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O atentado suicida cometido na sexta-feira (30) em um centro de ensino para estudantes em Cabul causou pelo menos 53 mortos, incluindo 46 meninas e mulheres - de acordo com um novo balanço divulgado nesta segunda-feira (3) pela Missão de Assistência da ONU no Afeganistão (MANUA).

"Cinquenta e três mortos, pelo menos 46 meninas e mulheres jovens. 110 feridos", tuitou a missão.

Na sexta-feira, um homem-bomba se fez explodir do lado de fora de uma sala de estudos segregada por gênero em um bairro de Cabul, onde vivem membros da marginalizada comunidade xiita hazara.

Centenas de estudantes faziam simulado para o vestibular, quando o agressor detonou o explosivo.

Nenhum grupo assumiu a responsabilidade pela ação, mas a organização extremista Estado Islâmico (EI), que considera os xiitas como hereges, já cometeu vários ataques letais nesta área.

No domingo (2), mais de 100 estudantes afegãs protestaram na cidade de Herat (oeste do Afeganistão) em protesto contra este atentado suicida.

"A educação é nosso direito, o genocídio é um crime", entoaram as manifestantes de Herat, principalmente hazaras, alvo frequente de atentados.

Na manhã desta segunda-feira (26), um jovem armado invadiu a Escola Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, no Oeste da Bahia, e disparou contra alunos. A cadeirante Jeane da Silva Brito, de 20 anos, estudava no local e foi morta a tiros.

O atirador entrou na escola com uma arma de fogo e um facão. Ele chegou a fazer alguns disparos, mas foi baleado e socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Oeste. O jovem estava matriculado na unidade de ensino.  

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"O menino entrou na escola vestido de preto, deu um tiro na porta, lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram para a quadra, mas o instrutor mandou sair e ir para o fundo da escola, aí todo mundo arrodeou e conseguiu sair do colégio", relatou um dos estudantes ao G1

Não há informações sobre o autor do tiro que atingiu o jovem nem o que teria lhe motivado a invadir a escola.

A Justiça da Argentina recuperou mensagens de texto trocadas por Brenda Uliarte, namorada do brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, e Augustina Díaz, uma das quatro pessoas detidas pela tentativa de homicídio contra a vice-presidente Cristina Kirchner, em que elas discutem o atentado contra a política argentina. Por meses, Brenda contou a Augustina sobre seus planos de matar Cristina, chegando a dizer que havia contratado "um cara" para fazer o serviço, segundo trechos das mensagens reproduzidos pelo jornal La Nación.

"Mandei matar a vice Cristina (Kirchner). Não aconteceu porque ela se meteu para dentro (de casa). (...) Enviei um cara para matar Cristi", escreveu Brenda em uma das mensagens enviadas para Augustina em 27 de agosto, data em que manifestantes criaram um tumulto em frente à residência da vice-presidente.

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As mensagens mais antigas recuperadas pelas autoridades e publicadas pelo jornal argentino são de 04 de julho. Brenda diz que vai com um fierro (termo popular para arma de fogo em espanhol) para atirar contra Cristina, mas se queixa de que "a velha" tenha seguranças. "Vou ser a libertadora da Argentina. Estive praticando tiro, sei usar uma arma", disse Brenda a Augustina.

A ideia de levar o atentado evoluiu com o tempo. Em 27 de agosto, dias antes da arma de Montiel falhar ao ser apontada contra Cristina, Brenda enviou o maior número de mensagens a Augustina - incluindo a que ela diz expressamente que mandou "um cara" para matar a vice.

"Hoje me converto em San Martín, vou mandar matar Cristina... Estou podre que falem e não façam nada. Eu irei fazer. O espírito de San Martín entrou no meu corpo... Que filha da puta ela entrou antes de eu dar o tiro nela", disse Brenda ao iniciar a conversa.

Após uma breve troca de mensagens em que Brenda explica os detalhes da primeira tentativa, Augustina pergunta quanto o "cara" teria cobrado a Brenda para matar a vice-presidente. "Não me cobrou. Fez porque também está farto com o que está se passando", disse a argentina, antes de dizer que está cansada que Cristina "ande roubando e continue impune".

Augustina parece se preocupar com o conteúdo das mensagens de Brenda, alertando a amiga que ela vai se meter em uma confusão caso o plano dê certo. "Vão buscar-lhe por todos os lados se descobrirem que você é cúmplice da morte da vice-presidente".

A última troca de mensagens resgatada pela Justiça e publicada pelo La Nación é do dia seguinte ao atentado, 02 de setembro. Desta vez, quem inicia o contato é Augustina Díaz, que parece saber que a tentativa de homicídio aconteceria no anterior.

"Che, mas o que aconteceu que o tiro falhou? Não praticou antes ou falhou na adrenalina do momento? Onde você está? Não seria conveniente que voltasse a sua casa?", escreveu Augustina, ao passo que Brenda respondeu estar na casa de um amigo.

Quatro suspeitos foram presos por suposto envolvimento com a tentativa de homicídio contra Cristina Kirchner: Fernando Andrés Sabag Montiel, o brasileiro de 35 anos que engatilhou a arma contra a vice-presidente, Brenda Uliarte e Augustina Díaz, além de Gabriel Nicolás Carrizo, líder de um grupo de vendedores de algodão-doce o casal participava, preso na quarta-feira, 14, após um laudo pericial feito no celular dele mostrar conversas com Brenda um dia após o ataque.

A princípio, de acordo com o Clarín, Carrizo foi preso por suspeita de encobrir o ataque à vice-presidente, e não por ter feito parte do planejamento do ataque.

Uma terceira pessoa foi presa nesta terça-feira (13) por suspeitas de envolvimento na tentativa de assassinato da vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, em 1º de setembro.

A mulher detida mantinha conversas com Brenda Uliarte, a namorada do brasileiro Fernando Sabag Montiel, ambos já acusados pelo crime. A identidade da mulher ainda não foi revelada, mas ela foi presa na noite de segunda (12), em uma operação policial no bairro de San Miguel, na capital, o mesmo onde Sabag Montiel viva.

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Segundo o La Nación, a detida não faz parte da "gangue do algodão doce", grupo de amigos do casal cujas atividades estariam na mira dos investigadores. Mensagens extraídas do celular de Uliarte levantaram a suspeita dos investigadores de o grupo já teria tentado assassinar a vice-presidente em ao menos outras duas ocasiões.

O local virou ponto de encontro para os kirchneristas, movimento que se intensificou após o Ministério Público pedir 12 anos de prisão para Cristina, acusada de chefiar uma associação ilícita para favorecer um empresário amigo.

A polícia argentina descobriu que o acusado de tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner planejou um outro atentado contra ela no dia 27 de agosto. Essa tentativa teria sido descoberta durante a perícia do conteúdo do celular da namorada de Fernando Sabag Montiel, Brenda Uliarte, com as provas anexadas ao processo nesta segunda. A juíza responsável pelo caso, María Eugenia Capuchetti, ordenou segredo de justiça sobre o processo.

De acordo com fontes ouvidas pelo Clarín, o plano é revelado nas mensagens trocadas pelos dois acusados na semana anterior ao atentado, realizado no dia 1º deste mês. Os dois falam sobre a "presença de câmeras C5N", trocam detalhes de horários e do movimento de pessoas e militantes na residência de Cristina. "Ela (a vice-presidente) já subiu, acho que ela não vai sair nesse momento então ela já foi, saiu, eu vou lá, fica lá. Não traga nada", diz Sabag Montiel a Brenda em uma das mensagens.

O atentado contra Cristina Kirchner

A polícia argentina descobriu que o acusado de tentar atirar contra a vice-presidente Cristina Kirchner planejou um outro atentado contra ela no dia 27 de agosto. Essa tentativa teria sido descoberta durante a perícia do conteúdo do celular da namorada de Fernando Sabag Montiel, Brenda Uliarte, com as provas anexadas ao processo nesta segunda. A juíza responsável pelo caso, María Eugenia Capuchetti, ordenou segredo de justiça sobre o processo.

De acordo com fontes ouvidas pelo Clarín, o plano é revelado nas mensagens trocadas pelos dois acusados na semana anterior ao atentado, realizado no dia 1º deste mês. Os dois falam sobre a "presença de câmeras C5N", trocam detalhes de horários e do movimento de pessoas e militantes na residência de Cristina. "Ela (a vice-presidente) já subiu, acho que ela não vai sair nesse momento então ela já foi, saiu, eu vou lá, fica lá. Não traga nada", diz Sabag Montiel a Brenda em uma das mensagens.

Nas mensagens do mesmo dia, Sabag Montiel disse que esteve muito próximo do governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, no dia em que o governo instalou cercas de proteção do lado de fora da residência de Cristina para conter as manifestações pró e contra ela, que ganharam força após o Ministério Público pedir que ela fosse condenada a prisão. "Toquei nas costas de Axel Kicillof e ele entrou no carro Toyota Ethios", escreveu.

É justamente essa troca de detalhes dos movimentos no local e da vice-presidente que os investigadores afirmam que "houve um ataque planejado que não foi realizado e foi por volta de 27 de agosto", diz o Clarín.

A Justiça argentina já havia afirmado que o atentado do dia 1º foi produto de um "planejamento e acordo prévio" entre o brasileiro Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte. Os dois foram acusados formalmente no dia 8. Segundo as evidências apontadas na acusação, a dupla estudou o local do ataque antes.

Montiel apontou sua arma a menos de um metro da cabeça de Kirchner quando ela estava cercada por simpatizantes que a aguardavam do lado de fora de sua residência para expressar apoio após um pedido de 12 anos de prisão e para a perda de seus direitos a exercer cargos públicos por parte do Ministério Público em um julgamento por suposta corrupção.

Fernando Sabag Montiel e a namorada estão presos e foram interrogados pela juíza na terça-feira, 6. Segundo a imprensa local, o brasileiro teria se recusado a falar e declarou apenas que a namorada não estaria envolvida no ataque.

A jovem, por sua vez, negou ter participado do atentado e afirmou que só estava "acompanhando" o namorado na ocasião. Câmeras de segurança próxima ao local do ataque flagraram a presença de Brenda no momento da ação.

Cristina Kirchner, de 69 anos, escapou ilesa da tentativa de ataque. A arma de fogo, apesar de ter sido acionada duas vezes, não disparou. O atentado frustrado aconteceu quando a vice-presidente cumprimentava um grupo de apoiadores na porta de sua casa, em Buenos Aires.

Um vídeo registra o momento em que um homem aponta a arma para a vice-presidente e rapidamente é detido. Nos vídeos, é possível ver que Cristina se abaixa após a arma ser apontada para ela. No mesmo instante, seguranças intervêm e conseguem segurar o suspeito.

Presidente argentino diz que o próximo seria ele

O presidente Alberto Fernández afirmou em uma entrevista à emissora Telecinco que ele seria o próximo a sofrer um atentado por parte de Fernando Sabag Montiel e Brenda Uliarte. Segundo Fernández, é o que dizem as mensagens interceptadas pela polícia.

Ele também denunciou um ataque a um monumento dedicado ao ex-presidente e marido de Cristina Kirchner, Néstor Kirchner, falecido em 2010.

"Menos de duas semanas após o ataque a @CFKArgentina, foi assim que o monumento a Néstor Kirchner localizado na Rota 7 amanheceu hoje. Vamos banir o ódio na Argentina. Com a força da democracia e a coragem das convicções, dizemos Nunca Mais à violência em nossa pátria", escreveu o chefe de Estado em sua conta no Twitter, na qual postou várias fotos da escultura danificada.

Brenda Uliarte é argentina e tem 23 anos. O pai dela é um motorista de ônibus simpático ao peronismo, enquanto o namorado, o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou disparar contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de quinta-feira, 1°. Esses são alguns dos poucos fatos que a polícia e a imprensa argentina conseguiram confirmar para além de qualquer dúvida razoável em meio a um turbilhão de informações - e versões - que surgem sobre a identidade e a vida da jovem.

A Polícia Federal argentina prendeu Brenda na noite de domingo, 4, em uma estação de trem de Buenos Aires. A prisão foi autorizada pela juíza que comanda a investigação do atentado contra Cristina, após imagens filmadas em frente da casa da vice-presidente mostrarem que a jovem argentina estava no local no momento do atentado, segundo uma fonte ouvida pela Associated Press em sigilo. As autoridades investigam se Brenda teria ajudado Montiel na tentativa de atentado.

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Mas além dos fatos já mencionados e das imagens que motivaram a prisão, muito sobre a jovem permanece turvo. De acordo com a imprensa argentina, Brenda alimentou diferentes perfis nas redes sociais ao longo dos anos, apresentando-se com diferentes personalidades em cada um deles: de atriz pornô a estudante de medicina, chegando a simular um suicídio em um deles.

De acordo com o jornal argentino Clarín, Brenda utilizava diferentes contas, todas com nomes diferentes, como Ambar, Sasha e Lizz Manson. Cada um dos alter egos virtuais criados por ela tinha uma personalidade e uma profissão. Como Ambar, por exemplo, Brenda realmente se apresentava em plataformas de streaming produzindo conteúdo erótico. Como Lizz Manson, fingiu ter cometido suicídio por não "encontrar sentido na vida", disseram seguidores dela na rede social, segundo o jornal argentino.

No LinkedIn - uma das únicas redes em que Brenda utilizava seu nome real -, ela se apresentava como "pessoal de limpeza" da Shell. A família afirma desconhecer qualquer das ocupações da jovem - tanto as reais quanto às que parecem ter sido inventadas. "Até onde eu sei, ela nem terminou o ensino médio. É como se ela estivesse falando de outra pessoa, não dela mesma. Ele está fabulando. Acho que ela vive em um mundo de fantasia, que está delirando e que se aproveitaram dela", afirmou um tio de Brenda ouvido pelo La Nación.

Aparições na TV

Brenda Uliarte apareceu pelo menos duas vezes na televisão argentina. Em uma delas, ao lado de Fernando Montiel, ela participou de um quadro popular do Crónica TV, que entrevista pessoas nas ruas, criticando programas sociais do governo argentino - que, nas palavras dela, "fomentariam a vagabundagem".

Na entrevista, Brenda afirma que trabalharia vendendo algodões-doces para pagar pela faculdade de medicina. Uma prima ouvida pelo La Nación afirmou não saber sobre o curso de medicina, mas disse já ter visto Brenda sair para vender algodão-doce.

A entrevista também teria tido um efeito negativo, segundo familiares. Certo dia, ela apareceu na casa de uma prima que trabalha como cabeleireira pedindo para tingir o cabelo, contando que estava sendo xingada no bairro em que a família mora, em San Martín, pela associação dos programas sociais com vagabundagem.

A outra aparição da jovem foi após o atentado. Brenda participou de uma entrevista na Telefe, na qual exigiu ser chamada de Ambar. Ela reiterou ser vendedora de algodão-doce e disse ter tomado conhecimento sobre o atentado pela televisão - o que os vídeos utilizados como argumento para a prisão negariam.

Brenda também disse na entrevista que morava com Fernando Montiel em um apartamento em Villa Zagala - o mesmo revistado pela polícia argentina, onde foram encontradas mais de 100 munições de arma de fogo, vibradores e muito lixo na sexta-feira, 2. À imprensa argentina, no entanto, a família negou a versão apresentada pela jovem e disse que ela morava em San Miguel, com o pai e uma tia.

Dramas reais

Por detrás da trama de mentiras e versões sem comprovação, familiares de Brenda afirmaram em entrevista que a jovem teve uma vida marcada por traumas, e que só teria começado a falar de política recentemente, após iniciar o namoro com Montiel.

De acordo com o tio de Brenda ouvido pelo La Nación, ela teria sofrido abusos de um ex-companheiro da mãe quando criança, o que fez a avó paterna levá-la para criá-la junto do pai na mesma casa onde viveriam até hoje em San Martín. "Ela ficou muito introvertida, quase não falava", disse ao jornal argentino.

Brenda também teria perdido um filho ainda bebê em 2020. Segundo os familiares, o menino de nome Lionel teria morrido de causa desconhecida ainda nos primeiros meses de vida.

O julgamento do atentado de Nice, que matou 86 pessoas durante a celebração do feriado nacional na França, começou nesta segunda-feira (5) em Paris, seis anos depois deste ataque reivindicado pelo grupo jihadista Estado Islâmico (EI).

"Durante seis anos tivemos tempo para lidar com isso", mas "ainda há uma cicatriz", disse Danielle Lechailler, de 73 anos, pouco antes do início do julgamento, pedindo "justiça" e "sanções".

Naquela noite, um caminhão atropelou a multidão que assistia à queima de fogos na Promenade des Anglais, nesta cidade turística da Riviera Francesa. Mais de 450 pessoas ficaram feridas.

O ataque faz parte de uma série de ataques que atingiram a Europa na última década, quando uma coalizão internacional lutava contra o EI na Síria e no Iraque. Em 13 de novembro de 2015, 130 pessoas morreram em uma série de ataques em Paris e Saint-Denis.

Oito pessoas deverão responder na Justiça pelo ataque de Nice, sete homens e uma mulher, de 27 a 48 anos, na ausência do atacante Mohamed Lahouaiej-Bouhlel, um tunisiano de 31 anos, que foi morto pela polícia.

O processo acontece na mesma sala onde meses atrás foi julgado o ataque de 13 de novembro de 2015, o pior na capital desde a Segunda Guerra Mundial e também reivindicado pelo EI.

O tribunal então condenou os 20 homens julgados, incluindo Salah Abdeslam, o único membro vivo dos comandos que cometeram o ataque, a entre dois anos de prisão e prisão perpétua incondicional.

No julgamento de Nice, os oito réus - de nacionalidade franco-tunisiana, tunisiana ou albanesa - são acusados de crimes que vão desde o conhecimento das intenções do agressor até ao apoio logístico e o fornecimento de armas.

Apenas um dos suspeitos, Ramzi Kevin Arefa, enfrenta a pena máxima de prisão perpétua se for condenado como reincidente. Os demais estão expostos a penas de 5 a 20 anos de prisão.

O julgamento, marcado até 16 de dezembro, começará com a identificação dos acusados e a constituição final das partes civis. Antes do processo, um total de 865 já o haviam feito.

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, teve uma arma de fogo apontada contra sua cabeça na noite de quinta-feira (1°), mas o principal suspeito, o brasileiro Fernando André Sabag Montiel, de 35 anos, não conseguiu consumar o atentado. O motivo da arma não ter disparado ainda não foi revelado pelas autoridades argentinas, mas ao menos três hipóteses podem explicar o mau funcionamento da pistola, de acordo com o advogado Ivan Marques, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e ex-integrante Instituto Sou da Paz.

Em entrevista ao Estadão, Marques elencou razões que poderiam ter levado a arma a não cumprir o papel pretendido pelo atirador, desde falha na munição - provocada por mal armazenamento ou esgotamento do prazo de validade - até inabilidade no manuseio por parte do suspeito.

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"A munição podia estar com uma pólvora velha, com um disparador ineficiente. Com uma munição velha, o componente explosivo perde sua validade. A arma até aciona o disparador da munição, mas ela não explode. Ou seja, a pólvora não queima", explicou o advogado.

Nenhuma perícia da arma ou das munições foi apresentada às autoridades argentinas até o momento, mas informações oficiais e extraoficiais dão um cenário do que foi o ataque. De acordo com informações veiculadas pela Rádio Mitre e pelo jornal La Nación, a arma carregada pelo atirador era uma pistola semiautomática Bersa Thunder 380, de fabricação argentina. Em um pronunciamento em rede nacional, o presidente Alberto Fernández afirmou que a arma estava carregada com cinco balas.

"Cristina permanece com vida porque, por alguma razão, a arma que contava com 5 balas não disparou, apesar de ter sido engatilhada", afirmou Fernandez na noite de quinta.

Outro possível motivo que poderia ter motivado a falha no momento do disparo seria, segundo Marques, um erro no funcionamento da arma e não da munição. "Pode ter havido uma pane na arma. Seu mecanismo não funcionou por conta da agulha ou do disparador. Ele aperta o gatilho, mais de uma vez, inclusive, e a arma não dispara", afirmou.

Em outras palavras, alguma peça da arma pode ter sido retirada ou estava com problema.

A retirada de um componente é vista, em muitos casos, com armas de colecionadores. "Muitas vezes, colecionadores retiram o mecanismo de disparo interno da arma, porque não muda absolutamente nada esteticamente, mas ela fica fora de uso, não funciona. É preciso entender a origem dessa arma, para saber em que momento ela saiu no mercado legal e passou para o mercado ilegal, porque é possível que a pessoa que tenha feito o atentado tenha encontrado legalmente", esclarece.

A última hipótese levantada pelo especialista seria a falta de "capacidade técnica" do atirador ao não perceber que a arma não estava pronta para uso. Em pistolas, para que as munições do carregador fiquem prontas para o disparo, é preciso engatilhar, explicou.

"Para que a primeira munição entre na câmara e fique alinhada e pronta pra receber o comando dado pelo gatilho, você precisa engatilhar. Talvez ele não conheça o funcionamento da pistola e não tenha feito isso. Ou seja, a arma estava carregada mas não estava municiada. a munições permaneceram no carregador", disse Marques.

Esse procedimento não é visto, como no revólver, porque ocorre dentro da arma. "O equivalente ao engatilhamento da pistola em relação ao revólver é que você puxa o ferrolho dessa pistola fazendo com que ela entre num estágio que somente apertando o gatilho você vai acionar o mecanismo de disparo da arma. E se a munição estiver em boas condições, ela vai disparar", afirma Ivan Marques.

Como o atirador já chegou apertando o gatilho, ele já deveria ter feito esse processo antes. O especialista ressalta ainda que essas ou outras hipóteses só serão confirmadas após a perícia da pistola, feita pela polícia argentina.

Diferentemente do que disse o presidente Jair Bolsonaro (PL) nesta sexta-feira (2), políticos de esquerda se solidarizaram quando ele levou uma facada na campanha eleitoral em Juiz de Fora (MG), em setembro de 2018. Mais cedo, Bolsonaro afirmou que a "esquerda ficou calada" naquela época ao comentar e lamentar o ataque à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite de ontem.

Entre os políticos que se manifestaram em 2018 está Fernando Haddad (PT), então candidato à Presidência da República pelo PT e nome do partido ao governo paulista em 2022. "Repudio totalmente qualquer ato de violência e desejo pronto restabelecimento a Jair Bolsonaro", escreveu Haddad no Twitter cerca de 1h após o atentado.

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Guilherme Boulos (PSOL), outro candidato à época, que hoje disputa uma vaga à Câmara, também foi ao Twitter: "Soube agora do que ocorreu com Bolsonaro em Minas. A violência não se justifica, não pode tomar o lugar do debate político. Repudiamos toda e qualquer ação de ódio e cobramos investigação sobre o fato".

Ciro Gomes (PDT), também candidato à Presidência em 2018 e em 2022, escreveu há quatro anos: "Repudio a violência como linguagem política, solidarizo-me com meu opositor e exijo que as autoridades identifiquem e punam o ou os responsáveis por esta barbárie".

Gleisi Hoffmann, presidente do PT, disse à época, em vídeo compartilhado pela conta do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva: "Lamentável. Nenhum ato de violência pode ser admitido. A violência não é justificável. Na política temos que nos ater ao enfrentamento de ideias".

A ex-presidente Dilma Rousseff (PT), o senador Lindbergh Farias (PT) e a candidata Vera Lúcia (PSTU) também prestaram solidariedade.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lamentou o ataque sofrido pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, e afirmou que mandou "uma notinha", que ainda não foi divulgada nas redes sociais do mandatário até a publicação desta reportagem. Bolsonaro aproveitou para ironizar o ocorrido e falou que o atentado só não deu certo porque o suspeito "não sabia mexer com arma".

A declaração do chefe do Executivo aconteceu nesta sexta-feira (2), na feira agropecuária realizada em Esteio, Rio Grande do Sul. "Já mandei uma notinha. Eu lamento. Agora: quando eu tomei a facada, teve gente que vibrou por aí. Lamento. Já teve gente que tentou colocar na minha conta já esse problema. O agressor ali, ainda bem que não sabia mexer com arma. Se soubesse, teria sucesso no intento", disse o presidente aos repórteres presentes.

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Confira

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O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), utilizou o Twitter para falar sobre o atentado fracassado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, ocorrido na noite desta quinta-feira, dia 1º, em Buenos Aires. De acordo com a polícia local, o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou apertar o gatilho de uma arma, que teria falhado. Ele foi preso.

"Chocante a imagem da tentativa de assassinato da vice-presidente argentina, Cristina Kirchner. A violência na política é um atentado à integridade, à vida das pessoas e também à democracia. Toda minha solidariedade à vice-presidente, a seus familiares e ao povo argentino", escreveu o senador, que se juntou a outros políticos brasileiros que condenaram o fato ocorrido no pais vizinho.

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Candidatos à Presidência da República se manifestaram sobre a tentativa de homicídio sofrida pela vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira, 1º. O autor do atentado, identificado como um brasileiro de 35 anos, apontou uma arma para a cabeça da política e tentou atirar contra ela, segundo o jornal Clarín.

Um vídeo registra o momento do incidente, que ocorreu no bairro da Recoleta, em Buenos Aires. Relatos apontam que a arma não teria disparado. Até a publicação desta matéria, o presidente Jair Bolsonaro (PL) e o candidato Felipe D'Avila (Novo) ainda não haviam se manifestado publicamente sobre o caso.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chamou de fascista o homem que tentou atirar contra a argentina. O petista afirmou que o "ódio político" é uma ameaça à democracia na América Latina. "Que o autor sofra todas as consequências legais", publicou.

O candidato Ciro Gomes (PDT) prestou solidariedade a Cristina Kirchner e a chamou de "mulher guerreira". Ele, que se coloca como segunda opção de voto para Lula e Bolsonaro, escreveu: "Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio."

A candidata Simone Tebet (MDB) também condenou a violência política e pediu paz nas eleições brasileiras deste ano. "Violência política no Brasil, violência política na Argentina. É preciso dar um basta a tudo isso. As lideranças devem recriminar essas atitudes. Ainda bem que a arma falhou. Que tristeza! Reafirmo minha posição pela paz na política, pela paz nas eleições", publicou.

Soraya Thronicke (União Brasil) relembrou o episódio em que pediu, durante o debate na Band, que reforçassem sua segurança na campanha. "Não é exagero", disse, comentando o ataque a Cristina Kirchner.

O candidato Leonardo Pericles (UP) enquadrou o ocorrido como parte de uma "escalada fascista" e convocou os eleitores para se manifestarem no dia 7 de setembro, em oposição aos atos marcados por apoiadores do presidente Jair Bolsonaro.

A candidata Sofia Manzano (PCB) prestou "total solidariedade" à vice-presidente da Argentina.

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) manifestou solidariedade à vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, vítima de um atentado na noite desta quinta-feira, 1º, e disse que o "ódio político estimulado por alguns é uma ameaça à democracia" na América do Sul.

"Toda a minha solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa", escreveu Lula, no Twitter. "Que o autor sofra todas as consequências legais. Esta violência e ódio político que vêm sendo estimulados por alguns é uma ameaça à democracia na nossa região. Os democratas do mundo não tolerarão qualquer violência nas divergências políticas", complementou o petista.

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A polícia argentina prendeu um homem que tentou atirar nela. O jornal argentino Clarín identificou o responsável pelo ato como um brasileiro de 35 anos de idade. Segundo relatos da militância ao jornal La Nación e em um dos vídeos do momento, a arma chegou a ter o gatilho apertado, mas nenhum tiro foi disparado.

As tensões na Argentina cresceram desde o pedido da Promotoria da Argentina de 12 anos de prisão contra a atual vice-presidente por acusações de corrupção, no dia 23 deste mês. Apoiadores fizeram uma vigília na frente da residência de Kirchner para demonstrar apoio à mandatária.

Kirchner afirma que as acusações contra ela se tratam de perseguição judicial e acusa a promotoria e os juízes de atuarem juntos e ferirem os direitos de defesa.

O candidato a presidente da República pelo PDT, Ciro Gomes, usou o Twitter para comentar sobre a tentativa frustrada de atentado contra a vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, na noite desta quinta-feira, dia 1º. Segundo a polícia local, o brasileiro Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos, tentou apertar o gatilho de uma arma apontada para Cristina, que teria falhado. Ele foi preso.

"O atentado frustrado a Cristina Kirchner por pouco não transforma em chuva de sangue a nuvem de ódio que se espalha pelo nosso continente. Nossa solidariedade a esta mulher guerreira que com certeza não se intimidará. Para nós, fica a lição de onde pode chegar o radicalismo cego, e como polarizações odientas podem armar braços de loucos radicais ou de radicais loucos. Ainda há tempo de salvar o Brasil de uma grande tragédia gerada pelo ódio. Paz!"

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também se manifestou sobre o atentado. "Toda a minha solidariedade à companheira Cristina Kirchner, vítima de um fascista criminoso que não sabe respeitar divergências e a diversidade. A Cristina é uma mulher que merece o respeito de qualquer democrata no mundo. Graças a Deus ela escapou ilesa", escreveu Lula, no Twitter. "Que o autor sofra todas as consequências legais", completou Lula, também candidato ao Planalto neste ano.

O brasileiro que realizou o atentado com arma de fogo contra a vice-presidente argentina, Cristina Kirchner, na noite dessa quinta-feira (1º), foi identificado como Fernando Andrés Sabag Montiel, de 35 anos. Segundo a imprensa local, ele é motorista de aplicativo e já possui antecedente criminal no país. 

Cristina voltava para casa e atendia apoiadores quando foi surpreendida com uma pistola 3.8 a centímetros do seu rosto. A arma estava carregada, mas não funcionou mesmo com brasileiro puxando o gatilho. Na sequência ele fugiu, mas foi alcançado metros à frente por cinco pessoas e capturado pelas autoridades.  

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De acordo com o Clarín, Fernando nasceu em São Paulo e mora na Argentina desde 1993. No ano passado, ele foi processado por contravenção após policiais encontrarem uma faca de 35 centímetros em sua posse.

Na ocasião, o brasileiro dirigia sem a placa traseira, no bairro de La Paternal, e foi abordado. Ele informou que a placa havia caído dias antes por conta de um acidente e, ao descer do veículo, a faca caiu no chão. Fernando disse que usava a lâmina para se defender, mas não evitou que fosse autuado por porte de arma. 

O jornal La Nación encontrou o perfil nas redes sociais com o nome Fernando Salim Montiel e atribuiu ao estrangeiro. A conta segue diversos grupos radicais e propaga mensagens de ódio.

A Polícia Federal realiza, nesta segunda-feira (25), uma nova perícia em Adélio Bispo de Oliveira, o homem preso por ser o autor da facada no então presidenciável Jair Bolsonaro (PL), em setembro de 2018. A avaliação foi adiada no último dia 14 de junho, por falta de peritos disponíveis. O processo todo deve durar em torno de 10h, terminando por volta das 18h. 

A perícia deve determinar sobre a cessação ou permanência da periculosidade (avaliação de risco e perigo à sociedade), e pode resultar na liberdade dele. Pela Justiça, Adélio é considerado inimputável, ou seja, isento de pena em razão de uma doença. No caso de Adélio Bispo, a Justiça o concedeu, em 2019, o diagnóstico de transtorno delirante permanente paranoide, o que não o permite receber punição criminal.  

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Os profissionais irão responder quesitos apresentados pelo Ministério Público Federal (MPF) e pela Defensoria Pública da União (DPU), entre eles, se o quadro de saúde mental apresentado pelo paciente no exame pericial citado na sentença persiste. O laudo pericial deverá ser juntado em até 30 dias após a conclusão dos trabalhos. 

Absolvição imprópria 

A decisão foi tomada pelo juiz Bruno Savino, da 3ª Vara Federal de Juiz de Fora. Na ocasião, ele converteu a prisão preventiva em internação por tempo indeterminado. Pela determinação, o agressor deveria permanecer na Penitenciária Federal de Campo Grande. 

Na sentença, o juiz aplicou a figura jurídica da "absolvição imprópria", na qual uma pessoa não pode ser condenada. Como no caso de Adélio ficou constatado que ele é inimputável, não poderia ser punido por ter doença mental. 

"A internação deverá perdurar por prazo indeterminado e enquanto não for averiguada, mediante perícia médica, a cessação da periculosidade", determinou Savino. 

Uma nova perícia médica precisa ser feita três anos após a decisão para saber se o estado de saúde mental dele permanece o mesmo e se ele ainda representa um risco para a sociedade. 

 

Um tiroteio dentro de um condomínio de luxo em Boa Viagem, na Zona Sul do Recife, deixou dois mortos e dois feridos, na manhã desta sexta-feira (8). As vítimas fatais foram dois homens, incluindo o autor do crime, segundo informações preliminares. De acordo com a Secretaria de Saúde da capital (Sesau), as sobreviventes foram encaminhadas à uma unidade de saúde particular, no Centro do Recife.

O primeiro óbito, registrado ainda no local dos disparos, no Edifício Morada dos Navegantes, foi de um homem identificado como Emerson, de 55 anos. Ele havia tirado a própria vida com um disparo de arma de fogo, após atirar na ex-companheira, de 50 anos; na filha dela, de 20 anos; e no namorado da filha dela, de 25 anos. O rapaz foi a segunda vítima fatal do crime. Segundo relatos de vizinhos, a motivação do crime foi um conflito familiar, envolvendo a não aceitação do término de um relacionamento. 

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Identificado como Breno Felipe, o jovem morto chegou a ser socorrido com vida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu durante atendimento no Hospital da Restauração. Mãe e filha seguem em atendimento hospitalar, mas o estado de saúde delas não foi informado.

De acordo com a Sesau, foram enviadas ao local duas unidades de suporte básico (USB), duas de suporte avançado (USA), duas motolâncias e um veículo de intervenção rápida para atender quatro vítimas. Em nota, às 10h15 desta sexta-feira (8), a Polícia Civil informou “que as equipes estão em diligências no local e ainda não é possível passar mais informações”.

*Atualizado às 13h10

O massacre que deixou seis mortos em Highland Park, nos arredores de Chicago, foi o mais letal, mas não o único caso de violência armada durante os festejos da Independência dos EUA, em 4 de julho. Ao menos quatro casos considerados ataques a tiro em massa - quando um mínimo quatro pessoas ficam feridas em um único evento envolvendo armas de fogo - foram registradas na segunda-feira em diferentes partes do país.

A preocupação dos americanos com o que já é descrito como uma "epidemia de violência armada" alcançou níveis alarmantes em 2022. De acordo com o Gun Violence Archive, um projeto de rastreamento de crimes envolvendo armas de fogo no país, contabilizou 309 ataques a tiro em massa apenas neste ano - alguns deles com alta letalidade, como o recentemente registrado em uma escola primária em Uvalde, Texas.

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O tiroteio em Highland Park se destacou por seu tamanho (com dezenas de feridos), sua letalidade (pelo menos seis mortos) e sua localização, um subúrbio rico - onde a renda familiar média é de quase US$ 150 mil ao ano (cerca de R$ 805 mil) e mais de 80% da população é branca, com uma grande comunidade judaica. Mas a falta de padrão dos ataques a tiros em massa mostra que a violência armada em uma nação com mais armas de fogo do que pessoas é quase onipresente.

Doze horas antes do atirador abrir fogo contra o desfile patriótico em Highland Park, cinco pessoas ficaram feridas em um tiroteio por volta da meia-noite em Parkway Gardens, um complexo habitacional no bairro de Greater Grand Crossing, na zona sul de Chicago, onde a renda familiar média é inferior a US$ 30 mil (R$ 161 mil) e mais de 90% da população é negra. As cinco vítimas, todas do sexo masculino de 17 a 30 anos, foram transportadas para hospitais locais, de acordo com o Departamento de Polícia de Chicago. Nenhuma prisão foi feita e o autor não foi identificado, disse a polícia.

Ainda na segunda-feira, quatro pessoas ficaram feridas em um tiroteio em Kansas City, no Estado do Missouri, e seis ficaram feridas em um outro caso envolvendo armas de fogo em Richmond, Virgínia. Antes disso, no fim de semana que antecedeu o feriado, houve ataques a tiros em massa em ao menos seis outras cidades, incluindo Nova York.

De acordo com um levantamento da NBC em Chicago, durante o fim de semana que antecedeu o 4 de julho - quando festas pelo feriado de independência já costumam acontecer - pelo menos 57 pessoas foram baleadas na cidade, com nove delas indo à óbito. Os números foram divulgados na manhã de segunda-feira, e não contabilizaram os dados de Highland Park.

Na Filadélfia, as vítimas foram dois policiais, baleados perto do Museu de Arte. Ambos os policiais foram transportados para o Hospital Universitário de Jefferson e estão em condição estável, de acordo com os responsáveis pela comunicação do hospital

Medo e pânico

O cenário de incerteza e insegurança provoca uma espécie de reação em cadeia do medo, mesmo quando a ameaça não é real. Em diversas celebrações do 4 de julho pelos EUA, cenas caóticas de correria e empurra-empurra foram registradas quando os sons de fogos de artifício foram confundidos com tiros.

Em um show de fogos de artifício no centro de Orlando, as pessoas fugiram enquanto estouros altos ecoavam por toda a área. Algumas pessoas pularam em um lago próximo, disse uma testemunha ocular a um canal de notícias local, enquanto a polícia confirmou que outros sofreram ferimentos leves durante a confusão. Segundo as autoridades, os barulhos altos ouvidos era fogos de artifício.

Em Harrisburg, o som de fogos de artifício foi apontado como provável causa do pânico entre centenas de pessoas, segundo a polícia. Em Washington, dois barulhos altos perto da 11ª Avenida e da Pennsylvania Avenue levaram as pessoas próximas a fugir em direção ao National Mall. As autoridades no local confirmaram que os sons eram de fogos de artifício e disseram que os ruídos provavelmente desencadearam o alarme.

Na Filadélfia, o som de tiros fez uma multidão fugir de um evento perto do centro da cidade. Vídeos que circulam nas mídias sociais mostraram algumas tentativas de escalar barreiras de segurança enquanto uma queima de fogos de artifício explodia em segundo plano.

"É devastador que uma celebração da América tenha sido destruída por nossa praga exclusivamente americana", disse o governador democrata de Illinois, J.B. Pritzker, na segunda-feira.

"Enquanto celebramos o 4 de julho apenas uma vez por ano, os tiroteios em massa se tornaram nossa tradição semanal - sim semanal - americana." (COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS)

Um juiz dos Estados Unidos concedeu liberdade incondicional nesta quarta-feira (1º) a John Hinckley, o homem que tentou assassinar o ex-presidente americano Ronald Reagan em 1981, seis anos depois que ele foi liberado de um hospital psiquiátrico.

O tribunal decidiu que, após décadas de tratamento e exames psiquiátricos, Hinckley não é mais uma ameaça e as condições impostas a ele após sua libertação serão suspensas em 15 de junho.

Hinckley, 67, atirou em Reagan e em três outras pessoas com um revólver do lado de fora de um hotel em Washington em 30 de março de 1981, alegando que o fez porque queria impressionar a atriz Jodie Foster, por quem ficou obcecado depois de ver o filme "Taxi Driver: Motorista de Táxi".

Todas as quatro vítimas do ataque sobreviveram, embora o secretário de imprensa de Reagan, James Brady, tenha ficado parcialmente paralisado e confinado a uma cadeira de rodas.

No julgamento em 1982, Hinckley foi considerado inocente com base em sua condição psicológica e enviado para o Hospital St. Elizabeths, uma instituição psiquiátrica de Washington, onde passou 34 anos.

Em setembro de 2016, ele foi libertado, mas forçado a morar com sua mãe idosa em um condomínio fechado em Williamsburg, Virgínia, sob uma longa lista de restrições, incluindo monitorar seus movimentos e seus dispositivos eletrônicos e contas online.

Ele também foi proibido de entrar em contato com Foster ou viajar para qualquer área onde um atual ou ex-presidente, vice-presidente ou membro do Congresso pudesse estar presente.

Hinckley também não podia falar com a mídia ou postar suas memórias na internet, ou exibi-las pessoalmente sem autorização.

Um relatório do governo sobre Hinckley apresentado ao tribunal em 19 de maio disse que seu estado mental "permaneceu estável" e que sua doença psiquiátrica estava em "remissão completa e sustentada há décadas".

"Ele não relatou ou exibiu quaisquer sintomas psiquiátricos consistentes com humor, ansiedade ou transtorno psicótico", segundo o relatório.

Uma semana depois do tiroteio em uma escola de Uvalde que provocou grande comoção nos Estados Unidos, a pequena cidade do Texas enterra nesta terça-feira (31) as primeiras vítimas do massacre, um dos mais violentos dos últimos anos.

Os funerais das 19 crianças e duas professoras mortas em 24 de maio pelos tiros de Salvador Ramos, de 18 anos, prosseguirão até meados de junho.

Uma das primeiras cerimônias, às 14h locais (16h de Brasília), será a de Amerie Jo Garza, uma menina que acabara de completar 10 anos quando foi assassinada.

Esta "pequena diva curiosa que 'odiava vestidos' e tinha um grande coração" sonhava em virar professora de arte, escreveu a família no obituário.

Na segunda-feira, parentes e anônimos prestaram uma homenagem diante de seu caixão, em uma funerária que fica diante da escola onde aconteceu o massacre.

O funeral de outra vítima, Maite Rodriguez, de 10 anos, acontecerá às 19h locais (21h de Brasília). A menina, que sonhava em ser bióloga marinha, era "carinhosa, carismática, amorosa", escreveu sua mãe, Ana Rodriguez, no Facebook. "E, acima de tudo, era minha melhor amiga".

"Este pesadelo horrível e sem sentido, do qual não consigo acordar, destruiu absolutamente minha vida e meu coração", acrescentou.

Além do luto, os habitantes de Uvalde, assim como muitos americanos, expressaram nos últimos dias raiva e incompreensão com a demora da intervenção da polícia, o que levou as autoridades a pedir desculpas.

Dezenove policiais permaneceram no corredor da escola do ensino fundamental Robb sem intervir por quase 45 minutos, enquanto Salvador Ramos estava trancado em uma sala de aula com alunos.

Quando entrou no local, a polícia matou o jovem armado.

A tragédia, como as anteriores, provocou uma onda de pedidos por regras mais severas para o acesso a armamento, em um país com mais armas que habitantes e que registra regularmente tiroteios fatais.

O presidente Joe Biden visitou a escola de Uvalde no domingo e ouviu os apelos de vários moradores: "Faça algo!"

O presidente "deve aprovar leis para que possamos proteger as crianças das AR-15", afirmou Robert Robles, de 73 anos, ao mencionar a arma semiautomática usada na escola Robb.

Ricardo García, de 47 anos e que trabalhava no hospital de Uvalde no dia do massacre, contou que "não consegue tirar da cabeça o choro das mães quando recebiam a notícia fatal".

"É necessário de parar de vender armas, ponto", completou.

- "Seguir pressionando" -

Na segunda-feira, Biden prometeu "seguir pressionando" por uma regulamentação mais severa das armas de fogo.

"Não faz sentido poder comprar algo que dispara até 300 tiros", disse.

"Acredito que as coisas ficaram tão graves que deixa todo mundo mais racional sobre o tema", disse o presidente democrata, após um fim de semana marcado por uma série de tiroteios que deixaram vários mortos e dezenas de feridos, tragédias que se tornaram recorrentes nos Estados Unidos.

Mas passar das palavras aos atos será difícil. A pequena maioria dos democratas no Congresso não permite aprovar de modo solitário este tipo de legislação.

Qualquer projeto de lei sobre o assunto precisa de maioria qualificada no Senado, e para isso é necessária a aprovação dos republicanos, ou pelo menos de uma parte deles, tradicionalmente menos inclinados a legislar sobre o tema.

O prefeito da cidade paraguaia de Pedro Juan Caballero, José Carlos Acevedo, de 53 anos, sofreu um atentado a tiros quando saía da prefeitura na tarde desta terça-feira, 17. Acevedo foi levado em estado grave para um hospital da cidade, que é vizinha a Ponta Porã (MS), região de fronteira com o Brasil. O político foi atingido por três tiros de pistola 9 mm. O atirador fugiu a pé. Policiais e membros do Ministério Público do Paraguai foram ao local e investigam o caso. Até o fim da tarde, não havia informação sobre o estado de saúde do gestor.

De acordo com as primeiras informações, Acevedo tinha participado de uma reunião na prefeitura e deixou o prédio para se dirigir ao Palácio da Justiça, que fica próximo. Ele estava desacompanhado de seguranças e conversava com um jornalista quando foi surpreendido pelo atirador. A polícia paraguaia requisitou imagens de duas câmeras localizadas próximas do local do atentado.

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Empresário, José Carlos Acevedo cumpre o segundo mandato consecutivo, após ser reeleito nas eleições de outubro do ano passado.

O prefeito é irmão do governador de Amambay, Ronald Acevedo, que teve uma filha assassinada junto com duas estudantes de medicina brasileiras na chacina de outubro de 2021, quando quatro pessoas foram mortas com mais de 100 tiros. Na época, José Carlos acusou a polícia paraguaia de estar retardando as investigações e encobrindo o mandante do crime. Essa região da fronteira entre Brasil e Paraguai vive um clima de extrema violência desde que facções criminosas brasileiras passaram a disputar as rotas do tráfico de armas e drogas.

Pouco antes do atentado contra o prefeito, dois homens foram executados em um posto de combustível, na linha internacional que separa as cidades de Pedro Juan Caballero e Ponta Porã. As vítimas estavam em um carro quando um pistoleiro desceu de uma moto e fez os disparos. Os dois homens, identificados como Denis Gabriel Pereira, de 33 anos, e Luis Enrique Arguello Meza, de 27, foram atingidos por vários disparos e morreram no interior do automóvel. Eles tinham passagens por homicídio e tentativa de homicídio. A polícia vai analisar imagens de câmeras de segurança.

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