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Por 3 votos a 2, a Segunda Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) rejeitou nesta terça-feira (10) denúncia apresentada em 2018 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz pelo crime de tráfico de influência. Na mesma decisão, o colegiado também negou pedido da PGR para afastar o ministro do cargo temporariamente.

De acordo com a denúncia apresentada, Cedraz e seu filho, o advogado Tiago Cedraz, e mais dois investigados teriam recebido vantagens da empreiteira UTC para influenciar o julgamento de um processo referente à construção da Usina Nuclear de Angra 3, que estava em andamento no TCU.

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A PGR afirmou que o empresário Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, disse que recursos teriam sido entregues no escritório de advocacia de Tiago Cedraz. Além disso, o ministro do TCU estaria impedido de julgar o caso pelo fato de seu filho atuar na causa, mas teria pedido vista e solicitado adiamento de um processo envolvendo a empreiteira no tribunal em 2012.

Votos

O julgamento começou no mês passado e foi interrompido após o voto do relator, Edson Fachin, que se manifestou pela aceitação de denúncia e a favor do afastamento temporário de Cedraz do cargo.

Na sessão desta tarde, o julgamento foi retomado e, por maioria de votos, a Segunda Turma rejeitou a denúncia com os votos dos ministros Ricardo Lewandowski, Gilmar Mendes e Celso de Mello. A presidente do colegiado, Cármen Lúcia, seguiu o relator a favor da abertura

da denúncia, por entender que os supostos pagamentos recebidos precisam ser esclarecidos em uma ação penal.

Segundo Lewandowski, a procuradoria não apresentou provas mínimas para justificar a abertura da ação penal contra o ministro do TCU. Para o ministro, a acusação de que Cedraz teria pedido vista de um processo para beneficiar a empreiteira UTC não é suficiente para torná-lo réu. Lewandowski também afirmou que nenhum delator apontou que Cedraz teria tido “conduta ilícita”.

“O fato de o acusado [Aroldo Cedraz] ter pedido vista daqueles autos, em que pese seu impedimento para atuar no feito, não tem o condão de autorizar um juízo, ainda que mínimo de probabilidade, no sentido de que o acusado teria obstruído dolosamente o núcleo processual e demonstrado às partes interessadas que poderia influenciar a causa", disse.

O ministro Gilmar Mendes também votou pela rejeição da denúncia por entender que a acusação não apontou de que forma o ministro tenha praticado atos para beneficiar seu filho. No entendimento de Mendes, o ministro foi denunciado “apenas por ser pai de Tiago Cedraz” e que o pedido de vista teria prejudicado a empreiteira, e não beneficiado.

“Não há nenhum elemento desse suposto acordo entre os colaboradores [delatores] e o denunciado Aroldo Cedraz para suposta atuação indevida nos processos do TCU”, disse Mendes.

Com a rejeição da denúncia, Tiago Cedraz e mais dois acusados vão responder às acusações na primeira instância da Justiça do Distrito Federal.

No início do julgamento, a defesa de Aroldo e Tiago Cedraz afirmou que as acusações da PGR foram baseadas apenas na denúncia de delatores. Segundo o advogado José Eduardo Cardozo, ex-ministro da Justiça, as acusações foram ilações feitas pela procuradoria, sem a indicação de provas.

 

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin votou nesta terça-feira (13) por receber denúncia apresentada em 2018 pela Procuradoria-Geral da República (PGR) contra o ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz e seu filho, o advogado Tiago Cedraz, pelo crime de tráfico de influência. No mesmo voto, Fachin, que é relator do caso, se posicionou a favor do pedido da PGR para afastar o ministro do cargo.

Após o voto de Fachin, a sessão foi suspensa e deverá ser retomada na terça-feira (27). Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello, Ricardo Lewandowski e da presidente do colegiado, ministra Cármen Lúcia.

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Na tarde de hoje, a turma começou a julgar a denúncia na qual a PGR acusa Aroldo Cedraz, seu filho e mais dois investigados de receberem vantagens da empreiteira UTC para influenciar o julgamento de processos referentes à construção da Usina Nuclear de Angra 3 que estavam em andamento no TCU.

Segundo o empresário Ricardo Pessoa, um dos delatores da Operação Lava Jato, recursos teriam sido entregues no escritório de advocacia de Tiago Cedraz. Além disso, segundo a PGR, o ministro do TCU estaria impedido de julgar o caso pelo fato de seu filho atuar na causa, mas teria pedido vista e solicitado adiamento de processos envolvendo a empreiteira no tribunal, em 2012.

Único a votar na sessão de hoje, Fachin entendeu que a denúncia apresentou requisitos mínimos para abertura de um ação penal e tornar os acusados réus no processo. Segundo o relator, há indícios de suposto tráfico de influência por parte de pai e filho.

"A peça inicial atende os efeitos da justa causa presentes na denúncia, porquanto narra a hipotética prática pelos denunciados da suposta conduta de tráfico de influência", disse Fachin.

A defesa de Aroldo e Tiago Cedraz afirmou durante o julgamento que as acusações da PGR foram baseadas apenas na denúncia de delatores. Segundo o advogado José Eduardo Cardozo, as acusações foram ilações feitas pela procuradoria, sem a indicação de provas.

 

O advogado Tiago Cedraz, filho do ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) Aroldo Cedraz, pediu ao procurador-geral da República, Rodrigo Janot, o arquivamento de inquérito que apura o envolvimento dele, do pai e do atual presidente da corte, Raimundo Carreiro, suspeitos de esquema de corrupção para favorecer empreiteiras nas obras da usina de Angra 3.

Numa petição enviada a Janot, a defesa do advogado sustenta que a Polícia Federal cometeu equívocos e extrapolou limites de investigação ao elaborar relatório conclusivo sobre o caso. Para a PF, "restou demonstrada participação ativa" de Tiago e dos ministros "na solicitação de vantagens indevidas em decorrência da atuação" em processos de interesse da UTC Engenharia, uma das empreiteiras responsáveis pela montagem da usina. As conclusões foram noticiadas pelo jornal O Estado de S. Paulo em 19 de julho. Na ocasião, Tiago não se pronunciou.

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A Procuradoria-Geral da República (PGR) decidirá se denuncia ou não os implicados na investigação. O órgão não se pronunciou sobre o andamento do inquérito. Procurada desde a sexta-feira, a Polícia Federal não se manifestou.

No documento enviado a Janot, o advogado contesta análise de telefonemas entre os investigados, feita pela PF. Os investigadores consideraram o intenso fluxo de comunicações, especialmente em dias relevantes da tramitação do processo de Angra 3, um indício da atuação "clandestina" de Tiago nos gabinetes dos ministros do TCU.

O relatório policial diz que, entre 2012 e 2014, houve 14.321 ligações entre terminais vinculados a Tiago e seu escritório e os do pai e de seu gabinete. O advogado alega que um número fixo considerado pelos investigadores como dele é, na verdade, o da residência do pai. Dois celulares atribuídos a Aroldo Cedraz teriam sido contratados por meio de um plano familiar e seriam de uso da mulher e da filha do ministro.

O advogado alega também que a PF afirma ser do gabinete de Carreiro uma linha que, na verdade, era do gabinete de Aroldo Cedraz. Por conta disso, teria concluído de forma errônea que Carreiro fez várias ligações para ele próprio, para o pai e para Luciano Araújo, primo de Tiago que é suspeito de recolher a propina da UTC. As ligações usadas como prova, segundo a defesa, são contatos telefônicos entre dois parentes próximos e suas famílias.

O advogado afirma no documento que a quebra dos sigilos bancário e fiscal dele e do pai não apontou irregularidades, mas, mesmo assim, a PF levantou "falsas suspeitas". Ao se referir a Aroldo Cedraz, reclama ainda que atribuir conduta ilícita a "magistrado de conduta ilibada" é "abuso de autoridade".

A PF apontou "indícios de manipulação" no processo de Angra 3, entre eles o fato de Aroldo Cedraz ter pedido vista do caso de Angra 3 quando o sistema do TCU já registrava que ele estava impedido para atuar. A defesa de Tiago argumenta que o pedido foi por "engano" e que os autos foram devolvidos no dia seguinte ao gabinete de Carreiro, que era o relator.

'Contradições'

A defesa do advogado explora ainda o que chama de "contradições" dos depoimentos dos delatores que o acusaram. O dono da UTC, Ricardo Pessoa, disse ter pago R$ 1 milhão a Tiago para fazer o processo de Angra 3 "fluir". O repasse teria sido feito em janeiro de 2014. O processo, no entanto, foi julgado 14 meses antes no TCU, em novembro de 2012.

No relatório, a PF diz que o fato de o suposto pagamento "ter ocorrido" depois do julgamento não apresenta "maior relevância", pois o crime de corrupção não se consuma apenas quando há recebimento de valores, "bastando a solicitação indevida" desses valores.

Tiago também questiona diferentes versões dadas por delatores quanto à suposta entrega da propina. Num depoimento, Pessoa disse ter pago o valor diretamente ao advogado, em espécie. Em outro, explicou que o primo dele, Luciano Araújo, foi buscá-lo na UTC. O doleiro Alberto Youssef, colaborador que foi preso e condenado na Lava Jato, contou que um de seus entregadores levou a quantia ao escritório de Tiago. Depois disso, numa nova oitiva, o dono da UTC afirmou que pode ter se confundido, "sendo possível" que a entrega tenha sido feita pelo doleiro. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A partir desta terça-feira (1º) os membros dos Tribunais de Contas do Brasil se reúnem em Pernambuco para XXVIII Congresso Nacional dos órgãos de controle externo. O encontro, que acontece até a próxima sexta (4) no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), tem como tema “Governança Pública e Combate à Corrupção: o que a sociedade espera dos Tribunais de Contas?” e vai reunir especialistas em controle externo, gestão pública e dados abertos, além de autoridades dos três poderes da República e representantes da sociedade civil.

O Congresso vai debater uma série de temas como governança pública e fortalecimento dos órgãos de controle para o combate à corrupção. A palestra de abertura será feita pelo governador Paulo Câmara (PSB), às 19h, sobre os desafios da governança pública em tempos de crise.

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Também integram a lista de palestrantes o presidente do Tribunal de Contas da União, Aroldo Cedraz; os ministros Benjamin Zymler e Augusto Nardes (TCU); o procurador da República Fábio George; o tributarista pernambucano e professor da Universidade de São Paulo, Heleno Torres e o diretor de Articulação e Inovação do Instituto Ayrton Senna (e ex-reitor da UFPE), Mozart Neves.

O Ministério Público de Contas e os auditores do Tribunal de Contas da União fazem uma campanha nas redes sociais para evitar que o ministro Aroldo Cedraz seja reeleito presidente da corte, na quarta-feira, 2. O ministro está na mira de uma sindicância interna que investiga suspeita de tráfico de influência envolvendo seu filho, o advogado Tiago Cedraz, cujo escritório já atuou em processos no tribunal de contas.

Tiago passou a ser investigado na Operação Lava Jato após o dono da construtora UTC, Ricardo Pessoa, afirmar em delação premiada que pagou R$ 1 milhão para que ele atuasse a seu favor no TCU. Pessoa disse também que pagava R$ 50 mil por mês a Tiago para obter informações privilegiadas do tribunal.

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A investigação está no Supremo Tribunal Federal porque Pessoa disse que o dinheiro repassado a Tiago pode ter sido usado para pagar o ministro Raimundo Carreiro, que tem foro privilegiado como integrante do TCU. Ele é vice-presidente da corte e pleiteia a reeleição. Tiago e Carreiro negam envolvimento em irregularidades.

"A acusação (de Pessoa) é gravíssima e põe em xeque o maior patrimônio que uma instituição como o TCU pode ter: sua credibilidade", escreveu em redes sociais o procurador Júlio Marcelo de Oliveira, do Ministério Público de Contas.

Auditora do TCU e presidente da Associação Nacional dos Auditores de Controle Externo, Lucieni Pereira afirmou que defende a saída de Cedraz da presidência para "blindar" o órgão. Reservadamente, ministros do TCU se dizem constrangidos. Este ano, Cedraz já fez 35 viagens custeadas pelo TCU.

Procurado, Cedraz não se pronunciou. Em nota, a corte informou que "não há postulação ou registro de chapa para eleição do presidente ou vice-presidente".

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após enviar ofício para justificar sua ausência durante audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) que deveria contar com a presença dos ministros do Planejamento, Nelson Barbosa, da Advocacia Geral da União (AGU), Luiz Inácio Adams, o presidente do Tribunal de Conta da União (TCU), Aroldo Cedraz, foi convocado pelos senadores a comparecer à Comissão.

Os senadores se exaltaram após o Tribunal enviar um ofício para justificar sua ausência do presidente. O objetivo da sessão era realizar um debate entre o governo e o TCU sobre as pedaladas fiscais. Com a convocação, o ministro não pode se recusar a comparecer à Casa. Tanto os senadores petistas quanto os da oposição se uniram para criticar a ausência do TCU.

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Com a ausência de Cedraz, o senador Tasso Jereissati (PSDB/CE) foi o mais exaltado e chegou a afirmar que "Aroldo Cedraz não está apto a ser presidente do TCU". Ainda de acordo com o parlamentar, o ofício é uma afronta ao Congresso Nacional porque não gostaria de comparecer à casa antes da votação do Tribunal. "O presidente comete um grave erro. Ele não tem que gostar ou não gostar, o TCU é uma casa auxiliar do Congresso", ressaltou. Jereissati afirmou ainda que o ofício foi ignorante.

Os senadores Lindbergh Faria (PT/RJ) e José Pimentel (PT/CE) também engrossaram o coro contra a atitude de Cedraz. "TCU tem atuado como se fosse independente e concorrendo com o STF", afirmou Pimentel.

CVM

A Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado aprovou a indicação do advogado Gustavo Rabelo Tavares Borba para diretoria da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A indicação entrará na pauta do dia de hoje do Senado. Ele foi aprovado por 22 votos a favor e nenhum voto contra ou abstenção. (

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