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Evangélica, conservadora e ferrenha defensora do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), a vereadora Michele Collins (PP), pode desembarcar da base aliada do prefeito João Campos (PSB) na Câmara de Vereadores do Recife. 

Segundo o Blog do Jamildo, essa possível saída de Collins da base de João ganhou força nesta segunda-feira (25), após a vereadora apoiar o veto do presidente Jair Bolsonaro ao PL da deputada Marília Arraes (PT), que previa a distribuição de absorventes.

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Michele Collins usou o seu tempo no plenário virtual para defender o Auxílio Brasil de R$ 400 reais e alegou que esse valor irá permitir que as recifenses comprem o absorvente.

O blog aponta que a fala causou mal-estar entre as lideranças da base de João Campos. Rinaldo Júnior (PSB), vice-líder do governo municipal na Câmara, afirmou que "quem achar que esse programa (de distribuição de absorventes) não é importante para a cidade do Recife, como quem acha que o veto do presidente da República foi correto, quem não achar que o prefeito João Campos tem feito um bom trabalho em discutir a pobreza menstrual do nosso Recife, infelizmente deve ir para a oposição fazer essa discussão lá".

Michele respondeu ao vereador: "Isso não é motivo para o vice-líder do governo indicar que eu, como vereadora que ainda está na base do governo, tenha que ir para a oposição para discutir esse assunto".

Após derrotas no Congresso e com receio de novos reveses, o Palácio do Planalto decidiu abandonar o discurso que pregava o fim do loteamento de cargos para obter apoio a projetos no Legislativo.

O presidente Jair Bolsonaro foi convencido por ministros da área política de que premiar partidos leais a suas propostas seria a única forma de aprovar reformas sem ter de negociar a cada votação com os congressistas.

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Como Bolsonaro não abre mão de manter controle sobre o comando dos ministérios - num contraponto a seus antecessores -, a negociação com o Congresso vai envolver cargos do governo federal nos Estados. São cerca de 15 mil postos comissionados de confiança. A mudança também agrada os políticos que buscam reforçar o prestígio em suas bases eleitorais.

Levantamento feito pelo jornal O Estado de São Paulo mostra que o governo já considerava as indicações políticas no preenchimento de cargos. De um total de 102 nomeações para superintendências estaduais feitas entre janeiro e 15 de setembro, 50 já foram fruto de indicações políticas - envolvendo, em grande parte, os partidos que compõem o Centrão, que ganharam postos com influência e orçamentos robustos. Do restante dos cargos, 22 foram ocupados por militares e 30 por servidores de carreira.

O governo reconhece, porém, que essa distribuição foi feita sem controle e precisa agora ser melhor organizada. Ao consultar um político que ocupou várias pastas na Esplanada no passado, um ministro ouviu um conselho que mudou de vez a orientação do governo. O diagnóstico foi o de que a chamada "velha política" vive hoje o "melhor dos mundos", porque manteve os cargos com poder de comando nos Estados, não é cobrada a dar resultados em votações e ainda pode falar mal do governo.

Como não tem o mapa completo de cargos e padrinhos políticos, o Planalto decidiu fazer um levantamento geral e destacou servidores para montar uma lista atualizada que vincule os comissionados aos parlamentares que os indicaram. Os pedidos de cargos têm sido direcionados para a equipe do ministro Luiz Eduardo Ramos, da Secretaria de Governo, responsável pela articulação com o Congresso.

Distribuição de cargos é política republicana, afirma ministro

Em entrevista ao jornal, Ramos comparou as indicações a uma espécie de dote de Bolsonaro para um "casamento" com o Congresso. Mas destaca que é preciso "fidelidade" como contrapartida. "Após seis meses, o presidente identificou que havia muitas pessoas nomeadas que não estavam alinhadas com governo", disse Ramos, acrescentando que "(a distribuição de) cargo é uma política republicana".

O descontrole já fez o Planalto passar por apuros. O próprio ministro Ramos se surpreendeu ao descobrir que desagradara uma senadora considerada "importantíssima" pelo governo.

A pedido da bancada sul-mato-grossense, liderada pelo senador Nelsinho Trad (PSD-MS), o Ministério da Cidadania havia demitido a arquiteta Maria Clara Scardini, superintendente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) no Mato Grosso do Sul. Em seu lugar, entraria o historiador Eldo Elcídio Moro.

Ocorre que Maria Clara é ligada ao MDB, da senadora Simone Tebet, e estava no cargo desde o governo Michel Temer. Ao descobrir, o ministro da Secretaria de Governo mandou tornar sem efeito a exoneração para não se desgastar com a senadora, que preside a Comissão de Constituição e Justiça do Senado.

Prioridades de Bolsonado passam pelo Senado

O governo também tem se desdobrado para desarmar "bombas" que aparecem na Câmara, como a ameaça de criação de uma CPI para investigar vazamentos da Lava Jato - por enquanto enterrada. Mas as prioridades do presidente Bolsonaro, atualmente, passam pelo Senado. A preocupação, no momento, é aprovar a reforma da Previdência e a indicação de seu "filho 03", o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), para a embaixada do Brasil em Washington. Os dois assuntos estão no Senado.

A crise dos últimos dias, provocada pela operação da Polícia Federal que na quinta-feira vasculhou gabinetes do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE,) e do filho dele, o deputado Fernando Filho (DEM-PE), alertou o Planalto. Na avaliação de auxiliares de Bolsonaro, o andamento da agenda do governo no Congresso pode enfrentar novas dificuldades.

Até agora, o presidente não conseguiu formar uma base sólida de sustentação no Legislativo e, em conversas reservadas, ministros admitem que houve erro na articulação política. Negociadas entre fevereiro e abril, as nomeações começaram a sair apenas em junho e, mesmo assim a conta-gotas. Intensificaram-se em julho, após a aprovação em dois turnos da reforma da Previdência na Câmara.

Mesmo assim, Bolsonaro enfrenta uma série de dificuldades para levar suas pautas adiante, principalmente a de costumes, e viu caducar medidas provisórias. Com a popularidade em queda, perdeu potenciais aliados, carimbados por ele mesmo como "velha política". Não é raro ouvir, nos corredores do Congresso, que o governo agora terá de comer "o pão que o diabo amassou" para ter apoio dos partidos, pois jogou os políticos contra a população.

Modelo de preenchimento de cargos é questionado

Nomes vetados também geram crise. O Planalto atribui as críticas disparadas pelo deputado Marco Feliciano (Podemos-SP) ao governo na última semana a uma insatisfação por não conseguir emplacar o advogado Pablo Tatim. Ex-assessor do presidente Michel Temer, ele deixou o governo no rastro de suspeitas de irregularidades.

O modelo de preenchimento dos cargos de confiança, até agora, também é questionado pelas legendas. O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que era o responsável em autorizar as nomeações, adotou a estratégia de atender pedidos das bancadas estaduais, sem passar pelas lideranças e partidos.

Um desses casos foi a nomeação da ex-deputada estadual Luiza Ribeiro para a superintendência da Funasa em Sergipe. De um clã que atua na política do município de Lagarto desde os anos 1950, a indicação atendeu a um pedido de seu sobrinho, o deputado federal Gustinho Ribeiro (Solidariedade-SE). Em seu primeiro mandato na Câmara, Gustinho disse não ter notado resistências do governo ao fato de indicar uma tia, mas reclamou que a nomeação "demorou muito".

Na Bahia, a superintendente da Funasa, Andreia Cajado, é mulher do deputado Claudio Cajado (Progressistas), vice-líder do governo. "Bolsonaro disse que não ia dar nada no primeiro e no segundo escalões, ministérios e secretarias executivas. E não deu. Agora, nos Estados, é mais do que justo. Eu mesmo tenho minha esposa, que é da Funasa. Desde a época de Temer. E ela continuou", disse. "Inicialmente, eles disseram que iam trocar tudo. Mas só por que foi indicação do governo Temer? Acho que o governo refluiu nisso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Diário Oficial da União (DOU) desta quinta-feira, 18, publica a exoneração do general Marco Aurélio Costa Vieira do cargo de secretário especial do Esporte, área agora vinculada ao Ministério da Cidadania, comandado pelo ministro Osmar Terra. O nome do novo titular não foi publicado no DOU.

Nos bastidores, há especulações de que a saída do general Vieira seria necessária para dar lugar ao MDB, com a nomeação de João Manoel Santos Souza, do Maranhão, que seria ligado ao ex-presidente José Sarney. Santos Souza é filho do ex-senador João Alberto, que hoje preside o MDB maranhense. Osmar Terra também é do MDB.

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Na semana passada, o ministro Osmar Terra tentou minimizar as especulações e disse que "por enquanto" não haveria mudança. "Precisamos botar o bloco na rua. Nossa dificuldade é juntar três ministérios em um e fazer funcionar lá na ponta. Não tem de ficar mudando secretários. Tem é de fazer eles trabalharem e todos estão", afirmou, reconhecendo, no entanto, que "há um jogo de interesses, de bastidores", sem especificá-los.

O general Marco Aurélio Vieira esteve reunido com o presidente Jair Bolsonaro no último dia 8, sem a presença do ministro. Osmar Terra, por sua vez, esteve com Bolsonaro no final da tarde do mesmo dia. "Ele tinha uns assuntos dele, específicos, para tratar com o presidente", desconversou o ministro na ocasião.

As mudanças na pasta começaram a ser discutidas no contexto da ampliação da base partidária do governo no Congresso, no momento em que o Palácio do Planalto tenta conseguir os votos necessários para a aprovação da proposta de reforma da Previdência.

No mesmo dia em que desembarcou no Congresso para entregar a proposta de reforma da Previdência, o presidente Jair Bolsonaro indicou que o governo partirá para negociações no varejo com deputados e distribuirá cargos nos Estados aos partidos que integrarem sua base de apoio na Câmara e no Senado. O governo vai criar agora uma plataforma, batizada no Palácio do Planalto como "banco de talentos", na qual parlamentares aliados poderão fazer indicações para vagas do segundo escalão.

O modelo que será adotado nos próximos dias foi desenvolvido pela Controladoria-Geral da União (CGU) e fixa critérios para as nomeações, como experiência na área, tempo de atuação no serviço público e formação acadêmica. Embora a medida coincida com a necessidade de votação do projeto que prevê mudanças na aposentadoria, considerado prioritário para o ajuste das contas públicas, o Planalto nega a barganha política em troca de apoio.

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A ideia é que os deputados e senadores da base de sustentação do governo no Congresso apresentem currículos de "técnicos" para as vagas disponíveis. As indicações serão avaliadas pelos ministros, que farão uma espécie de processo seletivo, podendo até mesmo recrutar militares da reserva.

Aproximadamente 70% dos cargos federais nos Estados ainda não foram trocados em universidades, diretorias regionais e superintendências do Incra, Ibama, Funasa, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (Dnocs), entre outros.

O novo sistema de preenchimento do segundo escalão revogará uma ordem do próprio Bolsonaro, que no início do mês havia mandado suspender nomeações e dispensas de comissionados e funções de confiança, por tempo indeterminado, para exercício em qualquer repartição federal, como revelou o Estado. Se antes a proibição era para conter brigas regionais de aliados, que se queixavam de uma dança indiscriminada das cadeiras, agora o "represamento" na distribuição dos cargos provoca insatisfações. A esse cenário se soma a falta de liberação das emendas parlamentares.

Para amarrar a adesão ao governo, o "banco de talentos" também vai apontar quem são os padrinhos políticos de cada um dos nomeados. "Não é um toma lá, dá cá, mas, sim, uma forma de os parlamentares serem responsáveis pelas indicações", afirmou o deputado Filipe Barros (PSL-PR). Dados de dezembro do Painel Estatístico de Pessoal, ferramenta produzida pelo Ministério da Economia, mostram que existem 74.223 vagas em repartições federais nos Estados. A lista inclui institutos, fundações, universidades e até agências reguladoras.

Bolsonaro apresentou nesta quarta-feira, 20, as linhas gerais da nova plataforma virtual em reunião no Planalto com a bancada do PSL, seu partido, horas depois de levar ao Congresso a proposta de reforma da Previdência, que estabelece idades mínimas de 62 anos (mulheres) e de 65 (homens) para a obtenção da aposentadoria (mais informações no caderno de Economia).

Crise

Com o PSL enfrentando suspeitas de irregularidades no financiamento de campanhas nos Estados e ainda sob impacto da crise política, provocada por uma queda de braço no governo, que culminou com a demissão do ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gustavo Bebianno, o Planalto corre contra o tempo para angariar apoios. Na terça-feira, 19, por exemplo, Bolsonaro sofreu sua primeira derrota na Câmara, quando deputados derrubaram um decreto sobre classificação de documentos ultrassecretos.

Descontentes, integrantes do Centrão criticaram o governo pela decisão de encaminhar a reforma previdenciária ao Congresso sem incluir no pacote, neste momento, o projeto que altera as regras do regime dos militares.

O Centrão é formado por partidos que avalizaram a recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ) à presidência da Câmara. Além do DEM, fazem parte desse bloco siglas como PP, PR, PSD, MDB, PRB, PTB e o próprio PSL de Bolsonaro.

"A ausência dos militares das Forças Armadas na proposta de reforma da Previdência (...) é um sinal ruim para a sociedade e pode dificultar o andamento da proposta entre os deputados", afirmou o deputado Marcos Pereira (SP), que comanda o PRB, em postagem no Twitter. Pereira é da bancada evangélica e primeiro vice-presidente da Câmara.

Mesmo depois de Bolsonaro ter ido ao Congresso, parlamentares reclamaram da "falta de articulação" do governo. "A reforma da Previdência chega ao Congresso num momento em que o governo está desarticulado, sem interlocução no ambiente da Câmara e entre os Poderes", disse o deputado Elmar Nascimento (BA), líder do DEM e do blocão. Para ele, a base de Bolsonaro está "dispersa" e esse quadro representará "grave problema" na hora da votação. "Já havia desarticulação e um histórico de recuos, situação que se agravou nos últimos dias. Está faltando diálogo e construção de pontes com o Congresso."

No encontro com a bancada do PSL, Bolsonaro pediu ajuda para a reversão de qualquer obstáculo que possa atrapalhar a aprovação da reforma da Previdência, classificada por ele como um tema árido, mas primordial para o sucesso do seu governo. "O presidente quer que a gente jogue junto", resumiu a deputada Bia Kicis (PSL-DF). As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Partidos da base aliada do governo cobram a demissão do atual presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. O argumento é de que o executivo não pode mais continuar na direção do banco de fomento, após ter sido lançado oficialmente, no sábado (19), pré-candidato à Presidência da República pelo PSC.

"Ele deve sair para cuidar só da candidatura dele agora", disse o líder do PR na Câmara, José Rocha (BA). "O Paulo Rabello não pode falar e fazer determinadas coisas na presidência do BNDES e continuar no governo. Por mim, ele já estaria fora", disse o vice-líder do DEM, deputado Pauderney Avelino.

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Recém-filiado ao PSC, o presidente do BNDES foi lançado pré-candidato do partido a presidente em 2018 durante convenção da legenda em Salvador (BA). Em discurso no evento, disse que vai trabalhar para "higienizar" a política.

"Vamos desintoxicar a política brasileira, passar por um processo de limpeza, de higienização, de compromisso efetivo", declarou o executivo, defendendo que as mudanças aconteçam dentro da política. "Temos que caminhar com os políticos, mas com compromisso renovado", afirmou.

Amigo do presidente Michel Temer, Rabello assumiu o BNDES em junho, após a saída de Maria Silvia Bastos Marques. A nomeação, porém, nunca teve a simpatia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que ficou irritado por não ter sido consultado pelo governo sobre a escolha.

Rabello já é alvo de fogo amigo da base aliada por bater de frente com o governo em algumas situações. Entre elas, a antecipação de pagamento ao Tesouro Nacional de empréstimos feitos ao banco e a criação da Taxa de Longo Prazo (TLP), que substituiu os juros subsidiados da TJLP.

Procurado, o BNDES ainda não respondeu. (Colaborou Adriana Fernandes)

Líderes de partidos da base aliada preveem que o presidente Michel Temer terá menos votos a seu favor na segunda denúncia em relação à primeira durante a votação da acusação no plenário da Câmara. A avaliação é de que a relação política entre os parlamentares e o Palácio do Planalto piorou. A votação da segunda denúncia no plenário da Casa está prevista para a próxima quarta-feira, dia 25.

Em linhas gerais, líderes partidários citam três motivos principais para o aumento dos votos contrários a Temer: 1) o não cumprimento de promessas do governo em relação a liberação de cargos e emendas; 2) o fato de os ministros Eliseu Padilha (Casa Civil) e Moreira Franco (Secretaria-Geral da Presidência) estarem juntos na segunda denúncia; 3) a perda do medo de punições, por o governo não ter punido deputados da base que votaram contra Temer na primeira denúncia.

“O clima está tenso. Com certeza, ele terá menos votos a favor dele”, afirmou o líder do PSD na Câmara, deputado Marcos Montes (MG), que comanda a quinta maior bancada da Casa, com 39 parlamentares. De acordo com ele, a bancada do PSD deve dar de três a cinco votos novos contra Temer na segunda denúncia. Na primeira denúncia, o partido tinha 40 deputados, dos quais 14 votaram contra Temer, 22, a favor e dois se ausentaram.

O líder do PR, José Rocha (BA), também prevê que Temer receberá menos votos a seu favor na segunda denúncia. “No PR, há uma insatisfação muito grande por não terem cumprido o compromisso de liberação de emendas impositivas. Ano que vem é ano eleitoral”, afirmou Rocha, sem dar uma estimativa de votos na bancada. Na primeira denúncia, o PR deu 28 votos a favor do presidente e nove contra. Outros três parlamentares se ausentaram.

Apesar dos avisos ao Governo, a maioria dos partidos da base aliada agiu para ajudar o governo. PR e PSD, por exemplo, mudaram seus integrantes titulares na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) para ajudar Temer a barrar a segunda denúncia. O colegiado aprovou nesta quarta-feira, 18, o parecer do deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG) recomendando a rejeição da denúncia.

NA PRESSÃO – Às vésperas da votação da segunda denúncia contra Michel Temer na Câmara, o Governo pretende liberar dezenas de cargos para deputados de partidos como PP, PR, PTB e PRB. A estratégia procura conter ameaças de rebelião e manter a base aliada para a sessão da próxima quarta-feira. As indicações dessas siglas - que integram o chamado Centrão - começaram a ser destravadas e, segundo o Palácio do Planalto, devem ser liberadas até o dia da votação. O atraso nas nomeações provocou mal-estar entre o Governo e esses partidos, principalmente por que eles ajudaram a barrar a primeira denúncia contra o presidente, em agosto.

Ação em favor do estaleiro – O deputado pernambucano Fernando Monteiro (PP) cumpriu papel importante na Comissão Mista que aprovou a Medida Provisória (MP) 795, que desonera tributos das atividades de exploração e produção de petróleo e de gás natural exercidas por empresas no Brasil. Negociação do governador Paulo Câmara (PSB) e de Fernando, a MP acabou alterada para assegurar a manutenção do polo naval brasileiro, incluindo os estaleiros pernambucanos. Segundo Fernando Monteiro, a mobilização continua para garantir a aprovação no plenário. “A aprovação desta MP vai garantir o futuro da indústria naval de Pernambuco e a manutenção de milhares de empregos”. Em negociação com o relator da Comissão, deputado Júlio Lopes, foi possível incluir no texto da MP um parágrafo que proíbe a isenção de impostos na importação de embarcações destinadas à navegação de cabotagem e à navegação interior de percurso nacional.

Patrono ameaçado – Diante do movimento, promovido por alguns parlamentares no Congresso Nacional, de retirar o título de Patrono da Educação Brasileira de Paulo Freire (1921-1997), o deputado Danilo Cabral (PSB) assinou uma moção de repúdio contra a iniciativa. Segundo o socialista, atribuir o descaso que o processo histórico do Brasil deu à causa da educação ao educador Paulo Freire é um absurdo. “Se o Brasil vive essa situação hoje, é porque nunca se deu à educação o seu devido valor, o de ser um instrumento para a transformação da vida das pessoas”, destacou. A moção de repúdio foi apresentada pelo deputado Glauber Braga (PSol-RJ) na Comissão de Educação, da Câmara dos Deputados, por causa da tramitação de uma proposta, que tramita no site do Senado, através do e-cidadania, para revogar a lei 12.612 que confere o título a Paulo Freire. São necessárias 20 mil assinaturas para que o tema seja debatido no Senado – ontem (19) mais de 21 mil pessoas já tinham assinado a petição.

Teatro sem reforma – Foi suspensa a licitação para reforma do Teatro do Parque. De acordo com a Prefeitura do Recife, um novo processo será formalizado para permitir que os serviços sejam executados com recursos federais. Com 102 anos, o espaço foi fechado pelo poder público, em 2010, para uma obra, ainda não concluída. A Prefeitura alegou, por meio de nota, que foi preciso suspender e refazer o processo, porque o repasse do Ministério da Cultura (Minc) só foi confirmado quando a administração municipal já havia assegurado a reforma e restauro do teatro.

Protesto por mais casas – Representantes da Associação dos Construtores de Pernambuco (ACP) realizaram, ontem, um protesto no Centro do Recife. Filiada à Federação Nacional das Pequenas Construtoras (FENAPC), a entidade exige ao Governo Federal a retomada dos financiamentos para o Programa Minha Casa Minha Vida. A categoria informa que chegou a firmar, em média, seis mil contatos por ano com a Caixa Econômica Federal (CEF). Em virtude do corte de recursos, atualmente, não é possível assinar nem 20% desse total de acordos. A manifestação contou com a participação de cerca de 500 pessoas. Elas saíram, às 9h30, do Parque Treze de Maio, no Centro, e seguiram até a Agência Central da Caixa. Por volta das 11h30, foram recebidos pela gerência da instituição financeira.

CURTAS

ATRASO DE CACHÊS – O Ministério Público de Pernambuco (MPPE) faz um convite a sociedade civil, especialmente a classe artística, para debater, no próximo dia 9 de novembro, às 14h, na sede da Procuradoria Geral de Justiça de Pernambuco, no bairro de Santo Antônio, as razões constantes dos atrasos nos pagamentos das atrações artísticas contratadas Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco (Fundarpe).

PLENÁRIA DO PT – No próximo domingo, o PT de Pernambuco promove, em Serra Talhada, plenária com os diretórios municipais, lideranças, prefeitos e parlamentares das regiões do Sertão do Pajeú, Moxotó, Central e Itaparica. Na pauta, debates sobre as conjunturas nacional e estadual; eleições 2018; e organização partidária na região. A proposta é aprofundar a discussão sobre o fortalecimento do PT onde ele já existe, apoiando, inclusive, a atuação dos prefeitos e vereadores.

Perguntar não ofende: Quais as chances do prefeito de São Lourenço, Bruno Pereira (PTB), de reassumir o mandato?

Após a Câmara rejeitar a denúncia contra o presidente Michel Temer, parlamentares da base aliada querem agora concentrar esforços nas próximas semanas na aprovação da reforma política, que prevê mudanças no sistema político-eleitoral e estabelece um fundo com recursos públicos para financiar as eleições. Essas medidas precisam ser aprovadas na Câmara e no Senado em 60 dias para que tenham validade já nas eleições de 2018.

Neste período, porém, o governo estabeleceu como prioridade no Congresso o avanço da reforma previdenciária. Por ser uma proposta de emenda à Constituição, a alteração na Previdência precisa passar por dois turnos de votação em cada uma das Casas e ter, no mínimo, 308 votos a favor na Câmara. Na votação da denúncia, o presidente obteve 263 votos a favor e 227 contra.

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Nesta quinta-feira (3), o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, disse que espera que a reforma da Previdência seja aprovada na Câmara e no Senado até o fim de outubro.

A avaliação de parlamentares da base é de que não há tempo a perder na reforma política por causa do prazo determinado na Constituição, que prevê que só valem medidas aprovadas até um ano antes do pleito. Esse argumento é especialmente majoritário no Centrão, grupo do qual fazem parte PP, PSD, PR e PTB, e foi decisivo na votação que barrou a acusação formal por corrupção passiva contra Temer. Até deputados da oposição defendem dar prioridade agora à reforma política.

A aprovação de novas regras eleitorais é vista pelos parlamentares como essencial para garantir a reeleição e, por isso, tida como prioritária pela classe política. O foco será a criação de um fundo público de financiamento para as campanhas, na ordem de R$ 3,5 bilhões, para contornar as dificuldades de arrecadação criadas com a proibição das doações empresariais e as investigações da Lava Jato.

Outros três pontos também já encontram consenso entre os parlamentares: o fim das coligações, a aprovação de uma cláusula de barreira - ou desempenho - para dificultar a criação de novos partidos, e a antecipação da chamada janela partidária, que permite que um parlamentar migre de uma sigla para a outra sem perder o mandato.

Mais polêmico, o Congresso também deverá discutir alterações no modelo das eleições para deputados e aprovar o "distritão" - pelo qual são eleitos os candidatos mais votados. Pelo sistema atual, chamado proporcional, o nome mais votado não garante necessariamente uma cadeira na Câmara. Ele soma o número de votos de todos os candidatos da legenda e, a partir daí, se definem quantos assentos o partido terá direito.

Comissões

Atualmente, há duas comissões na Câmara debatendo esses assuntos. Relator de uma delas, o deputado Vicente Cândido (PT-SP) deve apresentar uma nova versão do seu parecer na próxima terça-feira. Esse é o texto que discute temas como financiamento de governo e sistema eleitoral.

Já o projeto relatado pela deputada Shéridan (PSDB-RR) trata de uma proposta de emenda à Constituição e tem como foco o fim das coligações partidárias e a cláusula de barreira.

Os dois textos precisam ser primeiro aprovados pelas respectivas comissões para depois seguir para o plenário. Após passarem pela Câmara, os projetos ainda têm de ser analisados pelo Senado.

'Infieis'

Em outra reivindicação, parlamentares do Centrão ameaçam votar contra a reforma da Previdência caso o governo não puna deputados que apoiaram o prosseguimento da denúncia contra Temer. O argumento é de que, se o Planalto não retaliar os infieis com a perda de cargos, parlamentares que foram leais se sentirão desobrigados a votar a favor da mudança previdenciária.

Para líderes do Centrão, se não houver punição, deputados da base vão achar que também estão no direito de desobedecer à liderança do partido nas próximas votações. Temer já pediu um levantamento dos infieis. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O líder do DEM na Câmara, Efraim Filho (PB), defendeu na manhã desta segunda-feira (22) que a Casa demonstre responsabilidade para com o País dando andamento à agenda de votações e anunciou que seu partido continuará dando sustentabilidade ao governo Michel Temer. "A decisão, por enquanto, é o Democratas permanecer na estabilidade, na base do governo", disse.

Com um discurso afinado com o governo, Efraim questionou as denúncias dos irmãos Batista, da JBS, criticou a falta de perícia na gravação feita pelo empresário Joesley Batista, a "benevolência" da Justiça com os delatores que, em suas palavras, "deixaram o caos no País".

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O líder reconheceu que a Operação Lava Jato é uma agenda importante, mas ressaltou que a pauta econômica também é primordial e que as investigações não podem paralisar os trabalhos do Parlamento. "O Congresso chama para si essa responsabilidade. A agenda econômica interessa ao País", apelou.

Efraim minimizou as baixas na base aliada nos últimos dias e lembrou que dentro do PSB e do PPS há dissidentes que continuam alinhados com o governo. "As baixas na base foram relativamente poucas", observou.

O deputado criticou a estratégia de paralisação que a oposição pretende impor aos trabalhos nesta semana. "A obstrução da oposição, do quanto pior melhor, ela só prejudicará a vida das pessoas", concluiu.

As cúpulas do PSDB e do DEM resolveram dar mais um prazo para Michel Temer e agora aguardam o julgamento do Supremo Tribunal Federal (STF) sobre o pedido de suspensão do inquérito contra o presidente, na quarta-feira (24), para decidir se mantêm ou retiram o apoio ao governo. Nos bastidores, os dois partidos já avaliam uma saída alternativa para a crise política, com a construção de um nome de consenso para substituir Temer, caso a situação fique insustentável e haja eleição indireta.

O problema é que ainda não há acordo sobre quem seria o "salvador" da Pátria. O presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), havia marcado uma reunião para domingo, 21, em Brasília, com dirigentes e líderes de seu partido e também do DEM e do PPS para discutir a agonia de Temer após a delação da JBS. Ministros entraram em campo, porém, para pedir que o encontro fosse adiado.

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Na noite de domingo, Tasso e o presidente do DEM, senador Agripino Maia (RN), compareceram a um encontro com Temer, que recebeu ministros, líderes e dirigentes de partidos, no Palácio da Alvorada.

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso telefonou para Temer no Sábado (20) e lhe prestou solidariedade. Dois dias após ter publicado texto nas redes sociais no qual disse que os envolvidos na delação da JBS "terão o dever moral de facilitar a solução, ainda que com gestos de renúncia", se suas defesas não forem convincentes, FHC disse ao presidente ter sido mal interpretado.

O PSDB e o DEM são hoje os pilares da coalizão, depois do PMDB. A preocupação maior no governo, porém, é com a legenda tucana. O Planalto passou as últimas 48 horas monitorando o comportamento do partido e se movimentando para impedi-lo de deixar a base de sustentação de Temer. A avaliação é de que, se isso ocorrer, será o fim da gestão peemedebista.

Dirigentes tucanos asseguraram a Temer que não tomarão decisão precipitada, mas admitiram que a pressão para o desembarque, principalmente da ala jovem - os chamados "cabeças pretas" -, é muito forte. Internamente, os tucanos ainda se queixam de que não sabem como administrar o impacto da crise sobre o agora senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG).

Impasse

A direção do PSDB do Rio divulgou no domingo nota pedindo a renúncia ou o impeachment de Temer e a saída dos quatro ministros tucanos do governo. A seção fluminense do partido, no entanto, só tem um deputado federal - Otávio Leite, presidente da legenda no Estado - e nenhum senador.

"Qualquer solução fora da Constituição não seria solução, e sim um problema. O Brasil pede que todos os fatos sejam apurados com rigor", disse o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, um dos pré-candidatos do PSDB ao Planalto. "Estamos ouvindo as bases e a decisão sobre permanecer ou não no governo será tomada pela Executiva, em conjunto com as bancadas e os governadores", emendou o deputado Sílvio Torres (SP), secretário-geral da legenda.

À reportagem, o ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse não ter informações sobre ameaça de debandada no PSDB e no DEM. "Os dois partidos estão firmes e fortes na base do governo", afirmou ele.

O líder do governo no Senado, Romero Jucá (PMDB-RR) precisou fazer ontem, porém, uma operação "segura base" para pedir apoio a Temer. "Conclamamos os aliados para continuarmos acelerando as reformas. A cereja do bolo é a Previdência e tem de ser perseguida, mas, se não chegar, paciência. Ficará para a próxima gestão", disse.

Na prática, as conversas sobre a possível substituição de Temer estão sendo feitas com cautela. Se ele renunciar, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), assumirá o cargo por 30 dias. Depois desse prazo é realizada eleição indireta pelo Congresso. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de Michel Temer investir na estratégia de desqualificar o empresário Joesley Batista e pedir ao Supremo Tribunal Federal a suspensão do inquérito contra ele com base na delação do dono da JBS, o presidente e seus principais ministros fizeram nesse domingo (21) um esforço concentrado para evitar o desmanche da base aliada. Principais sócios da coalizão governista, PSDB e DEM atenderam a apelos do Planalto e decidiram esperar a decisão do STF para anunciar se rompem ou não com a gestão Temer.

A reunião marcada no sábado (20) à noite pelo senador Tasso Jereissati (PSDB-CE), que assumiu o comando da legenda, foi desmarcada na manhã de ontem, com a ajuda do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ). A defesa de Temer pede a suspensão do inquérito até que seja verificada a integridade do áudio da conversa entre o presidente e Joesley, gravado e entregue pelo empresário à Procuradoria-Geral da República. A Polícia Federal começou a realizar na noite de domingo a perícia na gravação.

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À noite, Temer reuniu 23 deputados federais, seis senadores e 17 dos 28 ministros no Palácio da Alvorada para discutir a crise política. Tasso e o presidente do DEM, Agripino Maia (RN), compareceram. No início da tarde, diante de informações de que o jantar convocado pelo presidente seria esvaziado, seus interlocutores dispararam telefonemas para garantir quórum. Os relatos que têm chegado ao núcleo duro do governo não são otimistas. Há pressão de diretórios estaduais pelo desembarque.

Até o momento, PSB - sétima maior bancada na Câmara, com 35 deputados - e Podemos (antigo PTN) já anunciaram o rompimento com o Planalto. Na ofensiva para conter a saída de parlamentares aliados, o governo também busca manter a agenda de votações no Congresso Nacional e indicar que a pauta das reformas, principalmente a trabalhista e a da Previdência, será retomada.

Apesar da alta temperatura da crise política, movimentos ligados à esquerda fizeram atos esvaziados no domingo pelo País. As manifestações nas ruas a favor da renúncia e de eleições diretas não chegaram a ter dimensão que abalasse ainda mais o Planalto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

No "open house" do Alvorada oferecido pelo presidente Michel Temer aos ministros e parlamentares da base aliada, Temer reiterou, de forma enérgica, que "vai ficar até o fim" e que "não vai ceder às pressões". Em sua fala, ele voltou a reconhecer que cometeu um equívoco sem os devidos rituais de segurança ao receber o empresário Joesley Batista.

"Mas este é o meu estilo", lembrou Temer, acrescentando que precisa mudar. Temer disse ser comum receber muitos dos parlamentares, depois das 22h. "Meu regime de trabalho é meia noite, uma hora, vocês sabem que eu recebo, e falo com todo mundo", observou.

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"O encontro foi uma grande pajelança com muita representatividade", comentou um dos presentes ao dizer que o presidente estava "muito firme". Temer também teria avisado que continuará à disposição para receber e conversar com quem quiser falar com ele.

A um ano e cinco meses da eleição de 2018, partidos da base aliada do governo Michel Temer disputam o espólio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no Nordeste. Nos bastidores, até integrantes do PMDB de Temer buscam composições e acertos regionais para ter Lula no palanque, mesmo sendo oposição ao PT.

O movimento acompanha a liderança do ex-presidente nas pesquisas de intenção de voto, embora ele seja réu em cinco ações penais, três das quais no âmbito da Lava Jato. A cúpula do PT, porém, já considera com mais atenção a possibilidade de o petista não poder concorrer ao Palácio do Planalto, em 2018, e tenta montar um plano B.

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Com 26,8% dos eleitores brasileiros, o Nordeste virou um celeiro de votos em busca de um candidato. Lá, os problemas causados pela seca foram acentuados pela redução drástica de investimento em obras no semiárido e no agreste.

Diante de tantas incertezas provocadas pelas delações da Odebrecht, os partidos também procuram "outsiders" na política - sem processos ou máculas - para lançar em disputas de todos os níveis.

"Existem hoje dois cenários. Com Lula, haverá uma candidatura que catalisa o enfrentamento. Sem ele, ocorrerá uma multiplicidade de candidatos, como na eleição de 1989", disse o deputado Jutahy Junior (PSDB-BA), aliado do senador tucano José Serra (SP).

Pesquisa Datafolha divulgada ontem (30/04) mostrou que Lula ampliou sua liderança, apesar das denúncias, chegando a 30% das preferências. Mesmo assim, para 32% dos entrevistados, o governo do petista (2003-2010) foi o que registrou maior incidência de corrupção. A rejeição a Lula também chegou a 45%. Se as eleições fossem hoje, o deputado Jair Bolsonaro (PSC-RJ) ocuparia o segundo lugar, de acordo com o Datafolha, empatado tecnicamente com a ex-senadora Marina Silva (Rede).

Lula já deu indicações de que, caso seja condenado em segunda instância e impedido de entrar no páreo, o ex-prefeito de São Paulo Fernando Haddad pode ser o indicado para concorrer ao Planalto, em 2018. Seu afilhado favorito para a missão seria o ex-governador da Bahia e ex-ministro Jaques Wagner. Até agora, no entanto, as delações atingiram mais Wagner do que Haddad. O apoio ao também ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é hoje descartado pela cúpula do PT, sob o argumento de que ele é muito "intempestivo" e não resistirá à campanha.

"Eu não sou lulista, mas temos de dar a Lula o que é de Lula", afirmou o senador Garibaldi Alves (PMDB-RN), que já foi ministro da Previdência no governo Dilma Rousseff. "Se ele não puder disputar, não vejo um substituto natural. Não há um nome no PT que tenha o mesmo carisma."

Vazio. Para o deputado Lúcio Vieira Lima (PMDB-BA), o ex-presidente é um "candidato fortíssimo", mas as alianças estão em compasso de espera porque, se ele virar "ficha suja", ficará inelegível.

"Haverá um grande vazio se Lula não puder se candidatar", avaliou Lúcio, que é irmão de Geddel Vieira Lima e, da mesma forma que o ex-ministro, tornou-se alvo da Lava Jato. "Além disso, ninguém sabe se esse Doria terá a mesma pegada", emendou, numa referência ao prefeito de São Paulo, João Doria, mencionado como possível candidato do PSDB à sucessão de Temer.

Presidente da Comissão Especial da Câmara que analisa propostas para a reforma política, Lúcio acredita que o discurso da Lava Jato não será tão explorado na campanha porque as investigações envolvem todos os grandes partidos. "Desta vez, o PT não poderá criticar ninguém", provocou.

A opinião é compartilhada pelo líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), que se tornou adversário de Temer. "Com essa história de criminalizar todo mundo, Lula vai fazer um passeio em 2018", disse Renan, também na mira da Lava Jato, em recente conversa com amigos.

Dono de mais de 70 pontos de aprovação nas pesquisas, o prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), é lembrado como opção de vice numa chapa do PSDB à Presidência. Tudo indica, porém, que ele será candidato ao governo da Bahia.

Em seu segundo mandato, ACM Neto conquistou redutos antes dominados pela esquerda e tem sido visto como um político em ascensão no Nordeste. "Na última eleição em Salvador, tive uma votação linear em todas as classes sociais", disse ele. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

A impopularidade do presidente Michel Temer, o avanço da Lava Jato e a crise econômica têm levado integrantes da base no Congresso a um "descolamento" do governo, que se reflete não apenas nas votações no plenário, mas nos acordos para as disputas de 2018. A um ano e meio das eleições, o PMDB de Temer não sabe se terá condições de disputar a sucessão presidencial com candidato próprio e o PSDB escancara suas divergências em praça pública.

"O Temer foi o resultado dos erros da Dilma e agora o Lula poderá ser o resultado dos erros do Temer", afirmou o senador Cristovam Buarque (PPS-DF), numa referência ao crescimento do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), réu da Lava Jato, nas pesquisas.

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Ex-petista, Cristovam votou pelo impeachment de Dilma Rousseff. Disse não ter se arrependido, mas, ao adotar um discurso mais duro contra o governo, indicou que o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (AL), não está sozinho nas críticas. Na sua avaliação, Temer precisa de uma espécie de "comunicólogo" para explicar as ações da equipe, se não quiser enfrentar mais problemas.

"O presidente virou prisioneiro da psicologia parlamentar, de não ser um líder de massas. Ele acha que, convencendo o Parlamento basta, mas não é assim. Até agora não conseguiu convencer o povo de que a reforma da Previdência vai trazer justiça e acabar com os privilégios", insistiu Cristovam.

'Suicidas' - Em recente reunião com a bancada do PPS, o senador não se conteve. Afirmou estar convencido de que quem votar pela aprovação de mudanças na aposentadoria não será reeleito. "Se continuar assim, vamos dividir os parlamentares em dois grupos: os que são contra a reforma e os suicidas", provocou Cristovam, que disse se encaixar no segundo, pois ainda tentará outro mandato. "Até as manifestações são resultado da incompetência do governo para explicar as coisas."

O PPS tem dois ministérios, mas, mesmo assim, mostrou infidelidade na votação do projeto de terceirização na Câmara, ao lado do próprio PMDB, do PSDB e de outros aliados.

O descontentamento de Cristovam se estende ao PSDB, embora o partido controle quatro ministérios, incluindo a secretaria responsável pela articulação política do Planalto com o Congresso. Em conversas reservadas, tucanos fazem reparos aos rumos da economia sob Temer e dizem torcer para que não haja um "abraço de afogados" ao fim da gestão - com nomes envolvidos pela Lava Jato -, mas têm certeza de que o PMDB apoiará o PSDB para a Presidência.

O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, já chegou a ser citado como a alternativa do PMDB para a campanha de 2018. A falta de reação da economia, no entanto, inibiu os defensores desse plano B.

À pergunta sobre quem será o candidato do PSDB à sucessão de Temer, os palpites são os mais variados na seara tucana. Do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, ao senador Aécio Neves (MG), passando por seu colega José Serra (SP), tudo depende dos desdobramentos da Lava Jato e de quem sairá mais ou menos chamuscado das delações da Odebrecht. É nesse cenário que aparece o perfil do prefeito de São Paulo, João Doria, como a "salvação" do tucanato.

"Ninguém está pensando em candidato para salvar o partido", rebateu o deputado Silvio Torres (SP), secretário-geral do PSDB. "Ainda que haja questionamentos (por parte da Lava Jato) em relação às nossas lideranças, a soma delas é fundamental para o PSDB seguir em frente. O Doria tem um papel importantíssimo e vai compor esse retrato, mas não necessariamente como candidato."

Doria assegurou que seu candidato ao Planalto será Alckmin, o padrinho político, mas não passou despercebida dos outros pretendentes à cadeira de Temer sua declaração de que é preciso lutar para evitar a volta de Lula. Em entrevista ao jornal O Estado de S. Paul, Doria admitiu lançar seu nome para o Palácio dos Bandeirantes "se Alckmin pedir".

Tucanos notaram que Aécio, embora não tenha jogado a toalha sobre a intenção de concorrer à Presidência, dá sinais de que pode desistir. Preocupado com a Lava Jato e com o mandato que termina em 2018, o presidente do PSDB parece hoje mais interessado em recuperar a confiança de eleitores em Minas.

No Planalto, a avaliação é de que Temer sobreviverá ao julgamento do processo no Tribunal Superior Eleitoral e manterá o cargo, mas não será candidato. A negativa também foi dada por ele a empresários com quem conversou, nos últimos dias. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O ministro da Secretaria de Governo, Antonio Imbassahy, minimizou nessa quinta-feira (6) insatisfações na base aliada no Congresso e disse haver "muita confiança" na aprovação da reforma da Previdência, um dos principais pontos da agenda econômica do presidente Michel Temer.

Ao tentar destacar que a base está alinhada, Imbassahy afirmou que as votações recentes que desagradaram ao governo, como a que pode inviabilizar o serviço do Uber, são projetos com temas próprios de debate no Congresso. Interlocutores do presidente dizem que o texto aprovado nesta semana pelos deputados, se não for modificado pelo Senado, deve ter vetos de Temer.

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Aliado do Planalto, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), minimizou as dificuldades. "Até agora aprovou tudo", disse. Segundo ele, o projeto de recuperação fiscal dos Estados não foi votado na quarta-feira (5) porque a votação começou tarde e a obstrução da oposição estendeu muito a sessão. Para ele, mesmo a emenda da MP do Cartão Reforma e a PEC das universidades não foram derrotas. "Uma emenda o presidente veta e a PEC não era do governo."

Abandono

Em entrevista à Rádio Bandeirantes, Temer falou da relação com o líder do PMDB no Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e sua investida para se aproximar da bancada do partido. "Não me sinto abandonado, não. Nós já propusemos coisas dificílimas no Congresso Nacional que tiveram aprovação muito expressiva", disse, citando a PEC do Teto.

"Quando nós resolvemos cortar na própria carne, ou seja, estabelecer um teto para os gastos públicos, isso é uma emenda à Constituição que demandava 308 votos, nós tivemos 366 votos na Câmara dos Deputados, e tivemos igual porcentagem no Senado Federal", disse o presidente. "Nós temos tido o apoio fechado do Congresso." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O comportamento da base aliada na Câmara dos Deputados acendeu alerta para as futuras votações das principais reformas que o governo pretende aprovar neste ano, a da Previdência e a trabalhista. Nas últimas três semanas, o Palácio do Planalto sofreu derrotas e enfrentou dificuldades para aprovar matérias impopulares na Casa.

Parlamentares dizem que esse cenário decorre da combinação de alguns fatores: a agenda impopular do governo e seus possíveis efeitos na reeleição dos deputados em 2018; problemas na articulação política na Casa e na comunicação do Planalto, além da falta de atendimento às reivindicações por cargos na administração federal.

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A primeira dificuldade do governo foi registrada no dia 22 de março, com o projeto que regulamenta a terceirização. A proposta foi aprovada com um placar apertado de 231 votos a 188, menos do que os 308 votos mínimos necessários para aprovar uma emenda à Constituição, como a da reforma da Previdência.

Desde então, o governo foi derrotado ao ver aprovada, por 245 a 179, uma emenda do PT à Medida Provisória do Cartão Reforma, que obriga a União a destinar 20% do valor do programa à área rural. O governo queria manter esse porcentual em 10%, mas perdeu.

Na semana passada, o Planalto também não conseguiu alcançar os votos mínimos necessários para aprovar em segundo turno uma emenda à Constituição autorizando universidades públicas e institutos federais a cobrar por cursos de extensão e pós-graduação lato sensu (especializações). A proposta recebeu 304 votos favoráveis e 139 contrários.

O governo vem enfrentando ainda dificuldade para aprovar o projeto que cria o Regime de Recuperação Fiscal para Estados falidos. Temendo derrota, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), adiou a votação para a próxima semana.

Deputados relatam que a agenda governista e seus efeitos em 2018 aliada à falta de uma boa articulação política são o principal fator desse novo cenário da Casa - que tem ameaçado a ideia de governo congressual que Temer costuma defender.

"Matéria indigesta não vota se não tiver interlocução. O governo só tem um articulador, que é o próprio (presidente) Michel (Temer). Os outros estão acomodados. Quantas vezes você viu um ministro articular com a bancada do seu partido aqui na Câmara?", disse Danilo Forte (PSB-CE). "Ou descem do pedestal e afinam agenda com o Congresso ou vai ser derrota."

Redes

Há relatos ainda do aumento da pressão do eleitor via redes sociais. "A maior tarefa é convencer a população", disse o líder Efraim Filho (DEM-PB). Para o líder, há resistência do eleitorado às reformas e cobrança imediata de seus posicionamentos na internet. "As pessoas não estão informadas, não estão convencidas", concluiu.

Deputados também dizem que a Câmara têm resistido nas medidas impopulares porque muitas vezes o Senado não as leva adiante e deixa o ônus apenas com os deputados. "Todas as broncas começam por aqui. Você se desgasta e o Senado vai lá derruba, muda tudo ou senta em cima", afirmou Joaquim Passarinho (PSD-PA).

Ele citou como exemplo o pacote anticorrupção, aprovado pela Câmara no fim de 2016 e que está parado no Senado, e a própria terceirização, quando deputados tiveram de votar o tema duas vezes: em 2015 e em março deste ano. Passarinho vê atuação tímida dos articuladores do Planalto. "Hoje você tem líder do governo e mais de dez vice-líderes, mas eles não aparecem no plenário aqui para defender o governo. Se os líderes dos grandes partidos não estão defendendo o governo, como os outros parlamentares vão defender?"

Além do líder do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), o Palácio do Planalto criou a função de líder da maioria, posto ocupado atualmente pelo deputado Lelo Coimbra (PMDB-ES). Tem ainda um deputado na liderança do Executivo no Congresso Nacional, no caso, André Moura (PSC-SE). Nos bastidores, deputados relatam falta de sintonia entre os três. Procurados nesta quinta-feira, Aguinaldo, Lelo e Moura não foram encontrados para falar sobre o assunto. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Em um recado ao Palácio do Planalto, o presidente nacional do PTB, Roberto Jefferson, afirmou em um vídeo divulgado nas redes sociais que, após a derrota para a presidência da Câmara, o deputado Jovair Arantes (PTB-GO) precisa ser recompensado assumindo um ministério no governo do presidente Michel Temer. A eleição para a Mesa Diretora da Casa aconteceu na quinta-feira, 2.

Na gravação, Jefferson, que foi o delator do escândalo do mensalão no primeiro mandato do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, disse que, após a campanha pelo comando da Casa, o deputado estava qualificado para assumir "uma função mais elevada". "Nós pensamos que o Jovair pode integrar a equipe de governo do presidente Temer", disse.

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Segundo ele, Temer já foi avisado de que esses são os planos do PTB para Jovair, que há dez anos ocupa a liderança do partido na Câmara. "Eu quero dizer isso ao presidente Temer, já mais ou menos deixei isso insinuado para ele, que o Jovair precisa agora ser reconhecido na sua luta, em nome do PTB. O PTB postula mais uma cadeira aqui na Esplanada dos Ministérios em Brasília. Eu gostaria de ver isso acontecer", afirmou no vídeo.

Jovair terminou a disputa em segundo lugar, com 105 votos. Durante toda a campanha, reclamou da preferência do governo pelo nome de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que foi reeleito para o cargo com 293 votos. Na semana passada, esteve com Roberto Jefferson no Planalto para reclamar da interferência de ministros na eleição.

Interlocutores de Temer sempre afirmaram que a candidatura de Jovair tinha como objetivo cacifá-lo para assumir um ministério no governo, o que o deputado negava. Não está nos planos do Planalto, porém, aumentar o espaço do PTB na Esplanada neste momento. O partido já ocupa o Ministério do Trabalho. Uma das soluções seria Jovair substituir o atual ministro da pasta, Ronaldo Nogueira.

Interlocutores de Temer afirmam que ele está avaliando a situação. O peemedebista sabe que vai ter que fazer acenos ao grupo de Jovair, que representa o que sobrou do chamado "Centrão", bloco informal de partidos que ganhou força com a chegada à presidência da Câmara de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), hoje preso na Lava Jato.

Assim que o resultado da eleição para a presidência foi divulgado, na tarde de quinta-feira, o presidente chamou Jovair para uma conversa no Planalto. Aliados do deputado do PTB dizem que a possibilidade de ele ser nomeado ministro não foi discutida.

Antes mesmo da derrota de Jovair ser sacramentada, o governo já começou a afagar o aliado. Em meados de janeiro, um nome ligado a Jovair foi designado para assumir a direção da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). O órgão, que tem um orçamento de quase R$ 3 bilhões para este ano, é um antigo reduto do PTB no governo.

Em ano de votações cruciais para o Palácio do Planalto no Congresso, o presidente Michel Temer pode começar 2017 tendo de contornar uma crise na própria base aliada. Com a judicialização da disputa pela presidência da Câmara e a preferência velada do governo pela reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), a briga pelo comando da Casa deve abrir fissuras na relação entre aliados, colocando em xeque o andamento das reformas da Previdência e trabalhista.

Em ampla movimentação para desarticular os partidos do Centrão, Maia já vem recebendo sinais de que poderá receber o apoio de legendas que compõem o bloco informal, como PR, PRB e PP. Candidato ao cargo, o líder do PSD, Rogério Rosso (DF), apresentou uma consulta à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) questionando a possibilidade de reeleição de membros da Mesa Diretora, mas o colegiado só voltará a deliberar após 1.º de fevereiro, data da eleição.

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O deputado deverá insistir com a Mesa sobre a possibilidade de convocação extraordinária da CCJ em janeiro para analisar a consulta antes da eleição. Ele também já cobrou a divulgação do calendário e dos procedimentos previstos para a votação. Ainda assim, Rosso e o líder do PTB, Jovair Arantes (GO), outro candidato da base aliada de Temer, esperam mesmo uma eventual decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello que inviabilize Maia.

"Estou vendo ministros já se metendo, e isso é negativo", disse Jovair, que afirmou ter percebido uma "preferência por parte do governo". Ainda assim, o líder do PTB disse que vai procurar Temer para insistir que ele não atue nos bastidores em favor de Maia. "Vou dizer que minha candidatura é irreversível e vou pedir, mais uma vez, sua isenção."

Foi em um cenário de interferência do governo em favor de seu candidato que o deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi eleito presidente da Câmara em 2015. O peemedebista derrotou o petista Arlindo Chinaglia (SP), preferido da então presidente Dilma Rousseff, e assumiu uma postura de oposição, impondo derrotas sucessivas à gestão petista. "Não haverá fissura na base porque o governo vai ficar de fora do processo", disse o líder do governo na Câmara, André Moura (PSC-SE).

Inquietação

Apesar de o Centrão já ter ensaiado uma rebelião na base contra a possibilidade de indicação do tucano Antonio Imbassahy (BA) para a Secretaria de Governo - quando ameaçou obstruir a votação da admissibilidade da PEC da reforma da Previdência -, aliados do governo admitem que a disputa causará "inquietação e aborrecimentos", mas apostam que qualquer princípio de crise pode ser contornado com a oferta de alternativas de acomodação do bloco, seja na estrutura da Câmara, seja no Executivo.

"Sem governo, eles (do Centrão) têm muita dificuldade", disse um cacique governista. A análise é de que o PTB não é grande o suficiente para causar estragos para o governo - já que tem uma bancada de apenas 18 deputados - e Rosso "não tem o tamanho que diz ter".

Enquanto os mais otimistas vislumbram um horizonte de conciliação, os candidatos do Centrão mostram disposição para confrontar Maia. Jovair avisou que, assim que a candidatura do deputado do DEM for registrada, ele vai entrar com mandado de segurança no STF com pedido de liminar para barrá-lo. "Esse cara está usando do casuísmo, rasgando a Constituição e o regimento da Casa."

O líder do governo fez um apelo para que a eleição interna não atrapalhe a agenda do governo. "Eles (candidatos) sabem que não podem querer contaminar a base por causa da disputa", disse Moura. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e hoje formam a base do governo de Michel Temer vão comandar 81% do eleitorado do País. O resultado consolida uma ampla base municipal formada pelas legendas com assento na Esplanada e, ao mesmo tempo, revela a ampliação do espaço dos partidos nanicos.

Das 57 municípios onde houve segundo turno, siglas aliadas ao governo elegeram 46 prefeitos - sendo 12 em capitais. Ao todo, contando o resultado do primeiro turno, foram 4.446 eleitos. A conta inclui PMDB, PSDB, PSD, PP, PSB, PR, DEM, PTB, PPS, PRB e PV.

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A exemplo do primeiro turno, o maior vitorioso ontem foi o PSDB, que levou cinco das oito capitais em que disputava. Destaque para Porto Alegre, onde a legenda terá o comando da prefeitura pela primeira vez. O partido, porém, perdeu em Belo Horizonte, quarto maior colégio eleitoral do País e crucial para os planos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2018.

O PMDB venceu metade das seis capitais em que disputava. Em Florianópolis, a vitória de Gean Loureiro sobre Ângela Amin (PP) foi por pouco mais de mil votos. Também levou em Goiânia, com Iris Rezende, e Cuiabá, com Emanuel Pinheiro.

As outras vitórias vieram de partidos menores que também fazem parte da base aliada, como o PRB, que venceu no Rio, o PSD, eleito em Campo Grande, e PPS, que administrará a capital capixaba, Vitória.

Oposição

Dos partidos da oposição, o PDT venceu nas duas em que estava no páreo. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio foi reeleito com 53,57% dos votos. Sua vitória fortalece os planos nacionais do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também pré-candidato ao Planalto. O partido conquistou São Luís, onde o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior foi reeleito com apoio do governador maranhense Flávio Dino. O PCdoB venceu em Aracaju. PSOL, que disputava no Rio e em Belém, e PT, que tentava voltar à prefeitura do Recife, não venceram em nenhuma cidade. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Com a vitória em 12 das 18 capitais onde disputava o segundo turno, os partidos que apoiaram o impeachment de Dilma Rousseff e hoje formam a base do governo de Michel Temer conquistaram a maioria das prefeituras neste segundo turno.

O PSDB, legenda que mais cresceu nas eleições deste ano, também foi o que mais vitórias conquistou, levando cinco das oito capitais em que disputava.

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Destaque para Porto Alegre, onde a sigla terá o comando da prefeitura pela primeira vez. Apesar do sucesso numérico, o partido perdeu em Belo Horizonte, quarto maior colégio eleitoral do País e crucial para os planos do senador Aécio Neves (PSDB-MG) de viabilizar seu nome para a disputa presidencial de 2018.

O PMDB venceu metade das seis em que estava na disputa. Em Florianópolis, a vitória do peemedebista Gean Loureiro sobre Ângela Amin (PP) foi por pouco mais de mil votos. Também levou em Goiânia, com Iris Rezende, e Cuiabá, com Emanuel Pinheiro.

As outras vitórias vieram de partidos menores que também fazem parte da base aliada, como o PRB, que venceu no Rio, o PSD, eleito em Campo Grande (MS), e PPS, que administrará a capital capixaba, Vitória.

Oposição - Dos partidos hoje na oposição, o PDT venceu nas duas em que estava no páreo. Em Fortaleza, o prefeito Roberto Cláudio foi reeleito com 53,57% dos votos válidos. Sua vitória fortalece os planos nacionais do ex-ministro Ciro Gomes (PDT), também pré-candidato ao Planalto. O partido também conquistou a capital maranhense, onde o atual prefeito Edivaldo Holanda Júnior foi reeleito após desbancar o deputado estadual Eduardo Braide (PMN). O pedetista teve o apoio do PCdoB, do governador maranhense Flávio Dino. O PCdoB venceu em Aracaju, com Edvaldo Nogueira.

O PT, que disputava apenas Recife neste segundo turno, teve mais um revés com a reeleição de Geraldo Julio (PSB). Ele superou o ex-prefeito João Paulo na disputa.

O resultado do segundo turno das eleições deste ano vai confirmar a consolidação de uma ampla base municipal formada pelos principais partidos alinhados ao governo Michel Temer e, ao mesmo tempo, a ampliação do espaço ocupado pelas chamadas legendas nanicas. Levando-se em conta apenas o PMDB e os partidos que têm assento na Esplanada dos Ministérios, a base de Temer elegeu 4.400 prefeitos no primeiro turno e pode comandar de 72% a até mais de 90% do eleitorado do País após a votação de hoje.

Os dados do primeiro turno e as pesquisas indicam que o PSDB será, potencialmente, o grande vitorioso nas disputas municipais e o PT, o maior perdedor. A sigla tucana tem chance de governar mais de 20% dos eleitores no Brasil - a maior proporção entre as 31 legendas que conseguiram eleger algum prefeito em 2016.

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O PSDB vai também ampliar o domínio em São Paulo, Estado governado por Geraldo Alckmin e onde o declínio da legenda petista deve ficar explicitado no ABC paulista. Pela primeira vez desde que foi fundado, em 1980, o PT não deve governar nenhuma prefeitura da região, seu berço político. "Mostra um novo momento. Virou a página", disse o governador tucano, que já saiu fortalecido com a vitória de João Doria (PSDB) no primeiro turno na capital.

Reflexo da fragmentação partidária e da rejeição às legendas tradicionais, candidatos de partidos nanicos disputam 52% do eleitorado que hoje volta às urnas. No primeiro turno, os partidos sem tradição ou representatividade no Congresso conquistaram um total de 569 prefeituras. O segundo turno ocorrerá em 57 cidades brasileiras e envolve cerca de 33 milhões de eleitores.

Após a definição em São Paulo, a principal disputa se dá no Rio, onde o evangélico Marcelo Crivella (PRB), bispo licenciado da Igreja Universal do Reino de Deus, concorre com o socialista Marcelo Freixo, candidato do PSOL.

Em Belo Horizonte, a disputa está acirrada, com empate técnico entre Alexandre Kalil (PHS) e João Leite (PSDB). Além de Rio e BH, haverá segundo turno em outras 16 capitais do País.

As eleições deste ano podem também representar um recorde no número de abstenções, votos em branco e votos nulos. Na primeira etapa de votação, no dia 2 deste mês, esse índice chegou a 28,8% do total de votos, o maior dos últimos 20 anos. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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