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Ex-líder do governo na Câmara, a deputada federal Joice Hasselmann (PSL-SP) disse nesta quinta-feira (1º) que o procurador-geral da República, Augusto Aras, é um capacho do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), que faz interferências em diferentes setores para criar uma "blindagem". A parlamentar também diz que, a partir dessa movimentação, o presidente paga um "aluguel caríssimo" para se manter no poder. As declarações foram feitas em entrevista ao UOL, na qual a deputada também comentou a sua participação no "superpedido" de impeachment nessa quarta (30), junto ao centrão e à esquerda.

“Por que as coisas não explodem? Porque o Bolsonaro aparelhou tudo. Ele colocou um PGR que é um capacho dele. Ele está blindado. No Supremo [Tribunal Federal], ele deu uma ajeitada em parte. Na polícia federal ele interferiu, fez uma intervenção direta que gerou a saída do Moro. Então, ele pegou o estado brasileiro e criou instituições para chamar de suas. O que é algo absolutamente grave. Essa blindagem e dinheiro que ele jorra dentro do Congresso e jorra debaixo do nariz de todo mundo, para senador e para deputado é o que mantém o presidente hoje no poder. Ele paga aluguel e um aluguel caríssimo para se manter dentro do poder”, afirma a ex-bolsonarista.

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Joice Hasselmann comentou a transição do governo e sua permanência como governista até a aprovação da reforma da previdência. Segundo a oposicionista, muitas pessoas de dentro do governo viram as bandeiras base sendo retiradas, em principal a bandeira anticorrupção, grande mote da campanha de Jair Bolsonaro que o levou à vitória em 2018.

“Eu saí com o barco lá em cima, mas tem gente que vai sair com o barco afundando. Aquelas promessas todas eram mentiras e a corrupção era latente, está latente dentro do governo. O escândalo da vacina vai dar cadeia e também para gente ligada diretamente ao Palácio do Planalto. O atual presidente tem a mania de colocar sempre o problema em alguém. A culpa é sempre de alguém, nunca dele. Ele treina o cachorro para morder, adestra e manda o cachorro morder, mas daí ele diz: ‘não, a culpa é do cachorro’. Mas o dono do cachorro também tem culpa. O Bolsonaro é o dono do esquema, e o Flávio é o sócio”, continuou a deputada.

Após relatar Bolsonaro como mandatário e seu filho como sócio de esquemas supostamente ilegais, Joice diz não achar normal o alto custo de vida de Flávio Bolsonaro, insinuando que o benefício próprio através do dinheiro público é algo “escancarado” pela família.

"Eu percebi que figuras do autoexecutivo do meu partido fazem negócio com Flávio Bolsonaro. Ai o cabra [Flávio] compra uma casa de R$ 6 milhões em Brasília. E, veja, ele não compra uma casa de R$ 6 milhões usando o salário de senador. Eu sei quanto ganha um senador e um deputado. Agora você soma: duas filhas na escola, mulher, soma tudo que você tem de despesa e ele vive muito bem e você vai ver que não sobrou um centavo e está faltando dinheiro. Eles não escondem. É debaixo do nariz de todo mundo. Está na cara que é esquema e que é roubo", afirmou.

Segundo Joice, ela sempre soube que o presidente era um "tosco", mas acreditava que ele fosse honesto e por isso prestou apoio ao mandatário anteriormente como líder do governo na Câmara entre fevereiro e outubro de 2019. A parlamentar ainda disse que Bolsonaro é "ladrão", assim como o ex-presidente Luis Inácio Lula da Silva (PT).

"Eu sempre soube que o Bolsonaro era tosco. Burrão mesmo. Eu dizia isso para ele. Eu acreditava que ele fosse honesto. Um burro honesto, um estúpido honesto você resolve com pessoas qualificadas em volta. Sempre foi um ogro, mas que se apresentava como um ogro honesto. Quando eu vi que ele era desonesto, ai acabou. Eu não tinha onde me agarrar mais. Como é que eu vou me agarrar? O 'cabra' é grosso, mal-educado, machista, cavalo mesmo, ele não respeita os outros, mas é desonesto, é ladrão. Mas ele não roubou como o Lula? Amigo, roubar é roubar”, concluiu.

Eleições de 2022

A parlamentar discorda da narrativa de que Bolsonaro representa a direita. Joice ainda aproveitou para explicar porque estava ontem (30) ao lado de petistas e partidos de esquerda durante a entrega do "superpedido" de impeachment de Bolsonaro. Segundo ela, o encontro aconteceu única e exclusivamente porque concorda, assim como os outros partidos, com a saída do mandatário do poder. "Eu sou contra o Lula, vou continuar sendo contra o Lula. Eu sou nem-nem. Nem lula, nem Bolsonaro.".

Joice apontou a necessidade de a direita se organizar para poder concorrer nas eleições presidenciais de 2022. "E a direita precisa se organizar e entender que existe uma direita estúpida, radical, burra, extrema. Tudo que é extremo é burro, do mesmo jeito que a extrema-esquerda é burra porque coloca ideologias acima de qualquer coisa. O que nós temos que fazer é organizar essa direita centrada, que consiga pegar pessoas que realmente queiram o combate à corrupção e pessoas da direita até o centro-esquerda [para concorrer nas eleições]”.

O ministro do Supremo Tribunal Federal, Marco Aurélio Mello, teceu críticas sobre a condução da comunicação no governo de Jair Bolsonaro (sem partido). Para o magistrado, a gestão bolsonarista possui ruídos e o presidente da República cria “crises desnecessárias” e “lança presunções que não se confirmam”, se referindo a declarações precipitadas que nem sempre são baseadas em fatos. As declarações foram feitas durante entrevista nesta terça-feira (29) ao GloboNews.

"Nós aprendemos que o exemplo vem de cima, e o presidente deve buscar a segurança jurídica. Não pode estar sugerindo que há um cenário de possibilidade de fraude [nas urnas eletrônicas], não se avança culturalmente assim. O presidente é dado a esses arroubos de retórica e a lançar presunções que não se confirmam com a realidade", disse Marco Aurélio, ao comentar a fala de Bolsonaro sobre uma eventual "convulsão social" caso o ex-presidente Lula vença o pleito eleitoral de 2022.

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O futuro ex-ministro, que se aposenta no próximo dia 12 de julho, também afirmou que o presidente Bolsonaro é afeito a criar crises desnecessárias. Segundo Marco Aurélio Mello, essa é uma estratégia que Bolsonaro sabe contornar bem. "Ele [Bolsonaro] com esses arroubos de retórica acaba criando desnecessariamente crises e nada de braçada nessas crises. O sucesso dele se faz nas crises. Não é bom, nem o que se espera de um presidente da República. Pelo contrário, deveria servir de modelo para os cidadãos em geral", criticou o ministro.

Apesar das críticas à postura de Bolsonaro, Marco Aurélio Mello disse não acreditar em um possível "golpe", "mesmo com essa postura do presidente da República". O ministro do STF afirmou que é necessário apoio popular para um eventual golpe, o que não se vê no momento. "Muitos não votaram pela figura em si, ou pelo seu desempenho em cargos públicos, mas sim para não ter o PT de volta", afirmou sobre a vitória de Bolsonaro nas eleições presidenciais de 2018.

Na mesma ocasião, o decano aproveitou para alfinetar o Procurador-Geral da República Augusto Aras, a quem acredita que o papel deveria ser de “oposição”.

"O que se aguarda do PGR é uma atuação opositante. Ninguém pode exercer o mandato pensando em recondução. Nós sempre esperamos que um titular da PGR cumpra o dever. Vamos aguardar para ver o que ocorrerá em agosto, se haverá recondução", analisou o ministro.

O deputado federal Túlio Gadêlha (PDT-PE), entrou com uma representação na Procuradoria Geral de República (PGR). Ele pede a instauração de medida cautelar de inquérito com o intuito de reter o passaporte do ex-ministro do Meio Ambiente, exonerado nesta quarta-feira (23), Ricardo Salles.

O objetivo da ação, de acordo com Gadêlha, é impedir uma possível “fuga” do ex-ministro para outro país, já que ele está sendo investigado pela Polícia Federal (PF) por suposto envolvimento com esquemas de extração e exportação de madeira da Amazônia brasileira. "Salles foi o grande símbolo do governo Bolsonaro do extermínio dos nossos biomas, do desmatamento da Amazônia e dos seus pactos com o setor do agronegócio, grileiros e garimpeiros”, ressaltou o pedetista.

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No documento enviado ao Procurador Geral da República, Augusto Aras, Túlio Gadêlha afirmou ainda que Ricardo Salles “tem empreendido esforços com o objetivo de atrapalhar medidas de fiscalização ambiental”, especificamente os relacionados à “Operação Handroanthus”, da PF, que foi responsável pela apreensão recorde de aproximadamente 200.000 m³ de madeira em toras extraídas ilegalmente por organizações criminosas.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, está avaliando se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime ao incentivar que seus apoiadores invadissem hospitais públicos para verificar o nível de ocupação dos leitos.

Ao todo, a PGR já abriu nove apurações contra o chefe do Executivo. Em uma delas, o órgão analisa a responsabilidade de Bolsonaro no colapso do sistema de Saúde no Amazonas e também no Pará. A informação foi veiculada pelo jornal Folha de S.Paulo.

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Entre as demais investigações em curso estão situações em que o presidente desrespeitou medidas preventivas de enfrentamento à COVID-19.

Em uma delas, Bolsonaro tirou a máscara em uma conversa com jornalistas no Palácio da Alvorada quando havia testado positivo para o coronavírus. Em outro momento, ainda com a doença, ele foi visto próximo a funcionários da limpeza no Alvorada sem a proteção facial.

Os incentivos a aglomerações também estão entre as acusações contra o presidente.

Nas últimas semanas, Augusto Aras tem sido pressionado a agir, tanto por parlamentares, como por ministros do Judiciário e membros do Ministério Público Federal (MPF). O mandato do procurador-geral se encerra no mês de setembro, mas ele poderá ser reconduzido ao posto por mais dois anos.

Mesmo fora da lista tríplice dos mais votados em processo interno do MPF, Aras foi escolhido para o cargo por Bolsonaro em 2019.

Da Sputnik Brasil

Como anunciado em dezembro de 2020 pelo procurador-geral da República, Augusto Aras, chegou ao fim neste mês o prazo para integração da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba ao Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) instituído no Ministério Público Federal do Paraná.

Desde o dia 1º de fevereiro, a força-tarefa paranaense deixou de existir oficialmente, após quase sete anos de trabalho e 79 operações. Quatro de seus membros seguirão no Gaeco, com mandatos até agosto de 2022, para garantir a continuidade das investigações em curso. A equipe é composta ainda por mais cinco procuradores.

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Veja a composição do Gaeco no Paraná:

- Alessandro José Fernandes de Oliveira

- Daniel Holzmann Coimbra

- Henrique Gentil Oliveira

- Henrique Hahn Martins de Menezes

- Laura Gonçalves Tessler

- Lucas Bertinato Maron

- Luciana de Miguel Cardoso Bogo

- Raphael Otavio Bueno Santos

- Roberson Henrique Pozzobon.

Dados e números

Desde 2014, a Lava Jato abriu 79 fases e condenou 174 pessoas. Entre elas, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha e o ex-governador do Rio Sérgio Cabral - além de diversos atores políticos das últimas décadas como José Dirceu e Antônio Palocci. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), R$ 4,3 bilhões foram devolvidos aos cofres públicos por meio de acordos de colaboração premiada e de leniência.

Após o procurador-geral da República, Augusto Aras, citar a possibilidade do decreto do estado de defesa no Brasil, a campanha #EstadoDeDefesaJa apareceu como o assunto mais citado do Twitter, na manhã desta quinta-feira (21). A hashtag pede a adoção de medidas coercitivas extraordinárias, que reduzem direitos da população.

De acordo com o art. 136 da Constituição, o Estado de Defesa restringe reuniões de pessoas, sigilo de correspondência e da comunicação telegráfica e telefônica, acaba com a exigência do flagrante para uma prisão. A decisão tem como justificativa "preservar ou prontamente restabelecer, em locais restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçadas por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por calamidades de grandes proporções na natureza".

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A possibilidade da sua institucionalização foi estimulada por Aras, que considerou o uso da lei para preservar a estabilidade institucional em tempo de 'temperança e prudência'. Para ser decretada, deve haver uma conversa prévia entre os conselhos da República e da Defesa Nacional, formados pelo vice Hamilton Mourão (PTB), chefes das Forças Armadas, presidentes da Câmara, do Senado, líderes do Congresso, entre outros.

No Twitter, comentários apoiaram que o estado excepcional seja decretado, "Use a bic, @jairbolsonaro. O povo está contigo!; Aras falou e o povo apoia!"; "Se não tirar os agentes chineses e globalistas do Estado não vai sobrar país para salvar daqui 2 anos"; "Se o Presidente Bolsonaro não decretar #EstadoDeDefesaJa perderá a oportunidade que Trump perdeu de prender fraudadores, que culminou em roubos na eleição"; "Se tem meios legais de se livrar de quem destrói o país, tem de usar. E não esperar para sermos engolidos pelos trevosos", escreveram usuários.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, testou positivo para a covid-19. O resultado do exame saiu nesta quinta-feira, 17. Em nota, a Procuradoria Geral da República (PGR) informou que Aras "passa bem e está em isolamento, despachando remotamente".

Com o procurador, ao menos seis autoridades que estiveram presentes na posse de Luiz Fux como presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo o ministro, foram diagnosticados com o novo coronavírus.

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Na quarta-feira, 16, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciou estar com a doença. Na segunda-feira, Fux divulgou que havia testado positivo para o vírus.

Os ministros Luís Felipe Salomão e Antonio Saldanha Palheiro, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), além da ministra Maria Cristina Pedruzzi, do Tribunal Superior do Trabalho, também foram diagnosticados com a covid-19 depois do evento de posse, ocorrido na semana passada.

Todos os dias o cidadão brasileiro acompanha pela imprensa a publicação de reportagens sobre as atividades desempenhadas pela Procuradoria-Geral da República (PGR) e a Advocacia-Geral da União (AGU). Algumas pessoas chegam a confundir as atribuições dos dois órgãos, que têm funções diferentes. A procuradoria é o principal órgão do Ministério Público brasileiro e a AGU pertence ao Poder Executivo federal. 

A AGU foi criada pela Constituição de 1988 como um dos órgãos essenciais para o funcionamento da Judiciário. Ela representa o governo federal na Justiça e na esfera administrativa, além de prestar consultoria e assessoramento jurídico ao presidente da República.

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Embora os representantes legais da AGU também sejam chamados de procuradores, a atividade desses profissionais não tem relação com o trabalho dos procuradores do Ministério Público. Os procuradores do órgão atuam em favor da União em matérias tributárias, nas autarquias e fundações e no Banco Central. 

A advocacia pública também não se confunde com o trabalho da Defensoria Pública, que atua em favor de quem não pode pagar pelos serviços de advogados particulares.

No entanto, a AGU atua indiretamente a favor do cidadão, defendendo na Justiça ações para garantir a continuidade de políticas públicas nas áreas da saúde, educação e na manutenção de programas sociais. 

Na última semana, por exemplo, o órgão garantiu a continuidade do pagamento de auxílio aos afetados pelo rompimento da Barragem do Fundão em Mariana (MG), em 2015. 

O advogado-geral da União, chefe do órgão, é nomeado pelo presidente da República. Atualmente, quem ocupa o cargo é José Levi do Amaral Júnior. 

PGR

A Procuradoria-Geral da Republica é o principal órgão de cúpula do Ministério Público brasileiro, composto pelas esferas estadual, federal, militar e do trabalho. A instituição tem a função constitucional de defender os direitos sociais e individuais, a ordem jurídica e o regime democrático do país. 

A PGR atua somente no Superior Tribunal de Justiça (STJ) e no Supremo Tribunal Federal (STF), nas áreas criminal, ambiental e cível, entre outras. 

Na parte criminal, por exemplo, a PGR pode abrir inquérito contra investigados no STF e no STJ, pedir prisões e quebras de sigilo telefônico, além de denunciar os acusados aos tribunais. 

O atual chefe da PGR é Augusto Aras. A investidura no cargo é feita a partir da nomeação pelo presidente da República e deve contar com a aprovação do plenário do Senado. 

Após críticas contundentes do procurador-geral da República, Augusto Aras, à Operação Lava Jato, membros da força-tarefa no Paraná reagiram com uma nota de repúdio ao que chamaram de 'ataques genéricos', 'declarações infundadas' e 'ilações'.

A manifestação, divulgada nesta quarta-feira (29), rebate pontos levantados pelo chefe do Ministério Público Federal (MPF) em transmissão ao vivo na noite de ontem. Na live, Aras criticou a falta de transparência na base de dados conservada pela Lava Jato e chegou a dizer que é necessário corrigir desvios e superar o chamado 'lavajatismo'.

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"Devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente, desenvolvido de modo coordenado em diferentes instâncias e instituições", diz o texto assinado pelo Ministério Público Federal no Paraná.

Procuradores federais e a cúpula da PGR entraram em choque após Aras determinar diligência para o compartilhamento de informações da Lava Jato no Paraná, em São Paulo e no Rio. Na transmissão do vivo desta terça, 28, Augusto Aras chegou a dizer que o pedido é resultado da busca por unidade e transparência no Ministério Público Federal. O procurador-geral também levantou suspeitas sobre o volume de dados conservado pela força-tarefa e sobre os critérios usados para obtê-los.

Em resposta, a Lava Jato diz que a extensão da base de dados revela a 'amplitude' do trabalho realizado na operação, 'sempre em estrita observância às formalidades legais'.

A nota também nega a existência de documentos ocultos cuja descoberta, segundo Aras, levou o MPF a mudar regras de acesso a processos disponíveis no sistema eletrônico interno da instituição.

"A ilação de que há "caixas de segredos" no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias. Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias", rebate a nota.

Em movimento semelhante, a Procuradoria da República em São Paulo também divulgou nota para negar irregularidades na distribuição de processos aos membros do Ministério Público Federal no Estado. Aras chegou a denunciar supostos casos de escolhas de casos pela força-tarefa paulista com base em 'juízos de valores ideológicos'.

"A distribuição dos processos é realizada nos estritos termos da portaria PGR nº 23/2020. Segue exatamente os mesmos critérios adotados para qualquer feito que dê entrada na Procuradoria da República em São Paulo: verificação de processos correlatos, análise de conexão, continência, prevenção, sempre com a observância dos normativos internos da unidade, dos termos da portaria do Procurador-Geral da República e das disposições do Código de Processo Penal", diz a manifestação.

LEIA ABAIXO A ÍNTEGRA DAS NOTAS

Ministério Público Federal no Paraná:

Os procuradores da República integrantes da força-tarefa constituída pelo Ministério Público Federal para atuar na operação Lava Jato repudiam as declarações infundadas lançadas em "live" realizada na noite de 28 de julho de 2020, com a participação do Procurador-Geral da República e advogados que patrocinam a defesa de influentes políticos e empresários investigados ou condenados na operação Lava Jato.

1. Devem ser refutados os ataques genéricos e infundados às atividades de procuradores da República e as tentativas de interferir no seu trabalho independente, desenvolvido de modo coordenado em diferentes instâncias e instituições. A independência funcional dos membros do Ministério Público transcende casos individuais e é uma garantia constitucional da sociedade brasileira de que o serviço prestado se guiará pelo interesse público, livre da interferência de interesses diversos por mais influentes que sejam.

2. A ilação de que há "caixas de segredos" no trabalho dos procuradores da República é falsa, assim como a alegação de que haveria milhares de documentos ocultos. Não há na força-tarefa documentos secretos ou insindicáveis das Corregedorias. Os documentos estão registrados nos sistemas eletrônicos da Justiça Federal ou do Ministério Público Federal e podem ser acessados em correições ordinárias e extraordinárias. As investigações e processos são ainda avaliados pelas Corregedorias e pelo Poder Judiciário, pelos advogados de investigados e réus e pela sociedade.

3. A extensão da base de dados só revela a amplitude do trabalho até hoje realizado na operação Lava Jato e a necessidade de uma estrutura compatível. Ao longo de mais de setenta fases ostensivas e seis anos de investigação foi colhida grande quantidade de mídias de dados - como discos rígidos, smartphones e pendrives - sempre em estrita observância às formalidades legais, vinculada a procedimentos específicos devidamente instaurados. Para que se tenha ideia, por vezes apenas um computador pessoal apreendido possui mais de 1 terabyte de informações.

4. É falsa a suposição de que 38 mil pessoas foram escolhidas pela força-tarefa para serem investigadas, pois esse é o número de pessoas físicas e jurídicas mencionadas em Relatórios de Inteligência Financeira encaminhados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) ao Ministério Público Federal, a partir do exercício regular do seu trabalho de supervisão de atividades suspeitas de lavagem de dinheiro.

5. Investigações de crimes graves que envolvem políticos e grandes empresários desagradam, por evidente, parcela influente de nossa sociedade, que lança mão de todos os meios para desacreditar o trabalho até então realizado com sucesso. Nesse contexto, é essencial que as Instituições garantam a independência funcional dos membros do Ministério Público, conforme lhes foi assegurado pela Constituição de 1988.

Procuradoria Geral da República no Estado de São Paulo:

A força-tarefa da operação Lava Jato (FTLJ-SP) no Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo, sobre as declarações do senhor. Procurador-Geral da República em live transmitida ontem, 28 de julho, na qual afirmou a falta de lisura na distribuição dos processos, vem a público divulgar a íntegra das informações prestadas em 27 de julho ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sobre o assunto, em pedido de providências formulado por procurador da República.

A distribuição dos processos é realizada nos estritos termos da portaria PGR nº 23/2020. Segue exatamente os mesmos critérios adotados para qualquer feito que dê entrada na Procuradoria da República em São Paulo: verificação de processos correlatos, análise de conexão, continência, prevenção, sempre com a observância dos normativos internos da unidade, dos termos da portaria do Procurador-Geral da República e das disposições do Código de Processo Penal.

A Corregedoria-Geral do Ministério Público Federal realizou, no primeiro semestre de 2019, uma correição ordinária em todos os feitos judiciais e extrajudiciais da FTLJ-SP. Em janeiro de 2020, realizou uma correição extraordinária nas 23 forças-tarefa existentes no MPF, incluindo a FTLJ-SP, que prestou à sra. Corregedora-Geral do MPF todas as informações solicitadas. Em ambas as correições, nenhuma irregularidade foi encontrada.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que o presidente Jair Bolsonaro possa escolher a forma como prefere depor no inquérito que apura interferência na Polícia Federal. Em parecer enviado à Corte, Aras diz que o presidente tem o direito de optar por enviar uma manifestação por escrito, ir pessoalmente ou mesmo ficar em silêncio. A consulta a Aras foi feita pelo relator do caso, o decano Celso de Mello, que decidirá como Bolsonaro será ouvido no processo.

Na manifestação, Aras cita um precedente no Supremo, quando o ministro Luís Roberto Barroso autorizou depoimento por escrito do então presidente Michel Temer em outro caso.

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Bolsonaro é suspeito de interferência indevida na PF. A investigação foi aberta a partir de afirmações do ex-ministro da Justiça Sérgio Moro, que deixou o governo após o presidente demitir o então diretor-geral da Polícia Federal, Maurício Valeixo, seu indicado.

A lei permite que o presidente da República preste testemunho por escrito, em casos nos quais não é investigado, mas não cita como deve ser tomado um depoimento se ele for o alvo da investigação. "Dada a estatura constitucional da Presidência da República e a envergadura das relevantes atribuições atinentes ao cargo, há de ser aplicada a mesma regra em qualquer fase da investigação ou do processo penal", disse Aras, ao justificar o depoimento por escrito.

A apuração sobre desvio de finalidade do presidente foi prorrogada nesta quarta-feira, 1º, por mais 30 dias. O depoimento de Bolsonaro é uma das medidas que ainda faltam ser cumpridas na investigação.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, informou ao Supremo Tribunal Federal (STF), na última quarta-feira (24), que determinou a abertura de uma apuração preliminar para a verificação da conduta do ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, na publicação da “nota à nação brasileira”.

A nota foi divulgada por Heleno em 22 de maio, onde ele diz que a eventual apreensão de celular de Bolsonaro seria “inconcebível” e que poderia ter “consequências imprevisíveis” para estabilidade do país.

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O texto assinado pelo ministro foi uma reação a decisão do ministro Celso de Mello, do STF, no inquérito que investiga a interferência do presidente Jair Bolsonaro na Polícia Federal.

Augusto Aras informou que irá analisar a carta do general Heleno e, caso sejam identificados “indícios mais robustos de possível prática de ilícitos”, será solicitada a abertura de um inquérito criminal no STF.

A “nota à nação brasileira” foi compartilhada através das redes sociais de Heleno, que teve a publicação retuitada por Jair Bolsonaro. Após as reações e críticas argumentando que houve ameaça a membros do judiciário, Heleno afirmou que o texto foi distorcido e que se tratava apenas de uma nota genérica e neutra.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, determinou a abertura de uma investigação para apurar e punir as invasões a hospitais e outras unidades de saúde por políticos e militantes promovendo desordem, ameaças e danos ao patrimônio durante a pandemia de Covid-19. A informação é da revista Veja. 

“Conforme amplamente divulgado nos meios de comunicação em massa, nos últimos dias, têm ocorrido, em variados locais do país, episódios de ameaças e agressões a profissionais de saúde que atuam no combate à epidemia do vírus Covid-19, além de danos ao patrimônio público. Nesse sentido, chegou ao conhecimento deste signatário o conteúdo de gravação audiovisual de evento supostamente ocorrido na última terça-feira (dia 09 de junho de 2020), em que um indivíduo ofende profissional de saúde em frente ao Hospital Regional de Ceilândia, causando perturbação ao funcionamento da mencionada unidade”, escreveu o PGR.

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Apesar de as invasões terem começado após o presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido) ter estimulado sua realização em uma live nas redes sociais, ele não será investigado pois, na opinião de Aras, Bolsonaro não cometeu crime. “Seria bom você fazer na ponta da linha. Tem hospital de campanha perto de você, hospital público, arranja uma maneira de entrar e filmar. Muita gente está fazendo isso e mais gente tem que fazer para mostrar se os leitos estão ocupados ou não, se os gastos são compatíveis ou não. Isso nos ajuda”, disse o presidente durante a transmissão.

Aras justifica a não inclusão de Bolsonaro na investigação alegando que a ação ilegal está no ato de invadir as unidades de saúde, e que vai autuar até mesmo as pessoas que causaram desordem em hospitais e têm foro privilegiado. A atitude do presidente, no entanto, gerou intensas reações dentro e fora do espectro político. 

Os nove governadores que integram o Consórcio Nordeste publicaram uma carta na sexta-feira (12) rebatendo o pedido de invasões feito por Bolsonaro em suas tradicionais lives de quinta-feira. O documento dizia que o “mesmo método inconsequente que o levou a incentivar aglomerações por todo o país, contrariando as orientações científicas, bem como a estimular agressões contra jornalistas e veículos de comunicação, violando a liberdade de imprensa garantida na Constituição”. 

O Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) chamou a incitação à invasão de “descabida” e neste domingo (14) o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, deu uma declaração contrariando a postura de Augusto Aras ao afirmar que estimular a invasão a hospitais é, sim, crime. 

“Invadir hospitais é crime – estimular também. O Ministério Público (a PGR e os MPs Estaduais) devem atuar imediatamente. É vergonhoso – para não dizer ridículo – que agentes públicos se prestem a alimentar teorias da conspiração, colocando em risco a saúde pública”, declarou o ministro da suprema corte.   

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O procurador-geral da República, Augusto Aras, voltou a negar que tenha tentado pôr fim ao inquérito das fake news. O chefe do Ministério Público Federal afirmou, nesta quarta-feira (10), durante julgamento de ação que questiona a legalidade das investigações, que considera o processo constitucional.

"Nós concordamos com o inquérito, porque nós queremos ter o direito de participar do inquérito. Nós queremos ter o direito de nos manifestar sobre os atos e diligências previamente", afirmou o PGR.

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Aras esclareceu que pediu a suspensão temporária das investigações apenas para que o Supremo Tribunal Federal (STF) delimite o objeto do inquérito. "Não para acabar, mas simplesmente para que esta Suprema Corte estabeleça as balizas necessárias para que o inquérito as fake news não se eternize, mantenha-se no universo de um objeto delimitado e que propicie que todos os seus atos e diligências sejam previamente submetidos à apreciação do Ministério Público Federal", explicou.

As declarações foram dadas durante sessão plenária, por videoconferência, do STF para analisar uma ação movida pela Rede Sustentabilidade pelo fim do inquérito aberto em março do ano passado para apurar notícias falsas, ofensas e ameaças dirigidas aos ministros da Corte e seus familiares.

Antes de Aras, o advogado-Geral da União, José Levi, também defendeu que seja dado prosseguimento às investigações. Por outro lado, destacou que a liberdade de expressão deve ser assegurada e não criminalizada, sobretudo na internet. "Na democracia, a liberdade de expressão deve ser plena", disse.

Entenda

Desde o início, as investigações sofreram forte oposição do Ministério Público Federal (MPF), então chefiado por Raquel Dodge, por terem sido iniciadas de ofício (sem provocação de outro órgão). O caso é atípico, porque a Justiça brasileira preserva o princípio acusatório, ou seja, um órgão apresenta a denúncia e outro julga. No inquérito das fake news, contudo, o próprio Supremo, que foi alvo dos ataques e notícias falsas, determinou a abertura das investigações e vai julgar os crimes.

Em março do ano passado, a Rede também se opôs ao inquérito por considerá-lo ofensivo ao preceito constitucional da separação dos Poderes e por entender que o STF estaria extrapolando suas competências ao conduzir uma investigação criminal. O partido argumentou que o inquérito foi aberto 'sem fatos específicos e contra pessoas indeterminadas' e à revelia do Ministério Público, que acabou escanteado das investigações - o que, na visão da sigla, violaria 'as garantias mais básicas do Estado Democrático de Direito'.

Na ação que está em julgamento nesta terça, 9, a Rede Sustentabilidade questiona a constitucionalidade da portaria que determinou a abertura da investigação, de autoria do ministro do Supremo, Dias Toffoli. O partido também pede explicações sobre a designação do ministro Alexandre de Moraes para conduzir as investigações. Normalmente, esta atribuição é distribuída por sorteio. Nesse caso, foi determinada pelo próprio líder da Corte, o ministro Dias Toffoli.

Foi no âmbito desse inquérito que Alexandre de Moraes censurou reportagens publicadas na revista digital Crusoé e no site O Antagonista. Moraes, no entanto, voltou atrás e acabou revogando a própria decisão.

Apesar do questionamento sobre a legalidade do inquérito ter partido da Rede Sustentabilidade, há pouco mais de um ano, recentemente o próprio partido desistiu da ação e solicitou o arquivamento do pedido enviado ao Supremo sob alegação de que o 'inquérito de converteu em um dos principais instrumentos de defesa da democracia'. O partido avalia que as investigações têm revelado 'uma verdadeira organização criminosa cujo alvo são as instituições democráticas e cujo instrumento são as fake news: distribuídas em massa, financiadas por esquemas ilícitos e coordenadas, aparentemente, por autoridades públicas'. O ministro Edson Fachin, no entanto, defendeu que a Constituição veda a desistência da parte autora do pedido, uma vez que a ação questiona diretamente a constitucicionalidade do inquérito, o que não poderia ser submetido à mudança de opinião.

A mudança de posição da sigla de oposição ao governo veio após o inquérito fechar o cerco contra apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o chamado 'gabinete do ódio'. Nas últimas semanas, deputados, blogueiros, ativistas e outros bolsonaristas tiveram documentos, celulares e computadores apreendidos pela Polícia Federal, além dos sigilos bancário e fiscal quebrados, e o ministro da Educação, Abraham Weintraub, e a deputada federal Carla Zambelli (PSL-SP) foram chamados a depor.

Não foi apenas o partido que mudou de opinião após os rumos tomados pela investigação. O procurador geral da República, Augusto Aras, quando assumiu a chefia do MPF, em setembro, disse que Toffoli, ao determinar a abertura da apuração, 'exerceu regularmente as atribuições que lhe foram concedidas' pelo Regimento Interno do STF. No mês passado, o PGR pediu a suspensão temporária do inquérito até que o Supremo Tribunal Federal julgasse a ação da Rede Sustentabilidade e estabelecesse os 'contornos e limites' da investigação. Aras disse que a ofensiva da Polícia Federal contra apoiadores bolsonaristas, 'sem a participação, supervisão ou anuência prévia' da PGR, 'reforça a necessidade de se conferir segurança jurídica' às investigações.

O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, aproveitou nesta segunda-feira (8) uma videoconferência transmitida pelo canal do YouTube do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) para elogiar a “prudência” e a “parcimônia” com que o procurador-geral da República, Augusto Aras, tem exercido o cargo.

Toffoli, que também preside o CNJ, disse que Aras “tem sido uma pessoa que, nesse momento pelo qual o país passa, tem tido muita prudência, tem atuado com muita parcimônia, tem atuado do ponto de vista a não trazer problemas”.

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As declarações foram dadas durante a abertura do 3º Fórum Nacional das Corregedorias de Justiça. Além de Toffoli e Aras, participavam da videoconferência os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), embora apenas o presidente do STF tenha discursado.

Em sua fala, Toffoli disse que seus elogios a Aras são em resposta a “críticas injustas que vem sido recebidas” pelo PGR, que a seu ver “vem exercendo suas funções com altivez, com firmeza, com liderança, mas sem, como num passado infelizmente recente, trazer holofotes”.

Para Toffoli, o mérito de Aras está em “não cair na vaidade que no passado os outros caíram, de achar que o holofote é a solução, quando não é”.

O ministro não detalhou a quais criticas ao PGR se referia. Neste mês, Aras divulgou ao menos duas notas públicas para esclarecer posições suas que causaram polêmica, uma a respeito das atribuições das Forças Armadas e outra sobre a legitimidade do chamado inquérito das fake news, que tramita no Supremo.

Benefícios

Antes de encerrar o discurso, Toffoli afirmou não ser admissível que qualquer órgão do Judiciário ou do Ministério Público crie benefícios para aumentar os vencimentos recebidos em meio à pandemia do novo coronavírus.

“Não é admissível a criação de benefícios autoconcedidos pelo Poder Judiciário, ou pelas funções essenciais da Justiça, de caráter público, neste momento em que a sociedade passa por uma situação de enorme dificuldade econômica, financeira, fiscal e social”, disse o presidente do CNJ.

Nos últimos meses, a corregedoria do CNJ tem barrado auxílios aprovados por judiciários locais. Em março, por exemplo, o órgão suspendeu o pagamento de gratificação pelo trabalho remoto que seria paga a magistrados pelo Tribunal de Justiça do Ceará (TJCE).

Em maio, o atual corregedor nacional, o ministro do STJ Humberto Martins, também abriu procedimento administrativo para apurar a criação, já em meio à pandemia de Covid-19, de um auxílio-saúde de R$ 1.200 para os magistrados do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO).

Em entrevista exibida na madrugada desta terça-feira, 2, pela TV Globo, o procurador-geral da República, Augusto Aras, disse que o presidente Jair Bolsonaro esqueceu de "combinar" com ele sobre o arquivamento do inquérito que apura se houve interferência política na Polícia Federal. A fala de Aras foi uma resposta sobre a declaração do chefe do Executivo, que afirmou acreditar no "arquivamento natural" do caso.

Cabe a Aras decidir se denuncia ou não Bolsonaro, o que poderia resultar no afastamento do presidente do cargo. Ao participar do programa Conversa com Bial, Aras foi indagado se a declaração do presidente não o colocava numa situação desconfortável.

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"Com certeza. Só ocorre que é uma declaração unilateral, o presidente esqueceu de combinar comigo. Mas eu posso compreender que o presidente é um homem muito espontâneo, ele tem convicções próprias, ele chegou ao mais alto grau na hierarquia política do Brasil", disse Aras.

"Se eu não tenho condições de controlar os meus colegas da primeira instância que ousam contra as minhas posições, os meus colegas gritam e berram todo dia que têm independência funcional - somente o PGR é que não tem, parece -, imagina se eu ou qualquer outra autoridade pode controlar o que diz o senhor presidente. A liberdade de expressão é, na doutrina norte-americana, acolhida pela Suprema Corte brasileira, é o primeiro dos princípios", acrescentou o procurador-geral da República.

A tendência é que Aras peça o arquivamento do caso. A investigação foi aberta após o ex-ministro da Justiça Sergio Moro acusar o presidente de tentar interferir politicamente no comando da Polícia Federal para obter acesso a informações sigilosas e relatórios de inteligência

O objetivo do inquérito é apurar se foram cometidos os crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra. O inquérito mira tanto Bolsonaro quanto Moro.

Desde que assumiu o comando do Ministério Público Federal em setembro do ano passado, Aras vem tomando uma série de medidas que atendem aos interesses de Bolsonaro. A mais recente delas foi mudar de opinião e pedir a suspensão do inquérito das fake news, após uma operação, autorizada pelo ministro Alexandre de Moraes fechar o cerco contra o chamado "gabinete do ódio" e atingir empresários e youtubers bolsonaristas. Enquanto alega não ser comentarista político - e, segundo adversários, tenta se cacifar para uma cadeira na Suprema Corte -, Aras se tornou alvo de críticas internas de procuradores e de parlamentares da oposição, que criticam a sua "inércia" frente aos excessos cometidos pelo chefe do Executivo.

"Quem quer ser procurador-geral da República não pode desejar ser ministro do STF. O nosso trabalho contraria interesses de qualquer natureza, a começar dos interesses internos, que foram construídos em torno de um anarcosindicalismo, corporativismo, que eu combato", disse Aras na entrevista.

As duas vagas que serão abertas no STF no mandato de Bolsonaro são de Celso de Mello e Marco Aurélio Mello. Eles se aposentam respectivamente em novembro deste ano e em julho do ano que vem.

"Essa coisa de me colocar como candidato a ministro do STF pode vir de candidatos que existem, como de candidatos que estão dentro da própria PGR, candidatos que estão na advocacia, que são ministros de outros tribunais. Se essas pessoas me veem como adversário, é natural que me atacassem, antecipando uma candidatura pra me fritar", avaliou Aras.

"Na política a fritura faz parte de um jogo cruel e temos de compreender essa fritura. Estou muito satisfeito, cheguei ao ápice da minha carreira, pretendo cumprir os dois anos que me foram concedidos pelo presidente (que indicou Aras para o comando do Ministério Público Federal) e pelo Senado (que aprovou a escolha de Aras), e quero mais dizer ainda, não faço projetos para além de dois anos", frisou o procurador.

Na última quinta-feira, Bolsonaro disse em uma "live" que "se aparecer uma terceira vaga, espero que ninguém ali (no Supremo) desapareça, para o Supremo, o nome de Augusto Aras entra fortemente". O presidente afirmou que Aras tem uma "atuação excepcional". Os elogios de Bolsonaro a Aras provocaram desconforto dentro do Ministério Público Federal.

Um dia depois, Bolsonaro escreveu em sua conta pessoal no Facebook que não pretende indicar o procurador-geral da República, Augusto Aras, para nenhuma das duas vagas. "Com todo o respeito que tenho pelo Senhor Procurador-Geral da República, Augusto Aras, eu não cogito indicar o seu nome para essas vagas", escreveu o presidente na rede social na última sexta-feira.

Durante a entrevista com Pedro Bial, Aras também foi questionado sobre o artigo 142 da Constituição Federal, que estabelece que as Forças Armadas, além de atuarem na defesa da Pátria, podem ser chamadas, por iniciativa dos Poderes da República, para garantia "da lei e da ordem". No entanto, na avaliação de especialistas, o texto constitucional é claro sobre as atribuições de Executivo, do Congresso e do STF, de modo que não cabe ao presidente a palavra final sobre o que é lei e ordem.

Dias após o conteúdo da reunião vir a público, o presidente usou as redes sociais para compartilhar reflexões do jurista Ives Gandra Martins, que defende uma interpretação do artigo nos moldes da pretendida por Bolsonaro. No vídeo, Gandra afirma que o presidente "teria o direito de pedir as Forças Armadas" caso perdesse recursos à decisão que impediu a nomeação de Ramagem para o comando da PF.

"Se os poderes se manifestarem dentro das suas competências, não precisamos enfrentar uma crise que exige uma ação efetiva de qualquer natureza", afirmou Aras. "Não será este procurador-geral da República o catalisador de uma crise institucional dessa natureza."

O procurador-geral da República ainda comentou na entrevista o comportamento do presidente Jair Bolsonaro, que montou em um cavalo - sem usar máscara - e cumprimentou apoiadores durante uma manifestação no último domingo, em Brasília. Alguns manifestantes empunharam uma faixa pedindo "intervenção militar". Antes da chegada de Bolsonaro, um grupo entoou gritos de ordem contra o Supremo em frente à sede da Corte. "STF, preste atenção, sua toga vai virar pano de chão", diziam.

O governo do DF obriga o uso da máscara em vias e espaços públicos.

"O presidente, quando atua nos lindes (limites) do Palácio do Planalto, não comete nenhum ilícito por não usar máscara. O regramento administrativo vale para o Distrito Federal. Quando Sua Excelência vai a outro município onde não há regramento administrativo sobre máscara, e ele não usa máscara, ele também está dentro do universo da legalidade. O presidente age de acordo com a legalidade nesse aspecto, não tenho dúvida", concluiu Aras.

Depois da ação da Polícia Federal no inquérito das fake News, que atingiu empresários e apoiadores do presidente Jair , nesta quarta-feira (27), o procurador-geral da República pediu a suspensão do inquérito. 

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Sigilos bancários e fiscais de grupos investigados pela disseminação das fake news foram uma das ações realizadas após a determinação do Ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre Moraes. As contas nas redes sociais dos envolvidos também foram bloqueadas. 

Não demorou até que o Procurador-Geral da República, indicado por Bolsonaro, reagisse. O motivo segundo afirmou é que a PGR teria sido surpreendida com a ação que não teve participação do órgão. 

Porém segundo publicou o Blog do Camarotti, dois ministros do STF que não foram identificados teriam afirmado que a chance do inquérito contra as fakes news ser suspenso é zero e que o Tribunal está unido contra tentativas de intimidação.

 

Em parecer enviado ao Supremo Tribunal Federal (STF), nesta terça-feira, 12, o procurador-geral da República, Augusto Aras, se posicionou contrário à descriminalização do aborto até a 12ª semana de gestação por entender que o tema deve ser tratado pelo Congresso Nacional.

Segundo Aras, o STF "tem o dever de zelar para que a legislação criminal seja e permaneça hígida e compatível com a Constituição, inclusive aquela que tipifica o aborto como crime".

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A manifestação foi feita em uma ação proposta pelo Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) que defende que as mulheres tenham o direito constitucional à interrupção da gravidez até a 12ª semana de gestação e a garantia, estendida aos profissionais de saúde, da realização do procedimento.

O pedido é pela não recepção parcial, pela Constituição Federal, dos artigos 124 e 126 do Código Penal, que tipificam como crime contra a vida as condutas de "provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque" e de "provocar aborto com o consentimento da gestante".

O procurador-geral da República pede o indeferimento da ação. A Advocacia-Geral da União (AGU) também já havia se manifestado, preliminarmente, contra o julgamento do tema no Supremo Tribunal Federal.

Aras argumenta não cabe ao STF fazer "juízos eminentemente políticos de incumbência do Poder Legislativo". O PGR pede que, a fim de "evitar um cenário de crise de legitimação democrática e de não aceitação popular da eventual decisão tomada" pelo Supremo, o assunto seja discutido no Congresso.

O procurador-geral escreve ainda que é o "Poder da República que detém legitimidade democrática e capacidade institucional para decidir sobre as questões políticas mais relevantes, conflitantes e sensíveis à sociedade" e destaca os limites de atuação do Supremo Tribunal Federal no enfrentamento de questões constitucionais classificadas por ele como "politicamente sensíveis": "não se espera dos integrantes do colegiado expertise meta jurídica suficiente para solucionar todas as controvérsias passíveis de serem submetidas aos Poderes da República".

Em setembro do ano passado, quando foi sabatinado pelo Congresso, o então subprocurador já havia citado a discussão sobre a descriminalização da maconha e o aborto, temas caros ao presidente Jair Bolsonaro, como questões que não deveriam ser tratadas na Justiça.

O procurador-geral da República Augusto Aras divulgou nota nesta sexta (1°) no qual afirma que não admite ser 'manipulado ou intimidado por pessoas ou organizações' no inquérito que envolve as acusações do ex-ministro Sérgio Moro contra o presidente Jair Bolsonaro, que está nas mãos do ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal.

"O procurador-geral da República, Augusto Aras, reitera que não aceita ser pautado ou manipulado ou intimidado por pessoas ou organizações de nenhuma espécie", escreveu a PGR. "Ninguém está acima da Constituição!".

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Na noite de quinta (29) o decano determinou a realização de oitivas com Moro em até cinco dias. Em entrevista à revista Veja, o ex-juiz da Lava Jato disse que apresentaria provas das acusações contra o presidente 'no momento adequado'. O ex-ministro é investigado no mesmo processo que Bolsonaro por denunciação caluniosa e crimes contra a honra.

"Entendi que a requisição de abertura desse inquérito que me aponta como possível responsável por calúnia e denunciação caluniosa foi intimidatória. Dito isso, quero afirmar que estou à disposição das autoridades", afirmou Moro, à revista.

Em nota, Aras afirma que seu dever é o de 'averiguar todos os fatos - e as versões que lhes dão os envolvidos - em busca da verdade real'.

"O requerimento encaminhado ao Supremo Tribunal Federal obedece à consagrada técnica jurídica de apurar fatos, em tese, ilícitos, identificando os responsáveis e a existência ou não de sua materialidade, em busca de formar convicção sobre a ocorrência ou não de crimes", afirmou.

O PGR afirma que a petição pela abertura do inquérito narra 'fatos' e se contém 'nos limites do exercício das prerrogativas do Ministério Público' e não tem 'caráter intimidatório'.

LEIA A ÍNTEGRA DA NOTA DE AUGUSTO ARAS

A procuradoria-geral da República tem o dever de averiguar todos os fatos - e as versões que lhes dão os envolvidos - em busca da verdade real. O requerimento de inquérito encaminhado ao Supremo Tribunal Federal obedece à consagrada técnica jurídica de apurar fatos, em tese, ilícitos, identificando os responsáveis e a existência ou não de sua materialidade, em busca de formar conviccao sobre a ocorrência ou não de crimes. A petição de inquérito apenas narra fatos e se contém nos limites do exercício das prerrogativas do Ministério Público, sem potencial decisório para prender, conduzir coercitivamente, realizar busca e apreensão, atos típico de juízes - e, só por isso, não tem caráter intimidatório. O procurador-geral da República, Augusto Aras, reitera que não aceita ser pautado ou manipulado ou intimidado por pessoas ou organizações de nenhuma espécie.

Ninguém está acima da Constituição!

Um inquérito para apurar as acusações feitas pelo ex-ministro da Justiça Sergio Moro durante o pronunciamento em que confirmou sua saída da pasta foi solicitada nesta sexta-feira (24) pela Procuradoria-Geral da República (PGR) ao Supremo Tribunal Federal (STF). O procurador-geral Augusto Aras ainda solicitou um depoimento do ex-integrante do governo. 

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O documento identificou possíveis crimes de falsidade ideológica, coação no curso do processo, advocacia administrativa, prevaricação, obstrução de Justiça, corrupção passiva privilegiada, denunciação caluniosa e crime contra a honra no discurso de Sergio Moro.

"A dimensão dos episódios narrados revela a declaração de ministro de Estado de atos que revelariam a prática de ilícitos, imputando a sua prática ao presidente da República, o que, de outra sorte, poderia caracterizar igualmente o crime de denunciação caluniosa”, comentou Augusto Aras.

O pedido ainda solicita que Moro 'apresente manifestação detalhada sobre os termos do pronunciamento' de forma documental. 

 

O procurador-geral da República, Augusto Aras, emitiu um parecer afirmando que o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) tem o direito de decidir quando deve ser o “momento oportuno” para ampliar ou reduzir o isolamento social. De acordo com o jornal O Estado de São Paulo, que teve acesso ao parecer, Aras pondera no texto que o mundo vive uma “crise sem precedentes”, repleta de “incertezas”, e, por isso, não é possível avaliar se a estratégia de limitar a circulação é eficaz contra a proliferação do novo coronavírus.

“As incertezas que cercam o enfrentamento, por todos os países, da epidemia de covid-19 não permitem um juízo seguro quanto ao acerto ou desacerto de maior ou menor medida de isolamento social, certo que dependem de diversos cenários não só faticamente instáveis, mas geograficamente distintos, tendo em conta a dimensão continental do Brasil”, escreveu Aras.

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Na ótica do PGR, cabe ao Executivo definir o grau de distanciamento entre as pessoas, ponderando economia e saúde. “As decisões dos órgãos de governo sobre um maior ou menor isolamento social como ferramenta de enfrentamento da epidemia de covid-19 levam em consideração os avanços científicos, cujos esforços têm trazido a cada dia dados novos a serem considerados, e dependem de cenários fáticos que estão em constante mutação”, destaca o procurador.

Segundo a reportagem, o parecer do procurador-geral deve ser encaminhado ao Supremo Tribunal Federal (STF) nesta segunda-feira (13). A Corte, contudo, vem se posicionando a favor do isolamento social. Inclusive, o ministro Luís Roberto Barroso proibiu que o governo federal veiculasse a campanha “O Brasil não pode parar”, que apontava para o retorno ao trabalho e o fim do isolamento. 

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