Tópicos | aula de samba

O samba é considerado uma das principais expressões culturais do povo brasileiro. Da Bahia do século 19, a partir da mistura dos mais diversos ritmos com a batucada africana, até a resistente luta por sua sobrevivência e consolidação no Rio de Janeiro, já na segunda década do século 20, esse símbolo da arte popular conquistou o mundo e fez muita gente sambar. Mas será que todo brasileiro tem samba no pé? E quem não tem pode aprender? O LeiaJá falou com especialistas na arte de ensinar a marcação da cadência e o balanço das cadeiras no ritmo do samba no pé.

Com 23 anos de experiência como professor de dança, Enemir Franco, 59 anos, garante não haver empecilhos para quem nunca sambou aprender e entrar no ritmo. "O correto é entrar em um curso básico para iniciantes, mas com cinco aulas base de uma hora, o homem ou a mulher já conseguem começar a sambar um pouquinho", declara.

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Há 21 anos na Academia Acqua Sport, em Guarulhos, na Grande SP, Franco conta que 90% da procura para aulas de samba no pé é feita por mulheres, já que alguns homens ainda demonstram preconceito para dançar. "A mulher é mais liberal neste sentido, e é um movimento de dança que não precisa do cavalheiro então elas juntam um grupo de cinco ou seis mulheres e fazem o curso", explica.

Além do método do professor e da força de vontade do aluno, Franco considera imprescindível o empenho na prática das lições passadas durante as aulas. "50% é aula e 50% é prática. O aluno que faz só aula e não pratica aprende, mas se ele faz aula e pratica, o aprendizado é mais rápido", assegura o professor que também mostra que tem samba o pé no Clube Recreativo e no Esporte Clube Vila Galvão.

Enemir Franco em ação com a parceira de dança Renata Czech | Foto: Arquivo Pessoal

Para o arte-educador, bailarino e coreógrafo Guilherme Rienzo, 34 anos, o aprendizado do samba vai muito além da dança. "O samba é uma manifestação cultural. Sua evolução histórica passa por diálogos com a religião e com atividades típicas, onde a ginga e o balanço são características desta expressão", destaca.

Professor de dança há 12 anos, sendo sete deles dedicados ao samba, Rienzo é também diretor da Tangará Companhia de Dança e conta que é preciso estar presente de corpo e alma para absorver o que as aulas podem proporcionar além do samba no pé, como os movimentos de enfeite ou adereços com cabeça, pescoço, braços e mãos. "É um momento de aprendizado lúdico, gostoso e diferenciado, no qual o modo de gingar vai desde o centro do corpo para as extremidades, para o sapateado, movimento de joelhos e quadril, para os braços, mãos, cabeça e respectivos adereços", explica.

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