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Os dois principais nomes que vão disputar a Prefeitura de São Paulo este ano vão comemorar o aniversário da cidade no mesmo lugar, o Mercado Municipal, mas não devem se encontrar. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) participa de agenda no local às 10 horas e o prefeito da Capital, Ricardo Nunes (MDB), chega às 14h45. O Mercadão completa nesta quinta-feira 91 anos de inauguração.

Antes de ir ao Mercado, Nunes participa de agenda com o governador do Estado, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

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Os dois vão anunciar novas medidas de requalificação do Centro. Como adiantou a Coluna do Estadão, a dupla deve aproveitar o aniversário da capital paulista para turbinar a ideia de recuperação da região central da cidade, que deve figurar como bandeira eleitoral dos dois.

Segundo informações da Coluna, devem ser liberados R$ 120 milhões em linhas de crédito para empreendedores do Centro.

Outras ações que serão anunciadas pelo prefeito e pelo governador incluem a inauguração do Edifício Sede dos Corpos Artísticos da Fundação Theatro Municipal, a criação do 1° Distrito Turístico Urbano e a entrega das primeiras unidades habitacionais do Residencial João Octaviano Machado Neto.

Para Lula, disputa em São Paulo espelha confronto de 2022

Na terça-feira, 23, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, afirmou que a disputa eleitoral em São Paulo é "muito especial" por ser uma "confrontação direta entre o ex-presidente (Jair Bolsonaro) e o atual presidente; entre eu e a figura".

Lula disse ainda ter ficado muito feliz em ter convencido a ex-prefeita da cidade Marta Suplicy a ser vice na chapa de Boulos, citando que ela terá que se filiar ao PT.

Em resposta, Nunes afirmou que a capital paulista não é um "ringue". "Aqui em São Paulo não é ringue, aqui a preocupação é cuidar da cidade", reagiu.

Sobre Marta, o prefeito declarou ter ficado "muito chateado" com a saída dela da Secretaria de Relações Internacionais. "A minha esposa, Regina, muito amiga dela, chorou", disse.

A deputada federal Tabata Amaral (PSB) se encontrou com Luiza Erundina (PSOL), deputada federal e ex-prefeita de São Paulo, nesta quinta-feira, 18. Tabata é pré-candidata a prefeita pelo PSB e deve enfrentar nas urnas o pré-candidato do PSOL, deputado Guilherme Boulos. Luiza Erundina foi vice na chapa de Boulos em 2020 e tem criticado a aproximação dele com a ex-prefeita Marta Suplicy.

O encontro entre Erundina e Tabata ocorre dias após uma reunião entre Boulos e Marta que selou a aliança entre os dois. O acordo, mediado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), já vinha sendo dado como certo nos bastidores, sobretudo após a saída de Marta da Secretaria de Relações Internacionais da gestão Ricardo Nunes (MDB).

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As fotos da reunião foram divulgadas nas redes sociais de Tabata. Na publicação, a pré-candidata à Prefeitura pelo PSB afirma ter tido "uma conversa muito inspiradora" com Erundina, a quem atribui "uma trajetória muito bonita na vida pública". Numa das fotos, Tabata aparece ao lado de Erundina com um livro do economista e escritor Paul Singer, que foi o secretário de Planejamento durante a gestão de Luiza Erundina em São Paulo.

Ao Estadão, Tabata Amaral afirma ter recebido Luiza Erundina com "felicidade". A conversa, segundo a deputada, faz parte de uma série de reuniões que vem organizando com os ex-prefeitos paulistanos. "Ela foi a primeira mulher a ser prefeita da cidade. Então, essa foi uma pauta muito forte do encontro, o que significa ser mulher na política. Até disse a ela: 'Olha, tenho muita sorte em ser pré-candidata numa cidade que já teve prefeitas e que, nessas duas ocasiões, deu certo'", diz Tabata, se referindo também à gestão de Marta Suplicy, a quem também já elogiou nas redes sociais.

Sobre desavenças entre Marta e Erundina, Tabata afirma "não ter nada a comentar". "Esse é um assunto entre as duas. O que sei é que tenho muita admiração pelas duas ex-prefeitas que a nossa cidade já teve", disse a deputada federal.

Para o acordo selado entre Marta, Lula e Boulos, a ex-prefeita retornará ao PT para compor a chapa. O PT paulistano definiu que a filiação será no próximo dia 2. Ela se desfiliou do PT em 2015, após 33 anos na legenda, e a postura que adotou desde então não agrada a Luiza Erundina.

Relembre as desavenças entre Marta e Erundina

Em 2020, durante a campanha eleitoral em que foi vice de Guilherme Boulos, Erundina queixou-se do apoio de Marta ao prefeito Bruno Covas (PSDB), então candidato à reeleição e principal adversário da chapa à esquerda. "Marta está apoiando Covas. Ela traiu o PT, traiu a esquerda e traiu o povo", disse Erundina. Ela não se referia apenas àquela eleição, mas a tudo que Marta havia dito sobre sua ex-sigla desde a desfiliação.

"O Partido dos Trabalhadores tem sido o protagonista de um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", disse Marta Suplicy, em carta dirigida aos diretórios petistas em 2015 quando saiu da sigla. Além disso, ela votou pelo impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), de quem havia sido ministra entre 2012 e 2014.

A adesão de Marta ao governo do ex-presidente Michel Temer (MDB) já havia sido alvo de críticas. Na campanha à Prefeitura de São Paulo em 2016, Luiza Erundina era candidata pelo PSOL e Marta, pelo MDB. "Você apoia o governo Temer, um governo ilegítimo e machista", disse Erundina à então emedebista durante um debate televisivo promovido pela RedeTV!. "Você não passou no teste como feminista", alfinetou a candidata pelo PSOL.

O diretório paulistano do Partido dos Trabalhadores decidiu na noite desta quarta-feira, 17, que a cerimônia de filiação de Marta Suplicy à sigla será dia 2 de fevereiro, por volta das 18h. O local ainda não foi definido, e segue em estudo pelo grupo. A assessoria de Marta confirmou a data e reiterou a expectativa pelas presenças do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que comporá com Marta a chapa à Prefeitura de São Paulo, já confirmou que estará presente.

De acordo com informações do diretório, a lista dos presentes ainda não foi fechada, mas o evento contará com muitas lideranças municipais e nacionais do PT. A data foi escolhida estrategicamente, pois é antes do aniversário de fundação do partido, 10 de fevereiro, e do carnaval, o que não deixa o ato muito distante.

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Após mais de 30 anos de filiação ao PT, Marta Suplicy rompeu com o partido em 2015 em meio aos casos de corrupção. Após saída, a ex-prefeita foi para o MDB e teve uma rápida passagem pelo Solidariedade. Hoje, ela não é filiada a nenhuma legenda.

Marta se encontrou com Lula no dia 8 de janeiro e aceitou retornar ao PT para compor como vice a chapa do pré-candidato Guilherme Boulos (Psol). Depois da decisão, ela foi exonerada da função de secretária de Relações Internacionais da gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que deve ser o principal oponente do ex-líder o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST) nesta corrida eleitoral.

O nome de Marta foi aprovado pela Executiva Municipal do PT, que realizou um encontro nesta terça-feira, 16. Na ocasião, também ficou decidido que não haverá prévias para a escolha de quem vai compor a chapa, ideia aventada pelo deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), ex-marido de Marta.

Esquerda do PT contesta filiação

Apesar de a Comissão Executiva do PT paulistano ter aprovado a filiação de Marta à sigla, o procedimento ainda requer formalização. Segundo o estatuto do PT, a ex-prefeita deverá preencher um formulário de filiação junto ao Diretório Municipal, e a solicitação precisa ser tornada pública pelo órgão. Após a divulgação, há um prazo de sete dias úteis para contestação por qualquer filiado, com igual período para defesa.

Diante disso, dirigentes petistas avaliam que tendências do partido contrárias ao retorno de Marta, como o Trabalho e a Articulação de Esquerda, vão contestar a filiação da ex-prefeita. Apesar disso, a volta da ex-prefeita ao partido deverá ocorrer, uma vez que a maioria da Executiva municipal aprova o movimento. Na reunião desta semana, a filiação de Marta foi aprovada por 12 votos entre os 16 membros do colegiado.

Valter Pomar, líder da Articulação de Esquerda e dirigente nacional do PT, solicitou a impugnação da filiação de Marta ao partido antes mesmo da formalização do pedido. Em uma carta enviada ao secretário-geral do PT, Henrique Fontana, Pomar listou seis razões para a recusa da filiação da ex-prefeita. "Para apoiar Boulos nas eleições municipais de 2024, Marta não precisa estar filiada ao PT", diz o texto.

"É positivo que, depois de anos contribuindo com a direita - época em que chegou a confraternizar inclusive com figuras ridículas e nefastas da extrema direita-, Marta volte agora a contribuir com a esquerda e, inclusive, apoie a candidatura Boulos em São Paulo. Mas não é necessário, não é indispensável e não é positivo que Marta o faça a partir do PT, pois é evidente que - da forma como a 'operação regresso' foi articulada - a refiliação não constitui uma saudável 'autocrítica' mas sim uma demonstração de falta de respeito do partido para consigo mesmo", afirmou o dirigente na carta.

O presidente do Diretório Municipal do PT de São Paulo, Laércio Ribeiro, afirmou no início da noite desta terça-feira (16), logo após reunião do comando da legenda na capital paulista, que ficou decidido que não haverá prévias para definir qual será o nome que irá concorrer a vice ao lado de Guilherme Boulos (PSOL) na disputa pela Prefeitura da capital. Com articulação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva para pôr a ex-prefeita Marta Suplicy como vice do pré-candidato, Ribeiro saudou sua volta ao partido. "O diretório recebe com bom grado e dará as boas-vindas ao retorno da Marta Suplicy ao PT", disse.

Segundo ele, "não haverá prévias ainda que tenha candidatura se colocando no processo de disputa". O líder pontuou, inclusive, que o deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP), que levantou a possibilidade, foi demovido da ideia. Ex-marido de Marta, o deputado estadual participou da reunião da noite de terça, e ao lado das lideranças, apoiou a chapa.

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Com elogios à ex-correligionária, Ribeiro destacou sua importância para a chapa. Segundo ele, Marta tem "marcas importantíssimas" que vêm da sua administração da capital. Com o objetivo de nacionalizar a disputa, o líder defendeu a necessidade de uma "frente para derrotar o bolsonarismo na cidade de São Paulo".

A filiação

Ribeiro disse que ainda não há uma data definida para a filiação de Marta, mas disse que, durante o processo, o diretório tem como objetivo convidar a ex-prefeita para participar de um "processo de escuta" junto com diversas lideranças e com a base da legenda.

O deputado estadual Eduardo Suplicy (PT-SP) reafirmou o seu apoio à candidatura do deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) à Prefeitura de São Paulo em uma postagem no X (antigo Twitter) depois de reunir-se com o pré-candidato no sábado, 13. No entanto, manteve a defesa de que o PT precisa realizar prévias internas para escolher quem indicará como vice na chapa do deputado federal.

Boulos se encontrou com Marta Suplicy no sábado e selou a aliança que vinha sendo costurada com ela. Com o aval do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, a ex-prefeita deixou a equipe de secretários do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), para retornar ao PT e ser a vice na chapa do deputado do PSOL.

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Após o encontro com Marta, Boulos foi até a casa de Suplicy para conversar sobre a articulação envolvendo a ex-prefeita, que foi casada com o deputado estadual até 2001.

O pré-candidato disse que Eduardo Suplicy é uma referência política e que quer debater a inclusão da renda básica - bandeira histórica do petista - em seu programa de governo para a capital paulista.

Apesar de defender um debate entre pré-candidatos no PT seguido de uma prévia no partido, o próprio Suplicy reconhece que não há candidatos para disputar a indicação com Marta.

"Considero que será positivo que possa então haver um debate e prévia entre a Marta e alguma pré-candidata do PT. Dentre outras, destacam-se no PT presentemente a deputada federal Juliana Cardoso e a vereadora Luna Zaratini aqui em São Paulo. É possível que ambas considerem disputar mas cada uma, em princípio, está considerando prosseguir em seus mandatos atuais", escreveu o deputado estadual.

O deputado federal Rui Falcão (PT-SP), um dos articuladores da aliança Boulos-Marta, tem dito que não há tradição do PT em realizar prévias para candidatos a vice e que isso ocorre somente para a disputa de vereadores ou na escolha de quem será o cabeça de chapa.

Ele argumenta ainda que, no caso em questão, não há candidatos para disputar a indicação com Marta. Citada por Eduardo Suplicy como possível interessada, Luna Zarattini utilizou as redes sociais para dizer que pretende disputar a reeleição para a Câmara Municipal.

Os detalhes da filiação de Marta serão definidos em uma reunião do diretório municipal do PT na terça-feira, 16.

A previsão é que seja realizado um evento com a presença de Lula e da presidente do partido, Gleisi Hoffmann (PT-PR). Falcão sugeriu que a filiação ocorra antes do Carnaval e citou o dia 3 de fevereiro como possibilidade.

Como mostrado pelo Estadão, uma ala minoritária do PT ainda demonstra resistência à volta de Marta à legenda pela forma com que ela deixou o partido em 2015. Na ocasião, no auge da Operação Lava Jato, ela criticou casos de corrupção e, um ano depois, foi favorável ao impeachment da então presidente da República Dilma Rousseff (PT).

Um dos argumentos utilizados por petistas, como Gleisi, para rebater a ideia que Marta traiu o partido é de que é preciso formar uma frente ampla para derrotar o bolsonarismo também em São Paulo após Lula vencer o ex-presidente Jair Bolsonaro na eleição de 2022.

"Vencer a eleição da Prefeitura de São Paulo é importantíssimo em nossa luta contra a extrema-direita e o bolsonarismo", escreveu a presidente do partido no X.

A referência ao bolsonarismo é uma alusão a Nunes, que busca o apoio de Bolsonaro para se reeleger. "Estamos somando forças em defesa da democracia e do projeto de transformação do Brasil. Bem-vinda Marta Suplicy", diz Gleisi na publicação.

Após almoço entre a ex-secretária de Relações Internacionais da Prefeitura de São Paulo Marta Suplicy e o pré-candidato a prefeito, deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP), para firmar a chapa às eleições municipais de 2024, a ex-prefeita da capital paulista, que será a vice na chapa, afirmou em nota se sentir "honrada" com a visita do líder do PSOL na Câmara dos Deputados a sua residência. "Recebi em minha residência, neste sábado, e me sinto muito honrada com a vinda de Guilherme Boulos e sua esposa, Natália, os amigos e companheiros de lutas Rui Falcão e sua esposa Cris", afirmou no comunicado.

E destacou na nota: "Nesta oportunidade, resgato o Manifesto Frente Ampla, que foi lançado nesta mesma residência. É a expressão do que esta reunião representa."

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Leia, a seguir, o Manifesto da Frente Ampla, divulgado pela ex-prefeita de São Paulo:

"A cidade de milhões de refugiados das secas não vai se refugiar no silêncio quando tanta gente precisa da sua voz marcante.

Não, nós não vamos e não podemos fugir desta missão, São Paulo.

A gente implora à sua alma vanguardista: vamos caminhar juntos pra manter o seu e o nosso espírito de liberdade e respeito vivos!

Você, São Paulo, que inspirou Mário de Andrade e toda uma geração a romper com velhos modelos; você que fez o Caetano aprender 'de pressa a chamar-te de realidade'; você levou o Tom a cantar que em São Paulo 'se ama com todo ódio e se odeia com todo amor'; e o Itamar Assunção nos lembrou que 'São Paulo é outra coisa, não é exatamente amor, é identificação absoluta'.

E todos nós que nos identificamos com as suas virtudes e qualidades, queremos fazer de você, novamente, o palco da vanguarda, o refúgio da lucidez, o marco zero do respeito, a reserva da dignidade.

A hora é a de nos unirmos para construirmos a mais ampla frente política e social para o progresso e o desenvolvimento da cidade de São Paulo.

O desafio central será o de nos organizarmos em torno de uma plataforma democrática de convivência e desenvolvimento da cidade de São Paulo.

Convocar a todos para o esforço de uma grande mobilização pela democracia.

A favor do progresso, desenvolvimento e respeito pela diversidade.

Pela preservação do meio ambiente, pela manutenção de todas as conquistas e avanços de nossa sociedade.

Reafirmar nossa índole democrática, pluralista e igualitária.

Por justiça social, igualdade, respeito ao ser humano e liberdade.

Pelo incentivo permanente à cultura, pela educação e por toda a liberdade de manifestação.

Por uma FRENTE AMPLA que possa unir, juntar e somar todas as entidades da sociedade, partidos políticos, juventude, pessoas de todas as classes sociais, empresas, cidadãos, homens e mulheres que defendem, apreciam e lutam de forma intransigente pela manutenção de todas as nossas conquistas democráticas na nossa cidade e em nosso país."

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva selou acordo com a ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy (sem partido) para retorno dela ao PT para ser vice na chapa encabeçada por Guilherme Boulos (PSOL-SP) nas eleições municipais de 2024. Ela deixou o partido em 2015, afirmando que a sigla protagonizou "um dos maiores escândalos de corrupção que a nação brasileira já experimentou", em referência aos fatos revelados pela Operação Lava Jato. Não é a primeira vez que o petista se articula com políticos que eram críticos a ele ou à legenda.

Além de Marta, o petista também já costurou alianças com adversários históricos, como Geraldo Alckmin (PSB), com quem disputou as eleições presidenciais de 2006. Hoje ele é seu vice-presidente. Outros destaques são Paulo Maluf, Fernando Collor e Leonel Brizola.

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Segundo o cientista político Thiago Valenciano, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), as alianças feitas por Lula são estratégias para remover adversários ferrenhos da oposição aos candidatos petistas. Ao mesmo tempo, os movimentos buscam garantir bases eleitorais no Legislativo e atrair eleitores mais distantes do programa de governo do PT.

"É o jogo da política. Concessões para obtenção de sucesso no resultado eleitoral, cessão de apoios para partidos políticos quando necessário, inclusive na negociação de cargos comissionados e emendas parlamentares. Lula sabe como conduzir crises políticas e entende a dificuldade que enfrenta em cada eleição. Nesse sentido, ele acaba sendo pragmático e faz as alianças necessárias", afirmou.

Marta Suplicy

A ex-prefeita Marta Suplicy deixou a Secretaria de Relações Internacionais de São Paulo na última terça-feira, 9, após se encontrar com Lula no Palácio da Alvorada e fechar uma aliança com Boulos e o retorno ao PT. Marta fazia parte do secretariado do prefeito Ricardo Nunes (MDB), que é pré-candidato a reeleição e tem no psolista seu principal adversário. A saída dela foi encarada como uma "traição" por aliados do emedebista, que vai ser apoiado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Marta integrou o PT por 35 anos e, no partido, foi deputada federal (1995-1999), prefeita de São Paulo (2001-2005), ministra do Turismo do segundo mandato de Lula (2006-2007), senadora (2011-2015) e ministra da Cultura de Dilma Rousseff (2012-2014).

Em abril de 2015, Marta entregou uma carta às direções municipal, estadual e nacional do partido em que pediu a desfiliação do PT, afirmando que a sigla era reincidente em casos de desvios éticos. Fora do partido, ela apoiou o impeachment de Dilma em 2016.

Geraldo Alckmin

Nas eleições de 2006, o principal adversário de Lula foi Geraldo Alckmin, que integrou o PSDB por 33 anos e era governador de São Paulo na época. O pleito ocorreu durante as descobertas do escândalo do mensalão, e Alckmin usou a campanha para associar o petista ao esquema de corrupção. Em resposta, o petista atacou o governador, dizendo que ele foi um especialista no "processo de desmonte" das políticas públicas paulistas.

Em 2016, na convenção do PSDB que lançou o empresário João Doria para a Prefeitura, Alckmin atacou o PT e o ex-prefeito e atual ministro da Fazenda, Fernando Haddad. "Os 13 anos de lulopetismo levaram o País a ser saqueado, literalmente. O PT quer vencer a eleição para se redimir e resolver seus problemas", afirmou.

Em 2017, em outro encontro do PSDB, Alckmin disse que Lula havia "quebrado o Brasil" e que o petista desejava "voltar à cena do crime". Enquanto Lula estava preso em Curitiba, o atual vice-presidente o chamava de "preso condenado por corrupção".

No início de 2022, Alckmin e Lula se aproximaram para criar uma "frente ampla" para enfrentar Jair Bolsonaro (PL) nas eleições. Para isso, o ex-governador deixou o PSDB e se filiou ao PSB.

Alckmin passou a acompanhar o petista em eventos ligados à causa sindicalista e da esquerda. Em um deles, ele exaltou Lula como o "maior líder político" do País. Em outro, Alckmin ouviu e aplaudiu o hino da Internacional Socialista. A chapa composta pelos dois venceu o pleito de 2022 para comandar a Presidência.

Paulo Maluf

Em busca de um maior tempo de televisão para a propaganda eleitoral gratuita de Fernando Haddad nas eleições municipais de 2012 em São Paulo, Lula se aproximou do PP do ex-prefeito Paulo Maluf. Segundo o petista, Maluf exigiu que os dois posassem para jornalistas para que a aliança fosse consolidada.

A relação tensa entre os dois começou antes mesmo de Lula se candidatar ao seu primeiro cargo público. Em 1980, ele foi preso por liderar greves no ABC paulista. Maluf, que era governador de São Paulo na ditadura militar, disse: "Lula é um líder morto. Em seis meses os metalúrgicos o esquecerão".

Nas primeiras eleições diretas depois da redemocratização, em 1989, Maluf e Lula foram adversários e trocaram ataques. Enquanto o PT representava uma proposta de esquerda, o ex-governador era o candidato do PDS, partido que sucedeu à Arena - sigla que deu sustentação à ditadura militar.

Nas vésperas do pleito de 1994, quando o petista se candidatou e perdeu para Fernando Henrique Cardoso, do PSDB, o ex-prefeito disse: "Quem votar em Lula vai cometer suicídio administrativo". Lula respondeu afirmando que o opositor era "o símbolo da pouca vergonha nacional".

Fernando Collor

Em 1989, Lula foi para o segundo turno contra o ex-presidente Fernando Collor, que então estava no Partido da Reconstrução Nacional (PRN). A disputa foi polarizada e marcada por ataques pessoais. Em um debate televisionado, Collor, que venceu a disputa por 53% a 47%, disse que o petista era um mentiroso e fez insinuações de que ele não sabia ler.

"Aquele codinome de Pinóquio que o deputado (Lula, que ocupou a Câmara entre 1987 e 1991) tenta colocar no programa do partido (PRN), eu acho que cabe muito bem a ele. Ele que é um grande Pinóquio. Eu sabia que o Pinóquio pelo menos lia, mas eu não sei se ele sabe ler", disse Collor.

Em outro momento do debate, Lula provocou Collor com menção a Xuxa Meneghel. "São promessas de um candidato Xuxa: na campanha, dá beijinho, beijinho e, depois de eleito, é tchau, tchau", em referência a um jargão usado pela apresentadora. Quando Collor esteve no Planalto, o petista foi um dos articuladores do processo de impeachment que destituiu o então chefe do Executivo em 1992.

Em 2006, 14 anos depois, o alagoano ensaiava uma volta à política, ao mesmo tempo em que o petista tentava a reeleição na Presidência. Collor se candidatou ao Senado e buscou se aproximar de Lula, conquistando uma cadeira no Legislativo, onde ficou até 2022.

Collor disse que Lula, por ser nordestino, conhecia "nossas raízes e nossas carências e tem agido rápido no atendimento aos pleitos do Nordeste", em entrevista. Em 2009, o petista se encontrou com o ex-presidente em Alagoas e teceu elogios ao novo aliado.

Collor também apoiou as candidaturas de Dilma em 2010 e em 2014, se afastando da petista durante o processo de impeachment de 2016. Nos últimos anos, o ex-presidente se aproximou do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Leonel Brizola

O fim dos anos 80 e a década de 90 foram marcados por uma grande cisão na esquerda, sendo representada pelo PT de Lula e o PDT de Leonel Brizola. Disputando o mesmo segmento do eleitorado em eleições presidenciais, os dois frequentemente trocavam acusações na imprensa. Em uma entrevista ao programa Roda Viva, em 1987, o petista chamou o ex-governador do Rio de "caudilho". O termo que faz referência aos líderes que contavam com forças militares particulares no Sul do País, região onde nasceu Brizola.

Nas eleições de 1989, Brizola afirmava que Lula era despreparado por nunca ter tido uma experiência administrativa e desferia ataques ao PT. Após ficar de fora do segundo turno das eleições, Brizola anunciou que apoiaria Lula. "Não seria fascinante fazer as elites brasileiras engolirem Lula, o sapo barbudo?", afirmou.

Em 1998, buscando vencer FHC, os dois formaram uma chapa de oposição ao tucano. A aliança não funcionou e a dupla Lula-Brizola ficou em segundo lugar, enquanto Fernando Henrique venceu o pleito em primeiro turno.

Logo após o fim da eleição, o petista e o pedetista se distanciaram novamente. Em 2002, quando Lula venceu a primeira disputa presidencial, Brizola apoiou o ex-governador do Ceará Ciro Gomes, que então era filiado ao Partido Popular Socialista (PPS), hoje Cidadania.

A ex-secretária de Relações Internacionais do município de São Paulo Marta Suplicy e o pré-candidato à prefeitura Guilherme Boulos (PSOL) devem realizar, neste sábado, 13, o primeiro encontro para discutir a aliança nas eleições deste ano. A reunião deve acontecer na casa da ex-prefeita, que pediu demissão da Prefeitura de São Paulo nesta terça-feira, 9.

Convidada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para integrar a chapa, Marta ainda não fez nenhuma declaração sobre a aliança, apesar de até mesmo o prefeito da cidade Ricardo Nunes (MDB) ter confirmado que ela teria aceitado a proposta após reunião com o presidente no Planalto. Na ocasião, Nunes disse considerar que "traição" é uma palavra forte para definir o episódio, mas disse que a justificativa de que a aliança com Jair Bolsonaro motivaria a saída "não cola".

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arta deixou oficialmente seu cargo na gestão municipal após reunião de pouco mais de uma hora com Ricardo Nunes na última terça. Apesar de Nunes ter minimizado a saída de Marta, existe uma insatisfação com a falta de clareza da ex-secretária com o sigilo nas negociações com o presidente.

No desenho feito por Lula, Marta deve voltar para o PT, após nove anos longe da legenda, para auxiliar o candidato do PSOL na corrida pela prefeitura. Apesar do convite, ainda há uma ala do PT insatisfeita com o retorno da ex-prefeita, que deixou o a legenda com uma série de críticas ao partido.

Pré-candidato do PSOL à Prefeitura de São Paulo, o deputado federal Guilherme Boulos fez 47 publicações na sua rede social contra o seu principal adversário, o prefeito Ricardo Nunes (MDB), nos últimos três meses, com média de uma postagem a cada dois dias. Líder nas pesquisas, Boulos indica que a disputa será acirrada e nas redes.

Entre 3 e 10 de novembro, período em que São Paulo enfrentou um apagão de energia elétrica, que atingiu por quase uma semana cerca de 2,1 milhões de moradores, Boulos postou no X (antigo Twitter) 20 críticas à atual gestão municipal e sua atuação durante a crise.

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Boulos acusa Nunes de fazer obras sem licitação e de apoiar a privatização da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp), além de culpá-lo pelos índices de violência na cidade, sobretudo no Centro. O deputado também já chamou o prefeito de "rei do camarote".

Nunes também usa as redes para atribuir a Boulos invasões de casas ou acusá-lo de ser simpatizante do grupo terrorista Hamas. "Melhor (ser rei do camarote) do que ser rei do terrorismo. Se (Boulos) não tem o que fazer é melhor ele calar a boca e se informar melhor", postou após o adversário criticar sua presença no Grande Prêmio de Fórmula 1.

Disputa em São Paulo pode repetir Lula contra Bolsonaro

A última pesquisa Datafolha, divulgada em 31 de agosto, mostra Boulos com 32% das intenções de voto e Ricardo Nunes com 24%. A disputa acirrada tem ainda outro ingrediente. Boulos tem o apoio prometido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, enquanto Nunes deve contar com suporte do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

O ex-presidente ainda não confirmou oficialmente sua posição no pleito paulistano, mas o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que seu correligionário vai apoiar a reeleição de Nunes para a Prefeitura de São Paulo em 2024. Em troca, Bolsonaro indicaria o vice.

Já no lado de Boulos, o presidente Lula está costurando a possível volta da ex-prefeita de São Paulo Marta Suplicy ao PT, para ocupar a posição de vice na chapa do psolista. Marta atualmente é secretária de Relações Internacionais de Nunes.

Está será a segunda vez que Boulos concorre à Prefeitura de São Paulo. Em 2020, o ex-presidente do MTST foi derrotado no segundo turno por Bruno Covas (PSDB) e Nunes, que compunha a chapa como vice. Com a morte do então prefeito, Nunes assumiu a vaga em maio de 2021.

Além de Nunes e Boulos, também confirmaram pré-candidatura a deputada federal Tabata Amaral (PSB-SP), que conta com o apoio do vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) e poderá ter como vice na chapa o apresentador de televisão José Luiz Datena, que recentemente se filiou ao PSB.

O deputado federal Kim Kataguiri (União-SP), que foi mais votado nas prévias do Movimento Brasil Livre (MBL), também anunciou sua pré-candidatura. O ex-ministro do Meio Ambiente de Bolsonaro, Ricardo Salles (PL), corre por fora depois de tentar pleitear o apoio do ex-presidente Bolsonaro para seu nome, mas sem sucesso.

O deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) marcou nesta segunda-feira (16) o ponto de partida de sua pré-candidatura à Prefeitura de São Paulo com a primeira reunião de sua coordenação política. O encontro reuniu representantes de cinco partidos de esquerda, PSOL, PT, PCdoB, PV e Rede, que formam a base da candidatura psolista. Na reunião, o presidente municipal do PT, Laércio Ribeiro, confirmou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vai participar da campanha em São Paulo. Em agosto, o diretório municipal do partido formalizou o apoio a candidatura de Boulos - ficando de fora da disputa pela capital paulista pela primeira vez desde a redemocratização.

Boulos, por sua vez, afirmou que mantém interlocução com outros dois partidos - Avante e PDT. Segundo ele, a proposta é dialogar com todo o campo progressista neste momento. Até o fim deste ano, o psolista planeja percorrer todas as 32 subprefeituras de São Paulo.

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Ele também criticou a gestão de seu principal adversário e prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), alegando que o emedebista não tem uma visão de longo prazo para a cidade. Ao mesmo tempo, Boulos acenou para o centro ao elogiar o legado das administrações Gilberto Kassab (PSD) e Bruno Covas (PSDB).

"O prefeito gosta de explorar estereótipos, caricaturas e fake news a respeito de minha trajetória política. Estou ansioso para a eleição do ano que vem, quando chegar o debate eleitoral para fazer uma comparação de biografias com o prefeito Ricardo Nunes" disse. "Eu saberei dizer tranquilamente onde eu estive o que eu fiz nos últimos vinte anos (...) Tenho dúvidas se o prefeito Ricardo Nunes vai ter a mesma tranquilidade".

Questionado sobre as críticas feitas por adversários a respeito de seus posicionamentos sobre a greve dos metroviários e o conflito no Oriente Médio, o pré-candidato afirmou que não abrirá mão de suas convicções. O ex-secretário de Saúde Jean Gorinchteyn chegou a abandonar a pré-campanha de Boulos e criticar o deputado por não condenar Hamas. Depois disso, o deputado passou a criticar atuação o grupo terrorista, mas responsabilizando Israel por agravar conflito.

"Se tem uma coisa que eu não farei - nem nessa campanha, nem em nenhuma outra - é abrir mão das minhas convicções. Acho que a política não pode ser vale tudo. A política não é um balcão de mercado onde se negociam ideias. Eu tô na política porque acredito que ela é a ferramenta mais poderosa e fascinante que existe pra gente combater as desigualdades sociais e fazer da nossa sociedade, uma sociedade mais humana e mais solidária. E esses valores e princípios que me norteiam na política eu vou defendê-los até às últimas consequências".

A liderança da campanha de Boulos será conduzida por seu chefe de gabinete, Josué Rocha, ex-coordenador do MTST (Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto), juntamente com Laércio Ribeiro, presidente do PT na cidade de São Paulo. O deputado estadual Antonio Donato (PT) assumirá a responsabilidade de coordenar o programa de governo.

O deputado federal e pré-candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL-SP) mudou o discurso sobre os ataques do Hamas ao território israelense e afirmou que o grupo terrorista não representa o povo palestino. A mudança para um tom mais incisivo ocorreu dois dias após o coordenador do programa de saúde da pré-campanha do deputado deixar a equipe, motivado pela falta de postura firme de Boulos em relação ao ataque terrorista.

"Diante da situação trágica que estamos acompanhando no Oriente Médio, eu queria aqui me solidarizar com todos os familiares das vítimas dos ataques propagados pelo Hamas. Nada justifica o assassinato de civis inocentes. É importante lembrar que o Hamas não representa o conjunto do povo palestino", disse o parlamentar em sessão esvaziada da Câmara dos Deputados nesta terça-feira (10), citando nominalmente o grupo terrorista.

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O parlamentar também criticou as ações do primeiro-ministro israelense. "Quero aqui me solidarizar também com todas as vítimas dos ataques feitos pelo governo de extrema-direita de Benjamin Netanyahu, que, com a sua atitude de violência contra os palestinos nos últimos anos e o descumprimento dos acordos internacionais, só agravou o conflito."

Nos últimos dias, o pré-candidato à Prefeitura de São Paulo foi criticado por não citar o grupo extremista na primeira manifestação sobre o atentado no sul de Israel. Nas redes sociais, o deputado citou os mortos de ambos os lados da guerra - palestinos e israelenses - e defendeu uma solução pacífica.

"Condeno sem meias palavras ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos. Deixo minha solidariedade às vítimas e seus familiares. Defendo uma solução pacífica e duradoura, que passe pelo cumprimento do direito internacional e das resoluções de paz", disse.

Após a publicação, o ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn, que é judeu, criticou Boulos por não condenar explicitamente o Hamas após o ataque e deixou a pré-campanha do deputado. "Nessa ação, reafirmo meu compromisso como judeu em apoio ao Estado de Israel e em respeito às vítimas e seus familiares. É imperativo condenar e repudiar ataques terroristas contra civis em qualquer lugar do mundo", disse em nota publicada no Instagram.

O episódio foi usado por opositores de Boulos para criticar o deputado. Imagens do pré-candidato com mensagens de apoio à Palestina foram publicadas nas redes sociais. Em resposta, Boulos se manifestou reiterando a defesa dos direitos do povo palestino e condenando "ataques violentos a civis" e classificou o uso das imagens como fake news.

Nesta terça-feira, o deputado voltou ao tema. "Eu lamento muito que num momento trágico e dramático como esse, setores de extrema direita aqui no Brasil inventem fake news e trabalhem com mentiras com finalidades eleitoreiras querendo fazer associações absurdas e espúrias entre a nossa atuação aqui e o Hamas", disse.

Guerra Israel x Hamas

No último sábado, 7, integrantes do grupo extremista Hamas se infiltraram no território israelense a partir da Faixa de Gaza e dispararam foguetes contra Israel. Até o momento, o conflito resultou em mais de 2 mil mortes e deixou milhares de feridos tanto em Israel quanto em Gaza. Dois brasileiros estão entre os mortos: a carioca Bruna Valeanu e o gaúcho Ranani Glazer.

O ex-secretário de Saúde de São Paulo Jean Gorinchteyn deixou a pré-campanha de Guilherme Boulos (PSOL) à Prefeitura da capital paulista pela postura do deputado em relação ao ataque do grupo terrorista Hamas no sul de Israel. Gorinchteyn, que é judeu, comandou a secretaria estadual de Saúde no governo João Doria, durante o enfrentamento da pandemia de covid-19, e coordenava o programa de saúde do pré-candidato do PSOL na capital paulista.

O ex-secretário criticou Boulos por não condenar explicitamente o Hamas após o ataque.

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"Nessa ação, reafirmo meu compromisso como judeu em apoio ao Estado de Israel e em respeito às vítimas e seus familiares. É imperativo condenar e repudiar ataques terroristas contra civis em qualquer lugar do mundo", disse Gorinchteyn em uma nota publicada no Instagram.

Neste domingo, o gabinete do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, declarou que o país está oficialmente em guerra. De acordo com o Ministério da Saúde de Israel, o número de vítimas fatais no país já chega a 700. Do outro lado, em Gaza, os números das autoridades locais apontam para cerca de 400 mortos.

No sábado, 7, Jean Gorinchteyn publicou um vídeo falando sobre a situação em Israel. "Temos obrigação quanto sociedade civil de nos posicionarmos contra esse absurdo", afirmou.

O episódio foi usado por opositores de Boulos para criticar o deputado. Imagens de Boulos com mensagens de apoio à palestina foram publicadas nas redes sociais. Filhos do ex-presidente Jair Bolsonaro, como o deputado federal Eduardo Bolsonaro, tentaram associar a imagem de Boulos aos ataques do Hamas ao publicar foto antiga do psolista na Cisjordânia em 2018.

Boulos se manifestou nas redes sociais reiterando a defesa dos direitos do povo palestino e condenando "ataques violentos a civis" e classificou o uso das imagens como fake news.

"Minha defesa dos direitos do povo palestino é pública. Cheguei inclusive a realizar uma visita à Cisjordânia em 2018, da qual os bolsonaristas estão utilizando imagens para propagar fake news. Agora, condeno sem meias palavras ataques violentos a civis, como os que mataram nas últimas horas 250 israelenses e 232 palestinos", escreveu o deputado.

Como mostrou a Coluna do Estadão, os ataques Hamas a Israel fizeram ressuscitar nas redes sociais o tiroteio entre bolsonaristas e aliados do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

"Pelo respeito e admiração ao povo de Israel, repudio o ataque terrorista feito pelo Hamas, grupo terrorista que parabenizou Luiz Inácio Lula da Silva quando o TSE anunciou o vencedor das eleições de 2022", disse o ex-presidente Jair Bolsonaro.

No sábado, Lula disse que ficou "chocado com os ataques terroristas" realizados pelo Hamas contra Israel.

O presidente prestou condolências aos familiares das vítimas e afirmou que repudia o terrorismo "em qualquer das suas formas".

A Comissão de Política Urbana, Metropolitana e Meio Ambiente da Câmara Municipal de São Paulo convocou o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) e a presidente do Sindicato dos Metroviários e filiada ao PSOL, Camila Lisboa, para que expliquem a greve do metrô da capital ocorrida na última terça-feira, 3. A convocação atende a um requerimento do vereador Rubinho Nunes (União Brasil) e é mais um capítulo na batalha política gerada em torno do tema nos últimos dias e que envolve Boulos, o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos). Foram cinco votos a favor da convocação e apenas dois contra no colegiado. Contudo, a assessoria do deputado diz que a medida é inválida, já que o regimento da Casa não traz essa possibilidade.

No pedido de convocação, o vereador Rubinho Nunes afirmou que a greve impactou a vida dos cidadãos e que houve excessos, por falta de respeito a decisões judiciais acerca das escalas mínimas obrigatórias. Segundo ele, o movimento grevista seria "Ilegítimo e abusivo". Para justificar o pedido de convocação de Boulos, ele afirmou que o deputado tem demonstrado interesse em que não ocorra a privatização.

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Apenas os vereadores Arselino Tatto (PT) e Silvia da Bancada Feminista (PSOL) votaram contra o requerimento. Eles não fizeram questionamentos ao poder da comissão para fazer a convocação. Silvia afirmou, em seu voto, que "a base governista quer fazer politicagem". "Uma coisa é fazer política. É chamar uma audiência pública para discutir os temas que interessam ao povo, à população. E outra é fazer politicagem e querer pegar temas para querer surfar na onda, que é o que o vereador Rubinho Nunes faz nesse movimento", disse Silvia.

Boulos sempre costuma agir à margem da lei, sem ter que dar satisfações de seus atos. É seu estilo na política

Rubinho Nunes

Procurado, o gabinete do deputado Guilherme Boulos informou que não recebeu notificação sobre o assunto e que a convocação não é válida. "Não existe base legal para esse tipo de convocação. Infelizmente, o vereador responsável se mostra pouco preparado para desempenhar sua função", completou a assessoria do parlamentar.

O regimento da Câmara, em seu artigo 46, de fato dá às comissões permanentes a competência apenas para "convocar os Secretários Municipais, os responsáveis pela administração direta ou indireta e os Conselheiros do Tribunal de Contas do Município, para prestar informações sobre assuntos inerentes às suas atribuições". Nem mesmo o plenário teria competência para convocar pessoas fora deste escopo.

Procurado para se manifestar sobre o fato de o regimento não prever convocações de pessoas fora das situações colocadas, o vereador Rubinho Nunes informou, por meio de seu gabinete, que "as convocações podem ser expandidas, por analogia, para deputados, pois há subsídio das Comissões de Inquérito da Casa". E também afirmou que "há a possibilidade de envio de carta convite para ouvir o deputado, que parece temer as explicações ao Legislativo". "Boulos sempre costuma agir à margem da lei, sem ter que dar satisfações de seus atos. É seu estilo na política. Pois agora terá que responder por suas atitudes de forma oficial", apontou Rubinho.

Motivo de transtorno para os paulistanos ao longo desta terça-feira, 3, as greves nas linhas de metrô administradas pelo poder público, na CPTM e na Sabesp se transformaram rapidamente na mais nova arena de disputa eleitoral entre pré-candidatos à Prefeitura de São Paulo em 2024. Os grevistas protestam contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que desde a campanha eleitoral no ano passado defende conceder a gestão de parte do sistema metroviário à iniciativa privada e privatizar a Sabesp sob o argumento de atrair mais investimentos e melhorar os serviços prestados à população.

Líder nas pesquisas até o momento, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) se tornou alvo de ataques dos adversários, entre eles o atual prefeito e adversário, Ricardo Nunes (MDB), porque o Sindicato dos Metroviários de São Paulo, um dos responsáveis por convocar a paralisação, é presidido por Camila Lisboa, filiada ao PSOL. Os sindicatos querem um plebiscito sobre o tema e os metroviários decidem, em assembleia a partir das 18h, os rumos da greve nos próximos dias. Na CPTM e a na Sabesp, não estão previstas novas assembleias e a paralisação deve se restringir a esta terça-feira.

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Ao Estadão, Tarcísio disse que não pensa em eleição municipal. "Estou pensando em investimento e dando andamento a estudos que me comprometi na campanha a fazer", afirmou. "[É] Natural estudar o ingresso de capital privado para aumentar a capacidade de investimento do Estado", acrescentou. Ele tem sustentado que a greve é política, já que não se trata de reivindicações por melhores condições de trabalho para os servidores.

Em diversas ocasiões nas últimas semanas, o governador elogiou Nunes e disse que é fundamental o alinhamento entre o Palácio dos Bandeirantes e a prefeitura da capital, em sinalização de que pode apoiar a reeleição do chefe do Executivo da capital. Mais cedo nesta terça-feira, questionou como São Paulo pode ser governada por alguém "que não vai querer dialogar com o governo", em referência a Boulos.

Como resposta, Boulos, disparou contra Nunes e Tarcísio e disse que a greve é responsabilidade da administração do governador devido à "intransigência" de não ter aceitado liberar as catracas em vez de paralisar os serviços. Essa proposta foi apresentada pelos sindicatos e rejeitada pela Justiça do Trabalho.

"É lamentável que o governador queira fugir de sua responsabilidade ao atribuir aos outros um problema gerado por ele mesmo e ao tentar partidarizar o debate. Pior ainda é ver um prefeito que abandonou a cidade querer fazer disso (a paralisação) palanque eleitoral", declarou o deputado ao Estadão.

A contratação do marqueteiro Lula Guimarães para a campanha do deputado federal Guilherme Boulos à Prefeitura de São Paulo gerou uma crise no PSOL. O motivo da divergência é o histórico profissional do publicitário, que já comandou as campanhas de João Doria (2016) e Geraldo Alckmin (2018). Além disso, Guimarães é sócio da Benjamin Comunicação, agência contratada pelo iFood para atuar contra a mobilização de entregadores de aplicativo em 2020.

Sete grupos internos do PSOL assinaram uma nota de repúdio contra a contratação do marqueteiro. No texto, o acordo entre Boulos e Guimarães é classificado como "inaceitável". A nota diz ainda que os métodos do publicitário são típicos do bolsonarismo. De acordo com o diretório estadual do PSOL, os signatários do texto são minoritários dentro do partido, representando 26% da legenda. Já a assessoria de imprensa de Boulos informou que, apesar das críticas internas, o contrato com Guimarães será mantido. Procurado, Lula Guimarães não se manifestou sobre o episódio.

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"É inaceitável que o PSOL e a candidatura de Guilherme Boulos trabalhem com quem tem esse histórico de atuação. Isso vai além de ter trabalhado em campanhas de políticos tradicionais da direita paulista, como Geraldo Alckmin e João Doria, trata-se (o caso do iFood) de uma prática antissindical das mais baixas e sujas, pois não atua na arena aberta da disputa política, mas sim com desinformação, método típico do bolsonarismo", diz a nota.

O texto segue e afirma que a manutenção do contrato com Guimarães significa, para Boulos e o PSOL, mais um passo em direção à "forma 'tradicional' de fazer política, na qual a imagem criada por marqueteiros importa mais do que o movimento legítimo dos trabalhadores".

De olho em 2024, Boulos organiza 'giros' por bairros de SP

Com o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, Boulos será o candidato da esquerda em São Paulo nas eleições de 2024. De acordo com a última pesquisa Datafolha, divulgada no fim de agosto, ele larga na frente na corrida à Prefeitura, com 32% das intenções de voto. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) aparece logo em seguida, com 24%. O levantamento também traz a deputada federal Tábata Amaral (PSB) com 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União Brasil) com 8%.

Para dar a arrancada de sua pré-campanha, Boulos tem feito uma série de encontros pela cidade de São Paulo. Na última sexta-feira (15) o pré-candidato cumpriu agenda em Perus, na zona norte da capital. Neste momento, o psolista está priorizando os bairros das periferias, porém os encontros também vão contemplar a região central da capital. O objetivo é aproximá-lo do eleitorado, além promover debates sobre os problemas do município para a construção do programa de governo.

A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) pediu o apoio de Guilherme Boulos (PSOL-SP) nesta quinta-feira, 31, em prol de uma reunião com o presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), para discutir o bloqueio de contas de ressarcimento de parlamentares por ordem judicial.

A motivação dela foi o caso do também deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ), que foi alvo de uma decisão judicial de Nova Friburgo, interior do Rio de Janeiro, que determinou o bloqueio de R$ 1 milhão na sua conta de ressarcimento de despesas parlamentares. Ele divulgou o caso nas redes sociais na última terça, 29.

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"Contatei Guilherme Boulos, líder do PSOL, propondo reunião com Arthur Lira, presidente da Casa. Apesar das visões políticas 100% opostas, busco resolver burocracias que travam o trabalho de todos", disse Zambelli nesta quinta.

Os dois estavam no mesmo evento e, de acordo com fontes que estavam local, a deputada foi até Boulos, que a ouviu, mas não se manifestou. O gesto ocorreu no mesmo dia em que a pesquisa Datafolha mostrou o deputado liderando as intenções de voto para a Prefeitura de São Paulo em 2024.

Procurado pelo Estadão, Boulos não quis comentar.

Simetria dos casos

Na nota divulgada pela assessoria de imprensa, Zambelli se solidariza com Braga e diz que o bloqueio de contas de ressarcimento é um problema enfrentado há tempos por "parlamentares de direita".

É nessas contas que deputados recebem o ressarcimento de despesas com passagens aéreas, alimentação e transporte. Essas despesas precisam ser comprovadas e estar dentro dos limites da cota parlamentar - uma espécie de "teto" para esses gastos.

Ela também comparou o caso do parlamentar do PSOL com os seus próprios processos judiciais. "Enfrentei bloqueio por multas devido a postagens em minhas redes sobre Lula e ditadores como Ortega e Maduro. O TSE entendeu que tratava-se de fakenews."

Neste ano, a deputada chegou a abrir uma vaquinha virtual para pagar multas e condenações processuais. Como mostrou o Estadão na época, em dez dias, Zambelli arrecadou R$ 168 mil, o que, segundo ela, superava a meta inicial de R$ 100 mil.

A tentativa de aproximação com Boulos foi repudiada por Braga na manhã desta sexta, 1º. Ele acusou Zambelli de usar o caso dele "como artilharia para suas questões" e recusou a solidariedade da deputada. "Não serei usado de escada. Falsa simetria comigo não rola. Não tentei dar golpe de Estado de orientação fascista e nem sustentei projeto de morte."

Abandonada pelo núcleo bolsonarista

Desde o segundo turno das eleições de 2022, Zambelli vem sendo repelida pelo núcleo bolsonarista. Na véspera do pleito, ela perseguiu o jornalista Luan Araújo pelas ruas do bairro Jardins, na Zona Sul de São Paulo, empunhando uma arma de fogo.

Jair Bolsonaro (PL) atribui a esse episódio a culpa pela sua derrota nas urnas. No último dia 18, o Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria para colocá-la no banco dos réus por causa desse episódio.

Zambelli também responde a duas ações de investigação judicial eleitoral - mesmo tipo de processo que deixou Bolsonaro inelegível - que desceram do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para a Justiça Eleitoral de São Paulo. A defesa da deputada tentou juntar os casos dela aos do ex-presidente, mas o ministro-corregedor da Corte, Benedito Gonçalves, não acolheu o pedido.

Outro episódio envolvendo Zambelli é o caso do hacker Walter Delgatti Neto. Ele diz que a deputada financiou e é a mandante de um ataque que ele fez ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ele foi preso no mesmo dia em que a Polícia Federal fez operações de busca em endereços da parlamentar.

Bolsonarista fiel, ao mencionar o contato com Boulos, Zambelli não usou o nome do ex-presidente. Em vez disso, reiterou que é opositora política da esquerda e que foi escolhida como "um dos três parlamentares mais opositores ao governo Lula".

Pesquisa Datafolha divulgada nesta quinta-feira, 31, mostra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) com 32% das intenções de voto na disputa pela Prefeitura de São Paulo. O prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem 24%. O levantamento também traz a deputada federal Tábata Amaral (PSB) com 11% e o deputado federal Kim Kataguiri (União) com 8%.

O ex-deputado federal Vinicius Poit (Novo) aparece com 2% das intenções. Outros 18% dos entrevistados disseram votar branco ou nulo, e 5% não indicaram um nome de preferência. O Datafolha ouviu 1.092 eleitores paulistanos entre a terça-feira, 29, e a quarta-feira, 30. A margem de erro do levantamento é de 3 pontos percentuais.

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O Datafolha também fez uma pesquisa espontânea, onde o eleitor é estimulado a citar um nome de sua preferência sem ter contato com a lista de possíveis candidatos. Boulos também lidera este formato de levantamento, com 8%. Ricardo Nunes tem 4% e Kim Kataguiri, 1%. Outros 2% dos respondentes citaram que pretendem votar no "candidato do PT". O Partido dos Trabalhadores anunciou apoio ao deputado do PSOL. Outros 72% disseram que não tem um eventual postulante favorito e 7% indicaram que pretendem votar em branco ou nulo.

Boulos e Nunes preparam estratégias para 2024

A 14 meses da ida dos eleitores às urnas para definir quem será o prefeito da maior cidade do País entre 2025 e 2028, Nunes e Boulos tentam fazer articulações com partidos e lideranças políticas como forma de "marcar território" entre os eleitores da esquerda e da direita. Os recentes movimentos dão sinais de que o pleito será polarizado entre os dois.

Boulos tem o apoio do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e do PT, que pela primeira vez em sua história não terá um candidato próprio em São Paulo. Já Nunes busca a aprovação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) para se firmar como o nome da direita na corrida eleitoral.

Nas últimas eleições municipais realizadas em 2020, Boulos teve 20,24% dos votos válidos, disputando o segundo turno com o ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), que conquistou 32,85% da preferência do eleitorado. Apesar de tentar unir a esquerda em torno da sua candidatura, foi derrotado com 40,62% dos votos ante 59,38% de Covas.

Na época, o vice de Covas era vereador e empresário Ricardo Nunes, até então desconhecido do grande eleitorado. Após o falecimento de Covas em maio de 2021, Nunes assumiu o comando da Prefeitura e agora tenta popularizar o seu nome entre os paulistanos para um próximo mandato. Bolsonaro e o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) tem dado sinais de apoio ao prefeito.

O presidente do Partido Liberal, Valdemar Costa Neto tenta emplacar a ex-prefeita e secretária de Relações Internacionais da cidade de São Paulo, Marta Suplicy (sem partido), como vice de Nunes. Marta comandou a capital paulista entre 2001 e 2004, quando era filiada ao PT. Ela se afastou da esquerda em 2016, após apoiar o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT).

O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) negou, pela segunda vez, um pedido de indenização feito pelo prefeito Ricardo Nunes (MDB) contra o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL) em razão de ataques feitos pelo parlamentar ao chefe do Executivo municipal nas redes sociais. Os dois devem disputar as eleições municipais do ano que vem, e travam uma batalha pública com críticas mútuas nas últimas semanas.

O prefeito pedia uma indenização por danos morais após ter sido chamado, em publicações de Boulos no Instagram e no Facebook, de "ladrão de dinheiro de merenda das escolas públicas". Segundo Ricardo Nunes, Boulos incluía nas imagens "informação falsa de que o Nunes estaria sendo investigado pelo Ministério Público".

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Contudo, o desembargador José Aparício Coelho Prado Neto, rejeitou a apelação contra a sentença do juiz André Augusto Salvador Bezerra, que já havia dado vitória a Boulos na primeira instância. Na decisão, o desembargador afirma que, apesar do "mau gosto da montagem" de Boulos, a que chamou de "tosca", "não se detecta imputação de crime ao autor, mas sim crítica a sua atuação como prefeito municipal no que se refere à execução dos serviços de alimentação escolar municipal, de sua alçada".

"Ocorre que o fato é que o autor, enquanto prefeito municipal de São Paulo, está sendo investigado pelo Ministério Público sobre desvio de verbas públicas da merenda escolar, e como agente político tem o dever de prestar contas de todos os atos da vida pública, desse modo, a crítica apresentada pelo réu não tem o condão de causar o prejuízo de ordem moral pleiteado".

Na decisão, o desembargador ainda aumenta de 10% para 15% do valor da causa os honorários advocatícios a serem pagos por Ricardo Nunes em razão da derrota da apelação. Procurado por meio de sua assessoria na noite desta segunda-feira, 21, o prefeito Ricardo Nunes ainda não havia se manifestado sobre a decisão até a publicação deste texto.

O senador e presidente do PP, Ciro Nogueira (PP-PI), desafiou o deputado federal e pré-candidato à prefeitura de São Paulo, Guilherme Boulos (PSOL-SP), a se "eleger como síndico de um prédio" antes de almejar o comando da capital paulista nas eleições municipais do ano que vem. Em uma declaração ao jornal O Estado de S. Paulo, Nogueira disse também que o psolista "daria um bolo" na população de São Paulo caso fosse eleito.

"Eu faço um desafio ao Boulos: se ele for eleito síndico do prédio onde ele mora, o que eu acho muito difícil de acontecer, daí a gente começa até a conversar. Mas se ele não é eleito nem síndico do prédio dele, como é que pode delirar em ser síndico de todos os prédios, casas, ruas e avenidas da cidade mais complexa do país?", afirmou o senador.

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O senador, que foi ministro da Casa Civil do governo do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), questionou o racha no PT para a escolha do apoio à candidatura de Boulos.

O anúncio do acordo entre PT e PSOL foi formalizado no sábado, 5, em meio a uma divisão no partido, já que uma ala defendia que a sigla do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), lançasse um candidato próprio, o que não ocorrerá pela primeira vez na história.

"Se o Boulos não consegue ser confiável para a turma dele, como vai ser confiável para o povo de São Paulo? Se não consegue apoio antes da campanha do próprio grupo dele, como iria governar?", disse o presidente do PP.

A resposta de Boulos

Ao Estadão, o deputado federal Guilherme Boulos disse que o senador deveria se preocupar com as suspeitas de suborno e distribuição de propinas que foi acusado no passado, referindo-se a duas denúncias criminais e três inquéritos que apuram suspeitas de suborno e distribuição de propinas que Nogueira tinha antes de assumir a Casa Civil do governo Bolsonaro em 2021.

"O Ciro Nogueira deveria se preocupar com seus processos de corrupção. E não com São Paulo, que ele sequer conhece", disse o pré-candidato do PSOL à prefeitura da capital paulista.

Nas últimas eleições para a prefeitura de São Paulo, realizada em 2020, Boulos chegou ao segundo turno da disputa, mas foi derrotado pelo ex-prefeito Bruno Covas (PSDB), que tinha como vice em sua chapa o atual chefe do Executivo municipal, Ricardo Nunes (MDB).

Naquele pleito, o psolista foi escolhido por 2.168.109 paulistanos, o equivalente a 40,62% dos votos válidos.

PP apoiará Nunes para a prefeitura de São Paulo

Ao Estadão senador reafirmou o seu apoio à reeleição do atual prefeito Ricardo Nunes. Em junho, o presidente do PP já havia formalizado a sua preferência por Nunes, classificando-o como uma "melhor solução" para impedir que Boulos assuma o governo da capital paulista: "Foi companheiro de Bruno Covas, é discreto, trabalhador, equilibrado e já vem fazendo uma grande prefeitura. Ricardo Nunes não vai dar bolo nos paulistanos. Vai fazer e já vem fazendo uma grande gestão."

Entre os motivos para o apoio à Nunes, está a ambição do PP de ter um maior espaço na política paulista. Em maio, o Estadão revelou que Ciro tenta ampliar o poder do partido em São Paulo, incluindo a inclusão da senadora Tereza Cristina (PP-MS) para presidir um instituto ligado ao partido que será criado no Estado.

A estratégia também inclui a filiação do chefe da Casa Civil de São Paulo, Arthur Lima, que deve acontecer ainda neste mês de agosto. A filiação é considerada estratégica para o PP ter palavra na distribuição de cargos e emendas para prefeitos no Estado.

Neste domingo, o ex-ministro da Casa Civil usou as suas redes sociais para alfinetar o apoio do PT a Boulos, também comparando o deputado federal com um administrador de edifícios. "Do prédio, você pode se mudar. Mas uma cidade inteira, com mais de 10 milhões de habitantes, não pode fugir. Por isso, São Paulo saberá escolher muito bem e avançar. Sem Boulos nem roulos", disse o senador.

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, afirmou neste sábado (5) que o partido gostaria de indicar uma "vice mulher" para o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP) nas eleições para a Prefeitura de São Paulo, mas o tema passará por discussão da direção municipal. A petista também ressaltou que o PT gostaria de ter candidatos "em todos os lugares, mas nem sempre é possível".

Boulos disse que o entendimento é que o PT escolherá seu vice. "Não há pressa", afirmou neste sábado.

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Neste sábado, foi feito um evento em São Paulo que formalizou o apoio do PT a sua pré-candidatura pelo PSOL.

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