Tópicos | Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio do Brasil (Belta)

Trabalhar no exterior é um sonho de diversas pessoas. Além de aprofundar o contato com outras línguas e culturas, também vive grande aprendizado e desenvolvimento profissional. Apesar de contar com muita procura, poucas pessoas sabem realmente como ir atrás do seu intercâmbio profissional.

Para discutir sobre isso, Alexandre Argenta é presidente da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio (BELTA) e conversou com o LeiaJá sobre os países e as diversas possibilidades que o profissional brasileiro tem de trabalhar no exterior.

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Além do intercâmbio profissional, Argenta listou os vários tipos de intercâmbio mais populares no Brasil. Segundo ele, em primeiro lugar estão os cursos de idiomas, em que a pessoa vai para fora apenas para aprender uma língua. Em segundo lugar está o programa de férias para adolescentes. Estes costumam ir em meses sem aulas, como julho ou janeiro, e aprendem a língua junto com atividades divertidas de esportes e turismo. 

O terceiro tipo de intercâmbio mais popular é o High School, ou seja, o programa de ensino médio que conta com a transferência do aluno brasileiro para cursar no exterior durante um certo período de tempo. Além dos três tipos de programas mais populares aqui no Brasil, ainda há o intercâmbio de turismo, de graduação ou pós-graduação no exterior, e o intercâmbio profissional. 

Contudo, para todas essas visitas, é de extrema importância obter o visto conforme as normas burocráticas de cada país.

“Com certeza é possível trabalhar no exterior fazendo intercâmbio, mas a pessoa precisa ter o devido visto de acordo com o tipo de trabalho que ela quer fazer durante o intercâmbio”, explica Alexandre.

O presidente da Belta explica que há diferentes tipos de vistos. Um destes tipos conta com a visita para intercâmbio de curso de idiomas com a possibilidade de trabalhar de forma legal no país. Alguns dos principais países que permitem isso são a Austrália, Irlanda, Nova Zelândia, Tubar e em Malta.

Outros vistos, no entanto, só permitem a atuação profissional legal com um ensino de nível mais elevado, não apenas de curso de idiomas. É o caso, por exemplo, do curso superior. É possível conseguir o visto para trabalhar legalmente durante ou depois de finalizar o programa de graduação no exterior em países como o Canadá e a Inglaterra, a depender de qual curso de graduação ou pós-graduação que a pessoa esteja cursando.

Emprego fora

Sobre formas de conseguir um emprego no exterior, Alexandre Argenta afirma que não é obrigatório estudar fora ou já ter experiências passadas com intercâmbio. Também pode haver um convite especial vindo de acordo com a experiência acadêmica do profissional e o interesse do empregador.

“Existe a possibilidade de você conseguir estudar no exterior e, de acordo com a regra do visto daquele país e conforme o tipo de estudo que você faz lá fora, você pode ganhar uma liberação, uma autorização legal de trabalho. Porém, por outro lado, existem, também, processos difíceis onde uma pessoa que nunca estudou fora do Brasil, ou que não vai estudar, recebe uma oferta de uma empresa superior, de acordo com a experiência técnica ou acadêmica que ele tem. É difícil, mas pode acontecer”, analisa.

Entre os países com mais oportunidades para brasileiros, o presidente da Belta destaca o primeiro lugar para o Canadá.

“O Canadá tem sido o país número um do principal destino para brasileiros nos últimos anos. (...) A visão que a gente tem é que o Canadá é um país muito aberto e receptivo para receber pessoas de todo o mundo. Isso provavelmente deve-se à extensão territorial considerável, né? O Canadá tem praticamente o mesmo tamanho de território do que os Estados Unidos, por exemplo, mas ele tem 10% da população dos Estados Unidos, falando de grosso modo. Então, muitas vezes, existe uma falta de profissionais no país.”

Ainda de acordo com Argenta, outros países além do Canadá, que são muito populares para receber brasileiros, continuam sendo Estados Unidos, Austrália, Irlanda, Nova Zelândia e Inglaterra.

A Irlanda, por exemplo, trabalha com um sistema de vistos que não são exigidos obrigatoriamente antes de sair do Brasil, apenas ao chegar no país.

“Já outros países possuem um sistema de vistos viáveis, porém, eles possuem uma burocracia que é necessário estar junto ao consulado para obter o visto antes de sair do Brasil”, completa Alexandre.

Ao pensar nas áreas com mais oportunidades fora do Brasil, Argenta destaca a variedade de opções.

“É muito variado mas, geralmente, existe muita vaga ligada ao setor de turismo, né? E de trabalhar na parte de culinária, né? Como restaurantes… Ao mesmo tempo, quando você tem uma formação assim mais específica em algumas das áreas, por exemplo de engenharia ou nas áreas de informática, os brasileiros são muito benquistos no exterior nessas áreas também.”

Entender e ser entendido

Para se preparar para o mercado superior, deve haver muitos cuidados, mas Alexandre reforça, embora seja previsível, dominar o idioma deve ser a prioridade número um. Deve-se estar preparado para falar com confiança, tanto no processo de tentativa de matrícula, ou em casos de entrevista de emprego, se abriu alguma vaga ou oportunidade profissional, é preciso domínio.

“Na verdade, independente da sua formação profissional aqui no Brasil, se você pensa em buscar uma oportunidade de carreira ou experiência profissional lá fora, com certeza deve começar pelo estudo do idioma. Geralmente a gente fala das oportunidades em países de língua inglesa, mas obviamente existem oportunidades em países de língua espanhola, português, italiano, alemão e assim por diante. Então, com certeza o idioma é o número um em importância”, afirma Alexandre.

Dificuldades

O presidente da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio finaliza sua fala com alguns conselhos para os trabalhadores que sonham com um futuro profissional fora do Brasil. “Não é fácil você simplesmente ir trabalhar no exterior sem estar ligado a algum tipo de programa de intercâmbio ou um curso acadêmico. Então essa oportunidade se abre aos brasileiros através de programas de intercâmbio e países que liberam vistos com oportunidade de trabalho de forma legal”, explica.

“Eu acredito que no Brasil, a indústria da educação internacional e o mercado conta com muitas empresas especializadas há muito tempo, então é um mercado muito maduro. O que tem de melhor no mercado internacional e as oportunidades do mundo são possíveis encontrar aqui no Brasil, desde que a pessoa busque o assessoramento profissional correto”, aconselha Alexandre Argenta.

Levantamento da Associação Brasileira de Agências de Intercâmbio do Brasil (Belta) aponta que o mercado brasileiro de educação internacional cresceu 20,46% no ano passado. O percentual representa que a quantidade de estudantes que participaram de intercâmbios saiu de 302 mil para 365 mil.

De acordo com a pesquisa, a maioria dos estudantes começa a pesquisar oportunidades de intercâmbio pela internet. No entanto, segundo identificou a Belta, 67% deles concluíram a compra da viagem na loja física.

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Canadá, Estados Unidos, Reino Unido, Irlanda, Austrália e Malta são os destinos mais procurados pelos intercambistas. "Malta aparece pela primeira vez entre os seis destinos mais procurados, porque implantou a política do intercambista ter a possibilidade de estudar e trabalhar. Um ganho para a ilha, para nós, e para todos do setor de viagem de estudos no exterior", destaca a presidente da Belta, Maura Leão, conforme informações da assessoria de imprensa da instituição.

A análise ainda apontou que inglês é o curso de idioma mais procurado. Graduações também aparecem em destaque durante a procura dos estudantes. "Um dos motivos de vermos essa ascensão dos cursos de graduação é a especialização maior das universidades do exterior em receber os brasileiros e também pela possibilidade desse aluno ir como intercambista esportivo. Várias instituições de ensino do exterior valorizam o esporte e por isso tivemos um aumento de 20% no número de jovens indo nesta modalidade de intercâmbio. Em números absolutos, 3 mil pessoas embarcaram para fazer graduação com bolsa parcial e/ou total devido ao esporte", comenta a presidente da Belta.

Gênero e idade

Ainda segundo a pesquisa, 60% das pessoas que fazem intercâmbios são mulheres e a maioria viaja sozinha. Outro recorte revela que pessoas acima dos 40 anos estão fazendo mais viagens, sejam por objetivo cultural ou educacional.

Motivações

De acordo com a Belta, há uma série de situações que incentivam os estudantes na hora de optar pelos intercâmbios. Em ordem de preferência estão os seguintes aspectos: câmbio favorável, país que fala a língua inglesa e que o local ofereça qualidade de vida.

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