Tópicos | A Ascensão Skywalker

De acordo com o portal Deadline, o último episódio da saga "Star Wars", "A Ascensão Skywalker" (2019), faturou US$ 376,1 milhões no seu último final de semana em cartaz. O valor é menor que o dos dois últimos filmes da saga: "Os Últimos Jedi" (2017), com US$ 450,8 milhões, e "O Despertar da Força" (2015), com US$ 528,96 milhões.

Durante o período que ficou em cartaz, o capítulo final conseguiu arrecadar US$ 1 bilhão nas bilheterias e teve um lucro líquido de US$ 300 milhões. A produção que encerra a saga Skywalker custou US$ 275 milhões mais US$ 627 milhões em gastos de distribuição. O seu lucro é ainda menor que o de "Rogue One: Uma História Star Wars" (2016), que rendeu US$ 319,6 milhões.

##RECOMENDA##

"A Ascensão Skywalker" conseguiu se sair melhor que "Han Solo: Uma História Star Wars", que teve prejuízo de US$ 77 milhões.

Pode ter sido há muito tempo, em uma galáxia distante... mas Star Wars se tornou um campo de batalha em questões como diversidade de gênero, raça e sexualidade, que seu elenco considera um debate vital. 

"Star Wars: A Ascensão Skywalker", que estreia esta semana, traz o elenco mais variado até agora, embora o público exija ainda mais representação.

##RECOMENDA##

A atriz negra britânica Naomi Ackie, como a guerreira Jannah, se une à atriz asiática-americana Kelly Marie Tran, que em 2017 se tornou a primeira mulher não-branca a estrelar a franquia com "Star Wars: Os Últimos Jedi" e foi alvo de ataques racistas e sexistas nas redes sociais.

"Fazer parte de uma equipe de pessoas um pouco diferentes, de diferentes lugares - seja qual for a forma, gênero, raça ou qualquer outra coisa - é um legado do qual se orgulhar", disse Daisy Ridley, que interpreta a heroína Rey, em uma coletiva de imprensa perto de Los Angeles.

É uma questão que, em meio a espetaculares batalhas espaciais e confrontos entre o bem e o mal que caracterizam a franquia, o diretor JJ Abrams não queria deixar passar.

"Vivemos em um mundo louco, um tempo de loucura. (A mensagem) é sobre comunidade, os desamparados, sobre reunir pessoas e ver todos as diferenças representadas", apontou.

"E no caso da comunidade LGBTQ, era importante para mim que as pessoas que vão assistir a este filme se sintam representadas".

Mas os fãs do filme e os membros da comunidade LGBTQ reclamaram da falta de personagens gays ou trans nos filmes.

"Não acredito que devemos aceitar o mínimo absoluto de representação da Disney", afirmou à AFP a escritora de cultura pop Kayleigh Donaldson.

- "Química flagrante" -

Billy Dee Williams, que retorna como Lando Calrissian, incendiou brevemente as redes depois de dizer em uma entrevista que se vê como feminino e masculino, e que usa "ele mesmo" e "ela mesma", mas depois esclareceu que não era não-binário e não sabia o que o termo significava.

"Muitas das reações positivas vieram dos fãs mais jovens de Star Wars", disse Donaldson. "Temos toda uma geração de consumidores em potencial, para usar esse termo horrível, cujo nível básico de expectativa é: diversidade total ou nada".

Devido à química entre o renegado Stormtrooper Finn (Jon Boyega) e o piloto desonesto Poe (Oscar Isaac), muitos fãs estão em campanha desde 2015 com "O Despertar da Força" para que os dois personagens encarnassem o primeiro relacionamento homossexual de Star Wars.

Isaac, porém, derrubou essas esperanças em uma entrevista à Variety no início deste mês. "Pessoalmente, esperava e desejeva que isso tivesse acontecido nos outros filmes, mas não tenho controle", afirmou. "Parecia uma progressão natural, mas infelizmente é uma época em que as pessoas têm muito medo... não sei do quê".

É uma guinada que pode ser demais para a tradicionalmente conservadora Disney, mas Abrams deu a entender que o filme terá alguma representação LGBTQ, expressando seu desejo de que o elenco pareça "mais parecido com o que vemos no mundo".

Mas muitos fãs se recusam a alimentar suas expectativas.

James Whitbrook, colunista do Gizmodo, lamentou as "migalhas" que a comunidade queer teve em "Vingadores: Ultimato", por exemplo, dado que o primeiro personagem gay dos filmes da Marvel apareceu apenas por alguns segundos.

Outros rotularam a Disney de "covarde" nas redes sociais, acusando a empresa de agradar os censores dos mercados mais conservadores, como a China.

Na entrevista coletiva, Boyega e Isaac brincaram que seus personagens compartilhavam um suculento "bromance" (termo em inglês para se referir a um intenso vínculo afetivo, não sexual, entre dois homens, maior que o da amizade). Boyega acrescentou que "a química é flagrante".

Pode demorar um pouco para ver algo assim na tela, mas a Força parece apontar para a mudança.

"Se Star Wars não pode fazer isso, não sei quem poderia", disse Abrams.

A força esteve com eles durante 42 anos: os astros veteranos de Star Wars se reúnem para o fim da lendária história criada por George Lucas em 1977, com a inesperada e comovente presença da princesa Leia.

Embora outros filmes da franquia "Star Wars" estejam programados, "A Ascensão Skywalker", que estreia esta semana em todo o mundo, será uma espécie de despedida para toda uma geração. E para Anthony Daniels, que interpretou o droide C3PO desde o início, e Billy Dee Williams, que interpreta Lando Calrissian, este nono e último episódio da saga Skywalker é uma espécie de canto do cisne.

##RECOMENDA##

E também é o último filme de Carrie Fisher - que faleceu aos 60 anos no fim de 2016 - no papel que a lançou para a fama: o da aguerrida princesa Leia Organa.

Graças a um inovador reaproveitamento de cenas filmadas para os longas-metragens anteriores da mais recente trilogia, Fisher permanece no centro da produção, três anos após sua morte.

"A ideia de continuar a história sem Leia não era uma possibilidade e não havia como fazer uma Leia digital", disse o diretor JJ Abrams em uma entrevista coletiva em Los Angeles.

"E não era possível, claro, que outra atriz a interpretasse".

A jovem princesa idealista do início da saga é agora uma general de grande reputação, que inspira uma nova geração de integrantes da Resistência como Rey (Daisy Ridley) a enfrentar o Lado Sombrio, liderado pelo filho de Leia, o sinistro Kylo Ren (Adam Driver).

Para o filme, os outros atores, incluindo sua filha Billie Lourd, filmaram cenas e diálogos que poderiam ser combinados com as tomadas já gravadas por Fisher e que foram conservadas nos arquivos.

"Carrie teve um papel fundamental nos nove filmes", disse Kelly Marie Tran, 30 anos, que interpreta a mecânica da Resistência Rose Tico. "Havia muita vontade de honrá-la e ela está incrível no filme!"

- "Guardião" -

Fisher não foi a única integrante do elenco original da primeira trilogia de Star Wars que morreu antes de "A Ascensão Skywalker".

Peter Mayhew, o Chewbacca original, faleceu após um ataque cardíaco em abril. Mas por seu estado de saúde frágil, o ator já havia passado o bastão do personagem para Joonas Suotamo, um finlandês de 2,12 metros de altura, desde "O Despertar da Força" em 2015.

"Quando Peter morreu, eu fiquei com o coração partido. Mas gosto de pensar que neste filme tentei fazer justiça a ele", declarou Suotamo, que atribui a Mayhew o andar particular de "Chewie", reconhecido em todo o mundo.

"Mesmo que as pessoas não tenham assistido Star Wars, elas podem saber quem é Chewbacca. E é disto que sou o guardião".

Para Williams, voltar ao papel de Lando foi quase como assumir um novo personagem, pois ele não esperava, 36 anos depois de "O Retorno de Jedi".

"Não pensei que aconteceria. Era algo que já dava por encerrado", disse. "Mas quando recebi a ligação de JJ e nos reunimos, eu sentei e ri... foi um presente maravilhoso".

Do mesmo modo, Anthony Daniels, que interpretou o droide C3PO em todos os filmes da saga Star Wars, disse que a perda dos amigos de elenco e o fim dos filmes permitiram uma pausa para refletir sobre a escala do fenômeno.

"É como ter o nariz contra o planeta, não dá para ver como este planeta é grande", disse. "Finalmente, eu vejo quase de outra perspectiva... fico feliz por ter sobrevivido por tanto tempo".

"A Ascensão Skywalker" aposta na nostalgia e nos episódios anteriores. JJ Abrams admitiu que nenhuma solução foi perfeita para compensar a ausência de Carrie Fisher, mas afirmou que ficou satisfeito com o resultado.

"Se tivéssemos Carrie por perto, teríamos feito coisas diferentes aqui e ali? Claro que teríamos. Mas tivemos a oportunidade de ter Carrie no filme", disse.

"Conseguimos fazer algo com que Carrie, eu gosto de pensar, ficaria feliz", concluiu.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando