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A cantora Rita Lee que faleceu na noite da segunda-feira (8), aos 75 anos, registrou em seu livro autobiográfico, publicado em 2016, um recado para políticos que queiram comparecer em seu velório.

Ao longo das nove linhas que escreveu sobre sua morte, a artista aproveitou para advertir os parlamentares: "Nenhum político se atreverá a comparecer ao meu velório, uma vez que nunca compareci ao palanque de nenhum deles e me levantaria do caixão para vaiá-los". Além desse recado, ela brincou e imaginou a repercussão das pessoas diante da sua morte.

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Créditos: Reprodução/Redes Sociais

Até o momento, nenhum parlamentar confirmou presença no velório da cantora que será aberto ao público, no Planetário do Parque Ibirapuera, em São Paulo, na quarta-feira (10), das 10h às 17h. Porém, vários políticos através de atividades em Brasília e posicionamentos nas redes sociais, lamentaram a morte da artista.

Reações dos políticos

Nesta terça-feira (9), a Comissão de Segurança Pública do Senado, que ouve o ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino (PSB-MA), fez um minuto de silêncio para homenagear Rita Lee. Entre os senadores presentes estavam Flávio Bolsonaro (PL-RJ), Sérgio Moro (União Brasil-PR), Sérgio Petecão (PSD-AC), Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES), entre outros.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), através de sua página oficial no Instagram, disse que Rita Lee era ''uma artista a frente do seu tempo’’. ''Rita ajudou a transformar a música brasileira com sua criatividade e ousadia. Não poupava nada nem ninguém com o seu humor e eloquência. Enfrentou o machismo na vida e na música e inspirou gerações de mulheres no rock e na arte. Jamais será esquecida e deixa na música e em livros seu legado para milhões de fãs no mundo inteiro. Meu abraço fraterno aos filhos Beto, João e Antônio, familiares e amigos. Rita, agora falta você’’, afirmou.

Em suas redes sociais, o deputado federal Túlio Gadelha (Rede-PE), escreveu: ''Dia triste também para o mundo da música. Rita Lee, nosso ícone do rock, nos deixou aos 75 anos. Sua voz, irreverência, coragem e talento serão eternamente lembrados. Descanse em paz, Rita Lee. Nossos sentimentos aos amigos, fãs e familiares.’’

A página oficial do PSDB, também lamentou a morte da artista. ''Melhor tradução do que de melhor aconteceu no Brasil nas últimas décadas. Sempre inovadora, sempre original. Nossos sentimentos pela ida de Rita Lee.’’

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O príncipe Harry vai se aprofundar em detalhes de sua autobiografia neste domingo (8) em duas entrevistas, após a polêmica causada por revelações sobre as desavenças com o irmão, sua vida sexual e uma confissão sobre o uso de drogas.

O lançamento mundial do livro "Spare" ("O que sobra", em português), está marcado para 10 de janeiro, mas grande parte do conteúdo vazou na quinta-feira, quando foi colocado à venda com antecedência na Espanha por engano.

Entre os detalhes vazados estão a acusação de que seu irmão William - herdeiro do trono - o agrediu durante uma discussão sobre sua esposa, a ex-atriz americana Meghan Markle, um relato de como perdeu a virgindade, uma confissão sobre o uso de drogas e a afirmação de que matou 25 pessoas em uma missão militar no Afeganistão.

O Palácio de Buckingham não comentou as polêmicas e o primeiro-ministro britânico Rishi Sunak se limitou a destacar à BBC "sua enorme simpatia pela família real".

No domingo, o The Sunday Times citou fontes próximas ao príncipe William que dizem que ele está "triste" e "queimando por dentro", mas permanece em silêncio pelo bem de sua família e país.

Apesar de Harry concentrar seus ataques em William, o rei Charles III não se sente "menos magoado porque pessoalmente não foi o foco da maior parte da raiva e frustração do livro", disse um amigo próximo do rei.

- "Quero uma reconciliação" -

Vários dos canais que o entrevistaram já divulgaram trechos da entrevista que enfocam a disputa com seu irmão William e suas acusações de que sua família instalou uma narrativa negativa sobre ele e sua esposa.

A rede britânica ITV vai transmitir uma entrevista de pouco mais de uma hora e meia com o príncipe neste domingo, às 21h00 GMT (18h em Brasília).

Neste programa, Harry afirma que William tentou agredi-lo durante uma discussão sobre sua esposa.

"Quero uma reconciliação, mas antes precisamos fazer um acerto de contas", acrescenta.

Em seguida, a americana CBS transmitirá outra entrevista às 19h30 na costa leste dos Estados Unidos (21h30 em Brasília) em seu programa "60 minutos" e a estação ABC transmitirá um terceiro programa na segunda-feira.

Harry se refere a William como "seu querido irmão e arqui-inimigo", disse o apresentador da ABC, Michael Strahan.

"Estranhamente, sempre houve competição entre nós", disse Harry à rede americana.

As entrevistas foram gravadas antes do vazamento do livro de Harry na quinta-feira, provocando reação da imprensa, comentaristas, veteranos militares e até mesmo de talibãs.

A apresentadora Xuxa Meneghel está lançando sua autobiografia nesta segunda-feira (21) e afirmou que irá revelar muitos segredos sobre a sua vida. Ela já começa o seu livro expondo detalhes sobre o relacionamento com o jogador Pelé.

Xuxa revelou que foi rejeitada pelo jogador por ser virgem e ainda contou que flagrou diversas traições do jogador, mas que acabou tendo a sua primeira relação sexual com ele, e logo depois assumiram o relacionamento publicamente. “Ele disse que não queria ter a responsabilidade de ser o meu primeiro homem. Mais tarde, começamos a namorar. Foi o primeiro homem mesmo”, escreveu a apresentadora. 

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Falando sobre as traições e flagras, Xuxa ainda revelou que para o jogador era bem normal ficar com outras mulheres.

“Tenho sentimentos bastante contraditórios quando penso nessa época. Ele tinha mais de uma personalidade: o Pelé, para todo mundo, e o Dico, para mim. O Dico era aquele que jogava buraco com minha mãe, que era o meu namorado. E, às vezes, ele me falava: ‘O Pelé precisa sair hoje’. E nessas eu era traída… Já aconteceu de, em festas, eu ver que ele estava com marcas de batom na boca que não era o meu. Para ele, aquilo era normal: ‘As mulheres querem ficar com o Pelé", escreveu ela.

A ex-garota de programa Lia Regina, conhecida como Dafne Anãzinha, resolveu dividir sua experiência no mundo da prostituição na autobiografia A Pequena Notável Dafne Anãzinha. No livro, ela conta sobre os mais de 600 clientes que teve - muitos deles jogadores e atores famosos -, e as mais diferentes fantasias que precisava realizar. Um dos objetivos de Lia, com o livro, é ajudar outras mulheres e homens que sofrem preconceito por conta do nanismo. 

Em entrevista ao Notícias da TV, Lia Regina contou um pouco do que os leitores vão encontrar no livro. A ex-garota de programa disse já ter atendido a diversos atores da Globo e jogadores famosos e que acredita que a sua deficiência, o nanismo, tenha sido o grande ‘chamariz’ da sua carreira na prostituição. “Atores e jogadores de futebol que me contratavam eram extremamente lindos, pessoas que estão na mídia diariamente. Pessoas que eu nunca poderia imaginar estar na cama. Todos eram muito atenciosos. Até calcinha eu ganhei de um”.

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Lia também relatou algumas das fantasias que precisava atender quando estava com os clientes e deixou claro que não se intimidava com nenhum tipo de pedido. “A maioria me procurava para fetiches diferentes. Como, por exemplo, inversão de papéis, que é quando a mulher vira ativa e o homem o passivo. Eu não tinha relações sexuais com todos, alguns queriam só realizar fantasias, tipo me observar estourar balões, urinar na cara (deles), colocar comida dentro de mim e por aí vai”.

O livro A Pequena Notável Dafne Anãzinha é um e-book de 123 páginas que está disponível para venda na Amazon, para os leitores que possuem um aparelho Kindle. Agora, após o lançamento da obra e já há quatro anos fora da prostituição, Lia - que é formada em direito e cursa atualmente Análise e Desenvolvimento de Sistemas -,  tem outro projeto editorial. “Pretendo publicar mais um livro, sobre bonecas sexuais humanas na deep web”. 

Xuxa Meneghel está prestes a lançar alguns livros! Segundo o colunista Lauro Jardim, do jornal O Globo, a apresentadora está escrevendo uma autobiografia durante a quarentena.

Ela já estaria terminando de escrever o livro, que contará a própria vida desde a infância, passando pelos bastidores do Xou da Xuxa até o nascimento da única filha, Sasha Meneghel.

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Sem alardes, ela também já prepara o lançamento de dois livros infantis que a editora GloboLivros lançará no segundo semestre. Para 2021, a eterna Rainha dos Baixinhos terá ainda mais dois livros publicados.

Jackie Chan, famoso por seus filmes de lutas, está lançando uma autobiografia na qual faz revelações surpreendentes, como a forma que tratou seus filhos, diversas traições e relacionamentos com prostitutas.

O livro, chamado Never Grow Up, será lançado no dia 4 de dezembro nos países do hemisfério norte. Mas o jornal Daily Mail publicou alguns trechos da obra. Logo no começo, o ator conta como tratou sua primeira namorada. Ele disse que saia de casa para beber e jogar sempre que ela estava. Em 1982, Chan se casou com Joan Lin, mas o astro acreditava que ela só estaria interessada no seu dinheiro, por isso a traiu com a ex-Miss Ásia Taiwan Elaine Ng, com quem teve uma filha, chamada Etta Ng. Segundo o jornal britânico, o livro não fala mais nada sobre Etta.

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Jacki pode deixar de falar de sua filha fora do casamento, mas contou uma história de seu filho Jaycee, quando ele ainda era um bebê. O ator teria sufocado a criança com um travesseiro e quase tirado a vida dele, por conta de um descuido. No trecho, o ator conta que após o susto se olhou no espelho e disse:

- Eu sou um completo idiota.

A Livraria Saraiva lançou uma página exclusiva de biografias e autobiografias, com livros nacionais, importados e digitais com descontos de até 60%. A navegação separa os títulos por "Mais vendidos", "Não autorizados" e "Grandes clássicos biográficos". Os clientes que usarem o cupom EBOOK20 no site recebeu 20% de desconto em livros digitais.

 Por Denise Siqueira

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A atriz americana Tippi Hedren revela em sua nova autobiografia que Alfred Hitchcock a agrediu sexualmente e a intimidou quando trabalharam juntos na década de 1960.

Hedren já havia acusado o diretor de assédio sexual em numerosas ocasiões, incluindo em entrevistas em 2012 para o filme da HBO "The Girl", que relata a suposta obsessão do cineasta com ela.

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Mas em "Tippi: A Memoir", publicado nesta terça-feira, a atriz afirma que o assédio do diretor deu lugar à agressão em algumas ocasiões.

Tirada da obscuridade por Hitchcock no filme de 1963 "Os Pássaros", Hedren afirma que após assinar um contrato de cinco anos com o diretor passou a ser assediada com frequência.

Segundo a atriz, certa vez Hitchcock se debruçou sobre ela, em sua limusine, e tentou beijá-la.

Em outra ocasião, o diretor a encurralou e pediu que o tocasse. "Cada vez que o encontrava só ele tinha alguma maneira de expressar sua obsessão por mim, como se eu devesse lhe corresponder de alguma forma".

Hedren, mãe da atriz Melanie Griffith, também afirma que Hitchcock utilizava seu motorista para pressioná-la.

Hitchcock e Hedren trabalharam juntos em "Marnie", um filme baseado na história de uma cleptomaníaca com problemas mentais e sexuais.

A atriz disse ter consciência sobre a crença generalizada de que um homem que obriga sua "namorada frígida, inalcançável" a manter relações sexuais com ele era uma fantasia pessoal de Hitchcock sobre ela.

O cineasta britânico, que faleceu em 1980, manifestou seu amor e ficou agressivo na medida em que era rejeitado, revelou a atriz.

"Jamais revelei detalhes sobre isto e não o farei nunca. Simplesmente digo que ele me agarrou e colocou as mãos sobre mim".

"Era sexual, perverso e feio", revelou Hedren, que não comentou nada antes porque na ocasião "assédio sexual e assédio eram termos que não existiam".

Hitchcock, frustrado com a resistência da atriz, teria ameaçado arruinar sua carreira.

O Programa Na Social desta semana traz os detalhes da autobiografia do empresário e fundador do Grupo Ser Educacional, Janguiê Diniz. A obra foi lançada na Assembleia Legislativa de Pernambuco, localizada na área central do Recife. A vida e as conquistas do empresário foram retratadas nas páginas do livro "Transformando sonhos em Realidade". O Na Social prestigiou o lançamento e conversou com o empresário, que falou sobre os detalhes de sua trajetória de sucesso.

Ainda nesta edição, o público vai conferir os detalhes 13ª Edição do Cabine fashion. O evento reuniu mais de 50 marcas, que ofereceram 70% de desconto e atraíram muita gente para a Villa Ponte D`Uchôa, no bairro das Graças, zona norte do Recife. No espaço, além de marcas diversificadas, desfiles, shows e espaço gourmet animaram a festa.

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Confira os detalhes no vídeo. O Na Social é apresentado por Fernanda Gomes e exibido toda semana no Portal LeiaJá.

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Os olhos de Roberto Carlos param sobre uma foto e ficam lá por um tempo. Cinco, dez, quinze minutos. Meia hora, uma hora. Quando não consegue identificar o que o incomoda, decide tomar a decisão depois. E depois, faz o mesmo. Analisa os detalhes em silêncio tentando puxar qualquer fio que possa trazer mais memórias.

A tortura se prolonga por dias até que Roberto entende o que o incomoda tanto. Ao fundo da imagem que o mostra sentado em um navio existe uma corda. Corda lembra forca, forca lembra morte, e a simples lembrança da palavra morte é algo que pode angustiá-lo por toda a vida.

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A foto vai para o livro assim mesmo, como vão várias outras avaliadas por uma lógica devastadora: Roberto Carlos é vencido pelo cansaço de uma investigação visual aparentemente sem propósito que seria eterna se não fosse freada pelas limitações físicas de um ser humano. Quando não aguenta mais olhar para a mesma foto, ele a abandona. E o material entra no livro.

Assim, passaram-se seis anos desde que o produtor Carlos Ribeiro, da Toriba Editora, levou ao cantor a ideia de colocar suas melhores imagens em um livro de luxo. Sem saber exatamente o que estava fazendo, Roberto escrevia indiretamente uma autobiografia escolhendo imagens que poderiam falar tanto quanto as palavras da biografia que ele um dia renegou.

O livro Roberto Carlos saiu primeiro em abril, em versão collector’s book, a R$ 4,5 mil. Agora, o projeto é redesenhado no formato livro de mesa para se tornar mais acessível, R$ 249. "Ainda penso que poderia chegar a R$ 80 se for um pouco menor", diz Ribeiro. Se contabilizasse cada obstáculo superado pelo editor e pelo próprio Roberto para que o projeto existisse, o preço chegaria à estratosfera. "Essas escolhas estão sendo um exercício de superação para mim", confessou Roberto ao produtor enquanto fazia as escolhas. "Só consigo liberar algo quando não aguento mais olhar para ele", explicou. Apesar de não trazer sua assinatura, a edição é do cantor.

Carlos Ribeiro chegou para a primeira reunião advertido, principalmente, sobre o que não deveria fazer. Quando entrou no estúdio de Roberto no bairro da Urca, no Rio, onde também fica sua casa, a lista já estava decorada: nada de palavras negativas como "azar", nada de mencionar o número 13, nada de usar roupas nas cores preto ou marrom, nada de sentar com as pernas cruzadas apoiando as mãos sobre um dos pés e nada de colocar objetos no chão, como páginas soltas, durante a conversa. "Senti que era um teste. Ele ficava me observando", lembra.

Certo dia, o produtor esqueceu um dos mandamentos e chegou com uma mochila decorada com detalhes em marrom. Avisado, teve de deixá-la em outro cômodo. Ao perceber que nada do que se dizia naquele estúdio saía na imprensa, Roberto passou a confiar no produtor. E fez o projeto seguir.

A primeira grande questão foram as palavras. "Se tiver texto, o livro vai levar uns dez anos para ser aprovado", avisou o empresário do cantor, Dody Sirena. Então, para tornar o projeto um sonho menos distante, Ribeiro decidiu por uma publicação sem texto de abertura nem legenda nas fotos. O material visual é rico, colhido em todos os grandes arquivos do País e em acervos particulares, mas perde em informação por não explicar detalhes de cenas importantes. "Fiquei sem saber o que fazer", diz Ribeiro.

Depois de tomar um porre com os amigos em um bar do Itaim, ele pensou em resolver a questão usando trechos das músicas gravadas pelo cantor. "Ele é o personagem central de suas canções o tempo todo." Ao levar a nova proposta, respirou aliviado quando ouviu Roberto dizer: "Ah, agora tudo bem". As frases daquelas letras, afinal, tinham palavras sobre as quais o cantor já havia pensado por anos.

Uma foto fez Roberto Carlos chorar. A imagem o mostra no palco do programa Hoje é Dia de Rock, que Jair de Taumaturgo apresentou na TV Rio, canal 13, entre 1961 e 1965. "Poxa, onde você achou isso?", perguntou Roberto, dizendo ser aquele o primeiro programa de auditório do qual havia participado. Uma imagem que ele mesmo desconhecia. A história é rica, mas a legenda é sucinta: "Jair de Taumaturgo - Programa Hoje é Dia de Rock".

A reprodução de um documento também causou espanto. São duas páginas de uma agenda que marcam os dias 3 e 4 de fevereiro de 1966 e trazem os versos de Namoradinha de um Amigo Meu escritos a mão. Ao se deparar com ela, Roberto fechou a expressão e levou um bom tempo para emitir qualquer sinal, deixando Ribeiro em pânico. "Foram três ou quatro minutos de um silêncio assustador."

Roberto então afirmou, ainda sisudo: "É a minha letra". E quis saber: "Onde você arrumou isso?". Ribeiro respondeu: "Um jornalista não costuma revelar fontes, mas já que estamos aqui em uma monarquia... Eu consegui essa com a Verinha". Verinha é Vera Marsichiello, presidente do fã-clube Um Milhão de Amigos, uma das fontes mais consultadas sobre o cantor. "Ao ouvir isso, Roberto quase se matou de rir", lembra Ribeiro.

As manias de Roberto Carlos vetaram trechos da música Quero Que Vá Tudo Pro Inferno por questões psicológicas que continuam mal resolvidas com a palavra "inferno", mas deixaram passar a reprodução da capa do disco Louco por Você, seu primeiro LP, de 1961, que se tornou uma raridade de R$ 3 mil nos sebos do País por ter sido renegado e retirado das lojas a pedido do próprio cantor, que o considera de baixa qualidade.

As três mulheres de Roberto também estão lá: Nice, com quem esteve casado entre 1968 e 1979; a atriz Myriam Rios, com quem viveu na sequência por 11 anos; e o último e mais marcante amor de sua vida, Maria Rita, que morreu de câncer em dezembro de 1999. "As fotos de Maria Rita foram e voltaram muitas vezes. Não há uma imagem dela em qualquer arquivo do País que não tenhamos analisado", diz Ribeiro.

As imagens ganham cor e perdem graça com o passar do tempo, comprovando um engessamento de Roberto tanto diante do microfone quanto fora dele. O rei se encastela na vida e no palco. Se antes aparecia curvado e com o braço estendido para apresentar seu amigo Erasmo Carlos no Programa Jovem Guarda, surgia sobre um dos braços do Cristo Redentor em cena do filme Em Ritmo de Aventura ou sorria ao lado de um de seus carrões nos anos 1960, ele vira um totem azul e branco nos anos 1990. Uma imagem tão sedimentada que o próprio Roberto estranha quando se vê fora dela: "Puxa, como eu gostava de usar preto nessa época", comentou incomodado ao se ver nos anos 1960.

As últimas páginas trazem a discografia do cantor e, mais uma vez, as imagens falam por si. Das 60 capas de discos lançados desde 1961 (os compactos começaram em 1959), 28 usam as cores azul ou branco. E a música O Careta, que abre o lado B do álbum de 1987, fica fora da listagem não por outra mania, mas por uma indigestão legal. No final dos anos 1990, o compositor Sebastião Braga ganhou do cantor um processo acusando-o de plágio ao usar sua canção Loucuras de Amor para criar O Careta. Sebastião morreu em 2005 e Roberto apagou a música do disco, reescrevendo a história sem usar nenhuma palavra. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O cantor Roberto Carlos anunciou em uma entrevista coletiva na Cidade do México, na última quinta (14), que está escrevendo um livro autobiográfico, que terá ao menos dois volumes. O Rei comentou que não tem previsão para o lançamento das obras, mas que já está com 30% do primeiro volume concluído.

No ano passado, Roberto Carlos, de 73 anos, que tem 58 discos e mais de 100 milhões de cópias vendidas em todo o mundo, impediu a publicação de um livro da brasileira Maíra Zimmerman, chamado Jovem Guarda. Em 2007, o Rei também havia impedido a venda do livro Roberto Carlos em Detalhes, do escritor brasileiro Paulo César de Araújo.

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Com casa lotada, o espetáculo Meu Passado Não Me Condena, encenado por Fernanda Souza, foi a atração desse sábado (22) no Teatro RioMa. A peça traz a autobiografia da atriz e integra projeções de fotos e vídeos, que ilustram algumas etapas dos projetos artísticos e fatos de sua vida pessoal, evidenciando a veia humorística de Fernanda.

A comédia solo retrata, dentro e fora da televisão, fatos marcantes de sua vida. A atriz provoca muitas risadas no público e mostra detalhes da carreira e bastidores, desde as propagandas que estrelou como da sandália Melissinha até seu primeiro programa de televisão, o X-Tudo (1992) na TV Cultura.

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Sempre dialogando com o público e, às vezes fugindo ao tema, ela perguntou se é verdade que existem ataques de tubarão no Recife. Em outro momento, ela fala sobre as novelas e surpreendeu muitos espectadores quando lembrou que a primeira foi Razão de Viver (1996). Em seguida, Fernanda enveredou pelos bastidores da pré-produção de Chiquititas, no SBT, onde viveu a personagem Mili e o intercâmbio que realizou para a gravação da novela, na Argentina.

De volta ao Brasil, ela retratou os altos e baixos de sua carreira, além de abrir o seu coração ao público e contar como começou o namoro com o cantor Thiaguinho, que na época ainda cantava com o grupo Exaltassamba.

O casal Renata Ventura e André Castim assistiu e aprovou a peça. "Ela (Fernanda Souza) é bem suave", comentou Renata. André lembrou que ela "é bem atualizada na mídia e redes sociais", fazendo referência ao momento da peça quando a atriz diz que curte as fotos dos fãs e pede para ele utizarem a hastag #meupassadonaomecondena para que ela possa curtir os momentos dos recifenses com o espetáculo.

Atenciosa, após a sessão das 21h, a atriz recebeu os fãs e tirou fotos com todos os que estiveram dispostos a esperar por ela. A peça Meu Passado Não Me Condena já foi apresentada para mais de 50 mil pessoas em todo o Brasil e está em cena desde agosto de 2013. Fernanda Souza ainda se apresenta neste domingo (23), às 19h, e os ingressos já estão esgotados.

Soft Opening

O Teatro RioMar está em um período de adaptações, conhecido como soft opening, e durante o espetáculo sons da sala do cinema ao lado puderam ser ouvidos. A atriz Fernanda Souza parou a peça e perguntou ao público de onde estava vindo o barulho ou se “o mundo estava acabando no Recife”.

Entrevista

Antes de receber os fãs, Fernanda Souza, conversou com a reportagem do LeiaJá e contou que "está sendo uma surpresa bem grande" o sucesso do espetáculo que conta as história dos seus 25 anos de carreira. Durante a peça, a atriz lembra que buscou o sucesso com muito afinco, que sempre conversava com Deus, se mostrando próxima à realidade do público e diz que "é um mix de desejos e de vontade mostrar quem você é de verdade, tirando essa blindagem de artista".

"Personagem é quem nem filho, não tem como escolher", brinca a atriz quando perguntada se tem algum que lhe marcou mais. De casamento marcado para fevereiro, o noivo e cantor Thiaguinho é citado no espetáculo, e Fernanda fala que ele já assistiu a peça quatro vezes e que em todas ele chorou. "Aconteceu tanta coisa engraçada no início do nosso relacionamento que nem parece uma história de amor", brinca.

Uma década depois de chutar uma garrafa e atingir o rosto de David Beckham, o agora ex-técnico Alex Ferguson usou a sua autobiografia para criticar uma suposta preocupação do astro com a fama. No comando do Manchester United, o treinador dirigiu e desenvolveu o meia, que se tornou um dos atletas mais conhecidos do mundo. Depois, porém, Beckham trocou o clube pelo Real Madrid, com problemas de relacionamento com o técnico.

"David foi o único jogador que treinei que escolheu ser famoso, que teve com missão ser conhecido fora do futebol", escreveu Ferguson em sua autobiografia, que será lançada nesta quinta-feira . "Eu me senti desconfortável com aspectos de celebridade de sua vida".

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Ao ir para o Los Angeles Galaxy em 2007, depois de quatro anos no Real Madrid, Ferguson disse que Beckham "entregou uma parte de sua carreira". "Eu imagino que ele também tinha os olhos em Hollywood e no impacto que isso teria sobre a próxima fase de sua carreira", Ferguson escreveu. "Não houve motivo futebolístico para ir para a América".

Ferguson também comentou o incidente em que atingiu Beckam com uma garrafa, no vestiário, após derrota para o Arsenal em fevereiro de 2003. Ele explicou que xingou o jogador por sua suposta indolência em campo. "Eu fui em direção a ele, e quando me aproximei, chutei uma garrafa. Ela bateu acima do seu olho direito", lembrou. "É claro que ele foi para cima de mim, mas os jogadores o pararam".

Depois disso, Ferguson disse que Beckham precisava sair. "O grande problema para mim, e eu sou um homem do futebol, foi que ele se apaixonou por Victoria (a ex-Spice Girl Victoria Beckham) e isso mudou tudo", disse Ferguson.

"David pensou que era maior do que Alex Ferguson", escreveu. "Você não pode ter um jogador assumindo o vestiário. Muitos tentaram. O foco de autoridade no Manchester United é o técnico. Essa foi a sentença de morte para ele".

Ferguson se aposentou em maio, encerrando a mais bem-sucedida carreira de um técnico na Grã-Bretanha, conquistando 38 títulos em 27 anos no Manchester United, incluindo 13 do Campeonato Inglês e dois da Liga dos Campeões da Europa.

Na autobiografia, o escocês Ferguson, que dirigiu a seleção do seu país na Copa do Mundo de 1986, revelou que foi convidado duas vezes para assumir a Inglaterra. A primeira foi em 1999, antes da contratação de Kevin Keegan, e a outra no ano seguinte, antes da chegada de Sven-Goran Eriksson. Ele garantiu, porém, que nunca se sentiu tentado a aceitar o convite.

O selo Generale, da Editora Évora, lança no Brasil a autobiografia de Andrea Bocelli, um dos mais famosos tenores do mundo. O italiano, que não enxerga desde a adolescência, se propôs a narrar sua trajetória através da terceira pessoa durante as 320 páginas de A Música do Silêncio. A publicação já se encontra disponível em livrarias de todo o Brasil.

Dono de uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood, Bocelli já vendeu mais de 80 milhões de discos ao longo de seus mais de 20 anos de carreira musical. Vencedor do Festival da Música de Sanremo em 1994, o tenor é um dos embaixadores da música italiana no mundo.

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Em menos de 140 caracteres, simples como uma Blitzkrieg Bop, a vida de Johnny Ramone pode ser definida da seguinte forma: pedreiro desempregado compra guitarra, monta banda e entra para a história. Se estivesse vivo, o âncora dos Ramones, morto em 2004, vítima de câncer de próstata, certamente não se incomodaria com tal resumo. Descomplicação era seu nome do meio. Assim foi até a morte, pouco antes da qual o roqueiro de Long Island, considerado pela Rolling Stone um dos 20 melhores guitarristas de todos os tempos, resolveu preencher as lacunas.

No livro Commando - A Autobiografia de Johnny Ramone, escrito enquanto batalhava a doença, e lançado no País recentemente pela editora Leya, Johnny narra a ascensão dos Ramones pela mesma ótica proletária, sem firulas, com que construiu a primeira banda punk da história. Desde o início, em 1974, quando Johnny foi demitido de um emprego de construção civil com a implementação da ação afirmativa, que obriga empresas a terem quotas para as minorias, não havia conceitos minimalistas premeditados. Juntou-se com Tommy, um amigo da escola, Dee Dee e Joey. Gostavam de rock, não de blues, ou jazz, apenas rock puro. Chuck Berry, Little Richard, um pouco de Stones e nada mais.

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Ninguém sabia tocar. Aprenderam a nadar pulando na água. "Nossas canções saíam de um espaço de influência pura de rock. Elas tinham de ser simples. Éramos forçados a tocar desse modo devido a nossas habilidades musicais limitadas", escreve. A banda de três acordes, como era chamada pelos detratores, debutou no hoje lendário e glamouroso CBGB’s, berço de visionários setentistas como Television e Patti Smith, que na época, era "apenas um barzinho velho e seboso no Bowery".

Mas se faltava qualidade técnica, não faltava visão aos Ramones, que desde o início mostravam um afiado instinto pop. Surgiram em meio à emperiquitada cena de glam rock nova-iorquino, com cortes de cabelos semelhantes, nomes fáceis de lembrar, e uma certa dose de purpurina para não ficar de fora. Aos poucos lapidaram o visual histórico: Johnny tinha uma jaqueta de couro Perfecto, os outros começaram a usar tênis Converse, jeans surrados não eram difíceis de encontrar... o resto é história. Mas se aparentavam desleixados, as memórias retratam um grupo extremamente conscientes do pacote que vendiam.

Certa vez, ainda no início, filmaram uma de suas apresentações no CBGB's. Ao assistirem, fizeram algumas mudanças. "Tommy e eu avaliávamos o que fazíamos e como poderíamos melhorar", conta. "Joey ainda dava chutes, ficava de joelhos e cantava, e fazia aquela coisa de bicha roqueira. Era terrível, simplesmente ridículo. Assim, falamos para ele apenas ficar em pé e segurar o suporte do microfone".

A técnica de guerrilha que Johnny desenvolveu para tocar a sua Mosrite de um só captador, com stacatos estridentes, passou a influenciar diversas bandas de punk inglesas, e pode ser ouvida até em discos de New Wave e na onda de heavy metal britânica, em bancadas como Iron Maiden. Kirk Hammett, do Metallica, e Eddie Vedder, do Pearl Jam, também os citam como inspiração. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

COMMANDO - A AUTOBIOGRAFIA DE JOHNNY RAMONE

Tradução: Lucia Brito

Editora: Leya (176 páginas, R$ 44)

O lendário cantor e compositor Brian Wilson, líder dos Beach Boys, lançará uma autobiografia em 2015, informou o jornal inglês "The Guardian". De acordo com o site de Wilson, o livro I Am Brian Wilson "descreverá pela primeira vez os épicos altos e baixos de sua vida - desde a tumultuosa relação com seu pai à perda de sua mãe, à morte de seus irmãos, o medo de se apresentar em público, obstáculos de sua carreira, doença mental e abuso de drogas". Todas essas revelações já foram feitas em Wouldn't It Be Nice, a polêmica biografia de Wilson, de 1991. O livro resultou em um processo, em que Wilson negou a autoria. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de mostrar sua última turnê em um filme-documentário, Katy Perry acaba de assinar um contrato de US$ 2 milhões, o equivalente a R$ 4 milhões, para lançar sua autobiografia, segundo o jornal britânico The Sun. O livro vai se chamar Part of Me e a cantora promete falar sobre toda sua vida, incluindo o casamento e divórcio com o comediante Russell Brand e o namoro atual com John Mayer.

Uma fonte informou ao tablóide que muitos editores foram atrás de Katy por muito tempo. A cantora decidiu ir em frente agora para que os fãs não tivessem apenas a versão de do ex-marido sobre os fatos, relatados no My Booky Wook, livro de memórias lançado por Russel Brand em 2007. Russell se separou de Katy em dezembro de 2011.

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Burt Bacharach completa 85 anos no dia 12 de maio, mas não pensa em se aposentar. Ao contrário. O maestro e compositor norte-americano, autor de grandes sucessos como Alfie e The Look of Love, está em plena atividade. Volta ao Brasil em abril para duas apresentações - a primeira no Rio, dia 18, e a segunda, dia 20, no HSBC Brasil, em São Paulo. Bacharach voltou também ao mundo dos musicais (o mais antigo, Promises, Promises, de 1968, era uma adaptação teatral do filme Se Meu Apartamento Falasse, de Billy Wilder, remontado na Broadway há três anos). Depois da estreia de Some Lovers há dois anos, em San Diego, Califórnia, ele prepara um novo musical com Elvis Costello baseado na série de cinema Austin Powers, e, em maio, lança nos EUA a autobiografia Anyone Who Had a Heart, contada pelo maestro ao jornalista Robert Greenfield, biógrafo de Timothy Leary.

Bacharach, animado, anuncia todas essas novidades por telefone. Está feliz por ter encontrado Elvis Costello, o marido da cantora canadense Diana Krall, que, desde 1995, tem sido seu parceiro musical mais constante, quando os dois escreveram juntos a canção God Give Me Strengh, tema do filme Grace of My Heart, que levou a dupla a gravar um CD inteiro, Painted from Memory (1998). Costello, fã antigo de Bacharach, foi, de algum modo, o responsável pelo revival do maestro, que, depois desse encontro, gravou o experimental At This Time (2005) ao lado do rapper e produtor Dr. Dre e do cantor Rufus Wainright e - inimaginável - com um repertório que incluía canções engajadas de um compositor essencialmente associado a canções de amor, assinadas por ele e o letrista Hal David, morto em setembro passado, aos 91 anos.

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Pela primeira vez, no disco At This Time, arriscou assinar as letras das próprias composições em parceria com o veterano Tonio K. (cujas canções já foram gravadas por Al Green). O disco ganhou o Grammy de 2005 (melhor pop instrumental) e, desde então, Bacharach só faz colecionar prêmios. "Fiquei bastante emocionado ao receber o prêmio Gershwin das mãos de Barack Obama, em maio do ano passado, na Casa Branca", diz o compositor, lembrando o apoio político que concedeu ao presidente em sua campanha pela reeleição. O democrata Bacharach, que se arrepende de não ter sido mais engajado no passado - ele escrevia canções leves em plena guerra do Vietnã -, busca recuperar o tempo perdido apostando em trabalhos mais densos, embora não despreze a grande obra musical popular construída com o parceiro Hal David, gravada por todo mundo que importa no mundo pop e do jazz, dos Beatles a Nina Simone.

"Veja, há dois anos estreamos o musical Some Lovers, que conta a história de um casal em dois difíceis momentos da vida, explorando o paralelo com o casal de O Presente dos Magos, de O. Henry", conta Bacharach. Ele destaca o libreto do parceiro Steven Sater (premiado com o Tony pelo musical O Despertar da Primavera, já montado no Brasil) e comenta: "(Hal) David se foi, mas fui presenteado com novos parceiros como Elvis (Costello), Tonio (K.) e Steven (Sater)".

Sobre a parceria com Hal David e a briga que separou a dupla por dez anos, limitando a comunicação a conversas por meio dos respectivos advogados, Bacharach garante que conta toda a história na autobiografia, cujo conteúdo, adianta ele, vai muito além dos momentos de glória. "Falo de meus quatro casamentos e também de minha filha Nikki, que cometeu suicídio há seis anos." Nikki Bacharach tinha 40 anos e sofria da síndrome de Asperger. Nascida prematura do casamento do maestro com a atriz Angie Dickinson, Nikki morreu sufocada com um saco plástico.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ator e diretor  global Jorge Fernando confirmou que vem ao Recife no dia 24 de novembro apresentar o espetáculo Salve Jorge, escrito, dirigido e interpretado por ele. A apresentação acontece no Teatro Gurarapes, às 21h.

Um menino do subúrbio que, com apoio da família e confiança em seu talento, se transformou em um consagrado artista, é  a tônica da narrativa. No palco, Jorge Fernando faz um apanhando de relatos de sua vida pessoal e profissinal com humor e ficção, usando histórias do mundo teatral, televisivo e cinematográfico.

Salman Rushdie, o autor do polêmico Versos Satânicos e alvo de uma fatwa (setença islâmica), lançou, nesta terça (18) a história de uma década na clandestinidade, uma autobiografia que faz ressonância com o momento onde se multiplicam os eventos no mundo muçulmano contra um filme anti-Islã.

"Seria difícil hoje publicar um livro crítico sobre o islã", considerou o escritor de 65 anos falando à BBC, num momento que os violentos protestos contra "A inocência dos muçulmanos", um filme feito nos Estados Unidos, se espalham pelo mundo.

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O novo livro de Rushdie é intitulado "Joseph Anton", seu pseudônimo quando estava escondido para escapar da fatwa do aiatolá Khomeini, em 1989, ordenando os muçulmanos a matar o autor de "Versos Satânicos", um livro considerado blasfemo pelo Islã.

Escrito na terceira pessoa, é uma crônica dos nove anos em que o autor britânico de origem indiana teve que se mudar constantemente de casas vigiadas por homens armados. Ele lembra o que escreveu em seu diário na época: "Eu estou amordaçado e preso (...) Eu quero jogar futebol com meu filho no parque. Vida comum, banal, um sonho para mim inacessível".

Ele escolheu o nome de José Anton em homenagem a seus autores favoritos, Joseph Conrad e Anton Chekhov. Para seus guarda-costas e policiais responsáveis por sua proteção, ele era apenas "Joe". Hoje, Rushdie vive a maior parte do tempo em Nova York.

O Irã assegurou em 1998 que a fatwa não seria aplicada. Mas o sucessor de Khomeini declarou em 2005 que Rushdie era um apóstata e que poderia ser morto impunemente. E o governo do conservador Mahmoud Ahmadinejad declarou em 2007 que a fatwa ainda é válida.

No domingo, a fundação religiosa iraniana que colocou sua cabeça a prêmio aumentou para 3,3 milhões dólares a recompensa por seu assassinato, dizendo que se Rushdie tivesse sido morto antes, "A inocência dos muçulmanos" não teria sido filmado.

Rushdie declarou na segunda-feira na televisão indiana NDTV que o filme era "o pior vídeo já feito", mas que não poderia haver justificativa "para o assassinato e caos".

O escritor é plenamente consciente dos riscos inerentes por ofender adeptos de um Islã rígido. Suas memórias contêm o relato do assassinato do tradutor japonês de "Versos Satânicos" e de seu colega italiano, esfaqueado em sua casa.

Passagens mais leves evocam os policiais que faziam a sua proteção e de que quem gostava muito. Principalmente "Fat Jack" e "Dennis, the horse", que transgrediram algumas regras para tornar sua prisão suportável, deixando, por exemplo, que ele fosse ao cinema, uma vez que as luzes se apagassem.

Eles também levaram seu filho em um campo de esportes da polícia, formando "uma equipe improvisada de rúgbi". Uma vez, Fat Jack - especialista em tiro - usou seus talentos para ganhar um urso de pelúcia para seu filho em um parque.

Outro episódio: o plano sofisticado desenvolvido por seus guardas quando Rushdie teve que ir ao hospital para um tratamento dentário. "Eles tinham preparado um carro fúnebre e me transportariam anestesiado em um saco". Mas o esquema não foi necessário.

Viver na clandestinidade teve um impacto significativo sobre a sua privacidade. Ele se separou das suas segunda e terceira esposas, que ele admite ter traído. O fim da fatwa em 1998 foi para ele uma vitória "na luta pelas coisas que contam".

Mas, 14 anos depois, Rushdie lamenta que os escritores que criticam o Islã ainda sejam atacados por extremistas com um "vocabulário medieval". Segundo ele, são sempre as mesmas acusações: blasfêmia, heresia, insulto, ofensa.

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