Tópicos | Anderson Pedro Gomes

Às vésperas de completar cinco meses do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL-RJ), a mãe dela, Marinete Silva, disse nesta quinta-feira (9) que confia na justiça. Seis dias depois de se reunir com o papa Francisco, ela afirmou que acredita que as investigações mostrarão os responsáveis pela execução da vereadora e também do motorista Anderson Pedro Gomes.

“Eu estou acreditando muito nessa equipe [de investigadores] e nós vamos chegar em quem planejou porque não adianta falar hoje, depois de cinco meses, quem praticou [o crime], isso não vai nos consolar, mas sim quem planejou, quem está por trás de tudo isso”, afirmou Marinete Silva.

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No último dia 2, Marinete Silva e um grupo de brasileiros se reuniram com o papa Francisco, na Sala Santa Marta, na residência oficial do pontífice. O encontro foi organizado por movimentos sociais para falar sobre violações de direitos humanos.

No encontro, Marinete Silva presenteou o papa com uma camiseta com a fotografia de Marielle Franco. Francisco retribuiu entregando um terço para a mãe da vereadora e todos os presentes. “Ele [Papa Francisco] queria conhecer a história dessa mulher [Marielle Franco] que está movendo o mundo de uma forma legal e transparente.”

Investigações

Para a mãe da vereadora, a afirmação do ministro da Segurança Pública, Raul Jungmann, sobre a dificuldade de esclarecer o assassinato ante o “envolvimento de políticos e agentes do Estado” é uma indicação de que as autoridades dispõem de informações concretas sobre suspeitos.

“Evidentemente, ele [Jungmann] deve ter alguma coisa de concreto em cima disso, mesmo sem citar diretamente. Nós vamos esperar. A investigação continua. Ele acha que, em pouco tempo, teremos uma resposta e é isso que eu espero também”, disse Marinete Silva.

Emocionada, ao lado de ativistas de direitos humanos, a mãe da vereadora disse que a morte da filha pode ser resumida em um único sentimento: dor. “Marielle foi calada de uma maneira brutal, que eu acho que foi a única forma de calar aquela negra que chegou ao poder no enfrentamento. Esses cinco meses são muito dolorosos, até por que nós não temos uma resposta direta. É dor, muita dor. É profundo, não dá para mensurar.”

Assassinato

Marielle Franco foi assassinada com quatro tiros na cabeça e seu motorista Anderson Gomes atingido por três balas. Eles estavam saindo de um evento político-cultural, no bairro de Estácio, no centro do Rio de Janeiro, quando foram mortos, em 14 de março deste ano.

Câmeras de segurança flagraram os carros e os suspeitos. Porém, as investigações ainda não foram concluídas. Ontem Jungmann reconheceu que “agentes do Estado” e “políticos” estão envolvidos no crime. Também admitiu dificuldades nas apurações. No sábado (11), completa 150 dias da morte da vereadora e do motorista.

 

O deputado federal Marco Feliciano (Pode-SP) divulgou um vídeo, nesta sexta-feira (16), com comentários sobre as manifestações de parlamentares diante do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro, Marielle Franco (PSOL), e do seu motorista Anderson Pedro Gomes na noite da última quarta (14). Durante a sessão da Câmara nessa quinta (16), deputados fizeram discursos em homenagem à vereadora psolista e cobraram rapidez nas investigações. 

Na análise de Feliciano, as manifestações expostas na Casa foram um retrato de hipocrisia e uma forma de “faturar politicamente sobre dois cadáveres”. Para o deputado, a postura dos pares confundiram a todos porque eles “gritaram contra a intervenção [federal do Rio de Janeiro], contra a polícia e contra o governo [de Michel Temer] gritando fascista e golpista”.

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“O que vi no Plenário da Câmara dos Deputados me deu angústia. Manifestação de desagravo pela morte da vereadora e de seu motorista por parte de parlamentares e simpatizantes do partido dela, o PSOL, também do PT e de outros de cunho marxista. Foi um desfile de ódio e caça aos culpados. Todos querendo faturar politicamente sobre dois cadáveres, com jargões surrados de esquerdopatas que em nenhum momento demonstraram respeito aos mortos e seus familiares”, disparou o deputado.

Sob a ótica de Feliciano, os deputados que discursaram contra o assassinato de Marielle “são figurinhas carimbadas, os mesmos que defendem os bandidos, alegam que o criminoso é um revolucionário em estado embrionário e dizem que o uso de armas contra a polícia é até justificável, pregam contra o ódio”. 

No vídeo, Marco Feliciano também questiona a falta de equilíbrio nas menções feitas à vereadora e ao seu motorista. Segundo ele, o repúdio à morte de Anderson Pedro foi mínimo. 

“E o motorista, porque ninguém fala dele? E quanto aos policiais cariocas que são exterminados diariamente, já passam de 100. E a médica Gisele assassinada com dois tiros na cabeça no mesmo Rio de Janeiro. A morte de uns valem mais do que a morte de outros? Uma vida vale mais do que a outra? Atitudes como esta são de verdadeiros papa-defuntos que querem criar um fato político para destilar seus venenos. Parece-me que para esquerdistas a morte de seus seguidores são esperadas para alavancar a luta pelas causas. Hipócritas”, alfinetou o deputado. 

Feliciano ainda defendeu a necessidade da intervenção federal na segurança do Rio de Janeiro e pediu oração pelas famílias de Marielle e Anderson, dizendo que neste momento elas merecem respeito. 

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