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Candidata a prefeita do Recife, Marília Arraes (PT) disse que, se eleita, uma das iniciativas que irá tomar quando assumir a prefeitura será a de exigir do Estado que retire o antigo Presídio Aníbal Bruno, atual Complexo Prisional do Curado, da Zona Oeste do Recife. Segundo ela, o funcionamento do presídio leva insegurança a mais de 200 mil pessoas da região, que compreende os bairros do Totó, Curado, Sancho e Jardim Planalto, dentre outros. 

“O antigo Aníbal Bruno se transformou em manchete nacional por ser um presídio construído para 1 mil pessoas, mas que chegou a 4 mil presos. Depois de algumas reformas, na verdade algumas gambiarras, ele se transformou no complexo prisional do Curado e hoje tem praticamente 6 mil pessoas lá dentro numa situação de superlotação”, disse Marília, defendendo a relocação da unidade prisional para outra região não habitada e com estrutura compatível ao número de detentos que abriga.

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“Um equipamento desses não tem mais sentido estar no meio de um lugar tão habitado. Ele precisa ser realocado, para dar segurança às comunidades e às famílias, mas também para dar mais dignidade aos presos e suas famílias. O Estado teve mais de R$ 200 milhões para gastar na Arena da Copa. Por isso o Estado tem que colocar, sim, no seu planejamento a necessidade de fazer um novo presídio e desativar o atual que está em meio ao comércio e a milhares de residências de famílias”, concluiu.

*Com informações da assessoria de imprensa

A Secretaria de Defesa Social (SDS) puniu três policiais militares com a pena de exclusão da corporação. Um 3º sargento, um cabo e um soldado foram penalizados por facilitar fuga de preso.

Conforme portaria da SDS publicada na quarta-feira (17), o fato ocorreu no dia 10 de março de 2000. Na ocasião, os policiais estavam de serviço no interior do Complexo Prisional do Curado, que na época se chamava Presídio Aníbal Bruno.

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Pelo ocorrido, o trio já respondeu a um processo criminal da Vara dos Crimes Contra a Administração Pública e a Ordem Tributária d Capital. O sargento e o soldado foram condenados a três anos de reclusão, enquanto o cabo recebeu uma pena de três anos e quatro meses de reclusão em regime semiaberto.

Na ocasião da sentença, o juiz também solicitou a requisição para que os policiais perdessem o cargo. "Os aconselhados violaram os deveres éticos dos policiais militares, malferindo o pundonor policial militar, o decoro da classe e o sentimento do dever", diz portaria da SDS que oficializa a demissão.

 

Foi em 2015 a primeira vez que conversamos. Na época, o objetivo era uma matéria para uma revista da faculdade. Sentado em um banco do Parque 13 de Maio, no centro do Recife, ele é interrompido por um telefonema enquanto conversava.

- Esse telefone é lá do presídio - ele alertou, mostrando o visor do celular identificando que a chamada era de "Lúcio Bombinha".

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- Digaí, meu filho, tudo bom?- ele atende - /.../ Tudo tranquilo. /.../ Falei ontem. Ontem à noite ele ligou pra mim. Tá na PAI, né? /.../ Mas vai sair de lá, se Deus quiser, Deus é pai, Deus é maior. /.../ Anham. Eu falei até com Marcelo. /.../ Falei. Olha, eu to conversando aqui com o pessoal da Universidade Federal de Pernambuco, viu? /.../ Tenho tempo pra você sim, seu cabra safado. Olha, eles estão fazendo uma matéria, estão fazendo uma revista, sobre o sistema prisional e eu estou dizendo aqui que o sistema prisional e merda é a mesma coisa, tá entendendo? Certo? Que vocês que são presos, como você, como Tarado, sofrem dentro da cadeia, entendeu? Viu? /.../ Beleza, vai timbora, /.../ tchau. Eles ligam e me pedem ajuda – explicou, assim que finalizou a ligação.

Paulo, agora advogado, recebe telefonemas como esse com certa frequência. São de presos pedindo ajuda. Eles pedem para não serem esquecidos, o que ocorre com muitos lá dentro. Paulo hoje se considera ressocializado, mas não pelo sistema, ao contrário: percebendo a falta de capacidade do Estado em cumprir seu papel de ressocializar, ele ficou motivado a buscar o feito por seus próprios meios.

No dia 15 de janeiro de 1998, Paulo Wanderlan Lino Teixeira, na época com 26 anos, estava bebendo com um amigo no Bar Três Corações, no bairro de Ouro Preto, município de Olinda, Região Metropolitana do Recife (RMR). O amigo iniciou confusão com uma pessoa no estabelecimento. Bate boca e troca de empurrões. “Me dá meu revólver, me dá meu revolver aí, porra!”, teria dito o sujeito do bar, conforme lembra Paulo, que na hora sacou o revólver que carregava. O tal rapaz fez menção de puxar uma arma da cintura. “Fui mais rápido. Atirei. Três tiros e ele veio a óbito”, recorda o advogado.

Paulo foi levado a júri popular no dia 3 de dezembro de 2003, sendo condenado por maioria de votos a uma pena de 12 anos e três meses. Ele teve o direito de apelar em liberdade, mas, mesmo com o recurso, a decisão foi mantida. O acusado se apresentou na Vara do Tribunal do Júri da Comarca de Olinda no dia 13 de agosto de 2007 e no fim daquele mesmo dia já estava na Penitenciária Professor Barreto Campelo, em Itamaracá.

Com poucos dias na Barreto Campelo, Paulo presenciou um principio de rebelião que resultou em seis mortes, por faca e fogo. Pouco tempo depois, no dia 7 de outubro, viveu o tumulto causado por Paulo Cristóvão Pereira, vulgo Paulo Doido, que matou a companheira no dia de visitas e por causa disso foi assassinado pelos outros presos. Ainda em dezembro daquele ano, outro motim culminou na morte de três presos. “Eu estive no inferno”, Paulo rememora.

O rapaz, desde que chegara à Barreto, conseguira trabalho fazendo as carteiras de encontro conjugal. O emprego teria sido conquistado graças ao diretor da unidade, o coronel Geraldo Severiano. O coronel, no início de 2008, seria transferido para o Presídio Aníbal Bruno, atual Complexo do Curado, na Zona Oeste do Recife. Para a comodidade da família, Paulo pediu que também fosse transferido. Conseguiu, mas não imaginava o que ali presenciaria.

“No Aníbal Bruno o que presenciei foram coisas horripilantes, que nunca tinha vivenciado aqui fora. Lá dentro, vi presos sendo decapitados, os outros jogarem bola com a cabeça dele, vi presos depois de assassinados terem seus olhos arrancados”, recorda. Até hoje ele diz ter pesadelo com aquelas cenas.

Assim que chegou à unidade, Paulo ganhou a função de registrar as mortes. De janeiro a dezembro de 2008, ele computou 48 homicídios – não sabe se todos esses chegaram até a imprensa.

Tão logo chegou ao semiaberto, em junho de 2009, o preso decidiu fazer algo que sempre teve vontade: prestar vestibular. “Precisava ocupar minha cabeça”. Passou em Direito na Faculdade Maurício de Nassau. Conseguiu um desconto de 30% na mensalidade durante todo o curso após contar a sua história para a diretoria.

Se fosse transferido para Penitenciária Agroindustrial São João, em Itamaracá, como deveria, já que estava em regime semiaberto, teria dificuldades de locomoção, visto que precisaria estar até as 23h na prisão. Paulo conseguiu convencer o juiz da Vara de Execuções Penais Adeildo Nunes e o promotor de Execuções Penais Marcellus Ugiette a, excepcionalmente, conceder-lhe o direito de continuar cumprindo a pena no Aníbal Bruno.

Em maio de 2015, já formado em Direito, Paulo conseguiu o livramento de condicional, que é a liberdade antecipada com uma série de restrições. A partir daí ele passou a se sentir mais livre para fazer aquilo que o motivou a cursar e concluir o curso. “Eu quero atuar na área criminal, para brigar contra as injustiças do Judiciário. É o cara ser preso porque furtou uma caixa de chocolates nas Lojas Americanas e ir para um lugar daquele. Vai sair pior. Presos que não têm família, condições de pagar advogado, vai lavar cueca dos outros presos, fazer faxina, apanhar e cair no esquecimento do Judiciário. Vai pagar pena e continuar preso. Se ele não entende de lei, é uma pessoa leiga, mofa, entra sadio e sai com enfermidade incurável”, ressalta, dizendo que tinha este objetivo em mente desde que estava preso.

“O sistema prisional em nada ressocializa. Pelo contrário, é uma faculdade do crime”, resume o advogado. “Quando cheguei ao presídio, passei oito dias dormindo sentado e só melhorou porque paguei R$ 300 para dar ao chaveiro de espera, para conseguir um lugarzinho para dormir. Era uma cela com espaço de 4 metros quadrados, que na minha concepção só cabiam dez pessoas, mas tinham mais de cem. Outros dormiam em pé, com lençol amarrado por debaixo das axilas. Lá não existe higiene. Tinha comida, mas não era completa, mas aprendi com minha mãe e com meu pai que o tempero da comida é a fome. É um local onde impera a maldade, a inveja, onde somos tratados feito bichos. Não temos acesso à direção do estabelecimento. Ao falar com o agente, temos que por as mãos para trás e abaixar a cabeça. Se levantar e olhar para a cara dele é pau, negão, é pau”.

Naquele dia de 2015, Paulo carregava um documento, um processo no qual estava trabalhando. Um detento que havia terminado a pena há vários meses, mas continuava atrás das grades. “Não ganhei nada por isso”, ele fala, orgulhoso. “Fiz amigos. Algumas pessoas merecem amizade. Têm pessoas boas lá. Elas pedem para andar com o processo delas”. Lúcio Bombinha estava preso por porte ilegal de arma de fogo, havia pegado pena de 3 anos e 6 meses. “Já era para estar na PAI, mas continua em regime fechado”, denuncia.

O advogado sabe a dificuldade que é alguém se manter em pleno juízo vivendo dentro de um presídio daqueles que ele viveu. Ainda assim, acredita que a ressocialização pode ser feita independente do Estado tentar o oposto. “A ressocialização existe dentro de cada um de nós. Eu quero, eu posso, eu vou me ressocializar. Querer é poder. Eu tive propostas de sair de lá podre de rico, mas eu não quero, eu quero é minha paz, acordar no meu travesseiro com a consciência limpa. Cumpri minha pena, paguei o que devia à sociedade”, afirma.

Em 2017, volto a falar com Paulo Wanderlan, desta vez por telefone. Pouco parece ter mudado. Ele dizia estar segurando o processo de uma pessoa que já devia ter sido liberta.

Ele trabalha de carteira assinada no departamento jurídico da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur). Ainda continua correndo com processos de presos, mas está lutando para tirar a carteira da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e assim exercer a vontade de defender os detentos pouco favorecidos. 

"É uma área muito dura, muito dura, e por ser muito dura é muito carente. Me sensibilizei com o que vivenciei lá dentro". No próximo dia 16 de fevereiro extingue sua pena. Como de praxe, é possível que isso não se oficialize por morosidade da Justiça, mas o advogado já sente o gosto. "Meu amigo, eu vou tirar um pedaço do fardo que carrego nas costas", conta, com um suspiro longo, de quem consegue sentir por alguns segundos a sensação que está por vir.

Família 

Paulo não aprovava que sua família fosse visitá-lo na prisão. Nunca permitiu que seus dois filhos fossem. A mãe e a esposa o visitava aos domingos, das 8h às 13h. “Quem cometeu o crime foi eu, quem devia estar preso ali dentro era eu, não elas. Eu tinha duas alegrias nos dias de visita: quando elas chegavam e mais ainda quando elas iam embora”, aponta ele. Apesar da pena se direcionar apenas ao condenado, a família do mesmo também acaba sendo punida.

Para a diretora do Serviço Ecumênico de Militâncias nas Prisões (SEMPRI) Wilma Melo, essa vontade de lutar contra as injustiças que ocorrem nos presídios vai além dos próprios presos, atingindo também seus parentes. “As negações são tantas que se tornam impulsionadoras do desejo de conhecer e exercer seu direito de cidadania. O tratamento é cruel, desumano e indigno, e a família passa por isso e fica se questionando”, explica Wilma.

A diretora ressalta que os parentes ficam curiosos e começam a ir aos fóruns, a procurar os promotores e tentar descobrir o que é e o que não é permitido. O número de familiares engajados poderia ser bem maior se não fosse a falta de informação e baixa escolaridade da grande maioriadas famílias dos detentos, ela acrescenta.

Ainda assim, Wilma lembra casos de pessoas que entraram em cursos de formação universitária em Direito para combater as injustiças sofridas contra seus entes presos. “Conheço um caso de esposa que foi fazer Direito logo depois do marido ser preso. Este preso sofreu muita tortura dentro da prisão, ele havia cometido delitos graves, mas o Estado também cometeu delitos graves contra ele. A outra pessoa, esposa também, já terminou o curso. É um caso de um homem que respondia processo pela Justiça Militar e a esposa foi fazer o curso de Direito pela dificuldade de acesso a tudo”, lembra.

De acordo com Wilma, há muitas outros casos semelhantes e muitos de pessoas que desejam cursar Direito. A militante, inclusive, acredita que deveria haver um incentivo do Estado para que familiares de presos fizessem cursos universitários ou pelo menos cursos de orientação.

Outro sábado de medo para quem mora nas proximidades do Complexo do Curado. Na madrugada deste, assim como no dia 23 de janeiro, um dos muros do presídio foi alvo de uma explosão. A unidade Marcelo Francisco Araújo (PAMFA) foi o alvo da vez. Não houve registros de fugas, mas comerciantes do local confirmaram que a bomba causou um grande estrago no muro da unidade e também nos imóveis do entorno.

Em um vídeo enviado para a reportagem do LeiaJá, um dos agentes penitenciários mostra os estragos provocados em veículos que estavam próximos ao muro. Confira:

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Além da explosão no Complexo do Curado, mais um fato deixa claro como está precária a situação nas unidades prisionais de Pernambuco. Também na madrugada deste sábado, um detento foi assassinado na Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá, na Região Metropolitana do Recife.

No início da tarde deste sábado (23), parte do muro do presídio Frei Damião de Bozzano foi explodido, na altura da guarita 06 da unidade. Com isso, vários presos fugiram da penitenciária e por motivos de segurança, algumas estações de metrô foram fechadas, no entanto, no início da noite elas foram reabertas. 

As estações Werneck, Tejipió, Coqueiral e Cavaleiro voltaram a receber passageiros para embarque e desembarque normal a partir das 18h. Já as estações Alto do Céu e Curado continuam parcialmente fechadas, sendo utilizadas apenas para desembarque de passageiros. 

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De acordo com a CBTU, o retorno das atividades de embarque nessas duas estações irá acontecer após informações sobre a normalização da situação pelas autoridades policiais competentes.

Um documento emitido pelo supervisor de segurança do presídio Frei Damião de Bozzano, Carlos Henrique, alertava as autoridades de uma possível fuga em massa de detentos da unidade. No material, o alerta se fazia para a gerência de segurança estar em alerta para uma possível fuga de alguns detentos não identificados pela muralha externa, entre os postos de vigilância 05 e 06 (local exato da explosão desta tarde), utilizando artefatos explosivos caseiros. 

De acordo com o documento, o conhecimento dessa possibilidade de fuga se deu após supervisão e diligências realizados no local.

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A equipe do Portal LeiaJá tentou entrar em contato com a Secretaria de Ressocialização, mas não obteve sucesso. 

Veja o texto na íntegra:

“Senhor gerente, 

Através do presente, informamos, a esta gerência, conforme levantamento feito mediante averiguações, informes e através de diligências iniciais desta supervisão, que ocorrerá entre os dias 9 e 10.01.2016, uma suposta fuga de alguns detentos, ainda não identificados, pela muralha externa dos postos 05 e 06, utilizando artefatos explosivos caseiros.”

LeiaJá também

--> Secretário sabia que detentos planejavam fuga de presídio

--> Explosão e fuga em massa no Complexo do Curado

--> Vídeo mostra momento da explosão no Complexo do Curado

--> Após fuga de detentos, CBTU fecha 6 estações do metrô

Acontecerá na próxima quarta-feira (16) uma visita no Presídio Frei Damião de Bozzano – antigo Aníbal Bruno – que faz parte do Complexo Prisional do Curado, situado na Zona Oeste do Recife, a fim de conhecer melhor o ambiente e estudar a implantação da criação de um espaço de reabilitação para dependentes químicos. 

A iniciativa é da Frente Parlamentar de Combate ao Uso do Crack e Outras Drogas que já visitou Centro de Triagem Professor Everaldo Luna (Cotel), em Abreu e Lima, e a Penitenciária Barreto Campelo, em Itamaracá. A ideia é criar áreas de reabilitação nas principais unidades prisionais do sistema carcerário de Pernambuco. 

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Panorama

O assunto foi discutido pela Frente no início de 2015, no entanto, o projeto protocolado foi reprovado pela Comissão Estadual de Constituição, Legislação e Justiça por ser considerada onerosa ao Poder Executivo. No entanto, o grupo afirma que durante o ano de 2016 a luta pela implantação desses espaços continue. O deputado Professor Lupércio, integrante da Frente, afirma que não é necessário que haja grandes esforços para a execução do projeto, visto que não será preciso a construção de dependências para isso, sendo somente uma “questão de organização”.  

A ideia é que profissionais voluntários possam realizar trabalhos no local sob a supervisão de funcionários da instituição, por isso, de acordo com o parlamentar não geraria custos ao estado.  A Frente Parlamentar Contra o Crack e Outras Drogas trabalha na prevenção, reabilitação e ressocialização. 

Dois tumultos registrados na quinta-feira (15), no Complexo Penitenciário do Curado, resultaram no diretor da unidade atingido por uma pedrada e em um detento baleado. De acordo com a Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), os dois incidentes são de casos distintos.

A primeira ocorrência foi registrada durante a tarde, no Presídio Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco Araújo (Pamfa). Durante uma briga entre presos, o diretor Carlos Alberto Cordeiro teria tentado conter os ânimos quando foi atingido por uma pedrada na cabeça. O diretor foi socorrido ao Hospital Otávio de Freitas, em seguida Hospital da Restauração e, por último, Fundação Altino Ventura. 

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Por volta das 21h, a Seres registrou uma nova confusão, desta vez no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (Pjalb). Segundo a secretaria, houve disparos de arma de fogo após uma briga entre detentos, com um dos presos levando um tiro de raspão no braço. A vítima também foi socorrida no Hospital Otávio de Freitas. A gestão da unidade foi ao local para apurar o ocorrido, mas a assessoria ainda não tem a confirmação da origem do disparo.

A superlotação é um dos problemas do Complexo do Curado, que tem capacidade para 1910 presos, mas abriga atualmente 6987. O Pjalb é o maior deles, com 3220 homens. Já no Pamfa estão presos 1878 condenados pela Justiça. A terceira unidade do complexo é o Presídio Frei Damião de Bozzano, que tem 1889 detentos.

Agentes penitenciários descobriram um novo túnel no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, na tarde deste domingo (6). Desta vez, as escavações foram feitas no pátio do Presídio Agente de Segurança Penitenciária Marcelo Francisco de Araújo (PAMFA).

Segundo a Secretaria de Ressocialização (Seres), o túnel estava no início e com aproximadamente um metro e meio de profundidade e um metro de comprimento. Ninguém fugiu e o buraco já foi fechado. 

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A secretaria continuará com os trabalhos para identificar os envolvidos nas escavações e no reforço da segurança interna das unidades. Em agosto, três túneis foram encontrados na mesma unidade.

Agentes penitenciários encontraram mais um túnel no Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, na tarde deste sábado (22). Este novo túnel, terceiro encontrado neste mês, estava por trás do pavilhão F do Presídio Frei Damião de Bozzano (PFDB), próximo a quadra da unidade .

As escavações estavam com aproximadamente 2 metros de profundidade e 4 metros de comprimento, porém, segundo a Secretaria de Ressocialização (SERES) ninguém conseguiu fugir. 

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Pela primeira vez desde que a rebelião no Complexo do Curado começou, há três dias, o Secretário de Ressocialização, Coronel Eden Vespaziano falou com a imprensa. Ele disse que passou todos estes dias dentro da Unidade Prisional e que uma das alas do antigo Aníbal Bruno já foi normalizada. A visita desta quarta (21) teria como objetivo viabilizar uma conversa entre o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais,  Luiz Rocha, e uma comissão de presidiários para tentar acabar com o problema.

Segundo Vespaziano, as conversas têm evoluído para o final da rebelião. “A parte principal já está sendo tratada. Haverá um mutirão para resolver as pendências judiciais”, afirmou o secretário.

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O Coronel também falou as armas usadas pelos presidiários no motim, que já resultou em pelo menos três mortes e 72 feridos (nas duas penitenciárias). “Muitas armas já foram retiradas e vamos continuar as revistas”, prometeu.

Armas de fogo – Não apenas os facões e outras armas brancas artesanais estão sendo vistas nos presídios. Segundo uma fonte da polícia, que preferiu não se identificar, foram encontradas dois revólveres calibre 38 na quadra do pavilhão B da Barreto Campo, em Itamaracá, e outro do mesmo calibre no pavilhão A do presídio de Igarassu.

Com informações de Jorge Cosme

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Só nesta terça-feira (20), o Batalhão de Choque da Polícia Militar apareceu quatro vezes para tentar controlar a rebelião no Complexo Prisional do Curado. Nem assim os detentos que se encontram na parte externa dos pavilhões do presídio deixaram de usar os celulares. Alguns se comunicam com os familiares frequentemente chegando a enviar imagens de internos feridos em outras unidades prisionais, inclusive de mortos e feridos do local.

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Durante determinados momentos, foi possível ouvir o som de bombas dentro de uma das unidades, deixando os presidiários do Frei Damião atentos. Apesar da tensão gerada pela rebelião, alguns detentos permanecem escutando músicas religiosas através do celular e empinando pipas.

O sepultamento do corpo do sargento morto na última terça (19), durante rebelião dos internos do Complexo, foi realizado ainda nesta terça-feira.  O corpo do oficial foi enterrado no cemitério Parque das Flores, no bairro de Tejipió, zona oeste do Recife.

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Um grupo de familiares se aglomera em frente ao Complexo Prisional do Curado, antigo Aníbal Bruno, a espera de informações sobre a rebelião desta segunda-feira (19). Até o início da noite, a única informação oficial era de que um sargento foi morto durante o tumulto e dezenas de detentos ficaram feridos. A Secretaria-Executiva de Ressocialização, órgão responsável pela administração do presídio, ainda não se pronunciou sobre o caso. 

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Devido à falta de informação, os parentes se desesperam a cada especulação que surge sobre mortes dentro da unidade, o número já chega a seis pessoas. "Queremos a lista!", gritam os familiares dos presos, em referência a listagem com o nome das vítimas do tumulto. 

Algumas mães chegaram a desmaiar na espera de notícias, outras queriam invadir a unidade prisional. O policiamento foi reforçado na área e uma faixa foi colocada para isolar o portão das unidades. 

A dona de casa Surama Ariel é uma das mulheres que aguarda por informações. “Meu marido está preso, estou angustiada sem saber como ele está lá dentro. Surama também reclama da falta de segurança da unidade. “Depois de todo o pente fino que fizeram no início do ano, ainda sobraram todas essas armas lá dentro, Como pode?”, questiona, em tom de revolta.   

Com informações de Alexandre Cunha

A Polícia Militar de Pernambuco confirmou a morte de um sargento da corporação, na tarde desta segunda-feira (19), durante rebelião ocorrida no Complexo Prisional do Curado, na zona oeste do Recife. Identificado como Carlos Silveira do Carmo, 44 anos, o oficial chegou a ser levado ao Hospital Otávio de Freitas, mas não resistiu ao ferimento. Ainda não se sabe a causa da morte do policial.

Informações não confirmadas pela Secretaria-Executiva de Ressocialização (Seres) dão conta de que quase 20 reeducandos ficaram feridos no confronto e um também teria morrido na rebelião. A confusão começou por volta das 9h; os detentos exigiam rapidez no julgamento dos processos e pediram a presença do promotor Marcelo Ugiette. Viaturas do Corpo de Bombeiros e o camburão do Batalhão de Choque foram mobilizados até o local. 

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Em nota, o chefe da Polícia Civil de Pernambuco, Antônio Barros, afirmou que o delegado João Paulo Andrade, da 4ª Delegacia de Homicídio, foi designado para apurar a morte do sargento no presídio.

A reportagem do LeiaJá tentou entrar em contato com a Seres, mas não obteve resposta. 

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Em um documento entregue ao Tribunal de Contas do Estado de Pernambuco (TCE-PE), o ex-secretário da Secretaria de Ressocialização (Seres), coronel Romero Ribeiro,  disse que armas brancas foram encontradas na posse de um dos trabalhadores da obra de ampliação do Complexo do Curado, na zona oeste do Recife, no dia 23 de janeiro de 2014. O texto do secretário está disponível na área "Portal do Cidadão", no site do Tribunal de Contas e é uma resposta à denúncia de atrasos na obra.

De acordo com o ofício, o material ilícito foi apreendido durante uma vistoria de rotina. Cinco facas tipo peixeira estavam escondidas em um fundo falso da caixa de ferramentas de um trabalhador da obra, que foi encaminhado para a Delegacia de Jardim São Paulo. O acontecido foi um dos motivos para a Seres rescindir o contrato com o Consórcio Tropicos Pottencial, empresa contratada para o serviço.

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Ainda no documento, Ribeiro aponta que a obra foi prorrogada seis vezes e teve seu custo reajustado outras cinco vezes. A reforma que foi iniciada em julho de 2009 tinha prazo inicial de conclusão de doze meses, mas, com as prorrogações, foi adiado para o dia 23 de junho de 2013, o que também não foi cumprido. Após reunião com o consórcio e a Secretaria de Planejamento e Gestão, a Seres suspendeu a punição pelo atraso contanto que fossem entregues, até dezembro daquele ano, 326 vagas no Presídio Juiz Antônio Luiz Lins de Barros (PJALLB), dentro do complexo, o que também não foi realizado.  

Além da rescisão contratual, a Seres determinou a abertura da Tomada de Contas, para apurar a responsabilidade do consórcio no não cumprimento do contrato. Entre as penalidades também consta uma multa. Uma sindicância também foi instaurada.

Uma vistoria da Polícia Militar, no dia 7 de janeiro deste ano, encontrou mais de cem armas brancas só em um pavilhão da unidade.  A vistoria foi realizada após uma equipe da TV Globo flagrar detentos andando livremente com facões no pátio da unidade prisional. 

O coronel Romero Ribeiro foi exonerado da secretaria, em outubro de 2014, após a imprensa denunciar detentos trabalhando com equipamentos inapropriados e fazendo saídas irregulares. O atual secretário da pasta, coronel Eden Vespaziano, que assumiu o cargo no último dia 9 de janeiro, prometeu num prazo de 120 dias, a construção de muros e alambrados no complexo para evitar a entrada de materiais.

Na tarde desta sexta-feira (5), o Juiz da 1ª Vara de de Execuções Penais do Recife, Luiz Rocha, falou a respeito da determinação do Ministério Público de Pernambuco (MPPE) de interdição parcial do Complexo Penitenciário do Curado. Segundo o magistrado, as penitenciárias de Igarassu e o Centro de Observação e Triagem Professor Evaldo Luna (Cotel) também receberam notificações do MPPE, até mesmo anteriores à notificação recebida pelo antigo Aníbal Bruno. Segundo Rocha, a interdição parcial das unidades prisionais pode significar o bloqueio setorial de internos. 

Os principais motivos do Ministério Público para a solicitação de interdição das unidades são: dificuldade de atendimento médico aos internos, baixo número de agentes penitenciários, existência de "chaveiros" (presidiários que assumem a função dos próprios agentes penitenciários) e o excesso populacional carcerário"Todos sabemos da existência do problema da superlotação. Pernambuco é o segundo estado do país com maior déficit no número de vagas, perdendo apenas para São Paulo. Temos 20 mil vagas de déficit aqui no Estado", pontua.  

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A respeito do procedimento judiciário, Rocha explicou que o primeiro passo é transformar o pedido do MPPE de interdição do complexo prisional do Curado num processo. "São 12 ou 13 volumes para serem transformados em um Procedimento de Controle Administrativo (PCA) para ser entregue ao Estado. A partir da chegada da notificação à Secretaria de Ressocialização, o Estado terá 20 dias corridos para se pronunciar diante das acusações de deficiências e dos desvios procedimentais apresentados na petição do MPPE", explica. Rocha ainda afirmou que o PCA da petição do Ministério Público a respeito da interdição do COmplexo Prisional do Curado - a mais recente, em comparação com o pedido de interdição parcial das unidades de Igarassu e do Cotel - será instaurado ainda nesta sexta (5). 

Ainda segundo o juiz da 1ª Vara de Execuções Penais do Recife, os pedidos de interdição parcial das três unidades carcerárias podem resultar em um remanejamento de reeducandos. "Em maio de 2014, cerca de 300 reeducandos foram realocados de uma unidade para outra aqui em Pernambuco", afirma Rocha. "A interdição é uma medida que vem em socorro das pessoas privadas de liberdade por não estarem sendo respeitados os direitos humanos. Esse processo não é taxativo, mas sim de ponderação. É preciso ter uma leitura de responsabilidade social a respeito desse fato", afirma. 

Um detento do presídio Frei Damião de Bozzano, do Complexo do Curado, antigo Aníbal Bruno, foi morto por outro após uma discussão dentro da unidade nesta segunda-feira (13). De acordo com a Secretaria de Ressocialização (Seres), o suspeito identificado como Walter Palmeira da Silva Júnior, de 25 anos ficou ferido na briga e foi socorrido para o Hospital Otávio de Freitas, mas já retornou à unidade.

Leandro da Silva Prado, de 23 anos, não resistiu aos ferimentos e morreu na hora. Ainda segundo a Seres, o corpo de Leandro foi localizado no teto de um dos pavilhões do presídio e já foi encaminhado para o Instituto de Medicina Legal (IML). Caso o suspeito seja autuado pelo crime, será encaminhado para o Centro de Triagem (Cotel), em Abreu e Lima, no Grande Recife. Ele está sendo investigado pelo Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP)

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O princípio de tumulto no Complexo Prisional do Curado, registrado no final da manhã desta terça-feira (18), foi controlado e a situação no local é tranquila. De acordo com a assessoria da Secretaria Executiva de Ressocialização (Seres), os detentos se recusaram a almoçar, e fizeram greve de fome, mas nenhuma ação violenta aconteceu durante a reivindicação.

Cerca de dez familiares dos presos se encontram na frente da unidade Frei Damião de Bozzano, antigo Aníbal Bruno; de acordo com testemunhas, o Batalhão de Choque entrou no presídio e houve tiros. A assessoria da Seres nega a informação de ter ocorrido algum tipo de disparo. 

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Parentes dos detentos teriam confirmado que o motivo da manifestação seria a chegada de um novo gestor de segurança e este seria da equipe de Ricardo Pereira, antigo diretor da Penitenciária Agroindustrial de Itamaracá, transferido após rebelião da última semana que resultou na morte de dois presos.

A informação também é negada pela assessoria do Seres; segundo o órgão, os detentos reivindicaram apenas por mais justiça e solicitaram passar mais de uma hora no banho de sol. Até o momento, nãoi há informação sobre vítimas nem feridos por conta do princípio de confusão.

Com informações de Bruno Andrade

A Ordem dos Advogados do Brasil em Pernambuco (OAB-PE) realiza uma vistoria no Presídio Aníbal Bruno, no bairro do Curado, Zona Oeste do Recife, nesta segunda-feira (3), às 9h. Os representantes da OAB-PE vão averiguar as condições de higiene, saúde, tratamento humanitário, acessibilidade à advocacia, segurança e demais questões de infraestrutura.

Outras unidades prisionais na Região Metropolitana do Recife (RMR) e no município de Palmares, na Zona da Mata Sul do Estado, também serão inspecionadas pela OAB-PE, ao longo do mês de fevereiro. A medida busca evitar crises no sistema penitenciário de Pernambuco, a exemplo do que ocorreu recentemente no Maranhão.

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Após as vistorias, um diagnóstico será montado apontando os principais problemas nos presídios de Pernambuco, atestando se o Estado vem cumprindo com os deveres previstos na Lei de Execução Penal. 

Uma confusão durante uma partida de futebol no Complexo Prisional Aníbal Bruno, no bairro do Sancho, Zona Oeste do Recife, assustou visitas na manhã deste sábado (18). De acordo com a Secretaria de Ressocialização de Pernambuco (Seres), o tumulto foi originado por quatro detentos de pavilhões diferentes que discutiram e começaram a jogar pedras uns no outros.

Segundo a Seres, a segurança estava reforçada por ser dia de visitação e o tumulto foi controlado rapidamente, sem feridos. O Corpo de Bombeiros enviou uma viatura ao local, mas não foi necessária atuação. As visitas continuarão normalmente no domingo (19).

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