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Cobrado pela falta de assinatura no documento que mudou a orientação do Ministério da Saúde sobre a cloroquina, o ministro interino, general Eduardo Pazuello, ordenou e, cerca de 12 horas após a divulgação, todos os secretários da pasta subscreveram o papel. As assinaturas foram feitas entre 20h37 e 23h36 da noite de quarta-feira (20), após o jornal O Estado de S. Paulo mostrar que a orientação da pasta não tinha o poder de um protocolo de atendimento, como defende o presidente Jair Bolsonaro.

O documento havia sido divulgado por volta de 9h30, como orientação. Depois, virou uma "nota informativa" na versão assinada, que será enviada para gestores do SUS.

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Contrariando recomendações de entidades científicas e médicas, a pasta orientou uso de medicamento à base de cloroquina ou hidroxicloroquina, associadas ao antibiótico azitromicina, desde o primeiro dia de sintomas. Por não ser um protocolo, o papel não dita regras de atendimento no SUS. É apenas uma orientação, mas marca uma guinada no discurso do ministério e tem força política.

O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) divulgou nota contrária à recomendação. A entidade questiona: "Por que estamos debatendo a cloroquina e não a logística de distanciamento social? Por que estamos debatendo a cloroquina ao invés de pensar um plano integrado de ampliação da capacidade de resposta do Ministério da Saúde para ajudar os Estados em emergência?"

O Ministério da Saúde tem sete secretarias, sendo que três estão com substitutos no comando. Responsável pela Secretaria de Ciência e Tecnologia (SCTIE), área que avalia incorporação de medicamentos ao SUS, o médico Antônio de Carvalho não subscreve o documento.

Ele pediu exoneração e aguarda a publicação de sua saída no Diário Oficial da União (DOU).

Críticas

Nesta semana, três entidades nacionais aprovaram um documento com diretrizes para o enfrentamento da pandemia no qual recomendam que as drogas não sejam usadas como tratamento de rotina.

As entidades são a Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Sociedade Brasileira de Infectologia e Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Os médicos acreditam que a nova orientação do Ministério da Saúde deve atrapalhar um pouco o trabalho no enfrentamento da pandemia. Na quarta-feira (20), o governo permitiu a prescrição da cloroquina para casos leves da Covid-19, mesmo após diversos estudos terem mostrado que o medicamento não é eficaz para tratar a doença.

"A população vai começar a pedir para o médico. Caberá a ele explicar que não tem eficácia comprovada e talvez não seja a melhor opção", disse o presidente da Associação Paulista de Medicina, José Luiz Gomes da Costa.

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Ele esclarece que a pressão acontece também no tratamento de outras doenças. "Muito frequentemente o médico é solicitado a prescrever tratamento porque pacientes ouvem falar que tem efeito miraculoso."

A médica Lessandra Michelim, diretora da Sociedade Brasileira de Infectologia, também acha que a orientação do Ministério da Saúde dificulta o trabalho dos profissionais da saúde. "Temos batido muito nessa tecla de falar que não há evidências para casos pouco sintomáticos. A gente vem falando isso há muitas semanas e agora vem o protocolo que a gente não concorda. A pressão sempre virá na direção de quem prescreve."

Ela acredita que não haverá pressão do governo sobre os hospitais. "Tem de ficar claro que não foi nota técnica, não tornou obrigatório. É uma orientação, que as sociedades médicas já disseram que não apoiam."

Antonio Carlos Lopes, diretor acadêmico do Hospital Militar da Área de São Paulo, discorda. "Tem de saber receitar a dose adequada. O problema é que a cloroquina é um medicamento barato e não interessa para a indústria. Querem queimar para lançar um mais caro."

O presidente da Associação Brasileira de Redes de Farmácias e Drogarias (Abrafarma), Sergio Mena Barreto, acredita que a orientação não mudará a compra da cloroquina. "No início da pandemia, houve corrida pelo medicamento e faltou. Mas desde que a Anvisa definiu que precisa de receita controlada freou a compra. Esse panorama só vai mudar se os médicos começarem a receitar muito mais." As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O presidente Jair Bolsonaro pediu nesta quinta-feira (21), na transmissão de sua Live semanal, que o prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, libere o retorno do futebol carioca. O assunto, segundo Bolsonaro, foi discutido numa reunião com o próprio prefeito, nesta tarde. O tema divide os próprios clubes da cidade.

"Estive com o Crivella hoje conversando sobre a volta do futebol. No primeiro momento, muitos jogadores eram contra, e agora é um outro entendimento. Obviamente, sem torcida. Está nas mãos do Marcelo Crivella", comentou o presidente da República.

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"Os jogadores querem. O que interessa é isso: os jogadores querem voltar a jogar. E afinal de contas, não sabe até quando vai esta pandemia e todo mundo pede por isso aí. Espero que o Marcelo Crivella resolva autorizar a volta do campeonato Carioca. Espero que o mesmo aconteça nos demais Estados", reforçou Bolsonaro.

O presidente disse que o Ministério da Saúde poderá emitir parecer favorável aos jogos de futebol no Brasil. "No que depender do Ministério da Saúde, é favorável a dar um parecer nesse sentido, para que a gente possa assistir um futebolzinho no sábado, no domingo. Até ajuda a deixar o povo em casa, menos estressado."

O assunto coloca em campos opostos os quatro grandes do Rio. Vasco e Flamengo são favoráveis à retomada, enquanto Botafogo e Fluminense pedem maior cautela no momento. Os presidentes dos dois primeiros clubes, inclusive, almoçaram com Bolsonaro na terça-feira (19), em Brasília.

Na ocasião, discutiram o retorno do futebol brasileiro e também a possibilidade de ambos os times retomarem seus treinos no estádio Mané Garrincha, em Brasília. Isso porque Crivella impediu o retorno das atividades no Rio. Mesmo assim, o Flamengo retomou os trabalhos na terça-feira, contrariando a decisão da prefeitura.

O Estado do Rio de Janeiro confirmou nesta quinta-feira mais 175 mortes por covid-19 e 1.717 novos casos da doença no período de 24 horas, segundo boletim divulgado pela secretaria estadual de Saúde. Agora o Estado soma 3.412 mortes e 32.089 casos desde o início da pandemia.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a afirmar que não houve pedido de interferência na Polícia Federal durante a reunião ministerial do dia 22 de abril, gravada em vídeo. "Tem um dado momento que eu critico a inteligência da PF, das Três Forças Armadas e também uma pequena crítica à Abin", afirmou.

Bolsonaro pediu para que o ministro decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, relator do caso que avalia se houve crime do presidente, não divulgue o inteiro teor da gravação. "Tem particularidades ali de interesse nacional", afirmou. Segundo Bolsonaro, "tem dois pedacinhos de 15 segundos que é questão de política externa e não pode divulgar".

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No começo desta semana, Celso de Mello afirmou que decidiria até esta sexta-feira, 22, se divulgará ou não a gravação da reunião ministerial.

O presidente disse também que o teor da gravação contém "bastante palavrão". "Peço para o pessoal não assistir. Era uma reunião reservada", justificou.

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta quinta-feira, 21, que as pessoas voltem ao trabalho usando máscaras, isso assim que o projeto em tramitação no Congresso que obriga o uso de máscaras protetoras for aprovado. Para o presidente, a segurança fornecida pelos equipamentos justifica uma eventual retomada da atividade econômica, de forma que "se não puder (trabalhar) é porque a máscara não funciona".

"Se nós dizemos a vocês que a máscara evita o contágio, vamos poder trabalhar de máscara, porque, se não puder, é porque a máscara não funciona. Tem que voltar a trabalhar, pô, a vida continua", disse o presidente em transmissão de vídeo feita em sua página no Facebook. Na live, Bolsonaro também voltou a defender o uso da cloroquina no tratamento da covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, embora reconheça que ainda não há comprovação científica de que o medicamento funcione contra o vírus. "Nós sabemos que não tem uma comprovação científica, mas tem muitos relatos de médicos, de pessoas com comorbidades que tomaram a hidroxicloroquina e estão vivos. Claro que alguns morrem, mas a grande maioria vive e conta sua experiência". "Quem quiser tomar, toma. Quem não quiser, não toma", arrematou.

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Se antecipando a possíveis críticas focadas nos efeitos colaterais da cloroquina, Bolsonaro explicou que "todo remédio tem efeito colateral" e que até água em excesso pode matar. O presidente da República também disse que, diante da ausência de um medicamento que comprovadamente ajude contra a covid-19, é o caso de "deixar o cara tentar com a cloroquina". Exemplificando, disse que "eu, quando tenho problema de estômago, tomo Coca-Cola. Me desculpem os médicos, mas funciona".

Na transmissão ao vivo, Bolsonaro afirmou não saber se foi contaminado pelo coronavírus, apesar de ter testado negativo em três testes. "Eu não sei se eu adquiri. No avião que eu voltei dos Estados Unidos, 23 pegaram. Se eu peguei, não aconteceu nada, nunca espirrei, olho vermelho, cansado, nada", minimizou.

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar as medidas de isolamento social e afirmou, durante transmissão ao vivo semanal, acreditar que "mais importante que a vida, é a liberdade". Segundo Bolsonaro, sobre a pandemia do novo coronavírus, "morre muito mais gente de pavor do que de um ato em si".

Bolsonaro reforçou que a eficácia da cloroquina no combate ao novo coronavírus não tem comprovação científica e disse que o novo entender do Ministério da Saúde sobre a liberação pelo Sistema Único de Saúde (SUS) é uma recomendação. O presidente afirmou que o que mais quer é que o País volte à normalidade.

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Bolsonaro participou da transmissão ao vivo com anotações na mão e ao lado do ministro de Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas.

O americano Mark Zuckerberg disse que o Facebook estava removendo informações falsas sobre o coronavírus e deu o exemplo do presidente Jair Bolsonaro, reconhecendo que a rede social não estava pronta para lutar contra interferências nas eleições presidenciais de 2016 nos Estados Unidos.

O Facebook retirou uma alegação do presidente brasileiro Jair Bolsonaro de que os cientistas "mostraram" que havia uma cura para o coronavírus. "Isso obviamente não é verdade e é por isso que a removemos. Não importa quem diga isso", disse Zuckerberg em entrevista à rádio pública britânica BBC.

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O Facebook removerá da plataforma todo o conteúdo que cause "dano imediato" a qualquer usuário, acrescentou Zuckerberg.

O CEO e fundador da rede social também reconheceu que estava "atrasado" na luta contra a desinformação durante a última campanha eleitoral nos Estados Unidos.

Prevenir a interferência eleitoral representa uma "corrida armamentista" contra países como Rússia, Irã ou China, disse.

"Os países continuarão tentando interferir e veremos problemas como esse, mas aprendemos muito desde 2016 e tenho certeza de que podemos proteger a integridade das próximas eleições".

Em busca de reeleição, o presidente Donald Trump enfrentará o democrata Joe Biden em uma eleição planejada em 3 de novembro.

O Facebook foi acusado de contribuir para a vitória de Trump contra Hillary Clinton há quatro anos devido à desinformação publicada online por governos estrangeiros.

Em comunicado ao Senado dos Estados Unidos em outubro de 2017, o Facebook admitiu que o conteúdo apoiado pela Rússia alcançou 126 milhões de americanos em sua plataforma durante e após a eleição presidencial de 2016.

Documento denuncia a participação do presidente em manifestações "antidemocráticas". (Chico Peixoto/LeiaJá Imagens)

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Nesta quinta-feira (21), sete partidos de oposição protocolaram, na Câmara dos Deputados, o primeiro pedido coletivo de impeachment do presidente Jair Bolsonaro. Assinado por mais de 400 personalidades, juristas e entidades, a exemplo do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (APIB) e da Federação Nacional dos Jornalistas (Fenaj), o documento denuncia a participação de Bolsonaro em manifestações políticas de “índole antidemocrática e afrontosas à Constituição” e destaca a possível interferência de Bolsonaro na Polícia Federal, bem como seus pronunciamentos em contrariedade às recomendações do Ministério da Saúde.

Em coletiva de imprensa realizada nesta quinta, a deputada Gleisi Hoffman, presidente nacional do Partido dos Trabalhadores (PT), disse que o presidente não possui condições de coordenar a crise pela qual passa o Brasil. “Bolsonaro não tem condições humanas e políticas de presidir o país. Não consegue se colocar no lugar do outro, sentir a dor do outro”, declarou. O pedido de impeachment alega que o presidente ataca os governos estaduais e “ameaçou e constrangeu publicamente o STF”.

O abaixo assinado também argumenta que Bolsonaro demonstra “postura de caráter substancialmente atentatório ao bem-estar e à proteção da vida e da saúde de brasileiros e brasileiras, no sentido de perpetrar intencional sabotagem das cautelas sociais e medidas governamentais indispensáveis à contenção dos efeitos devastadores de uma catástrofe sanitária em pleno estágio de avanço”.

O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), usou sua entrevista coletiva diária para amenizar o tom de embate com o governo federal que marcou os últimos meses, em meio a divergências sobre a estratégia de combate à pandemia do novo coronavírus. Logo após uma reunião virtual de governadores com o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e os presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados, Doria destacou que o clima era de "paz, harmonia e entendimento".

A mudança de tom no discurso ocorre após o governo Bolsonaro se comprometer com a sanção de um socorro financeiro aos Estados e municípios.

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Doria também anunciou que o Ministério da Saúde se comprometeu com a habilitação de 1,8 mil leitos de Unidades de Terapia Intensiva (UTIs) no interior de São Paulo, e ampliará o envio de respiradores ao Estado para um total de 600 equipamentos.

"Apesar de toda a tristeza, do número de pessoas infectadas e de mortes, hoje é um dia de paz e de entendimento", disse Doria. "Estou pessoalmente feliz por termos concluído uma reunião de parte a parte, pelos governadores e pela Presidência da República, em paz e em harmonia."

O governador também disse que teve uma "longa e produtiva" com o ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, sobre a entrega de equipamentos e auxílio financeiro a São Paulo para a implementação dos novos leitos de UTI.

Em mais um gesto de trégua, Doria disse que o general foi "amável e atencioso" com a equipe do governo estadual.

Promessas fundamentais

Ao longo da entrevista coletiva, os integrantes do centro de contingência da covid-19 no Estado de São Paulo destacaram as promessas do ministério como fundamentais para o enfrentamento da doença. Se o ministério cumprir a promessa, segundo o governo estadual, a entrega representará acréscimo de 45% no número de UTIs em todo o Estado.

A prioridade para a entrega dos novos leitos deve ser para o interior . Com a habilitação, o governo federal passa a pagar uma diária de R$ 1,6 mil para cada leito.

A previsão, segundo Doria, é que as UTIs comecem a ser habilitadas a partir da próxima terça-feira, 26. Os novos respiradores já começaram a chegar em São Paulo nesta quinta, 21, segundo o governo.

O secretário estadual de saúde, José Henrique Germann, tem uma reunião virtual com o ministro interino marcada para a tarde desta quinta-feira para acertar os detalhes da entrega dos equipamentos. Doria frisou que, apesar das promessas do ministério representarem um alívio no enfrentamento à pandemia, o governo estadual prevê uma "longa guerra" contra o vírus deve permanecer em contato com o ministério para manter o abastecimento de insumos.

"Esta é uma guerra de feita de várias batalhas", disse o governador. "Nos ajuda bastante (as UTIs e respiradores). Talvez não seja definitivo dadas as circunstâncias, porque ainda temos um tempo longo pela frente nesta guerra contra o coronavírus", comentou. "A pandemia continua, nós precisaremos de mais equipamentos e isso será tratado".

Principais pontos de divergência entre o presidente Jair Bolsonaro e os governadores, as discussões sobre medidas de isolamento social e a retomada das atividades econômicas durante a pandemia do novo coronavírus ficaram de fora da reunião entre eles na manhã desta quinta-feira, (21).

Com a participação dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), o encontro virtual teve tom de cordialidade para discutir o impacto econômico da crise de saúde, mas pouco se falou dos quase 20 mil mortos pela covid-19 e da curva de contaminação em ascendência: são 293.357 casos confirmados até quarta-feira.

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Também não houve espaço para cobrar do governo federal a entrega de testes, respiradores e kits de equipamento pessoal. Entre os governadores, havia a expectativa que o presidente discutisse um plano de retomada econômica e anunciasse medidas efetivas, o que não ocorreu. Em conversas reservadas, líderes dos Estados reclamam que as reuniões de Bolsonaro costumam ser pouco produtivas.

Aos deixar os temas espinhosos de lado na reunião, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), o último a falar, pediu paz a Bolsonaro. No último encontro virtual, em março, os dois protagonizaram um bate-boca. A hostilidade seguiu nas redes sociais. E, na semana passada, Bolsonaro pediu para empresários "jogarem pesado" contra o governador paulista pelo fim do isolamento social.

"Vamos em paz, presidente, vamos pelo Brasil e vamos juntos, que é o melhor caminho, que é a melhor forma de vencer a pandemia", disse Doria. Bolsonaro respondeu secamente: "Senhor João Doria, obrigado pela palavras e parabéns pela posição de Vossa Excelência."

A postura de Doria atendeu a um pedido dos demais governadores para que fosse mais comedido. O temor de parte dos chefes dos executivos estaduais era serem atraídos para uma disputa política polarizada entre Bolsonaro e Doria.

No encontro desta manhã, de um lado, os governadores concentraram seus pedidos na sanção e liberação imediata de recursos do projeto do socorro aos Estados e municípios. De outro, Bolsonaro pediu apoio aos chefes dos Estados para o veto ao trecho do texto que permite o aumento de servidores até 2021. O presidente prometeu sancionar o projeto - com os vetos - ainda nesta quinta-feira.

Maia e Alcolumbre falaram de união e do esforço do Legislativo para aprovar o projeto que destina R$ 60 bilhões aos Estados e municípios "Este é um momento histórico na reconstrução do País. Não há divisão entre Executivo, Legislativo e Judiciário. Todos os poderes estão assumindo responsabilidades", disse o presidente do Senado.

Dos quatro governadores que falaram no encontro, Renato Casagrande (PSB), do Espírito Santo, foi o único a citar que não apenas recursos, mas medidas como o isolamento social também são importantes para o combate ao coronavírus. "Vivemos uma crise econômica, social, na área de saúde. A quantidade de pessoas que estamos perdendo é de dar dó no dia a dia. Quantas mais pessoas perderão a vida? E a gente sabe que não é só momento de saúde que salva vida. É disciplina nossa, o isolamento, tudo isso ajuda a salvar vidas efetivamente", disse.

Casagrande ainda cobrou do presidente que o governo federal assuma a coordenação central no combate à crise. Durante a pandemia, dois ministros da Saúde, Luiz Henrique Mandetta e Nelson Teich, pediram demissão por divergência com Bolsonaro, que defende a retomadas das atividades econômicas e exigia um protocolo para a ampliação do uso da cloroquina para pacientes com sintomas leves. "Já estamos vivendo três crises. Não precisamos de uma crise política", disse o governador do Espírito Santo.

Na última terça-feira (19), o presidente Jair Bolsonaro fez o que seria uma piada envolvendo a defesa do uso da cloroquina por pacientes com Covid-19. Mas a “Tubaína” que o mandatário citou em entrevista como se fosse a opção para a “esquerda” não se tratava do refrigerante famoso. É o que garante o ex-deputado Adriano Diogo, que presidiu a Comissão da Verdade em São Paulo. Segundo ele, a “Tubaína” era um apelido dado a um tipo de tortura usado por militares durante a ditadura no Brasil.

Originária da idade média, a “tortura d´água” – apelidada por torturadores em São Paulo de “Tubaína” – consiste em colocar um funil na garganta da vítima e provocar a ingestão de grande quantidade de líquido.

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“Esse jargão de chamar o afogamento de tubaína era comum entre os militares. Ouvimos isso várias vezes. O torturador falava: ‘quer tomar uma tubaína filho da p...’ e introduzia o funil na boca (dos torturados) por onde colocava água e até líquidos mais complicados, como o óleo de rícino”, conta Adriano Diogo, que foi torturado durante o regime militar.

Histórico de apologia - Não é a primeira vez que Bolsonaro usa expressões que fazem apologia aos crimes cometidos durante o regime militar. Em uma transmissão ao vivo em outubro de 2019, Bolsonaro ameaçou enviar funcionários do Ministério do Meio Ambiente para a “ponta de praia”, porque estavam dificultando uma licença ambiental para a construção de uma loja Havan, do seu apoiador Luciano Hang.

Na ditadura, militares usavam o termo “ponta de praia” para se referir à base da Marinha na Restinga de Marambaia (RJ), para onde eram encaminhados opositores do regime marcados para morrer. “Era um centro de tortura de onde dificilmente se saía vivo. Muitos dos ‘desaparecidos’ da ditadura militar passaram por aquelas instalações”, disse a Associação Nacional dos Servidores da Carreira de Especialista de Meio Ambiente (Ascema Nacional) na época.

Vale lembrar ainda que durante a votação do Impeachment da presidenta Dilma Roussef, o então deputado federal Jair Bolsonaro dedicou seu voto a Brilhante Ustra, conhecido torturador que tinha tido como uma das vítimas a petista.

A apologia à ditadura militar é crime no Brasil, previsto na Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83), na Lei dos Crimes de Responsabilidade (Lei 1.079/50) e no próprio Código Penal (artigo 287). 

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), disse que a reunião que ocorreu na manhã desta quinta-feira (21) com o presidente Jair Bolsonaro, o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ministros e governadores é um momento "histórico na reconstrução do País". No encontro por videoconferência, eles buscam consenso em torno do projeto de lei de socorro financeiro da União aos Estados e municípios para o enfrentamento da pandemia do novo coronavírus.

Alcolumbre também disse repetidamente que, "diferente do que muitos pensam ou falam", não há uma "divisão" entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário. Em seu discurso inicial, o senador exaltou a "honra" que teve de construir um texto para a proposta que fosse capaz de "unificar as opiniões e construir o consenso".

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"Além dos R$ 60 bilhões (em repasses diretos), a gente também conseguiu, com apoio do governo federal, inserir cláusulas importantes", apontou, referindo-se à suspensão do pagamento das parcelas da dívida dos entes federados com a União, que ele estimou em R$ 49 bilhões. "A gente conseguiu, nessa conciliação dentro do projeto, inserir segurança jurídica."

Alcolumbre insistiu que a "fotografia" do encontro desta quinta-feira mostrará a "união" entre os Poderes, pedindo que todos "deem as mãos e levantem uma bandeira branca". O senador afirmou que o País vive um "momento de guerra" e uma "crise sem precedentes". "Vinte mil brasileiros perderam suas vidas, milhares perderam empregos. É preciso responsabilidade", afirmou.

Sem passar pelas etapas necessárias, o Ministério da Saúde mudou nesta quarta-feira a orientação sobre o uso da cloroquina, estendendo a possibilidade de médicos prescreverem a substância a todos os pacientes com Covid-19. Em vez de um protocolo, como vinha defendendo o presidente Jair Bolsonaro, a pasta divulgou apenas um documento, sem assinatura e fora dos padrões, em que recomenda a administração da droga desde os primeiros sinais da doença. Na prática, Bolsonaro perdeu dois ministros que se recusaram a assinar a medida e, mesmo assim, continuou sem conseguir exigir de Estados, municípios e da rede privada mudanças no atendimento.

O documento divulgado ontem, porém, foi a alternativa encontrada pelo ministro interino da Saúde, general Eduardo Pazuello, diante das dificuldades de se criar um protocolo propriamente dito - este sim com poder de ditar regras de atendimento no Sistema Único de Saúde (SUS). Para isso, seria necessária a aprovação de um Protocolo Clínico de Diretriz Terapêutica (PCDT), medida que passa por um rito próprio e muitas vezes lento no governo.

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Um dos pilares para elaborar o protocolo é a comprovação científica da eficácia da droga - o que não existe. O órgão responsável por avaliar se um produto será usado na rede pública é a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), colegiado formado por representantes da indústria e diversos setores.

"O protocolo precisa ser algo cartorial, com obrigação de 'cumpra-se'. O que estamos fazendo é orientação, a partir da liberação do Conselho Federal de Medicina (CFM) de que médicos brasileiros possam ter livre-arbítrio. Queremos garantir que o tratamento de tantos brasileiros não seja retardado", afirmou ontem a secretária de Gestão do Trabalho e da Educação, Mayra Pinheiro.

Para gestores do SUS, ao divulgar apenas uma orientação de uso do produto, o ministério contornou a dificuldade de criar um protocolo do SUS sobre um medicamento sem benefício comprovado contra a covid-19 - e ainda agradou ao presidente e à sua militância.

O uso em larga escala da cloroquina para combater o coronavírus se tornou uma das principais bandeiras de Bolsonaro durante a pandemia, mesmo sem respaldo da comunidade científica sobre a eficácia (mais informações nesta página). Nas redes sociais, aliados do governo destacaram a "coragem" de Bolsonaro em "liberar" a droga.

Médicos já vinham receitando a cloroquina nas redes privada e pública de forma "off label", ou seja, fora das recomendações da bula. Para dar respaldo a esta situação, mas sem seguir recomendações científicas, o CFM decidiu, no fim de abril, livrar de infração ética o profissional que prescrever a cloroquina contra a covid-19.

O médico sanitarista Gonzalo Vecina, colunista do Estadão e fundador da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), afirmou que a nova orientação é apenas política. "O ministério fez para deixar o presidente (Bolsonaro) satisfeito. Vai ser uma arma de pressão aos fracos, para quem não acredita na ciência", disse. "É uma questão de fé. Quando não tem o que fazer, as pessoas querem qualquer coisa. Esse negócio, além de não fazer bem, pode fazer mal", completou Vecina.

Para o advogado sanitarista Tiago Farina Matos, a orientação do ministério é "frágil", pois não passou pelo rito correto. "Não seguindo este caminho, você tem uma deliberação com vício de origem e falta de credibilidade. O fluxo de análise na Conitec poderia ser acelerado, mas não há justificativa para não usar este processo", disse.

Especialistas e gestores do SUS ouvidos pela reportagem temem que pacientes passem a exigir a prescrição após a orientação da pasta. Secretários estaduais alertam para a possibilidade de o presidente usar a droga como justificativa para reduzir o distanciamento social.

O secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, disse que o documento divulgado nesta quarta-feira pela pasta não muda a rotina no Estado. "O PCDT seria mais forte. A gente passa a ter consequência, inclusive, civil. Pode haver obrigação de se adequar", disse.

OMS

Na quarta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomendou que a cloroquina e a hidroxicloroquina sejam usadas apenas em estudos clínicos contra o coronavírus, dentro de hospitais, ressaltou que não há eficácia comprovada desses medicamentos no combate à covid-19 e alertou para os efeitos colaterais.

Segundo a Sociedade Brasileira de Imunologia (SBIm), a escolha da terapia com cloroquina ou hidroxicloroquina vem na contramão da experiência mundial e científica. "Este posicionamento não apenas carece de evidência científica, além de ser perigoso", informou em comunicado assinado por 22 especialistas. Pesquisas já publicadas em importantes revistas médicas, como New England Journal of Medicine e o Journal of the American Medical Association, indicam resultados nada promissores. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Após o aceite de Mario Frias para ocupar a Secretaria da Cultura, a esposa do ator afirmou que o marido "está pronto para qualquer desafio", em uma publicação feita nessa quarta-feira (20). O apresentador da RedeTv! vai suprir a lacuna deixada com a saída de Regina Duarte do cargo.

A publicitária Juliana Frias demonstrou apoio ao marido em um post em que Mario reafirma a aliança com o presidente: "Pra quem ainda não entendeu vou deixar aqui o mais claro possível! AQUI É JAIR BOLSONARO!!!!", publicou o agora secretário.

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A motivação feita pela esposa veio junto com um breve histórico da carreira do ator e apresentador, que passou por diversas emissoras do canal aberto. "Eu não tenho dúvidas que você está preparado para qualquer desafio em sua vida. Estou com você há 15 anos e sei do seu caráter, da sua garra e do seu coração gigante. Você é fiel e justo naquilo em que acredita. Pensando sempre no coletivo e agregando", comentou Juliana.

Ao fim, ela falou sobre a competência de Mario e encerrou o texto com uma declaração. "Você tem competência. Tem experiência. EU ACREDITO EM VOCÊ! Te Amo", escreveu. 

O presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, de forma velada, a atuação de governadores dos Estados. Na manhã desta quinta-feira, Bolsonaro reprovou a postura de "autoridades estaduais" em fala dirigida a apoiadores na frente do Palácio da Alvorada. Nesta quinta-feira, o presidente participa de uma videoconferência com governadores e ministros.

Na conversa com populares na saída da residência oficial, Bolsonaro ouviu reclamações de um apoiador sobre um suposto recolhimento de bandeiras do Brasil de automóveis durante uma carreata pró-governo em Fortaleza. Em resposta ao apoiador o presidente disse: "imaginem uma pessoa do nível dessas autoridades estaduais na Presidência da República, o que teria acontecido com o Brasil já. Esse é o recado. Então vocês vão ter que sentir um pouco mais na pele quem são essas pessoas para, juntos, a gente mudar o Brasil. Mudar, à luz da Constituição, da lei, da ordem".

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Logo mais, às 10h, o presidente participa de reunião virtual com governadores estaduais. Em pauta, a sanção do projeto de socorro aos Estados e municípios e o veto ao trecho sobre o reajuste salarial para servidores públicos até 2021.

O encontro marca uma tentativa de reaproximação do presidente com os chefes estaduais. Bolsonaro tem criticado as medidas de fechamento de estabelecimentos comerciais e distanciamento social adotadas pelos governadores no combate à covid-19. Segundo apurou a Coluna do Estadão, contudo, a polêmica sobre o isolamento social deve ser deixada de lado na reunião.

O presidente quer buscar um acordo com os governadores sobre o veto à possibilidade de reajuste dos salários dos servidores até 2021. O prazo para Bolsonaro sancionar o projeto de socorro aos Estados acaba no dia 27.

Além dos chefes estaduais, devem participar do encontro virtual os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e os ministros: Paulo Guedes (Economia), Fernando Azevedo (Defesa), Braga Netto (Casa Civil), Luiz Eduardo Ramos (Secretaria de Governo), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional) e Jorge Oliveira (Secretaria-Geral).

Os muros da Embaixada do Brasil na França foram tomados por placas e cartazes contra o governo Bolsonaro e sua metodologia para combater o novo coronavírus. Nesta quinta-feira (21), o prédio localizado em um dos bairros mais sofisticados de Paris, amanhaceu com o pedido de renúncia do presidente.

As faixas em preto e vermelho indicavam a necessidade de uma nova política no Brasil. Além de pedir a saída do mandatário, a ampliação da distribuição de armamento também foi criticada.

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Na quarta-feira (20), o embaixador Luís Fernando Serra enviou uma carta para o diretor Luc Bronner publicar na edição do jornal Le Monde. No texto, o diplomata se mostrou contrário à política de Jair Bolsonaro (sem partido).

Confira

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O ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta (DEM) fez uma grave denúncia contra o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) nessa quarta-feira (20). O médico afirmou que Bolsonaro tentou obrigá-lo a modificar a bula da cloroquina para que o medicamento fosse usado no tratamento de pacientes com o novo coronavírus. É importante reforçar que a eficácia da substância não tem comprovação científica.

"Me pediram para entrar numa sala e estavam lá um médico anestesista e uma médica imunologista [...] e a ideia que eles tinham era de alterar a bula do medicamento na Anvisa, colocando na bula indicação para Covid", revelou Mandetta em entrevista à Globo News. O ex-ministro da saúde disse que um "decreto" já estava pronto e foi proposto diante de ministros, representantes da Advocacia Geral da União (AGU) e Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)

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Isolado politicamente e preocupado com o apoio dos empresários, desde o início da pandemia no Brasil, Bolsonaro minimiza as consequências da Covid-19. O proprietário da farmacêutica responsável pela produção da hidroxicloroquina - Apsen - Renato Spallicci é um de seus aliados.

Focado na retomada da economia, o presidente força a reabertura do comércio com a indicação do medicamento, estimula o descumprimento das recomendações da Organização Mundial da Saúde (OMS) ao atacar o isolamento social e convocar manifestações. Ele ainda fez piada no dia que o país atingiu 1.179 óbitos em 24 horas - o recorde de mortes pela doença no Brasil em um dia.

A recusa pela distribuição do remédio culminou nas saídas de Mandetta e do sucessor, Nelson Teich. Com a entrada do atual ministro, general Pazuello, foi aprovado o novo protocolo, que recomenda a hidroxicloroquina em casos leves, mediante assinatura do paciente sobre os riscos do uso, pois a substância pode levar à morte.

Mais de 400 entidades da sociedade civil, além de personalidades públicas como juristas e políticos e os partidos de oposição PT, PCdoB, PSOL, PCB, PCO, PSTU e UP, entregam às 11h desta quinta-feira (21), um pedido de impeachment do presidente Jair Bolsonaro à Câmara dos Deputados. Documento acusa o mandatário de cometer crimes de responsabilidade, atentar contra a saúde pública e arriscar a vida da população pelo comportamento à frente da pandemia do coronavírus, dentre outros crimes.

Entre as organizações que apoiam o pedido de afastamento do presidente estão o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), a Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, Associação Brasileira de Economistas pela Democracia, Central de Movimentos Populares, Marcha Mundial de Mulheres, Movimento das Mulheres Camponesas, Andes – Sindicato Nacional, Fasubra, Movimento Negro Unificado, Associação Brasileira de Travestis e Transexuais, além de juristas como Celso Antonio Bandeira de Melo, Lênio Streck, Pedro Serrano, Carol Proner e os ex-ministros da Justiça Tarso Genro, José Eduardo Cardozo e Eugênio Aragão.

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“Bolsonaro não tem condições políticas, administrativas e humanas de governar o Brasil. Briga com todo mundo o tempo inteiro e não protege o povo. Tem de ser impedido”, diz a presidenta nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR).

Entre os argumentos para a instalação do processo contra Bolsonaro por crimes de responsabilidade estão citados no pedido a ser entregue ao presidente da Câmara, deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) estão os discursos do presidente contra o STF, a convocação de empresários para a “guerra contra governadores” à frente da pandemia do coronavírus, o bloqueio da compra de respiradores e outros equipamentos de saúde por estados e municípios, o apoio à milícia paramilitar “Acampamento dos 300”, incitação de sublevação das Forças Armadas contra a democracia, além de pronunciamentos e atos durante a pandemia que configuram crimes contra a saúde pública.

Os partidos de oposição, juristas e organizações sociais acusam ainda Bolsonaro de crimes contra o livre exercício dos poderes constitucionais, contra o livre exercício dos direitos políticos, individuais e sociais, contra a segurança interna do país e contra a probidade administrativa. É o primeiro pedido de impeachment suprapartidário e de amplos setores da sociedade brasileira e não de apenas um partido ou parlamentar.

Da Agência PT

O superintendente da Polícia Federal em Minas Gerais, delegado Cairo Costa Duarte, afirmou em depoimento que o presidente Jair Bolsonaro, ao ser informado sobre o andamento das investigações do caso Adélio Bispo, não demonstrou insatisfação quanto ao aprofundamento das apurações.

Após o pedido de demissão do ex-ministro Sérgio Moro, em abril, Bolsonaro reclamou, em pronunciamento, sobre suposta falta de aprofundamento das investigações relacionadas a Adélio, autor da facada contra o então presidenciável. O presidente acusou a PF de se preocupar mais "com Marielle do que com seu chefe supremo". À época, no primeiro semestre do ano passado, um inquérito sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco já havia sido concluído e um outro, sobre supostos mandantes, estava sendo conduzido pela PF mineira.

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Em depoimento, Duarte relatou que esteve duas vezes com Bolsonaro, uma delas recentemente e na presença do atual ministro da Justiça, André Mendonça, e o novo diretor-geral da PF, Rolando Alexandre de Souza. O primeiro encontro teria ocorrido no ano passado, com a presença de Moro e o então chefe da PF, Maurício Valeixo.

A reunião mais recente com o presidente ocorreu em meio à conclusão do segundo inquérito da PF, que relatou a ausência de mandantes no atentado conduzido por Adélio Bispo. De acordo com a investigação, o esfaqueador agiu sozinho. No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

O delegado responsável pelos dois inquéritos relacionados ao caso Adélio Bispo, Rodrigo Morais Fernandes, relatou em depoimento que Bolsonaro participou de reunião na última sexta no qual foi informado sobre a conclusão das investigações sobre o crime e não teria se mostrado insatisfeito com as apurações.

O relatório assinado por Fernandes apontou que Adélio Bispo de Oliveira agiu sozinho em um crime sem mandantes. A explanação teria sido feita nos moldes de outra, feita no ano passado, e serviria para Bolsonaro, na condição de vítima, saber sobre as conclusões das investigações.

Advogado

De acordo com o delegado Fernandes, o presidente foi informado, também, de empecilhos jurídicos que barraram a apuração de uma linha de investigação. Por ordem do Tribunal Regional Federal da 3ª Região (TRF-3), a PF não pode quebrar o sigilo do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu Adélio Bispo. A intenção da PF era descobrir quem pagou os honorários do escritório da defesa. O caso aguarda análise no STF.

"A despeito disso, várias outras linhas de investigação foram traçadas e exauridas, inclusive apurando notícias veiculadas na imprensa e redes sociais que pudessem contribuir na investigação", esclareceu o delegado.

Fernandes também destacou que os advogados que defenderam Bolsonaro no processo contra Adélio sugeriram diligências, "tendo sido acatadas pela autoridade policial e realizadas". No âmbito judicial, Bolsonaro não apresentou recurso contra a sentença que considerou Adélio Bispo inimputável.

Fernandes afirmou ainda que teve plena liberdade para conduzir o cargo sem ter havido "ordem ou sugestão de linha investigativa" por parte de seu superior hierárquico. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Depois de se oferecer para trabalhar no governo Bolsonaro e depois ser convidado pelo presidente, o ator e apresentador Mario Frias aceitou o convite para se tornar o novo secretário Especial de Cultura e deve ser oficializado no lugar de Regina Duarte, que deixou o cargo nesta quarta-feira (20), alegando - segundo Bolsonaro - saudades da família.

A atriz, inclusive, deve assumir a Cinemateca, em São Paulo. Segundo o R7, Mario almoçou no Palácio do Planalto com Bolsonaro nesta última terça-feira (19), antes de Regina oficializar a sua saída da pasta. Foi neste encontro que o convite foi oficializado - a nomeação deve acontecer nos próximos dias.

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