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A China aprovou sua primeira vacina de RNA mensageiro de produção local contra a Covid-19, anunciou nesta quarta-feira (22) o fabricante, meses depois da flexibilização das medidas sanitárias contra a pandemia que provocou um aumento expressivo dos contágios.

A vacina, desenvolvida pelo CSPC Pharmaceutical Group Ltd, recebeu a aprovação para "uso de emergência" da agência regulatória da China, informou a empresa em um comunicado.

O medicamento demonstrou alta eficácia nos testes, nos quais foi utilizado como dose de reforço para pessoas que já haviam recebido outro tipo de vacina, afirmou a empresa, sem revelar mais detalhes.

As vacinas de RNA mensageiro são consideradas as mais eficientes na redução das infecções graves e da taxa de mortalidade associadas à Covid-19.

A China, no entanto, não autorizou o uso em seu território continental das vacinas de RNA mensageiro desenvolvidas no exterior, como as de Pfizer-BioNTech e Moderna.

A virada repentina na política anticovid de Pequim tem gerado preocupação no mundo, a começar pelos Estados Unidos, que anunciaram que estudam restrições para viajantes do gigante asiático.

A China eliminou a exigência de quarentena para visitantes estrangeiros a partir de 8 de janeiro, a última medida em vigor em sua rígida política de "Covid zero".

Com a medida, a população chinesa correu para comprar passagens aéreas internacionais. Mas hospitais e crematórios em toda China continuam sobrecarregados, principalmente de idosos.

Os jornalistas da AFP viram, nesta quarta-feira (28), dezenas de pacientes com Covid-19, a maioria idosos, deitados em macas nas áreas de emergência dos hospitais de Tianjin, a 140 quilômetros de Pequim.

Um médico admitiu que a equipe médica terá de continuar trabalhando, mesmo que teste positivo para o coronavírus.

Outros países expressaram preocupação com a possibilidade de surgimento de novas variantes, devido ao aumento de casos na China.

Ontem, autoridades americanas anunciaram que o país está considerando a possibilidade de impor restrições aos viajantes procedentes da China, depois que Japão, Índia e outros decidiram exigir testes de PCR de passageiros com mesmo local de partida.

"A comunidade internacional está cada vez mais preocupada com os surtos contínuos de Covid-19 na China e a falta de dados transparentes, incluindo os dados de sequências genômicas virais", disseram as autoridades americanas.

Diante disso, Washington "considera tomar medidas similares" às de países como Japão e Malásia, acrescentaram.

Taiwan, a ilha autônoma de soberania reivindicada pela China, anunciou hoje que também pedirá testes de visitantes oriundos da China.

- Previsível e controlado -

As medidas de flexibilização de Pequim puseram fim ao regime de "covid zero", com testes em massa, confinamentos e extensas quarentenas que paralisaram sua economia e provocaram protestos em todo país.

"O desenvolvimento atual da situação epidemiológica chinesa é previsível e controlado", garantiu o porta-voz do Ministério chinês das Relações Exteriores, Wang Wenbin, nesta quarta-feira.

"O exagero, a difamação e a manipulação política com segundas intenções não resistem à prova dos fatos", acrescentou Wang, que chamou a cobertura da imprensa ocidental sobre a covid na China de "totalmente tendenciosa".

Desde março de 2020, os passageiros que chegavam à China tinham de passar por uma quarentena obrigatória.

O tempo do confinamento foi reduzido de três para uma semana em junho e para cinco dias no mês passado, antes de ser completamente eliminado em janeiro de 2023.

Na terça, as autoridades de imigração disseram que vão voltar a emitir passaportes para fins turísticos a partir de 8 de janeiro, após anos de rígidos controles de saída.

- Rastrear casos -

O surto de casos no inverno (verão no Brasil) ocorre antes do longo feriado do Ano Novo Chinês em janeiro, quando centenas de milhões de pessoas costumam viajar para visitar suas famílias.

Nesta quarta, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou 5.231 novos casos de covid e três mortes, depois de estreitar os critérios para definir se uma morte foi causada pelo coronavírus.

Os números divulgados podem ser menores do que a realidade, porque as pessoas não são mais forçadas a relatar o contágio.

Hoje, usam dados de consultas on-line, visitas hospitalares, pedido de medicamentos para febre e chamadas de emergência para "cobrir as limitações dos números (oficiais) relatados", disse Yin Wenwu, funcionário do controle de doenças, à imprensa na terça-feira.

Diante da falta de remédios básicos, as autoridades da cidade de Pequim planejam distribuir Paxlovid, um remédio contra a covid, em hospitais locais e clínicas comunitárias.

A China flexibilizou, nesta quarta-feira (7), sua estratégia de "covid zero", uma política que desencadeou uma onda de manifestações no país. A seguir, as principais mudanças anunciadas pela Comissão Nacional de Saúde:

- Quarentena em casa -

Os pacientes assintomáticos ou com sintomas leves poderão se isolar em casa. Até agora, a lei exigia que qualquer caso positivo fosse levado a uma instalação do governo ou a um hospital para cumprir a quarentena.

Esses centros foram alvo de inúmeras denúncias por suas condições precárias, como a falta de água corrente e a má qualidade da comida.

A partir de agora, os chineses também poderão comprar livremente os medicamentos contra a febre e o resfriado, sem a necessidade de apresentar um documento de identidade.

- Confinamentos reduzidos -

As autoridades minimizarão o uso de confinamentos, aplicados em distritos e às vezes em cidades inteiras.

A partir de agora, serão aplicados apenas a determinados edifícios ou estabelecimentos. Se nenhum caso for registrado por cinco dias, eles serão levantados.

As escolas deverão permanecer abertas se nenhum caso positivo for registrado.

A nova regulamentação também proíbe as autoridades de bloquear as saídas de emergência ou as portas de saída. A medida é uma resposta ao incêndio de Urumqi, onde as autoridades foram acusadas de ter prejudicado o trabalho dos socorristas.

As restrições também não podem impedir que as pessoas tenham acesso a tratamento médico de emergência. Várias pessoas morreram nos últimos meses depois que os hospitais se recusaram a tratá-las porque não tinham testes de PCR válidos.

- Fim dos testes em massa -

As autoridades também encerraram os testes em massa. Antes, para acessar espaços públicos, era necessário apresentar um teste de PCR negativo.

Os "profissionais de alto risco", profissionais de saúde e entregadores de comida ainda precisarão fazer esse tipo de teste. As empresas ainda poderão exigi-los de seus funcionários.

Por outro lado, não será mais exigida a apresentação de um teste de PCR de menos de 48 horas para viagens entre províncias.

- Fim dos códigos verdes -

A população também não terá que mostrar um código sanitário verde no celular para acessar a maioria dos edifícios e espaços públicos, com exceção dos espaços "geriátricos, instituições médicas, creches e centros educacionais".

O código gerou temores na população pelo respeito à vida privada.

Em junho, cinco funcionários do governo da cidade de Zhengzhou (centro) foram punidos por alterar deliberadamente a cor do código de milhares de moradores para impedi-los de protestar após um escândalo bancário.

Apesar dessas mudanças, as fronteiras do país asiático permanecem quase totalmente fechadas e os viajantes do exterior ainda devem passar por uma quarentena de oito dias após a chegada.

Xangai abolirá algumas medidas da drástica política anticovid em vigor na China a partir de segunda-feira (5) – anunciaram as autoridades neste domingo (4), após uma onda de manifestações históricas contra as restrições sanitárias e em defesa de mais liberdades políticas.

Os habitantes deste centro financeiro da China poderão voltar a usar os transportes públicos e ter acesso a determinados locais, como parques e atrações turísticas, sem precisar apresentar um teste de PCR negativo de menos de 48 horas, informaram as autoridades em uma mensagem publicada na rede social WeChat.

Xangai segue os passos de muitas outras cidades chinesas, entre elas Pequim, Tianjin, Shenzhen e Chengdu, que suspenderam, no sábado (3), a obrigatoriedade de apresentar esse teste nos transportes.

A insatisfação com a draconiana estratégia de saúde do governo gerou protestos, no último fim de semana, de uma magnitude sem precedentes em décadas no país comunista.

As autoridades reagiram rapidamente para sufocar o movimento, com uma significativa mobilização policial e um reforço da vigilância nas redes sociais.

Em paralelo, várias cidades começaram a flexibilizar as restrições, sobretudo, suprimindo os testes diários em massa, uma das bases da política de "covid zero", imposta há quase três anos.

No sábado, as autoridades locais de Pequim também pararam de registrar o nome real das pessoas que compravam remédios para febre e resfriado.

Na quinta-feira (1º), o presidente Xi Jinping defendeu uma flexibilização da política sanitária, alegando que, "agora, a epidemia na China é basicamente de ômicron, menos letal, e (...) isso abre a possibilidade de mais abertura nas restrições".

A declaração foi dada em um encontro com o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, conforme divulgado por funcionários europeus.

Várias cidades da China decidiram flexibilizar as rígidas medidas anticovid a partir desta sexta-feira (2), após as manifestações históricas dos últimos dias para exigir o fim das restrições e mais liberdades.

A indignação e a frustração da população com a política de "covid zero" - imposta pelas autoridades para lutar contra a pandemia - resultaram no fim de semana passado nos maiores protestos em décadas no país.

Depois das manifestações, várias cidades começaram a flexibilizar as restrições, como o fim da exigência de testes diários para milhões de pessoas.

A partir desta sexta-feira, a metrópole de Chengdu (sudoeste) para de exigir um resultado de teste negativo recente para permitir a entrada em locais públicos ou o acesso ao metrô. Agora será necessário apenas um passaporte sanitário com a cor verde, que confirma que a pessoa não passou por nenhuma área de "risco elevado".

Na capital Pequim, as autoridades solicitaram aos hospitais que parem de rejeitar pacientes que não apresentem um exame PCR negativo de menos de 48 horas.

A China registrou várias mortes por atrasos nos tratamentos médicos provocados pelas medidas anticovid. Este foi o caso de um bebê de quatro meses que faleceu recentemente pela exigência de permanecer em quarentena com o pai.

Em janeiro, na cidade de Xi'an, uma grávida perdeu o bebê na porta de um hospital que não permitiu sua entrada porque ela não apresentou um teste com resultado negativo.

As manifestações do fim de semana passado voltaram a recordar estas mortes. Nas redes sociais, uma mensagem muito compartilhada tem uma lista de nomes de pessoas que faleceram vítimas de negligências motivadas pelas restrições sanitárias.

Outras cidades, também afetadas por novos surtos de coronavírus, começaram a autorizar a reabertura de restaurantes, centros comerciais e escolas, deixando de lado as medidas severas que estavam em vigor.

- Quarentena em casa -

Na cidade de Urumqi, capital da região de Xinjiang (noroeste), cenário de um incêndio que motivou as primeiras manifestações, as autoridades anunciaram nesta sexta-feira que supermercados, hotéis, restaurantes e estações de esqui serão reabertas de forma gradual.

A cidade, que tem mais de quatro milhões de habitantes, enfrentou um dos confinamentos mais prolongados da China. Alguns bairros estavam fechados desde agosto.

Em 26 de novembro, um incêndio em um prédio residencial provocou 10 mortes. Muitas pessoas afirmaram que os trabalhos dos bombeiros foram prejudicados pelas restrições anticovid na cidade.

O Diário do Povo, jornal do Partido Comunista, publica nesta sexta-feira declarações de especialistas em saúde que apoiam as medidas anunciadas por algumas autoridades regionais para permitir que as pessoas que testam positivo para covid façam a quarentena em casa.

Esta é uma mudança radical em relação às normas que prevalecem em grande parte do país, que exigem que as pessoas infectadas permaneçam em confinamento em instalações do governo.

Na quinta-feira, o governo da cidade industrial de Dongguan (sul) anunciou que as pessoas com "condições específicas" devem ser autorizadas a permanecer em suas casas durante o isolamento. Mas as condições não foram reveladas.

A megalópole de Shenzhen, um centro de tecnologia também no sul do país, começou a aplicar uma política similar na quarta-feira.

A nível nacional, o governo também sugeriu que pode flexibilizar as restrições.

A vice-primeira-ministra Sun Chunlan reconheceu na quarta-feira em um discurso à Comissão Nacional da Saúde que a variante ômicron era menos perigosa e afirmou que a taxa de vacinação aumentou no país, segundo a agência estatal Xinhua.

A maneira da China lidar com o vírus está "diante de novas circunstâncias", disse.

Figura central da estratégia chinesa de combate à pandemia, Sun não fez qualquer menção à política de tolerância zero à covid, dando a entender que talvez esta política, que afeta há três anos a vida da população e a economia do país, pode ser suavizada em breve.

O governo da China ordenou o confinamento de seis milhões de pessoas na cidade de Zhengzhou, sede da maior fábrica de iPhones do mundo, onde protestos violentos foram registrados pelas condições salariais e o isolamento dos trabalhadores.

A estratégia restritiva "covid zero" do país asiático está encurralada pelos vários surtos de coronavírus no país, que registrou nesta quinta-feira (24) o maior número de casos diários desde o início da pandemia.

O mal-estar com a imposição contínua de medidas provoca manifestações como as de centenas de funcionários da fábrica de iPhones em Zhengzhou, que na quarta-feira enfrentaram policiais e agentes de outras forças de segurança com trajes de proteção e cassetetes.

Em um cenário de crise, as autoridades municipais ordenaram testes em larga escala da população e o confinamento de vários distritos nesta cidade da região central da China a partir de sexta-feira.

Os moradores do centro da cidade só podem sair desta área com um teste negativo de covid e permissão das autoridades. Também não podem sair de casa, "exceto em caso de necessidade".

As restrições afetarão mais de seis milhões de pessoas, quase metade da população de Zhengzhou, mas não abrangem a zona onde está localizada a fábrica de iPhone, cujos trabalhadores enfrentam restrições há várias semanas.

Um funcionário explicou, sob anonimato, à AFP que o protesto começou por uma disputa relacionada ao pagamento de um bônus prometido pelo grupo de tecnologia taiwanês Foxconn, que confinou os trabalhadores dentro do complexo.

De acordo com a fonte, a Foxconn havia prometido um pagamento adicional de 3.000 yuanes (420 dólares), mas os funcionários receberam apenas 30 yuanes.

Além disso, muitos trabalhadores reclamavam das condições de vida "caóticas" dentro da fábrica, segundo o funcionário.

A empresa taiwanesa apresentou nesta quinta-feira um pedido de desculpas e atribuiu o problema a um "erro técnico" no sistema de pagamentos de salários.

Também afirmou que "entende completamente" as inquietações dos funcionários e que "tentará fazer o máximo para solucionar as preocupações e demandas razoáveis" da equipe.

- Cansaço -

As medidas adotadas em Zhengzhou são parte da estratégia "covid zero" da China para erradicar o vírus de seu território, o que inclui confinamentos, restrições de viagens e testes em larga escala.

Porém, depois de quase três anos de pandemia, o número de casos de covid-19 no país é mais elevados do que nunca.

O Escritório Nacional de Saúde registrou 31.444 novos contágios nesta quinta-feira.

Embora o número seja pequeno para uma população de 1,4 bilhão de pessoas, especialmente quando comparado as balanços do resto do mundo no pior momento da pandemia, os surtos provocam múltiplas restrições no país.

O caráter vago e mutável das medidas e seu impacto na segunda maior economia do mundo deixam a população esgotada.

Várias cidades, como Pequim, Xangai, Guangzhou e Chongqing, aumentaram as restrições devido ao aumento de casos.

A capital passou a exigir um teste negativo de covid nas últimas 48 horas para permitir a entrada em centros comerciais, hotéis ou edifícios públicos. Além disso, as escolas retomaram o ensino à distância.

O centro manufatureiro de Guangdong (sul), que registrou um terço dos casos no país, construiu milhares de leitos hospitalares temporários para acomodar os pacientes.

As medidas rígidas em várias regiões do país foram anunciadas pouco depois de o governo central divulgar ações para uma tímida reabertura, como a redução do tempo de quarentena exigido para os viajantes que chegam do exterior.

Porém, mesmo a cidade de Shijiazhuang, vizinha de Pequim e considerada um teste piloto das estratégias de reabertura, revogou esta semana a maioria das medidas de flexibilização decretadas.

"O caminho para a reabertura pode ser lento, caro e turbulento", afirmou Ting Lu, economista-chefe para a China do banco japonês Nomura.

Xangai anunciou, nesta terça-feira (31), uma nova flexibilização das restrições anticovid, mais um passo ao levantamento total do confinamento que começou há dois meses.

A capital econômica da China foi confinada por etapas desde o final de março para enfrentar um surto em todo o país, o pior desde o início da pandemia no final de 2019.

Ao contrário de muitos países, a China segue aplicando uma estratégia de "covid zero", que implica quarentenas e confinamentos quando surgem novos casos.

Após suavizar várias restrições nas últimas semanas, a Prefeitura disse nesta terça-feira que os moradores das áreas consideradas de baixo risco poderão circular livremente pela cidade a partir de quarta-feira.

Este grande passo para o fim do confinamento se aplicará a quase 22 milhões de pessoas, declarou à imprensa Zong Ming, uma dos vice-prefeitos de Xangai.

A partir de meia-noite de quarta-feira (13h00 de terça, horário de Brasília), "a cidade entrará na terceira fase [do desconfinamento], com um retorno completo, mas gradual, à normalidade", afirmou.

O confinamento da cidade mais populosa da China enfraqueceu a economia, prejudicou a produção, limitou o consumo e interrompeu gravemente as cadeias de abastecimento.

Lucy, uma moradora de Xangai, conta que, no meio da noite, ela e seus vizinhos foram forçados a entrar em um ônibus, e levados para improvisados centros de quarentena, a centenas de quilômetros da confinada megalópole chinesa.

Há semanas, a maioria dos 25 milhões de habitantes de Xangai está confinada em suas casas, enquanto a cidade enfrenta um grande surto de Covid-19.

Centenas de milhares de pessoas que testaram positivo para o coronavírus foram levadas para centros de isolamento improvisados, pois a China não permite que cumpram a quarentena em casa. Até moradores que testaram negativo no teste foram obrigados a deixarem suas casas, e transferidos para instalações fora da cidade, conforme relatos à AFP.

“A polícia nos disse que havia muitos casos positivos no nosso condomínio e que, se continuássemos morando aqui, todos acabaríamos infectados”, disse Lucy, que prefere não dar seu sobrenome, à AFP. "Não tínhamos outra opção", desabafou.

Segundo ela, o grupo de pessoas que testou negativo foi enviado para um centro de quarentena com centenas de quartos individuais pré-fabricados, na província vizinha de Anhui, a cerca de 400 km de distância. Ela não saber quando poderá voltar para casa.

A AFP conversou com outros residentes de Xangai, com boa saúde e negativos para o vírus, que também foram enviados para cumprir quarentena em outras províncias. Um deles diz que seus vizinhos protestaram e se recusaram a sair.

Outro, do distrito de Jing'an, contou que foi levado à noite, junto com dezenas de outras pessoas de seu complexo residencial, para um centro de quarentena também localizado em Anhui.

Em entrevista à AFP, uma mulher disse ter ficado "horrorizada" ao ver o local de sua residência temporária e que "perdeu a confiança no governo de Xangai".

Xangai se encontra, nesta segunda-feira (2), sob uma série de restrições sanitárias, enquanto os novos casos caíram para cerca de 7.000, com 32 mortes. As autoridades desta megalópole não responderam a perguntas sobre a situação na cidade.

Para o pesquisador Yanzhong Huang, do "think tank" Council on Foreign Relations (CFR), de Nova York, o governo deste importante centro econômico está, certamente, sujeito a uma grande pressão para aplicar a política de "covid zero em nível comunitário", ou seja, impedir a transmissão fora dos centros de quarentena.

“Quando estão submetidos a uma forte pressão que vem de cima para implementar as metas da política de ‘covid zero’, é muito mais provável que recorram a medidas muito duras e excessivas”, afirma.

"Afastar quem testou negativo para o vírus pode ser considerado como uma estratégia preventiva (...)", acrescenta Huang.

Segundo a agência oficial de notícias Xinhua, milhares de pessoas que tiveram contato com aquelas infectadas pelo vírus foram colocadas em quarentena nas províncias vizinhas.

Os laboratórios Pfizer e BioNTech anunciaram nesta terça-feira (15) ter solicitado à Agência de Medicamentos dos Estados Unidos (FDA) que autorize uma dose de reforço adicional de sua vacina contra a Covid-19 para maiores de 65 anos.

Em sua demanda, basearam-se em dados procedentes de Israel e analisados quando a variante Ômicron circulava amplamente, afirmam as companhias em um comunicado.

Estes dados demonstram, segundo a Pfizer e a BioNTech, que "uma dose de reforço adicional da vacina de RNA mensageiro aumenta a imunogenicidade" (capacidade de provocar resposta imunológica) "e reduz as taxas de infecções confirmadas e de doenças graves".

Portanto, as empresas pediram uma autorização de uso emergencial à FDA.

A gigante farmacêutica francesa Sanofi anunciou, nesta quarta-feira (23), resultados positivos em grande escala de sua vacina anticovid-19, desenvolvida em parceria com o laboratório britânico GSK, após um ano de testes e adiamentos.

"Sanofi e GSK vão solicitar a aprovação regulatória de sua vacina contra Covid-19" nos Estados Unidos e na União Europeia, anunciaram ambos os grupos em um comunicado, após testes realizados em milhares de pessoas.

Embora os estudos completos ainda não tenham sido publicados, seus resultados mostram que o fármaco contribui para prevenir a hospitalização relacionada com o coronavírus. Além disso, a vacina teria uma eficácia ligeiramente superior a 50% para a covid sintomática.

Isto é "comparável com a eficácia das vacinas já disponíveis", destacou a Sanofi, em um contexto de forte propagação da pandemia, devido à variante ômicron.

Se a vacina for autorizada, será o fim de uma longa jornada para ambas as empresas farmacêuticas, que esperavam poder comercializar o medicamento em meados de 2021.

Os primeiros obstáculos surgiram com a dosagem correta da vacina e, depois, com a dificuldade de se encontrar pessoas ainda não infectadas, para que os testes fossem confiáveis.

A Sanofi teve de abandonar suas tentativas de criar uma vacina baseada na tecnologia de RNAm, que tem sido a base de suas concorrentes Pfizer/BioNTech e Moderna.

As autoridades de saúde da Suécia recomendaram, nesta segunda-feira (14), a inoculação de uma quarta dose da vacina contra a Covid-19 a todas as pessoas com mais de 80 anos, bem como às que residem em lares de idosos, independentemente da idade.

Pouquíssimos países do mundo lançaram campanhas de uma quarta dose, já que as correspondentes à terceira ainda estão em andamento, para alcançar a imunidade (coletiva) contra o vírus.

Esta recomendação aplica-se também às pessoas que recebem cuidados médicos domiciliares, independentemente da idade, segundo a Autoridade de Saúde Pública, que define a estratégia deste país nórdico contra a covid-19.

Além disso, especifica que esta nova vacina de reforço deve ser inoculada pelo menos quatro meses após o recebimento de uma terceira.

"A capacidade do sistema imunológico de reagir à vacina para criar proteção duradoura diminui com a idade. Um reforço aumenta essa proteção", explicou Anders Tegnell, epidemiologista-chefe sueco, em comunicado.

Outros países, como Israel, Dinamarca e Espanha, também anunciaram que implementarão uma quarta dose para pessoas vulneráveis e/ou idosas.

No entanto, a Dinamarca deixou claro na sexta-feira que não planeja inocular uma quarta dose em outros grupos de sua população, nem uma terceira aos menores de 18 anos.

As autoridades sanitárias dinamarquesas indicaram que estão trabalhando "para conceber um plano para parar a vacinação", cujo calendário será divulgado no final de fevereiro.

Na Suécia, mais de 85% das pessoas com mais de 80 anos receberam uma terceira dose da vacina, assim como quase 55% das pessoas com mais de 18 anos.

Em 9 de fevereiro, o mais populoso dos países nórdicos levantou todas as suas restrições contra o coronavírus, apesar de um grande número de casos devido à variante ômicron, argumentando que a proteção resultante da vacinação levou a pandemia “para uma nova fase”.

Precisamente, a Suécia distinguiu-se durante a pandemia, na sua primeira fase em particular, pela flexibilidade na sua estratégia sanitária, sem impor confinamentos ou o uso de máscaras.

Com quase 16.500 mortes em pouco mais de 10 milhões de habitantes, o seu saldo é ligeiramente inferior à média europeia, mas claramente superior ao dos seus vizinhos nórdicos (Dinamarca, Noruega e Finlândia).

A fraca proteção nos lares de idosos durante a primeira fase da pandemia foi particularmente destacada no relatório de uma investigação específica.

A ponte Ambassador, passagem de fronteira crucial entre Canadá e Estados Unidos, foi reaberta ao tráfego após sete dias de bloqueio por manifestantes contrários às medidas anticovid-19 e depois de uma operação policial que terminou com quase 30 detenções.

O bloqueio da ponte que une a cidade canadense de Windsor à cidade americana de Detroit, por onde passa quase 25% do comércio entre os dois países, obrigou as montadoras de automóveis dos dois lados da fronteira a interromper ou reduzir a produção.

"A ponte Ambassador está agora totalmente aberta, permitindo novamente o livre fluxo comercial entre as economias canadense e americana", informou a empresa em um comunicado. O bloqueio afetou a indústria automotiva dos dois lados da fronteira.

O Serviço de Fronteira do Canadá confirmou a reabertura, mas indicou que não recomenda viagens não essenciais.

A polícia do Canadá liberou a ponte estratégica durante o domingo. Os agentes efetuaram diversas detenções ao longo do dia e desobstruíram a rodovia que segue até a Ponte Ambassador, mas os veículos só voltaram a transitar nesta segunda-feira.

A força de segurança prometeu "tolerância zero" para atividades ilegais na província de Ontario.

Liz Sherwood-Randall, conselheira de Segurança Nacional do presidente americano, Joe Biden, elogiou "os esforços decisivos da força pública (canadense) ao longo da fronteira para conseguir a suspensão completa de todos os bloqueios".

Na semana passada, Washington pressionou Ottawa e pediu o uso dos "poderes federais" para pôr fim ao bloqueio com "sérias consequências" para a economia americana, devido à importância do comércio que circula pela ponte.

O prefeito da cidade vizinha de Windsor comemorou que "a crise econômica nacional na ponte Ambassador tenha terminado", frente ao alto custo financeiro do bloqueio.

O bloqueio causou transtornos para a indústria automotiva dos dois lados da fronteira. Mais de 25% das mercadorias comercializadas entre Estados Unidos e Canadá passam por esta ponte.

- Repúdio às medidas sanitárias -

O movimento de protesto contra as medidas sanitárias inspirou iniciativas similares em outros países.

Na França, por exemplo, cerca de 1.300 veículos vindos de todo o país participaram dos comboios contra o passaporte sanitário e fizeram escala perto da cidade de Lille (norte) rumo a Bruxelas, onde pretendem protestar na segunda-feira, apesar da proibição das autoridades belgas.

Milhares de pessoas contrárias ao passaporte sanitário ou ao presidente francês, Emmanuel Macron, concentraram-se em Paris para protestar ali no sábado, batizando seu movimento de "Comboios da Liberdade", assim como a mobilização canadense.

No Canadá, o movimento, que entra na terceira semana, começou com uma mobilização de caminhoneiros contrários à obrigatoriedade de se vacinarem para cruzar a fronteira entre Canadá e Estados Unidos, mas as reivindicações acabaram incluindo a rejeição ao conjunto de medidas sanitárias adotadas e até a gestão do governo do primeiro-ministro, Justin Trudeau.

As manifestações prosseguiram do domingo em várias do país, entre elas Toronto e Montreal, e outros eixos fronteiriços continuavam bloqueados, nas províncias de Manitoba e Alberta.

Ottawa estava paralisada desde o fim de janeiro. Muitos manifestantes protestaram no centro da capital canadense neste domingo, quando contramanifestantes irritados tentaram conter um dos comboios que chegou para se somar à mobilização.

Antes da liberação da ponte, o ministro da Proteção Civil, Bill Blair, mostrou-se muito crítico à polícia de Ottawa, considerando "inexplicável" que a falta de capacidade para restabelecer a ordem.

"A polícia deve fazer seu trabalho e aplicar a lei na cidade", disse Blair à emissora CBC.

Ele também disse que "o governo federal está disposto a fazer tudo o necessário para retomar o controle da situação e restabelecer a ordem", em uma declaração que parece marcar uma diferença de tom sutil por parte das autoridades.

Consultado sobre a possibilidade de pedir para o exército ajudar a restabelecer a ordem, Trudeau declarou na sexta-feira que esta seria "uma solução de último, último, último recurso".

O regulador de medicamentos da China disse neste sábado (12) que deu uma aprovação "condicional" ao uso da pílula anticovid da Pfizer, com sede nos Estados Unidos, para tratar adultos com doenças leves, ou moderadas, que podem desenvolver sintomas graves.

A Administração Nacional de Produtos Médicos também solicitou que mais pesquisas sobre o medicamento sejam realizadas e enviadas para a entidade.

Administrado por via oral, este tratamento antiviral é comercializado como Paxlovid e foi licenciada em pelo menos 40 países, incluindo Estados Unidos e Israel. A União Europeia permitiu seu uso aos países-membros enquanto processa sua autorização oficial.

Estudos mostraram que o remédio reduz significativamente as hospitalizações e mortes em pacientes com risco de desenvolver uma forma grave da doença e provavelmente continua sendo eficaz contra a variante ômicron.

Os antivirais agem reduzindo a capacidade de um vírus de se replicar, contendo, assim, a doença.

Este sinal verde condicional da China surge após vários meses com uma série de surtos no país. A nova onda colocou em risco a estratégia "covid zero" promovida por Pequim, depois de controlar a primeira onda da pandemia, que surgiu em Wuhan.

Embora longe dos níveis de infecção de outros países, a China ainda está lidando com vários surtos isolados que causaram o confinamento de uma cidade do sul nesta semana, onde os casos dispararam. Nas últimas 24 horas, foram 40 novos pacientes em todo país.

Jogos Olímpicos sob vigilância

Embora esses números sejam irrisórios em comparação com os registrados em outras partes do mundo, levam o governo a redobrar sua vigilância no momento em que Pequim celebra os Jogos Olímpicos de Inverno até 20 de fevereiro.

Todos os participantes estão confinados em uma hermética bolha sanitária, que impede o contato com o restante da população. Até agora, a China não autorizou nenhuma vacina estrangeira contra o coronavírus. As únicas disponíveis no país são as de fabricantes locais.

Os imunizantes do laboratório público Sinopharm e do privado Sinovac - com a técnica clássica do vírus inativado - são os mais utilizados.

Segundo o Ministério chinês da Saúde, que informou no final de janeiro uma taxa de vacinação completa (duas doses) de mais de 90% da população, 3,03 bilhões de vacinas já foram aplicadas no país.

Permanecem, contudo, dúvidas sobre sua eficácia contra as novas variantes. Sinovac indicou que pretende desenvolver uma dose específica contra a ômicron.

No final de janeiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, na sigla em inglês) aprovou o Paxlovid da Pfizer, o primeiro tratamento antiviral oral contra a doença autorizado na União Europeia (UE).

Esse tipo de medicamento pode marcar um passo para o fim da pandemia, já que pode ser tomado com um simples copo d'água.

Paxlovid é uma combinação de uma nova molécula, a PF-07321332, com o ritonavir, um antiviral contra o HIV, tomados em comprimidos separados.

A Pfizer afirma ter vendido o correspondente a US$ 72 milhões destes medicamentos em 2021.

O protesto em frente ao Parlamento da Nova Zelândia cresceu nesta sexta-feira (11), após os violentos confrontos do dia anterior entre a polícia e os manifestantes contrários às restrições sanitárias pela pandemia.

Um ambiente festivo prevaleceu na mobilização no centro de Wellington, onde os manifestantes instalaram um improvisado "Acampamento da Liberdade", com música e dança, enquanto a polícia observava das barricadas.

Embora a área esteja isolada e, em tese, fechada ao público, o número de manifestantes cresceu de cerca de 250 para em torno de 1.500 na noite de ontem.

Confrontos violentos eclodiram no dia anterior, quando policiais tentaram desmantelar o protesto. Para isso, prenderam 122 pessoas e usaram gás pimenta.

Os manifestantes estão há quatro dias acampados do lado de fora do Parlamento, em um protesto inspirado no "Comboio da Liberdade" liderado por caminhoneiros no Canadá. O movimento paralisou o centro de Ottawa e bloqueou três passagens de fronteira com os Estados Unidos.

Uma manifestante chamada Carrie, que não quis revelar seu sobrenome, disse que os ativistas continuam comprometidos com seu objetivo de acabar com a vacinação obrigatória para policiais, profissionais da saúde, educação, ou defesa.

"A maneira como a polícia nos tratou chocou todo mundo (...) O que eles fizeram ontem foi além de qualquer expectativa. Brutal, absolutamente brutal", disse à AFP.

Além da obrigação imposta a alguns setores profissionais, a Nova Zelândia adota um certificado de vacinação para entrar em restaurantes, eventos esportivos, ou cultos religiosos.

A Agência Europeia de Medicamentos (EMA) aprovou, nesta quinta-feira (27), a pílula anticovid do laboratório Pfizer, sendo o primeiro tratamento oral contra a Covid-19 autorizado na União Europeia (UE).

"O Comitê de Medicamentos de Uso Humano (CHMP) da EMA recomendou a concessão de uma autorização condicional de comercialização para o medicamento antiviral oral Paxlovid", declarou o regulador europeu em um comunicado.

A EMA “recomendou a autorização do Paxlovid para o tratamento da covid-19 em adultos que não necessitam de suporte respiratório, mas que correm risco de agravamento da doença”.

Os antivirais funcionam reduzindo a capacidade de um vírus de se replicar, retardando assim o avanço da doença. Eles são altamente esperados porque são fáceis de administrar e podem ser ingeridos simplesmente com um copo de água.

A Pfizer havia declarado em dezembro que sua pílula anticovid reduzia em quase 90% as hospitalizações e mortes de pessoas em risco quando tomada nos primeiros dias após o início dos sintomas, de acordo com estudos.

A EMA avaliou os dados de um estudo envolvendo pacientes com covid-19 mostrando que “o tratamento com Paxlovid reduziu significativamente as hospitalizações e mortes em pacientes com pelo menos uma doença subjacente que os colocava em risco de contrair uma covid-19 grave”.

A maioria dos pacientes no estudo foi infectada com a variante delta, disse a Agência Europeia de Medicamentos, mas observou que, com base em testes de laboratório, o Paxlovid deve permanecer eficaz contra a ômicron, que atualmente é majoritária.

A pílula da Pfizer é uma combinação de uma nova molécula, PF-07321332, e ritonavir, um antiviral utilizado no tratamento do HIV, tomado em comprimidos separados.

"O CHMP da EMA concluiu que os benefícios do medicamento são maiores que seus riscos para o uso aprovado e enviará suas recomendações à Comissão Europeia (CE) para uma decisão rápida, aplicável em todos os Estados-membros da UE".

Esse processo de aprovação por parte da Comissão Europeia costuma levar algumas horas ou dias.

"Com a autorização do Paxlovid esta semana, foram autorizados 6 medicamentos anticoronavírus no marco da estratégica terapêutica da UE", disse em outro comunicado a comissária europeia de Saúde e Segurança Alimentar, Stella Kyriakides.

Estados Unidos, Canadá e Israel fazem parte de um grupo de países que já autorizou o tratamento da Pfizer.

A gigante farmacêutica suíça Novartis anunciou, nesta segunda-feira (10), resultados positivos de seus testes clínicos de fase 2 de um tratamento antiviral contra a Covid-19 desenvolvido em parceria com o laboratório Molecular Partners, também suíço.

Chamado ensovibep, esse tratamento administrado por via intravenosa atingiu seus objetivos primários nos ensaios de fase 2, referentes à redução da carga viral após oito dias para as três doses testadas, informou a Novartis, em um comunicado.

Também atingiu seus objetivos secundários relacionados com hospitalizações e/ou internações em terapia intensiva, ou óbitos, alcançando uma redução dos riscos de 78% para os pacientes que receberam esse tratamento, em comparação com aqueles que receberam um placebo, relata o grupo suíço.

Este estudo de fase 2, denominado Empatia, foi realizado com 407 pacientes ambulatoriais adultos. Esta fase da pesquisa corresponde à etapa intermediária dos estudos clínicos.

Os testes in vitro demonstraram um alto nível de neutralização contra todas as variantes conhecidas, incluindo delta e ômicron, acrescentou o grupo.

Em outubro de 2020, a Novartis se associou ao laboratório de biotecnologia de Zurique Molecular Partners, assinando um acordo para o desenvolvimento de dois tratamentos antivirais potenciais contra a Covid-19, entre eles o MP0420, mais tarde denominado ensovibep.

A Alemanha decide nesta quinta-feira (2) restrições adicionais contra a virulenta quarta onda de coronavírus, incluindo o fechamento de bares e outros locais públicos, antes de examinar uma proposta de vacinação obrigatória.

Após uma primeira sessão de negociações na terça-feira, a chanceler Angela Merkel, seu sucessor Olaf Scholz e os dirigentes das 16 regiões do país se reúnem novamente nesta quinta-feira para definir o arsenal de medidas.

Apesar de uma tímida melhora, a situação ainda é considerada alarmante no país, com dezenas de milhares de contágios diários e vários hospitais próximos do colapso.

O contexto é complicado pelo atual período de transição na Alemanha, entre a saída de Angela Merkel, que fará um discurso de despedida nesta quinta-feira, e a posse de Scholz, que deve ser eleito pelo Parlamento na próxima semana.

A reunião e as restrições estimuladas pela nova coalizão de governo devem mostrar, segundo o futuro chanceler Scholz, que "não há um vazio de poder, como alguns citam neste momento".

O ponto mais delicado da nova ofensiva contra a covid é a vacinação obrigatória, que pode ser decidida a partir de fevereiro ou março.

O social-democrata Scholz surpreendeu ao defender a medida radical, já aprovada na Áustria e que é objeto de debate na União Europeia.

Até o final do ano ele deve apresentar um projeto de lei ao Parlamento.

A opinião pública mudou consideravelmente sobre a questão. Há alguns meses, dois terços dos alemães eram contrários às vacinas obrigatórias, mas agora 64% são favoráveis, segundo uma pesquisa da RTL e ntv.

A medida tem o apoio dos dois sócios de coalizão dos social-democratas (os Verdes e os Liberais, habitualmente contrários à interferência nas liberdades), assim como dos conservadores de Angela Merkel.

Apenas o partido de extrema-direita AfD iniciou uma campanha contra a vacina obrigatória.

O governo holandês planeja anunciar um reforço das restrições sanitárias para conter o aumento de casos de Covid-19 no país, enquanto a polícia se prepara para novas manifestações e distúrbios.

Em uma coletiva de imprensa marcada para esta sexta-feira (26) à noite, o primeiro-ministro Mark Rutte pode anunciar o fechamento de bares e restaurantes às 17h, em vez das 20h atualmente, de acordo com a imprensa local.

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Um endurecimento das medidas atuais corre o risco de inflamar uma situação já tensa na Holanda.

O país acaba de sair de quatro noites de grande tensão que começaram na última sexta-feira. Os protestos ocorreram em várias cidades, incluindo Rotterdam e Haia.

"Estamos mantendo nossos ouvidos e olhos abertos e nos preparando", disse Gijs van Nimwegen, porta-voz da polícia de Rotterdam. "Vamos torcer para que a situação continue calma, em toda a Holanda e em Rotterdam", acrescentou à AFP.

A Holanda reintroduziu um confinamento parcial na semana passada, com novas restrições sanitárias no setor de restaurantes.

O governo também planeja proibir comparecimento dos não vacinados a determinados lugares, como bares ou restaurantes.

Pelo segundo ano, os fogos de artifício de Ano Novo, que costumam deixar muitos feridos, foram proibidos. O objetivo é não saturar os hospitais.

Entre as medidas, o governo recomenda o teletrabalho e não convidar mais de 4 pessoas em casa.

As manifestações públicas estão proibidas e os jogos de futebol são disputados à porta fechada.

Apesar das medidas, a Holanda, um país com 17 milhões de habitantes, ainda registra mais de 22.000 novas infecções por dia.

Esses números alarmaram o Executivo, que decidiu adiantar em uma semana a coletiva de imprensa do primeiro-ministro.

A equipe de especialistas (OMT, por sua sigla em inglês), que faz recomendações ao governo desde o início da pandemia, rejeita, no entanto, o fechamento de escolas e universidades.

Apesar do aumento dos casos de contágio entre estudantes, a OMT estima que um novo fechamento - como no início da pandemia - pode ser prejudicial para o desenvolvimento de crianças e jovens.

Nas duas últimas coletivas de imprensa dedicadas à epidemia, o primeiro-ministro se concentrou nos confrontos entre a polícia e os manifestantes em Haia.

Na sexta-feira passada, em Rotterdã, um protesto contra as restrições, convocado nas redes sociais, terminou em tumultos, com carros incendiados e feridos, inclusive policiais.

Ao todo, 173 pessoas foram detidas em todo o país desde sexta-feira. Além disso, dois manifestantes foram condenados à prisão por atirar pedras contra a polícia.

A Suíça nunca experimentou um clima eleitoral tão agressivo quanto o que cerca a votação de domingo (28) sobre as medidas de saúde do governo, forçando a polícia a colocar políticos ameaçados de morte sob proteção.

Sintoma dessa tensão inimaginável em um país conhecido por sua cultura de diálogo e acordo, as forças de segurança ergueram uma cerca para proteger a sede do governo e do Parlamento de possíveis ataques de ativistas antivacinas ou contrários ao passaporte de saúde.

Nas últimas semanas, as manifestações dos "Freiheitstrychler" (sinos da liberdade) se multiplicaram, com homens vestidos com camisetas brancas estampadas com edelweiss (flor da neve), a flor símbolo da Suíça, carregando nos ombros dois grandes sinos.

Junto, uma multidão bastante heterogênea, embora o perfil mais comum seja de indivíduos não muito jovens e politicamente inclinados à direita, segundo as primeiras observações de sociólogos.

Às vezes proibidas, certas manifestações terminaram em confrontos com a polícia, que um dia teve de recorrer a balas de borracha e gás lacrimogêneo para dispersar um grupo que se aproximara demais do Palácio Federal, sede do governo e do parlamento.

Os incidentes, porém, não chegaram às proporções dos distúrbios na Holanda ou na ilha francesa de Guadalupe.

Nas redes sociais proliferam os ataques contra líderes políticos suíços que apoiam a lei e as campanhas de vacinação, com insultos e ameaças de morte, incluindo o ministro federal da Saúde, Alain Berset.

Muitos estão sob proteção policial. "Constatamos um aumento nas ameaças desde o início da pandemia, com uma virulência sem precedentes", comentou a Polícia Federal à AFP.

A Suíça é uma referência de democracia direta, organizando vários referendos sobre questões às vezes espinhosas em um ambiente geralmente tranquilo.

Mas a votação de domingo sobre as mudanças na lei covid-19 acontece num ambiente de alta tensão e com temores de que os antivacinas questionem o resultado se não for favorável a eles.

"Na Suíça, temos os meios institucionais para nos expressarmos. Geralmente, isso atenua o recurso a formas de manifestações mais contundentes e violentas", explica o cientista político Pascal Sciarini da Universidade de Genebra.

"Mas parece que as tradições estão mudando quando vemos o que acontece nas ruas (...) a Suíça se tornou um país como os outros, com algumas especificidades, mas globalmente não é mais essa terra de consenso", analisa.

É a segunda vez em menos de seis meses que os suíços se posicionam sobre as medidas sanitárias. No início do ano, os cidadãos apoiaram a lei covid com 60% dos votos.

Agora devem se pronunciar sobre a introdução de um "certificado covid" reservado a pessoas vacinadas ou curadas. Alguns críticos da lei a comparam ao "apartheid" ou aos crimes cometidos pelos nazistas.

"Somos um país bastante calmo. E agora, de fato, isso está indo longe demais. Quem é o responsável? Talvez o governo que agiu sem se preocupar com danos colaterais", disse Michelle Cailler, porta-voz da "Amigos da Constituição", um dos grupos que promovem o referendo.

De acordo com as pesquisas, cerca de dois terços dos suíços apoiam a lei, assim como a maioria dos movimentos políticos, exceto a direita populista UDC, o maior partido do país.

A polícia holandesa informou, neste domingo (21), que 19 pessoas foram detidas, após uma segunda noite de protestos violentos contra as últimas medidas sanitárias implementadas pelo governo para conter a pandemia da Covid-19.

Em Haia, vários policiais da tropa de choque investiram contra grupos de manifestantes que atiravam pedras e outros objetos nos agentes em um bairro popular. De acordo com um comunicado divulgado pela polícia da capital, foi usado um canhão d'água para apagar um incêndio de bicicletas em um movimentado cruzamento de ruas.

No total, a polícia fez "19 detenções por insultos, entre outras coisas", acrescenta o texto.

Durante os confrontos, os policiais do Batalhão de Choque tiraram uma mulher de um carro, cujos ocupantes haviam gritado insultos contra as forças da ordem, e levaram-na para uma caminhonete, observou um jornalista da AFP.

Os protestos contra as restrições sanitárias pela pandemia da Covid-19 voltaram a terminar em tumultos na noite de sábado (20), na Holanda, em Haia em particular, onde cinco policiais ficaram feridos.

Um dia antes, a violência na cidade portuária de Rotterdam teve um balanço de 51 detidos e três pessoas baleadas.

Também houve atos violentos em Urk, uma pequena cidade protestante localizada no centro do país, e em várias cidades da província de Limburg, ao sul.

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