezes maior que a taxa do Sudeste para o mesmo grupo etário, 10,6%.

Mesmo com a redução de 0,2% na taxa de analfabetismo, o país não atingiu a meta do Programa Nacional de Educação (PNE), cujo objetivo é alcançar uma taxa de 6,5% em 2015. O destaque ficou com as regiões Centro-Oeste (5,2%), Sudeste e Sul (ambas com 3,5%) que já estam abaixo dessa meta. Nas regiões Nordeste (14,5%) e o Norte (8%), no entanto, o percentual encontra-se bem acima da meta intermediária do PNE.

Outra constatação mostrou que a taxa de analfabetismo caiu mais entre as pessoas de cor preta ou parda e se manteve praticamente estável na população com 15 anos ou mais de cor branca. Os dados indicam que, de 2016 para 2017, a taxa de analfabetismo entre pretos e pardos chegou a cair 0,6 ponto percentual, passando de 9,9% para 9,3%; enquanto entre as pessoas brancas o recuo foi 0,2 ponto percentual – de 4,2% para 4%.

Foi divulgada nesta quinta-feira (21), a taxa de analfabetismo do país. Segundo o IBGE, o Nordeste apresentou o maior índice (14,8%), o que chega a ser quase quatro vezes maior do que as taxas estimadas para o Sudeste (3,8%) e o Sul (3,6%).

Em 2016, a taxa de analfabetismo das pessoas de 15 anos ou mais de idade no Brasil foi estimada em 7,2% (11,8 milhões de analfabetos). Esse percentual apresentou relação direta com a faixa etária, aumentando à medida que a idade avançava, até atingir 20,4% entre as pessoas com mais de 60 anos.

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A meta 9 do Plano Nacional de Educação (PNE), lei sancionada em 2014, previa a redução da taxa de analfabetismo para 6,5%, em 2015 no país, o que não foi alcançado, conforme mostra a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) 2016, divulgada hoje (21) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

No Norte, a taxa foi 8,5% e no Centro-Oeste, 5,7%. A meta 9 do PNE para 2015 só foi atingida nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Já a taxa de analfabetismo para as pessoas pretas ou pardas (9,9%) - nomenclatura usada pelo IBGE - foi mais que o dobro da observada entre as pessoas brancas (4,2%) em todas as regiões do país.

Para a analista do IBGE Marina Aguas, as políticas públicas de redução do analfabetismo devem focar as regiões Norte e Nordeste. No país, a taxa de analfabetismo para os homens de 15 anos ou mais de idade foi 7,4% e para as mulheres, 7%.

De acordo com a analista da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Helena Oliveira Monteiro, a pesquisa mostra a continuidade das diferenças regionais e a desigualdade por cor ou raça. “Historicamente, pessoas brancas têm mais acesso à escola. Isso está associado à renda, que produz maior oportunidade de acesso ao ensino”, disse a pesquisadora.

Nível de instrução

No Brasil, 51% da população de 25 anos ou mais tinham até o ensino fundamental completo ou equivalente em 2016; 26,3%, o ensino médio completo, e 15,3%, o superior completo.

Considerando a cor ou raça, as diferenças no nível de instrução são significativas: enquanto 7,3% das pessoas brancas não tinham instrução, 14,7% das pessoas pretas ou pardas estavam nesse grupo. Situação inversa ocorreu no nível superior completo: 22,2% das pessoas brancas tinham esse nível de instrução, ao passo que entre as pretas ou pardas a proporção era de 8,8%.

No ano passado, o número médio de anos de estudo das pessoas com 25 anos ou mais foi oito. As regiões Nordeste e Norte ficaram abaixo da média nacional, com 6,7 anos e 7,4 anos respectivamente, enquanto as regiões Sul (8,3 anos), Centro-Oeste (8,3 anos) e Sudeste (8,8 anos) situaram-se acima da média.

*Com informações da Agência Brasil

O deputado federal Jair Bolsonaro (PSC) e o senador Magno Malta (PR) detonaram Lula, nesta terça-feira (29), após o ex-presidente ter dito que Bolsonaro era fruto do "analfabetismo político". 

Magno Malta disparou ao falar que Lula "não tinha moral" para falar. "O Brasil tem 18 milhões de analfabetos. Vocês poderiam ter erradicado e não fizeram. Você sabe do que ele é fruto? Ele é fruto de uma sociedade revoltada de políticos que roubam. A sociedade está revoltada com o dinheiro roubado do BNDES, do dinheiro que foi roubado da Caixa, dos fundos de pensão e de políticos ricos, que filhos ficam rico sem nunca ter trabalhado como os seus. O seu povo está todo preso está na cadeia e você vai preso".

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Malta ainda falou que Lula devia estar bêbado para ter dado a declaração. "Lula, tu só pode ter falado isso de má fé ou embriagado. Tu devia lavar essa cara suja sua. Eu não vou mandar você lavar sua boca com álcool porque de álcool você gosta. Você tem uma ‘aposentadoriazinha’ de R$9,5 milhão. É disso que Bolsonaro é filho: da revolta dessa sociedade que não que escola com partido, que não quer ensino de homossexualismo nas escolas a partir de oito anos de idade, que não quer uma sociedade com droga e legalização da maconha. Ele é filho e produto de uma sociedade que está revoltada em sua maioria", continuou a criticar.

Por sua vez, Bolsonaro falou que os dois querem um Brasil diferente. "A partir das eleições do ano que vem. E o povo brasileiro, além de esperança, quem chega lá, tem que dar oportunidade para esse povo poder deslanchar e sonhar com um Brasil melhor para todos. Eu estou com o Magno, o Magno está comigo e nós, brasileiros, estamos juntos nessa luta", ressaltou. 

No dia 28 de abril celebra-se o Dia Internacional da Educação. A data foi instituída em 2000, durante a realização do Fórum Mundial da Educação, que reuniu 180 países em Dakar, Senegal. No decorrer do encontro, os países participantes assinaram um acordo se comprometendo a não pouparem esforços, políticos e financeiros, para que a educação chegasse a todas as pessoas do planeta até o ano de 2015.

O Fórum foi considerado um marco para a educação global, mas, o que mudou desde então? Infelizmente, o objetivo não foi atingido totalmente. No Brasil, especificamente, boa parte da população ainda não tem acesso à educação, desde o ensino infantil. Erradicar o analfabetismo é uma meta que o País ainda não alcançou e ainda temos o analfabetismo funcional, que afeta uma parte da população.

A Constituição Federal de 1988 garante, em seu artigo 205 e 206, que a educação é direito de todos e dever do Estado e da família. Além disso, a CF assegura que ela deve ser ministrada com igualdade de condições para o acesso e permanência na escola. É de conhecimento comum que, se as pessoas têm oportunidade de acesso a uma educação de qualidade, aumentam as chances de elas terem uma vida digna e de exercerem a cidadania de forma plena. Além disso, a educação abre portas para outros direitos, como saúde, trabalho e lazer.

Além da Constituição Federal, o artigo 26 da Declaração dos Direitos Humanos diz que toda pessoa tem direito ao acesso à educação. E o artigo 7 da Declaração Universal da Criança explica que: ‘A criança tem direito a receber educação que será gratuita e obrigatória, pelo menos nas etapas elementares’.

No Brasil, o desenvolvimento da educação enfrenta os prejuízos relacionados ao desvio e a má aplicação do dinheiro público, além da ineficiente fiscalização dos órgãos responsáveis, tanto da aplicação dos recursos públicos, quanto no cumprimento das normas e diretrizes ditadas pelo Ministério da Educação (MEC) para o funcionamento das instituições de ensino superior.

Muitas pessoas associam a palavra "educação" unicamente com o ambiente escolar, porém não deve ser apenas a escola o único instrumento importante de educação de uma criança ou jovem. Não podemos esquecer que a família também é a base da formação educacional das nossas crianças e jovens. Os pais ou responsáveis devem estar atentos e participar da formação dos valores sociais, éticos e morais.

Fato é que a educação é a base para promovermos o consumo consciente e um dos meios mais eficazes para construir uma sociedade ambientalmente mais equilibrada e socialmente mais justa. Ainda existe um longo caminho a ser percorrido até que sanemos todos os problemas ou, ao menos, melhoremos muito as condições do nosso ensino.

Ainda não é possível comemorar uma conquista completa. Dessa forma, o Dia Internacional da Educação pode ser utilizado como uma data para que todas as esferas governamentais - Federal, Estadual e Municipal -, bem como, as iniciativas privadas repensem as estratégias e prioridades sobre a Educação, que necessita formar e eleger líderes que levem o Brasil ao desenvolvimento. 

O Brasil não atingiu a meta do Plano Nacional de Educação (PNE), que, em 2004, estipulou que, até 2015, 93,5% da população acima de 15 anos deveria estar alfabetizada. Segundo a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad), que o IBGE divulgou nesta sexta-feira, 25, a taxa de analfabetismo estava em 2015 em 8%, ou seja, 1,5 ponto porcentual acima da meta.

A taxa de analfabetismo segue em tendência de queda no País, no entanto os avanços são lentos. O porcentual de analfabetos entre as pessoas com mais de 15 anos era de 11,5% em 2004 e passou a 8,3% em 2014.

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Para 2015, a diminuição no contingente de analfabetos foi de 800 mil pessoas.

O PNE foi lançado em 2004 para estipular diretrizes e estratégias para a política educacional no País na década 2004-2014.

Abertura da pesquisa

A pior taxa de analfabetismo está no Nordeste, com 16,2% da população; a mais baixa é verificada no Sudeste, 4,3%. Em todo o País, a redução dos índices esbarra na dificuldade de alfabetizar adultos acima de 40 anos, especialmente os idosos.

Entre as pessoas com mais de 40 anos, 30,8% não sabem ler nem escrever (em

2014, eram 32,3%). São brasileiros que não se alfabetizaram quando crianças e não foram atingidos por políticas públicas de ensino voltadas a adultos.

Já o número de anos de estudo está em 7,8 no Brasil, mais uma vez, com diferenças regionais: a média é de 8,5 anos no Sudeste e de 6,7 no Nordeste.

JOÃO PESSOA (PB) - Quase 10% do eleitorado paraibano é de analfabetos, segundo levantamento realizado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). São mais de 280 mil eleitores que não sabem ler ou escrever aptos a votar em 2014.

De acordo com o TSE, a Paraíba tem 150 mil homens e 129 mil mulheres que não frequentaram a escola, com um total de 280.446 dos 2.835.882 pessoas que podem votar. O número diminuiu em relação a 2012, quando 307.156 analfabetos puderam votar.

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Do outro lado estão os que concluíram o ensino superior. São 62 mil homens e mais de 100 mil mulheres com alguma graduação concluída em todo o estado podendo escolher um dos candidatos nas urnas em outubro.

A Paraíba ainda com 648 mil que declararam saber apenas ler e escrever, 799 mil com ensino fundamental incompleto, e 123 mil com ensino fundamental completo. 95 mil eleitores possui superior incompleto.

Com mais de 10 milhões de adultos analfabetos, o Brasil não conseguirá atingir a meta de universalizar a alfabetização até 2015. É o que mostra o 11º Relatório de Monitoramento Global da Educação para Todos, lançado nesta quarta-feira (29) pela Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (Unesco). O estudo faz um panorama dos 164 países que assumiram o compromisso de atingir seis metas relacionadas à educação durante a Conferência de Dacar, em abril de 2000.

Segundo o levantamento, em números absolutos, o Brasil ocupa a oitava posição entre os países com mais adultos analfabetos. Índia, China, Paquistão, Bangladesh, Nigéria, Etiópia, Egito, Brasil, Indonésia e República Democrática do Congo respondem por 72% da população mundial de adultos analfabetos. O total de pessoas que não sabe ler nem escrever chega a 774 milhões, com uma redução de apenas 1% desde 2000.

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"O Brasil é um país muito grande e heterogêneo, tem políticas públicas e tem enfrentado vários dos problemas da educação, mas temos que entender que crescer em educação é a médio prazo, por isso precisamos ter políticas de Estado que tenham continuidade", recomendou a coordenadora de Educação da Unesco no Brasil, Maria Rebeca Otero.

Ela também ressaltou que a redução do número de analfabetos influi diretamente na qualidade de vida das pessoas e no desenvolvimento do país. "Cada ano de escolaridade aumenta em 10% a renda de cada um. Então essa é uma questão social. Você reduz o analfabetismo e reduz a pobreza. Essa é a chave para o crescimento de um país". Para ela, o governo precisa se esforçar mais para atrair os adultos de volta para a escola. "Hoje nós estamos na era da tecnologia, mas há pessoas que não entraram ainda na era da escrita. E não podemos admitir isso", frisa.

Para o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep/MEC), Luiz Cláudio Costa, os dados do relatório precisam ser avaliados por um ângulo diferente. "Isso tem que ser relativizado. O Brasil está entre os países mais populosos do mundo, então é evidente que qualquer percentual, mesmo que pequeno, represente um grande contingente".

Segundo ele, o país está avançando. "Em 1940, 56% da nossa população era analfabeta. Hoje, nós chegamos a 91,8% de alfabetização. Se consideramos apenas a população com faixa etária entre 15 e 16 anos, o percentual sobre para 98%. Nós caminhamos muito bem fazendo essa redução", considerou.

Compromisso

Os seis objetivos aprovados durante a Conferência de Dacar a serem alcançados até 2015 estão relacionados aos cuidados e educação na primeira infância, educação primária universal, habilidades para jovens e adultos, alfabetização de adultos, paridade e igualdade de gênero e qualidade da educação.

O presidente do Inep/MEC, Luiz Cláudio Costa, disse que o governo tem se esforçado para alcançar todas as metas e até considera a possibilidade de isso acontecer. Ao mesmo tempo ele admite que há muita a se avançar em relação ao analfabetismo de adultos e à educação primária.

Foi aprovado pelo Senado o novo Plano Nacional de Educação (PNE), que tem dentro das novas metas erradicar o analfabetismo e universalizar o atendimento escolar, além de aumentar as vagas em creches, ensino médio, profissionalizante e universidades públicas. A medida foi divulgada nessa terça-feira (17).

O novo plano do PNE ainda pretende ampliar o acesso à educação básica e ao ensino especial, preferencialmente nas escolas regulares. O PNE tem 14 artigos, 21 metas e 177 estratégias que, além das metas citadas anteriormente, pretende destinar 10% do produto interno bruto (PIB) para a educação e a qualificação dos professores e dos demais profissionais da área. O projeto PLC 103/2012 válido de 2011 a 2020, tramita há três anos no Congresso e ainda terá de voltar à Câmara dos Deputados. 

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Com informações da Agência Senado

Segundo dados apontados pelo Instituto de Pesquisa e Estratégia Econômica do Ceará (IPECE), entre 2001 e 2012 o estado do Ceará reduziu sua taxa de analfabetismo de pessoas com mais de 15 anos em 34,4%. Os estudos divulgados nessa terça-feira (22) mostram que a otimista porcentagem conseguiu superar em 6,1% o Nordeste e em 4,4% o Brasil inteiro, no mesmo período.

A pesquisa, intitulada “Perfil do Analfabetismo da População de 15 anos ou mais no Ceará”, do órgão que é vinculado à Secretaria de Planejamento e Gestão (Seplag), mostrou também que sete milhões de pessoas, cerca de 54% dos analfabetos do Brasil, encontram-se na região Nordeste.

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Mas segundo o IPECE, embora os níveis atuais sejam ainda expressivos, na última década a taxa de analfabetismo no Brasil, na região Nordeste e no Ceará, seguiu uma trajetória de queda. O IPECE ainda divulgará números mais detalhados sobre os estudos nesta quinta (23), às 10h, no site do órgão.

Atual prefeito de Malhada de Pedras (BA), 689 quilômetros a sudoeste de Salvador, concorrendo à reeleição, Valdecir Alves Bezerra (PT), conhecido como Ceará, teve o registro de sua candidatura indeferido pelo juiz da 90ª Zona Eleitoral, de Brumado, Genivaldo Alves Guimarães, por supostamente ser analfabeto.

A decisão acolheu pedido do Ministério Público Eleitoral, feito após o prefeito faltar a duas convocações para fazer uma declaração de próprio punho. Segundo o MPE, o candidato "não está (nem nunca esteve) apto a ser votado", por ser "claramente uma pessoa inelegível por analfabetismo".

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Ceará não foi localizado para comentar a decisão da Justiça, mas seus advogados já recorreram ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A defesa sustenta que ele não pode ser analfabeto, pois tem carteira nacional de habilitação, firma reconhecida em cartório e conta bancária em seu nome.

O analfabetismo no Brasil ainda é um dos problemas mais graves de nossa população. Apesar do aumento no número de crianças e adolescentes nas escolas - até o fim de 2011 eram mais de 52 milhões de estudantes matriculados na educação básica - apenas 35% das pessoas com ensino médio completo são consideradas plenamente alfabetizadas, estes foram os dados apresentados pelo Indicador do Alfabetismo Funcional (Inaf) 2011-2012.

Ainda de acordo com o Indicador, os dados tornam-se mais preocupantes quando falamos do analfabetismo funcional, relacionado às pessoas que apesar da capacidade de ler frases curtas, não desenvolvem a habilidade de interpretar textos e de fazer as operações matemáticas, atingindo 38% dos brasileiros com formação superior. Ademais e restringindo o quadro de análise, entre as pessoas de 50 a 64 anos, o índice de analfabetismo funcional é ainda maior, atingindo 52%.

Caros leitores, é pesaroso registrar que apesar de sermos  a 6ª maior economia do mundo, com mais de 190 milhões de brasileiros,  apenas  26% da população é plenamente alfabetizada, pois,   68% da população é constituída por  analfabetos funcionais.  No que diz pertinência ao assunto, cabe sugerir  uma reflexão: o nosso PIB é maior do que o da Suíça, país com pouco mais de sete milhões de habitantes. Entretanto, não possuímos a mesma qualidade de vida dos suíços, que tem  apenas 1% de analfabetos no país.

Nossa presidenta, Dilma Rousseff,  foi muito feliz em um de seus discursos ao afirmar que “Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e adolescentes, não é o PIB, é a capacidade de o país, do governo e da sociedade de proteger o seu presente e o seu futuro”. Diante de tal afirmação, a conclusão que exsurge,  sem qualquer exercício exegético,  é que  um país rico é um país sem analfabetos.

De logo, cumpre-nos salientar que países europeus possuem alto grau de alfabetização de sua população. Desta vez citando a Irlanda, 99% da população é alfabetizada.  Ainda pela Europa,  a Grécia, que apesar da forte crise econômica atual, tem apenas 2,9% de analfabetos.  Voltando aos resultados do Inaf, apenas 26% da população brasileira é considerada plenamente alfabetizada – mesmo índice verificado em 2001, quando o indicador foi calculado pela primeira vez.

É oportuno esclarecer que evoluímos. Pouco, mas evoluímos. Mas faz-se estreitamente necessário lembrar que, se no passado a educação condicionou a prosperidade dos países, ainda o faz no presente e fará no futuro. A educação é ainda mais importante hoje. Só e apenas ela é capaz de garantir o sucesso e desenvolvimento em um sistema marcado por incertezas e instabilidades econômicas.

Diante dessas afirmações, certamente, estamos muito distantes de sermos uma nação rica no mundo globalizado. O que falta ao Brasil é instituir, como prioridade, um sistema de educação eficiente, voltado para o mercado. É preciso abandonar a teoria do quadro, giz e livros e buscar diminuir o atraso que existe em relação ao uso de novas tecnologias.

O Brasil quer chegar a 2022 com o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) igual ao de países desenvolvidos, com o analfabetismo erradicado e com oportunidade para todos. Foi o que disse a assessora especial do Ministério da Educação, Linda Goulart. Ela coordena o 1ª Seminário Internacional de Mobilização Social pela Educação, que acontece até amanhã, em Fortaleza, reunindo 500 participantes de todo o País. Entre os palestrantes, estão renomados estudiosos como os colombianos Bernardo Toro e Bernardo Nieto, especialistas em mobilização e reformas educacionais, e Heather Weiss, diretora do Havard Family Research.

De acordo com Linda Goulart, o diálogo pela educação deve ser estendido à sociedade. "É por esse motivo que o MEC está se dedicando a repassar para os agentes que atuam no setor técnicas e experiências de mobilização no sentido de promover a interação entre família, escola e comunidade", explicou.

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Segundo ela, o seminário tem como objetivo proporcionar espaço para discussões sobre a importância da participação das famílias na vida escolar dos filhos, bem como de que maneira a colaboração de segmentos organizados da sociedade e os órgãos públicos de áreas correlatas à educação, além das lideranças sociais e religiosas, podem contribuir no processo de melhoria da qualidade da educação.

Hoje, os palestrantes Bernardo Nieto e Márcio Simeone Henriques falaram sobre o tema Comunicação e Mobilização. Nieto definiu e apontou as implicações dos processos de trocas sociais que buscam a mobilização. "A comunicação é fundamental para estabelecermos essas mudanças, porém não pode fazer milagre", comentou. Segundo ele, o "motor fundamental é o impulso criador dos dirigentes". Ele lançou a seguinte pergunta para a plateia, formada por gestores em sua maioria: "Somos impulsionadores ou obstáculos para essas mudanças?".

Já Henriques, professor do Departamento de Comunicação Social da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Minas Gerais, perguntou: "Que estratégia de comunicação é necessária para envolver o público em temas relativos à Educação?". Segundo ele, a resposta é dada pelo educador brasileiro Paulo Freire: a da coparticipação.

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