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Uma em cada quatro crianças e adolescentes ouvidos em estudo da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) apresentaram ansiedade e depressão durante a pandemia com níveis clínicos - ou seja, com necessidade de intervenção de especialistas. Os dados foram apresentados à Comissão Externa de Enfrentamento à Covid-19 da Câmara dos Deputados, nesta quinta-feira (17), pelo coordenador da pesquisa, o psiquiatra de crianças e adolescentes Guilherme Polanczyk.

A pesquisa monitorou a saúde mental de 7 mil crianças e adolescentes de todo o País desde junho do ano passado. Polanczyk salientou que a pandemia é uma situação de estresse que pode levar ao desenvolvimento ou ao agravamento de transtornos mentais em indivíduos suscetíveis. Os efeitos piores são esperados em crianças mais vulneráveis.

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O deputado Dr. Zacharias Calil (DEM-GO) pediu a realização do debate para discutir a chamada "síndrome da gaiola" – medo de ir à escola e sair de casa agravado pela pandemia -, mas no decorrer da audiência a discussão foi ampliada. O nome da síndrome é uma analogia ao comportamento de aves que crescem em cativeiro e, quando a gaiola é aberta e elas têm a oportunidade de voar, continuam lá dentro.

Suicídio entre adolescentes

Guilherme Polanczyk expôs também dados mais gerais, não relacionados especificamente com a pandemia. Segundo ele, uma em cada seis crianças e adolescentes no mundo são afetadas por algum transtorno mental. No Brasil, dos 69 milhões de pessoas com 0 a 19 anos, há registro de 10,3 milhões de casos de transtornos. Conforme o psiquiatra, a saúde mental de crianças e adolescentes é altamente negligenciada. "Os casos são silenciosos, e uma parcela ínfima dos casos estão sendo acompanhados e têm acesso a serviços'', disse.

"Em todo o mundo a depressão é uma das principais causas de incapacidade entre adolescentes", apontou. "O suicídio é em alguns países a segunda, e em outros, a terceira principal causa de morte entre adolescentes de 15 a 19 anos", completou. De acordo com o médico, o número só aumenta, adquiriu contornos dramáticos e não recebe a atenção devida.

Para lidar com o problema, o médico defende a articulação entre escola, pais e serviços de saúde. Ele disse que devem existir serviços voltados para atender indivíduos dessa faixa etária - hoje escassos - e que deve ser implementado esse tipo de programa também nas escolas.

Além disso, uma relação familiar saudável ajuda a proteger contra o desenvolvimento desses transtornos. Ele observou que, entre adultos com transtornos mentais, 48,4% deles tiveram o início do transtorno até 18 anos. "Estamos falando do futuro da nossa nação", salientou.

Síndrome da gaiola

Presidente da Associação Brasileira de Medicina Psicossomática, Wilmer Bottura afirmou que a mídia, o governo e autoridades apresentam informações de forma confusa na pandemia, gerando mais medo ainda. "Neste momento ninguém está sem medo de sair de casa, as crianças, muitas delas, também, muitas vezes pela reação dos pais", disse. "Nós precisamos tranquilizar principalmente os pais, e aumentar a quantidade de diálogo na família", completou. Segundo ele, o medo é inevitável, mas pode ser de um tamanho que não paralise.

Já a especialista em Psiquiatria Infanto-Juvenil Gabriela Judith Crenzel enfatizou que o medo de sair de casa é real e concreto. "Nós, Brasil, só vacinamos 11,4% da população com as duas doses e 27,5% com a primeira dose, então ainda estamos muito longe de pensar na irracionalidade desse medo", avaliou. "Temos que trazer as crianças e adolescentes de volta para a escola, mas temos que encarar que o principal motivo da angústia é real", frisou.

A médica considera esperado o medo de crianças de sair depois de muito tempo em casa. Para ela, muitas enfrentam sentimentos ambivalentes - ansiedade de encontrar amigos e medo de infectar parentes, por exemplo. Essa ambivalência deve ser acolhida e compreendida e contornada conjuntamente pelos profissionais da saúde, da educação e das famílias.

Escolas públicas

Gabriela ressaltou ainda que muitas escolas públicas ainda não estão recebendo crianças e adolescentes, enquanto praticamente todas as escolas particulares retornam às atividades. "Vamos ter que ter um trabalho pró-ativo de ir atrás das crianças e adolescentes para eles voltarem para a escola", frisou.

Ela acredita que ainda não é possível dimensionar o tamanho da evasão escolar. E observou que essas crianças e adolescentes que não estão na escola estão em isolamento e que, ao deixar de ir para a escola, perdem espaço de socialização, de liberdade e de garantir sua nutrição.

Para a psiquiatra, a escola deve ser cada vez mais pensada como um lugar não apenas de transmissão de conteúdo, mas como um espaço de saúde mental e de pertencimento.

"Nós não temos mais condições de manter as escolas fechadas, porque além do fator emocional, tem o fator nutricional e a saúde mental das crianças", reiterou o deputado Dr. Zacharias Calil. Para ele, é essencial que todas as escolas reabram no segundo semestre.

Papel dos professores

A psicopedagoga Angela Soares destacou que, em geral, professores têm poucos recursos e conhecimentos para ajudar os alunos. "O momento também é de pandemia histórica, social e humana", frisou. Para ela, o medo de sair de casa pode não ser só da pandemia, mas também fruto de ansiedade por questões em casa e falta de estrutura nas escolas. Ela reiterou que a crise mental das crianças e adolescentes já vem de antes da pandemia. E acrescentou que se trata de uma geração que não sabe lidar com frustações.

Presidente da Associação Brasileira de Psicopedagogia - Seção Goiás, Maria do Carmo Abreu acredita que o afeto precisa ser incluído no âmbito da educação. Além disso, a noção de saúde deve incluir a saúde mental, inclusive para pessoas de baixa renda. Conforme ela, as pessoas foram arrancadas do seu modo de viver pela pandemia, trazendo alto grau de incerteza e angústia. Como possíveis saídas "desse território movediço", citou o diálogo; a escuta de sentimentos, valorizando-os; dar tempo e ter tolerância; ter espaço para a solitude; e buscar esclarecimentos sobre os temas.

Internet, luto e vulnerabilidade

A psicopedagoga Bianca Granado chamou atenção para o acesso das crianças a todos os tipos de informação pela internet, que precisam ser assunto de diálogo em casa. Além disso, ressaltou que as escolas devem ter olhar atento para os alunos e ter parceria com as famílias, alertando os pais para as questões dos filhos e ajudando as famílias.

Secretário de Desenvolvimento Social de Goiás, Wellington Matos salientou que outras questões importantes agora são o luto das crianças das adolescentes e a vulnerabilidade financeira das famílias. Ele também acredita que os problemas têm de ser tratados de forma coletiva e também individualmente.

*Da Agência Câmara de Notícias

 

 

Sintomas psicológicos e neurológicos como perda de olfato, dor de cabeça, ansiedade e depressão são comuns em pacientes da Covid-19, tanto em casos graves quanto leves. A conclusão é de uma meta-análise de 215 estudos sobre a Covid-19 em 30 países, com 105.638 pessoas. As informações são da BBC.

Segundo o autor do estudo, o pesquisador Jonathan Rogers, da University College London, o resultado surpreendeu. "Esperávamos que esses sintomas aparecessem nos casos mais graves, mas não foi o que encontramos", disse. "Parece que afetar a saúde mental e o cérebro é uma regra da Covid-19, e não uma exceção."

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Os sintomas neurológicos e psiquiátricos mais recorrentes foram perda do olfato (43%), fraqueza (40%), fadiga (38%), perda do paladar (37%), dor muscular (25%), depressão (23%), dor de cabeça (21%) e ansiedade (16%).

O pesquisador acredita que sintomas como dor de cabeça sejam registrados com maior frequência em casos leves porque um paciente em estado grave está sem conseguir respirar e não deve relatar algo como dor de cabeça. Há exemplos de sintomas neurológicos e psiquiátricos que surgem primeiro ou são a única manifestação da doença.

"Pesquisas sobre delírio, principalmente com idosos, mostram que este pode ser o primeiro sintoma da Covid-19, antes mesmo do aparecimento dos sintomas respiratórios", comenta.

O estudo indica que, embora mais raras, doenças neurológicas mais graves também ocorrem em pacientes que tiveram Covid-19, como acidente vascular cerebral isquêmico (1,9%), acidente vascular cerebral hemorrágico (0,4%) e convulsões (0,06%).

Segundo Jonathan Rogers, o estudo não estava focado nas causas, mas ele acredita que uma série de fatores explicam os sintomas neurológicos e psicológicos. "Algumas das evidências mostram que eles não são produzidos porque o vírus invade as células nervosas, o que é muito raro. Mas a inflamação que a covid-19 causa na corrente sanguínea é provavelmente um fator que contribui. Certamente, contribui para o delírio e provavelmente também para a depressão e ansiedade", afirma. 

Além desse, ele cita a hipóxia cerebral, que é a redução de oxigênio para o cérebro e fatores sociais e psicológicos. Rogers argumenta que o paciente pode estar preocupado com o desenvolvimento da doença e sentir o impacto de estar isolado de sua família.

Uma pesquisa promovida pelo C6 Bank e o Datafolha mostrou, nesta quinta-feira (10), que 64% dos estudantes brasileiros estão mais ansiosos e 52% revelaram que estão mais tristes. O estudo mostrou, ainda, que 54% dos entrevistados ganharam mais peso e 45% se sentem sozinhos. Os dados, segundo o levantamento, são reflexos dos efeitos da pandemia da Covid-19.

Ainda conforme informações da pesquisa, 89% dos estudantes brasileiros passaram a utilizar mais celulares, computadores, TVs e videogames. Outro recorte aponta que sete em cada dez estudantes dos seis aos 18 anos estão mais dependentes dos pais.

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As entrevistas ocorreram no período de 10 a 14 de maio, com mais de 2 mil alunos a partir dos 16 anos, abordando todas as classes sociais e regiões brasileiras. Segundo o C6 Bank, a margem de erro é de dois pontos percentuais.

O levantamento aponta, ainda, que 46% das crianças e adolescentes brasileiros estão com dificuldade de aprendizagem. Desse índice, 53% são estudantes de seis a dez anos e 41% correspondem a jovens de 16 a 18 anos de idade. Ainda sobre esse público, duas em cada cinco pessoas revelam perda de concentração durante os estudos.

Escolas públicas e particulares

A pesquisa revelou que 36% dos estudantes de escolas públicas afirmam ter perdido o interesse pelos estudos, enquanto esse problema afetou 28% dos alunos de unidades privadas. “Nesse grupo, a aprovação do ensino a distância também é maior (43%) do que entre alunos de escolas públicas (37%). A maior disparidade, no entanto, está nos impactos da interrupção da merenda escolar. A alimentação de 11% dos alunos de escolas públicas piorou sem as refeições oferecidas pela escola, enquanto entre estudantes do ensino particular esse percentual é de 4%”, informou o C6 Bank.

O diretor de pesquisas do Datafolha, Alessandro Janoni, acredita que os índices entre escolas públicas e particulares expressam a mazela da desigualdade social intensificada pela pandemia. “As diferenças de resultados entre alunos de escolas públicas e privadas é preocupante e configura mais um sinal do aprofundamento das desigualdades gerado pela pandemia em um país já tão marcado por contrastes sociais e econômicos", comentou o diretor.

Quando a pesquisa foi realizada, 27% dos estudantes brasileiros, de seis a 18 anos, tinham voltado às aulas presenciais. O trabalho estatístico também ouviu alunos que não retornaram às atividades: 65% disseram que não voltaram porque a escola não reabriu. “Outros motivos também foram apontados como o agravamento da pandemia (13%), evitar o risco de contaminação por coronavírus (7%), criança ou adolescente está com problema de saúde (6%) ou porque a escola não garante a segurança de todos (6%)”, indicou o C6 Bank.

O cenário de pandemia causado pelo novo coronavírus (Covid-19) resultou em um misto de incertezas na população e provocou diversas angústias, transtornos e perturbações psicológicas, seja por questões de saúde ou por conta da economia, que também foi afetada na crise sanitária. Diante desta situação, este novo quadro de ansiedade que destaca o medo constante do novo vírus ganhou um nome: coronofobia.

De acordo com o psicanalista, pós graduado em neurociência Gregor Osipoff, as fobias são representações de medos internos, que podem ser relacionadas com o passado do paciente. “Elas se manifestam em forma de fobia, com os mais variados sintomas psicológicos e fisiológicos”, descreve.

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No caso da coronofobia, Osipoff aponta que o fato da pandemia se estender por tanto tempo, junto ao crescimento do quadro de infecção, pode contribuir com a manifestação do transtorno. Neste caso, as pessoas devem observar se o medo não interfere em seus aspectos emocionais e psicológicos, que impedem as realizações de projetos futuros e cria distúrbios de comportamento que as deixam mais ansiosas e depressivas de maneira irracional.

Para amenizar os quadros da coronofobia ou de qualquer outra fobia, Osipoff, explica que o primeiro passo é se reconhecer neste quadro e procurar por um especialista que possa proporcionar conforto emocional, pois esses transtornos podem afetar a qualidade de vida e privar a vítima de seguir com as atividades essenciais do cotidiano. “Em especial o quadro da coronofobia, em que as pessoas são bombardeadas o dia inteiro por informações ligadas ao assunto, o que as deixam ainda mais transtornadas com o tema. Para amenizar, é recomendável ficar longe do conteúdo que provoca o transtorno e procurar um especialista da área”, orienta o psicanalista.

Além das incertezas e medos causados pela pandemia, a neuropsicóloga Nívea Loza lembra que este é um momento de administração dos lutos, uma vez que a doença já vitimou mais de 460 mil pessoas no país e muitos familiares não tiveram a chance de se despedirem, o que pode gerar diversas doenças emocionais. “Com isso, podem surgir outras fobias, como por exemplo a fobia social, na qual as pessoas começam a temer as relações que envolvem muita gente. Vivemos um momento de perturbação emocional, de medo e pânico, além da incerteza de quando tudo isso acabará”, ressalta.

Segundo a neuropsicóloga, a coronofobia não se resume apenas ao medo de ser infectado, mas também outros receios como: temer que pessoas próximas contraíram o vírus, achar que perderá tudo, a insegurança de se relacionar com outras pessoas, as sequelas que infecção pode deixar e o temor da morte. “No momento, é preciso ter calma, cuidado, tranquilidade e ter certeza de que tudo isso passará”, afirma Nívea.

Após uma passagem cercada de polêmicas pelo BBB 21, Lumena precisou de ajuda para se tratar das crises de ansiedade que surgiram. A ex-sister contou, durante entrevista, que ao deixar o confinamento teve alguns sintomas físicos desagradáveis, típicos de quem sofre de ansiedade, e que recorreu à religião e à família para melhorar. 

Lumena foi a quinta eliminada desta edição com 61,31% dos votos. Ao deixar o confinamento, ela sentiu no corpo os efeitos da tensão de ter participado de um programa da dimensão do BBB e procurou ajuda imediata entre os seus, como contou à colunista Patrícia Kogut, em entrevista. “Saí do hotel tendo ataques de ansiedade e perda de memória. Fui direto para o meu terreiro e me reorganizei".

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Agora, após receber o apoio de familiares e amigos, a baiana segue em São Paulo para criar conteúdos exclusivos para o seu perfil no Instagram. Animada, ela contou um pouco sobre os projetos. “Estou criando quadros novos, como o ‘Pega a visão’, em que compartilho um pouquinho da minha vivência linguística; o ‘Fale grandão’, em que interage com os seguidores e o ‘Dicionário Lumenês’, em que disserto um pouco sobre os termos que costumo utilizar, com o fenotipicamente, e que chamou a atenção no programa”.

Esperar pode ser muito desafiador. Geralmente, o ato de aguardar pode causar inquietação, estresse e ansiedade. É o que tem acontecido com alguns estudantes que esperam pelo resultado do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), previsto para ser divulgado nesta sexta-feira (16). Por meio do Sisu, brasileiros podem realizar o sonho de ingressar nas universidades públicas.

O psicólogo Dino Rangel também é professor de geografia e acompanha, de perto, a rotina dos estudantes. Para ajudá-los a conter a ansiedade pré-listão do Sisu, Rangel separou algumas orientações. “Primeiro é importante que os estudantes tenham a consciência de que fizeram a prova e que para tudo há um tempo. E para contribuir com essa espera, é importante fazer principalmente coisas que gostem. A pandemia da Covid-19 acabou impedindo muita gente de fazer muita coisa, ou usaram a pandemia como desculpa pra não fazer as coisas que queriam fazer", explica o psicólogo.

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"Uma atividade física, com cuidado, claro, cantar, cozinhar, assistir um filme, para que se possa liberar alguns hormônios, podem ajudar a trazer a calma. Serotonina, dopamina, ocitocina e adrenalina dão ao mesmo tempo relaxamento e motivação às pessoas”, acrescenta.

Rangel ainda ressalta que é importante refletir sobre o que os alunos fizeram, assim como é necessário ocupar a mente com outras demandas além do Sisu. "O que eles tinham que fazer, fizeram. Se estudaram, ou não, da melhor maneira possível, mas fizeram a prova. Então, eles têm que fazer o que gostam, isso é muito importante, ajuda a pessoa a aliviar. Conversar, dialogar, tentar focalizar em algo que ela possa fazer aqui, agora, para não ficar tão angustiada quanto a isso”, ele alerta.

Além da espera pelo resultado, é importante que os estudantes saibam lidar com a frustração de uma possível não classificação. O psicólogo recomenda que os candidatos vejam como uma oportunidade de aprofundar os estudos. “Quando você sabe que se dedicou ao máximo, estudou, o mais importante é [o estudante] ter a consciência de que aquilo que ele estudou não foi em vão, pelo contrário, já vai dar uma base para que ele possa estudar melhor neste ano com mais calma, mais tranquilidade”, finaliza Rangel.

O Ministério da Educação (MEC) ainda não confirmou o horário de divulgação do resultado. Os participantes fizeram a prova da edição 2020 do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), uma das exigência do Sisu, assim como eles não podem ter zerado a redação. Mais de 206 mil vagas são oferecidas em universidades e institutos federais.

A autocobrança de adolescentes, jovens e adultos durante as aulas a distância e os  estudos para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) têm deixado muitas pessoas com problemas de saúde mental. Em 2021, o Brasil teve um aumento de 40% nos sintomas de depressão e ansiedade nos jovens, segundo a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), no Rio Grande do Sul, em seu estudo chamado oCOVIDPsiq.

O país entrou em alerta amarelo, aponta o estudo. A pesquisa usou como base 6,5 mil jovens, maiores de 18 anos, em todo o Brasil.

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Em entrevista para o LeiaJá, a psicóloga Isabelle Fernandes, especialista em Psicologia pela Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), disse que a pandemia agravou quadros de transtorno mental. "As restrições sociais, a deterioração das condições financeiras de muitas famílias e a mudança na rotina impostas pela pandemia geraram um grande impacto na saúde mental dos jovens, como sentimentos de solidão, autocobrança excessiva, desamparo, tristeza”, afirmou.

Num estudo da “Global Student Survey” feito pela organização sem fins lucrativos Chegg.org, sete de dez universitários brasileiros declaram que a pandemia de covid-19 trouxe impacto na sua saúde mental; pelo menos 21% desses jovens buscaram ajuda psicológica e 17% tiveram pensamentos suicidas. A organização ouviu 16,8 mil estudantes em graduação de 18 a 21 anos em todo o mundo.

“O importante nesse momento é saber reconhecer os sintomas e o impacto deles na sua rotina, na iniciativa para as atividades e nos pensamentos. Procurar por uma ajuda profissional é uma forma de autocuidado e de prevenção”, orientou a psicóloga Isabelle Fernandes.

Segundo Isabelle, existem medidas de autocuidado que podem auxiliar na saúde mental, como estabelecer uma rotina diária de atividades, incluindo momentos de lazer, de interação social (mesmo que virtuais) com os amigos e familiares e traçar metas possíveis e de curto prazo, que considerem o contexto atual.

Em 2020, o Ministério da Saúde lançou o programa Mentalize, para atenção a pessoas com transtornos causados pela pandemia. A ajuda para jovens adolescentes e adultos também está disponível no Centro de Valorização da Vida (CVV), pelo número 188.

Por Ariel Monteiro.

A pandemia do novo coronavírus isolou cidades inteiras e alterou a rotina da maioria dos trabalhadores brasileiros. Tais mudanças colocaram o Brasil no topo dos países com mais casos de ansiedade e depressão, segundo pesquisa realizada pela Universidade de São Paulo (USP). Em meio a isso, profissionais especializados usam a música como ferramenta para tratar efeitos da pandemia. É a chamada musicoterapia.

A prática dessa área de conhecimento consiste em utilizar os sons, e seu teor terapêutico, para promover o bem-estar psicológico. Musicoterapeutas de todo o Brasil já utilizam essa técnica para minimizar tensões do cotidiano, combater a solidão e melhorar a saúde mental de pacientes afetados pela pandemia.

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Para o músico e psicólogo Herlon Chagas dos Santos, a utilização da musicoterapia também auxilia no autoconhecimento. “A música manuseada terapeuticamente promove, desde o momento em que está sendo executada, até posteriormente, um campo para que as pessoas façam contato consigo mesmo, com seus sentimentos, sensações, emoções, com sua própria existência e consciência, fortalecendo a vontade de viver, contribuindo para que a saúde, como um todo, se restabeleça", disse.

Segundo o especialistas, a música possui um papel terapêutico. “Cada um dos aspectos ou elementos da música corresponde a um aspecto humano específico. Por exemplo, o ritmo induz ao movimento corporal, a melodia estimula a afetividade, e a harmonia contribui ativamente para a restauração da ordem mental no ser humano”, explicou o psicólogo.

Diante de uma das piores crises sanitárias e de saúde das últimas décadas, a música pode ser utilizada no ambientes médicos mais variados. No Hospital de Campanha de Santarém, no Pará, por exemplo, foi utilizada para diminuir a tensão e o estresse de pacientes internados com covid-19 e de profissionais da linha de frente de combate à doença.

Por Douglas Santos e Allam William.

 

 

 

O resultado do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020 será divulgado após as 18h desta segunda-feira (29), segundo o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep). E, na espera por este resultado, muitos estudantes demonstram estar com a ansiedade alta.

Nas redes sociais, os candidatos relatam uma grande expectativa pelo resultado do exame. Veja, abaixo, alguns relatos dos estudantes:

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Para amenizar essa situação, o professor e psicólogo Dino Ragel dá alguns detalhes sobre formas de minimizar os efeitos da espera. Segundo o docente, existem alguns passos que podem ser tomados para aliviar o processo durante o aguardo da nota. É importante que os estudantes estajam cientes de todo o trabalho que fizeram durante o ano de estudos para o exame, bem como aproveitem para relaxar.

Veja, abaixo, algumas dicas do docente:

Confiar no trabalho feito durante o ano

Segundo o Rangel, é preciso que os estudantes confiem no trabalho que fizeram durante o ano de empenho para o Enem. "Você se preparou o ano inteiro ou acha que deveria ter se preparado, mas foi lá e tentou. Então, nossa consciência deve vir acima de tudo", aconselha Dino.

Fazer algo que gosta antes da liberação do resultado

Entre as dicas dadas pelo professor, está também aproveitar o dia de hoje para ter momentos de lazer, como escutar música, ver filmes, fazer videochamadas com alguém. "Fazer algo que a gente gosta nos libera hormônios, como por exemplo a dopamina, a ocitocina. São hormônios que podem trazer relaxamento, excitação, alegria, tranquilidade, então é importante para não ficar de forma tão apreensiva", finaliza.

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Conduzido pelo professor Daniel Henrique Bandoni, docente da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), durante o período da pandemia da Covid-19, um estudo apresentou resultados iniciais sobre os efeitos da quarentena em estudantes. Segundo a pesquisa, um terço dos alunos manifestaram ansiedade em níveis moderado e grave.

Ao todo, 687 pessoas participaram do estudo, sendo a maioria mulheres, estudantes de graduação até 25 anos, cor/raça branca e com renda familiar de até cinco salários mínimos. De forma totalmente on-line, a primeira fase do estudo foi realizada por meio de um formulário que abordava questões relacionadas a características sociodemográficas, do domicílio dos participantes durante a quarentena, consumo alimentar, atividade física e avaliação da ansiedade.

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Membros da comunidade acadêmica foram convocados por meio das redes sociais e site da universidade para participar da pesquisa. No levantamento, mais da metade das pessoas analisadas se considerou sedentária ou pouco ativa nos últimos três meses.

A insegurança alimentar foi verificada em 41,5% dos entrevistado, número mais elevado que a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que constatou 25,8% em 2013. O pesquisador ainda convida os membros da comunidade a participarem da nova etapa de coleta, na qual o foco será em informações sobre o período após o primeiro ano de pandemia.

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Ao alcançar a realidade que mais caracteriza a desigualdade social no Brasil, a crise da Covid-19 reafirmou o histórico de abuso psicológico à população periférica e espalhou uma 'epidemia' de depressão nas comunidades. Frente ao desinteresse do poder público em ampliar o atendimento especializado nas favelas, populares se aglomeram na margem do arranjo socioeconômico enquanto tentam se defender dos impactos mais agressivos da pandemia. Sobrecarregados desde a infância, a renda mensal sempre foi insuficiente, mas o pouco cada vez mais se aproxima do nada. 

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Sem oportunidade, a pressão de alimentar a família e se deparar com a geladeira vazia, incapacita e dói, mas a perda de mais de 279.286 familiares realça o sentimento de solidão em todo o País. Uma pesquisa divulgada pela Ipsos aponta que o Brasil é o país que mais sente solidão. De acordo com o levantamento, metade dos mil entrevistados declarou se sentir sozinha e 52% disseram que o sentimento aumentou nos últimos seis meses. 

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A condição de exclusão ficou ainda mais evidente nesse pouco mais de um ano de pandemia no Brasil. Enquanto o vírus apela pelo reforço da higiene, o fornecimento de água ainda é precário. Enquanto a orientação sobre os métodos de prevenção é fundamental, a periferia ainda se vê vulnerável pela falta de educação sanitária. Empurrados para o contágio em um transporte público superlotado, a falta de controle financeiro é remediada com empregos informais. Ao passo que os recordes de mortes são atualizados diariamente, a fila por leitos de UTI tornou-se parte de um cenário onde a gravidade tenta ser abafada e a mente de quem não sabe como reagir à doença batalha consigo por soluções. 

Sem a escuta psicológica adequada, pouco a pouco a 'autodesvalorização' amarga e aumenta os índices de alcoolismo, violência doméstica, dependência química e nas recorrentes tentativas de suicídio. Na comunidade de Chão de Estrelas, no bairro da Campina do Barreto, Zona Norte do Recife, o braço social do Maracatu Cambinda Estrela (1935) funciona há 21 anos como um centro de acolhimento onde "o medo de não poder ter um amanhã" é afastado. Junto aos demais voluntários, a presidente do projeto, Wanessa Santos, reconforta os populares em meio à crise psicológica.

Ela lembra que as pessoas "começaram a se perder" logo nos primeiros meses da Covid-19. Por isso, montou uma frente com nove representantes de outras organizações para arrecadar alimentos e beneficiar mais de sete mil famílias. "As pessoas ficaram sem emprego, perderam suas rendas, adoeceram e perderam também seus entes queridos. Eu vi adolescente perdendo mãe e avô. A gente viu mãe perdendo os filhos. Desse início, até então, as pessoas vêm passando por surtos de ansiedade, medo, crises, pânico e, inclusive, chegaram situações para a gente de pedidos de socorro porque queria cometer suicídio", recorda a coordenadora, que classifica o Maracatu como "um grande quilombo com uma forte relação familiar" que estende o sentimento de união para comunidades vizinhas.

A condição delicada de Chão de Estrelas poderia ser revertida com mais apoio público, destaca Wanessa/Arthur Souza/LeiaJáImagens/Arquivo

Com a cesta básica nacional em R$ 696,71 -valor superior ao repasse do auxílio emergencial-, a projeção do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) fixa o salário-mínimo ideal em R$ 5.495,52. Em janeiro, 12,8% dos brasileiros - equivalente a 27 milhões de pessoas - estavam na linha da miséria, ou seja, viveram com menos de R$ 246 mensais, aponta a pesquisa da Fundação Getúlio Vargas (FGV) com dados das Pesquisas Nacionais por Amostra de Domicílios (Pnads) Contínua. Com a suspensão do benefício em meio à piora da pandemia, a falta de comprometimento do poder público é amplificada pela baixa oferta de atendimento psicológico. "A gente tá vivendo um momento de extrema dor, muitas perdas, muitas mortes e uma falta de perspectiva futura", afirma a presidente do Conselho Regional de Psicologia de Pernambuco (CRP-PE), Alda Roberta Campos.

"Nem é um problema religioso, nem é falta de força de vontade, nem a pessoa escolheu tá deprimida. Depressão é uma doença que vai precisar de um suporte psicológico, muitas vezes de um suporte médico também, de uma equipe multidisciplinar que possa ajudar essa pessoa a se cuidar", destacou a gestora, que acrescentou, "as desigualdades vão se destacar nessa situação. Quando você tem a possibilidade de uma reserva emocional, financeira, de segurança profissional, isso permite que você seja menos atingido".

Apesar de compreender que o atendimento descentralizado oferecido pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é um modelo para outros países, ela divide o sentimento de que falta mais compromisso com o sistema. De acordo com a Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS), do Ministério da Saúde, em dezembro de 2019 - às vésperas da pandemia no Brasil -, o Sistema de Informação em Saúde para Atenção Básica (SISAB) registrou 229.851 atendimentos no SUS para depressão e ansiedade. Um ano depois, já com a crise instalada, 302.060 atendimentos foram realizados. Em Pernambuco, os dados saltaram de 7.660 para 10.309 no mesmo período.









Alda pede atenção para diferenciar a tristeza das perdas da pandemia com um quadro mais sério de transtorno/Júlio Gomes/LeiaJáImagens/Arquivo







"O Brasil tem uma rede de atenção psicossocial. Cada município precisa ter essa rede, que é formada pelos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), pelos centros de convivência e por espaços de cuidado onde a população pode acessar", explica Alda Roberta. A Secretaria de Saúde do Recife (Sesau) disponibiliza 17 Caps - com quatro destinados às crianças e adolescentes -, que seguem abertos para atendimento individual mediante agendamento. A pasta comparou os meses de janeiro de 2020 e 2021, e não identificou aumento de demanda psicológica. Contudo, a queda de 21,6% na fila de espera por consultas foi observada.

Em uma aposta para democratizar o acesso ao acompanhamento profissional, desde maio do ano passado, a Coordenação de Saúde Mental do município passou a oferecer teleatendimento através do aplicativo Atende em Casa. Mais de três mil pessoas foram ouvidas pela equipe multidisciplinar do programa, estima a Prefeitura, que também posiciona 20 equipes de profissionais de sete especialidades no Núcleo de Apoio à Saúde da Família (Nasf) para dar expansão ao suporte. 

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O Transtorno Compulsivo Alimentar Periódico é caracterizado pelo consumo exacerbado e descontrolado de alimentos em um curto período de tempo. Também é possível reconhecer a compulsão em pessoas que sentem a necessidade de comer mesmo quando não estão com fome e quando já estão aparentemente saciadas.

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A compulsão alimentar pode estar associada a vários motivos, como ansiedade, estresse, depressão, além de outros gatilhos emocionais. Estudo realizado por pesquisadores e cientistas do King’s College de Londres, publicado no Brasil pela revista Veja, aponta que a pandemia da covid-19 e o isolamento social também podem ocasionar o surgimento desse transtorno, bem como agravar a situação daqueles que já tinham problemas alimentares antes disso.

A psicóloga Louise Britto explica que os excessos podem ser vistos como a necessidade que uma pessoa tem de encobrir uma falta. “A ansiedade é o medo, a angústia do que pode vir pela frente e através da compulsão alimentar podemos ter a ilusão de que estamos preenchendo esse vazio do que nos falta”, diz.

Em alguns casos, o consumo exagerado de alimentos pode gerar nos indivíduos uma sensação de culpa. De acordo com Louise, isso acontece porque a ingestão incontrolável de comida causa a sensação de rompimento com o ideal que as pessoas buscam, que geralmente é o padrão estético. Na pandemia, a psicóloga afirma que o alimento é um dos maiores recursos de enfrentamento para lidar com o isolamento social. “Então a pessoa pode buscar através da comida o alívio para sintomas de ansiedade”, analisa.

A médica nutricionista Danielle Farias afirma que compulsivos alimentares comem mais do que devem, mais do que necessitam e mais do que podem. Dessa forma, a compulsão alimentar acaba oferecendo riscos à saúde. Esses riscos podem ser o sobrepeso, obesidade e outras doenças como a aterosclerose – depósito e acúmulo de gordura no organismo e nas corrente sanguíneas -, diabetes e hipertensão. “Os compulsivos alimentares são, sim, mais sujeitos a terem outros tipos de patologias”, explica.

Danielle informa que a melhor maneira de controlar a fome e a compulsão é fazer o acompanhamento com um nutricionista e um psicólogo para que eles possam entender quais são os gatilhos emocionais do paciente e o que o faz ter a necessidade de se alimentar o tempo inteiro. Além disso, a médica cita a elaboração de estratégias para que a pessoa consuma alimentos com mais fibra, que provocam uma saciedade maior e “enganam” quem costuma se alimentar o tempo inteiro.

“Um exemplo muito clássico que a gente utiliza muito com compulsivos alimentares é o uso de castanhas, que vão ter gordura e que vão provocar essa saciedade, vão ter bastante fibra, mas o valor calórico desses alimentos não é tão grande”, destaca a nutricionista.

Danielle diz que é muito importante que a alimentação, para quem tem compulsão alimentar, ou outros transtornos alimentares como a bulimia e a anorexia, seja feita de forma individualizada e que o nutricionista deve conhecer a realidade do paciente, as limitações, os gatilhos emocionais e as necessidades dele.

Ela também informa que alguns alimentos podem estar nas estratégias nutricionais para tentar saciar e tirar a angústia do paciente pelo ato de se alimentar. “Castanhas, vegetais crus vão auxiliar nesse processo, mas no geral consumir mais fibras, barrinhas de cereais, barrinhas de proteínas, palitos de cenoura”, cita.

A nutricionista diz que, além do consumo maior de fibras, há a organização dos horários da alimentação. “O tratamento todo vai funcionar com um acompanhamento normalmente quinzenal entre nutricionistas, psicólogos, uma equipe multiprofissional pra conseguir organizar a vida, o emocional e a alimentação desse paciente”, complementa Danielle.

A psicóloga Louise Britto afirma que o processo terapêutico é uma das principais formas de entender qual lugar o alimento ocupa na vida da pessoa e como ressignificar esse lugar, a fim de ter uma relação mais saudável com a comida. Quanto ao momento para iniciar o tratamento da compulsão alimentar, Louise finaliza: “A partir dos primeiros sintomas e indícios da relação disfuncional com a comida”.

Por Isabella Cordeiro.

 

O distanciamento social causado pela pandemia do coronavírus (Covid-19) obrigou muitas pessoas a trabalharem em home office e contribuiu para que diminuíssem as atividades físicas do dia a dia. Diante do cenário pandêmico, a esteticista Thayane Amabili, 27 anos, de Mogi das Cruzes (SP), engordou 12kg, e percebeu que precisava praticar exercícios físicos para reverter a situação. Foi quando decidiu andar de patins. "Senti melhoria em diversos aspectos, como qualidade do sono e de vida, de maneira geral. E com isso perdi 4kg em três meses", destaca.

A Organização Mundial da Saúde (OMS) aconselha no mínimo 150 minutos semanais de qualquer tipo de atividade física, que podem ser programadas, como esportes e caminhadas, ou não programadas, que envolvem limpar a casa, passear com o cachorro ou subir escadas. A endocrinologista Kátia Seidenberger explica que a ausência de exercício e o gasto inferior a 300 calorias diárias ou 2.200 calorias semanais resultam no sedentarismo.

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A médica destaca que o sedentarismo pode causar doenças como obesidade, que é o acúmulo excessivo de peso e gordura, responsável por desencadear diabetes, pressão alta, colesterol alto, doenças cardiovasculares, câncer de mama e intestino. Além disso, a ausência de exercícios pode gerar doenças cardiovasculares, osteoporose e ansiedade.

A esteticista Thayane Amabili passou a andar de patins na pandemia | Foto: Arquivo Pessoal

De acordo com a endocrinologista, os exercícios físicos auxiliam na manutenção dos ossos, articulações e músculos saudáveis, previnem contra a obesidade, e podem reduzir as angústias, como ansiedade, depressão e insônia. "Além de um incrível bem-estar físico e mental, promove longevidade com qualidade de vida", afirma Kátia.

Para evitar o sedentarismo em uma rotina home office, Kátia recomenda realizar de 20 a 30 minutos de atividades físicas antes de iniciar os trabalhos diários. Para isso, pode-se procurar na internet por vídeos explicativos que demonstram exercícios a serem realizados nos lares ou solicitar um instrutor acadêmico que passe sequências de abdominais, alongamentos, corda, pequenos saltos ou polichinelos, que não dependem de aparelhos. "Não exagere. O intuito é apenas reduzir o sedentarismo e a fadiga, não torná-lo um atleta profissional. Ao final de um dia de trabalho, dedique mais 10 minutos para fazer um alongamento do corpo e relaxamento muscular", orienta a endocrinologista.

Aos que desejam fazer caminhada ao ar livre, a médica aconselha a buscar por locais com pouco fluxo de pessoas. Outra dica, é realizar a pausas a cada hora trabalhada, e aproveitar o tempo com algumas atividades físicas leves, como andar pela casa, subir e descer escadas, lavar louça ou varrer. "As atividades de vida diária são excelentes alternativas para manter uma rotina fisicamente ativa", afirma.

Uma pesquisa feita pela Associação Brasileira de Comunicação Empresarial (Aberje) mostrou que 52% dos trabalhadores brasileiros sofrem de ansiedade enquanto estão no local de trabalho. Outros 47% disseram se sentir cansados com frequência, enquanto o desânimo e a frustração foram apontados como principal sentimento por 22% e 21% dos profissionais entrevistados. A observação da falta de empatia dentro das empresas foi observada como importante para 89% dos colaboradores.

Aplicada nas cinco regiões do Brasil em empresas nacionais e multinacionais de pequeno, médio e grande portes, de quase todos os setores da economia, a pesquisa inédita Comunicação Não Violenta nas Organizações retrata a forma como 327 profissionais percebem a prática dessa abordagem a partir de cada um dos tópicos elencados em quatro níveis diferentes: minha equipe, meus pares, liderança e empresa.

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Os dados mostram que dos dez estados emocionais mais citados pelos funcionários entrevistados, cinco correspondem a sentimentos ligados a necessidades não atendidas, sendo que os dois mais identificados são ansiedade e cansaço, seguidos de apreensão, desânimo e frustração, explicado pela falta de empatia. Quando as necessidades são atendidas, os sentimentos que surgem são despreocupação, segurança, calma, realização e satisfação, ou seja, os menos mencionados na pesquisa.

De acordo com o levantamento, os colaboradores se sentem mais conectados aos colegas de trabalho, que estão mais próximos, do que à liderança da empresa. "Os melhores índices apareceram quando o que estava sendo analisado era a própria equipe do funcionário, ou seja, o seu núcleo mais próximo. Isso ia de alguma forma piorando quando ele falava de pares, liderança e ainda mais quando falava de empresa. Ou seja, percebia que ele e pessoas perto dele se atendiam nas escutas, resolviam conflitos e necessidades, mas a empresa como um todo não o fazia com tanta efetividade", disse a especialista em Comunicação Não Violenta (CNV) e curadora da pesquisa, Pamela Seligmann.

De acordo com ela, para entender os resultados da pesquisa é preciso primeiro conhecer os conceitos da CNV, que se baseia na escuta e na empatia com os outros e consigo mesmo e na identificação de necessidades. "As necessidades estão por trás de tudo o que fazemos. Cada vez que temos um ato de violência estamos expressando uma necessidade que não está sendo atendida. De alguma forma, quando somos grosseiros, rudes, violentos, estamos pedindo ajuda".

Para Pamela os resultados da pesquisa indicam que as empresas precisam trabalhar a percepção dos colaboradores de que está sendo uma ouvinte das necessidades dos seus funcionários. "Isso altera o sentimento de confiança, de participação, orgulho de participar, conhecimento, lugar para dar opiniões e ideias, envolvimento, motivação, tudo o que tem a ver com o clima da organização", disse.

A pesquisa, conduzida pelo economista e doutor em filosofia pela Universidade de São Paulo (USP) Leonardo Müller e pelo consultor de Recursos Humanos e Desenvolvimento Organizacional, ambos colaboradores da Aberje, Carlos Ramello, visa a iniciar uma reflexão mais aprofundada sobre algumas dimensões corporativas, aspectos trabalhados nos projetos de Comunicação Não Violenta (CNV), metodologia que promove a comunicação eficaz e empática e estabelece pontes de diálogo em um mundo cada vez mais centralizado.

"A partir dessas oito dimensões, foram elaboradas as perguntas. A ideia era que as pessoas pudessem nos contar como elas percebem a organização onde trabalham quanto à qualidade de escuta, ao atendimento de suas demandas, se há uma comunicação baseada em fatos e dados ou em julgamentos e como lidam com conflitos", explicou Pamela.

Ela destacou que e uma das coisas que talvez tenha sido negligenciada é a qualidade das relações que se quer estabelecer, e nem sempre o problema é de comunicação entre as pessoas dentro da empresa e sim de relação. "É o tipo de relacionamento que está sendo estipulado, no qual o que uma pessoa diz é interpretado, julgado, inferido e não escutado na íntegra. No qual não se percebe qual é a real necessidade. Ou onde não se pode expressar quais são as verdadeiras necessidades".

Para Pamela, ainda há um espaço que não foi aberto para que as pessoas possam exercer seu estado adulto de consciência, com protagonismo, responsabilização, ação, que significa na CNV que a pessoa se torne responsável pelo que quer, pelo que escolhe e pelo que faz.

"As empresas também têm negligenciado a qualidade de vida, da saúde mental. Neste ano que passou, no qual o home office se estabeleceu e que, por um lado, trouxe muitas coisas boas, também as empresas invadiram o espaço doméstico e muita gente não está conseguindo cuidar de sua saúde emocional, ficando desconectada de suas necessidades e em um estado de violência", afirmou.

A curadora da pesquisa concluiu que as empresas podem olhar para a questão e fazer uma linguagem de CNV que não é passiva, e sim de responsabilização e olhar sobre as necessidades de todos os participantes dessa comunicação.

O isolamento social causado pelo coronavírus (Covid-19) contribuiu para o aumento de casos de depressão e ansiedade. De acordo com uma pesquisa feita pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), o número de pessoas com depressão aumentou 90% nos primeiros meses da pandemia, e os distúrbios de ansiedade dobraram. Para aliviar as doenças, a meditação tem sido uma das principais dicas dos psicólogos.

A atriz Ana Cecília Mamede, 36 anos, do Rio de Janeiro, pratica meditação há cinco anos. A rotina é de quatro vezes por semana, em sessões de 30 minutos. "A meditação guiada melhorou bastante a minha qualidade de vida, isso é inegável", conta. Devido à prática meditativa, ela relata ter conseguido paz interior, calma e foco para lidar com as tarefas do dia a dia. "Houve melhora na qualidade do sono, diminuiu a ansiedade, aumentou o foco e a disciplina", complementa.

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De acordo com a especialista em desenvolvimento humano sobre meditação Ester Gomes, a prática reduz os níveis de estresse, aumenta a capacidade de memorização, auxilia no raciocínio lógico, desenvolve a criatividade, reduz dores crônicas, contribui com a imunidade e traz uma percepção mais empática da vida.

Na pandemia, diversos trabalhadores tem enfrentado dificuldades, seja no presencial ou home office, e que se transformam em preocupações psicológicas que afetam o bom desempenho. "É necessário promover a meditação em prol de acalmar e ajudar os funcionários, para visar uma melhor produtividade. Mente e corpo saudáveis são capazes de coisas extraordinárias", explica Ester.

O principal elemento da meditação é a respiração. Segundo Ester, se concentrar em silêncio, seja sentado ou deitado, ajuda a relaxar. Ao fechar os olhos e se concentrar no som, a intuição pode ser favorecida. "Lembre-se que você está se dando este momento de presente. Este é um mergulho para dentro de si mesmo. Seja por três minutos ou 30, é para você. Então, aproveite", orienta.

Relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) a respeito de depressão e distúrbios de ansiedade colocou o Brasil na primeira colocação entre os países mais ansiosos do mundo. Segundo o estudo, em torno de 18 milhões de brasileiros sofrem com o problema.

Relatos de ansiedade são corriqueiros, por exemplo, entre estudantes submetidos à intensa preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Durante a pandemia da Covid-19, o problema foi potencializado diante dos imbróglios em torno da organização da prova e devido à massificação do ensino remoto. A praticamente 24 horas do atípico Enem 2020, é necessário colocar em prática estratégias que possam, ao menos, diminuir o nervosismo e, consequentemente, os efeitos ansiosos entre os candidatos. Ter calma, neste momento, por mais que pareça clichê, é essencial.

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Natalia Cavalcanti de Brito, 18, terminou o ensino médio em 2019. No Enem 2020, fará a prova em busca da aprovação na graduação de medicina, após um ano marcado por estudos intensos, principalmente durante o ensino remoto. Visando conter os efeitos da ansiedade, já que de certa forma existe uma pressão social pela aprovação, a jovem definiu mecanismos; ela procura praticá-los até mesmo a poucos instantes antes do Exame.

“Em relação à ansiedade, tentei vários mecanismos para conseguir manter a calma e não deixar o nervosismo tomar conta. Primeiro, mudei um pouco a minha alimentação e aumentei o consumo de frutas e verduras. Isso, somado a dormir cedo e meditar com o auxílio de aplicativos na internet, melhorou demais o meu preparo emocional”, revela Natalia.

Orientações de especialistas

De acordo com Thais Oliveira, psicologia do Colégio GGE, do Recife, a poucas horas da prova, ainda assim podem ser adotadas técnicas que minimizem os impactos da ansiedade. Uma delas, segundo a especialista, se chama “meu lugar de paz”.

A técnica funciona da seguinte maneira: se o estudante estiver ansioso, muito preocupado antes da prova, ele pode direcionar seu pensamento a algo que, simplesmente o traga paz. Um abraço carinhoso da mãe, um passeio leve com a namorada, ou filme com conteúdo motivado. Há diversas ocasiões que nos trazem prazer e bem estar, proporcionando, dessa forma, “paz”. Nesse sentido, os candidatos devem direcionar seu olhar a esses momentos.

“São técnicas que a gente precisa desenvolver para que o desespero saia de nós. Se eu fico com o desespero impregnado, vai vir uma sensação a ponto de trazer uma ansiedade muito forte. Por isso, é importante focar no que realmente pode ser bom, e não criar um pânico em relação à prova. Preciso realmente desenvolver uma sensação de bem estar para ter energia para uma prova tão desafiadora que é o Enem”, explica a psicóloga.

O psicólogo e professor de geografia Dino Rangel destaca que o Enem é importante, mas não precisa ser uma carga na vida do candidato. Para o especialista, a aprovação é valorosa na vida de um aluno, mas a reprovação não pode ser apontada como um fracasso definitivo.

“Pare, pense, respire e tenha calma. Se você tem a consciência que você fez o melhor possível, que deu o máximo de si para esta prova, compreenda que ela será apenas uma conversa com você. Você estará dialogando, colocando em prática tudo o que estudou”, diz o psicólogo.

“Mas, eu não estudei, não me dediquei da melhor maneira possível. Não é momento de se desesperar e sim de se conscientizar. Vá lá e também converse com sua prova, faça por experiência. A sua vida é muito mais que uma prova. Então, se dedique melhor ano que vem e vá em busca de seu sonho”, acrescenta Rangel.

O coordenador de tecnologias educacionais do Colégio CBV, situado na capital pernambucana, Jaime Cavalcante, alerta para a necessidade de os estudantes tentarem conter a ansiedade, principalmente neste ano marcado pela pandemia da Covid-19. “A ansiedade, quando não é cuidada, pode gerar prejuízos para os jovens, diminuir a concentração e a capacidade de raciocínio, além de aumentar a dificuldade de interpretação, impactando no resultado das provas”.

Na visão do educador, os familiares também têm um papel importante para auxiliar os jovens em um momento tão intenso. “O jovem deve ser incentivado a encontrar maneiras de relaxar, limpar a mente em alguns momentos. Isso é muito importante, inclusive, para que consiga absorver as informações quando está estudando. Pode ser a prática de alguma atividade física, meditação, leitura por diversão. São várias as ferramentas que podem ser buscadas para limpar a mente e renovar o fôlego para administrar os estudos”, detalha.

As provas do Enem impresso serão realizadas neste domingo (17) e no dia 24 deste mês. No primeiro dia, os candidatos enfrentarão questões de Ciências Humanas, Linguagens e redação. Já no último dia do Exame, haverá quesitos de matemática e Ciências da Natureza. Ao todo, 5,8 milhões de inscrições foram confirmadas.

Os portões dos locais de prova serão abertos ao meio dia e fechados às 13h, conforme o horário de Brasília. O início está marcado para 13h30.

A pandemia do novo coronavírus, segundo especialistas, pode potencializar problemas emocionais. Estudantes que se preparam para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) 2020, por exemplo, além dos estudos, precisam lidar com questões de ordem mental, como a ansiedade. O LeiaJá entrevistou especialistas da área da saúde para trazer dicas sobre como combater a ansiedade às vésperas da realização da prova.

Segundo o Ministério da Saúde, a ansiedade pode ser caracterizada como um estímulo que impulsiona o indivíduo a entrar em ação, porém, em excesso, faz exatamente o contrário. E na reta final para aplicação do Enem 2020, cujas provas estão marcadas para os dias 17 e 24 de janeiro de 2021, na versão impressa, e 31 de janeiro e 7 de fevereiro, na modalidade digital, as sensações de aflição ou angústia, podem aumentar.

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A psicopedagoga Juliana Lapenda explica que “é comum a ansiedade se fazer presente nesse período de provas do Enem, motivada pela própria sociedade, disputa, pressões dos familiares e escolas e tem aumentado muito por causa da pandemia”. Os sintomas podem ser notados por meio do comportamento, com o “aumento ou falta de apetite, diminuição na concentração, sudorese, que é mais comum nas mãos”, enfatiza a especialista.

Quem convive com os jovens e as expectativas típicas da época são os professores da educação regular ou de cursinhos preparatórios, como o docente de redação Júnior Nóbrega, que identifica alguns acontecimentos que contribuíram para deixar os estudantes mais ansiosos. “O estudante está o tempo todo dentro de casa e, com isso, ficaram sem o horário correto para estudo, além da questão das incertezas geradas com relação à data de aplicação da prova… O estudante brasileiro, em 2020, está sofrendo um processo de ansiedade muito acima do padrão”, comenta o docente.

O estudante Marinaldo Santana, de 18 anos, morador do município de Bezerros, no Agreste de Pernambuco, reconhece muito bem os efeitos de estudar na modalidade remota e o convívio com a família. “Pensam que é apenas estudar, mas não é. Possuímos sentimentos, e muitas vezes nos tornamos fracos por acumular isso, por pensar que não seremos elegíveis e para driblar isso tudo, eu me afastei um pouco das redes sociais e investi em equilibrar meus estudos com minha sanidade mental", relata vestibulando.

A psicopedagoga Juliana Lapenda reforça que, neste período, um dos fatores de maior ajuda é o apoio emocional da família e dos professores. “Os professores e familiares podem e devem ajudar os estudantes desde do começo da preparação auxiliando na rotina para o estudo”, orienta a profissional. Lapenda também diz que é necessário desacelerar o ritmo dos estudos, pois “nosso cérebro precisa do descanso para uma mente saudável e pronta para assimilar os conteúdos, tirar dúvidas quando o estudante precisar”.

A ansiedade, que possui efeitos psíquicos somáticos, também pode ser tratadas por outros profissionais das áreas da saúde, com dicas simples que podem amenizar as sensações desagradáveis, por meio da nutrição e da educação física. “A ansiedade pode descontrolar a alimentação e sabemos que há alimentos que auxiliam no controle da ansiedade. Além disso, o educador físico também é importante, pois a prática regular de exercícios físicos pode produzir efeitos antidepressivos e ansiolíticos, além de proteger o organismo dos efeitos prejudiciais do estresse na saúde física e mental”, indica a psicopedagoga.

Alimentação e exercícios físicos

Em entrevista ao LeiaJá, a profissional em nutrição Geziane Melo listou orientações para reduzir os impactos negativos da ansiedade no desempenho dos feras, através da alimentação. Para a nutricionista, o primeiro passo é evitar alimentos como frituras, industrializados, enlatados, embutidos, refrigerantes e bebidas alcoólicas. No lugar desses alimentos, Geziane recomenda a ingestão de “mais salada com verduras cozidas ou cruas, mais frutas como a banana, que é aliada no combate da ansiedade, pois libera triptofano que ajuda na produção da serotonina, carnes brancas, e chocolate que também auxilia a produção de serotonina e melhora o humor”. "Além do magnésio e da vitamina D3, presentes nas carnes em geral e nos peixes e leites, ovos e derivados que aliviam os sintomas da ansiedade", conclui. O consumo deve ser moderado.

A nutricionista também acrescentou que durante a semana que antecede a prova, é importante “se desconectar dos eletrônicos para poder dormir melhor, fugir da rotina de estudos, e procurar desopilar de alguma forma tranquila, respeitando as limitações impostas pela pandemia da Covid-19”.

Outros aliados nesse caminho de diminuir as implicações da ansiedade e potencializar a concentração são os exercícios de respiração e atividades físicas leves, conforme indicados pelo profissional de educação física Verner Roberto da Silva, sócio-proprietário do Mente Fitness Group, atuante na prevenção de doenças e lesões. “Quando nos exercitamos, liberamos diversos hormônios positivos, além de trabalhar nossa respiração e autoestima, essa última, estando em baixa, é uma das características do transtorno ansioso”, comenta o educador físico.

O profissional ainda salienta que é possível lidar de forma positiva com quadros de ansiedade, principalmente para aqueles que estão prestes a enfrentar um vestibular. “O ideal seria o estudante já vir se preparando há um bom tempo e não buscar a preparação física e mental apenas em instantes próximos da prova. Mas, estando próximo da prova, praticar exercícios que tenham mais afinidades e que não exijam um elevado índice de aprendizado, já ajudará”, orienta o sócio-proprietário do Mente Fitness Group.

Atividades como “meditar, correr, caminhar, são ótimos exercícios terapêuticos que agem no controle da respiração e ajudam a assimilar os conteúdos com mais tranquilidade, além de ajudar no autocontrole e autoconhecimento”, recomenda o profissional.

A recomendação feita por Verner tem sido uma das estratégias de relaxamento utilizadas pela estudante secundarista Giovana Nascimento, 18 anos, que reside em Carpina, Agreste de Pernambuco. “Penso que estudei o que precisava ter estudado, e que mesmo após crises e crises de ansiedade, eu não desisti. Além disso, eu faço uns exercícios e medito um pouco todo dia”, afirma a estudante.

Aos estudantes, o educador físico Verner faz uma nova recomendação com relação a exercícios mais pesados. Podem ser feitos “exercícios que não sejam intensos, pois isto pode causar ainda mais estresse e assim causar pânico, acentuando a ansiedade”. Segundo Verner, o controle da respiração está diretamente ligado ao Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático, ou seja, "quando a respiração está calma e tranquila, estamos acionando uma parte do nosso sistema nervoso e, quando não, atingimos outra parte, o que conhecemos como o Sistema Nervoso Simpático e Parassimpático". Ele acrescenta: "Um nos deixa totalmente em alerta e outro mais relaxado”.

Cuidados com a respiração

O profissional de educação física descreveu etapas sobre como realizar exercícios básicos de respiração que auxilia na redução do estresse excessivo, que induz crises de ansiedade. “Quando estamos estressados e ansiosos nós temos a tendência de fazer uma respiração que não percebemos, na região torácica. Isso nos faz gerar uma série de tensões, como na musculatura do pescoço e trapézio, que faz parte da musculatura das costas”, explica o profissional.

Nas orientações do exercício, o educador físico explica a forma correta de realizar a boa respiração, a diafragmática. “Para fazer um movimento e respiração diafragmática precisa, necessariamente, que nós façamos uma expansão da nossa costela, que é o gradil costal”, detalha.

O professor de geografia e psicólogo Dino Rangel, em parceria com o projeto Vai Cair No Enem, participa do quadro "Calma". Nele, o especialista dá dicas para os vestibulandos para diminuir os efeitos da ansiedade:

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"Olá, aqui é Nightline, estou ouvindo". Os telefones dessa linha gratuita de atenção para estudantes em Paris não param de tocar desde março. Depressão, ansiedade, dificuldade para dormir... A pandemia deixou uma enorme marca psicológica nos jovens.

Todas as noites, entre 21h30 e 2h, essa associação dirigida por estudantes recebe dezenas de ligações de outras pessoas com sintomas de ansiedade, ou sintomas depressivos, devido ao confinamento.

"Quando você começou a se sentir assim?", pergunta um dos 60 voluntários do Nightline que, após treinamento, revezam-se no telefone.

Do outro lado da linha, jovens entre 18 e 24 anos procuram um ouvido amigável para desabafar.

Os voluntários não dão conselhos diretos, mas apenas ouvem com empatia, com compaixão e sem julgamentos.

"Às vezes é mais fácil desabafar com alguém com quem não se tem uma relação hierárquica, como um psicólogo, alguém como eles que pode entender o que está passando", diz à AFP Daphne Argyrou, que trabalha na Nightline há dois anos.

- 31% com transtornos psicológicos -

Por questões de sigilo, os voluntários não podem revelar os detalhes das conversas, mas apontam entre os sintomas mais recorrentes problemas de ansiedade, tristeza, isolamento, baixo-astral, insônia e aparecimento de transtornos como depressão.

"Encontramos os temas usuais, como problemas de solidão, ou incertezas sobre o futuro, mas agravados pelo confinamento”, explica à AFP Florian Tirana, presidente da Nightline França.

"Também recebemos muitos telefonemas de estudantes estrangeiros, que têm problemas particulares... Não é fácil ficar confinado em um país que não é o deles, cuja língua não falam, com outros códigos culturais", acrescenta.

Criada em 2016, a associação percebeu uma explosão no número de ligações desde o dia em que foi decretado o primeiro confinamento na França, em 17 de março.

"Entre 40 e 50 pessoas procuram nos contatar todas as noites por telefone, ou por chat, é o dobro do ano passado", diz Tirana.

E os telefones tocam ainda mais desde que um segundo confinamento foi decretado há 15 dias para desacelerar o avanço do novo coronavírus, que já ceifou a vida de quase 47.000 pessoas na França.

De acordo com uma pesquisa nacional realizada pelo Observatório Francês da Vida do Estudante (OVE), metade dos estudantes sofreu de solidão, ou de isolamento, durante o primeiro confinamento. E 31% deles apresentaram transtornos psicológicos.

Estudantes estrangeiros e com dificuldades financeiras são os mais afetados.

- "De 10.000 passos ao dia para 8" -

Muitos alunos também procuram ajuda de profissionais. "Em tempo normal, o sistema já está lotado, mas agora está completamente saturado", diz a psiquiatra Dominique Montchablon, chefe de departamento da Fundação de Saúde Estudantil da França.

Inés, uma estudante de arquitetura sem histórico de transtornos psicológicos, começou a consultar um psiquiatra após um primeiro ataque de pânico. "Foi isso que me fez perceber que eu estava com depressão, todos notavam, menos eu", diz a jovem de 24 anos.

"Meus dias são muito menos ativos do que de costume. Antes eu praticava esportes, saía para festas. Agora não durmo bem e me sinto física e mentalmente exausta, embora não faça muito... Antes eu dava 10.000 passos por dia, hoje dou oito", conta, mostrando seu telefone.

Para ela, o "sentimento de isolamento" é ainda mais forte durante esse segundo confinamento. "Há dias em que não estou nada bem. No primeiro confinamento, disseram para a gente que era 'excepcional'. O segundo é demais... A única coisa que espero é saber se posso passar o Natal com a minha família", suspira.

Para Dominique Montchablon, quando esses sintomas ocorrem, é importante agir rapidamente. "Há uma continuidade entre o bem-estar, o equilíbrio psicológico durante os estudos e o bem-estar depois, quando se depara novamente com o acúmulo de fatores de estresse", afirma.

E avisa: "Essas vulnerabilidades que se revelam na vida universitária vão ser reativadas na vida profissional. É a questão do estresse e do burn-out".

A Troposlab, empresa especializada em inovação, conduziu uma pesquisa que analisou os impactos na saúde mental dos empreendedores durante a pandemia de Covid-19. Realizado em parceria com a Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), o estudou contou com 653 participações de empresários brasileiros.

De acordo com a pesquisa, 51,1% dos empreendedores disseram que tiveram a vida afetada pela pandemia, mas se sentiram bem a maior parte do tempo. Por outro lado, 24,9% dos entrevistados alegaram que foram muito afetados.

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Ainda segundo o estudo, 15,6% dos entrevistados revelaram que precisaram de acompanhamento e cuidados com a saúde mental. Eles usaram antidepressivos e ansiolíticos.

“Os sintomas de doenças psicológicas aumentam à medida que o rendimento familiar cai, ainda que com força pequena. Mas quanto mais o empreendedor percebe que possui estratégias pessoais para lidar com os desafios trazidos pela pandemia, menores são os seus níveis de adoecimento psicológico”, comentou a sócia e diretora de cultura da Troposlab, Marina Mendonça, conforme informações da Agência Sebrae de Notícias.

A análise mostrou também que as mulheres empreendedoras apresentaram maior intensidade de sintomas para ansiedade (28,5%) na comparação com os homens, cujo percentual foi 22,2%. Elas também sentiram mais estresse (5,36%), enquanto 5,22% dos empresários foram impactados.

No que diz respeito à depressão, a pesquisa revelou que a maior prevalência também foi em donas de negócios, atingindo 10,4% desse público. Entre os homens, a doença afetou 3,4%.

“O relatório afirma ainda, que 80% dos empreendedores apresentam níveis baixos de estresse, ansiedade e depressão, enquanto cerca de 4 a 6% apresentam níveis severos dos mesmos sintomas. Desses, 13,8% dos respondentes disseram que sim para depressão, enquanto 50,7% disseram que sim para ansiedade. Os estados de São Paulo, Goiás e Distrito Federal foram que mais apresentaram frequência em sintomatologia alta, o que poderia apontar para níveis de sofrimento psicológico mais altos”, informou o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A pesquisa concluiu que, em meio ao crítico cenário de saúde e econômico da pandemia do novo coronavírus, os empresários que conseguiram desenvolver um plano de contingência tiveram melhor resultado e sofreram menos efeitos de transtornos de ordem mental. “Os empreendedores que têm maior propensão a planejar suas ações, além de garantir maior chance de vida ao seu empreendimento, também conseguem reduzir os efeitos negativos da pandemia sobre sua qualidade de vida”, acrescentou o presidente do Sebrae, Carlos Melles, conforme informações da agência de notícias do órgão.

O cantor colombiano J Balvin usou as redes sociais, na última terça-feira (3), para explicar aos seus fãs e seguidores o motivo de sua ausência nas plataformas. Através de seus Stories, o artista contou que o afastamento é porque ele está lutando contra a ansiedade e a depressão.

“Como qualquer ser humano, tive alguns desafios. Desta vez é ansiedade e um pouco de depressão. Não gosto de atuar ou fingir minha felicidade ou que tudo é perfeito. Eu sou como qualquer ser humano. Sou frágil e vulnerável, possivelmente mais do que todos vocês", comentou o artista.

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Ele já falou em outras ocasiões abertamente sobre os problemas de saúde mental e apesar das dificuldades, J Balvin se manteve positivo em seu relato. “Em breve, a tempestade vai passar e eu estarei de volta contando piadas com todos vocês. Não estou aqui para atuar, mas para ser real e compartilhar o que estou sentindo no momento”, disse.

Em novembro de 2019, o cantor havia compartilhado um vídeo curto em seu perfil no Instagram falando sobre a sua luta contra a ansiedade e a depressão e escreveu: “Ansiedade e depressão são uma realidade, talvez seja parte da minha missão na terra falar sobre coisas que poucos aceitam. Simplesmente aceitando que sou humano como todo mundo".

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