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A utilização da tecnologia 5G no Brasil está mais perto de se tornar uma realidade do que imaginávamos. Operadoras de telefonia como VIVO e TIM já estão na corrida para disponibilizar soluções práticas e implementar a rede tão logo aconteça o leilão da Anatel, previsto para acontecer em algum momento de 2020. Porém, um dos grandes desafios a ser enfrentado pelas companhias é a reverberação desse sinais de internet dentro dos centros urbanos. 

Engana-se quem acredita que toda essa conexão - que pode chegar até 1GB de velocidade - ficará restrita apenas aos smartphones. A aposta das companhias é que, com a chegada da rede, a utilização da Internet das Coisas (IoT) fique cada vez mais comum . Dessa forma carros autônomos, transmissões de vídeo em tempo real, carregamento de arquivos quase que instantaneamente e o uso da realidade aumentada poderiam fazer parte da nossa rotina mais organicamente.

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Para o Head de Inovação da TIM, Janilson Bezerra, a solução dessa utilização massiva estaria nos biosites. Os postes camuflados, que funcionam como grandes repetidores de sinais de internet, seriam a chave para fazer com que o sinal 5G chegasse não apenas à casa das pessoas e seus smartphones. “A gente tem vencido aquele esteriótipo da antena tradicional, grande e metálica. Já agora com o 4G a gente começa a ir para um modelo em que a antena já se camufla dentro das cidades, que são os conceitos de biosite. Ele vai ser um poste de iluminação, mas vai ter as antenas de 4G, de 5G embarcadas lá dentro”, explica Janilson. 

Ele sugere que o que pode impulsionar esse processo é o entendimento do poder público em flexibilizar a instalação da tecnologia 5G em seus centros urbanos. “Esse desafio [da instalação do 5G] acaba sendo materializado na necessidade de ter mais antenas, vai ter antena mais próxima da aplicação. Mas esse é um desafio dos países. A gente tem interagido com as cidades para promover essa reflexão de que é necessário flexibilizar a legislação [para a instalação das antenas]”, afirma. 

Em Pernambuco, a operadora - que na última quinta-feira (17) inaugurou o primeiro centro de pesquisas 5G do Nordeste - tem 36 biosites funcionando em cidades como Bezerros, Caruaru, Olinda, Ipojuca, Jaboatão dos Guararapes e na capital pernambucana. Ao todo, 10 municípios estão sendo beneficiados pela tecnologia, que poderá ser uma opção viável no futuro.

O leilão do 5G ainda não tem data para acontecer. A expectativa é que em 2020, a Anatel conclua o processo para que, enfim, o Brasil possa receber a tecnologia tanto para uso mobile quanto para aumentar ainda mais a conexão entre dispositivos inteligentes.

A TIM ativa no Recife os primeiros biosites (antenas) de Pernambuco, como parte do projeto de cobertura sustentável da empresa. A principal função do equipamento é possibilitar a ampliação da cobertura de dados (3G) em áreas onde as estações tradicionais têm dificuldade de alcançar ou de grande de volume de tráfego de dados. O aparelho foi desenvolvido no Brasil e tem aparência praticamente igual à de um poste de iluminação, o que causa menor impacto urbanístico.

Os biosites do Recife estão localizados nas imediações do Parque Dona Lindu e da Pracinha de Boa Viagem, na Zona Sul da capital pernambucana - pontos turísticos de grande concentração de pessoas e que por vezes são palco de eventos culturais. Para escolher onde iria instalar o equipamento, a TIM utilizou parâmetros como números de check-in no Foursquare e o índice interação nas redes sociais que estes locais acumulam.

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O projeto conta com a vantagem da rapidez na instalação e tem a multifuncionalidade como uma das principais características. Trata-se de uma solução para a melhoria da qualidade, mas que é capaz de ser utilizada também como alternativa para iluminação pública e câmeras de vigilância, por exemplo. A utilização deste formato evita a necessidade de gabinetes externos ou de uma estrutura auxiliar.

Outra vantagem é a rápida instalação do biosite, que pode ser concluída em até dez dias. O processo burocrático para a implantação do equipamento não esbarra nos impasses decorrentes de legislações municipais, que dificultam a instalação de torres necessárias para atender à população. A título de comparação, uma antena comum pode levar mais de um ano para começar a funcionar, contando o tempo de licenciamento e instalação.  

“Com o biosite passamos a ter uma cobertura diferenciada. Esta estratégia atende ao novo perfil do usuário, que é mais focado em uso de dados de internet e gosta de navegar através de aplicativos”, explica o diretor de Vendas Consumer da TIM Nordeste, Daniel Moreira. Segundo a operadora, o consumo de dados em Pernambuco aumentou 75%, entre abril de 2014 e abril de 2015.

A expectativa da operadora é instalar o equipamento também no Mercado de São José, Parque das Esculturas, no Recife Antigo, e no Sítio Histórico de Olinda, local conhecido pelas reclamações de usuários em relação ao serviço de telefonia.

Atualmente, além do Recife, as capitais Manaus, Rio de Janeiro, São Luís e Brasília já foram contempladas com o biosite. Na região Nordeste, a companhia também entregará a solução à Natal, Maceió e Salvador. Até o final deste ano mais de 300 equipamentos devem estar em pleno funcionamento no Brasil, de acordo com a TIM.

Além do investimento para a instalação dos biosites, a TIM aplicará no triênio que se encerra em 2017, R$ 14 bilhões no Brasil, sendo 90% em infraestrutura de rede. O montante será destinado à construção de torres, otimização das já existentes, além de novas tecnologias voltadas para melhorar o desempenho das redes 3G e 4G.

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