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O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), foi interrompido por um discurso antivacina enquanto pregava a união da direita em um evento em Belo Horizonte, neste sábado, 23.

O episódio ocorreu em uma palestra na CPAC (Conferência de Ação Política Conservadora, na sigla em inglês), evento que reúne conservadores e políticos da direita, na maioria apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

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"No ano que vem, eleição municipal, temos de eleger bons vereadores e bons prefeitos aqui em Minas e em todo Brasil e a direita precisa trabalhar unida, nós temos de estar juntos, não podemos...", disse o governador, sendo interrompido em seguida.

Zema estava encaminhando sua fala para o final quando uma mulher da plateia disse que foi demitida da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) por não ter tomado a vacina contra a covid-19. O governador não respondeu ao protesto e encerrou sua fala agradecendo.

Na sequência, o mediador da conferência subiu ao palco e elogiou o político como um gestor "respeitado" e com "trabalho reconhecido pelo público". "Eu tenho dito que a direita tem de arrumar o bom candidato e todos vamos apoiar o bom candidato", afirmou o governador, em sua resposta derradeira.

As imagens foram transmitidas nas redes oficiais do evento. Na pandemia de covid-19, Zema defendeu a vacinação e tomou quatro doses do imunizante, fazendo questão de mostrar seu ato publicamente, contrariando a postura do ex-presidente Bolsonaro na crise sanitária.

Em entrevista ao Estadão, no início de agosto, o governador havia defendido uma união da direita contra a esquerda nas eleições de 2026. Além disso, anunciou uma frente de Estados do Sul e do Sudeste para buscar protagonismo e evitar perdas contra Norte e Nordeste, provocando críticas de governadores e políticos dessas regiões.

Ele próprio é um dos pré-candidatos apontados para a disputa à Presidência,assim como os governadores de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSDB), e do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). "Tudo vai passar por um processo da direita tentar se unir e encontrar um nome que tenha apoio. Mas se for para lançar dois, três nomes, aí é para dar de mão beijada a reeleição ao adversário", disse Zema.

A Meta, controladora do Facebook e do Instagram, disse nesta quinta-feira (18) que removeu um dos grupos antivacina mais influentes dos Estados Unidos das redes sociais, por espalhar desinformação sobre a Covid-19.

Chamado The Children's Health Defense (CHD), o grupo, crítico das vacinas contra a Covid, acusou a Meta de cercear seu direito à liberdade de expressão: "O Facebook age neste caso como um agente para a cruzada do governo federal que busca silenciar qualquer crítica com políticas draconianas", disse o fundador do CHD, Robert Kennedy Jr., sobrinho do presidente John F. Kennedy.

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O porta-voz da Meta, Aaron Simpson, informou à AFP que as contas do grupo no Facebook e no Instagram foram apagadas ontem, o que aconteceu após violações repetidas das regras da Meta sobre desinformação.

O CHD afirmou que suas contas nas redes sociais eram seguidas por centenas de milhares de pessoas, e que recebeu com supresa a decisão da Meta. Em comunicado, o grupo compartilhou uma captura de tela que mostrava as mensagens em que era notificada a suspensão das contas devido à "desinformação, que poderia resultar em danos no mundo real”.

O CHD argumentou que a proibição pode estar relacionada a uma ação que o grupo moveu contra a Meta, em que acusa a gigante da tecnologia de infringir o direito à liberdade de expressão.

A campanha antivacina promovida pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), membros do seu governo e aliados, parece não ter afetado somente quem corre o risco de contrair a Covid-19. Um levantamento do projeto VAX*SIM mostrou que a vacinação infantil contra o sarampo não atingiu as metas nos últimos anos e a doença – que havia sido erradicada do País em 2016 – voltou a acometer os pequenos, provocando mortes.

Na última segunda-feira (2), teve início a Campanha Nacional contra o Sarampo de 2022, para crianças de seis meses até 5 anos de idade. A meta é atingir 95% deste público alvo, o que não ocorreu na grande maioria das cidades no ano passado.

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Em 2021, nenhum estado brasileiro atingiu a meta de vacinação infantil contra sarampo. Só 660 (cerca de 12%) das 5.500 cidades alcançaram a meta. Pior. A vacinação contra o sarampo é feita em duas doses, mas de cada três crianças brasileiras que tomaram a primeira dose do imunizante, uma não voltou para completar o esquema vacinal, ou seja, não ficaram completamente imunizadas.

“O Brasil tem um programa nacional de imunização estruturado, que serve de referência para o mundo inteiro. A vacinação infantil é uma das ações mais importantes para prevenir mortes evitáveis de crianças de até 5 anos, com um excelente custo-benefício. É inaceitável que tenhamos que lamentar mortes por uma doença para a qual há vacina disponível de forma gratuita pelo Sistema Único de Saúde [SUS] há décadas”, afirma Patricia de Moraes Mello Boccolini, coordenadora do VAX*SIM.

Em 2020, o Brasil registrou o recorde de 10 mortes de crianças menores de 5 anos por sarampo. Foi o maior número das últimas duas décadas. Entre 2018 e 2021, 26 crianças nessa faixa etária morreram pela doença, um retrocesso em um país que entre 2000 e 2017 havia registrado apenas uma morte, no ano de 2013.

“Mortes infantis por sarampo podem ser evitadas com uma estratégia simples e consolidada no SUS: a vacinação. Uma única morte nesse contexto pode ser considerada uma tragédia”, aponta Patrícia.

O número de hospitalizações por sarampo também disparou nos últimos anos. Entre 2018 e 2021, 1.606 crianças foram hospitalizadas com a doença no Brasil. Nos quatro anos anteriores, entre 2014 e 2017, o país havia registrado um total de 137 hospitalizações infantis por sarampo.

Outros tempos

Em 2016, o Brasil recebeu da Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) o certificado de país livre de sarampo. Três anos depois, em 2019, o status foi retirado após a confirmação de um caso endêmico da doença no Pará.

Pesquisa

O levantamento do VAX*SIM cruza grandes bases de dados para investigar o papel das mídias sociais, do Programa Bolsa-Família e do acesso à Atenção Primária em Saúde na cobertura vacinal em crianças menores de cinco anos.

O objetivo do projeto é compreender e analisar os determinantes da cobertura vacinal no território brasileiro, utilizando um modelo teórico-conceitual para avaliar sua associação com fatores socioeconômicos, cobertura da Atenção Primária em Saúde (APS) e do Programa Bolsa Família (PBF). A iniciativa também visa avaliar a influência dos padrões de disseminação de conteúdos sobre imunização nas mídias sociais.

O projeto é parte do Observatório de Saúde na Infância - Observa Infância, uma iniciativa de divulgação científica para levar ao conhecimento da sociedade dados e informações sobre a saúde de crianças de até 5 anos.

O objetivo é ampliar o acesso à informação qualificada e facilitar a compreensão sobre dados obtidos junto aos sistemas nacionais de informação.

As evidências científicas trabalhadas são resultado de investigações desenvolvidas pelos pesquisadores Patricia e Cristiano Boccolini no âmbito do Instituto de Comunicação e Informação Científica e Tecnológica em Saúde (Icict/Fiocruz) e da Faculdade de Medicina de Petrópolis (FMP/Unifase), com recursos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Fundação Bill e Melinda Gates.

Da redação, com informações da Agência Fiocruz de Notícias

Uma parte dos veículos da marcha antivacina deixou no domingo (13) a região de Paris em direção a Bruxelas, onde planejam se manifestar na segunda-feira, enquanto a capital francesa continua sob forte mobilização da polícia.

Os autodenominados "comboios da liberdade", inspirados na mobilização que paralisou Ottawa, capital do Canadá, reúnem opositores do passaporte de vacina anticovid, mas também manifestantes contra o presidente Emmanuel Macron. Alguns também retomam as reivindicações dos "coletes amarelos" sobre o custo de vida.

Cerca de 200 veículos estavam estacionados em Villepinte, a norte de Paris, no domingo, antes de regressarem à estrada com destino a Bruxelas, segundo uma fonte policial, que estimou que a situação ali era calma. Os comboios seguirão para o aeroporto de Lille (norte) para chegar à capital belga na segunda-feira.

As autoridades belgas proibiram qualquer manifestação em Bruxelas "com veículos motorizados" e anunciaram que tomaram medidas "para impedir o bloqueio" da cidade e seus arredores.

Partindo de toda a França, carros, caravanas e caminhões convergiram para Paris neste fim de semana. Mas, embora a polícia tenha dito que contava 3.000 veículos e 5.000 manifestantes ao redor da capital na sexta-feira, nem todos os comboios entraram na cidade.

Da mesma forma, nem todos os participantes pretendiam continuar a marcha para Bruxelas, segundo uma fonte policial. De acordo com a polícia, cerca de 450 motorhomes passaram a noite de sábado para domingo em várias zonas da região parisiense.

Manter o dispositivo

A prefeitura de polícia de Paris twittou que manteve "o dispositivo neste domingo" para evitar bloqueios nos portões da capital, com o reforço dos controles ao longo do dia. Cerca de 7.500 policiais estão mobilizados de sexta a segunda-feira. Na tarde de sábado, mais de cem veículos conseguiram chegar à Champs Elysées, mas foram repelidos com gás lacrimogêneo.

Os manifestantes não conseguiram bloquear a capital francesa, mas as forças de segurança detiveram 97 pessoas e multaram 513, segundo balanço oficial. Eles intervieram especialmente na noite de sábado no bairro Champs-Élysées e em Boulogne (no oeste de Paris) para dispersar os últimos participantes, disse a prefeitura de polícia.

Entre os detidos no sábado está Jérôme Rodrigues, um dos rostos conhecidos dos “coletes amarelos”, o movimento desencadeado pela subida dos preços dos combustíveis que abalou a França entre 2018 e 2019. Rodrigues foi detido perto doPalácio do Eliseu por "organização de manifestação proibida e participação em um grupo formado com o objetivo de cometer atos violentos", segundo o Ministério Público.

Paralelamente, o prefeito de polícia de Paris pediu um inquérito administrativo interno no domingo após a divulgação nas redes sociais de um vídeo em que um policial foi visto apontando sua arma para um motorista no sábado, na praça Arco do Triunfo.

O tribunal para os menores de Bolonha suspendeu provisoriamente nesta quinta-feira (10) a autoridade parental dos genitores de um menino que precisa passar por uma delicada cirurgia cardíaca, mas os pais se negam a fazer o procedimento porque querem sangue de pessoas não vacinadas contra a Covid-19.

Temporariamente, a criança será tutelada por um assistente social competente no território, conforme havia pedido o Ministério Público local em 2 de fevereiro.

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O caso ganhou ampla repercussão na Itália durante a última semana, após os pais entrarem com um pedido na Justiça para que o filho, que não teve a idade revelada, recebesse sangue doado por pessoas que não foram vacinadas. Para isso, organizaram uma lista de pessoas em grupos na internet que não se imunizaram.

Nesta semana, um tribunal de Modena deu vitória ao hospital Sant'Orsola, que se negou a fazer essa transfusão porque informou que o sangue doado precisa passar por uma série de controles rígidos e técnicos e deve ser utilizado o que é mais compatível com a criança.

Além disso, destacou que não há diferenças entre os sangues de vacinados ou não e que a doação é sempre anônima.

Após a derrota em Modena, o advogado Ugo Bertaglia afirmou que os pais "nunca negaram" a necessidade de realizar a cirurgia, mas que queriam o sangue de não vacinados "por motivos religiosos".

Segundo a mídia local, o casal de Sassuolo já teria se envolvido em grupos na internet antivacina há tempos e, inicialmente, disseram que não queriam que o sangue tivesse "uma vacina experimental". Depois, em entrevista ao "La Verità", afirmaram que era porque acreditam que nos testes foram "usados fetos abortados voluntariamente" e que "há risco de transmissão de fragmentos da proteína Spyke". Agora, alegam "questões religiosas".

As notícias falsas sobre a produção das vacinas são repercutidas por grupos antivacina em todo o mundo.

O presidente da Sociedade Italiana de Pediatria Preventiva e Social, Giuseppe Di Mauro, voltou a se manifestar sobre o caso e disse que "não permitir que o próprio filho passe por uma transfusão de sangue é um absurdo - e é impossível de acreditar que algo assim aconteça".

"Trata-se de uma questão de vida ou morte. Colocar as próprias idealizações antes da saúde do próprio filho é verdadeiramente inacreditável", disse a diversos veículos da mídia italiana.

Os médicos do Sant'Orsola já informaram que a cirurgia precisa ser realizada o mais rápido possível por conta das condições de saúde da criança cardiopata. Eles esperam realizar o procedimento, no máximo, até a próxima semana.

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Da Ansa

Uma família antivacina está atrasando a cirurgia no coração de um menino no hospital Sant'Orsola de Bolonha, na Itália, porque não quer que a criança receba sangue de doadores vacinados contra a Covid-19, informa o jornal "Gazzetta di Modena" nesta segunda-feira (7).

O caso foi parar na justiça local e os médicos alertam que a situação é muito delicada e urgente.

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O problema começou na última semana, com os pais da criança dizendo que não queriam que o menino recebesse sangue de pessoas vacinadas e que iria começar uma campanha em grupos "no vax" para que doadores se apresentassem.

No entanto, o hospital, em parceria com o centro de transfusão de sangue, se nega a esperar todo esse tempo e alerta que todo o processo de doação é muito rígido e específico. Com a negativa do hospital, a família contratou um advogado e o caso foi parar no tribunal.

"É uma história que está andando há muito tempo e é um pedido absurdo ter sangue de não vacinados, sem nenhum embasamento científico. A escolha do sangue é ligada a critérios de compatibilidade muito precisos e não a caprichos de alguém. O sangue de pessoas vacinadas contra a Covid é idêntico, por exemplo, a daquelas pessoas não imunizadas que contraíram o Sars-CoV-2 e se curaram, desenvolvendo também anticorpos", disse à ANSA o diretor do Centro Nacional de Sangue, Vincenzo De Angelis.

Além disso, o especialistas afirmou que a "doação específica é absolutamente desaconselhada por muitíssimos motivos".

"A seleção do doador vem sob uma pressão psicológica e depois se escolhe o sangue pela melhor compatibilidade, não por familiaridade ou amizade. Se essas pessoas indicadas vieram doar sangue, são todas bem-vindas porque precisamos de estoque de sangue. As bolsas de sangue para transfusões, porém, pertencem a doadores rigorosamente anônimos", acrescentou.

Atualmente, conforme dados do Ministério da Saúde, mais de 91% da população italiana com mais de 12 anos já tomou ao menos uma dose da vacina, 88,3% já tomaram duas aplicações e 82,5% receberam as três injeções.

Da Ansa

O Ministério Público do Estado do Ceará (MPCE) irá analisar o protocolo sanitário aplicado pela Arena Castelão e que permitiu a presença da deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) na partida entre Fortaleza e Sousa (PB), no último domingo (30), sem a apresentação do comprovante de vacinação contra a Covid-19, conforme prevê decreto estadual. 

A parlamentar é conhecida por ter posicionamentos negacionistas e antivacina, e afirma não estar apta à vacinação, assim, não tomou qualquer dose de imunizante contra o coronavírus. No Ceará, o Protocolo de Convivência com a Covid-19 exige passaporte vacinal em estádios. O MPCE disse, em nota, que "está analisando o caso e irá se pronunciar oportunamente". 

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Com a repercussão após a partida, a Secretaria do Esporte e Juventude (Sejuv) emitiu, ainda no dia 30, uma nota, afirmando que  iria apurar a situação. No entanto, a pasta salientou que a operação no estádio em dia de jogos é de responsabilidade do clube mandante, de modo que cabe a ele a responsabilidade de cobrar o esquema vacinal completo dos participantes, assim como o cumprimento de outras regras como a utilização de máscaras e cumprimento do distanciamento social. 

Zambelli, que é paulista, foi ao estádio a convite de Eduardo de Salles, secretário do Conselho Deliberativo do Fortaleza e assessor da deputada na Câmara, em Brasília. Na semana passada, Zambelli já havia visitado as instalações do Fortaleza, no Pici. 

Deputada alega ter dispensa médica 

Carla Zambelli publicou na segunda-feira (31), em sua conta pessoal no Twitter, um documento que apresenta como atestado médico a dispensando de tomar o imunizante. A justificativa é de que a parlamentar possui condições clínicas crônicas que podem impor riscos à sua saúde, caso receba a administração de algum imunobiológico contra a Covid-19. No atestado, no entanto, não consta a assinatura ou o registro do médico que forneceu o documento. A deputada afirma, ainda, possuir reagentes naturais à doença.

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Também nas redes sociais, o assessor da deputada, Eduardo de Salles, se pronunciou sobre o caso. “A deputada Carla Zambelli não compareceu ao estádio a convite do órgão do clube, nem esteve em nenhum camarote oficial. Em relação às condições de acesso, foram atendidos os requisitos do decreto estadual, conforme art. 11. §8”, afirmou. 

 

Um homem identificado como DJ Ferguson, 31 anos, teve o seu nome retirado da fila de espera por um transplante do coração, após se negar a receber a vacina contra a Covid-19 nos Estados Unidos. 

Segundo a rede americana de televisão CBS, o homem era o primeiro da lista para receber um novo coração, mas não pôde fazer o transplante por se negar a vacinar-se. Ele está internado no Brigham and Women 's Hospital, localizado em Boston, Massachusetts, que tem a política de não operar quem não recebeu o imunizante.

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David Ferguson, pai do paciente, disse à CBS que o seu filho chegou à beira da morte, mas que não acredita na vacina contra o novo coronavírus. “É meio que contra seus princípios básicos – ele não acredita nisso”, relatou.

O Hospital declarou que a imunização contra o novo coronavírus faz parte dos requisitos para que o paciente faça o transplante. 

“A vacina Covid-19 é uma das várias vacinas e comportamentos de estilo de vida necessários para candidatos a transplante no sistema Mass General Brigham, a fim de criar a melhor chance de uma operação bem-sucedida e também a sobrevivência do paciente após o transplante”, pontua a unidade de saúde.

O estado de saúde de Elizangela apresenta melhora. Segundo o empresário da atriz, que está internada em estado grave com sequelas da Covid-19, a saturação da artista de 67 anos de idade melhorou e ela encontra-se consciente, mas segue na sala vermelha do hospital porque inspira cuidados.

"Falei por volta das 14h com a filha dela, que é quem está acompanhando de perto a situação, e ela me passou essas informações. Ela ainda está na sala vermelha porque tem a parte respiratória mais sensibilizada porque já teve um enfisema pulmonar, mas está com a saturação bem melhor e estabilizada", disse ele em entrevista ao G1.

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A melhora foi confirmada por boletim médico divulgado pela Prefeitura de Guapimirim na tarde de sexta-feira (21), que diz que atriz já se alimenta e elogiou tempero da comida do hospital.

Elizangela foi internada na quinta-feira (20), em Guapimirim, na Baixada Fluminense, em estado grave com sequelas respiratórias. O empresário da artista enfatizou ainda que ela testou positivou para Covid-19 no dia 12 de janeiro, mas não tem mais o vírus ativo em seu organismo, sofrendo com a questão respiratória. Ele disse também que, nem ele, nem a filha de Elizangela, a bailarina Marcelle Sampaio, sabem se a atriz tomou as vacinas que imunizam contra a Covid.

"Ela é uma pessoa muito alegre, alto astral, não gosta de falar sobre doença. Daí, não sabemos ou não. Nunca tivemos esse tipo de conversa", disse.

A prefeitura municipal de Lençóis Paulista (SP) divulgou uma nota oficial no início da noite dessa quarta (19) informando que suspendeu por sete dias a vacinação infantil em razão de uma criança de dez anos ter sofrido uma parada cardíaca 12 horas após ser vacinada contra a covid-19 na cidade.

ATUALIZAÇÃO: A hipótese da reação adversa foi descartada nesta quinta (20), após análise de diversos especialistas.

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Apesar da decisão, a prefeitura não teve acesso ao prontuário médico da criança, que foi atendida na rede privada. Por isso, a Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo afirmou que é “precipitado e irresponsável” afirmar que o caso ocorrido está associado à vacinação.

“O Comitê [de combate à covid-19 do município] deixa claro que não existe dúvida sobre a importância da vacinação infantil, mas diante do ocorrido será dado esse prazo para o acompanhamento e monitoramento diário das 46 crianças lençoenses vacinadas até o momento. Além disso, esse prazo é necessário para aprofundamento sobre o caso de forma específica e envio de relatórios aos órgãos de controle federais e estaduais”, diz o texto da nota da prefeitura.

O que ocorreu

De acordo com a prefeitura, na noite da última terça (18) aproximadamente 12 horas após ser vacinada com o imunizante da Pfizer, a criança de dez anos apresentou alterações nos batimentos cardíacos e desmaiou, segundo relato do pai obtido pela prefeitura.

Ela foi levada à rede de saúde particular para atendimento profissional, onde foi reanimada. Após ser estabilizada, a criança foi transferida para o Hospital da Unimed, em Botucatu (SP).

Vacinação infantil segue, para quem quiser

A administração municipal de Lençóis Paulista informou ainda que pais ou responsáveis que desejam vacinar seus filhos antes da retomada da imunização devem ligar na Central Saúde do município para realizar agendamento. A vacinação em adultos continua normalmente.

Precipitado e irresponsável

Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde disse que é precipitado e irresponsável afirmar que o caso ocorrido tem associação com a vacinação. A pasta destacou que todas as vacinas aprovadas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) são seguras e eficazes e são responsáveis diretamente na redução de mortes, casos graves e internações por covid-19.

De acordo com a secretaria, o Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE) está acompanhando e analisará o caso de Lençóis Paulista. O CVE informou que todos os casos de eventos adversos são analisados por uma comissão de especialistas antes de qualquer confirmação.

“É, portanto, precipitado e irresponsável afirmar que o caso do município está associado a vacinação. Na maioria das vezes, os casos de eventos adversos pós-vacinação são coincidentes, sem qualquer relação causal com o imunizante”, diz o texto da nota da secretaria.

Bolsonaristas “vibram”

A informação da prefeitura de Lençóis Paulista caiu como uma luva para o discurso antivacina de políticos ligados ao presidente Jair Bolsonaro, declaradamente contrário á vacinação infantil. Um das que mais se “beneficiou” do suposto efeito colateral do imunizante foi a deputada Carla Zambelli.

“Será que em cada cidade será necessário uma criança quase morrer para percebermos que não houve, por parte da ANVISA, ainda suficiente estudo para determinar a segurança desta vacina”, acusou a deputada, sem mostrar nenhuma prova.

Com informações da Agência Brasil

Um homem antivacina foi denunciado na Itália após ter ameaçado sua esposa por ela defender a imunização contra a Covid-19.

O caso ocorreu em Turim, no norte do país europeu, e o indivíduo responderá por maus-tratos familiares, além de estar proibido de se aproximar da mulher e do filho do casal.

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De acordo com a polícia, a esposa contou que eram frequentes as discussões por causa da aversão do marido às vacinas. Segundo a vítima, o homem começou a insultá-la e ameaçá-la após ela ter se vacinado contra a Covid-19 e dito que também queria imunizar o filho.

Além disso, a mulher revelou que seu marido estava disposto inclusive a se demitir para não se vacinar - a Itália exige apresentação de certificado de imunização, cura ou exame negativo contra o novo coronavírus em todos os locais de trabalho.

O homem chegou a ameaçar proibir a esposa de sair de casa e até incendiar o apartamento do casal.

Quase 84% do público-alvo (pessoas a partir de 12 anos) na Itália já está totalmente vacinado contra a Covid, porém mais de 7,2 milhões de pessoas não tomaram sequer a primeira dose.

O país também atravessa um momento de crescimento nos novos casos, especialmente em cidades que registraram grandes protestos contra o certificado sanitário anti-Covid, como Trieste.

Da Ansa

A Alemanha se vê afetada por uma "pandemia dos não vacinados", alertou o ministro da Saúde, Jens Spahn, nesta quarta-feira (3), que também pediu o reforço das medidas para frear o aumento de casos de covid-19 no país.

A "quarta onda" da pandemia está nos atingindo "com força", disse o ministro da Saúde, Jens Spahn, em coletiva de imprensa, enquanto a maior economia da Europa vê os casos de covid-19 dispararem nas últimas semanas.

Nesta quarta-feira, o instituto de vigilância epidemiológica Robert Koch (RKI) informou mais de 20.000 novos casos em 24 horas e de 194 mortes, uma incidência próxima aos níveis de maio.

Segundo o ministro, as pessoas relutantes a se vacinar têm grande parte da responsabilidade por essa situação.

"Atualmente, estamos vivendo uma pandemia essencialmente dos não vacinados, e é grande", afirmou o ministro conservador.

"A quarta onda da pandemia avança, como temíamos, porque o número de pessoas vacinadas não é suficiente", corroborou Lothar Wieler, presidente do RKI.

O ressurgimento das infecções chega em um momento politicamente delicado para a Alemanha, quando os social-democratas, vencedores das eleições de 26 de setembro, negociam a formação de um governo com os Verdes e os liberais para tentar alcançar um acordo em dezembro.

Até então, o governo conservador de Angela Merkel, que abandonará o poder após 16 anos de mandato, segue à frente do Executivo.

A chanceler disse neste fim de semana estar "muito preocupada" com a evolução da pandemia e que lamenta o número elevado de pessoas maiores de 60 anos não vacinadas.

No entanto, reiterou que não considera necessário introduzir a obrigação de se vacinar.

As restrições de acesso a lugares públicos, restaurantes e teatros nem sempre são cumpridas, segundo Wieler.

"Se a situação continuar se agravando nos hospitais a nível regional, é possível que novas restrições sejam impostas somente aos não vacinados", alertou o porta-voz do governo, Steffen Seibert.

Segundo a Associação de Hospitais alemã, os atendimentos hospitalares de pacientes de covid aumentaram 40% em uma semana. Nas unidades de terapia intensiva (UTI), o aumento foi de 15%.

De acordo com os últimos dados do RKI, 55,6 milhões de pessoas receberam duas doses da vacina - 66,8% da população.

"Os não vacinados têm um alto risco de se infectarem nos próximos meses e alguns deles podem adoecer gravemente", alertou Wieler.

Mas convencê-los não é tarefa fácil.

Uma pesquisa da Forsa encomendada pelo ministério da Saúde revelou recentemente que 65% dos entrevistados que não estão vacinados não querem "absolutamente" receber a vacina.

Cerca de 100 manifestantes antivacina foram ao ginásio do Brooklyn Nets, o Barclays Center, nesse domingo (24), antes do jogo contra o Hornets, protestar a favor de Kyrie Irving, que está afastado da equipe por não ter se vacinado. O protesto que se iniciou de forma pacífica, acabou em confusão, com alguns tentando invadir a arena.

O protesto começou de forma pacífica com cartazes com dizeres a favor de Irving, como “Deixem o Kyrie jogar”. Na porta de entrada da arena, os manifestantes então decidiram usar megafones e com a exaltação de alguns, tentaram invadir o estádio.

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Com a tentativa, o Barclays Center precisou fechar as portas da sua entrada principal e da praça de acesso por cerca de meia hora, para evitar problemas.

Após reabrir, os torcedores com a vacinação em dia puderam adentrar na arena e presenciaram a derrota dos Nets para o Charlotte Hornets por 115 a 95.

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Sem vacina não joga

Kyrie Irving é um dos principais jogadores do Nets, mas está afastado desde o dia 12 de outubro, quando decidiu não se imunizar.

No EUA, cada estado tem suas leis e determinações sobre a Covid-19. Uma lei de Nova York, sede dos Nets, exige vacinação contra Covid-19 para se frequentar locais com 12 mil pessoas ou mais.

O fato de Irving não se vacinar, no entanto, não se limita a não poder atuar em casa. Sem a imunização – necessária para ele, mas, principalmente, por um bem coletivo – o jogador pode perder pelo menos metades dos jogos na temporada.

Não é antivacina, mas não toma a vacina. Como assim?

Recentemente o armador renegou o título de antivacina mas disse querer dar voz aos “prejudicados pela regra de obrigatoriedade na vacinação”.

Reforçando sua ignorância, Irving ainda ressaltou que não tomou o imunizante porque estava sendo fiel ao que é bom... para ele.

“Estou incerto sobre muitas coisas sobre a vacina nesse momento”, disse ele, em live na sua conta do Instagram, sem detalhar os motivos que o fazem duvidar dos cientistas e dos números no mundo todo, que provam a eficácia das vacinas

Na tarde desta quarta-feira (20), durante uma confusão entre um grupo antivacina e vereadores de Porto Alegre, que debatiam sobre a exigência do passaporte vacinal, a vereadora Bruna Rodrigues (PCdoB) e outras colegas foram chamadas de empregadas por uma das manifestantes, branca, que ainda não foi identificada.

Revoltada com a atitude racista da mulher que integrava o grupo antivacina, Bruna compartilhou a situação em sua rede social. 

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Não bastasse esse absurdo, se valeram de símbolos nazistas e ofenderam de maneira racista a mim e as vereadoras Daiana Santos e Laura Sito, afirmando que somos empregadas! Temos muito orgulho de sermos mulheres negras que ocuparam a Câmara! E diremos mais: da política não sairemos, na política resistiremos", assevera Bruna.

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Uma confusão entre um grupo antivacina e vereadores de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul, interrompeu a sessão na Câmara Municipal na tarde desta quarta-feira (20). 

A briga teria iniciado quando os parlamentares debatiam o veto do prefeito de Porto Alegre, Sebastião Melo (MDB) à exigência do passaporte vacinal na cidade - que já está sendo exigido desde a última segunda-feira (18), após determinação do governo estadual.

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O grupo antivacina assistia ao debate na Câmara dos Vereadores, mas ao ver uma bandeira com a suástica nazista, o vereador Idenir Cecchim (MDB), que estava presidindo a sessão, determinou que o grupo fosse retirado do local. A partir deste momento a confusão foi instaurada.

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Uma juíza rejeitou uma ação de mais de 100 funcionários de um dos maiores hospitais do estado do Texas (sul dos Estados Unidos), que denunciaram o estabelecimento depois da exigência de que se vacinassem contra a Covid-19 - informou a imprensa local neste domingo (14).

Os funcionários argumentaram que a ação do Hospital Metodista de Houston era ilegal, já que as vacinas disponíveis receberam autorização apenas para uso emergencial por parte das autoridades de saúde dos Estados Unidos. Foi esta permissão, no entanto, que abriu caminho para milhões de americanos sejam vacinados.

No sábado, a juíza da corte federal Lynn Hughes se pronunciou contra a ação, dizendo que a segurança das vacinas não estava em jogo e que a lei do Texas protege apenas os funcionários que se neguem a cometer um crime.

"Receber uma vacina contra covid-19 não é um ato ilegal e não acarreta penalidades criminais", disse Hughes.

Nesse sentido, o hospital estabeleceu o prazo de até 7 de junho para que os trabalhadores comprovassem ter recebido pelo menos uma dose, sob pena de enfrentarem a rescisão de seu contrato.

Os 117 demandantes acreditam que esta exigência é ilegal, por considerarem que as vacinas foram aprovadas pelas autoridades dos Estados Unidos como parte de um procedimento de uso de emergência. Estes funcionários queriam que houvesse mais pesquisa dos laboratórios antes de receberem as doses contra a covid-19.

Houston é uma das capitais mundiais da medicina, graças a seu Texas Medical Center, um distrito da cidade que concentra hospitais e universidades. Mais de 106.000 pessoas trabalham lá, e cerca de 10 milhões de pacientes são atendidos a cada ano.

Nos Estados Unidos, mais da metade da população recebeu pelo menos uma dose da vacina anticovid-19.

Um caso trágico de assassinato entre pai e filho abalou a cidade de San Francisco, na Califórnia (EUA). Após discutir com a atual esposa sobre a ineficácia das vacinas, o estadunidense Stephen O’Loughlin atirou e matou o garoto Pierce, de nove anos. Depois de matar o próprio herdeiro, o homem, que participava de movimentos contra os imunizantes, cometeu suicídio.

As mortes foram descobertas após a mãe do garoto, Lesley Hu, receber um telefonema da escola em que o filho estudava avisando que ele havia faltado à aula no último dia 13 de janeiro. Após tentar contato com o ex-marido, de quem havia se separado em 2016, Lesley acionou a polícia local. Os agentes foram à casa de O’Loughlin e encontraram o pai e o menino mortos, com ferimentos causados por balas de revólver.

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Segundo reportagem do San Francisco Chronicle, a mãe do garoto prestou depoimento à polícia e declarou que estava em uma batalha judicial para obter a guarda integral de Pierce. A matéria ainda cita que, de acordo com Lesley, o ex-marido tentou fazer com que a criança não fosse vacinada, por acreditar que os imunizantes servem para monitorar e controlar a mente das pessoas. Ainda de acordo com a imprensa local, as mortes ocorreram no dia seguinte ao que O’Loughlin prometeu a atual e a ex-esposa que permitiria que Pierce fosse vacinado.

 A Ordem dos Médicos de Roma, na Itália, informou que abriu um procedimento interno contra 13 profissionais que se manifestaram publicamente como sendo antivacina ou que negaram a existência da pandemia de Covid-19, informou o presidente do órgão, Antonio Magi, à ANSA nesta segunda-feira (28).

"Tratam-se de 10 colegas que expressaram posições antivacina e três de negacionismo sobre a Covid-19. O procedimento disciplinar começou depois que recebemos denúncias de cidadãos e de colegas dos acusados, corroboradas com documentação", disse Magi.

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O processo interno exige que os médicos acusados justifiquem e apresentem explicações com motivações científicas para dar base ao que eles falaram. Os textos são analisados por uma comissão especial da Ordem, que decide se será imposta uma sanção ou se o caso será arquivado.

"Para os primeiros 10, os antivacina, o procedimento foi concluído e, alguns casos, com o arquivamento porque alguns se arrependeram. Em outros, ao invés, foram aplicadas sanções desde a censura até a suspensão por um ou dois meses", explicou o presidente da Ordem, que informou que os três negacionistas ainda estão com os procedimentos abertos.

"Um deles apresentou uma explicação, mas com a Covid-19 os tempos disciplinares foram alongados porque esse tipo de procedimento exige a convocação presencial. Mas, a primeira parte foi concluída, e acredito que em janeiro, o novo conselho que tomará posse, conseguirá finalizar o procedimento", disse ainda. 

Da Ansa

Heloisa Bolsonaro, que é esposa do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL), afirmou que não sabia que no país existia um movimento antivacina e que isso é "coisa de retardado". Essa declaração contraria o posicionamento de seu próprio companheiro e do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). 

Ambos já afirmaram que quando a vacina contra a Covid-19 começar a ser distribuída à população, não deve ser obrigatória. O posicionamento de Heloisa foi publicado em sua conta do Instagram como uma resposta a uma seguidora que havia perguntado se a Geórgia, sua filha junto com Eduardo, havia tomado as vacinas.

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"Geórgia toma e tomará todas as vacinas para cada fase. Não sabia que existia um movimento antivacina, mas agora sabendo, só pode ser coisa de retardado", escreveu. 

Ela complementou dizendo que "depois, quando o filho tiver uma doença, quero ver ele agradecer aos pais por terem poupado ele da dor do 'pic'. Pqp, né? Por essas e outras a gente vê a volta de doenças antes erradicadas", pontuou.

Os enredos são desconcertantes. Nos Estados Unidos, uma adolescente de 14 anos – virgem, frisa a mensagem – teria engravidado após ser vacinada contra a gripe. Numa outra versão do relato, as meninas são mexicanas e têm entre 11 e 17 anos. Nesse caso, a culpa pela gravidez é atribuída à vacina contra o HPV.

Com variações, narrativas falsas como essas – sem nenhuma comprovação científica – se disseminam pelas redes, dando sustentação ao discurso do movimento antivacina. No entanto, um estudo que investigou as postagens sobre vacina com maior engajamento nas redes sociais mostra a predominância de vozes favoráveis aos imunizantes. Os resultados apontam que há majoritariamente uma disposição pró-vacina (87,6%) e um forte interesse em temas ligados à saúde, ao desenvolvimento científico e às políticas de saúde. As fake news representaram 13,5% dos links com maior engajamento, o que, segundo os pesquisadores, é um dado preocupante relativo à desinformação sobre as vacinas.

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“As fake news em saúde são, atualmente, um problema extremamente grave, pois prestam um desserviço à população”, avalia a pesquisadora Luisa Massarani, da Casa de Oswaldo Cruz (COC/Fiocruz), uma das autoras do estudo. “É necessário estar atento a esse tipo de conteúdo, uma vez que as redes sociais podem ser usadas para reverberar as vozes de movimentos antivacina”, adverte.

Publicados em agosto na revista Cadernos de Saúde Pública, os resultados foram obtidos a partir da análise dos links mais compartilhados, curtidos e comentados no Facebook, Twitter Pinterest e Reddit no intervalo de um ano a partir de maio de 2018. Das cem páginas identificadas por meio de uma ferramenta de monitoramento digital (BuzzSumo), 11 estavam fora do ar no momento da análise, o que reduziu a amostra válida para 89 links.

Ainda que os dados indiquem uma menor prevalência das notícias falsas nos posts de maior engajamento ao longo do período analisado, Massarani alerta que elas podem estar presentes de uma maneira mais ampla nas redes sociais e, por isso, merecem atenção. Além disso, observa a pesquisadora, o problema das fakes news parece ter se intensificado com a pandemia da Covid-19, conforme mostram outros estudos em andamento.  

“O movimento antivacina pode estar atuando prioritariamente em grupos fechados no Facebook e no WhatsApp, e não em espaços públicos do Twitter e do Facebook. Nesse sentido, é necessário direcionar novas pesquisas que levem em consideração esses outros espaços midiáticos”, pondera Massarani, que conduziu o estudo ao lado de Tatiane Leal e Igor Waltz. Os três pesquisadores fazem parte do Instituto Nacional de Comunicação Pública da Ciência e Tecnologia (INCT-CPCT). 

Mesmo entre os links com viés favorável às vacinas, o estudo constatou a presença de notícias falsas. Enquanto que as fake news antivacina foram sustentadas pelo argumento da “gravidez vacinal”, as notícias falsas pró-vacinação traziam questões relacionadas a sociedade, ciência e saúde pública, como é o caso do artigo Cuba produz vacina contra o câncer - Mais de 4 mil pessoas já foram curadas por ela!, publicada no blog Papo Reto?. Apesar de o título falar na “cura” da doença, o corpo do texto indicava que, na verdade, o medicamento havia possibilitado a melhora de sintomas e o prolongamento do tempo de vida dos pacientes.  

Fact checking: preocupação com veracidade gera engajamento 

Outra evidência da circulação de notícias falsas nas redes sociais, aponta a pesquisa, é a consequente presença de conteúdos de fact checking, que desmentem informações equivocadas. A análise identificou sete matérias com esse perfil, publicadas por órgãos de imprensa, sites especializados em checagem de fatos, além de uma página institucional e outra de comentário político. De acordo com os autores do estudo, essa constatação mostra que a preocupação com a veracidade e a correção das informações também é um fator de engajamento nas redes sociais. 

“Compreender como esses temas circulam e quais geram maior engajamento por parte dos diferentes públicos pode contribuir na implementação de iniciativas de divulgação científica que sejam mais atraentes e eficazes para os distintos setores da sociedade”, observa Luisa Massarani, atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Divulgação da Ciência, Tecnologia e Saúde da COC/Fiocruz e do INCT-CPCT . 

Anualmente, as vacinas são responsáveis por evitar de 2 a 3 milhões de mortes, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). No Brasil, segundo o Ministério da Saúde (MS), todas as vacinas destinadas a crianças menores de dois anos de idade têm apresentado queda na cobertura desde 2011. Dados de 2018 indicam que a cobertura vacinal contra a poliomielite, por exemplo, foi reduzida para 86,3%. O país, que já foi considerado livre do sarampo, perdeu o certificado de erradicação da doença em 2019. Uma das causas é a queda da cobertura vacinal em 20%, aponta o MS.  

Institutos de pesquisa: índices de interação baixo ou nulo

De acordo com o estudo, 42,7% (38) dos links sobre vacinas que despertaram mais interesse dos usuários estavam relacionados a temas de saúde e ciência. Nessa categoria, a abordagem destacou, principalmente, pesquisas para novos imunizantes, novos usos para aqueles já conhecidos e a segurança dessas preparações. Outro campo com presença significativa foi o das políticas de saúde, com 28,1% (25 links), incluindo debates sobre promoção e ampliação da cobertura vacinal e as preocupações em torno das metas de vacinação.  

Apesar do engajamento significativo dos usuários a temas relacionados à pesquisa científica em saúde, poucas interações foram atribuídas aos institutos de ciência e saúde, apontou o estudo. Em relação aos órgãos governamentais ligados às áreas de ciência e tecnologia, o resultado foi ainda pior: páginas de ministérios, agências reguladoras, secretarias municipais e estaduais e entidades de fomento à pesquisa não foram identificados entre os links mais curtidos, comentados e compartilhados.  

“Vacinas e o desenvolvimento de novos imunizantes despertam interesse dos usuários das redes sociais, mas as instituições acadêmico-científicas têm uma participação limitada em pautar estas conversações de maior engajamento”, afirma Massarani.  

Veículos jornalísticos geram maiores interações sobre vacinas nas redes

O predomínio de conteúdo produzido por veículos jornalísticos foi outra constatação do estudo. Os links analisados indicaram a presença de um total 63 veículos na web, dos quais 45 foram classificados como “profissionais”, isto é, aqueles que possuem uma política editorial clara e identificável, dentre outras características. Desses, mais da metade eram órgãos de imprensa. Apenas três links coletados apontavam para sites de instituições acadêmico-científicas: um da área médica e dois educacionais.  

Massarani avalia que a presença de institutos de pesquisa no debate sobre vacinas nas redes pode ser ampliada, embora seja necessário investir recursos financeiros e humanos para iniciativas de qualidade que permitam alto engajamento. “Os órgãos de ciência e saúde e instituições governamentais devem investir em iniciativas neste âmbito para ampliar a interação com o público, já que possuem um papel relevante nesse diálogo entre ciência e sociedade”, destaca.

Da Fiocruz

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