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Após a revelação de denúncia do Ministério Público Federal (MPF) contra o ex-governador de Pernambuco, Eduardo Campos, seu filho João Campos (PSB), prefeito do Recife, se pronunciou e defendeu o pai das acusações. Para ele, o suposto recebimento de propina "não tem nenhum fundamento".

Em processo que corre em segredo de Justiça, revelado em reportagem da Folha de São Paulo, o Ministério Público Federal (MPF) apontou que o ex-governador de Pernambuco teria recebido, em valores corrigidos, R$ 4 milhões da Odebrecht através de uma conta, em nome de um laranja, na Suíça. As investigações decorrentes da Operação Lava Jato indicam que o dinheiro era depositado em uma conta no nome do seu tio, Carlos Augusto Arraes. 

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A empreiteira teria enviado a propina em troca de acordos com o Governo de Pernambuco em obras de terraplanagem na refinaria Abreu e Lima e no porto de Suape.

No último dia 17, o ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), suspendeu a ação penal e o sequestro de bens de Sandra Leote, viúva de Carlos Augusto Arraes. Ele acatou o pedido da defesa que destacou que outros processos baseados em acordos de leniência da Odebrecht foram paralisados.

João defende Eduardo

João Campos emitiu nota defendendo o pai das acusações, afirmando que Eduardo Campos era "um homem íntegro correto e dedicado às missões que lhe foram conferidas pelo povo". O prefeito do Recife disse ainda o pai foi eleito o melhor governador do Brasil e reeleito com "maior percentual da história" e que só conseguiu os feitos porque era "dedicado, competente, fazendo bem feito para quem mais precisa".

Confira a nota na íntegra:

"Quem conheceu o meu pai, o ex-governador Eduardo Campos, sabe que não há o menor fundamento na denúncia realizada pelo Ministério Público Federal (MPF), que o acusava, de forma completamente equivocada, de receber propina da Odebrecht por meio de uma conta no exterior. Inclusive, a ação foi suspensa pelo Supremo Tribunal Federal (STF), através de decisão do ministro Ricardo Lewandowski, o que claramente reforça a sua improcedência.

Eduardo Campos era um homem íntegro, correto e dedicado às missões que lhe foram conferidas pelo povo. Sua retidão foi uma marca que o acompanhou durante toda a sua vida pública, pautada, sobretudo, pela sua incansável luta pelo combate às diferentes formas de desigualdade.

O meu pai sempre foi motivado pela vontade de fazer, como ele costumava dizer, a máquina moer para os que mais precisam. Seus mandatos no Legislativo, sua passagem pelo Ministério de Ciência e Tecnologia e suas duas gestões à frente do Governo de Pernambuco compõem a trajetória de um homem que entendia que a política é o principal meio para promover transformações na vida das pessoas. Nunca como um caminho para o próprio favorecimento.

Eduardo Campos foi eleito, seguidas vezes, o melhor governador do Brasil, sendo ainda reeleito com o maior percentual da história. Só consegue isso quem é íntegro, dedicado, competente, fazendo bem feito para quem mais precisa.

João Campos

Prefeito do Recife"

Neste domingo (2), a candidata ao governo de Pernambuco Marília Arraes (SD) acompanhou a votação do vice de sua chapa, Sebastião Oliveira (PL). A sessão eleitoral do político fica localizada na cidade de Serra Talhada, no Vale do Pajeú.

Sebastião, que foi o deputado federal mais votado do sertão de pernambucano nas últimas três eleições, agradeceu a presença de Marília em seu local de votação. "Hoje Pernambuco está iniciando uma nova história. Tenho certeza que Marília irá liderar um novo rumo para o nosso estado", afirmou o político.

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Marília também esteve no município de Salgueiro, no sertão, para acompanhar a votação do marido, André Cacau. Ex-vereador da cidade, ele votou por volta das 15h. Em seguida, a comitiva de Marília voltou para o Recife, onde acompanhará o resultado do pleito. 

O candidato a governador Miguel Coelho esteve em Jataúba na manhã desta segunda-feira (19). Acompanhado da vice Alessandra Vieira e do ex-prefeito Antônio de Roque, Miguel afirmou que Marília Arraes representa o mesmo projeto do PSB, rejeitado por 70% dos pernambucanos. O candidato do União Brasil ainda disse que tirar os socialistas para colocar a adversária do Solidariedade, Marília Arraes é apenas uma troca de conveniência para os interesses de um grupo que governa há mais de uma década. 

“Pernambuco não é capitania dos Campos Arraes. Tem candidata aí que foi eleita a pior deputada federal de Pernambuco, que tem medo de um simples debate, mas que fala ser algo novo. É tudo a mesma coisa, tirar o PSB para colocar Marília é trocar seis por meia dúzia”, disse Miguel.

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“O vice dela era secretário até outro dia, deixou as estradas esburacadas. O senador dela estava também com Paulo Câmara até maio passado e dizia que Danilo era melhor que Marília. Então, percebam, é tudo a mesma coisa. O pernambucano quer mudar e essa turma não tem nada de novo”, acrescentou o candidato do União Brasil. 

Em Jataúba, Miguel ainda se comprometeu a investir em abastecimento de água e melhorar as estradas do Agreste. O candidato a governador pelo União Brasil garantiu que vai encerrar o tempo de perseguição a quem produz. “A politica dessa turma do PSB e agregados é de tomar a moto do trabalhador, de arrochar imposto no empreendedor. Isso vai acabar em 2023, vamos ter um governo para trabalhar pelo povo e não para dificultar a vida de quem mais precisa”, assegurou Miguel.

*Da assessoria 

 Neste sábado (8), a deputada federal Marília Arraes (PT-PE) tomou a primeira dose do imunizante contra Covid-19, em um posto de vacinação no bairro da Macaxeira, na Zona Norte do Recife. Nas redes sociais, a parlamentar explicou que integra o grupo prioritário de vacinação na condição de gestante, segundo determina o Plano Nacional de Imunização.

“Hoje foi a minha vez de me vacinar contra a Covid-19. Tomei a minha primeira dose seguindo as orientações do Plano Nacional de Imunização que inclui as gestantes, como eu, no grupo prioritário nesta fase da campanha de imunização”, comentou Marília.

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A deputada se vacinou segurando uma placa com os dizeres “#VivaoSus #Lula2022”. “Muito obrigada aos profissionais de Saúde e da Ciência! Que a vacina chegue para todos os brasileiros e brasileiras! No Congresso Nacional estou na linha de frente dessa luta”, frisou.

 Em entrevista ao LeiaJá, o presidente do PT Recife, Cirilo Mota, afirmou que recebeu com indignação a abstenção da deputada Marília Arraes (PT-PE) diante do PL 948/21, que abre caminho para a privatização das vacinas contra Covid-19. Nesta quarta (7), Cirilo também se manifestou por meio de nota pública, reiterando que a orientação do partido seria a de impedir a aprovação do projeto, majoritariamente apoiado pela bancada governista.

“É com muita tristeza que eu, enquanto presidente do partido, observo essa questão do projeto pessoal e privado da deputada Marília Arraes. Nenhum país do mundo se propôs a discutir a privatização da vacinação, a gente tem que estar muito atento. Essa decisão afeta diretamente os mais pobres do país, em um momento em que ultrapassamos mais de 4 mil mortes por Covid-19 em um único dia”, observa Cirilo.

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Não é a primeira vez que Marília Arraes desobedece às orientações do PT. A deputada é alvo de uma Comissão de Ética aberta pela legenda, em razão de sua iniciativa de se lançar de forma independente à eleição da mesa diretora da Câmara, vencendo o deputado João Daniel (PT-SE), candidato escolhido pelo próprio partido.

Graças ao pleito, Marília passou a ocupar o posto de segunda secretária da mesa diretora da câmara. No caso da PL 948/21, o outro deputado pernambucano na casa legislativa, Carlos Veras (PT-PE), votou contra o projeto.

Diante da repercussão negativa da abstenção, Marília publicou um posicionamento oficial em suas redes sociais, afirmando ter cometido "um erro". Leia a nota do diretório do PT Recife sobre o posicionamento de Marília na íntegra: 

“O presidente do PT Recife, Cirilo Mota, recebeu com indignação o voto da Deputada Federal Marília Arraes no PL 948/21. Tal ato, que vai contra toda a nossa bancada, é favorável à bancada Bolsonarista.

No momento que ultrapassamos mais de 4 mil mortes nas últimas 24 horas, causada por um governo genocida e vivemos a maior crise sanitária da história deste país, Bolsonaro é responsável pelo desmonte do SUS e defender a PL vai contra a maioria da população brasileira e todos os princípios defendido historicamente pelo Partido dos Trabalhadores em defesa do SUS”.

A bancada do PT na Câmara dos Deputados escolheu João Daniel (PT-SE) para disputar a 2ª secretaria da Casa. A indicação acontece depois de polêmica envolvendo a deputada Marília Arraes (PT-PE), que havia deixado clara sua intenção de concorrer ao cargo mesmo sem consenso no partido, de forma avulsa. Derrotada na disputa interna, a pernambucana reiterou, nesta quarta (3), por meio de suas redes sociais, a manutenção de sua candidatura avulsa.

“Resolvi colocar meu nome a disposição para disputa de um espaço na Câmara. Esses espaços são definidos de uma maneira um pouco complexa de acordo com o tamanho os blocos das bancadas e de entendimentos feitos entre os partidos de cada bloco. Só que quando a gente chega na câmara existem vários acordos, firmados há dez, vinte anos, que são costumes. Costumes que a gente se se sente um pouco constrangido sem saber se deve, de fato, questionar, que é a questão da indicação partidária para a disputa”, afirma Arraes, em vídeo divulgado em seu Instagram.

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 Por meio de nota publicada nos canais instituicionais do Tribunal de Contas da União, na tarde desta sexta (27), a ministra Ana Arraes, avó do candidato a prefeito do Recife João Campos (PSB), esclarece que não sofreu qualquer tipo de agressão do neto. Circula nas redes sociais um vídeo que sugere o ocorrido, a partir da reprodução de alguns segundos de uma entrevista de 14 minutos dada por Ana Arraes. No material, ela se queixa da briga pública entre João e seu tio, Antônio Campos, atual presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

À época, João era deputado federal e havia dito, em uma audiência pública no congresso, que Antônio era um “sujeito pior” do que o então ministro da Educação, Abraham Weintraub. Ana Arraes saiu em defesa do filho e criticou publicamente a postura do neto.

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Na nota, o TCU argumenta que a gravação que agora circula nas redes sociais está fora de contexto. “Na condição de ministra do Tribunal de Contas da União, sou impedida pela legislação de assumir posições políticas ou pessoais no processo eleitoral, no Recife ou em qualquer outro lugar. E não admito a utilização de meu nome, sobretudo em peças com viés claro de fake news, tentando prejudicar alguém da minha família. Nunca fui agredida por nem um dos meus netos, com os quais tenho uma relação de amor profundo e carinho”, escreveu a ministra.

Afirmando existirem indícios consistentes da prática de abuso de poder econômico na distribuição de panfletos com fake news, a Coligação Recife Cidade da Gente (PT/PSOL/PTC/PMB), propôs uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral contra João Campos (PSB) e sua vice Isabella de Roldão (PDT).

A chapa de Marília Arraes aponta que o seu adversário está proporcionando a divulgação do material de campanha juntamente com as notícias falsas em frente a templos religiosos no Recife.

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A assessoria da petista explica que o que motivou a ação foi o flagrante da distribuição do material feito no último final de semana, onde as pessoas foram filmadas praticando o crime eleitoral em frente aos templos religiosos.

Na ação, a Coligação Recife Cidade da Gente também revela que a gráfica responsável pela confecção dos panfletos apócrifos é a BUREAL de Imagens Ltda. Sediada em Olinda, e que já requisitou a busca e apreensão de todo o material.

A ação pode acarretar a inelegibilidade de João Campos e de Isabella de Roldão por 08 (oito) anos, bem como a cassação de mandatos eventualmente obtidos por ambos.

Arraes, Campos, Ferreira, Labanca, Coelho e Lyra essas são algumas das principais famílias inseridas na política e que perpetuam as oligarquias em Pernambuco. São famílias que há décadas comandam determinadas cidades do estado, passando o comando como uma forma de herança de pai para filho, neto, irmãos e sobrinhos. 

Arraes/Campos

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João Campos e Marília Arraes disputam o comando da capital pernambucana. Foto: Montagem/LeiaJáImagens

Esses sobrenomes devem ser os mais conhecidos no cenário político pernambucano por se tratar de famílias que comandam a capital pernambucana e o próprio Estado há anos e até décadas. Tudo começa com Miguel Arraes assumindo a Prefeitura do Recife pela primeira vez em 1960 - já em 1962 elegeu-se governador de Pernambuco pela primeira vez.

Ainda enquanto estava vivo, Arraes trilhou o caminho de seu neto Eduardo Campos, que conseguiu se eleger deputado estadual em 1991, depois ao cargo de deputado federal em 1995. Em 2004, no primeiro governo Lula (PT) foi nomeado, após indicação de seu avô, ministro da Ciência e Tecnologia do Brasil. 

A partir daí, não mais o sobrenome Arraes tinha peso único, já que os Campos - mesmo integrando os Arraes - solidificaram o sobrenome no Estado. Em 2006, um ano após a morte de Miguel Arraes, o neto Eduardo foi eleito governador de Pernambuco.

Atualmente, temos na disputa pela prefeitura do Recife a “sucessora direta” de Arraes e o sucessor direto de Eduardo Campos disputando a continuidade da oligarquia na capital pernambucana. Marília Arraes (PT) lidera as intenções de voto, enquanto João Campos (PSB) está em segundo lugar. 

Ferreira

Fred, Manoel, Rodrigo Maia, Anderson e André Ferreira. Foto: Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Em Jaboatão dos Guararapes e no Recife, o sobrenome Ferreira mostra ter uma força muito grande, não à toa já se organizam para tentar abocanhar o governo do Estado. Contando com a força do universo evangélico, Manoel Ferreira (PSC), patriarca da família, está em seu oitavo mandato como deputado estadual e conseguiu solidificar a família no mundo político, sempre com votos expressivos, seja como vereador, deputado estadual, federal ou prefeito. 

Com 54,26% dos votos válidos, Anderson Ferreira (PL), filho de Manoel, conseguiu se reeleger neste ano como prefeito de Jaboatão dos Guararapes no primeiro turno. O irmão gêmeo de Anderson, André Ferreira (PSC), é atualmente deputado federal. Fred Ferreira (PSC), que é cunhado de Anderson e André, conseguiu se reeleger vereador do Recife neste ano, o que fortalece o clã na capital pernambucana.

Labanca

Ettore e Vinícus Labanca. Foto: Reprodução/Instagram

A hegemonia dos Labanca em São Lourenço da Mata, Região Metropolitana do Recife, começou em 1988, com a eleição de Ettore Labanca como prefeito da cidade. Ele permaneceu no poder até 1992, quando elegeu o seu sucessor Antônio Cândido. Em 1996, Ettore volta a ocupar a prefeitura de São Lourenço pela segunda vez e ficou até 2000. De 2002 a 2006 foi deputado estadual. Em 2008, o patriarca dos Labanca volta para São Lourenço e se elege prefeito pela terceira vez, se reelegendo pela quarta vez em 2012. 

Ettore morreu em março de 2019, mas o caminho de seu filho Vinícus Labanca (PSB) já estava traçado e, neste ano, o deputado estadual conseguiu que os Labanca retomasse o poder político em São Lourenço e se elegeu prefeito com 40,60% dos votos válidos no primeiro turno.

Coelho

Fernando Bezerra Coelho. Foto: Rafael Bandeira/LeiaJáImagens

Os Coelho são antigos na sucessão de familiares para o comando de Petrolina, maior cidade do Sertão pernambucano; a cidade também foi importante para a ascensão dos Coelho no cenário político nacional. O clã político domina a cidade desde o início do século XX, com Clementino Coelho, mais conhecido como Coronel Quelê, que foi subprefeito. Ele teve 12 filhos e a força política de sua família vem atravessando gerações há mais de um século.

Na geração atual, Fernando Bezerra Coelho (MDB), que foi prefeito de Petrolina por dois mandatos e atualmente é senador é a figura de destaque da família, conseguindo colocar os seus dois filhos no universo político. Fernando Coelho Filho (DEM), é deputado federal e já foi ministro de Minas e Energia no governo Michel Temer (MDB).

O filho mais novo do senador Fernando Bezerra Coelho, Miguel Coelho (MDB), conseguiu neste ano se reeleger prefeito de Petrolina com 76,19% dos votos válidos já no primeiro turno. O emedebista obteve a maior votação do Nordeste. 

Lyra

Raquel Lyra, atual prefeita de Caruaru. Foto: Arthur Souza/LeiaJá Imagens

Na capital do Agreste pernambucano, os Lyra começaram a governar em 1959, com João Lyra Filho, que retomou o poder em 1973. O patriarca da família ainda conseguiu se eleger deputado federal e estadual, antes de morrer em 1999. Claro que, dentro desse tempo, ele conseguiu colocar os seus filhos Fernando Lyra e João Lyra Neto no mundo político. 

João Lyra Neto (PSDB), filho mais novo de João Lyra Filho, foi prefeito de Caruaru em duas ocasiões: 1989 a 1992 e 1997 a 2000. Vice-governador de Pernambuco nos governos de Eduardo Campos, João Lyra Neto assumiu o governo do Estado quando Eduardo se afastou para concorrer à presidência da República.

Com a sua força em Pernambuco e, claro, em Caruaru, Lyra Neto investiu na candidatura da sua filha Raquel Lyra (PSDB) em 2015, que conseguiu se eleger. Neste ano, Raquel tentou a reeleição e saiu vitoriosa para o seu segundo mandato consecutivo, com 66,86% dos votos válidos.

Em entrevista ao LeiaJá, o cientista Político e professor da Faculdade Damas, Elton Gomes, explica que os oligarcas familiares costumam ser figuras de destaques do ponto de vista da negociação de status, poder e prestígio, além de serem importantes do ponto de vista do exercício do poder político e costumam ser os indivíduos mais preponderantes em uma dada região.

 Segundo explica o professor, isso acaba possibilitando “que essas elites se perpetuem no poder de maneira praticamente dinástica, fazendo com que você tenha, de tempos em tempos, a renovação desses ciclos com a transferência do poder de pai para filho, de filho para sobrinho, de avô para neto. No caso mais contemporâneo que a gente está vendo aqui (no Recife) é de bisavô para bisnetos”, diz. 

O especialista acentua que essa dinâmica da política familiar ou dinástica, de pessoas que são educadas para poder se incluir na atividade política partidária, que são consideradas herdeiras e sucessoras de personalidades políticas importantes é uma coisa que não acontece só no Brasil. 

“Nos Estados Unidos, por exemplo, você vai encontrar famílias de políticos poderosos, por exemplo a família Bush. Mas você vai ter isso em maior escala no Brasil e, principalmente, nas regiões menos favorecidas, e aí o Nordeste ganha preponderância por fatores culturais e econômicos que beneficiam o exercício do poder de oligarquias familiares”, revela o cientista. 

Para ele, é importante notar que as oligarquias conseguiram se apresentar como uma força política moderna, que foi vista como uma alternativa ao que existia antes, que eram oligarquias do passado escravocrata, do império brasileiro, da monarquia.

“Quando surgiram figuras como Antônio Carlos Magalhães, Miguel Arraes, Esperidião Amin, Eles foram saudados na sua época como reformistas e modernizadores . Mas hoje eles são verificados como elites políticas que se investem de poder e autoridade do poder econômico, simbólico e político, e perpetuam a sua permanência no poder”, pontua.

O clima da última semana das eleições municipais do Recife começou quente. Na tarde desta segunda (23), o candidato João Campos (PSB) usou suas redes sociais para criticar a atuação política de sua de sua oponente no segundo turno, Marília Arraes (PT). Diante das acusações de que a situação vem disseminando notícias falsas sobre a oposicionista, Campos ainda frisou que foi “muito agredido” durante todo o pleito.

“Poder questionar sim a eficiência de um mandato, de uma vida pública de 12 anos que entregou muito pouco para a a cidade do Recife. Questionar sim a não colocação de emendas específicas para o Recife, como a Justiça já entendeu que é verdadeira essa informação por duas vezes. Enquanto isso, nós colocamos mais de 5,3 milhões 'pra' cidade do Recife”, afirma Campos.

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Também em suas redes sociais, Marília questionou a publicidade do PSB que a acusa de não ter destinado recursos para a capital pernambucana durante seu mandato no congresso nacional. A petista menciona emendas, cada uma, no valor de R$ 100 mil para a Fundação Altino Ventura, o Hospital do Câncer de Pernambuco e o Instituto do Fígado e Transplante de Pernambuco, além de emendas de R$ 330 mil para a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) e para o CRC Recife.

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No último domingo, a petista havia compartilhado com seus seguidores a notícia de que Justiça Eleitoral proibiu o PSB de veicular as propagandas eleitorais que alegavam que a candidata acabaria com o Prouni Recife e que era contra “a bíblia”. Em seu vídeo de resposta, contudo, Campos frisa que mantém os respeito pela adversária.

“Fui muito agredido, até aqui, mas não abro mão de me manter no confronto entre visões, desempenhos, resultados, sem ofensas pessoais. Vamos seguir até o próximo domingo com uma campanha verdadeira, forte, transparente e propositiva”, coloca o candidato do PSB.

O debate entre os candidatos à Prefeitura do Recife João Campos (PSB) e Marília Arraes (PT), realizado na manhã desta quinta-feira (18), na Rádio Jornal, ainda está dando o que falar nas redes sociais. O nome João Campos é um dos mais comentados no Twitter.

Muito disso se deve a resposta recebida pelo pessebista ao afirmar que, se Marília for eleita prefeita, quem vai comandar a cidade é o PT nacional. 

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"Eu nunca me dobrei nem ao PSB, na época em que mandava e desmandava nesse estado. Não vou me dobrar a ninguém. Quem lidera o processo político sou eu. Agora, já você, ninguém sabe se quem vai mandar é sua mãe, é Geraldo Julio, ou Paulo Câmara", disse a petista.

Além disso, internautas apontam que o candidato do PSB estava despreparado para o debate e que lia em todo o momento o que iria falar. Confira alguns tuítes.

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Na tarde deste sábado (24), a candidata do Partido dos Trabalhadores (PT) à Prefeitura do Recife, Marília Arraes, realizou uma caminhada pelo bairro de Jardim São Paulo, ao lado de apoiadores e do vice de sua chapa, João Arnaldo (Psol). Na ocasião, a prefeiturável cobrou que as ações de recolhimento de seu material de campanha sejam investigadas pelas autoridades. Mais cedo, a candidata havia realizado passeata no bairro de Casa Amarela.

No dia 19 de outubro, um homem ameaçou uma militante responsável pelas 15 bandeiras que ficavam na avenida Beberibe, levando todas elas dentro de um automóvel. Um dia depois, quatro homens intimidaram a responsável pelas vinte bandeiras localizadas na avenida Caxangá, fugindo com os materiais, também em um automóvel. “Foram assaltos. Levaram as bandeiras à força, inclusive com armas de fogo e a gente precisa dessa apuração urgente das polícias civil e militar”, frisou Marília. A candidata negou que as ocorrências tenham abatido a militância. “Muito pelo contrário. A gente tem é mais gás ainda para ir para a rua combater essa política do ódio”, completou.

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O departamento jurídico da campanha já entrou com uma denúncia de crime eleitoral na corregedoria da Polícia Federal em Pernambuco. As ações descritas estão tipificadas no artigo 332 do Código Eleitoral, que criminaliza o ato de impedir o direito à propaganda.

Confiança

A candidata também se disse confiante com a ida ao segundo turno. De acordo com os dados da pesquisa Datafolha divulgados na última sexta (22), Marília aparece com o segundo maior percentual de intenção de votos (18%), atrás apenas de João Campos (PSB), com 31%. “A gente entrou nessa eleição para ganhar, seja em primeiro ou segundo turno. O que nos move não é pesquisa, mas a responsabilidade com o Recife, de tirar esse grupo que está fazendo mal para a cidade”, afirmou.

Em uma disputa acirrada pela Prefeitura do Recife, o candidato João Campos (PSB) vem aparecendo na liderança nas útimas pesquisas. Um novo levantamento, realizado pelo Instituto RealTime Big Data, divulgado nessa segunda-feira (12) aponta ele em vantagem diante dos demais concorrentes.

Com 27% das intenções de voto, João lidera o primeiro turno e sai na frente de Mendonça Filho (DEM) e Marília Arraes (PT), que empataram tecnicamente na segunda posição com 16% e 14%, respectivamente. Ainda de acordo com o estudo, Patrícia Domingos (Podemos) assume a quarta posição com 10%, seguida pelo Coronel Feitosa (PSC) e Marco Aurélio (PRTB), com 2% cada. Carlos Andrade Lima (PSL) receberia apenas 1% dos votos.

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Os postulantes Charbel Maroun (Novo), Thiago Santos (UP), Victor Assis (PCO) e Cláudia Ribeiro (PSTU) não pontuaram. Já os brancos e nulos correspondem a 17% das intenções, enquanto 11% disse que ainda não sabem em quem votar.

Segundo Turno

Alçado ao segundo turno, João Campos (PSB) também sai na frente dos demais. Contra Marília Arraes, a diferença é de 44% para 39%. Caso a disputa seja com Mendonça Filho, o resultado seria de 41% a 34%. Diante de Patrícia Domingos, ele lidera por 44% contra 35%.

Caso João não participe do segundo turno, quando o cenário põe Marília como protagonista da disputa, ela fica com a preferência dos recifenses. Com 38% dos votos, ela venceria Mendonça Filho (35%) e Patrícia Domingos (36%).

Em uma escolha entre Mendonça e Patrícia, o democrata levaria vantagem com 36%, ante 34% da delegada. Contudo, vale destacar que os cenários sem João Campos representam um empate técnico, visto que a margem de erro é de 4 pontos percentuais para mais ou menos.

Para produzir a pesquisa, a RealTime Big Data ouviu mil eleitores do Recife, entre os dias 8 e 10 de outubro. Os resultados têm nível de 95% de confiança.

Aos 26 anos e com pouca história política, tendo sido eleito deputado federal pela primeira vez em 2018, João Campos será a tentativa do PSB para continuar comandando a capital pernambucana por mais quatro anos. Mesmo vindo de uma família já tradicional na política de Pernambuco, o pré-candidato se considera a renovação. “Tenho 26 anos, defendo uma série de modernizações e inovações dentro da gestão pública e tudo isso dialoga com a inovação”, aponta.

João, que mesmo sendo parente de dois ex-governadores populares de Pernambuco (Eduardo Campos e Miguel Arraes), não figura bem nas pesquisas de intenção de voto. Na última divulgada pelo Atlas Político, o pessebista está em quarto lugar; Marília Arraes (PT), sua prima, é quem lidera o levantamento.

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No entanto, o pré-candidato sabe do poder da Frente Popular de Pernambuco, que é a união de vários partidos em prol da sua candidatura, e afirma que essa será, talvez, "a frente mais ampla que o Recife já viu, porque o momento que vivemos pede unidade". Além disso, o deputado federal ressalta que “a frente tem uma corrente de forças que não se constrói apenas em eleição, se dá na política (diária)”.

Falando em política diária, o mundo enfrenta um momento pandêmico que impõe restrições na possibilidade de contato entre as pessoas, principalmente entre os políticos e a população - o que impede a disseminação popular da candidatura -. João reforça que tem conversado com setores da sociedade recifense “discutindo um projeto em torno da construção do sonho de vários segmentos da sociedade". "Quando chega mais perto da eleição, isso se afunila para a pré-candidatura que tem sido conduzida com muita escuta”, acrescenta

Prefeitura do Recife investigada

A Prefeitura do Recife está sendo investigada por irregularidades na aquisição de 500 respiradores pulmonares. A sede da PCR e a casa do secretário municipal de Saúde, Jailson Correia, sofreram busca e apreensão por parte da Polícia Federal, que trabalhou em conjunto com a Controladoria Geral da União e o Ministério Público Federal.

Policiais confirmaram que a firma contratada pelo poder municipal não existe em seu endereço de cadastro, além de não ter funcionários ou bens em seu nome. O valor total contratado com a Prefeitura do Recife ultrapassava o patamar de R$ 11 milhões, enquanto a empresa fictícia tinha um suposto capital social de apenas R$ 50 mil e não poderia faturar mais que R$ 360 mil por ano.

Por ser o PSB o partido que comanda a Prefeitura do Recife, João Campos se posicionou dizendo que está tranquilo sobre essas investigações e que isso não fará com que ele deixe de elencar a gestão de Geraldo Júlio em sua candidatura (quando começar oficialmente). “Eu tenho tranquilidade em dizer que foi feito um trabalho que salvou vidas. Enquanto a gente viu o governo federal, que tem R$ 200 bilhões de orçamento na Saúde, não fazer nenhum hospital no Nordeste brasileiro, a gente viu Geraldo Júlio fazer sete hospitais (de campanha) em 40 dias”, exclama.

Além disso, o pessebista garante que não acredita “que houve má fé, nem dolo, nem culpa". "Ninguém fez ato ilícito. Se houve alguma falha, qualquer ser humano está fadado a falhar em processo de guerra. Foi nesse cenário que a gente viu quem cruza os braços para o povo e quem está à disposição para fazer”, declara. João garante que defende a continuação das investigações.

João Campos e Marília Arraes

Em entrevista ao LeiaJá, o filho de Eduardo Campos falou sobre a possibilidade de união com a sua prima Marília Arraes, revelando que a unidade do campo democrático, tão debatido atualmente pela esquerda, é algo que ele defende. “Eu acho que isso pode ajudar a cidade, mas cabe a mim falar pelo meu partido. Sobre decisões de outros partidos como o PT, ele quem vai tomar pensando no que eles acham que é melhor para eles e não cabe a gente julgar. O que eu sei é que o maior conjunto de representantes do povo deve estar na Frente Popular”, salienta.

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-> Para Marília, PSB deveria desistir da Prefeitura do Recife

Antes integrante do PSB, já tendo sido eleita vereadora pelo partido, agora Marília Arraes (PT) concentra as suas forças para derrotar a sua antiga casa e se eleger prefeita da cidade do Recife, disputando contra o seu primo, João Campos, dentre outros - até então - pré-candidatos. No entanto, a petista avalia que essa seria a hora do PSB abrir mão de disputar pela terceira consecutiva a eleição municipal da PCR.

Marília aponta isso porque, em 2018, mesmo várias pesquisas mostrando que ela tinha chances de derrotar o governador Paulo Câmara, o PT abriu mão da sua candidatura para encorpar a Frente Popular de Pernambuco, apoiando a reeleição de Câmara. “Se a gente não vivesse num Estado em que o PSB trabalhasse com a imposição aos seus aliados, esse seria um posicionamento bastante lógico diante de vários contextos, como em 2018, quando o PT abriu mão de uma candidatura que estava à frente nas pesquisas do candidato do PSB”, avalia a petista. 

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Ela complementa dizendo: “Agora, a gente está com a eleição municipal em que a nossa candidatura está melhor posicionada em todas as pesquisas. Se fosse de verdade com a Frente Popular, lógico que haveria esse debate de quem vai encabeçar a frente agora, mas não há esse debate porque o PSB trabalha com a imposição. É como se fosse algo natural se submeter a eles”.

Além disso, desde que Jair Bolsonaro (sem partido) foi eleito, trazendo vários dos seus com ele na ‘onda bolsonarista’, a esquerda tem prometido lutar contra o que classifica de “retrocesso político”, no entanto, Recife é uma referência de que a esquerda não está se unindo para lutar contra aquilo que tem falado cotidianamente.

Até então, PT, PSB e PDT (partidos de esquerda) devem lançar candidatos para disputar a Prefeitura do Recife, enquanto DEM, PRTB, PSC, Podemos e Cidadania (partidos do centro e de direita) devem vir para minar a eleição desses que não colocaram em prática a “unidade da esquerda”. 

Para se ter noção, a última pesquisa do Atlas Político para a Prefeitura do Recife mostrou que Marília Arraes (PT) lidera com 21% das intenções de voto, seguida por Mendonça Filho (DEM), com 12%, e Daniel Coelho, com 11%. João Campos e Patrícia Domingos registraram 8%. Ou seja, se isso se confirmar nas próximas pesquisas, a esquerda estará “enfraquecida” para disputar a PCR e a sua luta para derrotar a “onda bolsonarista” pode ser perdida. 

No entanto, Marília se diz confiante com os resultados das pesquisas, mesmo achando cedo para se apegar aos números. “É um indicativo de que o Recife está querendo um projeto diferente. Mas não vou me balizar por pesquisas. A gente precisa olhar para frente, debater o Recife e as urnas é que vão dizer o resultado da vontade popular”, disse.

Em entrevista ao LeiaJá, a petista falou que a situação pandêmica do mundo está fazendo com que ela se reinvente para a candidatura. “Estamos nos reinventando. Eu, que sempre fui muito acostumada a fazer as campanhas no corpo a corpo, tendo disputado quatro eleições, principalmente a de vereadora, que é uma eleição de muita proximidade, é muito difícil fazer uma campanha sem apertar as mãos, sem abraçar e sem mostrar o rosto”, confessa.

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Por meio de nota, membros do PT no Recife defenderam a candidatura própria do partido à prefeitura da capital pernambucana, cotando Marília Arraes para o pleito. Entre os dias 27 e 28 de jumho, o Diretório Municipal do partido, durante o encontro municipal da instituição, teve as eleições de 2020 como pauta.

A direção nacional do PT já havia defendido a candidatura própria, tendo sido aprovado o nome de Marília Arraes, em março deste ano. “Esta decisão encheu de ânimo a militância em nosso Estado e no Recife. Marília desponta como uma das pré-candidatas mais competitivas e se coloca em condições de disputa para levar o PT a governar a nossa cidade”, manifestou-se o Diretório.

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Confira a nota íntegra:

“Nota de Esclarecimento

Aos petistas e à sociedade recifense

O Diretório Municipal do PT-Recife realizou nos últimos dias 27 e 28 de junho seu encontro municipal, para discutir e deliberar sobre as eleições 2020.

Para o Recife e todas as capitais, além de cidades com mais de 200 mil eleitores, a decisão sobre tática eleitoral precisa ser acompanhada e homologada pela Direção Nacional, tendo em vista as estratégias de um partido orgânico e com abrangência nacional como é o PT.

Para o Recife e outras capitais, por considerações e análises feitas, a definição foi tomada pelo Diretório Nacional, em março de 2020, optando-se por candidaturas próprias e na nossa cidade, pelo nome de Marília Arraes.

Indiferente às instâncias partidárias superiores, o DM-Recife convocou o seu encontro municipal com a pauta de tática eleitoral. Foi advertido, a tempo, pelo Grupo de Trabalho Eleitoral do PT Nacional, que esta seria uma decisão absolutamente inócua, por ferir deliberações superiores e que a Direção Nacional já havia definido por candidatura própria, sendo a deputada Marília Arraes aprovada como candidata. Esta decisão encheu de ânimo a militância em nosso Estado e no Recife. Marília desponta como uma das pré-candidatas mais competitivas e se coloca em condições de disputa para levar o PT a governar a nossa cidade.

Cumprir decisões nacionais não é novidade para o PT de Pernambuco e do Recife, a despeito de contrariedades locais. Recentemente foi assim nas eleições municipais de 2012 e nas eleições estaduais de 2018.

Por isto, também, nos estranha a resolução aprovada, que além de tudo é inacabada, submissa e mesquinha.

É inacabada, porque não se refere, em um parágrafo sequer, a propostas para o Recife e a prioridades municipais que o PT formula para si ou para apresentar a seus aliados.

É inacabada, também, porque o encontro não dedicou uma linha da resolução à chapa de vereadores e vereadoras, estratégia fundamental para o PT. É submissa, porque se oferece para uma pretensa aliança sem valorizar o tamanho do PT e a importância que tem o nosso partido no combate a Bolsonaro e seu governo, tema certamente presente nas eleições municipais.

É mesquinha, ao citar a ausência da pré-candidata Marília Arraes e dos nossos delegados e delegadas, omitindo que a posição política de não participar foi fruto de seguidas negativas de diálogo por parte do grupo majoritário, buscada por nós e pela Direção Nacional.

Os delegados identificados com a defesa da candidatura própria, de Marília Arraes, aprovada no dia 13 de março de 2020, estavam prontos para participar do encontro, se as condições de respeito às deliberações superiores do PT, estivessem garantidas como foi proposto e explicitado. Ir a um encontro, cujo único objetivo seria a demarcação de posição política já sobejamente externada pela imprensa, se constituiria para nós, na legitimação de uma afronta ao PT, às suas decisões e as instâncias.

Seguimos firmes na defesa do nosso partido e desejando que as próximas etapas do processo eleitoral ssejam cumpridas com rigor partidário, reafirmando a decisão do Diretório Nacional. Fora Bolsonaro e seu governo Marília Prefeita do Recife

Recife, 28 de junho de 2020

Assinam:

Teresa Leitão – membro do DN/PT

Sheila Oliveira – membro do DN/PT

Múcio Magalhães – GTE Nacional

Carmem Dolores - Delegada ao Encontro Municipal

Felipe Cury - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Sephora Freitas - Delegada ao Encontro Municipal do Recife

Sheila Samico - Delegada ao Encontro Municipal do Recife

Renato Santos - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Ygor Lima - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Joelson Souza - Delegado ao Encontro Municipal do Recife

Raissa Rabelo - membro da Executiva Estadual

Glaucus Lima - membro da Executiva Estadual

Edmilson Menezes - membro da Executiva Estadual

Cristina Costa - membro da Executiva Estadual

Victor Fialho - membro da Executiva Estadual Fernando Ferro - ex deputado federal"

O núcleo de uma das mais tradicionais famílias da política brasileira vive uma briga fratricida. Os atritos superaram o terreno privado do clã Campos-Arraes e a lavação de roupa suja se tornou pública. Antigas diferenças políticas se converteram em um fogo cruzado que é influenciado pela polarização nacional e se volta até mesmo contra o legado do seu quadro mais proeminente, o ex-governador Eduardo Campos, morto em acidente aéreo na campanha presidencial de 2014.

As divergências alcançaram outro patamar depois que o deputado federal João Campos (PSB-PE), filho de Eduardo, atacou o tio, o advogado Antônio Campos, o Tonca, em dezembro passado, na Câmara dos Deputados. Em reunião da Comissão de Educação, o ministro da área, Abraham Weintraub, lembrou ao parlamentar que Antônio contribui com o governo que ele critica porque é presidente da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj). "Eu nem relação tenho com ele, ministro. Ele é um sujeito pior que você", retrucou o deputado, em referência ao tio.

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Tão duro quanto o tom foi a forma. Em Pernambuco, "sujeito" pode não significar meramente uma pessoa indeterminada, mas alguém desqualificado socialmente. Nos bastidores, políticos da região disseram que essa expressão pesou mais do que qualquer coisa porque chamar alguém de sujeito, naquele Estado, equivale quase a um palavrão.

Mãe de Eduardo Campos, a ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) Ana Arraes comprou a briga do filho e repreendeu o neto publicamente, numa rara entrevista concedida ao jornalista Magno Martins, na Rede Nordeste de Rádios, no início do mês. Disse ter ficado "entristecida" e "indignada" com a "má educação" e com a "prepotência" do neto, com quem parou de falar.

O presidente do TCU, José Múcio Monteiro, interferiu na tentativa de atuar como uma espécie de bombeiro. Amigo de Ana Arraes e também pernambucano, Múcio disse a Antonio e a João Campos, em conversas separadas, que era melhor serenar os ânimos porque em briga de família não há vencedores. Todos perdem, concluiu. Os conselhos, porém, não adiantaram. No rodízio do tribunal, Ana substituirá Múcio na presidência da Corte, no próximo ano.

Antes mesmo de a mãe tomar partido no conflito, Antônio Campos havia soltado uma nota por meio da qual acusava o sobrinho de ter sido "nutrido na mamadeira da empresa Odebrecht". Antônio disse, ainda, que Pernambuco precisava conhecer o "lado obscuro" do sobrinho e da viúva de Eduardo, Renata Campos. João é considerado um representante da "nova política", ao lado dos deputados Tabata Amaral (PDT-SP) e Felipe Rigoni (PSB-ES).

'Nova namorada'

Ao Estado, Antônio admitiu que a confusão não é boa para a família, mas continuou com as críticas e provocou o sobrinho. "Ele quis se mostrar para a sua nova namorada, a deputada Tabata Amaral", disse o tio. "Foi um ataque gratuito porque estava fora do contexto. Fui o homem que mais defendeu o pai dele, inclusive no complexo caso dos precatórios, em que Eduardo teve denúncia rejeitada pelo Supremo Tribunal Federal. E, hoje, eu o vejo abraçado e defendendo vários que chamavam o pai dele de ladrão. Não consigo entender."

O PSB de João Campos atua no espectro da esquerda. Antônio, por sua vez, é crítico dos petistas e de alianças com o partido do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Vejo o governo Bolsonaro saneando muita coisa errada feita na era PT. O Brasil precisava virar essa página, que a coragem de Bolsonaro tem realizado. Tenho mais convergências do que divergências com o presidente", disse o advogado.

Políticos próximos de João Campos admitem que os dois lados da família saem perdendo com a briga, mas contam que as divergências são antigas. Tonca não tem boa relação com o núcleo de Eduardo desde antes de 2014. Mas, como o ex-governador emprestava sua habilidade política para apaziguar os ânimos, o clã permanecia unido.

O que não era tão ruim piorou em 2016, quando Antônio quis disputar a prefeitura de Olinda. Perdeu no segundo turno e se queixou da falta de apoio do PSB, além da suposta influência da viúva Renata contra ele. Na avaliação do irmão de Eduardo Campos, o seu crescimento político não interessava a uma parte da família e, por essa razão, ele teria sido alvo de isolamento e de perseguições.

Após a morte de Eduardo, o clã entrou em disputa pelo espólio eleitoral dele e do avô paterno, o ex-governador Miguel Arraes, o "Pai Arraia", como o patriarca da família era conhecido na Zona da Mata. O PSB tratou de capitalizar, fazendo um esforço robusto para lançar João Campos e, mais do que isso, dar ao filho de Eduardo uma votação expressiva. Na eleição de outubro, por exemplo, ele é o favorito do grupo para suceder Geraldo Júlio (PSB) na prefeitura do Recife.

"A seção pernambucana é, sem dúvida, a mais forte do nosso partido. Por isso, penso que a situação do PSB em Pernambuco é muito boa e tem o candidato mais competitivo à prefeitura da capital, o deputado João Campos", disse o presidente nacional do partido, Carlos Siqueira. "No tocante a eventuais problemas familiares, não me compete falar. Eles devem ser separados da política e tratados no âmbito apropriado."

Outros integrantes da família, no entanto, também se veem no direito de recorrer à memória de Eduardo e de Miguel Arraes. No Recife, a também deputada federal Marília Arraes, do PT, prima de João em segundo grau, quer entrar na corrida eleitoral deste ano. Além disso, a própria Ana Arraes não descarta abrir mão da cadeira no TCU para disputar o governo de Pernambuco, em 2022. Procurados, Ana, João e Renata Campos não se manifestaram. Marília Arraes, por sua vez, enviou nota na qual disse que a briga pública dos parentes é algo que não lhe diz respeito. 

Parece que as confusões entre a família Arraes está longe de acabar. Agora quem rompeu o silêncio foi a matriarca da família, Ana Arraes - filha do ex-governador Miguel Arraes e mãe do ex-governador Eduardo Campos. A ministra do Tribunal de Contas da União (TCU) falou pela primeira vez sobre as agressões do neto João Campos contra o tio Antônio Campos, que também é filho de Ana. "Fiquei indignada  e revoltada com a conduta dele. Pedi respeito ao meu filho e a minha família", disse a ministra.

A declaração foi dada pela filha de Miguel Arraes numa entrevista gravada para o programa Frente a Frente e publicada pelo Blog do Magno. "Meu filho é um homem de bem, escritor e intelectual. João, de forma deselegante, agredindo até o bom português, se dirigiu ao ministro como você. Não soube nem usar os pronomes. Quando alguém se reporta a uma autoridade a trata de Vossa Excelência e não de você", declarou Ana. 

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A ministra do TCU está se referindo a uma declaração do neto João Campos que, durante uma audiência da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados com o ministro da pasta, Abraham Weintraub, depois de ser indagado sobre a participação de Antônio Campos no Ministério da Educação, revelou: "Eu nem relação tenho com ele, ministro. É um sujeito pior que você".

Ana revela que o neto ultrapassou todos os limites com o seu filho e que ela foi acostumada a respeitar os seus parentes, mesmo sem concordar com algumas coisas. "João me entristeceu muito. Inclusive, eu fiquei indignada e revoltada porque não tive nenhuma palavra dele depois disso sobre nada e, até então, estamos sem nos encontrar", pontua. 

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A disputa pela prefeitura do Recife no ano que vem deve colocar em lados opostos os dois principiais herdeiros políticos do ex-governador Miguel Arraes, que morreu em 2005. Filho do ex-governador Eduardo Campos e bisneto de Arraes, o deputado federal João Campos (PSB), de 26 anos, foi escolhido pelo partido disputar a capital pernambucana. Sua principal adversária no campo da esquerda é a vereadora Marília Arraes, 35 anos, que é neta de Arraes e prima de segundo grau de João.

Depois da morte do pai em um acidente de avião na campanha presidencial de 2014, o deputado pessebista passou a ser visto como o herdeiro político do pai. Já Marília traçou outro caminho. O racha familiar aconteceu naquela disputa eleitoral, quando o PSB escolheu João Campos, então com 18 anos, para comandar a Secretaria Nacional de Juventude da sigla. Na ocasião, Marilia era do mesmo partido do primo e seu grupo também reivindicava o cargo.

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Além da disputa interna, Marília discordou do que classificou de "guinada à direita" do PSB por ter apoiado o tucano Aécio Neves no segundo turno da eleição presidencial. "Eles queriam tirar o socialismo do partido. Então rompi e fiquei com Dilma", disse a vereadora, que então se filiou ao PT.

Tanto João Campos como Marília evitam tratar a disputa como um racha familiar. "Política é uma coisa, família é outra", disse o jovem deputado. Em 2018, João Campos recebeu 460.387 votos e foi o deputado federal mais bem votado da história de Pernambuco. Marília Arraes, eleita pelo PT, ficou em segundo lugar, com 193.108 votos.

Para "nacionalizar" o nome de João Campos, o PSB articulou com outros partidos de oposição e do Centrão a inclusão dele na CPI do Óleo. A pauta ambiental, aliás, foi a porta de entrada do filho de Eduardo Campos na política. Ele é uma das maiores apostas do RAPS (Rede de Ação Política pela Sustentabilidade), grupo suprapartidário criado pelo empresário Guilherme Leal, que foi candidato a vice de Marina Silva em 2010.

"João trouxe outros membros do PSB é uma importante fonte de inspiração para outros jovens. Ele desponta como uma importante liderança jovem", disse Monica Sodré, coordenadora da RAPS.

Já Marília começou a carreira política no movimento estudantil da Universidade Federal de Pernambuco. Em 2008, ela tinha 24 anos quando se elegeu pelo PSB vereadora do Recife com 9.533 votos, sendo a parlamentar mais nova na 15ª legislatura. "Não havia essa conduta monarquista. Haviam divergências entre os grupos de Eduardo Campos, que teve uma trajetória própria, e Arraes", disse. Quando governador, Miguel Arraes, de fato, nunca estimulou seus familiares a entrar na política. Pelo contrário.

Leilão

Em 2018, Marília era apontada como candidata natural do PSB ao governo de Pernambuco, mas perdeu graças a um acordo nacional do partido com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva - o petista, que estava preso em Curitiba e tinha visto sua candidatura à Presidência ser barrada pela Justiça, optou por apoiar o pessebista Paulo Câmara, que foi eleito e chamou o PT para seu governo.

Atualmente, a ala majoritária do PT pernambucano, comandada pelo senador Humberto Costa, defende a manutenção da aliança com o PSB, que tem cargos na administração estadual. Essa tese não agrada a Lula - o ex-presidente quer que o PT lance candidatos em todas as capitais.

Questionado sobre a chance de uma aliança do campo da esquerda em Pernambuco, João Campos lembra da proximidade do PSB com o PT local. "As esquerdas devem fazer uma discussão nacional pensando em 2022", afirmou. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A deputada federal Marília Arraes (PT) afirma que vai se manter “fiel” aos seus princípios e estar “ao lado certo da história”, mesmo que seja o mais duro ou difícil. Em mais uma entrevista concedida ao LeiaJá, a petista também falou que o legado do ex-governador Miguel Arraes não é de uma pessoa. “O legado de Arraes não é de uma pessoa ou de uma família. Muito pelo contrário. Ele é do povo de Pernambuco. É do povo Nordestino”. 

“Tenho muito orgulho de ser neta de quem sou. Mas para mim, assim como para Arraes, política não é assunto de família. Claro que há sim a empatia das pessoas. Mas o desejo de mudança e o enxergar em nosso projeto uma chance real de mudar a atual situação do Estado foi, sem dúvida, o principal motor dessa conquista”, ressaltou, acrescentando. 

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A parlamentar também falou que o legado de Arraes vive em todos os que lutam pela democracia, direitos e conquistas do povo e acrescentou que ninguém conseguiria, sozinho, levar o legado adiante. “Minha tarefa, como parlamentar, é me manter fiel aos meus princípios, sempre com foco em trabalhar para o que é melhor para nossa população. É estar do lado certo da história, mesmo que ele seja o mais duro, o mais difícil”. 

Marília ainda ressaltou que não se preocupa com comparações. “E nem com críticas porque isso faz parte da vida de qualquer pessoa que viva a política parlamentar. Não me assusta e não me preocupa”, disse.

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