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A Antártida Oriental registrou nesta semana temperaturas de mais de 30°C acima do normal, um "recorde absoluto", informaram especialistas no Twitter.

A base de pesquisa franco-italiana Concordia, instalada na cúpula C do planalto antártico a mais de 3 km de altitude, registrou na sexta-feira 11,5°C abaixo de zero, "um recorde absoluto para todos os meses combinados, superior aos -13,7°C em 17 de dezembro de 2016", disse Etienne Kapikian, do Météo-France, o serviço meteorológico nacional da França.

Embora as temperaturas devessem ter caído com o fim do verão meridional, a base de Dumont d'Urville, localizada na costa da Terra Adelia, bateu o recorde do mês de março mais ameno, com +4,9°C, e temperatura mínima de +0,2° C em 18 de março.

Gaëtan Heymes, especialista da Météo-France, afirmou se tratar de um "evento historicamente ameno no leste" do continente congelado, com temperaturas de 30 a 35°C acima das normas sazonais.

"Esta é a época em que as temperaturas deveriam cair rapidamente, já que o solstício de verão ocorre em dezembro", explicou Jonathan Wille, pesquisador do Instituto de Geociências Ambientais de Grenoble.

“Esta onda de calor na Antártida está mudando o que pensávamos ser possível para o clima antártico”, acrescentou.

No momento em que um evento ocorre não é possível atribuí-lo às mudanças climáticas, porém, um dos sinais mais claros do aquecimento global é o aumento do número e da intensidade das ondas de calor.

Os pólos estão aquecendo ainda mais rápido do que a média do planeta, que aumentou em média cerca de 1,1°C desde os tempos pré-industriais.

Em fevereiro, a camada de gelo da Antártida atingiu sua menor área desde o início das medições por satélite em 1979, com menos de 2 milhões de km2, de acordo com o Centro Nacional de Dados de Neve e Gelo dos Estados Unidos.

O barco "Endurance", do explorador anglo-irlandês Ernest Shackleton, foi localizado no Mar de Wedell, na Antártica, mais de um século depois de um dos naufrágios mais famosos da história - anunciaram os líderes de uma expedição nesta quarta-feira (9).

O "Endurance" foi encontrado a uma profundidade de 3.008 metros e a seis quilômetros do local do naufrágio.

"Estamos impressionados com nossa sorte por conseguirmos localizar e captar imagens do 'Endurance'", declarou o diretor da missão de exploração, Mensun Bound.

"É o melhor barco de madeira naufragado que já vi: está erguido, orgulhoso do fundo do mar, intacto e em um estado de preservação brilhante", relatou o explorador.

"Você pode até ver o 'Endurance' na popa", completou.

Organizada pela Falklands Maritime Heritage Trust, a expedição de busca incluiu quase 100 pessoas. Zarpou da África do Sul em 5 de fevereiro com a esperança de encontrar os destroços.

Há mais de um século, Shackleton tentou cruzar a Antártica, em uma travessia de 2.900 quilômetros através do continente gelado, do Mar de Weddell ao Mar de Roos, passando pelo Polo Sul.

Em janeiro de 1915, porém, o navio ficou preso no bloco de gelo no Mar de Weddell. O barco permaneceu encalhado por meses e, finalmente, foi perfurado pelo gelo e afundou.

A expedição se tornou, então, uma missão de sobrevivência da tripulação, que acampou durante meses e acabou se refugiando na inóspita ilha Elefante.

Shackleton partiu em busca de ajuda com alguns companheiros, em um precário bote, até as ilhas Geórgia do Sul, no Atlântico sul, retornou e conseguiu resgatar com vida toda tripulação. A expedição é recordada até hoje como uma viagem heroica.

A expedição que localizou o "Endurance" usou tecnologia de última geração, como drones submarinos, para explorar a região, descrita pelo próprio Shackleton como a "pior parte do pior mar do mundo".

Os cientistas o batizaram de "A Coisa": um misterioso fóssil do tamanho de uma bola de basquete encontrado na Antártica e que permaneceu em um museu chileno à espera de alguém que descobrisse do que se tratava exatamente.

Agora, uma investigação revelou que o misterioso fóssil, encontrado há nove anos por cientistas da Universidade do Chile e do Museu Nacional de História Natural, é na realidade um ovo de casca mole, o maior que se conhece até o momento, possivelmente de um tipo de serpente ou lagarto que viveu há mais de 66 milhões de anos.

Essa revelação acaba com quase uma década de especulações sobre o fóssil, e poderia mudar as teorias sobre a vida de criaturas marinhas nessa era, declarou Lucas Legendre, principal autor da pesquisa publicada nesta quarta-feira (17) na revista Nature.

Segundo a análise realizada conjuntamente por cientistas da Universidade do Texas, da Universidade do Chile e do Museu Nacional de História Natural, trataria-se do maior ovo da era dos dinossauros.

O fóssil foi descoberto em 2011, por um grupo de cientistas chilenos na Antártica. Parece uma grande bola de basquete, e mede nada menos que 29 por 20 centímetros.

"Esta é uma das poucas vezes em que um ovo foi encontrado em sedimentos marinhos e, além disso, é de casca mole. É curioso que tenha sido preservado lá. (...) Isso talvez nos dê uma pista de que tipo de ambiente poderíamos encontrar outros ovos desse tipo", explica Alexander Vargas, pesquisador da Faculdade de Ciências da Universidade do Chile, e diretor do Projeto de Registro de Fósseis e Evolução de Vertebrados.

Há anos os cientistas visitantes examinaram esse fóssil sem sucesso, até que, em 2018, um paleontólogona Universidade do Texas sugeriu que poderia ser um ovo. Essa hipótese não era a mais óbvia, por causa do seu tamanho e aparência, e não havia esqueleto para confirmá-la.

"Eles realmente não tinham uma ideia muito clara do que poderia ser, então chamaram de 'The Thing', como o filme", explicou Vargas.

A análise de partes do fóssil revelou "uma estrutura em camadas semelhante a uma membrana macia e uma casca externa muito mais fina, sugerindo que ela tinha uma casca mole", detalha Lucas Legender.

"Isso também foi confirmado por análises químicas, que mostraram que a casca dos ovo era diferente dos sedimentos que a rodeavam, e originalmente era um tecido vivo".

Mas existem outras questões ainda não resolvidas, como qual animal teria um ovo tão grande - até hoje somente um maior, mas não de casca mole, foi encontrado, produzido pela agora extinta ave elefante de Madagascar.

A equipe acredita que este ovo é proveniente de um réptil aquático, possivelmente de um grupo conhecido como mosassauros, que eram comuns na região.

Segundo informações coletadas pelo satélite Copernicus, da Comissão Europeia, um buraco da camada de ozônio que havia surgido em março deste ano no Ártico está curado. O fenômeno era o maior registrado na comparação com os que se formam anualmente na Antártica.

De acordo com a Agência Espacial Europeia (ESA), o buraco foi causado por fenômenos incomuns, entre eles, um vórtice polar de ar frio que, ao perder forças, permitiu que a ferida da camada de ozônio fosse curada.

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A região da estratosfera age como um filtro solar no planeta, protegendo os seres vivos dos raios ultravioleta. Nos últimos anos, muitas organizações têm feito trabalhos de conscientização para estimular a redução de produtos químicos, que podem prejudicar a estrutura da camada.

Embora o buraco do Ártico tenha sido curado, a ferida da camada de ozônio causada na Antártica ainda é preocupante. A Nasa registrou uma diminuição do fenômeno por conta da proibição de produtos químicos, mas o processo de cicatrização pode levar décadas.

O ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, afirmou através de seu twitter que a reconstrução da estação brasileira Comandante Ferraz, na Antártica, é "um grande projeto do governo Jair Bolsonaro (sem partido)". No entanto, a iniciativa para a retomada do projeto é da ex-presidente Dilma (PT), que fez a licitação em 2015. 

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No ano de 2012, a estação foi destruída por um incêndio e, segundo o Ministério da Defesa, em outubro desse mesmo ano o governo brasileiro determinou a instalação de módulos emergenciais e o desmonte da estação. Já em 2013, foi aberta a licitação para a reconstrução do local. 

No entanto, só em 2015, a empresa chinesa CEIEC manifestou interesse em participar da obra e assinou contrato com o governo brasileiro - começando a reconstrução em 2016 - ainda sob a gestão petista. Publicação do IG mostra que a segunda etapa da obra foi concluída em 2017, já sob a gestão de Michel Temer (MDB). Diferente do que o ministro afirma, o atual governo só ficou responsável pela última etapa da estação, concluída em abril de 2019 - que será inaugurada nesta quarta-feira (15).

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reinaugura amanhã (15) a Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do Brasil na Antártica. O mau tempo impediu a chegada de Mourão e das autoridades que vão participar da cerimônia. A informação foi confirmada pela Marinha.

O novo prédio, que fica na ilha Rei George, na Baía do Almirantado, e foi erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória. O evento vai ser transmitido ao vivo pela TV Brasil e pelas redes sociais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 sofreu um incêndio de grande proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.

"[A estação]  vai dar melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores, vai manter nossa presença no trabalho que está sendo feito pela comunidade científica internacional, de buscar respostas e avanços no conhecimento, na tecnologia, outras áreas que são pesquisadas lá. Ao mesmo tempo, permite que a Marinha faça um adestramento em termos de logística, em termos de deslocamento em águas, que não são tão tranquilas assim. Nós, do governo Bolsonaro, vemos com extrema satisfação este momento de reinaugurarmos a Estação Comandante Ferraz e darmos uma nova roupagem ao trabalho de pesquisa que está sendo realizado lá", afirmou o vice-presidente, em entrevista exclusiva à EBC.

Estação Antártica

Ocupando uma área de 4,5 mil metros quadrados, a estação poderá hospedar 64 pessoas, segundo a Marinha. O novo centro de pesquisas vai contar com 17 laboratórios. Cientistas da Fiocruz, por exemplo, estão entre os primeiros a trabalhar na nova estação, desenvolvendo pesquisas na área de microbiologia, a partir da análise de fungos que só existem na Antártica, e no poder medicinal desses micro-organismos. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia) também já confirmou que vai desenvolver projetos meteorológicos na base brasileira.

Para ficar acima da densa camada de neve que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. Os quartos da base, com duas camas e banheiros, abrigarão pesquisadores e militares. A estação também tem uma sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências. 

Em todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio. 

A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.

O projeto de reconstrução da estação é todo brasileiro e começou a ser executado em 2017 pela empresa China Electronics Import and Export Corporation, que venceu a licitação do governo. A companhia de engenharia precisou dividir a obra em três etapas, porque entre os meses de abril e outubro é impossível realizar qualquer atividade externa na Antártica devido ao frio intenso, às tempestades de neve e aos ventos fortes. Por causa disso, os chineses construíram os módulos na China durante o inverno e transportaram para a Antártica nos verões de 2017, 2018 e 2019, a fim de fazer a instalação. 

O Brasil faz parte de um seleto grupo de 29 países que possuem estações científicas na Antártica. Esta presença é muito importante porque, de acordo com o tratado antártico, só quem desenvolve pesquisas na região poderá definir o futuro do continente gelado.

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, reinaugura nesta terça-feira (14) a Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do Brasil na Antártica.

O novo prédio, que fica na ilha Rei George, na Baía do Almirantado, e foi erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória. O evento vai ser transmitido ao vivo pela TV Brasil e pelas redes sociais da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

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A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 sofreu um incêndio de grande proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.

"[A estação]  vai dar melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores, vai manter nossa presença no trabalho que está sendo feito pela comunidade científica internacional, de buscar respostas e avanços no conhecimento, na tecnologia, outras áreas que são pesquisadas lá. Ao mesmo tempo, permite que a Marinha faça um adestramento em termos de logística, em termos de deslocamento em águas, que não são tão tranquilas assim. Nós, do governo Bolsonaro, vemos com extrema satisfação este momento de reinaugurarmos a Estação Comandante Ferraz e darmos uma nova roupagem ao trabalho de pesquisa que está sendo realizado lá", afirmou o vice-presidente, em entrevista exclusiva à EBC.

Ocupando uma área de 4,5 mil metros quadrados, a estação poderá hospedar 64 pessoas, segundo a Marinha. O novo centro de pesquisas vai contar com 17 laboratórios. Cientistas da Fiocruz, por exemplo, estão entre os primeiros a trabalhar na nova estação, desenvolvendo pesquisas na área de microbiologia, a partir da análise de fungos que só existem na Antártica, e no poder medicinal desses micro-organismos. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia) também já confirmou que vai desenvolver projetos meteorológicos na base brasileira.

Para ficar acima da densa camada de neve que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. Os quartos da base, com duas camas e banheiros, abrigarão pesquisadores e militares. A estação também tem uma sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências. 

Em todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio. 

A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.

O projeto de reconstrução da estação é todo brasileiro e começou a ser executado em 2017 pela empresa China Electronics Import and Export Corporation, que venceu a licitação do governo. A companhia de engenharia precisou dividir a obra em três etapas, porque entre os meses de abril e outubro é impossível realizar qualquer atividade externa na Antártica devido ao frio intenso, às tempestades de neve e aos ventos fortes. Por causa disso, os chineses construíram os módulos na China durante o inverno e transportaram para a Antártica nos verões de 2017, 2018 e 2019, a fim de fazer a instalação. 

O Brasil faz parte de um seleto grupo de 29 países que possuem estações científicas na Antártica. Esta presença é muito importante porque, de acordo com o tratado antártico, só quem desenvolve pesquisas na região poderá definir o futuro do continente gelado.

O vice-presidente Hamilton Mourão embarca nesta segunda-feira (13) com destino à Antártica, onde será o principal representante do governo brasileiro na reinauguração da Estação Comandante Ferraz, base de pesquisa do país no continente.

O novo prédio, que fica na ilha Rei George, na Bahia do Almirantado, está sendo erguido ao lado da atual base, que tem estrutura provisória. A inauguração oficial será na terça-feira (14).

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A Estação Comandante Ferraz foi criada em 1984, mas em 2012 sofreu um incêndio de grande proporções. Na ocasião, dois militares morreram e 70% das suas instalações foram perdidas. O governo federal investiu cerca de US$ 100 milhões na obra, e a unidade recebeu os equipamentos mais avançados do mundo. No local, pesquisadores vão realizar estudos nas áreas de biologia, oceanografia, glaciologia, meteorologia e antropologia.

"[A estação]  vai dar melhores condições de trabalho aos nossos pesquisadores, vai manter nossa presença no trabalho que está sendo feito pela comunidade científica internacional, de buscar respostas e avanços no conhecimento, na tecnologia, outras áreas que são pesquisadas lá. Ao mesmo tempo, permite que a Marinha faça um adestramento em termos de logística, em termos de deslocamento em águas, que não são tão tranquilas assim. Nós, do governo Bolsonaro, vemos com extrema satisfação este momento de reinaugurarmos a Estação Comandante Ferraz e darmos uma nova roupagem ao trabalho de pesquisa que está sendo realizado lá", afirmou o vice-presidente, em entrevista exclusiva à Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

Para chegar à Antártica, a comitiva do vice-presidente embarca em Brasília e faz uma primeira parada na cidade de Punta Arenas, extremo sul do Chile. De lá, embarcam novamente, desta vez em um avião Hércules C-130 da Força Aérea Brasileira (FAB), único tipo de aeronave usada para chegar ao continente gelado, já que é mais preparada para pousos e decolagens nas pistas do local. O voo de Punta Arenas até a Antártica dura cerca de três horas. A aterrissagem ocorre nas proximidades da estação chilena. De lá, o vice-presidente e assessores seguem de helicóptero até a estação brasileira. A previsão é que o vice-presidente durma na Antártica na noite do dia 14 e retorne no dia seguinte a Punta Arenas, para então retornar ao Brasil. 

Inicialmente, a previsão era que o presidente Jair Bolsonaro participasse da reinauguração da Estação Antártica Comandante Ferraz, mas, por recomendações médicas, o chefe do Executivo desistiu da viagem e delegou a ida ao vice-presidente.

Estação Antártica

Ocupando uma área de 4,5 mil metros quadrados, a estação poderá hospedar 64 pessoas, segundo a Marinha. O novo centro de pesquisas vai contar com 17 laboratórios. Cientistas da Fiocruz, por exemplo, estão entre os primeiros a trabalhar na nova estação, desenvolvendo pesquisas na área de microbiologia, a partir da análise de fungos que só existem na Antártica, e no poder medicinal desses micro-organismos. A Agência Internacional de Energia Atômica (Aeia) também já confirmou que vai desenvolver projetos meteorológicos na base brasileira.

Para ficar acima da densa camada de neve que se forma no inverno, o prédio recebeu uma estrutura elevada. Os pilares de sustentação pesam até 70 toneladas e deixam o centro de pesquisa a mais de três metros do solo. Os quartos da base, com duas camas e banheiros, abrigarão pesquisadores e militares. A estação também tem uma sala de vídeo, locais para reuniões, academia de ginástica, cozinha e um ambulatório para emergências. 

Em todas as unidades da base foram instaladas portas corta-fogo e colocados sensores de fumaça e alarmes de incêndio. Nas salas onde ficam máquinas e geradores, as paredes são feitas de material ultrarresistente. No caso de um incêndio, elas conseguem suportar o fogo durante duas horas e não permitem que ele se espalhe por outros locais antes da chegada do esquadrão anti-incêndio. 

A estação tem ainda uma usina eólica que aproveita os ventos antárticos. Placas para captar energia solar também foram instaladas na base e vão gerar energia, principalmente no verão, quando o sol na Antártica brilha mais de 20 horas por dia.

O projeto de reconstrução da estação é todo brasileiro e começou a ser executado em 2017 pela empresa China Electronics Import and Export Corporation, que venceu a licitação do governo. A companhia de engenharia precisou dividir a obra em três etapas, porque entre os meses de abril e outubro é impossível realizar qualquer atividade externa na Antártica devido ao frio intenso, às tempestades de neve e aos ventos fortes. Por causa disso, os chineses construíram os módulos na China durante o inverno e transportaram para a Antártica nos verões de 2017, 2018 e 2019, a fim de fazer a instalação. 

A Força Aérea do Chile anunciou nesta terça-feira (10) ter perdido "o contato via rádio" com um avião militar C130 com 38 pessoas a bordo, que decolou de Punta Arenas, sul do país, para uma base na Antártica.

"Um avião C130 Hércules decolou da cidade de Punta Arenas para a base da Antártica Eduardo Frei Montalva", de acordo com um comunicado. O contato via rádio foi interrompido.
Ao todo, "38 pessoas, incluindo 17 tripulantes e 21 passageiros" estavam a bordo. A Marinha chilena lançou uma operação de busca e resgate, tendo despachado aviões e navios para a região.

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O avião, que decolou da base aérea de Chabunco, em Punta Arenas, a mais de três mil quilômetros ao sul de Santiago do Chile, tinha como missão prestar apoio logístico à base na Antártica.

O presidente do Chile, Sebastián Piñera, e os ministros do Interior e da Defesa, Gonzalo Blumel e Alberto Espina, foram para o posto de comando da base aérea de Cerrillos, na capital chilena, para monitorar os trabalhos.

"Consternados com o desaparecimento do avião Hércules da Força Aérea chilena, que viajava com 38 passageiros rumo à Antártida a partir de Punta Arenas (...) vamos monitorizar as operações de busca e o envio de equipas de resgate", escreveu Piñera na conta oficial da rede social Twitter.

Nem palmeiras, nem areia fina... Corpos seminus mergulham na água gelada na frente de pinguins: horizonte fora de alcance, a Antártica tornou-se um playground para turistas, correndo o risco de precipitar sua metamorfose.

Aproveitando a sede de novidades de uma clientela abastada e tomado de um sentimento de urgência de descobrir países ameaçados pela perturbação climática, os cruzeiros se aventuram em cantos cada vez mais remotos e selvagens.

Continente de todos os superlativos - o mais frio, mais ventoso, mais seco, mais remoto, mais deserto, mais inóspito ... -, a Antártica, ao mesmo tempo estéril e borbulhante de vida, é hoje um destino privilegiado.

Para muitos, é a última fronteira. Uma fronteira que deve ser alcançada a todo custo antes que desapareça na sua forma atual.

"É como uma facada". Em seu maiô, Even Carlsen emerge de uma água a 3° C na Ilha Half Moon, na ponta da península antártica.

Ao redor, blocos de gelo em forma de panela, de origami ou até anfiteatro flutuam, fotogênicos. Na costa, uma equipe médica assiste a cena.

"Não é uma praia típica, mas é genial", acrescentou o barbudo norueguês de 58 anos após um "mergulho polar" sob o paralelo 62.

Ele é um dos 430 passageiros do Roald Amundsen, o primeiro navio de cruzeiro com motor híbrido do mundo a atravessar o Oceano Antártico apenas alguns meses depois de deixar o estaleiro.

Uma equipe da AFP estava a bordo, convidada juntamente com outros jornalistas pela Hurtigruten, a empresa proprietária do barco.

- Aquecimento -

Se o Tratado da Antártica, assinado há 60 anos, transformou o continente em uma terra dedicada à paz e à ciência, o turismo também se desenvolveu. Com um claro impulso nos últimos anos.

A única atividade econômica ao lado da pesca - alvo de um cabo de guerra internacional em torno da criação de santuários marinhos -, concentra-se principalmente na península, de acesso mais fácil e clima mais ameno do que o resto do território.

Neste pedaço de terra que escapa do círculo polar e se estende em direção à América do Sul, observamos uma fauna que geralmente vemos apenas em zoológicos, documentários ou filmes de animação.

Paisagens de gelo deslumbrantes, onde o branco toma tons pastel quando chega o amanhecer e o anoitecer. Colinas cravadas de sulcos como suspiros, cumes como chantilly...

"Pureza, grandeza, desmesura", descreve maravilhada Hélène Brunet, uma aposentada francesa de 63 anos. "É incrível, totalmente incrível. É um enorme prazer estar aqui"

Nem um lixo à vista. Mas por trás dessa limpidez estão, invisíveis, as marcas das atividades humanas.

Carregados pelas correntes oceânicas, os microplásticos estão por toda parte. "Detectamos nos ovos de pinguim", diz o diretor do Instituto Antártico Chileno, Marcelo Leppe.

A Antártica é, acima de tudo, "o coração da Terra", ele explica. "Provavelmente desempenha um papel importante no controle das mudanças climáticas".

Mas esse órgão vital é vítima do aquecimento.

Em particular, a península, uma das regiões que aquece mais rapidamente. Quase 3°C nos últimos 50 anos, segundo a Organização Meteorológica Mundial (OMM), três vezes mais rápido que a média global.

Em março de 2015, uma estação de pesquisa argentina chegou a medir 17,5°C. Nunca visto antes.

"Todos os anos vemos as geleiras derretendo, o gelo do mar desaparecendo e, nas áreas sem gelo, a recolonização de plantas e outros organismos que não estavam presentes na Antártida antes", adverte Leppe.

- 'O equivalente a um estádio' -

Espera-se que cerca de 78.500 pessoas visitem o continente entre novembro e março, segundo a Associação Internacional de Operadores de Turismo Antártico (IAATO).

Um salto de 40% em relação à temporada anterior, devido em parte à passagem rápida pela região de alguns novos navios transportando mais de 500 passageiros e que, portanto, não podem desembarcar, de acordo com as regras estabelecidas pela IAATO.

"Alguns diriam que 80.000 pessoas nem sequer lota um estádio de futebol e que não é grande coisa se comparado às 275.000 pessoas que visitam Galápagos todos os anos", aponta a porta-voz da associação, Amanda Lynnes.

"Mas a Antártica ainda é um lugar especial que deve ser gerenciado como tal", diz ela.

Nessas terras imaculadas, a moda é cruzeiros intimistas, chamados de expedição, que rompem com o gigantismo dos cruzeiros de massa, criticados por seu lado poluidor e invasivo.

Em navios mais limpos do que os mastodontes que navegam nos trópicos - o combustível pesado é proibido na Antártica desde 2011 -, as companhias aumentaram a conscientização sobre questões ambientais como um argumento de venda, que às vezes despertam acusações de 'lavagem verde'.

A bordo do Roald Amundsen, não há pista de dança ou cassino, mas microscópios e experiências participativas.

E conferências sobre baleias, grandes exploradores, Darwin... mas estranhamente quase nada sobre as mudanças climáticas, evocadas apenas em linhas pontilhadas.

"Porque é bastante controverso", justifica Verena Meraldi, cientista chefe da Hurtigruten. "Várias vezes tivemos conferências especificamente dedicadas às mudanças climáticas, mas isso cria conflitos".

- Lugar aos "exploradores" -

O léxico foi habilmente reformulado. Não se fala mais de "passageiro", mas de "convidado", nem de "cruzeirista", mas "explorador".

"Exploradores" geralmente mais velhos, muitas vezes aposentados que viajaram muito e que agora tomam seus bastões de marcha para desvendar o sexto continente. "Meu 107º país", diz um dinamarquês ao pisar em terra.

"Convidados" mimados que, no Roald Amundsen, têm a opção entre três restaurantes, desde comida de rua até a mesa mais seleta. O glorioso aventureiro norueguês que deu seu nome ao barco, teve que comer seus cães de trenó para conquistar o Polo Sul em 1911.

"Exploradores", finalmente, com certa riqueza, capazes de pagar 7.000 euros cada um por um cruzeiro de 18 dias em uma cabine de nível básico. E até 25.000 euros para a suíte com terraço privativo e jacuzzi.

Algumas companhias apostam no ultra-luxo, com navios a la James Bond transportando helicópteros e submarinos, suítes de mais de 200 metros quadrados e serviços de mordomo.

Com um hidroavião como bônus, o mega-iate SeaDream Innovation fará cruzeiros de 88 dias a partir de 2021. As duas suítes mais caras, a 135.000 euros por pessoa, já estão reservadas.

- Encontro de dois mundos -

Tanta modernidade e conforto contrastam com o caráter primitivo da imensidão selvagem.

Indiferente aos bípedes envoltos em seus blusões fluorescentes e protetor solar fator 50, a vida é abundante nesta primavera austral, em um silêncio ensurdecedor.

Pinguins tão desajeitados no chão quanto na água, baleias jubarte pesadas mas majestosas, leões-marinhos e focas apáticas que se aquecem ao sol...

Na Ilha Half Moon, os pinguins de barbicha - chamados por causa da linha preta que circunda o queixo - são numerosos nesta temporada de acasalamento, esticando o bico para o ar do alto de seus ninhos.

"Isso significa dizer para os outros machos que é o seu espaço e também, talvez, que é sua fêmea", diz a ornitóloga Rebecca Hodgkiss.

Eles têm motivo para trabalhar, a colônia de 2.500 palmípedes tem diminuído ao longo dos anos. Declínio relacionado ao homem ou a uma simples mudança de local? Ninguém sabe.

- Veneza sob a água -

Em contrapartida, sabemos que o futuro de milhões de pessoas e de outras espécies que vivem em áreas costeiras a milhares de quilômetros da Ilha Half Moon dependem do que acontece aqui.

Enorme congelador que abriga 90% das reservas de água doce do planeta, a Antártica também é uma bomba-relógio.

Como resultado do aquecimento global, o derretimento da calota glaciar, no oeste do continente, reformulará radicalmente o mapa do mundo, contribuindo cada vez mais para o aumento do nível do mar.

Uma contribuição de 50 centímetros até 2100, e muito mais além, segundo Anders Levermann.

"Para cada grau de aquecimento, o nível da água aumentará 2,5 metros. Não durante este século, mas a longo prazo", observa o climatologista do Instituto de Pesquisa do Impacto Climático de Potsdam.

"Mesmo que o respeitemos, o Acordo Climático de Paris (que visa limitar o aquecimento a menos de 2° C) nos dará pelo menos cinco metros de elevação do mar: Veneza estará sob a água, Hamburgo estará debaixo d'água, Nova York, Xangai, Calcutá... ", diz.

Quando exatamente? Difícil dizer, mas o processo parece inevitável.

Porque, assim como um navio a vapor não pode parar de repente, o gelo continuará a derreter e os oceanos subirão mesmo que paremos as emissões de gases do efeito estufa da noite para o dia.

- Pegada de carbono -

Para os profissionais do turismo, as mudanças na Antártica têm sua origem a mil léguas de distância, nas atividades realizadas pelo homem nos outros cinco continentes.

Eles juram praticar turismo responsável. Seu lema: "A única coisa que tiramos são fotos, a única coisa que deixamos são pegadas, a única coisa que guardamos são memórias".

As excursões em terra são regidas por uma série de instruções: limpar seus objetos pessoais para não introduzir espécies invasoras, manter-se a uma distância respeitosa dos animais para não estressá-los, não pegar qualquer coisa...

"Estragamos o resto do planeta, não vamos estragar a Antártica", observa um inglês tirando os pelos de gato no velcro de sua roupa.

E, no entanto... Algumas vozes questionam a relevância do turismo nesta região.

"O continente ganharia mais se fosse deixado apenas para pinguins e pesquisadores, mas isso provavelmente nunca acontecerá", constata o professor Michael Hall, especialista em regiões polares da Universidade de Canterbury, na Nova Zelândia.

Os polos atraem os turistas. Com o francês Ponant, que construiu um navio quebra-gelo para atravessar o Polo Norte do outro lado do globo.

"Como apreciar algo à distância parece impossível para os seres humanos, devemos garantir que seja feito com riscos para o ambiente antártico e com uma pegada de carbono o mínima possível", continua Hall.

"No entanto, quando toda viagem turística à Antártica libera em média mais de 5 toneladas de emissões de CO2 por passageiro, é um desafio", aponta.

A maioria dos visitantes vem do hemisfério Norte, Estados Unidos e China representando quase metade deles.

Mesmo antes de embarcar em navios de cruzeiro que partem da América do Sul - o itinerário mais comum - atravessaram o globo de avião, ajudando a enfraquecer a natureza que querem admirar.

Uma questão de consciência difícil a resolver.

"Eu sinto culpa ao dizer que tomei um avião para chegar aqui", diz Francoise Lapeyre, uma francesa de 58 anos.

- 'Embaixadores da Antártica'? -

Os profissionais garantem que querem tornar os visitantes "embaixadores" que, depois de saborearem esse lugar único, pregarão por sua salvaguarda.

"É bom para a vida animal e para a proteção da Antártica que as pessoas veem o quão bonita é essa área", afirma Daniel Skjeldam, chefe da Hurtigruten.

"Quando vi uma oferta para esta viagem, achei melhor vir enquanto ainda não foi destruída", declarou Mark Halvorson, texano de 72 anos.

"Agora que vi pessoalmente, estou ainda mais determinado a ser o mais ecológico possível".

Mas os críticos denunciam uma forma de "turismo de última chance" esse desejo de visitar destinos vulneráveis.

Vindos da África do Sul, Cathy e Roland James, 68 e 75 anos, dizem-se sensíveis às considerações ecológicas. Mas admitem que não pensaram em sua própria pegada. "Infelizmente, não estou preocupado em parar de viajar", declarou.

Martina e Guido Höfken, 50 e 52, gostam de pensar fora da caixa. Eles pagaram um adicional para compensar o CO2 gerado por seu voo da Alemanha.

Futuros "embaixadores da Antártica"? "Talvez um pouco, mas acho que não vou mudar o mundo", afirmam. "O melhor seria que ninguém viesse."

"Coração da Terra", a Antártica também sofre, apesar do afastamento, o impacto das atividades humanas, lamenta o diretor do Instituto Antártico Chileno, Marcelo Leppe, em entrevista à AFP.

P. Qual a importância da Antártica?

R. Na escola, fomos ensinados que existem apenas cinco continentes no mundo. É o sexto continente, um continente que pode ser definido como o coração da Terra.

A principal corrente marinha do mundo é a corrente circumpolar antártica que se locomove do oeste para leste ao redor da Antártica. Aparecida há 30 milhões de anos, congelou um continente que antes era verde e está ligada à circulação termoalina (oceânica) em todo o mundo.

É como um coração, porque todos os anos a Antártica muda de tamanho: de 14 milhões de km2 para mais de 20 milhões. Cresce no inverno com o gelo marinho e encolhe no verão. É como se estivesse batendo.

E a corrente subantártica se move pelo mundo como um sistema circulatório. Provavelmente, desempenha um papel importante no controle das mudanças climáticas.

Portanto, é muito importante entender, prever e proteger.

P. Qual é o impacto das mudanças climáticas no continente?

R. O principal impacto na Antártica é provavelmente a criosfera: todos os anos, vemos as geleiras derretendo, o gelo do mar desaparecendo (...) e, nas áreas sem gelo, a recolonização de plantas e outros organismos que não estavam presentes na Antártida antes, pelo menos na escala da humanidade (...).

Nos últimos 50 anos, notamos que cerca de 15% do gelo desapareceu. E essa curva se acelerará nos próximos anos, provavelmente mais do que nas previsões do IPCC (Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas).

Até 2100, uma proporção significativa do gelo, mais de 35%, terá desaparecido. A paisagem da Península Antártica e a dinâmica das correntes marítimas serão totalmente diferentes.

P. Você enxerga outras ameaças? Por que devemos nos preocupar?

R. A Antártica não é tão isolada quanto pensamos. Os microplásticos estão começando a ser um grande problema na Antártica. Eles estão por toda parte e nós os detectamos em todos os ambientes. Detectamos em ovos de pinguim, por exemplo (...)

O que fazemos no resto do mundo tem um impacto até mesmo na Antártica e essa natureza que parece ser poupada pela pegada humana não é, como mostram os microplásticos.

Quando você tem um continente que regula o clima, o clima ao redor da Terra por meio de teleconexões, é claro que você deve estar vigilante.

Nesta terça-feira (8), parte do Rio de Janeiro a primeira missão comandada por instituições de pesquisa nordestinas rumo à Antártica. A iniciativa, que ganhou o nome Proantar Nordeste, vai explorar áreas na região para identificar diversos aspectos, das características atmosféricas à biodiversidade existente nas águas.

O projeto é coordenado por programas de pesquisa das universidades federais da Bahia e de Pernambuco, com parcerias com outras instituições, como as universidades federais do Rio Grande do Norte, do Rio de Janeiro e instituições de ensino da Itália, Japão e Estados Unidos. No total, 10 pesquisadores farão parte da missão.

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Serão duas campanhas, ou “pernadas”, como investigadores do tema chamam. A primeira irá do Rio de Janeiro até Punta Arenas, no Sul do Chile. A segunda partirá da cidade chilena até a Antártica no início de novembro. A perspectiva é que a missão retorne no fim do mês que vem.

Segundo o coordenador do projeto, professor Moacyr de Araújo Filho, da UFPE, as áreas que serão estudadas são marcadas por redemoinhos fortes, com propriedades “diferenciadas”. “Uma das propriedades é a biodiversidade maior nesses grandes vórtices. Esta biodiversidade faz com que essas regiões se tornem oásis de biodiversidade no oceano”, explica o acadêmico.

O intuito é compreender porque a área, denominada “região de Confluência Brasil-Malvinas” (CBM), é formada por essa riqueza de biodiversidade. Para isso, pretende analisar diversos aspectos dessa área, como propriedades físicas, químicas, biológicas e atmosféricas nos locais objeto da investigação.

Tais estruturas, acrescenta Araújo Filho, interferem no balanço da troca de gás carbônico e de calor entre oceano e atmosfera, além de impactar no transporte de espécies de um oceano para outro. “Temos uma relação direta entre a missão e mudanças do clima, além da importância da pesquisa sobre a riqueza da biodiversidade dos oceanos”, complementa o coordenador do projeto.

O futuro das regiões costeiras e de seus milhões de habitantes depende da massa de gelo que cobre a Antártica Ocidental e que elevará o nível dos oceanos em pelo menos três metros.

Para os cientistas, a questão não é mais saber "se" isso ocorrerá, mas "quando".

A poucos dias da publicação de um relatório dos especialistas da ONU sobre oceanos e áreas geladas, Anders Levermann, especialista em Antártica no Instituto do Clima de Potsdam, descreve para a AFP o impacto do aquecimento global na região mais fria do mundo.

P: O aquecimento global atua da mesma maneira nas calotas polares da Groenlândia e da Antártica?

R: Não. Na Antártica, 99% da perda de volume ocorre quando o gelo avança para o oceano. Não há praticamente nenhum derretimento de gelo na superfície, pois está muito frio. Na Groenlândia, metade da perda de volume é devido à água de gelo derretido que corre para o oceano.

Na Antártica, ou na Groenlândia, quando o gelo vai para o oceano e se torna uma plataforma glacial (extensão do gelo sobre o mar que se anexa ao continente), entra em contato com a superfície da água. Mesmo um décimo de grau de diferença de temperatura pode causar um desequilíbrio da plataforma.

A calota de gelo da Groenlândia é muito menor do que a da Antártica - o equivalente a 7 metros acima do nível do mar, contra 55 metros -, mas perde mais gelo. Isso ocorre porque faz muito mais frio na Antártica.

P: O que sabemos de novo sobre o papel da Antártica em termos do aumento do nível dos oceanos?

R: Dez anos atrás, os modelos antárticos não previam uma perda significativa de gelo durante este século. Houve até debates sobre um possível aumento no volume de gelo.

Hoje, todos os modelos mostram perdas de gelo a um ritmo importante. A calota de gelo do continente perdeu 150 milhões de toneladas de gelo por ano desde 2015, quase tudo na Antártica Ocidental. E isso acelera.

Não há mais dúvidas. Estudos existentes mostram que a Antártica Ocidental excedeu um ponto sem retorno. É instável e vai liberar seu gelo mais frágil no oceano, equivalente a mais de 3 metros de elevação do nível do mar. Ponto final.

P: Qual será a contribuição da Antártica para o aumento do nível do mar até o final do século XXI?

R: Um estudo que fiz com vários colegas em 2014 previa um aumento de 50 centímetros no nível dos oceanos vinculado à Antártica até 2100, um número enorme. A última avaliação dos especialistas em clima da ONU (IPCC) aponta para um máximo de 16 cm.

Em 2016, um estudo importante da revista Nature evocou uma contribuição muito mais importante, de até um metro. Ele foi fortemente criticado, e suas estimativas podem ser revistas.

P: E depois de 2100?

R: Nada irá parar em 2100. Se o Acordo de Paris for respeitado (abaixo de +2°C em relação à era pré-industrial), o aumento do nível do mar diminuirá, mas não irá parar. Se esse acordo não for respeitado, o aumento será acelerado no final do século.

P: Em quanto tempo a calota de gelo da Antártica Ocidental desaparecerá?

R: Eu acho que subestimamos o ritmo. Mas, apesar de tudo, serão necessários séculos para liberar todo gelo, mesmo que esse processo não pare.

P: Em que momento precisamos nos preocupar?

R: Ninguém deve ter medo de morrer, devido ao aumento dos níveis dos oceanos. Mas, se Nova York ficar 5 metros abaixo do nível do mar, atrás de diques, não sei se as pessoas vão querer continuar morando lá.

O impacto real será sobre o que será perdido. Hoje, Hong Kong é um farol da democracia na China, Nova Orleans é uma fortaleza cultural, Nova York, um centro cultural e de negócios. Hamburgo, Calcutá, Xangai... Perderemos todas essas cidades, devido às mudanças climáticas, se não reduzirmos as emissões de CO2.

Encontrada com mofo nas paredes, pisos e vidros quebrados, telhado com sujeira e até com a presença de pássaros dentro da unidade, fábrica da Ambev, localizada em Juatuba, Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi interditada por técnicos do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) e do Serviço de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal (Sipov) Minas Gerais.

Amostras das cervejas e chopes das marcas Skol, Antártica Sub Zero, Brahma, Original, Caracu e Serrana foram recolhidas para que o Mapa realize uma inspeção mais detalhada sobre as condições desses líquidos. O Ministério abriu um processo administrativo contra a Ambev, o que pode resultar em multa de até R$ 117 mil.

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Segundo o chefe substituto do Sipov, Adenir Monteiro, nesta última sexta-feira (15), foi realizada reunião com representantes da empresa e o plano de correção das não conformidades foi insatisfatório. Por isto, a fábrica, que funciona desde a década de 70, permanecerá interditada por tempo indeterminado.

A empresa estava funcionando sem o registro do Ministério. Conforme informado pelo Mapa, foram esgotadas todas as possibilidades de solução dos problemas e os prazos para adequação não foram cumpridos.

Resposta

Por meio de nota, a Ambev afirmou que "em razão de questões administrativas com o MAPA as operações da cervejaria de Juatuba-MG estão temporariamente suspensas para a realização de pequenas reformas de estrutura, que já estão em andamento. As questões não têm qualquer relação com a qualidade das bebidas produzidas na cervejaria e tampouco há risco de desabastecimento do mercado local"

Um aventureiro americano atravessou a Antártica de norte a sul a pé e sozinho, tornando-se a primeira pessoa a realizar a façanha sem qualquer tipo de assistência. Colin O'Brady, de 33 anos, demorou 54 dias para percorrer 1.600 km enquanto sua posição, definida por um GPS, era indicada diariamente em seu site na Internet, colinobrady.com.

O'Brady e o britânico Army Captain Louis Rudd, de 49 anos, saíram individualmente em 3 de novembro da geleira Union, na Antártica, para ver quem conseguia completar a façanha de cruzar a pé, só e sem ajuda o continente gelado.

Em 1996-97, um explorador norueguês, chamado Borge Ousland, atravessou pela primeira vez a Antártica sozinho, mas recebeu ajuda de terceiros, sendo impulsionado com velas ao longo de sua travessia.

O'Brady e Rudd, por sua vez, usaram trenós, chamados pulks, que pesam 180 quilos. O'Brady chegou ao polo sul em 12 de dezembro, o 4º dia de sua travessia.

Nesta quarta-feira, chegou à meta, no ponto Ross Ice Shelf do Oceano Pacífico, após percorrer um total de 1.482 km. Rudd o segue com um ou dois dias de distância.

O'Brady percorreu os últimos 125 km em 32 horas após decidir, enquanto tomava o café da manhã, fazer a última etapa de uma vez.

"Enquanto fervia a água para preparar meu café da manhã, uma pergunta aparentemente impossível surgiu na minha mente", escreveu O'Brady no Instagram. "Me perguntei: seria possível fazer o caminho que me resta até a meta de uma só vez?"

"Enquanto amarrava as botas, o plano impossível tinha se tornado um objetivo consolidado", disse. "Vou fazer um esforço e tentar percorrer os quilômetros que me faltam de uma vez".

O jornal The New York Times descreveu o esforço de O'Brady como um dos "feitos mais notáveis da história polar", à altura da "corrida para conquistar o Polo Sul", do norueguês Roald Amundsen e do inglês Robert Falcon Scott em 1911.

Em 2016, um oficial do Exército inglês, o tenente-coronel Henry Worsley, tentou realizar a mesma proeza, mas morreu buscando terminar a travessia sem assistência.

"Antarctica", o protótipo de um veículo 100% elétrico idealizado para as missões de exploração dos polos Ártico e Antártico, foi apresentado em Mônaco na sexta-feira (30).

Este veículo anfíbio da empresa monegasca Venturi Automobiles deve começar a funcionar em março de 2019 no Grande Norte canadense, na região de Telegraph Creek, onde serão realizados os primeiros testes técnicos.

"Quando visitei 20 estações de pesquisa científicas em 2009 na Antártica, me dei conta de que não contavam com veículos limpos para se deslocar, transportar materiais e, inclusive, para percorrer pequenas distâncias. Ninguém havia pensado nisso", explicou na sexta-feira à AFP o príncipe Albert II.

"É um mercado muito concreto, mas se chegarmos a fabricar veículos elétricos utilitários, sólidos, que resistam ao frio extremo, isso pode ter um uso interessante, até mesmo militar", acrescentou o príncipe Albert, que criou em 2006 a fundação que leva seu nome em defesa do meio ambiente e contra a mudança climática.

"Encontramos soluções inovadoras e estamos registrando patentes", assegurou Gildo Pastor, referindo-se à resistência das baterias do Antarctica, que podem funcionar em temperaturas abaixo dos -50°C.

Este veículo elétrico terá uma autonomia de 45 quilômetros e poderá circular a 20 km/h.

"As baterias do Antarctica poderão ser recarregadas de maneira limpa e por meio de energia eólica e solar, como, por exemplo, na estação de pesquisa belga Princesse Elizabeth na Antártica", explicou Bernard Fautrier, vice-presidente da Fundação FPA2.

"Fiquem agora com os comerciais". Essa frase é sempre dita pelos apresentadores quando avisam para os telespectadores os intervalos durate as atrações da TV brasileira.

Muitas pessoas trocam de canal, outras preferem não sintonizar as emissoras concorrentes para não perder nenhum detalhe do que está por vir, principalmente pela chuva de propagandas impactantes que surge ao longo da programação.

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Neste sábado (17) é comemorado o Dia da Criatividade, e o LeiaJa.com relembra comerciais que fizeram sucesso na mídia pela originalidade, graça e polêmica. 

Pipoca com Guaraná Antarctica

Mamíferos do leite Parmalat ("Tomou?")

Tio da Sukita

Jaime, o mordomo do suco Tang

Patrícia Lucchesi e o primeiro sutiã

"Paulinho, olha a tosse!"

Pôneis malditos da Nissan

Siris da cerveja Brahma

Hipnose para comprar o chocolate Batom

Canção "Aquarela" no comercial da Faber-Castell 

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Um homem diz ter encontrado local de aterrisagem de OVNI pelo Google Maps, aplicativo frequentemente utilizado para criar rotas e explorar o mundo sem sequer precisar sair de casa. O entusiasta dos OVNIs, o russo Valentin Degterev, encontrou o local cujas coordenadas são 80° 34′ 08,4″ S 30° 05′ 19,3″ W, informa o portal ‘Express’. 

De acordo com Valentin, o local é marcado pela presença extraterrestre. A região em questão mede quase 20 metros de largura e 70 metros de comprimento. As informações são do site Sputnik Brasil.

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A versão do russo, no entanto, é contrariada por pesquisadores, que não acreditam se tratar de algo do mundo alienígena. Para Andrew Fleming, do centro britânico de pesquisas da Antártica, a cratera pôde ter se formado pelo movimento do gelo. “Com certeza, não é um OVNI”, destacou em entrevista ao portal ‘MailOnline’.

A região encontrada por Valentin não é o único local na Antártica em que há teorias sobre formas de vida extraterrestres. Entusiastas acreditam que um bloco grande de gelo, que mede uns 500 metros, possa ser algo completamente diferente. O iceberg não corresponde a uma descrição de outros icebergs, e não pode ser caracterizado com padrão algum.

O aquecimento global fez o gelo na Antártica derreter mais rápido que o normal, mas um estudo publicado nesta terça-feira (2) sugere que o ritmo de perda em algumas áreas pode ser mais lento do que se pensava anteriormente.

Pesquisadores do Reino Unido mapearam a mudança na velocidade de perda de gelo usando dados de cinco satélites diferentes, segundo o artigo publicado na revista científica americana Geophysical Research Letters.

Depois de estudar as mudanças em mais de 30 geleiras desde 1992 na Terra de Palmer ocidental - a parte sudoeste da Península Antártica - eles descobriram que a perda de gelo aumentou.

"Entre 1992 e 2016, o fluxo da maioria das geleiras da região aumentou entre 20 e 30 centímetros por dia, o equivalente a uma média de 13% de aceleração nas geleiras da Terra de Palmer ocidental como um todo", disse o estudo.

Combinando estes dados dos satélites com um modelo matemático do fluxo de gelo, os pesquisadores puderam constatar que as geleiras desta parte da Antártica despejaram no oceano a cada ano 15 km cúbicos a mais de gelo do que na década de 1990.

Um estudo anterior, muito mais alarmante, publicado na revista Science em maio de 2015, calculava uma perda pelo menos três vezes maior, de 45 km cúbicos de gelo por ano.

"Embora a Terra de Palmer ocidental detenha um monte de gelo - o suficiente para elevar os níveis globais do mar em 20 centímetros - suas geleiras não podem ser responsáveis ​​por uma grande contribuição para a subida do nível do mar, porque a sua velocidade (de derretimento) aumentou pouco nos últimos 25 anos", disse o coautor do estudo Andrew Shepherd, professor School of Earth and Environment da Universidade de Leeds.

A maior aceleração no fluxo e perda de gelo foi observada em geleiras submersas a profundidades de mais de 300 metros abaixo da superfície do oceano, onde a água quente e salgada pode derreter o gelo da base.

Os pesquisadores ressaltam que, apesar do ritmo de derretimento mais lento encontrado em algumas regiões, o continente como um todo está perdendo massa mais rápido do que nunca devido às mudanças climáticas.

A geleira Totten, que derrete rapidamente no lado leste da Antártica, poderá elevar os oceanos em até dois metros e é possível que ultrapasse, em breve, um "ponto crítico" sem retorno - alertaram pesquisadores nesta quarta-feira (18).

Até agora, os cientistas se preocupavam, principalmente, com as plataformas de gelo da Groenlândia e do oeste da Antártica como perigosos gatilhos da elevação do nível dos oceanos. Esse novo estudo, que se segue a outro já feito pela mesma equipe, identificou uma terceira grande ameaça a centenas de milhões de pessoas que vivem em áreas costeiras ao redor do mundo.

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"Eu prevejo que, antes do final do século, as grandes cidades globais do nosso planeta perto do mar terão proteção contra o mar de 2 a 3 metros de altura a seu redor", afirmou o codiretor do Grantham Institute e do Departamento de Engenharia e Ciências da Terra na Imperial College London, Martin Siegert, autor sênior do estudo.

No último ano, Siegert e seus colegas revelaram que uma parte da geleira Totten está sendo erodida pela aquecida água do mar, que chega ao local após percorrer centenas de quilômetros.

Publicado na Nature, esse novo estudo usou dados de satélite para mapear contornos geológicos escondidos da região. Os especialistas encontraram evidências de que a Totten também derreteu em um outro período de aquecimento global natural há alguns milhões de anos - um possível teste para o que está acontecendo hoje.

"No Plioceno, as temperaturas eram 2ºC mais altas do que são agora, e os níveis de CO2 na atmosfera eram de 400 ppm (partes por milhão)", lembrou Siegert. Nesse período, os níveis do mar atingiram picos de mais de 20 metros de elevação, em relação aos dias atuais.

"Estamos em 400 ppm agora e, se não fizermos nada sobre a mudança climática, também vamos ter um aquecimento de mais 2ºC também", acrescentou. "Essas são questões que temos de resolver na nossa sociedade hoje", declarou Siegert por telefone, insistindo em que "elas são urgentes agora".

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