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Foi com o interesse de compartilhar suas experiências de enfrentamento ao machismo no mercado de trabalho e no meio “geek”- como é chamado o nicho de interesse dos aficcionados por quadrinhos, jogos e ficção científica-, que a quadrinista, roteirista, pesquisadora e escritora Roberta Cirne decidiu propor à XXII Bienal do Livro de Pernambuco a mesa “Mulheres em ambientes de trabalho predominantemente masculinos". A palestra contou ainda com a desenvolvedora de software e idealizadora do Blog InspirAda na Computação, Lidiane Monteiro, a engenheira, apresentadora e professora Heloísa Pimentel e a advogada e promotora de eventos geeks Iolanda Oliveira e ocupou a “Plataforma Geek”, um dos espaços temáticos da Bienal, às 20h30 da última sexta (4). 

“O meio geek é muito machista, por isso essa palestra foi pensada nesse espaço. Convidei mulheres que admiro, amigas, com as quais nutro um sentimento muito grande de sororidade. Nos ajudamos e impulsionamos mutuamente”, comenta Roberta. Heloísa, que também é coordenadora de um curso superior de engenharia, acrescenta que é importante contar com outras mulheres no sentido de dividir as experiências negativas. “Já precisei gerir milhares de homens em uma obra, é muito difícil. Já na faculdade, teve aluno que se sentiu no direito de gritar comigo, mas eu soube me impor. O problema é que muitas mulheres ainda não conseguem fazer o mesmo, por medo”, coloca. 

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Iolanda conta que nasceu entre os quadrinhos porque sua família é proprietária da Banca Guararapes, no Centro do Recife, um tradicionalíssimo ponto de vendas e trocas entre os fãs da nona arte. “Quando passei a produzir os eventos da banca, as pessoas sempre me perguntavam se eles eram direcionados a crianças ou homens. Como se as mulheres não pudessem se interessar”, lamenta. A função de produtora é conciliada com a atividade advocatícia. “Como advogada, a gente sente na pele, com os colegas de escritório, quando vai despachar algo com o juiz, por exemplo. Existe até o jargão do ‘essa sua roupa libera meu alvará’, utilizado por alguns homens da área quando estamos vestindo saia ou roupas justas. A interpretação é a de nos vestimos assim para conseguir as coisas”, queixa-se.

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