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O índice Bovespa acelerou os ganhos e testou na manhã desta segunda-feira o nível dos 114 mil pontos, vistos pela última vez durante 25 de agosto (máxima diária de 114.156,20 pontos). O indicador segue o otimismo exterior, à medida que há expectativa de números de inflação menos pressionados ao longo desta semana. Porém, sem a referência do minério de ferro por feriado na China, Vale tenta subir em torno de 0,50%, limitando parte dos ganhos.

"Mercado estende o rali da semana passada. Amanhã sai o CPI, índice de inflação ao consumidor dos EUA americano. Todo mundo ficará atento para se fazer um último ajuste, um pente fino nas projeções juro dos EUA antes da Super Quarta dia 21. Mercado tenta identificar o pico da inflação por lá", avalia Armstrong Hashimoto, sócio e operador da mesa de renda variável da Venice Investimentos.

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Na sexta-feira, o Ibovespa, motivado pelo quadro internacional principalmente, fechou em alta de 2,17% (112.300,41 pontos).

Expectativa de moderação na inflação mundial, especialmente nos Estados Unidos, estimula apetite por risco globalmente. Isso porque amanhã sairá o CPI do país. A alta do petróleo de quase 2% influencia positivamente as ações do setor na B3 e consequentemente o índice Bovespa. Mesmo com a valorização, o preço do barril está aquém da importante marca psicológica dos US$ 100, o que reduz os riscos inflacionários.

"O petróleo retrocedeu um pouco, sendo negociado com cotação inferior a US$ 100 o barril. O mesmo aconteceu com o gás menos pressão nos preços na Europa. Mercado tentará indendificar se o pico da inflação nos Estados Unidos já foi batido", reforça Hashimoto, da Venice.

A falta dos negócios com minério de ferro por conta de feriado chinês gera instabilidade nos papéis, principalmente da Vale, que chegaram a cair mais cedo. "As ações apanharam caíram muito e ainda tem o vencimento de opções sobre Ibovespa na quarta, que pode gerar volatilidade. Porém, há expectativas de estímulo na China", pondera o sócio da Venice.

Apesar de investidores globais seguirem preocupados com a perspectiva de mais aumentos de juros nos EUA e na zona do euro, o sinal de que as autoridades monetárias continuarão atuando para conter a inflação, tranquiliza os mercados, cujas bolsas já subiram na sexta.

"Juros americanos e dólar recuam na expectativa de que CPI índice de preços ao consumidor dos EUA, a ser divulgado amanhã, apresente nova moderação. A sinalização de que o juro na área do euro continuará a subir também colabora para esse movimento, além de impulsionar as bolsas na Europa. Ativos de risco avançam", resume em nota a MCM Consultores.

Às 11h16, o Ibovespa subia 1,34%, aos 113.799,70 pontos, ante máxima intradia aos 114.159,53 pontos (alta: 1,66%) e abertura aos 112.307,24 pontos (variação zero).

Em tarde na qual a queda de rede do Whatsapp, Facebook e Instagram colocou pressão extra sobre o setor de tecnologia em Nova York, o Ibovespa conseguiu segurar os 110 mil pontos, com o desempenho de Petrobras (ON +2,44%, PN +2,82%), favorecido pelo Brent acima de US$ 81 por barril, sendo decisivo para que a sessão não fosse ainda mais negativa na B3. Ao final, o índice mostrava perda de 2,22%, aos 110.393,09 pontos, entre mínima de 109.978,79 e máxima de 112.899,68 pontos, da abertura - quase 3 mil pontos entre o piso e o teto do dia -, mais do que devolvendo o ganho de 1,73% registrado no fechamento da sexta-feira, alternando altos e baixos sem interrupção nas últimas oito sessões. O giro desta segunda foi de R$ 33,2 bilhões. No ano, o Ibovespa cede 7,25%, com recuo de 0,53% nas duas primeiras sessões de outubro.

Em deliberação bem recebida no mercado da commodity, a Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados (Opep+), em reunião ministerial nesta segunda-feira, decidiu manter o acordo já em vigor sobre o aumento gradual da oferta. Com isso, o grupo continuará a elevá-la em 400 mil barris por dia em novembro.

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À exceção de Petrobras, na ponta positiva do Ibovespa nesta segunda-feira à frente de JBS (+1,10%), Marfrig (+0,19%) e Minerva (+0,09%), as demais empresas e setores recuaram na sessão, com destaque para o setor de siderurgia (CSN ON -5,00%, Usiminas PNA -5,22%) e o financeiro (Bradesco ON -3,68%, B3 -6,27%), de peso no índice. O dia foi bem negativo para o varejo, com Americanas ON e Lojas Americanas em baixa, ambas, de 8,30% no encerramento, e Via, de 7,12%. Na ponta negativa do Ibovespa, Banco Inter (Unit -13,42%, PN -12,95%) e Banco Pan (-10,63%). Vale ON cedeu 0,93% nesta segunda-feira.

A semana reserva dados importantes aqui e no exterior, observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora, destacando o payroll na sexta-feira, dia 8. "Por aqui, seguimos acompanhando as discussões sobre precatórios e orçamento, e há também dados de inflação (IPCA e IGP-DI), indicadores que andam preocupando", acrescenta. Nesta segunda-feira, o Boletim Focus trouxe nova alta nas projeções do IPCA, a 26ª consecutiva, para o fim deste ano - em 2021, passou de 8,45% para 8,51%, acima do teto da meta, e para o ano que vem, de 4,12% para 4,14%, 11ª alta seguida para 2022.

Nesta segunda-feira, a aversão a risco veio da sessão asiática, passando pela europeia, estendendo-se também aos mercados do novo mundo. "As bolsas asiáticas, com feriados na China continental e na Coreia do Sul, fecharam majoritariamente em queda, com a Evergrande vivendo novas complicações após o anúncio de suspensão da negociação das ações de sua subsidiária, Evergrande Property Services. No Japão, o cenário político, após a confirmação de Fumio Kishida como primeiro-ministro, levou instabilidade ao mercado", observa em nota a Nova Futura Investimentos.

Na mínima desta segunda, o Ibovespa atingiu o menor nível desde 21 de setembro, então aos 108.859,22 pontos. Em Nova York, o Nasdaq acentuou perdas no começo da tarde com o relato de instabilidade mundial no Whatsapp, Instagram e Facebook pressionando as ações da rede fundada por Mark Zuckerberg, em queda acima de 5% durante a sessão. No fechamento, o índice de tecnologia mostrava perda de 2,14%, com o Dow Jones em baixa de 0,94% e o S&P 500, de 1,30%, um pouco mais moderadas do que o visto ao longo da tarde. No cenário macro, prevalecia também, desde cedo, a cautela com relação ao impasse sobre o teto da dívida nos Estados Unidos.

No meio do dia, o presidente Joe Biden disse que não poderia garantir que não haverá calote da dívida, ao fazer um apelo para que os republicanos "saiam do caminho" e deixem os democratas elevarem o teto da dívida. "Um calote da dívida levaria nossa economia ao precipício", acrescentou o presidente americano. "Nunca falhamos em pagar nossas dívidas, é o que nos define", disse também Biden. "O que os republicanos estão fazendo ao bloquear suspensão do teto é perigoso", concluiu.

Mais tarde, a Casa Branca confirmou que Biden não descarta elevar o teto da dívida por meio de instrumento legislativo conhecido como "reconciliação", ante o bloqueio imposto pelos republicanos.

A elevação global do petróleo é outro fator acompanhado de perto pelo governo americano, apontou a porta-voz Casa Branca, Jen Psaki. Segundo ela, o governo dos Estados Unidos usará "todos os meios à disposição" para evitar que os preços de combustível subam demais. Durante entrevista coletiva, a porta-voz disse também que o país já liberou parte de suas reservas estratégicas para lidar com o quadro, e que a alta ocorre em parte por causa da passagem do furacão Ida na Costa do Golfo, importante região produtora.

"A política fiscal continua no ar, altos custos de energia agora são dados, ninguém pode responder por quanto tempo os problemas de restrição na cadeia de suprimento vão durar, as preocupações com o crescimento global para o próximo trimestre continuam piorando, enquanto o que foi a rede de segurança sem fim, de estímulo do banco central, parece prestes a acabar em breve", resume em nota Edward Moya, analista da Oanda em Nova York.

O viés negativo do exterior e o clima cauteloso no Brasil após os manifestos de 7 de Setembro empurram o Ibovespa para baixo, com o índice renovando mínimas instantes após a abertura e chegando a testar os 115 mil pontos. Apesar do tom pacífico entre os manifestantes, os protestos contaram com novos ataques - e mais duros - do presidente Jair Bolsonaro ao STF, reacendendo o debate sobre pedidos de impeachment do mandatário. Ainda que muitos entendam que seja difícil ocorrer uma ruptura ou mesmo um saída do chefe do Executivo, o clima hostil entre os Poderes tende a atrapalhar a já complicada situação econômica do País.

O temor de especialistas é que essa hostilidade inibe ou até mesmo jogue por terra o avanço da pauta reformista em um momento já complicado para a economia doméstica. Por isso, destaca o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, em nota, será preciso avaliar o clima das respostas políticas após os manifestos de ontem. "Certamente tudo isso piora o clima para as reformas que são necessárias", diz, lembrando da crise hídrica, da inflação elevada e do PIB, cujas projeções estão sendo diminuídas.

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Neste cenário, fica a expectativa da abertura dos trabalhos do Judiciário hoje à tarde. Após Bolsonaro ameaçar descumprir decisões judiciais e pedir renúncia de ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), ontem, o presidente da Corte, Luiz Fux, deve fazer um pronunciamento em nome dos integrantes do STF.

"A grande atenção interna fica por conta das repercussões das manifestações que aconteceram ontem. Vimos uma elevação de voz do presidente da República, e agora o mercado aguarda a reação dos demais Poderes", observa Pietra Guerra, especialista em ações da Clear Corretora.

Ontem, durante as manifestações, Bolsonaro ampliou a retórica autoritária contra o STF, desafiando a Corte máxima do País, procurou intimidar Fux e chamou de "canalha" o ministro Alexandre de Moraes. Com isso, partidos discutem um novo pedido de impeachment, e o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), decidiu cancelar as sessões deliberativas remotas e as reuniões de comissões da Casa previstas para hoje e amanhã, num sinal de isolamento a Bolsonaro.

"Existe, de fato, uma desarmonia entre os Poderes. Está inflado dos dois lados, o que pode sugerir racha institucional, o que será péssimo para o País. Agora, se o discurso do Fux for apaziguador, OK. O problema é se vier com discurso de ruptura", afirma em conversa matinal com clientes o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus.

Já a recuperação do petróleo no exterior pode atenuar eventual queda do Ibovespa hoje. Além disso, a valorização do minério de ferro na véspera (alta de 4,22%), quando a B3 ficou fechada, tende a servir de alento, depois do salto das exportações chinesas. Porém, hoje a commodity voltou a cair (-4,19%, a US$ 132,19 a tonelada, em Qingdao).

Ontem, as bolsas norte-americanas fecharam com sinais mistos, após o feriado de segunda-feira em comemoração ao Dia do Trabalho nos EUA e com investidores avaliando os impactos da pandemia de covid-19. Naquele dia (6), o Ibovespa subiu 0,80%, aos 117.868,63 pontos.

Hoje, o tom é levemente negativo no exterior, o que pode inibir possíveis perdas na Bolsa brasileira ao longo do dia. Os investidores esperam dados de emprego dos EUA e fala de membro do Fed, além do livro Bege.

Às 10h35, o Ibovespa cedia 1,60%, aos 115.987,43 pontos, na mínima, intradia, ante máxima aos 117.866,14 pontos, com o dólar subindo 0,92%, a R$ 5,2248.

Renovados sinais de retomada da atividade econômica no Brasil e aceleração do calendário de vacinação contra a Covid-19 para a população de São Paulo, com antecipação em 30 dias, conforme anunciado pelo governo estadual no domingo, são alguns dos vetores impulsionar o Ibovespa nesta segunda-feira (14). Instantes após a abertura, o índice voltou a operar na faixa dos 130 mil pontos (na sexta caiu 0,49%, aos 129.441,03 pontos).

Às 10h53, o Ibovespa subia 0,97%, aos 130.678,25 pontos, em semana que promete ser decisiva para a privatização da Eletrobras.

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As ações da empresa subiam entre 0,55% (ON) e 1,21% (PNB), apesar de dúvidas sobre o processo de desestatização da companhia. O Senado aumentou a reação à MP que abre caminho para a privatização da Eletrobras, ameaçando derrubar a proposta. Nesta manhã, contudo, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), disse que mudanças da Câmara na MP da Eletrobras precisam ser avaliadas por senadores e que a MP será debatida e votada pelo plenário do Senado. "Não posso permitir que vontade contrária deixe MP da Eletrobras sem ser votada", disse.

Além da valorização das ações da Eletrobras, algumas do setor de consumo também avançam, em meio a renovados sinais de recuperação da economia brasileira. B2W, por exemplo, tinha alta de 3,37% e Multiplan, do setor de shoppings, subia 4,04%, além de ViaVarejo, com 3,42%.

Em abril, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) cresceu, reforçando que a recuperação está em andamento. No quarto mês do ano ante março, o IBC-Br subiu 0,44% (mediana: 1,2%; intervalo: 0,2% a 2,2%), com ajuste, e avançou 15,92% ante abril de 2020 (mediana de 18,1%; intervalo de 12,6% a 23,1%). Os dados, avalia André Ribeiro, Head Mesa RV da Wise Investimentos, corroboram a percepção de retomada da atividade, porém, tendem a elevar o grau de preocupação do mercado com a pressão inflacionária, no momento em que ainda se discute efeitos da crise hídrica no País sobre os preços.

Neste sentido, Ribeiro ressalta que as decisões do Comitê de Política Monetária (Copom) e o do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), na quarta-feira, geram ainda mais expectativa. "No Brasil, vemos a economia entrando em trajetória de recuperação, mas ainda há incertezas sobre essa trajetória. E temos ainda pressão inflacionária que começa a pressionar as expectativas por aqui, além de o tema também ser fator de preocupação no exterior", avalia.

No entanto, a semana reserva uma seara de dados e eventos importantes que podem fazer com que o investidor adote certa parcimônia, sendo o principal deles a decisão sobre juros nos Estados Unidos e no Brasil, no dia 16, na chamada "Super Quarta". Em Nova York e algumas bolsas europeias têm alta moderada, apesar de novos indícios de recuperação na Europa.

No Brasil, a quase totalidade do mercado vê a Selic subindo 0,75 ponto porcentual, conforme mostra levantamento do Projeções Broadcast. "Deve subir a taxa para 4,25%. A grande dúvida é quanto ao termo sobre 'normalização parcial', se o BC retirará, ou não", diz Ribeiro, completando que, quanto ao Fed, a principal incerteza é se o banco central americano dará pista sobre a retirada dos estímulos econômicos, à medida que a atividade está em recuperação.

Pietra Guerra, analista da Clear Corretora, observa que há aumento da expectativa da maioria do mercado esperando aumento da Selic para 4,25% ao ano na quarta-feira. "Agora, já olhamos cerca de 20% do mercado, esperando uma alta de Selic em 1 ponto porcentual. Isso pode ter pesado negativamente para a B3 na semana passada. Olhos atentos até quarta-feira", alerta em nota.

Enquanto isso, acrescenta Pietra, petróleo amplia ganhos, operando com alta na faixa de 1% no exterior, ampliando ganhos das últimas três semanas, diante de expectativa de aceleração da vacinação. "Commodities são sempre um termômetro para retomada das economias. Quando estão acelerando, demandam matéria-prima para sustentar essa alta. Vemos que esse cenário positivo foi puxado por perspectiva de demanda à medida que os esforços de vacinação para covid-19 estão acelerando", afirma a analista da Clear.

Neste cenário, as ações da Petrobras reagem com valorização perto de 2% esta manhã, reagindo ainda a notícias envolvendo a estatal. A empresa assinou acordo de coparticipação com a Pré-sal Petróleo (PPSA) e as parceiras CNODC Brasil Petróleo e Gás (CNODC) e CNOOC Petroleum Brasil que irá regular a coexistência dos contratos de cessão onerosa e de partilha de produção do excedente da Cessão Onerosa para o campo de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A Petrobras também informou que pediu à BR Distribuidora cooperação para implementar a oferta pública secundária para a venda de sua participação remanescente de 37,50% no capital social na companhia.

A despeito da alta de 0,69% nesta segunda-feira na cotação do minério de ferro negociado em Qingdao, na China, a US$ 220,77 a tonelada, as ações da Vale ON (-0,62%) e de empresas ligadas ao setor de commodities metálicas caem na Bolsa. Gerdau PN caía 1,30% e Usiminas PNA tinha recuo de 0,16%.

O tom positivo dos mercados de ações no exterior estimula o Ibovespa a ir em busca de um terceiro pregão consecutivo de valorização. Além disso, a alta do petróleo e o noticiário a favor da Petrobras impulsionam os papéis da empresa para cima. Em contrapartida, as ações ligadas ao setor de commodities metálicas cedem, devolvendo ganhos recentes, a despeito da elevação de 0,41%, a US$ 190,51 a tonelada, no porto chinês de Qingdao hoje. O investidor ainda adota alguma cautela já que na segunda-feira as bolsas americanas ficam fechadas por causa do feriado do Memorial Day.

Um dos amparos da busca por risco nos mercados vem da expectativa de um possível orçamento de US$ 6 trilhões para 2022, a ser proposto pelo presidente norte-americano, Joe Biden, o que levaria o país aos maiores níveis sustentados de gastos federais desde a Segunda Guerra Mundial.

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A despeito dessa expectativa, investidores mundo afora seguem atentos ao comportamento da inflação global, como reforça o comportamento de elevação dos títulos americanos, à medida que as economias dão sinais de retomada depois da crise mais aguda da covid-19 em algumas nações.

Na zona do euro, por exemplo, a confiança de empresários e de consumidores subiu em maio, alcançando os maiores níveis pré-pandemia pelo segundo mês consecutivo, além de ter superado as estimativas de analistas. Em contrapartida, o PIB da França do primeiro trimestre foi revisado de alta de 0,4% para recuo de 0,1%, reforçando que o processo de recuperação mundial ainda não é uniforme.

Nos Estados Unidos, nesta manhã, saiu o PCE de abril, medida de inflação usada como referência pelo Federal Reserve (Fed, o banco central do país), que subiu 0,6% ante março. Os gastos com consumo no país subiram 0,5% em abril ante março, ficando em linha com o esperado. Já a renda pessoal sofreu um tombo de 13,1% no mesmo período, mas ficou acima da projeção do mercado, de queda de 14%.

"Veio um pouco pior que o esperado, mas nada demais. Veio pior, mas melhor do que o temido", avalia o CEO da Ohmresearch, Roberto Attuch Jr., acrescentando que essa ideia afasta por ora o temor de uma inflação descontrolada e de antecipação da alta do juro nos EUA.

A despeito da indefinição do Ibovespa, o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, ainda acredita que o índice brasileiro pode seguir o tom positivo externo. Segundo ele, os dados de inflação dos EUA, de certa forma dentro do imaginado, dão certa tranquilidade. "Deixa o mercado livre para seguir seu rumo, seguir o cenário externo, olhando para o Orçamento de 2022. Os dados ainda não mostram uma grande explosão do quadro de inflação, e que o Fed está certo sobre a avaliação de uma ideia de inflação transitória", avalia.

No Brasil, a despeito das continuadas revisões para cima nas estimativas para o crescimento econômico, a inflação não dá trégua, o que pode esfriar um pouco o otimismo de determinados setores na Bolsa, já que tende a reforçar o debate sobre alta do juro básico.

Informado hoje, o Índice Geral de Preços (IGP-M) acelerou fortemente em maio, a 4,10%, de 1,51% em abril, conforme a Fundação Getulio Vargas (FGV), superando a mediana da pesquisa do Projeções Broadcast, de 4,00% (de 3,06% a 4,65%). No ano, o indicador alcançou 14,39% e avançou a 37,04% em 12 meses, de 32,02% até abril. Essa taxa é a maior do Plano Real, superando o acumulado de 32,97% de abril de 2003.

Na opinião do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito, a inflação tem características típicas de um choque de oferta e o IPA, que mede os preços no atacado, deixa isso claro. A alta do grupo este mês foi de 5,23% e acumula em 12 meses "estonteantes" 50,21%, cita em nota.

"Os Bancos Centrais de todo mundo enfrentam problemas similares nesta pandemia com a inflação e a maioria deles continua argumentando que estes são choques transitórios. Logo, não faria sentido subir fortemente a taxa de juros agora", avalia Perfeito. Para completar, o quadro hídrico no Brasil preocupa, o que pode gerar algum desconforto no mercado.

Além da valorização do petróleo no exterior, as ações da Petrobras podem se beneficiam da informação de que o JP Morgan elevou a recomendação dos papéis da empresa. Além disso, fica no radar o início do julgamento, no Supremo Tribunal Federal (STF), da legalidade da venda das refinarias.

Às 10h47, o Ibovespa subia 0,03%, aos 124.409,01 pontos, após máxima aos 124.530,60 pontos, e mínima aos 124.284 pontos. Petrobras subia 2,47% (PN) e 2,85% (ON) e Vale ON caía 1,05%, enquanto CSN ON cedia 2,29% às 10h49.

O Índice Bovespa confirmou as indicações do mercado futuro e iniciou a segunda-feira (8) registrando queda significativa. Pesam no mercado influências internas e externas. No mercado internacional, volta a ser fonte de preocupação a alta dos juros dos títulos americanos, em meio à expectativa de inflação e aumento de juros. Por aqui, pesa o olhar internacional sobre o descontrole no combate à Covid-19, com temores de que o Brasil se torne o "celeiro" mundial de novas variantes do coronavírus.

As ações de empresas aéreas operam em queda no pré-mercado das bolsas de Nova York, em linha com o sentimento de aversão ao risco que impera nos negócios nesta manhã.

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A desvalorização acontece apesar da aprovação, no último sábado, do pacote fiscal de US$ 1,9 trilhão pelo Senado dos Estados Unidos.

O projeto, que voltará à Câmara dos Representantes antes de ser submetido à sanção presidencial, prevê cerca de US$ 14 bilhões para as companhias do setor, por meio do programa de apoio ao emprego, pelo qual as empresas ficam impedidas de demitir funcionários caso recebam ajuda financeira.

Às 10h30, o Ibovespa tinha 113.000,68 pontos, em queda de 1,91%. Na análise por índices setoriais da B3, os piores desempenhos eram do Imobiliário, com perda de 2,93%, Iconsumo, que cedia 2,31% e o Ifinanceiro, com queda de 2,11%.

Em Nova York, o futuro do índice Dow Jones tinha alta de 0,20%, enquanto o do S&P500 recuava 0,18% e o do Nasdaq, 0,74%.

O Índice Bovespa abriu já em forte queda nesta terça-feira (2), com as principais blue chips do mercado registrando perdas de até 5%. Pesam no mercado de ações algumas das últimas medidas do governo, bem como declarações do ministro da Economia, Paulo Guedes.

As ações de bancos dão continuidade às perdas já registradas ontem, em reflexo do anúncio de aumento a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) dos bancos, como forma de compensação à desoneração do diesel e do gás de cozinha.

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De acordo com o Bradesco BBI, a elevação temporária da CSLL de 20% para 25%, para os bancos é claramente "negativa" para todo o setor. Os impactos já sentidos no mercado, porém, devem ser mais modestos, conforme breve comentário ao mercado.

O temor de ingerência política na Petrobras ganhou força hoje depois que Paulo Guedes sugeriu direcionar "aos pobres" os resultados da estatal.

Outro ponto de preocupação no mercado está relacionado ao avanço da covid-19 no País, com expectativa de adoção de lockdown em diversas localidades, inclusive em São Paulo.

Às 10h35, o Ibovespa tinha 107.319,15 pontos, na mínima do dia, em baixa de 2,73%. Petrobras ON e PN recuavam 5,55% e 5,36%, nesta ordem.

O Ifinanceiro, índice que congrega 20 ações do segmento de bancos, previdência e seguros, tinha perda de 2,84%.

A indicação de pausa nos mercados internacionais, que parecem já estar em contagem regressiva para o fim do ano, inibe o Ibovespa de voltar a testar os 119 mil pontos hoje e talvez ir em busca dos 120 mil pontos. Apesar da nova alta forte do minério de ferro (3,72%) na China, a guerra comercial entre Washington e Pequim recrudesce e fica no radar, ajudando a limitar um quarto dia seguido de valorização na B3.

O movimento ocorre a despeito do continuado otimismo de mais liquidez no mercado via um novo pacote nos EUA, expectativa de acordo pós-Brexit e com vacinas. Para hoje, espera-se liberação emergencial o imunizante contra covid-19 da Moderna pelo FDA.

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"Os ajustes externos e o aumento de ruídos políticos locais devem estimular uma postura mais cautelosa, com a percepção renovada de que um bom caminho fiscal ainda não está claro", avalia em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada. Além disso, o vencimento de opções sobre ações também gera instabilidade nos negócios.

Na pauta do Congresso, está prevista a votação da medida provisória (MP) que estende o auxílio emergencial até 31 de dezembro e que, ao texto, será incluído o 13º aos beneficiários do Bolsa Família, o que fora duramente cobrado ontem pelo presidente Jair Bolsonaro. O temor de analistas é de que a extensão do benefício vá além deste mês, reforçando ainda mais preocupações com as contas públicas.

"A declaração do presidente Bolsonaro foi muito enfática. Pautar essa MP significa ter uma nova pauta bomba no radar, não só pela votação do décimo terceiro em si, mas existe toda uma discussão de estender o auxilio", diz Mauro Orefice, diretor executivo da BS2.

Em contrapartida, o sócio da Tendências ressalta que a expectativa de que será alcançado um acordo bipartidário para ampliar os estímulos fiscais nos EUA e o avanço do processo de vacinação em regiões importantes fornecem suporte ao apetite ao risco. Ontem, os índices em Nova York renovaram máximas por conta desses fatores, ainda que o número de casos de covid-19 esteja em elevação em várias partes do globo.

As ações da Eletrobras estão no radar, diante das perspectivas de capitalização da empresa, bem como os papéis da Usiminas. A siderúrgica retomará a produção do alto-forno 2 da usina de Ipatinga (MG).

Ao falar sobre a expectativa de capitalização da Eletrobras em 2021, o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, disse que não há risco de faltar energia no País devido à situação dos reservatórios. As ações da Usiminas subiam 1,82%, enquanto as da Eletrobras cediam

Às 10h59, o Ibovespa subia 0,05%, após mínima aos 118.304,95 pontos e máxima aos 118.864,80 pontos. As bolsas europeias e os índices futuros de Nova York tinham sinais mistos, com a maioria perto da estabilidade.

Dados reforçando consistência da recuperação da economia chinesa após o auge da crise de Covid-19 acalmam investidores, abrindo espaço para valorização da Bolsa brasileira. Ao mesmo tempo o otimismo com a imunização contra a Covid-19 em algumas partes do globo permite alta na maioria dos ativos acionários externos, sobretudo no pré-mercado de Nova York.

Hoje, a FDA confirmou que a vacina experimental para a Covid-19 desenvolvida pela Moderna é 94,1% eficaz, conforme resultados revisados da fase 3 dos testes clínicos. A expectativa é que a autorização aconteça nesta sexta-feira. sinal de alta ainda é sustentado pelo desempenho do índice de atividade industrial Empire State do Fed de Nova York, que caiu a 4,9 em dezembro, ante previsão de 5,4.

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Na China, a produção industrial subiu 7% em novembro, após 6,9% em outubro, e acima da expectativa de analistas de alta de 6,8%. As vendas no varejo cresceram 5% no mês passado, depois de 4,3%, ante estimativa de 5,5%. Já as vendas de moradias na China tiveram expansão de 9,5% entre janeiro e novembro ante igual período do ano passado, acelerando ante o dado anterior de 8,2%. O minério de ferro negociado no porto chinês de Qingdao, por sua vez, encerrou em elevação de 0,45%, a US$ 155,07 a tonelada.

Essas valorizações ajudam a garantir alta principalmente das ações de empresas ligadas a commodities metálicas, que ontem passaram por realização de lucros.

Às 10h38, o Ibovespa subia 0,63%, aos 115.335,30 pontos, após máxima aos 115.405,49 pontos, enquanto o dólar à vista caía 0,58%, a R$ 5,0930. CSN ON (7,20%) liderara a lista de maiores ganhos do Ibovespa, seguida por Usiminas PNA (7,14%), após dados robustos da China. Vale ON subia 1,62%. Do setor financeiro, destaque para Unit de BTG (2,34%).

Outro reforço de ganho vem do petróleo, que sobe em torno de 0,80% no exterior, após a AIE reduzir em 170 mil barris por dia (bpd) sua previsão para o crescimento da demanda global pela commodity em 2021. Petrobrás ON (0,68%) e 0,76% (PN) subia.

Na avaliação de Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada, "os dados sólidos da China contribuem com a melhora de humor, mas o risco da adoção de medidas mais duras para o combate da nova onda de Covid-19 e a demora para o avanço do pacote de estímulo fiscal nos EUA preocupam."

Diante desse quadro, a possibilidade de retorno do Ibovespa para o campo positivo hoje pode ser limitada. Ontem fechou em queda de 0,45% (114.740,10 pontos). O recrudescimento das preocupações fiscais no Brasil e temores relacionados a um novo pacote de estímulos aos EUA e ante o Brexit são alguns dos eventuais incômodos citados por analistas. O espalhamento dos casos da pandemia de coronavírus no mundo também estende a preocupação nos mercados, à medida que novas medidas de isolamento social têm sido adotadas.

Nos EUA, a presidente da Câmara dos Representantes do país, Nancy Pelosi, afirmou que o Congresso norte-americano precisa fechar um acordo e aprovar ainda esta semana o projeto do pacote de estímulos fiscais que combate a crise do novo coronavírus nos Estados Unidos.

Com a situação da pandemia do novo coronavírus ainda longe de um equacionamento também no Brasil, crescem as demandas por medidas de suporte no início do próximo ano. Ou seja, conforme o economista, "o alívio externo deve ser parcialmente contido pela continuidade das preocupações fiscais e políticas."

O governo brasileiro estuda antecipar o 13º de aposentados e do abono salarial caso a Covid-19 ganhe força. As medidas, conforme Campos Neto, não afetam o teto de gastos, mas aumentam a necessidade de financiamento no curto prazo. "O fiscal e auxílio preocupam. Então, o ganho pode ser limitado", reforça um operador.

Já o presidente Jair Bolsonaro deve assinar hoje a Medida Provisória com o aval à liberação de R$ 20 bilhões para a compra de vacinas contra a Covid-19. Ao mesmo tempo, afirmou que a imunização não será obrigatória e que quem optar pela vacina, assinará um termo de responsabilidade.

Em tempo: a ata do Copom, informada hoje, após a manutenção da Selic em 2,00%, trouxe poucas novidades em relação ao comunicado, avalia a equipe econômica do BTG Pactual. "O comitê afirmou que as condições para a manutenção atual do forward guidance seguem satisfeitas. Contudo a convergência das expectativas e projeções de inflação para a meta podem comprometer a cláusula do forward guidance em breve", cita a nota do BTG.

A chegada da vacina à população dos Estados Unidos e a continuidade de imunização em outras partes do globo dão otimismo aos investidores. A alta nas bolsas europeias, nos índices futuros de Nova York e do petróleo no exterior ocorre apesar do aumento de casos de Covid-19 no mundo, que já leva a adoção de medidas sociais mais restritivas, caso da Alemanha, o que pode atrapalhar a dinâmica da retomada da economia mundial.

O governo americano iniciou ontem o esforço de distribuição das doses da vacina desenvolvida pela Pfizer e pelo laboratório BioNTech. Até quarta-feira (16), 2,9 milhões de doses devem chegar a cerca de 600 locais de aplicação da vacina. Enquanto isso, o investidor fica à espera do pacote de estímulos fiscais para atenuar os impactos da pandemia na economia. Já Cingapura aprovou o uso da vacina dos mesmos fabricantes dos EUA. A autoridade disse esperar vacinas para toda a população no terceiro trimestre de 2021.

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A despeito do ânimo internacional, investidores já colocam o pé no freio, se preparando para as folgas de Natal e da virada do ano. Isso pode ser impedimento de mais ganhos robustos na B3 nessa reta final. Na sexta-feira, o Ibovespa fechou estável, aos 115.128 pontos, voltando ao nível de fevereiro, reduzindo as perdas do ano a 0,45%. Mais cedo, zerou a queda anual, mas logo voltou a ficar no negativo.

Depois de tocar a máxima aos 115.740,10 pontos, o Ibovespa reduziu a velocidade de alta. Às 10h34, subia 0,29%, 115.456,70 pontos, mas voltando a acumular queda no ano de 0,15%, no horário citado.

Já o dólar diminuiu o ritmo de queda, movimento também acompanhado pelas taxas de juros. A moeda cedia 0,32%, a R$ 5,0299, após mínima a R$ 5,0109.

A despeito da comemoração com o avanço das vacinas à população mundial, a segunda onda do novo coronavírus, à medida que tende a colocar em dúvida a retomada da economia global. Além disso, há dúvidas sobre quando o Brasil começará a imunizar a população brasileira.

Nesta manhã, o vice-presidente Hamilton Mourão reiterou que tomará qualquer vacina contra a covid-19 que seja certificada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Mourão é um dos poucos membros do alto escalão do governo que ainda não contraiu a doença.

Ao contrário do presidente Jair Bolsonaro, Mourão é um entusiasta do imunizante. O Ministério da Saúde, por sua vez, nega repetidamente a acusação de negligência e garante que o abastecimento dos medicamentos para doenças raras está "regular".

Além disso, as ações de empresas ligadas a commodities metálicas passam por realização de lucros, após ganhos recentes, pesando sobre o Ibovespa. O minério de ferro fechou em queda de 3,60%, a US$ 154,37 a tonelada, no porto chinês de Qingdao, na China, depois de dez altas consecutivas.

Na lista das principais quedas do índice estavam justamente esses papéis: CSN ON (-2,65%), Vale ON (-0,88%), Usiminas PNA (-0,66%) e Gerdau Met. PN (-0,19%). Tinha ainda Bradespar (-0,84%), acionista da Vale. Já CVC ON subia 2,66%, diante da notícia de vacinação contra a covid-19 no Hemisfério Norte.

Conforme o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, se houver fluxo, o índice pode buscar os inéditos 120 mil pontos nos próximos dias. "O problema é que por causa do fim do ano os mercados vão parando", diz em análise enviada a clientes e à imprensa.

Além disso, requer bastante atenção a agenda semanal, que está repleta de indicadores de atividade, decisões de política monetária norte-americana, na Inglaterra e no Japão, entrevista de autoridades como o presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos). No Brasil, serão informados a ata do Comitê de Política Monetária (Copom), amanhã, e o Relatório Trimestral de Inflação (RTI), na quinta-feira, que serão avaliados com afinco depois do entendimento do mercado de que o processo de retomada da Selic está próximo.

Há pouco, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br) subiu 0,86% pela sexta vez seguida em outubro ante setembro, mas ficou aquém da mediana de alta de 1,10% das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast (de 0,40% a 2,0%). Ante outubro de 2019, cedeu 2,61%, caindo mais que mediana de -2,0% das projeções (-3,70% a alta de 0,30%).

O BTG Pactual ressalta, em nota, que a incorporação da revisão dos últimos números do Produto Interno Bruto (PIB) levou uma base maior de comparação, o que resultou em dados mais tímidos. O banco ainda afirma que a recuperação econômica permanece heterogênea entre os setores, com destaque para serviços que ainda recua -7,4% na comparação anual, enquanto varejo avança 8,3% e a indústria 0,3%.

Apesar de esperar continuidade de recuperação econômica, o BTG pondera que, para os próximos meses ainda há muita incerteza, principalmente pela cautela dos consumidores, pelo cenário desafiador no mercado de trabalho e proximidade do fim do auxílio emergencial.

Do lado positivo, o Congresso marcou para quarta-feira a votação da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2021 e de dois projetos, que abrem um crédito adicional no Orçamento deste ano, totalizando R$ 141,4 milhões em autorizações para o governo do presidente Jair Bolsonaro.

Alerta envolvendo bancos europeus e temores de uma nova onda pelo novo coronavírus no Velho Continente e ainda com aumento de casos pela doença nos Estados Unidos dão o tom negativo nos mercados externos nesta segunda-feira (21). A aversão a risco internacional contamina o Ibovespa, que perdeu os 98 mil pontos (98.289,71 pontos) do fechamento de sexta-feira, quando havia caído 1,81%.

A queda praticamente é geral na B3, especialmente no setor financeiro, um dos principais pesos na composição do índice à vista, reforçando sua dificuldade em engatar retomada. Às 10h49, apenas CSN ON (2,87%) e Unit de Sulamérica (1,10%) subiam. O Ibovespa, por sua vez, cedia 1,69%, aos 96.627,31 pontos. O investidor parece ter aprovado a notícia de que a CSN anunciou atualização de negócios de mineração e autorizou IPO da unidade.

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Ações de empresas ligadas ao segmento de commodities são outros fortes prejudicados. O petróleo cai na faixa de 3% no exterior, após a Líbia informar que poderá logo restaurar parte de sua oferta de petróleo, o que já empurra as cotações para o campo negativo. As ações da Petrobras caem em torno de 2%. Além disso, o recuo no porto chinês de Qindgao, do minério, de 4,07%, a US$ 119.82 a tonelada, afeta as ações da Vale ON (-1,88%).

Com este cenário, o Ibovespa não sustentou os 98 mil pontos, correndo o risco de acelerar a busca pelos 94 mil pontos, ou até ceder para um nível mais baixo, avalia o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira. O motivo, cita, a "contaminação por covid-19 em algumas regiões globo e ainda a denúncia de recursos ilícitos por instituições financeiras no exterior."

Os mercados repercutem relatos de que os britânicos HSBC e Standard Chartered movimentaram amplas somas de fundos ilícitos (de mais de US$ 2 trilhões) por quase duas décadas. Alegações contra os bancos na Europa também envolveriam Deutsche Bank e bancos dos EUA. Ainda, novos casos de covid-19 na Europa e aumento nas ocorrências nos Estados Unidos reforçam dúvidas quanto ao ritmo de crescimento da economia mundial, pressionando os ativos considerados de maior risco.

Nem mesmo a suspensão da proibição dos aplicativos chineses TikTok e WeChat em lojas de aplicativos nos EUA, prevista para ontem, alivia. A disputa eleitoral norte-americana também pesa. Pesquisa realizada pelo Wall Street Journal e NBC News mostra que cerca de 51% dos eleitores registrados nos Estados Unidos votariam no ex-vice-presidente e candidato democrata à Presidência, Joe Biden, se a eleição fosse hoje, ante 43% que apoiariam o presidente Donald Trump.

"Isso gera nervosismo, preocupação. Além do mais, essa questão dos bancos é mais um incômodo num mês que já estava sendo difícil", descreve o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

No horário citado acima, o Dow Jones caía 2,14%; Nasdaq, 1,21%; e o S&P 500, 1,78%. Na Europa, a queda máxima era do índice da Bolsa da Alemanha, de 3,25%, a mesma variação vista na de Paris.

Em tempo: além das críticas pela atuação no combate às queimadas na Amazônia, o governo federal também recebeu avaliações negativas após rápida visita do secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, a Roraima na sexta-feira (18), especialmente do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ). O presidente Jair Bolsonaro, contudo, foi a favor da visita. Isso fica no radar, à medida que sugere ruídos na relação entre Bolsonaro e Maia, podendo atrapalhar a agenda de reformas.

Ibovespa opera em margem estreita nesta quinta-feira (10). "Ainda está indefinido. Tem muita coisa para acontecer aqui e lá fora", descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira. Segundo ele, está difícil o índice parar de patinar nessa marca em torno de 101 mil pontos. "A preocupação com a inflação e o fiscal domésticos continua e um exterior um pouco mais tumultuado sobretudo o euro", diz.

Hoje, o BCE manteve suas taxas de juros e ainda a política de estímulos, indicando de forma mais enfática que poderá mexer nos instrumentos de política monetária.

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Às 11h14, o Ibovespa subia 0,25%, aos 101.536,48 pontos. A queda do petróleo empurra as ações da Petrobras para baixo (em torno de 1%), influenciado o Ibovespa. Os papéis têm peso de quase 10% no índice. Dentre as maiores altas, Gol PN (5,7%) e Azul PN (4,08%), em meio a sinais de retomada da atividade econômica. Hoje, a Gol informou que em setembro haverá aumento de 300 voos/dias, 40% sobre o mesmo mês de 2019.

As ações do Pão de Açúcar disparam (quase 15%), liderando a lista de maiores ganhos do Ibovespa, após anúncio feito pelo GPA, controlador do Pão de Açúcar, de um estudo para a separação da rede de atacarejo Assaí e a preparação da companhia para listagem na B3 e Nyse. Segundo o grupo, a cisão será precedida da transferência da participação hoje detida pela Assaí na Almacenes Éxito para o GPA.

No exterior, as bolsas europeias têm sinais mistos, mas as que estavam em queda reduziram o ritmo, enquanto as bolsas em Nova York avançam, após as palavras da presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde.

Ela minimizou nesta quinta-feira os recentes ganhos da moeda comum do bloco ante o dólar. "A apreciação do euro contribuirá para pressões moderadas nos preços. Temos que monitorar o câmbio porque pode ter efeito sobre inflação", afirmou, durante coletiva de imprensa após a decisão de política monetária da autoridade, que manteve as taxas básicas de juros, mas reiterou a disposição de ajustar instrumentos.

O BCE mostrou-se nesta quinta-feira um pouco mais otimista em relação à recuperação da economia da zona do euro, após o choque da pandemia do novo coronavírus. Para este ano, o BCE prevê agora queda de 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do bloco. A estimativa anterior era de contração de 8,7%.

Já nos EUA, os pedidos de auxílio-desemprego ficaram estáveis na semana passada, em 884 mil, enquanto a previsão era de queda a 850 mil. De todo modo, observa Bruno Musa, sócio da Acqua Investimentos, trata-se da segunda semana em que o indicador ficou inferior a 1 milhão. No entanto, ainda segue o impasse nas negociações em relação a um novo pacote de ajuda à economia norte-americana, bem como o Fundo de Recuperação de 750 bilhões de euros para a Europa ainda precisa da chancela do Parlamento Europeu e dos Estados-membro para entrar em vigor.

Já no Brasil, as vendas varejistas voltaram a subir em julho, ainda que em menor magnitude. "É natural um crescimento menor depois da alta mais expressiva antes, refletindo o início da reabertura da economia", avalia Bruno Musa. Ontem, o Ibovespa subiu 1,24%, aos 101.292,05 pontos, acompanhando recuperação em Nova York.

As vendas do comércio varejista subiram 5,2% em julho ante junho, ficando acima da mediana de 0,90% das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast (-2,90% a uma alta de 22,40%). Já as vendas ampliadas cresceram 7,2%, também superando a mediana de 5,3% das previsões (0,60% e 31,50%). Em junho, os resultados foram de 8,5% e de 11,1%, respectivamente.

A questão à frente, ressalta o sócio da Acqua Investimentos, é saber como o mercado reagirá assim que terminarem os efeitos dos benefícios implementados para limitar os efeitos negativos na economia, como o auxílio emergencial.

O investidor ainda acompanha a notícia de uma operação deflagrada na manhã desta quinta-feira (10) pela Polícia Federal, em mais uma etapa da Lava Jato, tem entre os alvos das buscas a sede da Petrobras na capital fluminense.

Além disso, fica no radar a informação de que a Petrobras anunciou hoje o início da oferta de recompra de títulos globais, por meio da sua subsidiária integral Petrobras Global Finance B.V. (PGF), limitada ao montante total de US$ 4 bilhões. "Essa questão da operação da PF pode nem ter impacto, pois sabemos do rombo bilionário na estatal no passado, o que já foi suprido pelo mercado", avalia Bruno Musa.

Retomada das bolsas internacionais e do petróleo permite uma quarta-feira de recuperação do Ibovespa. Esse movimento no exterior acontece mesmo sem uma razão positiva aparente e após a AstraZeneca informar que dará uma pausa em estudos de vacina contra a Covid-19.

Ontem, o Ibovespa fechou em baixa de 1,18%, aos 100.050,43 pontos, seguindo as bolsas americanas, que tivera o terceiro pregão de queda, mas hoje sugerem reação. Às 10h39, subia 0,83%, aos 100.876,02 pontos.

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Para o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira, seria importante o índice a não perder os suportes dos 100 mil pontos e dos 98 mil pontos para não acelerar uma pressão vendedora.

Com a agenda de indicadores sem força para direcionar os negócios, o noticiário corporativo pode assumir esse papel nesta quarta-feira, especialmente após a Oi aprovar a mudança no plano de recuperação judicial, abrindo espaço para a venda de ativos, o que tende a pressionar para cima as ações do setor na B3. TIM ON subia 2,74% e Vivo PN, 2,17%, às 10h41.

Além disso, os papéis do setor de consumo ficarão no radar, em meio ao encarecimento dos alimentos, por causa do dólar alto, o que leva o presidente Jair Bolsonaro a se reunir com o setor supermercadista hoje à tarde para tentar encontrar uma solução para o aumento.

O governo ainda quer zerar as tarifas de importação de alguns itens da cesta básica para facilitar a entrada dos produtos estrangeiros. ViaVarejo ON subia 0,99%, Lojas Americanas PN, 0,48%, Magazine Luiza ON 2,57%, e Lojas Renner ON , 0,43%. Pão de Açúcar ON subia 0,83%.

No Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de agosto, o grupo Alimentação saltou a 0,78%, depois de subir 0,01% em julho. A aceleração tende a reforçar preocupação com o encarecimento desses itens no momento em que o dólar parece não dar trégua - só em 2020 acumula valorização de quase 33%. Esse movimento pode ser um vetor de pressão em ações de consumo na B3.

O IPCA, por sua vez, desacelerou a 0,24%, depois de subir 0,36% no sétimo mês do ano, acumulando 2,44% em 12 meses. O resultado ficou perto da mediana de 0,25% das estimativas na pesquisa Projeções Broadcast (0,16% a 0,36%).

Às 9h13, o Ibovespa futuro subia 0,95%, aos 101.070 pontos.

No noticiário corporativo, destaque para a AstraZeneca, que ontem à noite anunciou a suspensão da fase três de testes de sua possível vacina contra a covid-19, após um voluntário no Reino Unido apresentar uma reação adversa grave. Em Londres, a ação da empresa farmacêutica anglo-sueca caem mais de 1,5%, mas as bolsas europeias sobem em torno de 1,00%.

"Existe certa frustração com a suspensão dos testes da vacina conduzidos pelo laboratório AstraZeneca, o que reduz a expectativa de conclusão do processo em breve. No Brasil, a tênue melhora externa e a possibilidade da divulgação de medidas de ajuste fiscal no âmbito da PEC do pacto federativo devem ajudar", avalia em nota o economista Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria Integrada.

O senador Marcio Bittar (MDB-AC) deve apresentar hoje o relatório das ações de corte de despesas previstas na Proposta de Emenda Constitucional do pacto federativo. As medidas abrem um espaço de R$ 25 bilhões a R$ 30 bilhões no Orçamento.

O petróleo também avança na faixa de 1,00% no mercado internacional, o que pode ser fonte de alívio para as ações da Petrobrás (sobe na faixa de 1%), enquanto a queda de 2,00% do minério de ferro no porto chinês de Qindgao limita ganhos dos papéis da Vale (0,67%).

As ações da petrolífera ainda tendem a reagir à notícia de a estatal iniciou a fase vinculante da venda de uma fatia entre 50% e 100% de sua participação na concessão BM-S-51, na Bacia de Santos, além do anúncio de recuo nos preços dos combustíveis nas refinarias ontem.

Sinais de que os EUA chegarão a um acordo sobre um novo plano de estímulo à economia animam o investidor local e permite recuperação na B3 após a queda da véspera. Esse é o sentimento que já reflete nas bolsas europeias e americanas. A promessa feita nesta quarta-feira (5) pelo presidente norte-americano, Donald Trump, de corte de impostos em folha de pagamento no país também reforça o bom humor, o que pode equilibrar uma eventual avaliação negativa do dado de emprego informado nesta manhã. Porém, a falta de definição sobre qual imposto será criado pelo governo brasileiro, bem como a possibilidade de extensão do auxílio-emergencial até o fim do ano e de prorrogação do estado de calamidade pública até 2021 continuam gerando ruídos. Às 10h56, o Ibovespa subia 2,23%, aos 103.469,56 pontos.

Indícios de retomada da demanda, pelo menos do petróleo, levam investidores às compras na B3, o que pode ser reforçado principalmente no desempenho das ações da Petrobras. Os papéis lideram o ranking das maiores elevações do Ibovespa, fazendo-o a subir acima dos 103 mil pontos. No horário citado acima, Petrobras PN subia 6,47% e ON, 6,54%. Vale ON também ajudava, em elevação de 2,73%.

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Enquanto isso, o investidor acompanha as palavras do ministro Paulo Guedes (Economia), na comissão mista da reforma tributária no Congresso. Há pouco, disse que não é ele quem tem de dizer quanto Estados e municípios têm de cobrar de tributos. Segundo ele, quem tem essa capacidade é o Legislativo. Guedes ainda falou que o Ministério apoia totalmente versão mais ampla de IVA, acoplado com os Estaduais. Segundo o ministro, o governo não vai aumentar impostos; não irá elevar a carga tributária.

De acordo com o ministro, o governo avalia a reformulação do auxílio emergencial de R$ 600 pagos mensalmente a trabalhadores desempregados e informais, além de beneficiários do Bolsa Família, durante a pandemia de covid-19. Já o presidente Jair Bolsonaro disse que não dá pra continuar ajuda muito porque custa R$ 50 bi ao mês.

Mesmo que o tema de criação de tributos gere desconfiança, a analista Sandra Peres, da Trademap, pondera que o fato de a reforma tributária estar avançando e estar endereçada para ocorrer este ano, é um bom sinal. "O que pode ocorrer é que as outras administrativa, por exemplo fiquem para depois, por causa da eleição municipal", estima.

De todo modo, o exterior, observa, é que dita o rumo dos negócios, pelo menos por hora. "Tem a expectativa de que o novo pacote dos EUA seja definido nos próximos dias, saíram dados bons na Europa e na China e as commodities minério e petróleo sobem. E isso é ótimo para as ações da Vale e da Petrobras, e também para a Bolsa. A recuperação da economia chinesa acaba sendo bom para todos", avalia.

Na avaliação de Sandra, a geração de emprego menor que a esperada no setor privado dos EUA (criou 167 mil postos ante previsão de 1 milhão) pode trazer algum incômodo, já que é um indicador bastante utilizado para as projeções do payroll, que é o relatório oficial do mercado de trabalho dos EUA, a ser informado na sexta-feira.

Entretanto, o estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, pondera que o resultado aquém do esperado pode ser mais um fator a estimular o debate de urgência de aprovação do pacote de ajuda aos EUA. "O ruim pode ser até bom. Pode ser que democratas e republicanos corram para acelerar o pacote", afirma.

Além disso, o estrategista afirma que o bom humor no mercado doméstico ainda reflete a expectativa de novo corte de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic, para 2,00%, hoje no início da noite pelo Comitê de Política Monetária (Copom). "Há boas expectativas com o Copom. Com certeza, cortará 0,25 ponto mas o mercado está esperando mesmo se o Banco Central deixará a porta aberta por redução de mais 0,25", diz.

O plano de ajuda dos EUA é considerado extremamente importante, no momento em que o país ainda registra novos casos de coronavírus. O próprio presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA podem ter uma segunda onda da covid-19, mas que uma vacina chegará antes do fim do ano porque ele "facilitou" o processo.

No corporativo, a Embraer informou prejuízo líquido de R$ 1,68 bilhão no segundo trimestre, após lucro em igual período do ano passado, e a Klabin, perda de R$ 383 milhões. Após reagir em baixa, as ações da fabricante de aeronaves subiam 0,94%, às 11h04, enquanto as da Klabin avançavam 3,02%, com investidores avaliando as palavras de seus respectivos executivos sobre os balanços.

"O ano de 2021 vai ser um ano difícil pela questão do mercado, não é uma característica da Embraer. Todo mundo está passando por diferimento de entrega. Esse diferimento começa a voltar depois de 2022 e 2023", disse o diretor financeiro da Embraer, Antonio Carlos Garcia, durante teleconferência com jornalistas.

Vale lembrar que na terça o Ibovespa fechou em baixa de 1,57%, aos 101.215,87 pontos.

Perspectivas de um cenário melhor ao redor do até ampararam alta do Ibovespa na abertura do pregão neste primeiro dia útil de agosto, após terminar julho com a quarta alta mensal seguida. Indicadores melhores do que o esperado na Europa sustentam ganhos das bolsas na região, enquanto nos EUA a valorização é em menor intensidade. Investidores seguem na expectativa de aprovação de um novo pacote de estímulos à economia e monitorando o avanço de casos de Covid-19 no país, além da guerra comercial sino-americana.

Às 11h08, o Ibovespa subia 0,13%, aos 103.043,87 pontos, mas o sinal não é firme: já atingiu mínima aos 102.304,26 pontos e máxima aos 103.698,58 pontos.

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A avaliação de operadores é de que o principal índice à vista já estaria muito "esticado", já teria avançando consideravelmente terminou julho com alta de 8,27% e que, agora, estaria dando uma pausa, embora o sentimento seja positivo. "Está meio de lado, tem mais investimento de giro do que de investimento em si. A economia está estagnada, apesar de alguns dados melhores", avaliam as fontes.

A visão é de que falta notícia nova no âmbito doméstico que ajude a impulsionar o Ibovespa. "Caiu, avançou com a apresentação da proposta da reforma tributária. Agora, quer algo novo. Está difícil firmar nos 105 mil pontos na sexta, a máxima foi a 105.462,13 pontos). Porém, a tendência continua positiva", afirmam os operadores.

Commodities como o minério de ferro ajudam o Ibovespa hoje, como mostram ganhos das ações de mineradoras (Vale ON: 2,65%) e siderúrgicas (CSN ON: 3,10%), após dados indicando recuperação da China. O minério negociado no porto chinês de Qingdao fechou com ganhos de 4,93% hoje, a US$ 116,03 a tonelada. Apesar da elevação do petróleo no exterior, os papéis da Petrobras cediam acima de 1%. Hoje a estatal informou que

Na China, o índice de preços de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial do país subiu a 52,8 em julho (de 51,2 em junho), segundo dados preliminares divulgados pela IHS Markit em parceria com a Caixin Media. É o segundo avanço consecutivo e o crescimento mais alto desde janeiro de 2011. Na Alemanha, o indicador avançou a 51 no mês passado, ante previsão de 50, e, na zona do euro foi a 51,8 em julho, ante projeção de 51,1. Nos EUA, o índice de atividade industrial subiu a 54,2 em julho, ante previsão de 53,8.

A expectativa, diz Thomás Gibertoni, especialista de investimentos Portofino, é que a Bolsa comece agosto com sensação de otimismo, depois da correção na sexta-feira, quando caiu 2,00% (102.912,14 pontos), com o investidor colocando lucros no bolso. "Não tinha nada que justificasse a queda a não ser uma realização. Tem a volta dos mercados que caíram muito exceto Nova York, que fechou em alta na sexta. E os PMIs reforçam o sentimento de que o pior da crise ficou para trás", afirma.

A semana, lembra Gibertoni, está repleta de indicadores de peso e com possibilidade de direcionar os mercados. "Mas o grande dia será na sexta, quando será informado o payroll relatório de emprego dos EUA. O mercado espera a criação de 1,6 milhão de vagas", diz, acrescentando que no Brasil os destaques são o IPCA de julho e a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom).

A Portofino espera redução de 0,25 ponto porcentual na Selic, com a taxa indo a 2,00%, com o corte podendo parar por aí, após a interpretação da instituição de recentes comunicados do Banco Central (BC). "Não vemos continuidade da queda, mas obviamente que isso ficou em aberto na última reunião, apesar de a inflação ter ficado relativamente mais baixa do que a esperada", argumenta Gibertoni.

A despeito do impasse no governo em relação à criação de um novo imposto nos moldes da extinta CPMF, o especialista da Portofino acredita que isso não deve atrapalhar a evolução da Bolsa brasileira, cujo índice pode avançar entre 108 mil e 110 mil pontos este ano. "O Congresso está com muita boa vontade de aprovar essa reforma e é isso que importa para o mercado", diz. Já a XP Investimentos elevou sua projeção para o Ibovespa no fim do ano para 115 mil pontos, ante 112 mil previstos anteriormente.

Segundo ele, o debate da proposta de reforma tributária por si só já gera debates controversos. No entanto, é um assunto que deve ser tratado o quanto antes, pois o Brasil está muito atrás de outras nações nessa questão, afirma. "Agora, pode parecer ruim, mas é algo que no futuro será cada vez mais usado pelas economias. Temos um custo-Brasil muito elevado", diz.

Na seara corporativa, os investidores esperam o balanço do segundo trimestre do Itaú Unibanco, a ser informado após o fechamento do pregão da B3, e avaliam a notícia de que o presidente Jair Bolsonaro disse que o novo presidente do Banco do Brasil deverá ser mesmo o ex-presidente do HSBC Brasil André Brandão e, para bater o martelo na decisão, vai conversar hoje com o ministro da Economia, Paulo Guedes. As ações do BB ON subiam 2,17%, enquanto as do Itaú PN cediam 0,60%.

A cautela nos mercados por causa da tensão diplomática entre EUA e China pesa no Ibovespa, que já iniciou o pregão aquém dos 102 mil pontos (102.293,31 pontos no fechamento da véspera), e voltando a operar na faixa dos 100 mil pontos. Às 10h55, cedia 1,30%, aos 100.983,41 pontos, acentuando as perdas da semana a 1,85%.

"Não deveria perder os 100 mil pontos, sob pena de acelerar as quedas nas próximas sessões", alerta o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

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Apesar de o clima desfavorável instaurado entre as duas políticas envolver assuntos diplomáticos, Ilan Arbetman, analista do Research da Ativa Investimentos, observa que a preocupação vai além desse problema.

"Envolve muito mais fatores, e pode continuar tensão dadas as diferenças pesquisas eleitorais entre Donald Trump que tenta reeleição e Biden democrata Joe Biden", observa.

Conforme o analista, mesmo sendo otimista, o mercado local acaba sofrendo, já que tem operado colado ao exterior. "Difícil não sentir, para o bem e para o mal", diz.

A despeito da taxa menor do IPCA-15 em julho, em relação ao piso das expectativas de mercado na pesquisa do Projeções Broadcast, e do aumento da confiança do consumidor este mês, conforme a FGV, os dados só reforçam a fraqueza da economia. "Falta muito para que o País volte ao período pré-crise coronavírus", afirma, completando que, embora os PMIs europeus tenham vindo com resultados bons, a recuperação na Europa ainda está aquém da vista na China e EUA.

O índice da confiança do consumidor da Fundação Getulio Vargas (FGV) subiu 7,7 pontos em julho ante junho, a 78,8 pontos, mas ainda está 9 pontos abaixo do dado de fevereiro. Já o IPCA-5, do IBGE, avançou a 0,30% este mês, ante 0,02% em junho, ficando abaixo do piso das expectativas na pesquisa do Projeções Broadcast (0,35% a 0,58%, mediana de 0,51%).

"O IPCA-15 ficou abaixo, e em 12 meses 2,13% está bem distante do limite inferior da meta. Provavelmente, caminhamos para um corte residual 0,25 ponto na taxa Selic este mês", afirma Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, acrescentando ainda os bons resultados de PMIs na Europa como outros fatores positivos, mostrando que o Velho Continente está em recuperação após o choque da pandemia de coronavírus, ainda que as bolsas por lá estejam caindo, também poderiam servir de contraponto às tensões EUA-China.

A situação desfavorável entre as duas potências mundiais é agravada no momento em que o número de casos de pessoas infectadas pelo novo coronavírus está crescendo em algumas partes do globo, especialmente nos EUA. Esse avanço traz dúvidas sobre uma segunda onda de covid-19, o que retardaria a retomada da economia no mundo. "Nesses PMIs europeus, serviços vieram bons, que são os mais afetados pandemia. Porém, as tensões entre EUA e China pesam, e a tendência é que o presidente Donald Trump EUA continue agindo a fim de recuperar terreno já que as pesquisas eleitorais estão mostrando sua queda", avalia.

Além de ordenar o fechamento do consulado no Texas esta semana, ontem Trump Trump minimizou a importância do pacto comercial selado entre os dois países no dia 15 de janeiro deste ano. Já Pompeo disse que a China está cada vez mais autoritária e agressiva e que Trump havia decidido dar "um basta". Pompeo também pediu mudanças nas práticas do Partido Comunista da China e acusou o presidente do país, Xi Jinping, de acreditar em uma "ideologia totalitária falida".

Novos reforços de retomada da economia brasileira amparam alta do Ibovespa nesta quarta-feira (8), apesar das preocupações com o avanço da pandemia de coronavírus no Brasil e nos EUA. A valorização pode ser equilibrada com a cautela em relação a imagem do País no exterior, à medida que o presidente Jair Bolsonaro, contraiu Covid-19, continuar minimizando a doença.

Porém, hoje, reconheceu que as medidas de isolamento social adotadas por prefeitos e governadores, inicialmente criticadas por ele, "sempre visaram retardar o contágio" da doença no País.

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De todo modo, por ora, a sinalização é de valorização do Ibovespa, após o recuo de 1,19% (97.761,04 pontos). Às 11h06, subia 1,68%, aos 99.431,80 pontos. No exterior, os sinais são mistos. Enquanto as bolsas europeias caem, as de Nova York avançam.

Hoje, o diretor do Conselho Econômico da Casa Branca, Larry Kudlow, afirmou que os indicadores divulgados até agora apontam para uma recuperação da economia dos Estados Unidos em formato de "V", isto é, de forma rápida e vigorosa. Já a farmacêutica americana Moderna relatou avanços em sua candidata à profilaxia da pandemia do novo coronavírus. De acordo com a empresa, a inscrição de voluntários para a "fase 2" foi concluída e, assim, a "fase 3" poderá ter início ainda em julho.

O avanço acima do esperado das vendas varejistas brasileiras em maio é um indicativo de que a atividade doméstica está reagindo às medidas implementadas pelo governo para combater o novo coronavírus. Ainda que as ações de algumas varejistas estejam nas máximas, deve dar um fôlego a mais nesta quarta-feira. Um desses exemplos é Magazine Luiza, que acumula ganhos de 57,35% no ano. Vale ressaltar, porém, que neste momento de pandemia, que levou ao fechamento do comércio e, agora, está reabrindo gradualmente, o crescimento deveu-se principalmente às vendas pela internet.

As vendas do varejo subiram 13,9% em maio ante abril, conforme o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado superou o teto (11,60%) das estimativas na pesquisa do Projeções Broadcast. O piso era de 0,90% e a mediana, 5,90%.

No confronto com maio de 2019, as vendas caíram 7,2% em maio de 2020. Também nessa comparação, o resultado surpreendeu positivamente. O recuo foi ainda menor que a previsão menos negativa dos analistas ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. Nesse confronto, as projeções iam de uma queda de 17,30% a 8,30%, com mediana negativa de 13,40%. Porém, caíram 3,9% no confronto com o quinto mês de 2019.

Já as vendas do varejo ampliado(inclui as atividades de material de construção e de veículos) tiveram alta de 19,6%, superando a maior estimativa (13,10%) do mercado, que tinha piso de 0,50%, com mediana de 7,70%. Ante maio de 2019, cederam 14,9%.

"Os números margem vieram bons, acima do esperado, mas é preciso ver como serão os resultados das empresas do segundo trimestre, se irão confirmar essa dinâmica", pondera Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença. Os balanços corporativos do período normalmente começam a ser informados no fim de julho.

O responsável pela Gestão de Carteiras da Constância Investimentos, Mauricio Gallego, ainda chama a atenção para o setor financeiro, que segue no foco das atenções, em meio ao debate sobre o fim da taxação do setor. Ontem, as ações do segmento cederam na B3, após o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), propor o fim das taxas de juros do cheque especial e do cartão de crédito. Conforme Maia, isso distorce o sistema financeiro. "É um setor que tem representatividade de quase 30% no Ibovespa, e caiu com receio do fim da tributação. Seria preciso maior concorrência. Tem espaço para avançar", cita. Hoje, os papéis do setor sobem após as perdas da véspera.

Já as ações da Petrobras avançam acima de 2%, refletindo a valorização ainda que moderada do petróleo e a noticia de estaria preparando a contratação do que deve ser a maior plataforma de petróleo do Brasil, para o campo gigante de Búzios, no pré-sal da Bacia de Santos. A informação é de fontes ouvidas pela Reuters.

Conforme Gallego, os papéis da companhia petrolífera também deve avançar no curto prazo, a despeito das incertezas em relação ao mercado de petróleo. Mas acrescenta que a intenção do ministro da Economia, Paulo Guedes, de privatizar uma parte do pré-sal pode dar dinamismo ao caixa da empresa, que já vem "fazendo seu dever de casa", em termos de desinvestimento.

A alta de 3,39% do minério de ferro no porto de Qingdao, também sustentam as ações da Vale (1,37%) e demais empresas ligadas ao segmento - CSNON subia 4,48%. Fica no radar ainda a aprovação do texto-base da MP das aéreas. Os papéis da Azul PN (1,40%) e os da Gol (0,99%) reagiam em alta.

Sem a referência de Nova York, o Ibovespa tem desempenho contido instável nesta sexta-feira (3). Já testou queda e alta, ainda influenciado por sinais de retomada econômica global e de avanço em vacina contra o coronavírus. No entanto, a ausência de divulgação de indicadores com capacidade para movimentar os negócios e o noticiário negativo limitam os ganhos. Às 10h59, subia 0,13%, aos 96.359,69 pontos.

O mercado acionário europeu cai esta manhã, apesar de novos dados de atividade da China e da Europa reforçarem percepção de retomada econômica. Embora as bolsas norte-americanas fiquem fechadas hoje por conta do feriado em celebração ao Dia da Independência dos EUA, os índices futuros já exibem recuo, porém moderado. A liquidez bastante reduzida deve afetar o Ibovespa.

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Em meio a esses sinais de melhora da economia após reabertura, existe a preocupação de que alguns países voltem a ter de adotar medidas de isolamento social para conter avanço no número de casos de pessoas infectadas pela pandemia do novo coronavírus. O exemplo mais emblemático vem dos EUA, em especial da Flórida, onde há recordes de casos por covid-19.

"O mundo permanece animado com o desenvolvimento e expectativa de rápida aplicação de vacinas contra o coronavírus, mas também incomoda uma segunda onda pelo vírus nos EUA, mais especificamente na Flórida", descreve o economista-chefe do ModalMais, Álvaro Bandeira.

Ontem, o Ibovespa fechou praticamente estável, com elevação de apenas 0,03%, aos 96.234,96 pontos. Chegou a ultrapassar a resistência dos 97.500 pontos (97.864,16 pontos) no pregão, mas não sustentou, diante de temores relacionados ao ritmo da retomada da economia doméstica e, sem dúvida, da mundial.

Embora alguns indicadores de atividade no Brasil tenham sugerido que o pior da crise tenha sido em abril, como mostrou ontem a alta de 7% da produção industrial de maio ante abril, Bandeira pondera que o mercado de trabalho ainda não superou o momento de maior deterioração. A despeito disso, o presidente Jair Bolsonaro disse que o auxílio emergencial não deve se tornar definitivo. Segundo ele, o governo gasta com essa ajuda R$ 50 bilhões por mês, e "não é dinheiro que está sobrando." O assunto deve ser tema do pronunciado que o presidente deve fazer amanhã em cadeia de rádio e televisão.

No exterior, o petróleo também cai, exibindo recuos acima de 1%, mas ainda assim as ações da Petrobras testam alta. Perto de 11 horas, os papéis subiam 0,23% (PN) e 0,13% (ON). No radar do investidor ainda está a notícia de que o Congresso recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF) para obrigar a estatal a submeter vendas de refinarias a parlamentares.

Hoje, a empresa informou que iniciou a divulgação da oportunidade (teaser) para venda da subsidiária Petrobras Biocombustível (PBio), que inclui a totalidade das ações e três usinas de biodiesel. É mais um passo na saída da companhia do setor de biocombustíveis. Nem mesmo a alta de 1,19% do minério de ferro negociado no porto de Qingdao, na China, no fechamento de hoje, empurra as ações da Vale ON para cima (-0,77%).

Em tempo: a Polícia Federal cumpre nesta manhã mandados de busca em São Paulo contra o ex-governador do Estado José Serra (PSDB) e sua filha Verônica Serra), em uma operação da Força-tarefa Lava Jato que apura o funcionamento de esquema de lavagem de dinheiro no exterior, em favor de agentes políticos e outros operadores. A despeito de considerar a importância de Serra para a política brasileira, o tucano está há algum tempo fora dos holofotes há algum tempo, cita o economista-chefe da Necton, Andre Perfeito.

Dados do mercado de trabalho dos Estados Unidos acima do esperado reforçaram nesta quinta-feira que a retomada econômica está em andamento, realimentando o bom humor dos investidores que já era notório desde a quarta-feira (1°) devido à esperança com o desenvolvimento de uma vacina para combater a pandemia do novo coronavírus. O otimismo deixa em segundo plano, pelo menos por ora, preocupações acerca de uma nova onda por Covid-19, sobretudo nos EUA, e dá força ao Ibovespa. Em meio a esse otimismo, rompeu a resistência dos 97.500 pontos. Às 11h14, subia 1,37%, aos 97.518,36 pontos, após fechado a quarta aos 96.203,20 pontos, em alta de 1,21%.

Em junho, houve a geração de 4,8 milhões de empregos no país, ante previsão de 3,7 milhões. A taxa de desemprego caiu 11,1% no mês passado, em relação à projeção de 12%. Já os novos pedidos de auxílio-desemprego nos Estados Unidos tiveram queda de 55 mil na semana encerrada em 27 de junho, para 1,427 milhão, ficando acima do esperado (1,38 milhão).Os pedidos da semana anterior foram ligeiramente revisados para cima, de 1,48 milhão para 1,482 milhão.

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Esses dados, sem dúvida, deram força para romper esse nível, diz Luiz Roberto Monteiro, operador de mesa institucional da Renascença, acrescentando que a tendência é dar continuidade a futuros avanços, como a conquista da marca dos 100 mil pontos. A última vez que fora registrada foi em 6 de março (102.230,50 pontos, na máxima).

O estrategista-chefe do Grupo Laatus, Jefferson Laatus, recorda que a revisão da pesquisa da ADP, divulgada na quarta, de queda para criação de vagas no setor privado dos EUA em maio, já deu um respiro aos mercados. "A ADP já trazia a expectativa de que o payroll seria muito bom. O resultado deve motivar bastante hoje. Até parece que os problemas acabaram, mas sabemos que não é bem por aí", afirma.

O bom humor ainda é reforçado por avanços nas pesquisas de vacinas para combater o novo coronavírus e que há havia resgatado esse sentimento na véspera, fazendo o Ibovespa iniciar o segundo semestre em alta. Ontem, fechou em elevação de 1,21%, aos 96.203,20 pontos. "O mercado parece que coloca uma venda nos olhos, só vê o copo meio cheio. Apesar de ser uma ótima noticia essa questão da vacina, sendo otimista, só deve chegar à população em janeiro", alerta o estrategista. "De todo modo, os dados de emprego vieram bons, mesmo, reforçando que há contratação", diz, citando a queda de 1,27% no salário médio por hora nos EUA.

Dúvidas a respeito da evolução da atividade econômica brasileira devem continuar no radar dos investidores, sobretudo neste momento em que o aumento de casos por covid-19 no Brasil ainda não se estabilizou e as mortes superaram 60 mil ontem, ficando atrás somente dos Estados Unidos tanto em vítimas quanto em diagnóstico. Nos EUA, há registros de crescimento no número de infectados e vários Estados estão suspendendo ou adotando novas medidas de isolamento social para impedir uma segunda onda pela pandemia e evitar retrocesso na retomada. Ontem, na ata, o Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) renovou o compromisso de apoiar a economia.

Apesar da cautela relacionada ao avanço de casos por covid-19 no Brasil, o investidor também tem algumas notícias e dados considerados positivos. Nesta manhã, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a produção industrial subiu 7,0% em maio ante abril. O resultado superou a mediana de 6,15% das estimativas (-1,50% a alta de 12,20%) na pesquisa do Projeções Broadcast, de 6,15%. "Tudo o que é positivo e fica acima do esperado é bem visto", diz Monteiro.

Já o governo federal busca uma agenda positiva . O Ministério da Infraestrutura quer realizar ainda neste ano mais 14 leilões, sendo três deles concessões e 11 arrendamentos portuários. Entre as concessões planejadas, está a Ferrovia de Integração Oeste-Leste (Fiol), cujo edital deve ser publicado até o fim do 3º trimestre, segundo a pasta. O balanço divulgado nesta quinta-feira pelo ministério também conta com os leilões da BR-153/080/414, entre Goiás e Tocantins, e da BR-163/230, entre Mato Grosso e Pará.

O Ibovespa embalou uma série de máximas após a informação de resultados positivos de estudos preliminares de vacina experimental para o tratamento da Covid-19 da Pfizer e da BioNTech. "Ajuda a melhorar a confiança", afirma o estrategista-chefe da Levante Ideias de Investimentos, Rafael Bevilacqua. "Mas essa melhora também tem um outro componente, que é o dado de emprego do setor privado nos EUA. Ainda que tenha vindo menor do que o esperado, houve geração, teve criação por dois meses seguidos", diz.

O principal índice à vista da B3 iniciou o segundo semestre com o pé direito, tentando buscar os 97 mil pontos. Na máxima, o indicador atingiu 96.851,75 pontos, embalado por essa mistura de dados e notícias, ainda que não tenha abandonado por completo a cautela neste momento de crise por conta da pandemia de coronavírus.

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Porém, por enquanto, prefere avançar. O setor privado dos Estados Unidos criou 2,369 milhões de empregos em junho, segundo pesquisa ADP, ficando abaixo da expectativa de criação de 2,5 milhões de postos de trabalho no último mês. Já o dado de maio foi revisado de fechamento de 2,76 milhões de vagas para abertura de 3,065 milhões de vagas. O índice de atividade industrial dos país elaborado pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu a 52,6 em junho, ante 43,1 em maio, ficando acima do esperado (49,5).

Conforme o analista Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, o desempenho do emprego no setor privado norte-americano no mês passado menor que o esperado pode sinalizar uma pausa da retomada. Contudo, não sugere, por ora, que o processo de retomada tenha sido abortado.

Às 11h36, o Ibovespa subia 1,48%, aos 96.460,88 pontos. Em Nova York, o ganho máximo era de 0,57% (Nasdaq). "Aqui está mais esticado Ibovespa em função de fluxo entrando em fundos de ações, o que acaba por maximizar", diz um operador.

Já um estudo preliminar publicado hoje pelo MedRXiv aponta que a vacina experimental contra o novo coronavírus desenvolvida pela Pfizer em parceria com a BioNTech apresentou resultados positivos, com importantes respostas imunes em adultos saudáveis entre 18 e 55 anos. O MedRXiv é uma plataforma que disponibiliza estudos ainda não revisados ou publicados por revistas especializadas.

Antes mesmo dos dados nos EUA, dados da China reforçaram a tendência de retomada. Pesquisa da IHS Markit com a Caixin Media mostrou que o PMI da indústria chinesa subiu a 51,2 no mês passado, ante 50,7 em maio, atingindo o maior nível em seis meses e indicando que a manufatura da segunda maior economia do mundo se expande em ritmo mais forte, numa recuperação que vem após o violento impacto da Covid-19.

Os resultados deixaram em segundo plano, pelo menos por ora, as preocupações com o crescimento nos casos pelo novo coronavírus nos EUA. Nos últimos dias, o país tem registrado mais de 40 mil casos pelo novo coronavírus a cada 24 horas. Ontem, o assessor de saúde da Casa Branca, Anthony Fauci, declarou que não ficaria surpreso se o número no país subisse para 100 mil casos por dia. No Brasil, ainda sem ministro da Saúde, já são 59.745 mortes pela doença.

Além de sinais de retomada econômica reforçado nos PMIs na China e na Europa hoje, no Brasil essa também tem sido a direção. Hoje, a Fundação Getulio Vargas (FGV) informou que o Índice de Confiança Empresarial (ICE) subiu 14,9 pontos em junho ante maio, para 80,4 pontos, sucedendo um avanço de 9,8 pontos em maio. Em dois meses de altas consecutivas, o índice recupera 61% das perdas provocadas pela pandemia, embora ainda se mantenha em nível historicamente baixo.

Já o PMI industrial do País foi a 51,6 pontos no mês passado, após 38,3 pontos em maio, informou a IHS Markit. Foi o primeiro mês de crescimento desde fevereiro. Desde então, a pesquisa mostrava patamares baixos em função da crise desencadeada pelo coronavírus

Apesar dos níveis elevados de incerteza, começa a ganhar força no meio empresarial a percepção de que o pior momento pode já ter passado. "Com isso, as expectativas tornaram-se menos pessimistas, formando um cenário compatível com o de uma lenta retomada do nível de atividade econômica", avalia Aloisio Campelo Júnior, superintendente de Estatísticas Públicas do Instituto Brasileiro de Economia da FGV (Ibre/FGV), em nota oficial.

"Mesmo quando avaliamos o Caged de junho, que mostrou destruição 331.901 de postos de trabalho, vemos sinal de arrefecimento da queda, de retomada", acrescenta o analista da Ativa Investimentos. Foi o pior resultado para o mês de maio desde o início da pesquisa, em 2010. Em relação a abril (saldo negativo de 902.841 vagas), porém, foi registrado uma desaceleração no número de vagas fechadas.

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