Tópicos | biólogos

Com o ser humano se movimentando a todos os cantos do planeta e a existência de demanda de animais silvestres para o mercado pet, há sempre o risco de potenciais novos invasores no país. No início de março, por exemplo, bombeiros soltaram, por engano, uma píton ball (Python regius), nativa do continente africano, no Parque Nacional da Tijuca, achando se tratar de uma jiboia (Boa constrictor), nativa do local.

No ano passado, uma píton-birmanesa (Python bivittatus), também confundida com uma jiboia, foi solta por policiais militares na natureza, no Distrito Federal. Em janeiro deste ano, em Minas Gerais, uma gata da raça bengal foi equivocadamente introduzida na natureza pois os bombeiros acreditaram se tratar de um filhote de onça-pintada (Panthera onca).

##RECOMENDA##

Riscos

O biólogo Henrique Abrahão Charles, que tem um canal no Youtube sobre divulgação científica com mais de 800 mil inscritos, diz que esses incidentes chamam a atenção para os riscos de solturas ocorrerem sem a assistência de especialistas.

“Você não tem profissionais como biólogos dentro das instituições que fazem resgate. A polícia florestal, os bombeiros, a Defesa Civil e as próprias prefeituras são carentes desses profissionais, apesar de as universidades estarem sempre formando bastante. Não há uma cobrança, uma obrigatoriedade da presença desse profissional nessas instituições, apesar de a gente viver no país com a maior biodiversidade do mundo. Fica sempre naquele problema de fazer um treinamento aqui para os bombeiros para as polícias. Não existe como fazer treinamento de identificação. Eu gastei dez anos da minha vida na universidade”.

Em seu canal, Biólogo Henrique, o Biólogo das Cobras, ele conta a história de uma serpente da espécie píton-birmanesa, flagrada em Carbonita (MG) e registrada em vídeo. O animal acabou sendo recapturado dias depois.

“É um animal grande, que equivale quase ao tamanho da sucuri (Eunectes murinus), e lá nos Estados Unidos, onde ela apareceu, ela causa um desequilíbrio ambiental avassalador. Onde aquela cobra passa, por não ter predador natural, ela causa um desequilíbrio, ao ponto de 95% da fauna silvestre deixar de existir onde ela está. Os animais não conseguem competir com esse predador novo que chegou”, afirma.

O fato de a fêmea da píton birmanesa ser capaz, como outros répteis, de fazer partenogênese, ou seja, gerar filhotes por reprodução assexuada (sem um macho) torna a situação ainda mais perigosa.

“Elas são capazes não só de ter filhotes sem a presença do pai, como também conseguem, ao copular com um macho, armazenar espermatozoides por mais de cinco anos. Então ela pode estar fértil e, de vez em quando, ir soltando filhotes [devido ao esperma estocado]”.

Para o pesquisador da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) Jorge Antonio Lourenço Pontes, as solturas precisam seguir alguns protocolos, tanto para evitar a introdução de espécies exóticas quanto para evitar que animais nativos retornem à natureza com doenças contagiosas.

Doutor em Ecologia e Evolução, o pesquisador afirma ser um equívoco soltar animais na natureza sem a devida avaliação. “O certo é: capturou um animal silvestre em lugar indevido? Tem que ter alguém responsável, um técnico competente de um órgão ou instituição de pesquisa para dar um aval: ‘é essa espécie ou não é’. Aí vai ver como está, fazer uma avaliação veterinária. Tem condição de soltura? Fez exame? Porque o bicho pode estar aparentemente sadio e estar carregando uma parasitose ou virose gravíssima”, explica.

Silvia Ziller, fundadora do Instituto Hórus de Desenvolvimento e Conservação Ambiental, que monitora espécies invasoras, diz que é impraticável que bombeiros e policiais ambientais mantenham especialistas em cada especialidade da vida selvagem (ornitologia, herpetologia, ictiologia, mastozoologia etc).

Alternativas

Uma das alternativas, para ela, é criar uma rede de pesquisadores que possam auxiliar na identificação e avaliação desses animais. “[Soltura de forma indevida] é crime ambiental. Solturas de vida silvestre já criaram inúmeros problemas”.

Segundo Ziller, os Centros de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama), não são voltados para receber espécies exóticas, mas sim da fauna nativa. No entanto, não existem no país zoológicos ou criadouros suficientes para manter todos esses animais resgatados ou apreendidos.

“Não existe um lugar viável para eles. Eles têm que ser eutanasiados. Isso gera toda uma discussão polêmica. Tem gente que acha que não pode eutanasiar bicho, mas o custo de manutenção disso pra sociedade é altíssimo. E tem que cuidar pra não privilegiar a manutenção da fauna exótica em detrimento da conservação da fauna nativa”.

Segundo o biólogo Henrique, seria importante regulamentar o mercado de animais silvestres nativos, em vez apenas proibir. Isso poderia reduzir o tráfico ilegal dessas espécies e reduziria a demanda por animais exóticos. “[Essas espécies] se fugirem não causariam tanto transtorno, apesar de também causarem transtorno”.

Em relação aos animais exóticos, seria importante identificar aqueles que tenham potencial de invasão grande e proibir seu comércio e criação, como aconteceu com o lagostim-vermelho (Procambarus clarkii) e a tigre-d’água americana (Trachemys scripta).

“Essa píton [que fugiu em Minas Gerais] não deveria estar sendo criada aqui como animal legalizado. Para se entender o animal com potencial invasor, deveriam se criar comitês, capitaneados pelo Ibama e profissionais da área, tanto criadores quanto pesquisadores, para decidir o que pode e o que não pode”, afirma o biólogo.

Biólogo Henrique alerta que os criadores de animais exóticos devem ter muito cuidado para evitar sua fuga ou soltura indevida. “Considerando que esse animais estão cada vez mais frequentemente soltos na natureza, você pode acabar tendo um desastre ambiental de dimensão inimaginável. Não tem nem como prever o que pode acontecer de negativo para nossa fauna silvestre.”

Para ele, seria importante também que os criadores de espécies silvestres fossem inspecionados periodicamente por biólogos ou zootecnistas para identificar possíveis problemas nas instalações e avaliar o bem-estar dos animais.

A Agência Brasil tentou ouvir o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) sobre as estratégias para lidar com espécies exóticas invasoras, mas não obteve resposta.

Assim que a pandemia começou, em fevereiro, quatro pessoas zarparam para um dos lugares mais remotos da Terra: o Atol Kure, no noroeste do Havaí. Eles viveram isolados por oito meses restaurando as praias da ilha. Isolados, o mundo se limitava a um pedaço de areia no meio do caminho entre EUA e Ásia. Sem TV ou internet, as únicas informações vinham de mensagens de texto via satélite e e-mails ocasionais.

Agora, eles estão de volta a uma sociedade transformada que parece tão estranha hoje quanto o isolamento da ilha parecia em março. Eles devem se ajustar ao uso de máscaras, ficar em casa e ver os amigos sem dar abraços ou apertos de mão. "Nunca vi nada assim", disse Charlie Thomas, um dos quatro da equipe.

##RECOMENDA##

O grupo faz parte de um esforço do Havaí para manter o frágil ecossistema da ilha, um parque nacional onde vivem pássaros marinhos, focas havaianas, recifes de coral, tartarugas e tubarões-tigre. Todo ano, duas equipes se alternam, uma no verão, outra no inverno, com a função de remover plantas invasoras, substituí-las por espécies nativas e limpar redes de pesca e plásticos que chegam às praias.

"Antes de partirem, os membros da equipe são questionados se desejam receber más notícias quando estiverem em Kure", disse Cynthia Vanderlip, supervisora do programa. "Algumas vezes por dia, fazemos upload e download de e-mails para que eles mantenham contato com família e amigos."

Charlie, neozelandesa de 18 anos, a mais jovem da equipe, cresceu ao lado de pássaros marinhos e outros animais selvagens. Ela terminou a escola um ano mais cedo para se dedicar a trabalhos ambientais voluntários. "Estava cansada das redes sociais, de tudo o que estava acontecendo", disse Charlie, que agora está em quarentena em um hotel de Auckland, onde vive sua família.

Ao lado dela na ilha estava Matthew Butschek, de 26 anos, de Dallas. Para ele, o momento mais difícil foi lidar com a morte de um tio, que já estava doente, e do melhor amigo, de acidente de carro. "Tomei uma cerveja por ele e pensei nos bons momentos", disse. Em quarentena em Honolulu, Butschek olhava pela janela e via crianças brincando, todas de máscaras, como nos filmes apocalípticos. "Isso não é normal para mim."

Os líderes do grupo eram a bióloga Naomi Worcester, de 43 anos, e seu marido, Matthew Saunter, de 35. Naomi visitou a ilha pela primeira vez em 2010 e todos os anos está de volta. "Com tanta incerteza e emoções à flor da pele, há um medo subjacente em relação ao que o futuro pode trazer e como as pessoas podem responder", disse.

Para Saunter, que trabalha há dez anos em Kure, o isolamento não é um fator importante. "Para ter sucesso em Kure, você tem de enfrentar os problemas de frente e controlar suas emoções", disse. Ele se lembra de quando sua irmã chamou o surto de "pandemia" pela primeira vez. "Recebi um e-mail dela com a palavra ‘pandemia’ e pensei: qual a diferença entre pandemia e epidemia? Agora, é uma palavra que está no vocabulário de todos."

Uma baleia orca de luto carregou seu filhote recém-nascido por pelo menos 4 dias, em uma cena de cortar o coração, na costa de Victoria, na Colúmbia Britânica. Segundo informações do jornal Seattle Times, o animal nasceu vivo no último dia 24 de julho, mas morreu pouco tempo depois de causas desconhecidas.

O centro de pesquisa de baleias local agora está monitorando a mãe, que passou dias repetidamente carregando seu filhote morto, esforçando-se para empurrá-lo através da correnteza e fazendo mergulhos profundos para recuperá-lo toda vez que ele escorregava de sua cabeça.

##RECOMENDA##

Ela também chegou a carregar o filhote morto pelos dentes, apertando uma de suas barbatanas. Durante o luto da baleia, os biólogos realizaram uma vigilância, explicando aos curiosos navegadores o que estava acontecendo e por que eles precisavam manter a distância do local. 

A baleia em questão é conhecida pelos pesquisadores como J-35. A população de orcas ameaçadas de extinção da área atingiu seu ponto mais baixo em décadas, de acordo com os pesquisadores. Os animais foram dizimados pelo tráfego de navios, toxinas no oceano e, particularmente, o desaparecimento da sua principal fonte de alimento, o salmão chinook.

A Secretaria Estadual de Saúde (SES) de Pernambuco deu início, nessa segunda-feira (28), ao período de inscrições para o processo seletivo simplificado que pretende contratar 23 profissionais. Segundo o órgão, o objetivo da seleção é reforçar o trabalho da vigilância em saúde no Estado.

Serão contratados 16 biólogos ou veterinários com experiência em vigilância em saúde, além de sete enfermeiros com experiência em vigilância epidemiológica. Os selecionados poderão atuar na sede da Secretaria, localizada no Recife, bem como nas Gerências Regionais de Saúde e nos hospitais do Estado.

##RECOMENDA##

As inscrições podem ser feitas até 12 de janeiro, via Sedex, com aviso de recebimento (AR), encaminhado à Secretaria Executiva de Vigilância em Saúde. O órgão fica na Rua Dona Maria Augusta Nogueira, 519, no Bongi, Zona Oeste do Recife. A candidatura também pode ser presencial, conforme regras descritas no edital do processo seletivo.

Leianas redes sociaisAcompanhe-nos!

Facebook

Carregando