Tópicos | apoio psicológico

Um projeto da Secretaria de Saúde do Distrito Federal (SES), em parceria com a Universidade Brasília (UnB), vai oferecer apoio psicológico para pessoas que perderam parentes pela covid-19.

Desenvolvido no âmbito das diretorias de Serviço de Saúde Mental da SES e de Atenção à Saúde da Comunidade Universitária da UnB, o projeto vai oferecer intervenção psicossocial com atendimento online e em grupos de 15 pessoas.

##RECOMENDA##

A procura foi tão grande que, menos de 24 horas após o anúncio do serviço, as 285 vagas disponibilizadas se esgotaram. Aos interessados, ainda é possível se cadastrar para uma lista de espera, para atendimento futuro.

Ao todo, está prevista a formação de 19 grupos de apoio, cada grupo com 15 pessoas, coordenados por uma dupla de psicólogos. Serão seis encontros virtuais, com duas horas de duração, a partir da segunda quinzena de junho.

Pandemia e luto

A pandemia de covid-19 trouxe uma relação inédita com a morte, já que há mais de um ano são registradas mortes diárias. Embora o número de óbitos pela doença esteja caindo gradualmente, desde o início da pandemia quase meio milhão de brasileiros e brasileiras experimentaram a dor de perder um parente ou um amigo.

A diretora de Serviços de Saúde Mental da SES, psicóloga Vanessa Soublin, explica que com o isolamento imposto pela pandemia, muitas famílias não puderam viver os rituais tradicionais do luto, como funeral e enterro - que auxiliam a processar essa perda.

“As pessoas não puderam se despedir, não puderam vivenciar os últimos momentos do ente que perderam. Isso tudo acaba agravando o luto. Então, é muito importante ter esse momento para poder refletir, para poder refazer vínculos e pra poder realmente superar esse momento”, destacou.

A brasiliense aposentada Arimá Gois de Pinho, de 60 anos, perdeu dois irmãos para a covid-19, em menos de 10 dias, em março deste ano. Ela conta que ainda não superou a dor de perder a irmã, Maria Auxiliadora de 62 anos, e o irmão José, que tinha 61 anos. “Estamos ainda aprendendo a lidar com essa dor. Somos 11 irmãs e cinco homens e nós, as mulheres, éramos muito unidas”, conta.

Como Maria Auxiliadora (apelidada na família de Neguinha) tinha comorbidades, desde o início da pandemia, Arimá e as outras irmãs já estavam mantendo uma distância maior. “Neguinha era muito alegre. Estava sempre sorrindo. Desde que começou o isolamento já estava difícil ficar longe dela. O que ninguém esperava é que no fim, essa distância, essa separação, fosse durar pra sempre”, relata emocionada.

Católica, Arimá se apegou à fé. Ela elogiou a iniciativa da SES e encaminhou as informações para as duas sobrinhas que perderam a mãe. “Minhas sobrinhas estão sofrendo demais e esse apoio do governo é fundamental e necessário. É muita gente perdendo pessoas queridas todos os dias que precisam de ajuda pra seguir adiante”.

A psicóloga Vanessa explica que, embora o luto seja um processo natural da vida, algumas pessoas têm mais dificuldade em lidar com a dor e podem desenvolver transtornos mentais agravados, como depressão: “Tem uma porcentagem das pessoas que, normalmente, já tem um luto agravado, que desencadeia um sofrimento mental, um transtorno mental, algo maior do que o que é esperado normalmente”.

Capacitação

Para proporcionar esse acolhimento, Vanessa conta que psicólogos da Secretaria de Saúde estão realizando um curso de formação específico, em parceria com a UnB. A universidade também vai auxiliar na implementação dos grupos.

“A gente procurou a Universidade de Brasília, que já vinha desenvolvendo essa ação [de assistência a enlutados] desde o começo do ano passado e eles propuseram uma capacitação [dos psicólogos da SES] para a implementação conjunta [do projeto]”.

Serviço

Interessados em participar de grupo futuramente devem enviar um e-mail para o endereço gerenciadepsicologia.ses@gmail.com, com nome completo e telefone de contato. O cadastro para a lista de espera de novos atendimentos também pode ser feito pela internet.

Além da grande concorrência e das dificuldades impostas pelas questões das disciplinas, a época de vestibular transmite, por si só, um certo grau de nervosismo para os estudantes. Afinal de contas, quem nunca ouviu um “fera” dizer que, no momento da prova, a tranquilidade sumiu e o famoso “deu um branco” entrou em ação.

Também há a questão da pressão, que pode ser autoimposta tanto pelos próprios estudantes, bem como pela família e amigos. De acordo com a psicóloga Ana Cleide Jucá, esse sentimento possui aspectos diferentes, que podem transmitir benefícios ou prejuízos para os candidatos. “A pressão tem dois lados. Um pode trazer ansiedade e atrapalhar a concentração do aluno. O outro lado, diz respeito a ausência de pressão, quando a gente encontra um estudante muito disperso e sem ser pressionado. Nesse caso, geralmente falta motivação”, explica a profissional, que atua no BJ Colégio e Curso, no Recife.

##RECOMENDA##

Para ajudar os estudantes que sofrem com o nervosismo, o apoio psicológico é essencial. A grande maioria das escolas tem esse serviço, que também funcionam como uma ferramenta pedagógica e de organização das metodologias de estudo. “A psicologia também pode ajudar a controlar a ansiedade. A família, muitas vezes, que o resultado. Às vezes é o psicólogo que para um momento e escuta o adolescente. Existe uma carga muito grande cobrança e é importante que o psicólogo faça um acompanhamento com o estudante”, frisa a psicóloga.

A jovem Vanessa Romão, de 16 anos, já sofreu com problemas emocionais. “É muito complicado. Sou muito nervosa e tive que fazer terapia psicológica. Como melhorei um pouquinho, neste ano que vou fazer vestibular, tive também que receber orientação sobre qual profissão eu deveria seguir”, conta a estudante do 3º ano do ensino médio.

Quando o problema é emocional, mas, não diz respeito ao vestibular em si, mas sim à questões pessoais, se torna mais necessário um acompanhamento psicológico. “O adolescente é imediatista, então, se um relacionamento amoroso não dá certo, ele entra em desespero. O psicólogo, a partir da situação, tenta fazer com que ele entenda que existem outras prioridades naquele momento, e, uma delas é o estudo”, explica psicóloga Ana Cleide.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando