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Um avião taxiando para decolar atropelou outra aeronave no Aeroporto Internacional O'Hare de Chicago na noite de domingo (14), disse nesta segunda (15) a Administração Federal de Aviação (FAA). Nenhum ferimento foi relatado, ambos os aviões eram projetados pela Boeing e a FAA afirma que investigará o incidente.

A ponta da asa esquerda do voo 11 da All Nippon Airways, uma companhia aérea japonesa, atingiu a traseira do voo 2122 da Delta Air Lines no domingo por volta das 18h30. O voo da All Nippon Airways era um Boeing 777, e a aeronave da Delta Airlines era um Boeing 717.

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A fabricante de aeronaves americana Boeing enfrenta um escrutínio cada vez maior após uma série de falhas mecânicas de seu modelo Boeing 737 Max 9, depois que uma porta de saída de emergência falhou e causou um pouso de emergência na semana passada. Não ficou imediatamente claro o que causou o incidente de domingo, ou se estava relacionado a uma falha de fabricação.

Os representantes da Boeing não comentaram o caso, assim como as companhias aéreas e o Departamento de Aviação de Chicago.

A United Airlines confirmou ao Broadcast (sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado) que identificou problemas na instalação de portas tampões em aeronaves Boeing 737 Max 9 durante inspeções preliminares realizadas desde o último sábado, 6. Segundo comunicado, as falhas incluem "parafusos que demandam aperto adicional".

A aérea acrescentou que cancelou 200 voos que utilizariam aviões desse modelo e que trabalha para retomar as operações nos próximos dias. Os jatos estão temporariamente impedidos de voar por determinação da Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) dos EUA após uma explosão no ar forçar um pouso de emergência da Alaska Airlines na última sexta-feira, 5.

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Em meio à notícia, a ação da Boeing recuava 0,11% no after hours da Bolsa de Nova York por volta das 19h (de Brasília), depois de ter tombado 8,03% no pregão regular. United Airlines caía 0,37%.

Com a viralização de vídeos feitos por passageiros nos quais é possível observar uma aeronave, da Alaska Airlines, fazendo um pouso de emergência após uma de suas portas abrir durante um voo na última sexta-feira (5), a imprensa norte-americana divulgou o áudio da comunicação da cabine de pilotos com os controladores do tráfego aéreo do dia. O documento revela como a piloto conduziu 177 passageiros e tripulantes de volta ao Aeroporto Internacional de Portland, nos Estados Unidos.

O avião, um Boeing 737 Max 9, havia acabado de decolar do aeroporto de Portland e ainda estava subindo, a 4.975 metros, quando uma porta de emergência foi ejetada na parte do meio, por razões ainda não esclarecidas. Com um buraco na fuselagem, a aeronave se despressurizou subitamente, o que fez cair as máscaras de emergência dos passageiros.

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"Gostaríamos de descer. Estamos declarando emergência. Estamos descendo para 10 mil [pés, ou 3 mil metros]. Ficamos despressurizados", disse a piloto minutos após o incidente envolvendo o boeing, que tinha como destino o estado da Califórnia.

Com o comunicado, o primeiro controlador de voo solicitou que a piloto diminuísse a altitude do avião: "Alaska 1282, desça e mantenha 10 mil pés e, quando puder, me dê a natureza [razão] da emergência e as suas intenções". Na conversa, o controlador ainda pergunta se o voo precisaria de assistência após o pouso, e a piloto responde que sim.

Já com outro controlador de voo na linha, a piloto afirma que não precisa jogar combustível fora - ação poderia ser adotada para o avião pousar de forma mais leve. "Você está pronta para o pouso agora?" perguntou. "Precisamos de cerca de 10 minutos", respondeu a profissional.

A conversa se encerra com a piloto dizendo "liberado para pousar na pista" e conduzindo o pouso. Passageiros e tripulantes não ficaram feridos.

Ao pousar em Portland, a aeronave tinha um buraco na fuselagem exatamente onde a porta foi ejetada. O incidente com o avião será investigado pela Administração Federal de Aviação e Conselho Nacional de Segurança nos Transportes. 

 

A Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) anunciou neste domingo (7) a suspensão do uso da aeronave Boeing 737 Max 9 no Brasil, após um incidente em um voo da Alaska Airlines nos Estados Unidos.

Na última sexta-feira (5), um painel da estrutura da cabine do avião explodiu e abriu em pleno ar, obrigando o piloto a fazer um pouso de emergência com 171 passageiros e seis tripulantes a bordo.

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A decisão será aplicada em território nacional após as autoridades norte-americanas decretarem um veto imediato ao modelo. Segundo o órgão federal, o avião é usado em voos internacionais no aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo, pela Copa Airlines.

"A empresa aérea já anunciou a suspensão das atividades com a aeronave para a revisão técnica necessária até que haja a liberação para retorno ao serviço", declarou a Anac em nota.

O comunicado destaca ainda que "a empresa está trabalhando para minimizar os impactos para os passageiros e a Anac monitora esse processo".

"A Diretriz de Aeronavegabilidade da Federal Aviation Administration (FAA), autoridade de aviação dos Estados Unidos, emitida em relação à aeronave Boeing 737 MAX 9 determinou a suspensão imediata das operações com o modelo, o que se aplica automaticamente também às operações no Brasil", acrescentou a Anac.

Da Ansa

A companhia aérea panamenha Copa Airlines informou, no sábado (6), que suspendeu a operação de 21 aeronaves Boeing modelo 737 MAX9 depois que um avião desse modelo perdeu uma janela em pleno voo.

A Copa indicou em comunicado que, de acordo com as recomendações da Administração Federal de Aviação (FAA) dos Estados Unidos, após o incidente com a aeronave da Alaska Airlines na última sexta-feira, levará seus aviões para "revisão técnica".

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O voo 1282 da Alaska Airlines decolou de Portland, no noroeste dos Estados Unidos, na sexta-feira às 17h00, hora local, mas teve que retornar pouco depois após reportar "um problema de pressurização", explicou a agência federal de aviação civil (FAA) na rede social X.

Imagens publicadas nas redes sociais mostram uma janela quebrada e máscaras de oxigênio penduradas no teto do avião.

"A Copa iniciou as inspeções técnicas necessárias e espera retornar essas aeronaves à programação de voos com segurança e confiabilidade durante as próximas 24 horas", disse a companhia aérea panamenha.

A fabricante americana Boeing disse na rede X que está reunindo mais informações sobre o ocorrido no voo da Alaska Airlines e que uma equipe técnica está à disposição dos investigadores.

A companhia aeronáutica Boeing anunciou nesta segunda-feira (7) que sua nave espacial Starliner estará pronta para realizar seu primeiro voo tripulado em março de 2024.

O programa sofreu diversos adiamentos e, finalmente, o transporte dos astronautas à Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) usando a Starliner estava previsto para 21 de julho.

Contudo, os engenheiros da Boeing detectaram novos problemas relacionados com um sistema de paraquedas defeituoso e com uma fita de chicote de fios que, em determinadas condições, seria inflamável.

"Agora, segundo os planos atuais, prevemos estar prontos com a nave espacial no início de março" de 2024, disse Mark Nappi, vice-presidente da Boeing e diretor do programa Starliner.

Nappi acrescentou que a data exata do lançamento depende do calendário espacial e será decidida em conjunto com a Nasa e a United Launch Alliance, que fornecerá o foguete Atlas V para a Starliner.

Steve Stich, diretor do programa Commercial Crew da Nasa, defendeu os adiamentos por razões de segurança e reiterou o compromisso da agência espacial com a Boeing, apesar das críticas dos observadores.

"Voaremos quando estivermos preparados", disse Stich, que considera importante ter um plano B no serviço de transporte para a ISS.

A Nasa espera habilitar a Starliner como mais um "táxi" para seus astronautas rumo à plataforma espacial, um serviço que a SpaceX, do magnata Elon Musk, tem proporcionado à agência desde a bem-sucedida missão de teste de sua cápsula Dragon em 2020.

A agência espacial americana concedeu contratos de 4,2 bilhões de dólares (cerca de R$ 24,5 bilhões, na cotação atual) à Boeing e de 2,6 bilhões (R$ 12,7 bilhões) para a SpaceX em 2014, pouco depois do fim do programa de transportadores espaciais, na época em que os Estados Unidos dependiam dos foguetes russos Soyuz para as viagens à plataforma orbital.

O Tribunal de Contas da União decidiu nesta quarta-feira, 8, encaminhar ao Comando da Aeronáutica acórdão em que aponta uma série de 'impropriedades' identificadas durante apuração sobre tentativa de locação de um Boeing 767, no início do governo Jair Bolsonaro - inclusive com indícios de sobrepreço. Segundo o TCU, o acórdão busca ensejar 'medidas internas (na Aeronáutica) com vistas à prevenção de outras ocorrências semelhantes'.

A Tomada de Contas lançou suspeitas sobre militares de alta patente da Força. A unidade técnica da Corte de Contas havia sugerido até aplicação de multa ao comandante da Aeronáutica à época, Antonio Carlos Moretti Bermudez, e ao então chefe do Estado-Maior, o tenente brigadeiro Paulo João Cury, por 'ato praticado com grave infração à norma legal ou regulamentar de natureza contábil, financeira, orçamentária, operacional e patrimonial' - inclusive com autorização do desconto das dívidas na remuneração dos militares.

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Para outros militares citados no caso, incluindo Cury, ainda foi sugerida a proibição de ocupar cargo em comissão ou função de confiança. No entanto, o relator do caso no TCU, ministro Augusto Sherman Cavalcanti, defendeu que o Tribunal se abstivesse, 'excepcionalmente', de apenar o militar.

Com relação aos outros citados, também na mira do parecer da área técnica, o ministro votou por acolher as justificativas apresentadas no bojo da apuração.

O processo em questão é derivado de uma representação sobre suposto 'ato de gestão antieconômico e ilegal' com a revogação de uma concorrência internacional para a compra de um Boeing 767, com a posterior licitação para locação da mesma aeronave por três anos.

O certame internacional foi promovido pelo Grupamento de Apoio Logístico do Comando da Aeronáutica. Ele incluía não só a aquisição do avião, mas também o fornecimento de 'serviços correlatos', citando os valores de US$ 14.424.182,85 e US$ 7.620.018,96.

Já a licitação de locação era de responsabilidade da Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington. O edital também tratava de 'suporte logístico' e previa os montantes de US$ 19.347.142,32 e US$ 20.391.777,00.

O lançamento do edital de concorrência internacional se deu em outubro de 2018, no apagar das luzes do governo Michel Temer. Quatro meses depois, em fevereiro de 2019, sob o governo Bolsonaro, o chefe do Estado-Maior da Aeronáutica determinou a suspensão do certame 'em razão da impossibilidade de se obter a integralidade dos recursos voltados ao investimento da Força Aérea Brasileira'.

Dois meses depois foi aprovado o edital de locação do Boeing 767.

O caso chegou ao Tribunal de Contas da União após o consórcio vencedor da licitação de compra do avião não ser habilitado no certame de locação da aeronave.

Durante a tramitação do caso na Corte de Contas foi determinado ao Comando da Aeronáutica que se abstivesse de assinar contrato com a eventual vencedora da segunda licitação.

Agora, o Plenário do TCU analisou uma série de irregularidades encontradas pela área técnica durante análise dos pormenores das licitações.

O acórdão do TCU questiona, por exemplo, o fato de a licitação de locação do avião - via Comissão Aeronáutica Brasileira em Washington -, com objeto executado no Brasil, ser elaborada 'sem que restasse efetivamente demonstrada a necessidade e a vantajosidade de realização da licitação no exterior'.

Outros pontos identificados pela Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU foram sobrepreço do orçamento estimativo, subcontratação de serviços, ausência de previsão de fornecimento da descrição quantitativa e qualitativa dos materiais e da mão-de-obra efetivamente utilizadas na manutenção da aeronave.

A unidade técnica menciona indícios de 'irregular precificação dos serviços' na licitação de locação. Os auditores do TCU observam. "Na licitação 17/GAL/2018 a proposta vencedora foi no valor de US$ 7.620.018,96 para o módulo 2, enquanto na invitation for bid 191948/CABW/2019 foi orçada com valor máximo de US$ 20.391.777,00 (peça 92, p. 118), ou seja, quase três vezes maior que a primeira."

Seguindo voto do relator, a Corte de Contas declarou a inidoneidade de uma empresa - Aria Engenharia e Manutenção de Aeronaves - para participar de licitação no âmbito da administração pública federal por dois anos.

O TCU aponta que o sócio majoritário da companhia apresenta 'indícios robustos de ausência de capacidade financeira para figurar como tal'.

A gigante aeroespacial americana Boeing lançou nesta quinta-feira (19) sua cápsula Starliner rumo à Estação Espacial Internacional (ISS) em um voo de teste não tripulado-chave, após anos de falhas e falsos começos.

A missão Orbital Test Flight 2 (OFT-2) decolou às 22h54 GMT do Centro Espacial Kennedy, na Flórida, com a nave espacial fixada sobre um foguete Atlas V da United Launch Alliance, segundo a transmissão ao vivo da Nasa.

O sucesso da missão é fundamental para resgatar a reputação da Boeing, após um primeiro fracasso em 2019, quando a tentativa de acoplamento à ISS fracassou devido a erros de software, que implicaram queimar muito combustível para chegar ao destino e a possibilidade de destruição da nave durante a sua reentrada.

"É um grande momento", disse a vice-administradora da Nasa Pam Melroy pouco antes do lançamento. "Quando construímos a estação espacial, estávamos realmente focados em toda a ciência incrível que poderíamos fazer em inovação. Ter agora outra forma de chegar lá simplesmente nos dá mais resiliência."

Depois de anos de fracassos e adiamentos, a companhia aeronáutica americana Boeing tentará voltar à concorrência com a SpaceX para servir de "táxi" espacial para a Nasa.

- Dia de redenção -

Ambas as empresas receberam em 2014 contratos com valores fixos de US$ 4,2 bilhões para a Boeing e US$ 2,6 bilhões para a SpaceX, pouco tempo após o encerramento do programa do ônibus espacial, em uma época na qual os Estados Unidos dependiam dos foguetes russos Soyuz para chegar ao laboratório orbital.

A Boeing, com sua história centenária, foi considerada por muitos uma aposta segura frente à praticamente inexperimentada SpaceX. Mas a empresa de Musk enviou recentemente sua quarta tripulação de rotina para a plataforma de pesquisas, enquanto os atrasos no desenvolvimento da Boeing custaram à empresa centenas de milhões de dólares.

A Starliner deve se acoplar à ISS cerca de 24 horas após o lançamento e entregar mais de 226 kg de carga, incluindo comida e outros suprimentos, como roupas ou sacos de dormir, para a tripulação.

O voo-teste sem tripulação está destinado a determinar se a cápsula será capaz de transportar humanos. Já tinha sido testado, mas sem sucesso, em 2019, quando a nave teve que retornar à Terra antes do tempo, evitando uma catástrofe.

Depois, em agosto de 2021, um novo teste teve que ser cancelado pouco antes do lançamento, devido a um problema de válvulas detectado durante as verificações finais.

Enquanto isso, a SpaceX já realizou com sucesso os seus próprios testes e começou a transportar astronautas da Nasa em missões regulares.

No total, a empresa do bilionário Elon Musk já transportou 18 astronautas com sua própria cápsula, a Dragon, assim como quatro turistas espaciais que pagaram para estar em uma missão.

Contudo, a Nasa quer diversificar suas opções para não voltar a correr o risco de ficar sem meios de transporte americanos, como aconteceu depois do encerramento das missões de transportadores espaciais em 2011. Até o surgimento da SpaceX, a agência espacial americana se viu obrigada a pagar por vagas de tripulantes nos foguetes Soyuz da Rússia.

O lançamento desta quinta-feira é "um passo crucial" para se obter "dois veículos que transportem tripulações de forma regular", disse na terça-feira Dana Weigel, subdiretora do programa ISS da Nasa, em uma coletiva de imprensa. A dirigente destacou que foi assinado um contrato de preço fixo tanto com SpaceX quanto com a Boeing.

- Acoplamento delicado -

Durante o teste, uma boneca chamada Rosie será colocada no assento do comandante. Ela está equipada com 15 sensores, destinados a recolher informação sobre os movimentos da estrutura.

A aproximação da ISS nesta sexta, por volta das 20h de Brasília, será acompanhada de perto pelos astronautas a bordo da estação. Primeiro, ordenarão que a cápsula se estabilize a cerca de 250 metros de distância, antes de proceder com a delicada manobra de contato e acoplagem. Horas depois, a escotilha da cápsula será aberta.

A Starliner deverá permanecer acoplada à ISS durante cinco dias, antes de retornar à Terra para pousar em pleno deserto do estado do Novo México, no oeste de Estados Unidos, na base de White Sands.

- Contratempos em sequência -

O desenvolvimento do projeto Starliner acabou se transformando em uma longa epopeia cheia de obstáculos.

Em 2019, a cápsula não pôde entrar na órbita correta devido a um problema com seu relógio e teve que retornar à Terra depois de dois dias. A Boeing depois detectou que outros problemas de software quase provocaram uma anomalia grave de voo.

A Nasa prescreveu uma longa lista de recomendações e modificações para serem realizadas.

Depois, em 2021, quando o foguete já estava na plataforma de lançamento para tentar uma nova decolagem, um problema de umidade provocou uma reação química que bloqueou a abertura de certas válvulas na cápsula e o equipamento teve que voltar às oficinas para inspeções durante 10 meses.

O problema foi resolvido isolando hermeticamente as novas válvulas, com o objetivo de evitar a entrada de umidade, explicou na terça-feira Mark Nappi, gerente da Boeing. No entanto, para o futuro, outras soluções de prazo mais longo, inclusive uma mudança no projeto, já estão sendo avaliadas pelos especialistas.

Muita coisa está em jogo para a companhia, que espera poder realizar um primeiro voo tripulado no fim do ano. Esta segunda missão de teste será fundamental para obter finalmente a aprovação da Nasa.

Mas o cronograma exato dependerá do desempenho da cápsula nesta semana, que, ao mesmo tempo, pode recuperar um pouco a imagem da Boeing, bastante prejudicada pelos contratempos em sequência.

Equipes de resgate da China não encontraram sobreviventes no local da queda de um Boeing 737-800 com 132 pessoas a bordo, ocorrida na última segunda-feira (21).

Oficialmente, as autoridades ainda não confirmam o número de mortos, mas as esperanças de achar alguém vivo desapareceram após a descoberta de que o jato provavelmente mergulhou de nariz em direção à encosta de uma montanha perto de Wuzhou, na região de Guangxi.

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O avião pertencia à companhia aérea China Eastern Airlines e voava de Kunming a Guangzhou com 123 passageiros e nove tripulantes. Após o acidente, a empresa colocou no chão todas as suas aeronaves modelo Boeing 737-800.

O que se sabe até agora é que o jato despencou 26 mil pés (cerca de 8 mil metros) em três minutos, em um mergulho em direção ao chão. O presidente da China, Xi Jinping, disse estar "chocado" com a tragédia e pediu "todos os esforços" para identificar as causas "o quanto antes".

Até o momento, o pior acidente aéreo no país asiático ocorreu em 1994, com um avião da China Northwest Airlines e um saldo de 160 mortos.

Da Ansa

Um avião da Gol sofreu uma pane após decolar e precisou fazer um pouso de emergência horas antes da virada de ano, em Petrolina, no Sertão de Pernambuco. Com saída do Ceará, a aeronave modelo Boeing 737-800 transportava 182 pessoas a São Paulo.

O motor direito do avião apagou cerca de 35 minutos após deixar Juazeiro do Norte, ainda durante a etapa de subida com destino a Guarulhos, por volta das 17h42 da sexta (31).

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Voando apenas com o motor esquerdo, o comando da aeronave acionou o controle de tráfego aéreo do Aeroporto Senador Nilo Coelho e solicitou a presença do Corpo de Bombeiros e de assistência médica para o pouso de urgência.

A descida não programada foi permitida e o pouso realizado. Apesar do susto, ninguém ficou ferido e as equipes de socorro acionadas por precaução não precisaram realizar atendimento.

A Boeing está lidando com um novo defeito em seu 787 Dreamliner, o mais recente em uma série de erros de produção que atrasaram as entregas de aeronaves e aumentaram o escrutínio do governo dos Estados Unidos.

O novo problema envolve peças de titânio que são mais fracas do que deveriam ser em 787s construídos nos últimos três anos, disseram pessoas a par do assunto. A descoberta se junta a uma série de questões do Dreamliner que deixaram a Boeing com mais de US$ 25 bilhões em jatos presos em seu estoque.

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O problema é uma nova evidência de que a fabricante de aviões ainda está tentando consertar suas operações de fabricação, apesar de uma pressão de quase dois anos do CEO David Calhoun para restaurar a reputação da Boeing na construção de jatos de qualidade.

Além disso, a Administração Federal de Aviação (FAA) americana está investigando os controles de qualidade da Boeing. A empresa reconheceu que não resolveu o problema do lixo que sobra do processo de produção, como duas garrafas vazias de tequila encontradas em setembro em um novo jato do Força Aérea do país em construção.

Reguladores têm mantido uma supervisão mais rigorosa da produção do 737 MAX após duas falhas. Os acidentes, que ceifaram 346 vidas, foram atribuídos em grande parte ao projeto defeituoso da Boeing de um novo sistema de controle de voo que lançou os jatos em uma queda livre fatal.

Um porta-voz da Boeing disse que a empresa está progredindo na melhoria da produção e elevando seus próprios padrões, apesar das interrupções operacionais.

"Fortalecemos nosso foco na qualidade e incentivamos constantemente todos os membros de nossa equipe e cadeia de suprimentos a levantarem quaisquer questões que precisem de atenção", disse o porta-voz. "Quando as questões são levantadas, é uma indicação de que esses esforços estão funcionando.".

Promotores americanos se preparam para indiciar um ex-piloto de testes da Boeing suspeito de enganar os reguladores aéreos sobre os problemas de segurança atribuídos a dois mortais acidentes de aeronaves 737 MAX - informou o Wall Street Journal na quinta-feira (16).

Mark Forkner foi o principal contato da Boeing com a Administração de Aviação Federal americana sobre como os pilotos deveriam ser treinados para pilotar esses aviões, de acordo com o jornal.

Documentos publicados no início de 2020 revelam que Forkner ocultou dos reguladores detalhes sobre as deficiências no sistema de controle de voo do avião, conhecido como MCAS. As falhas neste mecanismo são atribuídas como causa de ambos os acidentes.

O 737 MAX foi oficialmente certificado em março de 2017. Ficou 20 meses sem voar depois dos acidentes em outubro de 2018 e em março de 2019, que deixaram 346 mortos.

O MAX pôde voltar a voar no final de 2020, quando o programa MCAS foi modificado.

Gigante americana da aviação, a Boeing concordou em pagar US$ 2,5 bilhões em multas para liquidar uma acusação criminal por, supostamente, ter enganado os reguladores que inspecionaram o 737 MAX.

A AFP não conseguiu retorno do Departamento de Justiça dos Estados Unidos, nem do advogado de Forkner sobre o caso.

O Wall Street Journal disse que não está claro quais são as acusações que Forkner enfrentará.

Os investigadores indonésios esperam encontrar, nesta quarta-feira (13), a segunda caixa-preta do Boeing que caiu no mar na costa de Jacarta com 62 pessoas a bordo no último sábado.

Os mergulhadores recuperaram a primeira caixa-preta, que registra os parâmetros de voo (FDR), na terça (12) e agora se concentram na busca pelas gravações das conversas da cabine.

Essas gravações podem fornecer informações cruciais para entender por que o Boeing 737-500 da Sriwijaya Air despencou em menos de um minuto para desaparecer no mar de Java no sábado.

"As investigações continuam e esperamos um bom resultado", disse Rasman MS, chefe dos serviços de socorro.

As caixas-pretas, que registram velocidade, altitude e direção da aeronave, ajudam a determinar as causas dos acidentes em 90% dos casos, segundo especialistas em aviação.

As autoridades indonésias ainda não forneceram hipóteses sobre as causas da queda da aeronave de 26 anos.

A agência norte-americana responsável pela segurança nos transportes (NTSB) anunciou no Twitter o envio de investigadores a Jacarta, juntamente com representantes da Boeing, da GE Aviation - fabricante dos motores do avião-, e da Autoridade americana da Aviação (FAA).

Mais de 3.000 pessoas participam das buscas no mar, auxiliadas por barcos, helicópteros e um robô subaquático.

"Esta operação não acabou", disse o comandante-chefe das forças indonésias, Hadi Tjahjanto, na noite de terça-feira. "Continuaremos procurando as vítimas e todas as partes restantes da fuselagem".

- Desinformação -

Até o momento, quatro vítimas foram identificadas graças às impressões digitais, incluindo um piloto de 38 anos que não estava de serviço.

Cinquenta passageiros, incluindo 10 menores, e 12 tripulantes, viajavam no avião com destino a Pontianak, cidade na parte indonésia da ilha de Bornéu.

As autoridades pediram aos parentes das vítimas que fornecessem amostras de DNA para ajudar na identificação dos restos mortais.

A tripulação não emitiu sinais de socorro antes do acidente e o avião provavelmente estava inteiro quando atingiu a água, disseram as autoridades após estudar os primeiros elementos disponíveis.

A investigação das causas do acidente pode levar meses, mas um relatório preliminar é esperado dentro de um mês.

O desastre aéreo provocou informações falsas na internet, principalmente com a publicação de um bebê supostamente resgatado, mas que se trata na realidade de uma criança salva em 2018 de um acidente de barco.

É o primeiro acidente fatal desde o início das atividades, em 2013, da Sriwijaya Air, uma empresa que voa entre o arquipélago da Indonésia e o Sudeste Asiático.

Mas o setor de transporte aéreo da Indonésia viu várias tragédias nos últimos anos e muitas companhias aéreas do país estavam proibidas de voar na Europa até 2018.

Em outubro de 2018, 189 pessoas morreram na queda de um Boeing 737 MAX operado pela Lion Air que caiu no mar de Java, 12 minutos após decolar de Jacarta. O avião de Sriwijaya não pertence à polêmica nova geração do Boeing 737 MAX, sendo um "clássico" Boeing 737.

As duas caixas-pretas do Boeing que caiu no sábado (9) no mar na costa de Jacarta com 62 pessoas a bordo foram localizadas neste domingo (10), anunciaram as autoridades indonésias, e podem ser essenciais para ajudar os especialistas a determinar as causas do acidente.

Horas antes, equipes de mergulhadores encontraram partes de corpos, destroços da fuselagem da aeronave e roupas na costa da capital indonésia.

"Localizamos as caixas-pretas, as duas", anunciou Soerjanto Tjahjanto, chefe do comitê de segurança dos transportes, que faz parte do ministério dos Transportes. "Os mergulhadores vão começar a procurá-las e espero que não demore muito para que as encontrem".

O avião da companhia aérea indonésia Sriwijaya Air que voava entre Jacarta e Pontianak, na parte indonésia da ilha de Bornéu, perdeu contato com os controladores de tráfego aéreo no sábado, pouco depois das 14h40 (4h40 de Brasília), cerca de quatro minutos depois de decolar.

No momento, as autoridades não forneceram detalhes sobre as possíveis causas do ocorrido.

"Esta manhã recebemos duas malas, uma com os pertences dos passageiros e a outra com partes de corpos", declarou o porta-voz da polícia de Jacarta, Yusri Yunus, à Metro TV. A polícia "está trabalhando para identificá-los", disse.

O presidente da Indonésia, Joko Widodo, expressou "profundas condolências" e exortou os cidadãos a "orar juntos para que as vítimas sejam encontradas".

- Socorristas e Exército-

Os primeiros destroços encontrados foram levados para o principal porto de Jacarta, incluindo um pneu do avião e um short rosa infantil, confirmou um jornalista da AFP.

Centenas de membros dos serviços de resgate, da Marinha e 10 navios de guerra participam das buscas.

Mergulhadores colocaram faróis laranja em pelo menos três locais e sonares são usados para localizar a fuselagem, de acordo com um jornalista da AFP no local.

O avião, que partiu do Aeroporto Internacional de Jacarta Soekarno-Hata, desapareceu dos radares logo após a decolagem, enquanto sobrevoava o mar de Java, perto de ilhas turísticas.

Cinquenta passageiros, incluindo 10 crianças, e 12 membros da tripulação estavam a bordo. Todos eles são indonésios, segundo as autoridades.

As famílias dos passageiros, muito angustiadas, ainda aguardam notícias.

"Tenho quatro membros da minha família no avião: minha esposa e meus três filhos", declarou Yaman Zai, que os esperava no aeroporto de Pontianak, chorando.

"Minha esposa me mandou uma foto do bebê hoje... Como posso não ficar com o coração partido?", disse ele à AFP no sábado.

- Queda brutal-

De acordo com dados do site FlightRadar24, a aeronave atingiu uma altitude de quase 11.000 pés (3.350 metros) antes de cair para 250 pés. Ela então perdeu contato com a torre de controle.

"O voo SJ182 da Sriwijaya Air perdeu mais de 10.000 pés em menos de quatro minutos após sua decolagem de Jacarta", informa o site especializado em aviação em sua conta oficial no Twitter.

O ministro dos Transportes, Budi Karya Sumadi, disse que a aeronave pareceu se desviar de sua rota pouco antes de desaparecer.

Condições meteorológicas ruins, um erro de pilotagem ou problemas técnicos são os possíveis fatores neste acidente, segundo Gerry Soejatman, analista em aviação em Jacarta.

Pescadores que estavam próximos ao local, citados pela CNN Indonesia e outros veículos locais, disseram que ouviram ao menos uma explosão no momento do acidente. As autoridades não confirmaram.

Em outubro de 2018, 189 pessoas morreram quando um Boeing 737 MAX caiu no mar de Java, 12 minutos após a decolagem.

Este acidente e outro envolvendo o mesmo modelo na Etiópia, foram atribuídos a defeitos técnicos e a fabricante foi condenada esta semana a pagar multa de 2,5 bilhões de dólares por ter enganado as autoridades no processo de aprovação deste modelo.

Os 737 MAXs ficaram sem voar por 20 meses após esses dois acidentes que deixaram 346 mortos, antes de serem novamente autorizados a operar em alguns países no final de 2020.

O setor de aviação civil na Indonésia passou por várias tragédias nos últimos anos, e muitas companhias aéreas indonésias foram proibidas de operar na Europa e nos Estados Unidos no passado.

Em 2014, um avião da AirAsia conectando a cidade indonésia de Surabaya a Singapura caiu com 162 passageiros a bordo. Os investigadores concluíram que houve erro humano e problemas técnicos.

Desde março de 2019 proibido de voar após duas tragédias deixarem 346 mortos, a aeronave 737 Max, da Boeing, ainda terá muitos desafios para retomar os voos. Do lado da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), a liberação só virá depois do sinal verde nos Estados Unidos, segundo o superintendente de aeronavegabilidade da agência, Roberto Honorato. A expectativa é que o retorno do modelo se dê apenas em 2021.

A agência brasileira está participando, desde abril de 2019, de um grupo de reguladores em contato direto com a FAA (agência de aviação civil dos Estados Unidos) para avaliar a retomada do Max. A volta é uma passo importante para aéreas no mundo tudo, incluindo a Gol, única a operar o modelo no Brasil.

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Imagens de satélite apontam semelhanças entre os dois acidentes, em outubro de 2018 (da Lion Air, na Indonésia) e em março de 2019 (Ethiopian Airlines, na Etiópia). Uma das principais hipóteses é de falha no sistema de pilotagem chamado MCAS. Diante disso, a Boeing revê hoje todo o sistema de controle de voo da aeronave. Para garantir que haja um retorno global da aeronave, a FAA está trabalhando em conjunto com outras entidades reguladoras, como a brasileira Anac, para fechar as recomendações à Boeing.

Segundo o sócio-fundador do Fenelon Advogados, Ricardo Fenelon Junior, o convite para que outras agências participem do processo é importante. "O objetivo é exatamente passar uma mensagem única de que, quando a FAA entender que o MAX está pronto para voltar a voar, há consenso entre as outras autoridades."

Fenelon, que foi diretor da Anac por quatro anos, destacou que é difícil estimar um prazo. A Boeing já divulgou diversos prazos, todos fracassados. "A expectativa é que o processo de certificação da FAA seja concluído neste ano. E os voos retornem no final de 2020, mais provavelmente no início de 2021."

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Até então parceiras, as fabricantes de aviões Embraer e Boeing entraram em guerra nesse sábado (25), após a americana ter anunciado que encerrou as negociações para comprar a divisão de aviação comercial da brasileira. As empresas haviam anunciado, em julho de 2018, o acordo de US$ 4,2 bilhões, que recebeu aval do governo de Jair Bolsonaro sete meses depois.

O anúncio da Boeing se deu em meio a maior crise de sua história, que envolve dois acidentes com seu principal avião, o 737 MAX, e a paralisação do setor aéreo em decorrência da pandemia da Covid-19. A companhia responsabilizou a Embraer pela não conclusão do negócio. Em nota, afirmou que "exerceu seu direito de rescindir (o contrato) após a Embraer não ter atendido as condições necessárias", mas não especificou quais eram as condições.

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A Embraer respondeu às afirmações, três horas depois, também em nota, na qual acusou a americana de ter rescindido o contrato de forma indevida. "(A Boeing) fabricou falsas alegações como pretexto para tentar evitar seus compromissos de fechar a transação e pagar à Embraer o preço de compra de U$ 4,2 bilhões."

A nota afirma ainda que a empresa acredita que a Boeing vinha adotando "um padrão sistemático de atraso e violações repetidas ao MTA ( acordo), pela falta de vontade em concluir a transação, pela sua condição financeira, por conta dos problemas com o 737 MAX e por outros problemas comerciais e de reputação".

Segundo o jornal O Estado de S. Paulo apurou, a brasileira pretende tentar retomar as negociações e, caso não consiga chegar a um acordo, deverá entrar na Justiça para ser ressarcida. No documento emitido ontem, a Embraer afirma que "buscará todas as medidas cabíveis contra a Boeing pelos danos sofridos como resultado do cancelamento indevido".

O rompimento do acordo foi visto dentro do governo brasileiro como um desfecho já esperado, diante da crise enfrentada pela empresa americana e pelo baque que a pandemia do novo coronavírus provocou no setor aéreo. Na ala militar, o negócio não era unanimidade e, por esse motivo, o desmanche do acerto não foi lamentado, pelo contrário, foi até comemorado.

A área econômica, que tem apostado em privatizações e concessões para alavancar o crescimento da economia após a crise, avalia que a desistência não teve relação com uma percepção de risco em relação ao Brasil. Segundo um integrante da equipe, se fosse um negócio envolvendo aéreas dos EUA e da Europa, o desfecho seria o mesmo. Os defensores do Plano Pró-Brasil de investimentos públicos em infraestrutura, por sua vez, já usam o rompimento do acordo como munição para a estratégia do defesa do programa.

Mercado

Nas últimas semanas, o mercado vinha aventando a possibilidade de a transação não ser concluída. No último domingo, o Estado mostrou que, entre os entraves, estava a capacidade de a Boeing pagar o valor devido à Embraer. Além dos dois acidentes com os aviões 737 MAX, que mataram 346 pessoas e levaram o modelo a parar de operar, a crise do coronavírus vem prejudicando a situação de caixa da companhia.

A Boeing inclusive indicou que a indústria aeroespacial americana necessitará de US$ 60 bilhões do governo para sobreviver. A empresa seria a principal beneficiada se esse montante for liberado. Nos EUA, porém, a possibilidade de parte desse dinheiro ser usada para comprar uma empresa brasileira é alvo de críticas.

Outro problema que apareceu recentemente nas negociações foi o valor do contrato. Em 4 de julho de 2018, um dia antes do negócio ser anunciado, a Embraer valia R$ 19,8 bilhões no mercado. Hoje, esse número é de R$ 6,1 bilhões, um recuo de 69%, o que tornaria elevado o valor a ser pago agora pela Boeing.

Apesar de sempre ter sido dado como certo, o acordo entre as empresas vinha sofrendo dificuldade, desde o ano passado, para conseguir aval das autoridades reguladoras da União Europeia, o que atrasou a conclusão do negócio. A previsão inicial era que a americana assumisse os 80% da divisão de jatos comerciais da brasileira no fim do ano passado.

Além da venda do braço de aviação comercial da Embraer, o acordo previa a criação de uma joint venture para a comercialização do cargueiro militar C-390 Millenium, o maior avião já desenvolvido no Brasil e cujo projeto foi recém-concluído. Havia possibilidade de essa nova empresa, da qual a Embraer seria sócia majoritária, instalar uma linha de produção do modelo nos EUA, para pode ampliar seu potencial de vendas para o governo americano e outros países parceiros de Washington.

Com a rescisão do contrato, a criação da joint venture também foi cancelada. As duas companhias, porém, manterão um acordo para que a Boeing venda e faça manutenção do C-390 em parceria com a Embraer.

Mau momento

O fim das negociações entre Boeing e Embraer vem no pior momento para a brasileira, que já não estava em seu auge. Após investir R$ 485,5 milhões em 2019 no processo de separação do braço de aviação comercial - que iria para a Boeing -, a Embraer enfrenta um cenário de demanda fraca pela sua nova família de aviões, o E2, e ainda terá de encarar a crise causada pela pandemia da Covid-19, que afundou o setor aéreo.

Fontes do mercado dizem que possivelmente a brasileira precisará de um socorro do governo (seguindo o exemplo da Boeing, que pediu ajuda de Washington) ou terá de buscar um outro acordo de venda. A maior oportunidade seria com a China, que quer crescer na aviação com a estatal China Commercial Aircraft (Comac). Em vídeo enviado ontem a funcionários, porém, o presidente da Embraer, Francisco Gomes Neto, afirma que a empresa tem liquidez "suficiente e acesso a fontes de financiamento para alavancar seus negócios".

A joint venture na aviação comercial com a Boeing, na qual a brasileira teria 20%, era praticamente uma aposta de sobrevivência da Embraer. Isso porque o mercado se tornou mais acirrado quando, em outubro 2017, a europeia Airbus comprou o programa dos jatos C-Series da canadense Bombardier. O C-Series era uma família de aviões que competia diretamente com a Embraer.

Com a rescisão do contrato com a Boeing, a Embraer agora brigará sozinha contra gigantes. Tudo se torna mais grave porque a brasileira acaba de investir US$ 1,75 bilhão para desenvolver três novos modelos de aviões, os E2, que, apesar de serem considerados os melhores da categoria, estão sendo pouco demandados. "As vendas estão fracas porque o setor já não ia muito bem", afirmou uma fonte.

O processo de separação da divisão comercial da Embraer também estava praticamente concluído e havia exigido milhões de dólares. Apenas na nova sede da companhia haviam sido aportados US$ 30 milhões (quase R$ 170 milhões na cotação atual).

Ao cenário já complexo, soma-se a crise da Covid-19. Com o afastamento social e o fechamento das fronteiras, a maior parte da frota aérea global está no solo. As companhias aéreas enfrentam uma crise profunda e deverão cortar suas encomendas de aviões. Segundo estudo da consultoria Bain & Company, a demanda por aeronaves menores, como as produzidas pela Embraer, deve voltar ao patamar pré-crise apenas no último trimestre de 2021. 

É "evidente" que o novo coronavírus terá um profundo impacto na indústria aeronáutica e na economia em seu conjunto - afirmou o diretor comercial da Boeing, Ihssane Mounir, nesta quarta-feira (12).

O novo coronavírus deixou mais de 1.100 mortos e contaminou milhares de pessoas, principalmente na China, chegando também a cerca de 20 países. A disseminação levou muitos países a fecharem suas fronteiras aos viajantes procedentes da China.

"Várias grandes companhias aéreas reduziram suas conexões para e a partir da China. Isso representa uma perda de faturamento", afirmou Mounir.

"Há viagens de negócios canceladas, mercadorias paradas (...) Isso terá um impacto na economia, no faturamento, terá um impacto nestas companhias aéreas (...) É evidente", avaliou.

Ihssane Mounir participa do salão aeronáutico de Singapura, o principal evento deste tipo na Ásia que começou na segunda-feira, em meio ao cancelamento de muitos participantes, preocupados com a propagação do novo coronavírus.

Mais de 70 expositores desistiram de participar da feira, entre eles a companhia americana Lockheed Martin e as canadenses Bombardier e De Havilland.

Nesta edição esvaziada do evento, os participantes têm de passar por um scanner térmico e higienizar as mãos.

Singapura registrou 47 casos de pessoas com o novo coronavírus. Na semana passada, a cidade-Estado aumentou seu nível de alerta sanitário.

Na Ásia, o impacto do vírus, que paralisou as grandes cidades chinesas, está começando a afetar as cadeias de produção.

O fabricante de automóveis General Motors teve de suspender parcialmente suas operações na Coreia do Sul por falta de algumas peças fabricadas na China.

Também foram afetadas a japonesa Nissan e a sul-coreana Hyundai.

A Boeing compra da China alguns dos componentes para suas aeronaves, mas ainda não sofreu o impacto do coronavírus em suas operações, segundo seu diretor comercial.

A Boeing anunciou nesta quarta-feira (22) o adiamento do primeiro voo do seu novo modelo de longo alcance 777X, previsto para a quinta-feira (23). "Adiamos o primeiro voo 777X que estava previsto para amanhã, 23 de janeiro, por causas climáticas", informou a empresa, que analisa a possibilidade de fazê-lo na sexta-feira, 24.

O voo deve ocorrer na região de Seattle, onde está o Boeing Field, o gigantesco aeroporto do grupo. A previsão do tempo prevê chuva e vento para a zona nesta quinta-feira.

Durante o voo inaugural, os aviões são submetidos a uma bateria de testes para verificar seu comportamento e garantir que cumprem as condições de segurança.

O 777X, com capacidade para transportar entre 384 e 426 passageiros, tem uma carteira de pedidos de 340 unidades, principalmente de grandes companhias aéreas, como Emirates, Lufthansa, Cathay Pacific, Singapore Airlines e Qatar Airways.

O aparelho da Boeing vai competir com o A350 do fabricante europeu Airbus. Espera-se que o 777X consolide o domínio da Boeing sobre a Airbus no mercado de longa distância.

Desdém pelos reguladores, companhias aéreas e seus próprios colegas, desprezo pela segurança: mensagens embaraçosas dos funcionários da Boeing oferecem um retrato pouco lisonjeiro da fabricante de aeronaves e de uma cultura interna marcada pela "arrogância" e a preocupação de reduzir custos.

Essas comunicações apresentadas na quinta-feira mostram que as dificuldades atuais da Boeing vão além do 737 MAX, destacando falhas inimagináveis em uma empresa que fabrica o avião do presidente americano, o Air Force One, e que democratizou o transporte aéreo.

As mensagens mostram como a Boeing minimizou a importância do sistema de estabilização MCAS para evitar o treinamento de pilotos em um simulador devido ao custo mais alto desse procedimento e à alta probabilidade de prolongar o tempo para certificação do MAX.

No entanto, foi este software que esteve envolvido nos dois acidentes, da Lion Air e da Ethiopian Airlines, que mataram 346 pessoas e causaram a imobilização dos 737 MAX.

"Precisamos nos manter firmes de que não haverá treinamento em simulador. (...) Vamos lutar contra qualquer regulador que tente torná-lo um pré-requisito", escreveu um funcionário a seu colega em março de 2017, pouco antes da certificação do MAX.

Alguns meses depois, o mesmo funcionário, piloto de testes, se orgulhou de ter "permitido (a Boeing) economizar montanhas de dólares".

Suas mensagens foram incluídas nos documentos, que datam de 2013 a 2018, transmitidos aos legisladores americanos pela Boeing e consultados pela AFP.

Com poucas exceções, a maioria dos nomes dos funcionários foi excluída.

- Corte de custos -

Em 2018, vários funcionários que trabalharam nos simuladores do MAX manifestaram preocupação com as dificuldades técnicas encontradas.

"Você colocaria sua família em um simulador MAX? Eu não faria isso", escreveu um deles em fevereiro, oito meses antes da primeira tragédia. "Não", respondeu um colega.

Dois outros funcionários denunciaram que seus gerentes pareciam obcecados com a idéia de equiparar-se ao Airbus A320Neo, de acordo com os documentos.

"Todas as mensagens falam de cumprir prazos e fazem pouca menção à qualidade", lamentou um deles.

"Entramos nessa confusão por conta própria, escolhendo um subcontratado de baixo custo e impondo prazos insustentáveis. Por que o subcontratado de baixo custo menos experiente ganhou o contrato? Simplesmente porque era uma questão de dólares", continuou seu colega.

"Pedir desculpas não será suficiente", disse Robert Clifford, advogado das famílias de vítimas da Ethiopian Airlines.

- "Ridículo" -

Os documentos também mostram que os funcionários da Boeing tinham dúvidas sobre as habilidades dos engenheiros da empresa. "Este avião é ridículo", disse um em setembro de 2016.

No entanto, a Boeing é sinônimo há décadas de inovação em engenharia. Fama devida, sobretudo, ao 747, apelidado de "a rainha do céu", bem como uma participação no programa Apollo que enviou o primeiro homem à Lua.

O gigante de Seattle e sua rede de terceirizados são gigantes da economia americana.

"É um problema cultural. Levará entre 5 e 12 anos para mudar a cultura", escreveu um funcionário em maio de 2018. "É sistêmico", disse outro um mês depois.

"Temos uma equipe de gerentes que entendem muito pouco sobre o setor, mas impõem objetivos irrealistas", acrescentou.

Michel Merluzeau, especialista da Air Insight Research, acredita que "a Boeing precisa reexaminar uma cultura operacional de outra época".

"Esses documentos não refletem o melhor da Boeing. O tom e a linguagem das mensagens são inadequadas, especialmente quando se trata de questões tão importantes", disse Greg Smith, diretor interino da empresa, em uma carta aos funcionários e consultada pela AFP.

As comunicações também afetam os reguladores, começando pela Agência Federal de Aviação dos Estados Unidos (FAA), que aprovou o MAX.

"Não há certeza de que a FAA entenda o que aprova", ironizou um funcionário em fevereiro de 2016.

Mostrando sinais de lucidez, outro concluiu em fevereiro de 2018: "Nossa arrogância será nossa queda".

O presidente da Ucrânia, Volodmir Zelenski, afirmou, nesta sexta-feira (10), que a possibilidade de míssil ter abatido o avião com 176 pessoas não pode ser descartada, mas ainda não foi confirmada. Na quinta-feira (9), autoridades americanas, canadenses e britânicas disseram que o avião foi abatido por engano por um foguete do Irã. A aeronave explodiu minutos após decolar com 176 pessoas a bordo. Ninguém sobreviveu.

Zelenski tem pressionado os Estados Unidos e países ocidentais para compartilhar as informações sobre o acidente aéreo. "Dados os últimos anúncios feitos pelos líderes dos países na mídia, chamo nossos parceiros internacionais - primeiramente os governos de Estados Unidos, Canadá e Reino Unido - para fornecer os dados e as evidências relativas à catástrofe para a comissão que investiga suas causas", escreveu o líder ucraniano em seu Facebook.

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Na quinta-feira, o site do jornal The New York Times publicou vídeo gravado por um celular que mostra a explosão do que parece ser um avião no céu de Teerã. "Alguém pode ter cometido um erro", disse o presidente americano, Donald Trump. "Dizem que foi uma falha mecânica. Pessoalmente, não acredito que isso esteja sequer em questão. Acho que alguma coisa terrível aconteceu."

No mesmo dia, o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, foi à TV anunciar que o voo 752 da UIA havia sido derrubado por um míssil do Irã. "Temos informação de múltiplas fontes, incluídos aliados e serviços de inteligência, indicando que o avião foi derrubado por um míssil terra-ar iraniano. Pode ser que não tenha sido intencional."

Autoridades iranianas rejeitaram o que chamaram de "rumores ilógicos" sobre a queda do Boeing. "Vários voos nacionais e internacionais estavam no espaço aéreo iraniano ao mesmo tempo à mesma altura de 8 mil pés. Essa história do ataque com mísseis no avião não pode estar correta", afirmou o Ministério da Transporte do Irã, em comunicado. "É cientificamente impossível que um míssil tenha atingido o avião", disse Ali Abedzadeh, chefe da agência de aviação civil do Irã.

Outros casos

Se confirmado que o Boeing ucraniano foi mesmo derrubado por um míssil, o caso entraria em uma lista de tragédias semelhantes. De acordo com a consultoria britânica Flightglobal Ascend, que mantém uma base da dados detalhadas de acidentes aéreos, desde 1967, mais de 700 pessoas foram mortas em 19 incidentes envolvendo ataques com disparos propositais. Durante a Guerra Fria, os casos eram mais comuns. Hoje, ocorrem principalmente em zonas de conflito.

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