Tópicos | Angra 3

O governo projeta a instalação de quatro novas usinas nucleares no Brasil, para complementar a geração elétrica, diante de um cenário de esgotamento do aproveitamento hídrico, informou o secretário de Energia do Ministério de Minas e Energia, Altino Ventura Filho. A expectativa, afirmou, é que o potencial hidrelétrico seja esgotado no quinquênio de 2025 a 2030.

Frente a essa perspectiva, o governo está revisando o Plano Nacional de Energia 2050, que deverá ser divulgado ainda neste ano. Para substituir a redução da produção de energia hídrica, é esperado, além das nucleares, o aumento da participação das térmicas a carvão e a gás natural na matriz energética brasileira.

##RECOMENDA##

"É claro que vamos ter também biomassa, eólica e solar e vamos tentar colocar o máximo possível sem prejudicar a operação", frisou Ventura, que participou nesta sexta-feira, 12, no Rio, do seminário Perspectivas da Energia Nuclear no Brasil.

A Eletronuclear está trabalhando para colocar em operação comercial a terceira usina nuclear, Angra 3, em dezembro de 2018. A data inicialmente prevista era maio do mesmo ano. Mas, antes mesmo disso, a usina irá contribuir com energia no Sistema Interligado Nacional (SIN), em fase de testes.

No início do próximo ano, serão retomadas as obras. A Eletronuclear, subsidiária do grupo Eletrobras, fechou os três principais contratos que envolvem a construção. O último, informou o diretor de Planejamento da Eletronuclear, Leonam Guimarães, foi o de contratação de bens e serviços internacionais, fechado com a Areva.

As obras passaram por vários percalços nos últimos meses que atrasaram o cronograma. A construtora Andrade Gutierrez retirou os seus homens do canteiro e a contratação da fase eletromecânica foi adiada várias vezes por causa de intervenções na Justiça dos concorrentes que participaram da licitação. "A Andrade Gutierrez ainda está fazendo todo um trabalho de remobilização, de recontratação de pessoas e recomposição de maquinaria que tinha lá", contou Guimarães.

O trabalho de instalação dos equipamentos eletromecânicos também está sendo iniciado. "É preciso preparar a infraestrutura e isso já está em andamento, para que efetivamente no início do ano que vem seja iniciado o trabalho de forma sustentável", contou o diretor da Eletronuclear.

As obras da usina nuclear Angra 3 serão retomadas em breve pela construtora Andrade Gutierrez, depois de a companhia ter suspendido as atividades em maio alegando custos adicionais na construção da usina à Eletronuclear, empresa responsável pelo empreendimento.

O contrato para a montagem eletromecânica da usina nuclear Angra 3, no litoral sul fluminense, deve ser assinado em outubro. A previsão foi feita nesta quarta-feira, 21, pelo diretor técnico da Eletronuclear, Luiz Soares, em evento da Associação Brasileira para Desenvolvimento de Atividades Nucleares (Abdan). Segundo Soares, mais da metade das obras civis da usina estão prontas.

A licitação para seleção do consórcio responsável pela montagem da usina corre risco de atrasos, porque está paralisada pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O tribunal considerou o valor da concorrência, de R$ 2 bilhões, muito elevado.

##RECOMENDA##

Por sua vez, os dois consórcios que participaram da disputa entraram com pedidos de impugnação por considerar o valor baixo. Estão na briga pelo contrato os grupos UNA 3 (Norberto Odebrecht, Camargo Corrêa, Andrade Gutierrez e UTC Engenharia) e Angra 3 (EBE, Techint e Queiroz Galvão).

A Eletronuclear já declarou que não pretende revisar o valor para cima, apesar das reclamações. A companhia aguarda a manifestação do TCU para seguir com o processo licitatório.

A entrega de propostas para o serviço de eletromontagem, que seria em julho, acabou adiada.

Recentemente, o assistente da presidência da Eletronuclear, Leonam dos Santos Guimarães, afirmou que a montagem eletromecânica de Angra 3 precisa começar em janeiro de 2014, sob pena de atraso na previsão de início de operações, atualmente maio de 2018. Na ocasião, o executivo informou ainda que o orçamento total de construção da usina pode ultrapassar a estimativa atual, de R$ 13 bilhões.

A usina de Angra 3 será a terceira nuclear brasileira e terá capacidade de 1.405 megawatts (MW).

O início da operação da usina nuclear de Angra 3, no Estado do Rio, foi adiado de meados de 2016 para maio de 2018, informou nesta sexta-feira, 7, o presidente da Eletronuclear, Othon Luiz Pinheiro da Silva. O novo atraso decorrerá da adoção de um sistema mais moderno de instrumentação e controle (I&C) - que comanda a operação da usina - para aumentar a segurança da central nuclear.

Inicialmente, Angra 3 utilizaria um sistema analógico similar aos de Angra 1 e Angra 2. Agora, ele será digital, seguindo a tecnologia utilizada em usinas nucleares em construção no mundo todo. "Não tem sentido, agora que o mundo todo está na direção de maior segurança e eficiência, irmos para o outro lado", disse Pinheiro da Silva, após um seminário no Rio de Janeiro.

##RECOMENDA##

O presidente da Eletronuclear explicou que a Areva, fabricante responsável pelos equipamentos, está implantando sistemas semelhantes de instrumentação e controle em usinas na França (Flamanville) e na Finlândia (Okiluoto). O Brasil terá que esperar até 2016, quando a companhia francesa concluirá os projetos.

Em nota, a Eletronuclear destacou que "será impossível" recuperar atrasos anteriores que atribuiu à lentidão da Comissão Nacional de Energia Nuclear (Cnen) no licenciamento nuclear e aos recursos interpostos por licitantes inabilitados na contratação dos serviços de montagem eletromecânica junto ao Tribunal de Contas da União (TCU).

Financiamento

O novo cronograma foi definido na quinta-feira, 6, após a publicação da Medida Provisória 618 pelo governo federal. A MP permitiu à Eletronuclear equacionar o financiamento de equipamentos importados da usina de Angra 3. O crédito para financiar o contrato de 1,2 bilhão de euros (cerca de R$ 3 bilhões) com a francesa Areva estava acertado com a Caixa Econômica Federal desde dezembro, mas o Tesouro Nacional exigia uma contrapartida da estatal que estava pendente.

"Só agora temos os recursos para confirmar o contrato com a Areva", disse Pinheiro da Silva. "A partir da MP nós legalmente podemos oferecer a contragarantia", completou. Ele garantiu que a opção pelo sistema digital de I&C não encarecerá a usina, orçada em R$ 13,9 bilhões. A parte nacional dos financiamentos a Angra 3 já estava garantida pelo BNDES (R$ 6,1 bilhões).

A MP 618, que capitalizou o BNDES e a Valec, também autorizou a União a oferecer garantias em operações de crédito de subsidiárias de estatais, o que era proibido. A Eletronuclear é subsidiária da Eletrobrás.

Antes de fechar contrato com a Caixa para financiar os equipamentos importados de Angra 3, o Brasil tentou obter um crédito junto a um 'pool' de bancos europeus e a uma agência alemã. A crise financeira na qual mergulhou a Europa, entretanto, jogou água no acordo.

A Eletrobras informou que, na última sexta-feira (21), assinou um contrato de financiamento com a Caixa Econômica Federal, no valor de R$ 3,8 bilhões, para a aquisição de máquinas, equipamentos importados e contratação de serviços também importados para a construção da Usina Termonuclear Angra 3, de responsabilidade da Eletronuclear.

Conforme comunicado da Eletrobras distribuído nesta quinta-feira, o contrato de financiamento, pelo Sistema de Amortização (SAC), tem carência de cinco anos, amortização em 20 anos, juros nominais de 6,5% ao ano e garantia da União.

##RECOMENDA##

Páginas

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando