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Um empresário de 46 anos foi assassinado em sua casa enquanto dormia. Após investigação da Polícia Civil, os principais suspeitos do crime, sua esposa e o amante, foram presos, na última quinta-feira (27), na cidade de Ipanema, em Minas Gerais. A esposa da vítima, Elisabete Rodrigues, de 41 anos, se tornou suspeita após a polícia descobrir que ela tinha uma relação extraconjugal com um homem de 37 anos.

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Odil e sua esposa, Elisabete. Foto: Reprodução/Redes sociais

O marido, Odil Valentim Junior, soube da traição há cerca de três meses antes de ter sido morto. Isso teria esfriado a relação do casal. Segundo a investigação da Polícia Civil, a esposa e seu amante teriam planejado o assassinato de Odil juntos.

Eles foram presos em cumprimento de mandado de prisão preventiva e encaminhados ao Sistema Prisional. 

O crime

O empresário foi morto a golpes de um objeto perfurante em sua casa, no dia 16 de dezembro do ano passado. A viúva teria sido dopada enquanto dormia e levada para o quarto onde estavam os filhos, de 10 e 17 anos. Eles ficaram trancados do lado de dentro por um ferrolho, e quando conseguiram sair do quarto, Odil já estava sem vida. A viúva passou a ser considerada suspeita do crime após averiguação que havia contradição nos seus depoimentos.

O prefeito Joseilson Borges da Costa, conhecido como “Neném Borges”, de 44 anos, foi morto a tiros dentro de casa, na noite dessa terça-feira (18), em São José do Campestre, no Agreste do Rio Grande do Norte. Informações iniciais da Polícia Civil do Estado mencionam que o político foi alvejado três vezes no rosto e que, até o momento, ninguém foi preso. Joseilson estava em seu segundo mandato à frente da cidade. O gestor deixa a esposa e dois filhos.  

Ainda segundo a polícia, o autor do crime é um homem e ele teria pulado o muro de uma escola abandonada, ao lado da casa de Joseilson. Como o portão da residência estava aberto, o suspeito teve acesso imediato ao local e pôde alcançar a vítima. Neném Borges estava deitado no sofá de casa. O crime aconteceu por volta das 23h. 

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Outros familiares também estavam na casa, mas não foram alvejados. O criminoso conseguiu fugir e não foi identificado e nem visto posteriormente, apontam as autoridades. O corpo do prefeito foi levado para a sede do Instituto Técnico-Científico de Perícia, em Natal, capital potiguar, onde passou por perícia. Segundo a polícia, as balas usadas no crime são de calibre 38. 

Borges era agricultor e faria 45 anos no próximo dia 1º de maio. No seu segundo mandato como prefeito de São José do Campestre, foi eleito pelo MDB, em 2020. Antes de chegar à Prefeitura, ele também tinha sido vereador do município e presidiu o Poder Legislativo municipal. No site e nas redes sociais da Prefeitura, não constam notas sobre o ocorrido, mas a assessoria, que gere o perfil no Instagram, adicionou símbolo de luto à página. Informações sobre o velório ainda não foram divulgadas. 

O Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou nesta terça-feira (18) os parentes de Marielle Franco a ter acesso às provas da investigação que apura os mandantes do assassinato da vereadora do Rio de Janeiro e do motorista Anderson Gomes.

A decisão foi motivada por um recurso protocolado pela família de Marielle contra decisão do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJRJ) que impediu o acesso. O caso é acompanhado pela defesa de Mônica Benício e Marinete da Silva, viúva e mãe de Marielle, e Agatha Arnaus, viúva de Anderson.

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O tribunal fluminense entendeu que, na condição de assistente de acusação, os advogados da família só podem ter acesso às investigações após o recebimento da denúncia, ou seja, somente quando uma ação penal for aberta. Atualmente, o caso está na fase de inquérito.

Na manifestação feita na tribuna do colegiado, a advogada Luciana Pivatto, representante das famílias, disse que o julgamento é determinante para que se saiba quem matou a vereadora e o motorista. Para a defensora, o acesso às provas não pode ser rejeitado pela Justiça. 

"Não há como aventar que o acesso dos familiares traria risco às investigações. As impetrantes, como familiares das vítimas, são as mais interessadas na preservação do sigilo, na condução eficaz das investigações, pois desejam e têm dedicado suas vidas por realização de Justiça por Marielle e Anderson", afirmou.

Relator

Ao analisar o recurso, o ministro Rogério Schietti, relator da petição, entendeu que a família tem direito de acessar as provas já documentadas.  "O direito de acesso da vítima ao que consta no inquérito policial deflui diretamente do princípio republicano. Trata-se de providência essencial ao ofendido de garantir o direito à verdade, à memória, à Justiça e à devida reparação", argumentou.  Schietti também afirmou que o assassinato de Marielle foi cometido pela atuação em favor das comunidades.

"Esse duplo assassinato não foi cometido somente por se tratar de direitos humanos, mas também por se tratar de pauta conduzida por uma mulher vinda da periferia, negra e bissexual. Ingredientes que, em uma cultura patriarcal, misógina, racista e preconceituosa, potencializam a reação de quem se sentiu incomodado, quer pelas denúncias feitas no exercício do mandato parlamentar, quer pela postura de uma mulher que, representando minorias, arrostou milicianos e policiais envolvidos na reiterada e permanente violação dos direitos das pessoas que habitam nas comunidades do Rio de Janeiro", afirmou.

O voto foi seguido por unanimidade pela Sexta Turma.

Execução do crime

Em outro processo sobre a investigação, o policial militar reformado Ronnie Lessa deve ser levado a júri popular. Ele é acusado de ser um dos executores dos assassinatos.  Em 14 de março de 2018, Marielle Franco e Anderson Gomes foram baleados dentro do carro em que transitavam na região central do Rio de Janeiro.

Um homem de 34 anos foi preso em flagrante por matar o próprio pai, de 63, nesse domingo (16), no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife. O corpo da vítima foi encontrado em uma área de mata na Reserva do Paiva. 

Os dois teriam brigado antes do crime, segundo investigação da Polícia Civil. Informações apontam que pai e filho pescavam quando começaram a discutir. Além de sinais de agressão, o corpo apresentava sinais de golpes de faca. 

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Seguranças da localidade estranharam a movimentação e abordaram o suspeito. Em seguida, a Polícia Militar foi acionada. A região é conhecida por alocar empreendimentos e condomínios de luxo.

Por meio de agentes da equipe de Força Tarefa de Homicídios Metropolitana Sul, o homem foi levado ao Departamento De Homicídios e Proteção a Pessoa (DHPP), no bairro do Cordeiro, na Zona Oeste do Recife. O corpo da vítima seguiu para o Instituto de Medicina Legal (IML), no bairro de Santo Amaro, no centro da capital. 

A Polícia Civil de Pernambuco prendeu mais três suspeitos de extorquir e executar um homem em uma área de mangue, em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife. O crime ocorreu no dia 18 de janeiro deste ano, tendo o corpo sido achado após buscas no dia seguinte. 

Três mandados de prisão e três de busca e apreensão foram cumpridos no âmbito da Operação Maré Alta. As ordens expedidas pela Vara Criminal de Igarassu visavam elucidar a morte de Aristônio Souza de Andrade. 

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Seu corpo foi encontrado com duas marcas de bala na nuca e as mãos amarradas às costas em uma localidade conhecida como Beira-mar. Um casal foi preso na operação e outras duas pessoas - uma delas já reclusa no Cotel - são apontadas como suspeitos. 

O grupo teria abordado a vítima em seu veículo e lhe extorquiram por horas. Após os criminosos receberam as transferências bancárias exigidas, executaram a vítima. O carro em que Aristônio estava também foi subtraído, apontaram as investigações. 

Uma menina de 6 anos foi morta e teve o corpo enterrado em um terreno na cidade de Araci, interior da Bahia, distante cerca de 200 quilômetros da capital, Salvador. O crime aconteceu na quarta-feira (5) quando a família de Alice Oliveira de Moura registrou seu desaparecimento na delegacia de polícia local.

Na seguinte, segundo a polícia, um adolescente de 15 anos confessou ter assassinado a menina e contou ter escondido o corpo em um terreno atrás de sua residência. O crime é investigado pela Polícia Civil de Araci e por policiais do 16° Batalhão de Polícia Militar, de Serrinha, cidade próxima a Araci. De acordo com os policiais, a menina foi encontrada com um saco plástico na cabeça e um cinto no pescoço.

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O adolescente foi apreendido e vai responder por Auto de Apreensão em Flagrante, por Ato Infracional análogo a homicídio qualificado e ocultação de cadáver.

Conforme apurado pela a Polícia Civil, Alice havia saído de casa, por volta das 15h, para brincar com uma coleguinha e não retornou mais. Ao voltar do trabalho, à noite, a mãe estranhou a ausência da filha. "Ela me disse que só iria ver a amiga, mas, quando a procurei, vi que estava tudo fechado na outra casa, então me preocupei", contou a mãe da menina em depoimento.

O adolescente acusado pelo crime é irmão da amiga da vítima. Ele foi apreendido na noite de quinta-feira em uma estrada vicinal, e conduziu a PM até o local onde havia enterrado o corpo. O jovem justificou o crime, segundo a polícia, se dizendo irritado com a presença constante de Alice em sua casa, para brincar com a irmã.

A família, porém, não acredita na versão apresentada pelo acusado. Um tio de Alice diz que há motivos para concluir que a menina foi abusada sexualmente pelo adolescente, pois, segundo ele, na certidão de óbito consta como causa: "morte por asfixia, por motivação sexual".

O adolescente contou que fez a menina entrar em sua casa e, utilizando um cinto, enforcou a criança até ela perder os sentidos. Depois, ele a envolveu em sacos plásticos e saco de nylon e decidiu levar o corpo para um campo de pasto que existe no fundo de sua casa e lá a enterrou numa cova rasa.

Por meio de nota, a Polícia Militar diz que passou a desconfiar do adolescente ao ser informada, por meio de vizinhos, que ele estava sozinho em casa no momento em que a garota foi até o local. O corpo de Alice foi sepultado na tarde da Sexta-Feira Santa.

Uma mulher de 26 anos foi presa em flagrante nesta quarta-feira (5), depois de confessar que matou a mãe, em Teodoro Sampaio (SP), na terça-feira (4). A vítima era mãe adotiva e completaria 62 anos na quarta-feira (5). 

O delegado responsável pelas investigações Edmar Rogério Caparroz informou que a filha da vítima compareceu à casa de uma tia e contou ter matado a mãe a facadas depois de uma discussão. Sem acreditar, familiares acionaram a Polícia Militar, que foi até o local e encontrou a faca utilizada no crime dentro de um veículo, enrolada em um pano. 

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O Corpo de Bombeiros encontrou a vítima caída no chão da sala, já sem vida. O corpo estava coberto com um tecido e apresentava ferimentos ocasionados por faca.

A suspeita foi levada à delegacia, confessou o crime integralmente e foi presa em flagrante. 

As amigas da mulher relataram à polícia que ela mandou mensagem para uma delas pedindo ajuda, mas não quis contar o que aconteceu. Então, saíram para beber à tarde e, à noite, a mulher também teria participado de uma festa com amigos em uma chácara, na companhia do filho de 6 anos. 

O crime

Em depoimento à Polícia Civil, a mulher informou ter saído com algumas amigas na segunda-feira (3), e deixou o filho, de 6 anos, aos cuidados da avó, sua mãe. Ela chegou em casa já na madrugada da terça-feira (4) e dormiu no quarto dos fundos. Pela manhã, a mãe a teria acordado antes das 7h, quando começaram a discutir por conta da hora que havia chegado em casa. 

Segundo a própria suspeita, a mãe começou a ameaçá-la com uma tesoura e, depois, com uma faca. A filha desarmou a mãe, empunhou a faca e a golpeou no braço e nas costas. Ela não soube informar a quantidade de golpes que desferiu. 

Depois das facadas, a vítima chegou a caminhar até a sala, sentou no sofá e tentou pegar o celular para pedir ajuda, mas, de acordo com a suspeita, “acabou escorregando no meio da sala e ficou por ali”. 

O delegado disse que o que chamou a atenção dele foi o fato de o filho da envolvida estar no local do crime. “Ele [a criança] estava presente, teria acordado e, possivelmente, presenciou aquela cena de violência e o corpo da avó”, contou Caparroz.

Ainda durante o depoimento, a mulher relatou ter tomado banho, colocado um lençol sob o corpo da vítima e saído com o filho do local utilizando o carro da mãe. Ela disse que ficou perambulando na cidade com a criança durante toda a terça-feira (4), mas voltou para casa durante a tarde. 

No local do crime, recolheu a faca e a enrolou em uma fronha de travesseiro. Já durante a noite, a mulher estacionou o carro em uma chácara e dormiu. Na manhã seguinte, ela teria ficado com a criança e na tarde de quarta-feira (5), resolveu confessar o crime aos familiares. 

No entanto, a versão das amigas da suspeita é de que elas saíram para beber à tarde e, à noite, a mulher também teria participado de uma festa com amigos em uma chácara, na companhia do filho de 6 anos. 

 

Os três homens condenados por assassinar o rapper XXXTentation, em 2018, na Flórida, passarão o restante de suas vidas em uma prisão americana, após terem sido condenados, nesta quinta-feira, à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. A sentença foi proferida por um tribunal de Fort Lauderdale, no sudeste do estado.

A estrela ascendente do rap, cujo nome real era Jahseh Onfroy, tinha 20 anos quando foi assassinado a tiros, em plena luz do dia, em Deerfield Beach, norte de Miami (sudeste).

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Dedrick Williams, de 26 anos, Trayvon Newsone (24) e Michael Boatwright (28) compareceram no tribunal para conhecerem suas sentenças, 16 dias depois que um júri os condenou por homicídio em primeiro grau, ou seja, com premeditação.

O juiz Michael A. Usan leu a sentença e lembrou o que significava: que nunca sairão com vida da prisão. Os três condenados escutaram em silêncio sem esboçar nenhuma reação.

Em 18 de junho de 2018, um veículo 4x4 fechou a passagem do carro de XXXTentation, e dois de seus ocupantes dispararam contra o rapper para roubar uma bolsa com 50.000 dólares (R$ 187.500, na cotação da época) em cédulas e então fugir.

Segundo a acusação, Boatwright e Newsome saíram armados do carro, e foi o primeiro que matou o cantor. Williams, por sua vez, foi acusado de ser o condutor do veículo e o autor intelectual do assalto.

Um quarto suspeito, Robert Allen, de 26 anos, testemunhou contra os outros três acusados, meses depois de se declarar culpado do assassinato em segundo grau, sem premeditação, e roubo à mão armada.

No momento de sua morte, a carreira de XXXTentation estava começando a decolar, após ficar conhecido na plataforma SoundCloud. Seu álbum "?" alcançou o primeiro lugar da lista da Billboard e estava ganhando inúmeros fãs com canções que frequentemente falavam de sua depressão.

O rapper também ficou conhecido por seu histórico criminal. Em 2016, foi preso por agredir uma mulher grávida, por detenção ilegal de pessoas e manipulação de testemunhas

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania Silvio Almeida fez um desabafo sobre o ataque que deixou 4 crianças mortas nesta quarta-feira (5) em Blumenau, Santa Catarina. Almeida falou sobre o caso durante a cerimônia de lançamento de uma cartilha da pasta para orientar a escolha de conselheiros tutelares em 2023. “Só sei que eu não tô feliz. Eu não tô feliz. Hoje não é um dia de festa, hoje é um dia de tristeza”, expôs o ministro, nesta quarta-feira (5). 

“Um País, um mundo, né? Que mata crianças, é tudo, menos democracia. É tudo, menos um mundo decente. Eu sinto por ter que dizer isso hoje. Mas eu tô dizendo isso hoje porque é só assim que a gente vai conseguir entender o que nós temos que fazer para mudar. Senhoras, senhores, nós estamos falhando miseravelmente com as crianças e com os adolescentes. Nós estamos falhando miseravelmente com as pessoas que mais precisam de nós neste País. E nós temos que admitir isso para poder dar um passo à frente”, afirmou. 

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Na ocasião, Almeida dirigiu-se à Jhenyffer Daiane da Silva Santos, de 16 anos, que representou o Comitê de Participação de Adolescente, e pediu desculpas em nome do Estado. “Eu queria me desculpar porque eu diria que muito do que você tem passado na sua vida, eu quero dizer que não é culpa sua, não. É culpa da sociedade brasileira, do Estado brasileiro, da maneira com que nós temos tratado as crianças e os adolescentes deste País há muito tempo”, disse. 

“Nós estamos falando de crianças que foram assassinadas hoje, mas há outro jeito de se matar crianças também, né? E que nós temos cultivado e normalizado isso há muito tempo. Nós temos permitido que crianças passem fome no Brasil. Crianças morrem de fome. Nós temos permitido que crianças fiquem sem escola. Nós temos permitido, há muito tempo, que as crianças morram. Não é moradia, na verdade, que as crianças fiquem nas ruas sem amparo, sem proteção”, complementou o ministro. 

 

As quatro crianças que foram assassinadas na manhã desta quarta-feira (5), na creche Cantinho Bom Pastor, em Santa Catarina, eram filhos únicos, segundo o prefeito de Blumenau Mário Hildebrandt (Podemos). “É um desafio enorme para cada um”, disse. 

O prefeito informou que alguns pais são servidores municipais de Blumenau e, além disso, ele também pediu um minuto de silêncio em homenagem a cada família durante a coletiva realizada hoje. 

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O crime aconteceu na creche privada Cantinho Bom Pastor, localizada no bairro Velha, e abrigava 40 crianças no momento do ataque, que vitimou quatro crianças de 4 a 7 anos e deixou outras cinco feridas. Dos feridos, quatro foram levados ao Hospital Santo Antônio. O estado de saúde das crianças é estável, segundo a unidade de saúde. Elas devem ficar em observação por pelo menos 24 horas. 

Medalhista de ouro na Paralimpíada de Atenas-2004, na Grécia, e Pequim-2008, na China, Oscar Pistorius teve o pedido de liberdade condicional negado nesta sexta-feira. O ex-velocista sul-africano de 36 anos é considerado culpado pelo homicídio da namorada, a modelo Reeva Steenkamp, e foi sentenciado a 13 anos e cinco meses de prisão, em 2016, pelo Tribunal de Pretoria, na África do Sul. O pedido poderá ser reexaminado daqui a um ano.

Reeva foi assassinada a tiros na madrugada do dia 14 de fevereiro de 2013, com Pistorius sendo o principal suspeito do crime. Ele admitiu ter sido o responsável pelo disparo, mas afirma que atirou por acreditar que do outro lado da porta estava um ladrão. Como já cumpriu metade de sua pena, ele está elegível para a medida de liberdade condicional desde julho de 2021.

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A comissão que negou o pedido é composta por representantes dos serviços prisionais, da polícia e de civis. Pistorius alegou em sua petição que havia se reabilitado na prisão, mas o conselho entendeu que ele não havia cumprido a detenção mínima, segundo o Departamento de Serviços Penitenciários.

Uma audiência de liberdade condicional foi marcada para Pistorius em outubro de 2021, mas acabou cancelada porque não havia sido organizada previamente uma reunião entre o atleta e os pais da vítima. Barry e June Steenkamp desejavam reunir-se pessoalmente com o atleta antes da possível liberação antecipada. No ano passado, eles disseram estar "chocados" com a possibilidade de a condicional ser concedida ao velocista.

Um ano antes do assassinato, Pistorius ficou famoso por ter sido o primeiro amputado de ambas as pernas a competir em uma Olimpíada, quando participou dos Jogos de Londres-2012.

Policiais da Força-Tarefa de Segurança Pública de Pernambuco cumpriram dois mandados de prisão preventiva contra dois integrantes da facção Sindicato do Crime do Rio Grande do Norte, responsável pelos atentados recentes no estado. Os presos, de 28 e 29 anos, escolheram a Zona Norte do Recife como esconderijo. 

A dupla se escondeu no bairro de Beberibe após matarem um homem em Nísia Floresta, no Rio Grande do Norte. O homicídio seria uma vingança contra o matador de um primo deles, cujos mandantes teriam sido líderes da facção. 

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A Polícia Federal apontou que eles já estavam em Pernambuco há certo tempo e não há evidências da participação deles nos atentados dos últimos dias. O assassinato teria sido confessado à equipe que integra a Força Tarefa. 

Após o cumprimento dos mandados de prisão nessa sexta-feira (24), os dois foram autuados por organização criminosa, homicídio e tráfico de drogas, cujas penas ultrapassam 30 anos de reclusão.  Eles passaram pelo exame de corpo de delito e seguiram para o Centro de Observação e Triagem Everardo Luna (COTEL), em Abreu e Lima onde estão à disposição da Justiça do Rio Grande Norte. 

Um dentista da cidade de Denver, no Colorado, Estados Unidos, é acusado de ter arquitetado a morte de sua esposa por envenenamento. O motivo do assassinato, segundo as investigações, é para que ele pudesse morar e assumir o relacionamento com sua amante.

James Toliver Craig, 45 anos, teria utilizado arsênico, substância química altamente tóxica e letal, na bebida de sua então esposa, Angela, 43.

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No último dia 15, James levou Angela ao hospital após ela ter ingerido a bebida envenenada. Ela foi entubada, mas acabou tendo a morte cerebral confirmada no último sábado (18). Angela e James tiveram seis filhos durante o casamento.

A polícia encontrou no computador do acusado o histórico de pesquisa com alguns termos suspeitos: “como acabar com a vida da sua esposa sem ser detectado, fornecendo venenos que se alinhassem com seus sintomas" e "[trabalhando] para começar uma nova vida com uma amante". A polícia também encontrou uma troca de e-mails entre James e sua amante com conteúdo explicitamente sexual

Ainda segundo as investigações, James teria viajado para o Texas para se encontrar com sua amante no período em que Angela estava hospitalizada. Ele teria comprado cianeto de potássio, e um funcionário da clínica onde ele trabalhava viu o frasco. Para tentar eliminar suspeitas, o acusado chegou a comentar com um conhecido que sua esposa havia pedido para ele comprar a substância, pois ela estava com pensamentos suicidas.

Essa não foi a primeira vez que James atentou contra a vida de sua esposa. Cinco anos atrás ele teria tentado envenená-la, e já havia casos de infidelidade na relação, segundo relato da irmã da vítima.

Ele foi preso no domingo (19), e está sem contato com seus filhos, sendo três deles menores de idade.

Um homem de 26 anos, identificado como Alyson, foi morto a tiros na noite desta segunda-feira (20), em um campo de futebol society no bairro de Santa Tereza, em Olinda, na Região Metropolitana do Recife. 

O crime ocorreu por volta das 19h, no Ecoplay Futebol Society. Segundo informações, homens armados chegaram de carro e atiraram contra a vítima, que foi alvejada e morreu ainda no local, nas proximidades da Delegacia do Varadouro.

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A Polícia Civil, que abriu inquérito para investigar o caso, informou que o homem “recebeu disparos de arma de fogo” ao término da partida e veio a óbito. A corporação não forneceu mais informações para “não atrapalhar as diligências em curso” sobre o caso. 

No perfil do Instagram do Recife Ordinário, internautas criticaram a falta de policiamento no local, apesar de ser perto de uma delegacia. 

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Um homem de 36 anos foi morto a tiros, no último domingo (19), em um bar no distrito de Selma, a 60 km do município de Jaciara (MT), após uma discussão sobre política. Valter Fernando da Silva era apoiador de Jair Bolsonaro (PL), e o suspeito do assassinato, Edno de Abadia Borges, de 60 anos, é defensor do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A Polícia Civil investiga o crime como homicídio qualificado.

Segundo o delegado responsável pela investigação, José Ramon Leite, testemunhas disseram que ambos se desentenderam de forma "acalorada" por causa de opiniões políticas contrárias. "Essa discussão foi tomando um tom mais agressivo, até que, em determinado momento, o suspeito convidou a vítima para ir ao lado de fora do estabelecimento e foram ouvidos dois disparos", afirmou o delegado, com base em depoimentos de quem estava no bar, em áudio enviado ao Estadão.

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A perícia foi acionada e constatou que a vítima estava com duas perfurações na região do abdômen. Até o momento, a polícia não trabalha com a hipótese de crime político, mas de homicídio qualificado por motivo fútil, quando alguém comete o crime por motivo banal. A arma de fogo utilizada no crime não foi localizada.

Segundo testemunhas, Edno de Abadia Borges foi embora de carro do local logo após os disparos. Ele está foragido. Após o início da investigação, a Polícia Civil encontrou o veículo do suspeito a 10 quilômetros do local do crime. "É certo que a Polícia Civil, diante da fuga, assim que nós angariarmos maiores elementos, iremos representar pela prisão preventiva. Iremos concluir esse inquérito dentro do prazo legal, mas motivação e circunstâncias já estão delimitadas, restando apenas a localização e prisão do autor", disse o delegado.

Outros casos

Assassinatos após discussões sobre política também ocorreram antes e durante a campanha eleitoral de 2022. Em julho, o guarda municipal Marcelo Arruda, então tesoureiro do PT em Foz do Iguaçu (PR), foi morto por um bolsonarista enquanto comemorava seu aniversário de 50 anos. Em agosto, um homem foi baleado em uma igreja da Congregação Cristã no Brasil (CCB), em Goiânia, por causa de discordâncias políticas com outro fiel. Em setembro, um petista esfaqueou um apoiador de Bolsonaro em Santa Catarina. Em outubro, um eleitor do PT matou um bolsonarista a facadas no litoral de São Paulo.

Um júri popular condenou, nesta segunda-feira (20), três pessoas pelo assassinato do rapper XXXTentacion na Flórida, Estados Unidos, em junho de 2018, depois de mais de uma semana de deliberações em um tribunal de Fort Lauderdale.

O astro ascendente do rap, cujo nome real era Jahseh Onfroy, tinha apenas 20 anos quando foi assassinado a tiros em plena luz do dia em Deerfield Beach, ao norte de Miami.

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O júri declarou culpados de assassinato em primeiro grau e assalto a mão armada os três acusados: Dedrick Williams, de 26 anos; Trayvon Newsome, de 24; e Michael Boatwright, de 28.

Os três vão comparecer de novo ao tribunal em 6 de abril para conhecer suas sentenças. O assassinato em primeiro grau, que implica que houve premeditação, pode ser punido com prisão perpétua.

Em 18 de junho de 2018, um veículo 4x4 bloqueou a passagem do carro de XXXTentacion e dois de seus passageiros dispararam contra o rapper antes de roubarem uma bolsa com 50.000 dólares em dinheiro e fugirem.

Segundo a promotoria, Boatwright e Newsome saíram armados do 4x4, mas foi Boatwright quem matou o rapper. Williams, por sua vez, foi acusado de ser o motorista do veículo e quem planejou o assalto.

Um quarto suspeito, Robert Allen, de 26 anos, testemunhou contra os outros três acusados meses depois de se declarar culpado de assassinato em segundo grau - sem premeditação - e assalto a mão armada.

No momento de sua morte, a carreira de XXXTentacion estava começando a decolar depois que ele ficou conhecido na plataforma SoundCloud. Seu álbum "?" alcançou o primeiro lugar da lista Billboard e estava arrebanhando muitos fãs com músicas obscuras nas quais costumava falar de depressão.

O rapper também era conhecido por seus antecedentes criminais. Em 2016, acabou preso por agredir uma mulher grávida, cárcere privado e manipulação de testemunhas.

Um homem de 21 anos, identificado como Felipe José Torres, foi assassinado a facadas no último domingo (19), no Centro da cidade de Bonito, no Agreste pernambucano. O principal suspeito de praticar o crime é o próprio pai da vítima, ques está foragido, segundo a Polícia Civil.

Segundo as investigações, a vítima teria começado uma discussão com o pai, quando foi atingido por golpes de faca. Uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) foi acionada, mas já encontrou Felipe Torres sem vida.

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No dia em que a morte de Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos, a atual ministra da Igualdade Racial e irmã da ex-vereadora, Anielle Franco, cobrou justiça nas redes sociais. Nesta terça-feira (14), ela reforçou que, pela primeira vez, o governo está empenhado em descobrir os mandantes do crime. 

"Saber quem mandou matar Marielle é um dever da democracia", publicou Anielle. As investigações indicaram os ex-PMs Ronnie Lessa e Élcio Queiroz como executores. A dupla participava de milícias do Rio de Janeiro e também estaria envolvida em homicídios planejados. Eles ainda não foram julgados, mas devem passar pelo júri popular. 

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"Meia década, Mari. Já se passaram 5 anos desde que nos tiraram você e Anderson. 5 anos de saudade, de luta, de busca por justiça sobre um crime político, que ecoou mundo afora, de uma mulher negra, mãe, bissexual, defensora dos direitos humanos, que foi brutalmente assassinada com 5 tiros na cabeça saindo do seu exercício político", escreveu na homenagem. 

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Com apoio do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), o caso foi levado à Polícia Federal em fevereiro deste ano, pelo ministro da Justiça Flávio Dino. A possibilidade de um inquérito federalizado redobrou a esperança da família da ex-vereadora que, nesses cinco anos, sofreu uma enxurrada de fake news, dentre elas, relacionando Marielle ao crime organizado. 

"Como irmã de Marielle, filha de Marinete, me dói muito ter que enfrentar ainda fake news e discurso de ódio contra minha irmã, me dói ter que falar sobre justiça depois de tanto tempo, mas continuaremos fazendo isso até conseguirmos solucionar este caso", complementou Anielle.

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Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a vereadora Marielle Franco (PSOL), de 38 anos, e o motorista Anderson Gomes, de 39 anos, foram assassinados no bairro do Estácio (RJ). Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a justiça não responde quem mandou matar Marielle Franco. Mil oitocentos e vinte e seis dias: é esse o tempo que a filha de Marielle não tem mais a mãe, que a irmã não tem mais a outra, que a mãe não tem a filha, que o filho de Anderson Gomes não tem mais o pai e que ninguém sabe o porquê de Marielle e Anderson terem sido assassinados com 13 tiros contra o carro em que estavam. A quantidade de dias corresponde a cinco anos desde que tudo aconteceu. 

Marielle Franco, eleita democraticamente na cidade do Rio de Janeiro com 46.502 votos como vereadora do Rio de Janeiro, foi assassinada brutalmente junto ao motorista Anderson Gomes, com 13 tiros desferidos contra o seu carro enquanto saía de um evento no dia 14 de março de 2018. O crime de violência política é considerado. 

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Presidente da Comissão de Defesa da Mulher, Marielle também fez parte de um grupo na Câmara que monitorava a intervenção federal no Rio de Janeiro e havia sido escolhida como relatora poucos dias antes do seu assassinato, no dia 28 de fevereiro. A parlamentar criticava a intervenção federal e denunciava abusos policiais e violações aos direitos humanos nas favelas do Rio de Janeiro. Inclusive, o seu último discurso na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro foi em crítica à intervenção federal nas favelas. 

“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas”, foi a última frase dita por Marielle Franco, parafraseada pela escritora americana negra Audre Lorde, no último evento que participou minutos antes de ser assassinada. O evento era sobre “Jovens Negras Movendo as Estruturas” e, desde então, Marielle passou a ser um símbolo para parte da população negra e para as mulheres negras na política. 

O aniversário de assassinato de Marielle e Anderson, vítimas de violência política e de gênero, representa força e resistência para a política brasileira.

Sendo assim, a irmã de Marielle, a atual ministra da Igualdade Racial Anielle Franco, criou o Instituto Marielle Franco após o brutal assassinato da irmã, que nasceu com o objetivo de “lutar por justiça, defender a memória, espalhar o legado e regar as sementes de Marielle”. 

O site do Instituto mostra um cronômetro que consta o tempo sem respostas sobre o assassinato de Marielle Franco. Até a publicação desta matéria, o cronômetro constava 59 meses, 26 dias, 14 horas, 27 minutos e 10 segundos sem respostas. 

Além disso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) propôs um projeto de lei que cria o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política, de Gênero e Raça, que está em tramitação no Congresso Nacional. De acordo com a doutora em ciência política e professora da Universidade Estadual de Nova Iorque, em Albany, Tassiana Moura de Oliveira, a homenagem a Marielle é importante para manter viva a memória da luta e do trabalho da parlamentar, e também serve para lembrar que “uma tragédia como esta não aconteça de novo”. “E para que mulheres negras da favela de todo o Brasil, excluídas de um projeto de cidadania neste País, se inspirem e saibam que houve alguém que lutou por todas elas e que elas podem fazer o mesmo”. 

Questionada se o projeto de lei do presidente Lula para instituir o Dia Nacional Marielle Franco e o reconhecimento da luta dela pode incentivar que mais mulheres e mulheres pretas entrem na política, Tassiana Moura explicou que “não é tão simples”. Ela detalhou uma série de problemáticas e, dentre elas, a necessidade de políticas públicas e o investimento financeiro nas campanhas femininas. “Além da homenagem e de toda a luta do Instituto Marielle Franco, liderado pela Anielle, que agora é ministra do governo Lula, é preciso ter políticas públicas que de fato deem condições para mulheres entrarem na política. Investimento financeiro nas campanhas femininas, proteção contra violência de gênero, creche e escola integral para os filhos dessas mulheres que querem entrar na política são alguns exemplos. Não adianta ter cota de candidatas se os partidos não investem nas campanhas. É preciso estimular e proteger as mulheres das mais diversas identidades que queiram seguir esse caminho”, afirmou. 

A doutora em ciência política também falou sobre o “grande golpe na nossa democracia” que o assassinato de uma vereadora eleita democraticamente representa. Para ela, o impacto mais importante é “saber que a nossa democracia ainda é frágil” e que, mais ainda, “é bom saber que tem muita gente trabalhando para manter o projeto da Marielle vivo”. “Quando este mesmo assassinato não recebe resolução mesmo depois de 5 anos, sabemos que nossas instituições estão longe de funcionar de acordo com o esperado. Então, como se não fosse terrivelmente prejudicial à nossa democracia o fato de termos uma representante do povo perdendo a vida por motivos políticos, as nossas instituições de justiça ainda não são capazes de dar uma resposta ao caso”, salientou Tassiana Moura de Oliveira.

Violência política

O estudo “Violência política e eleitoral no Brasil”, realizado pelas organizações de direitos humanos Terra de Direitos e Justiça Global, lançado em outubro de 2022, mapeou 523 casos ilustrativos de violência política no período de 2 de setembro de 2020 e 2 de outubro de 2022, envolvendo 482 vítimas entre representantes de cargos eletivos, candidatos/as ou pré-candidatos e agentes políticos no Brasil. 

Cinquenta e quatro assassinatos foram registrados no período, 109 atentados, 151 ameaças, 94 agressões e 104 ofensas, além de seis casos de criminalização e cinco de invasão. Até o primeiro turno das eleições de 2022, entre 1º de agosto e 2 de outubro, 121 casos de violência política foram registrados, sendo praticamente dois casos por dia. 

Enquanto isso, até 2018, ano do assassinato, “apenas” uma pessoa era vítima de violência política a cada oito dias. Mas os episódios aumentaram a partir de 2019, quando passaram a ocorrer episódios a cada dois dias. Já em 2022, foram 247 casos, ou seja, um caso registrado a cada 26 horas. 

A deputada estadual por Pernambuco Dani Portela (PSOL) é um dos tantos exemplos de violência política com diversas ameaças sofridas, em destaque a episódios que aconteceram em 2022 e a parlamentar, que estava como vereadora do Recife, expôs. Em abril do ano passado, a psolista fez uma denúncia na Polícia Civil para identificar os criminosos que cometeram injúria racial, calúnia, difamação e ameaças de morte contra ela após o pedido da retirada de homenagens a violadores dos direitos humanos no Recife, a exemplo de um busto do general Humberto Castelo Branco, primeiro presidente do Brasil depois do golpe militar de 1964. 

De acordo com Dani Portela à época, tudo começou depois que uma página bolsonarista chamada “Endireita Pernambuco” fez uma publicação com o requerimento e questionou: “Quem ela vai querer colocar? Fidel Castro?”. “A partir daí, vários blogs de direita, de público conservador, bolsonarista, fundamentalista, retransmitiram a provocação como se fosse verdade”, contou, ao g1. 

Ao LeiaJá, Dani Portela afirmou, a partir de uma pesquisa realizada pelo Instituto Marielle Franco, que 87% das mulheres que foram candidatas em todo o Brasil sofreram algum tipo de violência durante a campanha eleitoral, e que essas violências “podem vir de diversas formas”. “Eu sofri ameaças à minha própria vida em detrimento daquela questão. E na campanha política eu acho que se inaugura uma coisa que fazia tempo que não víamos: é comum que você tenha divergências e posições políticas diferentes, só que a ascensão da ultradireita, radicalização dessas pautas e a consolidação da extrema direita dentro de um governo genocida inaugurou um novo tempo e trouxe um ódio para a política muito grande. Eu não quero divergir do outro na base das ideias ou de debate político, eu quero aniquilar o outro. O bolsonarismo traz esse sentimento de aniquilação das diferenças”, afirmou. 

“Muitas delas [das violências] caracterizamos como violência política de gênero, que é uma tentativa de dizer que aquele lugar não é para ser ocupado por você. E essa violência nos atravessa mesmo depois de eleitas. O que chama atenção é que Marielle não recebia ameaças, não tem esse histórico. Ela foi morta da maneira que foi, mesmo sem ter anteriormente recebido ameaças”, pontuou. 

De acordo com a deputada estadual, o Partido Socialismo e Liberdade, legenda que a vereadora carioca também fazia parte, várias parlamentares têm proteção policial para poder exercer os mandatos. “Elas foram eleitas pelo povo e, depois de eleitas, precisam de proteção para dar continuidade às suas vidas sofridas, em especial as mulheres trans e travestis, e também as mulheres negras”. 

Investigação 

O policial militar reformado Ronnie Lessa, acusado de ter feito os disparos que mataram a parlamentar e o motorista, e o ex-policial militar Elcio de Queiroz, acusado de dirigir o carro usado na execução, estão presos. Mas os réus nunca revelaram quem mandou matar Marielle Franco e Anderson Gomes. 

Numa sexta troca de comando da investigação, na semana passada, depois que parentes das vítimas se reuniram com a força-tarefa do Ministério Público do Rio de Janeiro, o delegado Guilhermo Catramby é quem vai conduzir o inquérito na Polícia Federal. 

De acordo com entrevista do presidente da comissão de Segurança Pública da OAB-RJ Rafael Borges à Natuza Nery, da GloboNews, a falta de respostas para o caso mostra que as autoridades do Brasil falham não apenas para investigar crimes políticos, mas homicídios na sua totalidade. 

Dia Nacional Marielle Franco

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) encaminhou, na última quinta-feira (9),  ao Congresso Nacional o projeto de lei 1086/2023, que institui o Dia Nacional Marielle Franco de Enfrentamento da Violência Política de Gênero e Raça. O presidente pediu regime de urgência na tramitação do projeto nesta segunda-feira (13), um dia antes da celebração da data, quando aprovada. 

A homenagem chama atenção à sub-representação das mulheres na política que perpassa o ambiente político e a vivência das mulheres no espaço de poder, que é a violência política de gênero contra as mulheres.

“A violência política contra as mulheres é um problema de direitos humanos que atinge as democracias e impede o progresso em direção à igualdade efetiva e, portanto, ao desenvolvimento humano sustentável. É um problema latente em nível mundial, que repercute na dinâmica democrática em termos de gênero e se manifesta diariamente, embora com mais intensidade durante os processos eleitorais, no exercício da cidadania política das mulheres”, pontuou o Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, e a Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres, em documento. 

Apesar de todo o reconhecimento ao que a vereadora carioca representou e representa à sociedade, a Dani Portela lamentou que tenha acontecido algo tão trágico para que houvesse a saudação, e enfatizou o pedido de justiça para que os criminosos responsáveis sejam encontrados. “Esse dia em defesa desse direito para todos, é um dia que marca também um pedido de justiça. Lamentamos que o nome de Marielle tenha se tornado mundialmente conhecido depois de um crime que entendemos como feminicídio político, com o objetivo de silenciar essas lutas. Mas, na verdade, a morte não foi capaz de silenciar Marielle Franco. Muitas sementes e muitas Marielle surgiram clamando por justiça, igualdade, e vão dar sequência à essa luta”, cravou. 

A deputada estadual ressaltou a importância da homenagem à Marielle Franco, principalmente tendo em vista as vozes que a parlamentar representava e representa ainda mais depois do seu assassinato. “Quando falamos de Marielle sempre colocamos os lugares de onde ela veio. Mulher negra. Favelada. Lésbica. Defensora de direitos humanos. Vereadora. A voz de Marielle ecoa por todos esses lugares plurais e diversos. Esse Dia Nacional é muito importante na luta de todas essas vozes que o corpo de Marielle trazia, de vozes vindas de periferias de todos os lugares deste País, que ousaram e ousam ocupar o lugar ao centro do poder, das decisões políticas”.

De acordo com Portela, o Brasil é o País que mais mata defensoras e defensores dos direitos humanos do mundo, o que reforça a representatividade de Marielle. “Os tiros que assassinaram Marielle mataram um pouco de cada uma de nós. Mas é do luto que precisa vir a luta. Não por acaso, o símbolo que Marielle trazia muito forte na sua campanha era o girassol, e uma frase que era lema dela era da cultura africana ubuntu: eu sou porque nós somos. Ressignificamos esse luto em luta e desse girassol que Marielle levava e carregava em si, muitas sementes nasceram na luta por justiça de Marielle Franco e se espalharam pelo Brasil e pelo mundo inteiro”.  

O assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes completa cinco anos nesta terça-feira (14) e segue sem resposta sobre o mandante do crime. As investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o motorista e ex-policial militar Elcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

“Já se passaram cinco anos: é muito tempo”. O desabafo é de Marinete Silva, mãe de Marielle Franco, e resume o sentimento de familiares, amigos, ativistas, e de qualquer pessoa indignada com o crime. “Hoje, o mundo inteiro quer saber quem mandou matar Marielle. Isso não é uma questão a ser resolvida apenas para a família”, complementa a mãe.

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O próprio processo de investigação passou a ocupar um lugar central no noticiário. A Polícia Civil teve cinco delegados responsáveis pelo caso na Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro. No Ministério Público Estadual, três equipes diferentes atuaram no caso durante esses anos.

A última mudança aconteceu há 10 dias, quando o procurador-geral de Justiça, Luciano Mattos, escolheu sete novos promotores para integrar a força-tarefa coordenada por Luciano Lessa, chefe do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). As trocas constantes de comando receberam críticas de familiares e movimentos sociais nesses cinco anos, e levaram a suspeitas de obstrução nas investigações.

Em maio de 2019, a Polícia Federal apontou que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios. Procuradoras abandonaram o caso em julho de 2021, com a afirmação de que houve interferência externa na investigação.

O novo comando do MPRJ disse estar comprometido em "não chegar a uma conclusão açodada, divorciada da realidade, mas de realizar um trabalho técnico e sério, voltado para identificar todos os envolvidos”. Sobre os mandantes e o motivo dos assassinatos, afirma que as dificuldades são maiores por ser “um crime onde os executores são profissionais, que foram policiais militares, que sabem como se investiga”.

Prisões

O avanço mais consistente no caso aconteceu em março de 2019, quando Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa foram presos no Rio de Janeiro. O primeiro é acusado de ter atirado em Marielle e Anderson, o segundo, de dirigir o carro usado no assassinato. Quatro anos depois, eles continuam presos, mas não foram julgados. Procurado pela reportagem, o Tribunal de Justiça do Rio informou que é esperado “o cumprimento de diligências requeridas pela promotoria e pela defesa para que seja marcada a data do julgamento”.

Sobrevivente

Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle Franco, foi a única sobrevivente do atentado. Ela estava no carro quando a parlamentar e o motorista foram atingidos. Fernanda diz que apenas o delegado que assumiu o caso entre 2018 e o início de 2019, Giniton Lages, a chamou para prestar depoimento. Ela só voltou a ser procurada em janeiro desse ano pelo Ministério da Justiça, quando participou de uma reunião com assessores da pasta.

“Você chegar a cinco anos sem que se tenha levado adiante o julgamento dos que estão acusados e presos por conta do assassinato? Sem ter uma investigação que leve aos mandantes? É muito humilhante, eu acho que é vergonhoso para o Estado não entregar essa resposta. O Rio de Janeiro, quando a Marielle foi assassinada, estava sobre intervenção federal, militarizado. No centro da cidade, do lado da Prefeitura, as vias eram cobertas por câmeras. E cinco anos depois você não tem um avanço. Giniton saiu do caso, as promotoras deixaram o caso alegando interferência. Isso é gravíssimo”, acusa.

Inquérito federal

A reunião de Fernanda marca uma mudança de postura do governo federal em relação ao caso. A federalização das investigações esteve em pauta desde o início e chegou a constar em um pedido da então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, em setembro de 2019. A tentativa não avançou após proibição do Superior Tribunal de Justiça (STJ), do desinteresse do governo federal na época e da preocupação dos familiares.

Em fevereiro desse ano, o ministro da Justiça, Flávio Dino, determinou que a Polícia Federal (PF) abrisse um inquérito paralelo para auxiliar as autoridades fluminenses. Ontem (13), o ministro disse que o caso é uma prioridade da corporação e que pretende identificar todos os envolvidos.

“O que eu posso afirmar é que o trabalho está evoluindo bem. Mas é claro que, sobre o resultado, nós teremos nos próximos meses a apresentação dos investigadores daquilo que foi possível alcançar. Não é possível nesse momento fixar prazos, nem que momento isso finalizará. Mas eu posso afirmar que há prioridade, há uma equipe dedicada na Polícia Federal só para isso e eu tenho, sim, a expectativa e a esperança, que é de todos nós, que a PF vai ajudar a esclarecer definitivamente esse crime”.

Justiça por Marielle e Anderson

Para aumentar a pressão sobre as investigações, foi criado em julho de 2021 o Comitê Justiça por Marielle e Anderson. Ele é formado pelos familiares das vítimas, pela Justiça Global, Terra de Direitos, Coalizão Negra por Direitos e Anistia Internacional Brasil. Esta última organizou e participou de campanhas desde que os assassinatos aconteceram.

Para a diretora-executiva Jurema Werneck, as autoridades do Rio estão falhando há cinco anos com as famílias das vítimas e a sociedade como um todo. Ela defende que a solução do caso é fundamental para o país mostrar que está comprometido no combate aos crimes políticos.

“O ministro da Justiça diz que vai cooperar. A gente só tem que confiar que dessa vez vão colaborar de fato. E que dessa vez vão contribuir para o Rio de Janeiro e o Brasil superarem essa ineficiência crônica de elucidação de homicídios. E principalmente elucidação de homicídios políticos. O Brasil é o quarto país do mundo que mais mata ativistas. Portanto, o ministro da Justiça, além de elucidar esse crime, precisa estabelecer políticas e mecanismos consistentes para que o Brasil deixe de estar entre os campeões do mundo de assassinatos políticos”.

Essa visão é compartilhada por organismos internacionais, que pressionam o Brasil a solucionar o atentado. Jan Jarab, representante da ONU Direitos Humanos para a América do Sul, defende que é preciso inserir o caso em um contexto mais amplo de ataques contra defensores dos direitos humanos.

“Devemos evitar a impunidade. No sentido amplo da palavra, não só sobre quem executa os atos violentos, mas também quando há pessoas por trás. Mas também é importante a prevenção, primária e secundária, e as medidas de segurança física. E intervir quando já existem ameaças, quando existem crimes de ódio verbal. Que não se banalizem essas formas de agressão verbal, principalmente no âmbito das redes sociais”.

Esperanças renovadas

Meia década de tristeza, angústia e ansiedade. Mas não de desistência. É dessa forma que amigos e familiares renovam as esperanças de que, com o apoio de diversos setores da sociedade civil, não será preciso passar mais um ano sem a resposta sobre “Quem mandou matar Marielle?”.

“Infelizmente, a gente vive em um país onde muitas pessoas são assassinadas e seguem sem saber quem mandou matar e o porquê. Mas eu acho que o Brasil merece dar essa resposta para democracia”, diz Anielle Franco, irmã da vereadora e ministra da Igualdade Racial.

“Eu preciso acreditar nas instituições, eu preciso acreditar que esse resultado vai ser apresentado. Eu não posso acreditar em um país que tenha autoridades e instituições funcionando, em um Estado Democrático de Direito, que não entrega essa resposta. Eu preciso acreditar nisso, eu tenho esperança”, diz Fernanda Chaves.

“Eu entendo hoje que fazer justiça por Marielle não tem só a ver com o final de um inquérito. Isso o Estado brasileiro deve à família e à sociedade”, defende Mônica Benício, viúva de Marielle. “É a gente poder viver numa sociedade onde ‘Marielles’ não sejam assassinadas, mas possam florescer no seu máximo de potência. É a gente ter uma sociedade em que não haja racismo, LGBTfobia, machismo. Ou seja, que todos os corpos possam viver e ter igualdade de direitos, que todas as vidas possam importar igualmente aos olhos do Estado e aos olhos da sociedade. Quando a gente tiver essa sociedade, fizemos justiça por Marielle”.

Cronologia

14 de março de 2018: Marielle Franco e Anderson Gomes são assassinados.

15 de março de 2018: Giniton Lages assume a Delegacia de Homicídios do Rio e o caso.

21 de março de 2018: O MPRJ escolhe um grupo de promotores para a apuração do crime.

01 de setembro de 2018: Entra no caso o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). Acontece a primeira troca de promotores do MPRJ.

25 de setembro de 2018: Orlando Curicica, encarcerado no Presídio Federal de Mossoró por crimes ligados à milícia, menciona o ‘Escritório do Crime’ para os investigadores. Uma testemunha cita o vereador Marcello Siciliano por suposto envolvimento na morte de Marielle. Siciliano foi preso, mas o envolvimento dele foi descartado depois.

11 de outubro de 2018: Investigações do MPRJ identificam biotipo do executor do crime e rastreiam novos locais por onde circulou o carro usado no crime.

11 de março de 2019: A primeira fase de investigações é encerrada. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são denunciados por homicídio doloso.

12 de março de 2019: Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa são presos no Rio de Janeiro.

25 de março de 2019: Giniton Lages é substituído por Daniel Rosa na Delegacia de Homicídios do Rio.

23 de maio de 2019: Polícia Federal aponta que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios.

11 de setembro de 2019: A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede a federalização das investigações.

10 de março de 2020: Justiça do Rio determina que Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz sejam levados a júri popular.

27 de maio de 2020: Superior Tribunal de Justiça (STJ) nega a federalização das investigações.

17 de setembro de 2020: Delegado Daniel Rosa deixa o caso. Moisés Santana assume o lugar dele.

05 de julho de 2021: Terceira troca na Delegacia de Homicídios: sai Moisés Santana, entra Edson Henrique Damasceno.

02 de fevereiro de 2022: Quarta troca: Edson Henrique Damasceno é substituído por Alexandre Herdy.

30 de agosto de 2022: Supremo Tribunal Federal (STF) nega recursos das defesas de Ronnie Lessa e Élcio Vieira, e mantém decisão sobre júri popular.

22 de fevereiro de 2023: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anuncia abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar assassinatos.

04 de março de 2023: MP do Rio define novos promotores do caso Marielle Franco.

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