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Em plena guerra contra o Hamas, o processo por corrupção do primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi retomado nesta segunda-feira (4) em Jerusalém, quase dois meses após a suspensão devido ao ataque surpresa do movimento islamista palestino em 7 de outubro.

Benjamin Netanyahu, 74 anos, é suspeito de ter recebido presentes avaliados em quase 200.000 dólares de personalidades ricas. O chefe de Governo teria recebido os presentes na forma de charutos, garrafas de champanhe e joias, entre 2007 e 2016.

Netanyahu é acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança.

Entre as pessoas que teriam presenteado o político estaria o produtor israelense de cinema Arnon Milchan ("JFK", "Uma Linda Mulher").

Como agradecimento, Netanyahu teria promovido um dispositivo fiscal que teria poupado milhões de dólares a Arnon Milchan. O Ministério das Finanças de Israel apresentou um veto à mudança fiscal.

Netanyahu afirma que apenas aceitou presentes de amigos, sem pedir nada, e diz que é vítima de uma "caça às bruxas".

O primeiro-ministro não precisará comparecer ao tribunal para prestar depoimento agora, mas pode ser obrigado a prestar explicações dentro de alguns meses, segundo a imprensa israelense.

O processo, que começou em 2020, é inédito em Israel para um primeiro-ministro em exercício.

Netanyahu foi chefe de Governo de 1996 a 1999, e depois de 2009 a 2021. Ele retornou ao cargo de primeiro-ministro no final de 2022, quando articulou uma coalizão de governo com partidos ultraortodoxos e de extrema-direita.

Líderes políticos próximos a Netanyahu criticaram a retomada das audiências enquanto prossegue a guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza, após o ataque surpresa do movimento islamista em 7 de outubro no sul de Israel.

As audiências, no entanto, terão um formato reduzido porque várias testemunhas e advogados foram convocados como reservistas.

Ao menos três ministros israelenses consideram a possibilidade de deixar o cargo para forçar o premiê do país, Benjamin Netanyahu, a assumir suas responsabilidades pelo ataque surpresa efetuado pelo Hamas no início de outubro.

A informação foi divulgada pelo site Ynet, do jornal Yediot Ahronot, mas os nomes dos políticos supostamente envolvidos no assunto não foram mencionados.

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De acordo com uma pesquisa de opinião publicada pelo veículo de comunicação, 75% das pessoas que participaram da enquete afirmam que o primeiro-ministro israelense é o culpado pelo país ter sido alvo de um ataque surpresa do grupo fundamentalista islâmico Hamas. 

Em sua edição desta segunda-feira (23), o Yediot Ahronot acrescentou que existem tensões entre Netanyahu e as Forças Armadas de Israel. 

"Israel necessita de uma liderança mais eficaz e focada nos objetivos que precisa alcançar", diz o periódico, acrescentando que o premiê "guarda ressentimento em relação aos comandantes do Exército". 

O ex-primeiro-ministro de centro-direita Yair Lapid, principal figura da oposição de Israel, culpou Netanyahu pelo "fracasso imperdoável" de não ter conseguido evitar a ofensiva do Hamas que já matou milhares de pessoas. 

Já o renomado historiador e filósofo Yuval Noah Hararai, em uma coluna de opinião, comentou que o premiê "deve assumir imediatamente a responsabilidade".

Da Ansa

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, mostrou, nesta quinta-feira (12), ao secretário de Estado americano, Antony Blinken, "fotos abomináveis de bebês assassinados e queimados pelos monstros do Hamas" no sábado, informou o gabinete do chefe de governo.

Em uma das fotos, publicada pelo governo na rede social X (antigo Twitter), vê-se o corpo de um menino ensanguentado em uma bolsa mortuária. Outras imagens mostram os restos mortais carbonizados de outro bebê.

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Estas imagens "superam praticamente tudo o que um ser humano pode entender e assimilar", disse o secretário de Estado americano, responsável pela diplomacia do país.

"O mundo está vendo novas provas da perversidade e da desumanidade do Hamas [...], direcionadas a bebês, crianças, jovens adultos, idosos, pessoas com deficiência", acrescentou.

Nos últimos dias, uma polêmica sacudiu Israel sobre a existência de provas das atrocidades cometidas pelos milicianos do movimento islamita Hamas em um kibutz (fazenda coletiva), depois que uma emissora de televisão reportou, citando uma fonte militar, a descoberta de "bebês decapitados".

No sábado, o Hamas lançou uma ofensiva ampla contra Israel, que respondeu bombardeando Gaza.

Segundo balanços dos dois lados, a guerra matou ao menos 1.354 palestinos em Gaza e mais de 1.200 pessoas foram mortas pelos milicianos do Hamas em território israelense.

O Exército informou, ainda, ter encontrado cerca de 1.500 corpos de combatentes do Hamas que haviam se infiltrado no país.

- 'Necessidades humanitárias' -

Na reunião com Netanyahu e outros altos funcionários do governo israelense em Tel Aviv, Blinken falou sobre as "necessidades humanitárias" da Faixa de Gaza e defendeu o direito de Israel de se defender da ofensiva do Hamas.

"Falamos sobre a forma de atender às necessidades humanitárias da população de Gaza para protegê-la de qualquer dano, enquanto Israel realiza suas operações legítimas de segurança para se defender do terrorismo e tentar garantir que isto não volte a acontecer", disse o chefe da diplomacia americana após o encontro.

"Também mencionamos as possibilidades de uma passagem segura para os civis [da Faixa de Gaza], que queiram abandonar a região ou buscar refúgio", acrescentou Blinken.

Funcionários americanos anunciaram diálogos sobre estas passagens com Israel e com o Egito, que também faz fronteira com a Faixa de Gaza, antes de uma possível operação terrestre israelense.

O presidente do Egito, Abdel Fattah al Sissi, porém, disse, nesta quinta-feira, que os moradores da Faixa de Gaza "devem se manter firmes e permanecer em sua terra", ignorando a pressão para autorizar a saída de civis do território.

Blinken também culpou o Hamas pelo tratamento dos civis palestinos.

"O Hamas continua usando os civis como escudos humanos", afirmou o secretário de Estado, acusando o movimento de "pôr civis em perigo, intencionalmente, para se proteger a si próprio, sua infraestrutura e suas armas".

Gaza sofre um bloqueio israelense desde que o Hamas chegou ao poder no enclave, em 2007.

Israel vivenciou, nesta quinta-feira (16), numerosas manifestações contra a reforma do judiciário impulsionada pelo governo de direita do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, que recusou ontem um projeto de acordo apresentado pelo presidente Isaac Herzog.

A polícia não divulgou nenhum balanço sobre a participação nas marchas, que, segundo a imprensa israelense, juntaram "dezenas de milhares de pessoas".

A oposição gerada por esse projeto, atualmente em discussão no Parlamento, deu lugar a uma das maiores mobilizações populares da história de Israel. Em maio, o país comemora o 75º aniversário de sua fundação.

"Essa reforma significa o fim da democracia", afirmavam os cartazes exibidos nos atos durante o dia no centro de Tel Aviv.

Outros protestos ocorreram em Haifa (norte) e em Jerusalém.

"Temo que este lugar se converta em um Estado religioso, que as leis judaicas tenham prioridade e que a liberdade democrática, tal como a conhecemos, deixe de existir", disse à AFP Liat Tzvi, uma pesquisadora de 52 anos, em um dos protestos em Tel Aviv.

O presidente israelense, Isaac Herzog, apresentou ontem um esboço de acordo, que foi recusado de imediato pela coalizão do governo, formada por partidos de direita, ultra-direita e ultrarreligiosos.

"Quem pensa que uma guerra civil é impossível ignora até que ponto estamos perto [...]. Mas não deixarei que isso ocorra", declarou Herzog, acrescentando que estava seguro de que "a maioria dos israelenses quer um acordo"

A onda de protestos começou em janeiro, quando Netanyahu, pouco depois de voltar ao poder, apresentou sua reforma, que busca limitar as prerrogativas da Suprema Corte.

Os manifestantes acusam Netanyahu de tentar, desse modo, evitar uma eventual condenação nos processos de corrupção abertos contra ele.

Netanyahu e seus aliados consideram que essa reforma é necessária para restabelecer um equilíbrio entre os legisladores e a Suprema Corte, que acreditam ser movida por intenções políticas.

O primeiro-ministro eleito de Israel, Benjamin Netanyahu notificou o presidente, Isaac Herzog, que conseguiu formar um novo governo com aliados ultraortodoxos e da extrema direita, anunciou a Presidência israelense nesta quarta-feira (21).

"Informo-lhe que consegui formar um governo", destacou um comunicado do gabinete de Netanyahu, divulgado apenas meia hora antes do encerramento do prazo para que o premiê conseguisse um pacto com outros partidos.

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A Presidência israelense confirmou à AFP que Netanyahu, de 73 anos, tinha "telefonado" para Herzog para lhe dar a notícia.

O Likud, partido de Netanyahu, terminou em primeiro nas eleições legislativas de 1º de novembro - as quintas realizadas no país em três anos e meio.

Nestas eleições, o Likud obteve 32 assentos na Knesset (Parlamento israelense), enquanto seus aliados ultraortodoxos obtiveram 18 e a aliança Sionismo Religioso, 14, um recorde para a extrema direita.

Após o pleito, o presidente deu a Netanyahu o mandato de formar o governo, e então, ele iniciou as discussões com seus aliados para distribuir as pastas ministeriais.

O primeiro-ministro eleito tinha até 11 de dezembro para anunciar o novo Executivo, mas pediu uma prorrogação de duas semanas, o máximo previsto pela legislação. O presidente Herzog lhe concedeu apenas um prazo adicional de dez dias.

Analistas consideram que o governo será o mais à direita da história do país, pois vai incluir os dois partidos ultraortodoxos - Judaísmo Unificado da Torá (UJT) e Shass (sefardita) -, bem como os três partidos da extrema direita: Sionismo Religioso, Força Judaica e Noam.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, comunicou ao primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, nesta segunda-feira (17) que é a favor de um cessar-fogo no confronto s entre israelenses e palestinos, mas se absteve de exigir abertamente uma trégua.

No telefonema com o primeiro-ministro israelense, "o presidente expressou seu apoio a um cessar-fogo e discutiu o compromisso dos Estados Unidos com o Egito e outros parceiros com esse objetivo", informou a Casa Branca.

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Biden tem resistido a se juntar a outros líderes mundiais e a grande parte de seu próprio partido democrata para pedir publicamente um cessar-fogo imediato em Israel.

Em um comunicado, a Casa Branca informou que o presidente reiterou o que tem sido sua mensagem principal até agora: "seu forte apoio ao direito de Israel de se defender de ataques indiscriminados com foguetes".

O presidente americano "encorajou Israel a fazer todos os esforços para garantir a proteção de civis inocentes", segundo o comunicado.

A Casa Branca, no entanto, evitou condenar qualquer aspecto dos ataques militares israelenses em andamento, afirmando que o aliado próximo dos Estados Unidos tem o direito de responder pela força aos foguetes lançados pelo Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Algumas autoridades americanas sugeriram que opiniões mais críticas estão sendo transmitidas em privado.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu foi designado nesta terça-feira (6) para formar o próximo governo, um dia após as consultas do presidente Reuven Rivlin com os partidos que conquistaram cadeiras no Parlamento nas eleições legislativas de 23 de março, as quartas em menos de dois anos.

"Tomei minha decisão com base nas recomendações (dos partidos), que indicam que o deputado Benjamin Netanyahu tem a maior possibilidade de formar o governo", anunciou o presidente Rivlin.

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"Por isso decidi designá-lo para formar o governo", completou.

As eleições legislativas de 23 de março não permitiram definir um vencedor claro para retirar o país de uma longa crise política.

Na segunda-feira, 52 deputados da Kneset, o Parlamento israelense, recomendaram solicitar a Netanyahu a formação do próximo governo, durante reuniões com o presidente.

O partido de direita de Netanyahu, o Likud, conquistou o maior número de cadeiras no Parlamento (30 de 120) nas eleições e recebeu o apoio dos partidos ultraortodoxos e da extrema-direita "Sionismo Religioso".

No lado dos anti-Netanyahu, decididos a retirar do poder o primeiro-ministro mais longevo da história de Israel, 45 deputados recomendaram o centrista Yair Lapid, líder do partido Yesh Atid.

Primeiro chefe de Governo da história do país a enfrentar processos judiciais durante seu mandato, Netanyahu é acusado de corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos. Ele nega todas as acusações.

O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, voltou a rejeitar, nesta segunda-feira (8), as acusações de corrupção que pesam sobre ele em uma breve audiência no tribunal de Jerusalém, a seis semanas de eleições cruciais para sua sobrevivência política.

Com máscara preta, Netanyahu, de 71 anos, permaneceu no tribunal de Jerusalém por cerca de 20 minutos. Ele é julgado por corrupção, fraude e abuso de confiança em três casos.

"Endosso a resposta escrita em meu nome", declarou o primeiro-ministro, referindo-se a uma carta redigida por seus advogados e apresentada à Justiça no mês passado, segundo a qual o primeiro-ministro não é culpado.

Há 15 anos no poder, Netanyahu é o primeiro chefe de Governo da história de Israel a ser julgado durante o exercício do cargo.

Fora do tribunal, dezenas de manifestantes protestaram contra o primeiro-ministro pedindo sua saída. "Fora!", "Não roubarás", afirmavam os cartazes.

"Estamos aqui para varrer toda a sujeira e toda a corrupção que ele (Netanyahu) criou nos últimos anos", declarou à AFP Claudie Manoque, uma manifestante. "Netanyahu é um homem corrupto, que quer estabelecer uma ditadura em Israel, não vamos permitir".

No tribunal, um dos advogados, Boaz Ben Zur, acusou o procurador-geral Avichai Mandelblit, nomeado pelo próprio Netanyahu, de administrar mal o caso.

A retomada do julgamento foi viabilizada pela flexibilização das restrições ao coronavírus e após o adiamento da audiência inicialmente marcada para janeiro.

- "1.000, 2.000, 4.000" -

Benjamin Netanyahu, que não tem imunidade, denunciou acusações "ridículas" na abertura, em maio de 2020, de seu julgamento. Os advogados pediram por vários meses acesso às evidências contra seu cliente.

O primeiro-ministro está sendo julgado em três casos. O dossiê Bezeq, também conhecido como "Caso 4.000", em que é acusado de tentar garantir cobertura favorável do site Walla em troca de favores do governo que poderiam ter rendido milhões de dólares a Shaul Elovitch, então chefe da gigante israelense de telecomunicações Bezeq, da qual Walla faz parte.

Netanyahu, que na época também esta titular do ministério das Comunicações, negou buscar cobertura favorável de Walla em troca de sua aprovação, em 2015, de uma fusão da Bezeq com a distribuidora de TV por satélite Yes.

No segundo caso, Mediagate ou "Caso 2.000", ele é acusado de ter procurado garantir uma cobertura favorável, mas desta vez do jornal pago mais lido de Israel, o Yediot Aharonot, em troca de uma possível lei que restringiria a distribuição do jornal gratuito Israel Hayom, seu principal concorrente.

No terceiro caso, o "Caso 1.000", Netanyahu e membros de sua família são suspeitos de terem recebido presentes - charutos de luxo, garrafas de champanhe e joias - por mais de 700.000 shekels (cerca de 175.000 euros) de personalidades em troca de favores financeiros ou pessoais.

Netanyahu disse que recebeu uma opinião legal de especialistas concluindo que ele tinha o direito de aceitar presentes de amigos próximos e nega ter concedido qualquer favor.

- Impacto sobre eleições -

Na abertura de seu julgamento, Netanyahu acabara de formar um governo de união com seu rival Benny Gantz.

Desde então, porém, as manifestações contra o primeiro-ministro se multiplicaram e a coalizão governante se desfez.

Como resultado, novas eleições gerais foram marcadas para 23 de março - as quartas em menos de dois anos - o que levanta temores sobre o impacto do julgamento sobre a votação.

Yariv Levin, presidente do Parlamento e próximo de Netanyahu, declarou ao Israel Hayom que temia "uma interferência sem precedentes nas eleições" se o tribunal apresentasse "neste momento" suas provas contra o primeiro-ministro.

A batalha eleitoral também está longe de ser considerada vencida por Netanyahu, que espera reunir a maioria dos assentos no Parlamento para, possivelmente, aprovar uma lei permitindo sua imunidade judicial.

Seu partido, o Likud (direita), continua no topo das pesquisas com 29 assentos de 120, à frente do centrista Yaïr Lapid (17) e do rebelde de direita Gideon Saar (14). Mas ele não conseguiria atingir, com seus vários aliados, uma maioria (61).

 O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu a segunda dose da vacina anti-Covid desenvolvida pela Pfizer e pela BioNTech neste sábado (9) e deu início a segunda fase a campanha de vacinação nacional.

O premiê transmitiu a aplicação pela televisão, assim como havia feito na primeira, como forma de incentivar as pessoas a se vacinarem contra o coronavírus Sars-CoV-2.

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Israel é o país que mais vacinou sua população no mundo, cerca de 20%, quando considerados os números proporcionais. Conforme dados do Ministério da Saúde, 72% das pessoas acima dos 60 anos já foram imunizadas, 81% daqueles que têm entre 70 e 79 anos e 76% dos que têm acima de 80 anos.

A previsão do governo é que a campanha de vacinação de todos os seus cerca de nove milhões de habitantes seja finalizada em março. "Seremos o primeiro país a vencer o coronavírus", disse Netanyahu após a vacinação.

Mesmo assim, a nação está em seu terceiro lockdown por conta dos recordes sucessivos de casos e mortes. Desde o início da pandemia, em fevereiro do ano passado, Israel contabiliza 487.680 casos confirmados da Covid-19 e 3.651 mortes, conforme a Universidade Johns Hopkins. 

Da Ansa

Israel anunciou, neste domingo (3), que dois milhões de pessoas terão recebido uma vacina de duas doses contra a covid-19 até o final de janeiro, um ritmo que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu afirma ser a mais rápida do mundo.

A partir de 19 de dezembro, quando Netanyahu recebeu sua primeira dose, Israel lançou um esforço agressivo para ministrar a vacina fabricada pela aliança farmacêutica teuto-americana Pfizer/BioNTech.

A vacina deve ser administrada em duas injeções separadas, com três semanas de intervalo.

"Estamos diminuindo o ritmo das vacinas de primeira dose para que possamos estocar uma segunda dose para todos aqueles que já receberam a primeira injeção", disse o diretor-geral do Ministério da Saúde, Hezi Levi, à emissora pública KAN.

Levi acrescentou que cerca de um quinto da população de Israel, a começar pelos profissionais de saúde e pessoas com mais de 60 anos, terá recebido ambas as doses até o final deste mês.

"Até o final de janeiro, teremos inoculado dois milhões de residentes, a maioria idosos", garantiu.

Até sexta-feira, um milhão de pessoas haviam recebido sua primeira dose.

"Estamos à frente do mundo inteiro", celebrou o primeiro-ministro.

O Ministério da Saúde informou hoje que, até agora, 435.866 pessoas em Israel testaram positivo para o vírus desde o primeiro caso confirmado em fevereiro passado. O número de óbito é em torno de 3.400.

Na sexta-feira, esta mesma pasta confirmou 18 casos locais de uma nova cepa de coronavírus detectada pela primeira vez na Grã-Bretanha.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, recebeu neste sábado a vacina da Pfizer/BioNTech contra o coronavírus, dando início à campanha nacional de vacinação no país.

Netanyahu, de 71 anos, foi vacinado no hospital Sheba, situado em Ramat Gan, perto de Tel Aviv, diante das câmeras de televisão que transmitiam ao vivo, segundo um jornalista da AFP.

"Pedi para ser vacinado primeiro, junto do ministro da Saúde, Yuli Edelstein, para dar o exemplo e os encorajar a serem vacinados", disse Netanyahu.

A segunda dose da vacina deverá ser administrada dentro de três semanas.

O vice-presidente norte-americano, Mike Pence, foi vacinado ao vivo na sexta-feira, enquanto que o presidente eleito, Joe Biden, receberá a dose na segunda-feira.

Mais de 370.000 pessoas testaram positivo para o coronavírus em Israel desde que houve o primeiro caso da doença em fevereiro.

Pouco mais de 3.000 pessoas morreram, em um país com 9 milhões de habitantes.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu viajou em segredo no domingo para a Arábia Saudita para uma reunião com o príncipe herdeiro Mohammed bin Salman (MBS), informou a imprensa do país.

Esta é a primeira viagem conhecida de um chefe de Governo de Israel à Arábia Saudita, potência sunita regional.

O secretário de Estado americano, Mike Pompeo, que visitou Israel na semana passada, também participou das negociações, de acordo com o canal público israelense Kan.

De acordo com a emissora, que cita como fontes funcionários do governo israelense sob anonimato, Netanyahu viajou acompanhado de Yossi Coheh, diretor do Mossad (o serviço de inteligência de Israel) e a reunião aconteceu em NEOM, cidade futurista no noroeste da Arábia Saudita próxima de Israel.

Outros meios de comunicação israelenses divulgaram a mesma informação nesta segunda-feira.

De acordo com o influente correspondente do Walla News, Barak David, Netanyahu e Cohen viajaram em um avião que pertence ao empresário Udi Angel.

De acordo com esta fonte, o avião deixou Israel no domingo às 20H00 locais (15H00 de Brasília) e seguiu para Neom, no Mar Vermelho. A aeronave retornou cinco horas depois.

O gabinete de Netanyahu não fez comentários até o momento.

A reunião acontece depois de Israel anunciar acordos históricos de normalização das relações com dois aliados da Arábia Saudita no Golfo, Emirados Árabes Unidos e Bahrein.

Os acordos, denominados "Acordos de Abraão", foram estimulados pelo governo do atual presidente americano Donald Trump.

- Sem comentários -

Fontes sauditas não responderam até o momento as perguntas da AFP sobre o encontro entre Netanyahu, o príncipe Mohammed e Pompeo.

O secretário de Estado americano viajou no domingo dos Emirados Árabes Unidos a Neom, como parte de uma visita ao Oriente Médio.

Washington e autoridades israelenses afirmam que há mais Estados árabes dispostos a estabelecer relações com Israel.

Em agosto, Netanyahu anunciou que Israel mantém conversas secretas com múltiplos Estados árabes.

A Arábia Saudita, ao menos de forma pública, segue a tradicional posição da Liga Árabe de não estabelecer vínculos com Israel até uma solução para o conflito do Estado hebreu com os palestinos.

Os analistas israelenses questionam se durante um governo do democrata Joe Biden os "Acordos de Abraão" continuarão sendo anunciados, e em especial sobre o que pode acontecer com a Arábia Saudita.

A administração Trump não deu grande importância aos direitos humanos em sua diplomacia internacional e sempre demonstrou cautela no momento de criticar a situação na Arábia Saudita, em particular após o assassinato por agentes sauditas do famoso jornalista Jamal Khashoggi, um crítico das autoridades do reino.

Muitos analistas acreditam que a administração Biden, que receberá muitas pressões, em especial da ala esquerdistas do Partido Democrata, se veria em uma situação incômoda se estimulasse um pacto israelense-saudita sem uma reforma dos direitos humanos no país.

Como Trump deve deixar a Casa Branca em 20 de janeiro, alguns analistas israelenses especulam que a atual administração dos Estados Unidos poderia estimular o acordo israelense-saudita antes da posse de Biden.

Israel e os Estados árabes do Golfo - incluindo a Arábia Saudita - têm um inimigo comum, o Irã, a potência xiita da região.

Uma nova página se abre neste domingo (24) em Israel, com o início do julgamento de Benjamin Netanyahu, que se torna o primeiro chefe de Governo na história do país a enfrentar acusações criminais por corrupção, que ele nega, durante seu mandato.

Após 17 meses de uma crise eleitoral em que sua "sobrevivência política" esteve em jogo, Netanyahu comparece ao tribunal do distrito de Jerusalém para uma nova batalha, desta vez judicial, para evitar a prisão e limpar sua reputação.

Netanyahu está acostumado a estabelecer precedentes: primeiro chefe de Governo de Israel nascido após a criação do país, o primeiro-ministro a mais tempo no cargo, o mais feroz opositor ao Irã.

Antes dele, Ehud Olmert, também do seu partido Likud, foi acusado de corrupção, mas depois de ter renunciado como primeiro-ministro.

Olmert foi considerado culpado de aceitar subornos e passou 16 meses na prisão.

Algo que Netanyahu, de 70 anos, tenta evitar, acusado de ter recebido charutos, champanhe e joias no valor de 700.000 shekels (180.000 euros, US$ 197.000) de pessoas ricas em troca de favores financeiros ou pessoais.

- "Sem precedentes" -

Segundo os investigadores, Netanyahu também tentou obter uma cobertura favorável no jornal Yediot Aharonot.

Mas, acima de tudo, a justiça suspeita que ele concedeu favores que poderiam ter feito o chefe da empresa de telecomunicações israelense Bezeq ganhar milhões de dólares em troca de uma cobertura midiática favorável em um dos meios do grupo, o influente site Walla.

Dos três casos, o último é o mais explosivo e talvez também o mais complexo.

"Nos casos tradicionais de corrupção, tudo gira em torno do dinheiro (...) mas aqui trata-se de corrupção para obter cobertura favorável na imprensa. É sem precedentes", diz Amir Fuchs, pesquisador do Instituto Democrático de Israel, um centro de pesquisa em Jerusalém.

Como provar os favores na imprensa? "Não é apenas oferecer cobertura favorável (para Netanyahu), dizendo coisas boas sobre ele (...) mas conceder a ele controle editorial completo sobre textos e fotos específicas", detalha.

Após meses de suspense, o procurador-geral Avichai Mandelblit acusou Netanyahu em novembro de 2019, o que seus detratores consideraram uma "sentença de morte política".

Mas "Bibi", como os israelenses o chamam, conseguiu se manter à frente do partido, terminar em primeiro lugar nas últimas eleições legislativas, negociar um acordo para compartilhar o poder com o rival Benny Gantz, e assim permanecer como primeiro-ministro.

- "Conflito de interesses" -

Seu julgamento deveria começar em meados de março, mas a crise da COVID-19 adiou-o para 24 de maio.

Os advogados de Netanyahu pediram que ele não comparecesse pessoalmente na abertura, neste domingo (9H00 de Brasília), de um julgamento que pode durar meses ou até anos, em caso de recurso.

Mas o tribunal confirmou nos últimos dias que o primeiro-ministro deveria estar presente na audiência, ainda que técnica, com a leitura das acusações.

"Uma pessoa só pode ser julgada por acusações penais em sua presença", insistiram os magistrados.

Em Israel, o primeiro-ministro não tem imunidade judicial, mas, diferentemente de outros cargos públicos e políticos, não precisa renunciar ou se retirar durante o julgamento.

De acordo com Yuval Shany, professor de Direito da Universidade Hebraica de Jerusalém, Benjamin Netanyahu se encontrará em uma situação de "conflito de interesses" porque será "chefe de governo e, portanto, responsável por um número considerável de decisões que podem afetar a vida do povo, e acusado na luta contra as instituições governamentais que o processam".

Como consequência, estaria em posição de liderar um governo, mas também de enfraquecê-lo, e a população pode se perguntar se ele tomará decisões para o bem do país ou como acusado, aponta Shany.

Após o primeiro dia de julgamento, os três juízes escolhidos pela Suprema Corte para este caso inédito poderão solicitar ao primeiro-ministro que participe de várias audiências.

Netanyahu se declara inocente e denuncia um plano tramado pela justiça contra ele, mas pode, a qualquer momento antes do veredicto, "negociar uma sentença" com o promotor, conforme autorizado pela lei israelense.

O Parlamento israelense aprovou nesta quinta-feira (7) um governo de união entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival, Benny Gantz, que prestarão juramento em 13 de maio, encerrando a mais longa crise política da história moderna de Israel.

Após intensos debates, que duraram até o final da quarta-feira (6), sobre emendas ao projeto, o acordo foi aprovado nesta quinta de manhã. Havia pouca dúvida sobre o resultado, uma vez que o Likud (direita) de Netanyahu e a legenda centrista Azul-Branco do ex-chefe do Exército Benny Gantz e seus respectivos aliados têm maioria no Parlamento.

"A sessão plenária do Knesset [Parlamento israelense] aprovou as emendas [ao projeto de governo de união] em segunda e terceira leituras. 71 deputados votaram a favor, e 37, contra", informou o Legislativo em um comunicado.

A Presidência israelense espera receber durante o dia as assinaturas da maioria dos deputados favoráveis, para que Benjamin Netanyahu tenha oficialmente o mandato de formar o próximo governo. Ontem à noite, o Supremo Tribunal, ao qual recorreram várias organizações que questionavam a legalidade do acordo, aprovou a formação do governo.

Netanyahu permanece, porém, acusado de corrupção em vários casos e seu julgamento, adiado pela pandemia de coronavírus, deve começar ainda este mês.

"Não encontramos nenhuma razão legal para impedir que o primeiro-ministro Netanyahu forme um governo (...) mas essa conclusão a que chegamos não diminui as acusações contra o primeiro-ministro", disseram os juízes.

- Projetos de anexação -

Netanyahu e Gantz já anunciaram que apresentarão o novo governo em 13 de maio, no qual os ministérios serão igualmente divididos entre os dois campos.

Além de compartilhar o poder e manter Netanyahu no cargo de primeiro-ministro pelos próximos 18 meses, o governo terá de administrar a saída do confinamento e a reativação da economia israelense.

Também terá de dar detalhes sobre o projeto para anexar partes da Cisjordânia, ocupada por Israel.

Após meses de crise, Benny Gantz concordou em formar uma coalizão com Benjamin Netanyahu, apesar de seu indiciamento, para permitir o fim do bloqueio político em plena pandemia.

O novo coronavírus contaminou cerca de 16.000 pessoas no país, com 239 mortes, e disparou o desemprego, que pulou de 3,4% para 27%.

Netanyahu já anunciou a reabertura das escolas primárias, bem como a maioria dos comércios e empresas, que podem agora reunir até 50% de seus funcionários no mesmo local. Além disso, milhares de palestinos retomaram seus trabalhos em Israel.

O acordo entre Netanyahu e Gantz também prevê anunciar, a partir de 1º de julho, um plano para lançar o projeto do presidente dos EUA, Donald Trump, sobre o Oriente Médio.

Este plano prevê a anexação do vale do Jordão, um território estratégico, e de colônias judaicas na Cisjordânia, ocupada desde 1967 por Israel. A população das colônias da Cisjordânia subiu 50% na última década sob o impulso de Netanyahu, no poder sem interrupção desde 2009.

Hoje, mais de 450.000 pessoas vivem nelas, espalhadas por 100 colônias, onde milhares de palestinos trabalham.

Os movimentos palestinos, tanto o Fatah do presidente Mahmud Abbas quanto o Hamas, no poder em Gaza, opõem-se ao plano de Trump, que quer fazer de Jerusalém a capital indivisível do "Estado judeu" de Israel. Ambos já qualificaram o novo governo de união como "governo de anexação".

O presidente israelense Reuven Rivlin solicitou nesta quinta-feira ao Parlamento que encontre um candidato para formar o novo governo, após o fracasso das negociações entre o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu e seu ex-rival Benny Gantz.

Os dois líderes políticos não conseguiram chegar a um acordo para formar um governo de união antes do fim do prazo estabelecido por Rivlin, na quarta-feira (15) à noite.

Como determina a lei de Israel, a tarefa cabe agora a Kneset, o Parlamento, que tem três semanas para recomendar a Rivlin um deputado que enfrentará o desafio de formar o governo.

Os negociadores do Likud, partido de direita liderado por Netanyahu, e do Azul-Branco, a coalizão de centro-direita liderada por Gantz, anunciaram que, apesar do prazo legal ter expirado, devem continuar negociando.

Vários analistas políticos, no entanto, questionam se Netanyahu, que seria julgado por corrupção em março e viu o processo adiado em consequência da pandemia do novo coronavírus, está realmente disposto a compartilhar o poder com Gantz.

O chefe de Governo poderia optar por prolongar o bloqueio e provocar a convocação de novas eleições legislativas, que seriam as quartas no país sem a formação de um governo. Enquanto isso, Netanyahu, 70 anos, permaneceria no poder à espera de uma definição sobre seu futuro político.

O primeiro-ministro israelense, o político que permaneceu mais tempo no cargo desde a criação do Estado hebreu, está fortalecido no momento por pesquisas que mostram sua liderança, em particular graças a sua gestão da crise da COVID-19, que registra mais de 12.000 casos e 130 mortos em Israel.

Benny Gantz, principal adversário do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, ficará sob proteção do Estado, devido às ameaças que recebeu on-line - anunciou o serviço interno de Inteligência.

"O primeiro-ministro aprovou a recomendação da Shin Beth (agência de Inteligência) para garantir a proteção de Gantz", afirmou o serviço. Essa decisão ainda deve ser aprovada por uma comissão de segurança independente.

A proteção de Gantz, líder do partido centrista "Azul-Branco", era, até à data, garantida pelo serviço de segurança do Parlamento e já havia sido reforçada depois que ele foi insultado e ameaçado por dizer que queria formar um governo com o apoio dos partidos árabes israelenses.

Granz repostou no sábado no Twitter uma mensagem que dizia que "deveria ser assassinado como Rabin", em referência ao assassinato do primeiro-ministro trabalhista Yitzhak Rabin, em 1995, por um extremista judeu após uma campanha de ódio contra ele conduzida pela direita israelense, dirigida por Netanyahu.

"Netanyahu, pare com esse incitamento à violência, não diga que não estava ciente" das ameaças na Internet, comentou Gantz no Twitter.

Em Israel, apenas sete pessoas, incluindo o líder da oposição, recebem automaticamente a proteção do Shin Beth.

Gantz, cujo partido foi o segundo nas legislativas de 2 de março atrás do Likud (direita) de Netanyahu, não é o líder da oposição, porque esse título é atribuído somente após a formação de um governo.

Israel é dirigido por um governo de transição há mais de um ano, pois duas eleições anteriores não levaram à formação de um gabinete.

Gantz e Netanyahu estão atualmente em negociações para tentar fazer os deputados se juntem a seus blocos, já que nenhum deles conseguiu o apoio mínimo necessário de 61 parlamentares para compor o governo.

Indiciado por corrupção, o primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu será capaz de usar sua vitória nas eleições legislativas para se esquivar da Justiça, ou será impedido de formar o próximo governo?

Dois dias após as eleições, cruciais para a sobrevivência política de Netanyahu, as consequências imediatas de sua acusação de corrupção, malversação e quebra de confiança permanecem incertas, mas uma coisa é certa: Israel se encontra em uma situação sem precedentes.

De acordo com as últimas estimativas, o Likud (direita) de Netanyahu e seus aliados poderiam obter 58 assentos no Parlamento, faltando apenas três para uma maioria parlamentar, contra 53 a 54 assentos para o outro campo liderado pela formação centrista Azul-Branco, de Benny Gantz.

Uma vez que os resultados oficiais sejam anunciados, na próxima semana, o presidente Reuven Rivlin provavelmente escolherá o primeiro-ministro para a formação do novo gabinete.

Mas, acima de tudo, Rivlin poderia buscar aconselhamento jurídico, estima Amir Fuchs, do Israel Democracy Institute, porque não pode recorrer a uma constituição que não existe em Israel, sendo o país governado por leis fundamentais.

Ao contrário do que prevê para os ministros, a lei israelense não impede que um primeiro-ministro processado criminalmente permaneça no cargo.

Atualmente, Netanyahu lidera um governo de transição após duas eleições precedentes, em abril e setembro, que não resultaram na formação de um gabinete.

"A lei não prevê nada para um candidato acusado de corrupção que poderia ser indicado para formar um gabinete", disse Fuchs à AFP.

- "Moralmente apropriado" -

Troca de favores, tentativas de conluio com a imprensa, supostos presentes de charutos e champanhe: Netanyahu é o primeiro chefe de Governo na história de Israel a ser indiciado no exercício de suas funções.

Segundo Fuchs, o procurador-geral Avichaï Mandelblit, que acusou Netanyahu, não deve se pronunciar claramente sobre a possibilidade ou não de uma pessoa acusada formar um governo.

Nesse caso, "caberia ao Supremo Tribunal decidir", acrescenta o jurista.

Acionado na terça-feira por uma demanda do "Movimento por um governo de qualidade" contra a possível designação de Netanyahu, o Supremo Tribunal rejeitou a ação, dizendo que não poderia pronunciar-se até que Netanyahu tivesse sido realmente nomeado para formar o próximo governo.

O "Movimento pela qualidade do governo" argumentou que "acusados de corrupção, malversação e quebra de confiança não podem assumir a tarefa de formar um governo". "Um homem como ele não pode servir de modelo e ser primeiro-ministro".

Nesta quarta-feira, o partido de esquerda Meretz disse estar confiante de que uma lei impedindo a posse de um acusado ao cargo seja aprovada pelo novo parlamento. Essa lei "seria politicamente justa e moralmente apropriada", disse o líder do partido, Nitzan Horowitz.

Fuchs também acredita que tal lei seria justa, mas que seria "inapropriado" adotá-la nesse contexto, uma vez que seria endereçada diretamente a Netanyahu.

Os opositores do primeiro-ministro advertem há tempos que o primeiro-ministro tentaria pressionar para obter imunidade retroativa, o que minaria a independência do Judiciário.

Esses temores são exagerados, de acordo com o cientista político Yonatan Freeman, e não impediram os eleitores de votar em Netanyahu. Se o Likud conquistar mais de 35 cadeiras, este seria o melhor resultado do partido sob a liderança de Netanyahu.

Freeman descarta a possibilidade do Parlamento conceder imunidade retroativa ao primeiro-ministro, que garantiu que compareceria ao tribunal e permitiria que o processo judicial prosseguisse normalmente.

O presidente Reuven Rivlin tem até 17 de março para decidir quem terá a onerosa tarefa de formar o gabinete. Ironicamente, é nessa data que o julgamento de Benjamin Netanyahu deve começar.

Os israelenses comparecem às urnas nesta segunda-feira para as terceiras eleições legislativas em menos de um ano, que podem acabar com a crise política e selar o direito do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, processado por corrupção.

Após as eleições de abril e setembro de 2019, nas quais o Likud (direita) de Netanyahu e o Kahol Lavan (Azul Branco, centro) de Benny Gantz ficaram empatados, mais de seis eleitores estão registrados para votar novamente.

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"É hora de estarmos mais unidos... Espero que hoje seja o dia de mudar o disco, acabar com a difamação e acabar com as mentiras", declarou Gantz, 60 anos, depois de votar na cidade de Rosh Haayin.(centro), em uma aparente crítica à campanha de Netanyahu.

Desde as últimas eleições o país registrou uma mudança importante: a acusação contra Netanyahu (70 anos), que se tornou em novembro o primeiro chefe de Governo na história de Israel a ser indiciado, concretamente por corrupção, fraude e abuso de confiança.

As acusações contra Netanyahu, que joga seu futuro a apenas duas semanas do início do julgamento, em 17 de março, não provocaram uma perda de apoio ao Likud, segundo as pesquisas, que apontam uma batalha eleitoral acirrada com Gantz, ex-comandante do Estado-Maior.

Os locais de votação abriram as portas às 7H00 (2H00 de Brasília) e devem permanecer assim até 22H00 (17H00 de Brasília). Os resultados parciais serão anunciados ao longo da noite.

De acordo com as pesquisas mais recentes, nem o Likud nem o "Azul Branco" conquistarão mais de 30 cadeiras das 120 no Parlamento, o que significa que os resultados dos partidos aliados serão cruciais. A grande incógnita continua sendo o índice de participação.

Netanyahu tem o apoio dos partidos judaicos ultraortodoxos Shas, que capta boa parte dos votos sefardis (judeus orientais), Judaísmo Unido da Torá, dirigido principalmente aos ortodoxos ashkenazis (do leste da Europa) e da lista Yamina (direita radical), do atual ministro da Defesa Naftali Bennett.

O "Azul Branco" tem o apoio dos partidos de esquerda que se uniram em apenas uma lista e poderia, talvez, receber o respaldo pontual da "Lista Unida" dos partidos árabes israelenses, que surpreenderam em setembro com o terceiro lugar, uma façanha eleitoral que pretendem superar agora.

A "Lista Unida" tenta colher os frutos da frustração entre a minoria árabe israelense (20% da população) com o plano apresentado pelos Estados Unidos para solucionar o conflito israelense-palestino, um projeto aplaudido por Israel e rejeitado pelos palestinos.

Neste contexto, o partido Israel Beitenu, que não simpatiza com nenhum dos grandes blocos, pode ser o fiel da balança. Seu líder Avigdor Lieberman é um nacionalista laico hostil aos partidos árabes e judeus ortodoxos.

O plano do presidente Donald Trump prevê a conversão de Jerusalém na capital "indivisível" de Israel e a transferência do controle de uma dezena de vilarejos e localidades árabes israelenses a um futuro Estado palestino.

Netanyahu centrou a campanha no plano de Trump, prometendo a rápida anexação do vale do Jordão e de colônias israelenses na Cisjordânia, território palestino ocupado por Israel em 1967, como contempla o projeto americano.

Gantz, que também apoio o projeto americano, baseou a campanha nos problemas judiciais do primeiro-ministro, que já governou o país durante 14 anos, os 10 últimos sem interrupção.

"Não merecemos outra campanha suja e deplorável como a que termina hoje e não merecemos esta instabilidade sem fim. Merecemos um governo a serviço da população", declarou o presidente israelense, Reuven Rivlin.

- Medo do coronavírus -

Outra incógnita no panorama eleitoral é o medo do novo coronavírus. Israel registrou 10 casos da doença e os partidos temem que a difusão de "notícias falsas" sobre a epidemia afete a participação.

"Votem. O assunto do coronavírus está completamente sob controle. As pessoas podem votar com total confiança", declarou Netanyahu depois de depositar seu voto em Jerusalém.

As autoridades pediram a 5.600 israelenses que estiveram em contato com pessoas infectadas ou que viajaram para países afetados pela epidemia que permaneçam em casa. Estes eleitores poderão votar em locais reservados para eles, de acordo com o ministério da Saúde.

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu, acusado de corrupção, e seu rival Benny Gantz encerram neste sábado (29) sua terceira campanha eleitoral em menos de um ano, cujo resultado depende da disposição dos eleitores de ir às urnas.

Após duas votações, em abril e setembro, as últimas pesquisas apontam os dois rivais empatados nesta nova disputa política.

Segundo projeções, o Likud (direita) de Benjamin Netanyahu e a formação centrista Kahol Lavan (Azul Branco, cor da bandeira de Israel) obteriam 33 assentos cada, das 120 do Knesset, o Parlamento de Israel, um resultado quase idêntico às últimas eleições.

E contando seus respectivos aliados - a direita e os partidos religiosos de Netanyahu, a centro-esquerda para Gantz - nenhum dos dois grandes blocos obteria apoio suficiente para formar um governo, de acordo com essas pesquisas.

Hoje, dia de descanso em Israel, os dois líderes se preparam para seus últimos comícios planejados para a noite, após o Shabat, em Tel Aviv para Gantz e seus arredores para Netanyahu. E o objetivo é claro: mobilizar os eleitores.

Para esta terceira eleição, a grande incógnita continua sendo a participação dos eleitores. De abril a setembro, a participação aumentou um pouco (+1,5 pontos), devido em particular ao voto maior do que o esperado dos eleitores árabes, que foi quase 70%.

Os partidos árabes israelenses, reunidos sob a bandeira da "Lista Unida", subiram o terceiro degrau do pódio e esperam desta vez aumentar seu número de cadeiras, apostando na oposição ao "plano Trump" para o Oriente Médio defendido por Netanyahu e Gantz.

"Queremos a queda de Netanyahu porque é o maior provocador dos cidadãos árabes e é o padrinho do 'acordo do século'", apelido do projeto americano que prevê fazer de Jerusalém a capital "indivisível" de Israel, declarou à AFP Ayman Odeh, que lidera a lista dos partidos árabes.

Coronavírus

Mas para esta terceira rodada, um personagem se convida à arena: o coronavírus. Nos últimos dez dias, a campanha eleitoral foi parcialmente ofuscada na mídia pela epidemia global de coronavírus que também afeta Israel, que registrou pelo menos seis casos.

As autoridades adotaram uma série de medidas de emergência, como a criação de um call center para rastrear possíveis casos e tranquilizar o público e bloquear o acesso ao país para viajantes de diferentes países, incluindo a Itália.

Para as eleições, o ministro da Segurança Interna também alertou contra a disseminação de "notícias falsas" sobre o coronavírus, que, segundo ele, poderia interromper a participação popular nas eleições de segunda-feira, se os eleitores deixarem de sair de casa por medo de contaminação.

Nas avenidas de Jerusalém e Tel Aviv, a propaganda de Netanyahu exorta diretamente os "Likudniks" - termo que designa os partidários do partido Likud - a apoiar seu líder que está na mira da justiça.

Benjamin Netanyahu, de 70 anos, incluindo 14 no poder, se tornou em novembro o único chefe de governo da história de Israel a ser acusado durante seu mandato por corrupção, peculato e quebra de confiança.

Seu julgamento está programado para começar em 17 de março em Jerusalém, daí a importância crucial desta eleição. Se conseguir, com seus aliados, obter a maioria dos assentos no Parlamento, poderá comparecer perante os tribunais em uma posição de força e manter seu emprego como primeiro-ministro.

Mas se ele não conseguir obter a maioria com seus aliados, terá que se impor à frente de uma coalizão no exato momento em que começa seu julgamento por corrupção.

O julgamento por corrupção de Benjamin Netanyahu, o único chefe de governo da história de Israel a ser acusado durante seu mandato, começará em 17 de março, duas semanas após eleições cruciais para sua sobrevivência política, anunciou a Justiça nesta terça-feira (18).

Em um breve comunicado, o ministério da Justiça disse que a acusação será lida pela juíza Rivka Friedman-Feldman do tribunal de Jerusalém na presença de Netanyahu na terça-feira, 17 de março, à tarde.

A data é anunciada quando o primeiro-ministro israelense, de 70 anos, faz campanha para as eleições legislativas de 2 de março, as terceiras em menos de um ano em Israel.

Após as eleições legislativas de setembro, seu adversário Benny Gantz se recusou a ingressar em um governo de unidade liderado por Netanyahu, considerando que este deveria primeiro resolver seus problemas com a Justiça antes de reivindicar o poder.

O primeiro-ministro foi indiciado por corrupção, malversação e quebra de confiança em três casos pelo procurador Avichaï Mandelblit.

A lei israelense estabelece que qualquer ministro sujeito a um processo criminal deve renunciar ao cargo, mas isso não se aplica ao primeiro-ministro. Embora possa permanecer no cargo, Benjamin Netanyahu não goza de imunidade judicial.

Desta forma, Netanyahu solicitou, no início de janeiro, ao Parlamento que lhe desse imunidade após as próximas eleições legislativas de 2 de março, apostando em sua vitória para obter a maioria e, assim, se proteger da justiça.

Mas os partidos da oposição convenceram a maioria dos deputados a examinar seu pedido de imunidade antes das eleições. Diante da rejeição antecipada de seu pedido, Netanyahu retirou no final de janeiro seu pedido de imunidade judicial.

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