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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva teve alta, neste domingo (1°), do Hospital Sírio-libanês, em Brasília, após passar por cirurgia de restauração do lado direito do quadril, na sexta-feira (29).

Inicialmente, a saída do hospital estava prevista para segunda (2) ou terça-feira (3), mas a equipe que acompanha o presidente informou, em boletim médico divulgado na tarde deste domingo, que, após boa evolução clínica, decidiu pela alta hospitalar.

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O presidente saiu da unidade sem falar com a imprensa, e o carro que o transportava seguiu para o Palácio do Alvorada. Na residência oficial da presidência da República, Lula despachará assuntos relativos à Presidência da República, nas próximas três semanas, como a decisão sobre o nome do novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), em substituição à ministra aposentada Rosa Weber, e do novo procurador-geral da República, que ocupará a vaga deixar pelo procurador Augusto Aras.

De acordo a equipe médica, no Alvorada, Lula continuará com os exercícios de reabilitação ambulatorial do quadril operado e com as sessões de fisioterapia.

Além da cirurgia para restauração da parte direita do quadril, o presidente foi submetido na sexta-feira a uma blefaroplastia, cirurgia plástica para retirar o excesso de pele das pálpebras.

Na manhã deste domingo, a primeira-dama, a socióloga Rosângela Lula da Silva, a Janja, publicou em rede social sobre a alta do presidente Lula. "Tem alguém q vai jantar em casa hj!"

Em reunião com senadores em Brasília, governadora Raquel Lyra defende que reforma tributária garanta a redução das desigualdades entre os entes federativos  Em mais uma agenda em Brasília nesta segunda-feira (25), a governadora Raquel Lyra, juntamente com os demais governadores do Nordeste, participou de reuniões no Senado Federal para discutir a aprovação da reforma tributária como fator de redução de desigualdades regionais e sociais.

Os governadores encontraram-se com os senadores Rogério Carvalho (Sergipe) e Jaques Wagner (Bahia) e debateram sobre uma reforma que possa promover uma distribuição justa das receitas arrecadadas entre os entes federativos.

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“Viemos ao Senado Federal, onde tivemos reuniões com os senadores Rogério Carvalho e Jacques Wagner e tratamos da reforma tributária, do fundo de participação dos estados, da recomposição das perdas das receitas dos estados, tudo o que está tramitando no Congresso Nacional. Em seguida, vou estar no Ministério da Justiça, com o ministro Flávio Dino, tratando da aplicação do Fundo de Segurança Pública e do acordo de cooperação entre a pasta e o Governo de Pernambuco”, comentou a governadora Raquel Lyra.

Durante o encontro, o senador Rogério Carvalho afirmou que terá uma reunião na quarta-feira (27) com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e vai apresentar os pleitos dos governadores na audiência.

Entre os pontos defendidos pelos governadores está a governança do Conselho Federativo. Para a composição do conselho, o pleito dos gestores do Nordeste é de que cada ente federado representado possa ter um voto. O conselho é o colegiado que ficará responsável por distribuir os recursos do tributo criado pela reforma.

Além disso, foi defendido pelos governadores que os critérios de partilha dos recursos do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional (FNDR) possam estar na Constituição, considerando o PIB invertido, para permitir que os estados que têm menor arrecadação possam receber mais recursos do fundo. Assim, há uma garantia da atenção às diferentes realidades sociais e econômicas do país.

Acompanharam a governadora nas reuniões os secretários Fernando Holanda (Assessoria Especial) e Diogo Bezerra (Mobilidade e Infraestrutura).

*Da assessoria 

O blogueiro Wellington Macedo de Souza, condenado a seis anos de prisão por ter sido o responsável pela ligação de uma bomba instalada próximo ao aeroporto de Brasília em 2022, foi encontrado e preso em Cidade do Leste, no Paraguai, nesta quinta-feira (14). Ele utilizava um tornozeleira eletrônica, que permitiu que seus rastros pudessem ser identificados. 

A Polícia Nacional do Paraguai realizou uma ação conjunta com a Polícia Federal para capturar o blogueiro. As autoridades brasileiras deverão receber o condenado ainda nesta quinta-feira. 

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Wellington estava foragido desde janeiro desse ano, quando da sua condenação a regime fechado, além de ter sido aplicada uma multa de R$ 9,6 mil.

Quem é Wellington Macedo Souza?

Ele foi assessor da ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF), Wellington virou réu, em janeiro deste ano, por ter participado de um atentado em Brasília, que consistiu na colocação de uma bomba próximo a um caminhão de combustível, ao lado do aeroporto da cidade. Ele estava acompanhado de outros dois suspeitos, que foram condenados pela Justiça.

 

Visibilidade. Respeito. Indignação. Pertencimento. Oportunidades. Justiça. Esperança.

São muitas as causas para que cerca de 5 mil mulheres indígenas tenham deixado suas comunidades, viajado por horas e, grande parte delas, permanecido por 3 dias acampadas a quatro quilômetros da Praça dos Três Poderes, em Brasília, para participar da 3ª Marcha das Mulheres Indígenas.

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Promovida pela Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade, a marcha, este ano, tem como lema a defesa da biodiversidade. Mas, para além da pauta conjunta, extraída dos desafios enfrentados coletivamente, cada mulher presente ao ato carrega consigo, também, uma justificativa para marchar pela capital federal na manhã desta quarta-feira (13).

Marcelo Camargo/Agência Brasil

“Lutamos por mais respeito e consideração às mulheres. E também em defesa de nossos territórios”, justificou a estudante secundarista Samara Cristina Paramirim de Oliveira Martim, 17 anos de idade, que deixou a Terra Indígena Jaraguá, na cidade de São Paulo, convencida de que a união de tantas mulheres é capaz de dar mais visibilidade a temas caros às comunidades indígenas.

“É importante estarmos juntas. Cada uma de nós têm sua força, mas juntas somos mais fortes. Só assim conseguimos construir algo. Na marcha, cada uma estará com seu povo e todos os povos estaremos juntos, chamando a atenção para a luta de todos os indígenas, independente da etnia, da idade e do gênero”, acrescentou Samara, destacando que o fato das participantes da marcha virem de diferentes partes do país favorece a troca de experiências, reforçando os traços em comum, mas também as particularidades de cada comunidade.

Dez anos mais velha que a jovem paulistana, a artesã Larissa Xerente passou 12 horas em um ônibus, junto com outras 23 mulheres indígenas de sua etnia, para superar a distância entre Tocantinia (TO) e Brasília. Escolhida representante da aldeia Formosa, da TI Xerente, Larissa considera que recebeu uma oportunidade que cada vez mais mulheres indígenas almejam.

“Hoje, há muitas mulheres querendo participar de vários movimentos, incluindo o indígena. Infelizmente, ainda encontramos alguns obstáculos. Fui indicada e vim certa de que, quando saímos para denunciar o que acontece em nossas comunidades, para reivindicar as demandas de nossos grupos, que são muitas, recebemos voz para tentar solucionar problemas que ocorrem há anos”, explicou Larissa antes de elencar aspectos como saúde, educação e mais igualdade entre gêneros.

"Os homens costumam falar por nós, mas é cada vez mais forte a visão de que se nós mesmo não formos atrás [de resolução para os problemas], os homens não conseguirão muito do que podemos alcançar, pois eles não conseguem, por exemplo, explicar pelo que as mulheres [em particular] estão passando. E todas, de alguma forma, passam por um mesmo processo de violação de seus corpos”, acrescentou Larissa, chamando atenção para o fato de que embora as mulheres sejam as protagonistas da marcha, há muitos homens presentes, acompanhando-as e incentivando-as a lutar pelos direitos indígenas.

Já Dayane Rikbaktsa representa a Curva, uma das aldeias da TI Rikbaktsa, em Mato Grosso. Como as demais mulheres ouvidas pela Agência Brasil, ela defende que, em última instância, o movimento luta pela preservação da vida, costumes e terras indígenas, mas destaca a diversidade dos temas discutidos no acampamento montado junto ao Centro Ibero-Americano de Culturas, antigo Complexo Cultural Funarte.

“A principal luta dos povos indígenas é em prol dos nossos territórios, para não deixar que nossas terras sejam invadidas e buscar resolver os problemas existentes, como a invasão por madeireiros e a expansão da agropecuária, mas há também questões localizadas. No Mato Grosso, por exemplo, temos a questão das usinas hidrelétricas que impactam nossa sobrevivência e nossas tradições, já que afetam a qualidade dos rios de onde retiramos muitos de nossos recursos”, disse Dayane, assegurando que, em muitas partes do território brasileiro, os povos indígenas já “sofrem muito com as mudanças climáticas”.

“Só mesmo os povos indígenas sabem, entendem e sentem o que estão vivendo. E as mulheres sentem isso e querem se somar à luta. Somos guerreiras, estamos aqui para marchar em nome de nossas ancestrais; fortalecer o movimento e conseguir um modo de vida mais qualificado para nossos filhos, que vão dar continuidade à nossa luta”, finalizou Dayane.

 

O Congresso Nacional inaugura, nesta terça-feira (12), a instalação da Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção. O evento de abertura será realizado às 14h, com a presença de seu presidente, o deputado federal Coronel Meira (PL). 

A Frente tem como objetivo apresentar proposições para a melhoria da fiscalização de parlamentares, intercâmbio regular de informações, bem como, contribuir para o desenvolvimento de legislações sólidas e ativas, além de acompanhar o processo legislativo no Congresso Nacional, quanto a projetos que dispõem sobre a melhoria das legislações de combate à corrupção. 

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A imagem de divulgação da inauguração da frente é peculiar por ter em sua arte uma estrela vermelha dentro de um sinal de “proibido”. A estrela vermelha é o símbolo que representa o Partido dos Trabalhadores (PT), do presidente Lula. 

Imagem: Divulgação 

A Frente Parlamentar Mista de Combate à Corrupção também prevê o acompanhamento dos assuntos relacionados às ações dos Movimentos Populares e Organizações da Sociedade Civil e a realização de reuniões com parlamentares para debater propostas sobre o tema, além de estimular e apoiar a formação de Frentes Parlamentares nos Legislativos dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, proporcionando apoio a programas e ações governamentais, visando estabelecer uma política nacional de combate à corrupção. 

Segundo o deputado Coronel Meira, a frente deverá ser apoiada por seus membros “para que tenham cada vez mais sucesso nas ações de combate à corrupção. Queremos proporcionar as ferramentas necessárias para a formação de uma massa crítica, que possua conhecimento amplo e um plano de ação claro e eficaz,” enfatizou.  

Além de Meira, a mesa diretora será composta pelo primeiro vice-presidente, deputado federal Delegado Ramagem (PL-RJ) e pela segunda vice-presidente, deputada federal Carla Zambelli (PL-SP). As coordenadorias estaduais e regionais serão ocupadas por outros membros da Frente.

 

Completando 50 anos nesta segunda-feira, 11, o sequestro e a morte de Ana Lídia Braga, quando tinha apenas 7 anos, ainda geram comoção principalmente entre os brasilienses. Conforme informações do Cemitério Campo da Esperança, na Asa Sul, Distrito Federal, até hoje o jazigo da garota, que muitas pessoas acreditam que virou "santa", é frequentemente visitado, recebendo flores e cuidados. Ela foi sepultada em 13 de setembro de 1973.

O inquérito policial, da época, apontou Álvaro Henrique Braga, irmão mais velho da vítima, e Raimundo Lacerda Duque, amigo da família e subordinado da mãe de Ana Lídia no Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), como responsáveis pelo crime. Ambos foram presos, mas absolvidos por falta de provas, em outubro de 1974. O caso ainda é considerado bastante controverso.

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"Controverso caso de sequestro e assassinato de uma criança ocorrido durante a década de setenta, em Brasília. O crime comoveu a população da nova capital", de acordo com informações sobre processos históricos que constam no Memorial do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT).

Relembre o crime

Em 11 de setembro de 1973, por volta de 13h50, Ana Lídia, filha caçula dos servidores públicos Álvaro Braga e Eloyza Rossi Braga, desapareceu na porta do Colégio Madre Carmen Salles, na Asa Norte, onde estudava.

Segundo testemunhas, um homem loiro, alto, magro, claro, vestido com calça marrom, levou a menina da escola naquela mesma tarde. Mas, de acordo com o depoimento do jardineiro da escola dado na época, o irmão teria retirado a garota da escola.

"Quando a empregada da família foi buscá-la, informaram que Ana Lídia não tinha assistido às aulas naquele dia. Primeiro, os pais foram informados do desaparecimento. Logo depois, a polícia, que iniciou as buscas pela menina", de acordo com informações sobre processos históricos que constam no Memorial do TJDFT.

A família chegou a receber dois telefonemas exigindo resgate para libertar a criança, mas, no dia seguinte, 12 de setembro daquele mesmo ano, o corpo de Ana Lídia foi encontrado entre a Avenida das Nações e a Universidade de Brasília (UnB).

A menina foi encontrada dentro de uma valeta, nua, coberta por terra, os cabelos cortados rente ao couro cabeludo e apresentava visíveis sinais de violência física e sexual. Na época, os peritos estimaram que a morte da garota ocorreu por volta das 6h da manhã do dia 12, de acordo com o TJDFT.

Responsáveis pelo crime

O inquérito policial apontou Braga, irmão da vítima, e Duque, funcionário da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap), mas redistribuído ao DASP. Duque, com 30 anos na época, era subordinado à mãe de Ana Lídia, no departamento de serviço público, com quem trabalhava desde antes do nascimento da menina.

"Ele era conhecido por seu uso de entorpecentes e, assim que as investigações o apontaram como suspeito do crime, fugiu. Antes de ser preso no Pará, passou por mais de dez cidades para evitar sua prisão. Já Braga, que tinha 18 anos quando a irmã foi assassinada, era estudante e, segundo a polícia, tinha dívidas com traficantes. O sequestro da irmã ajudaria a pagá-las", relembra o Memorial do TJDFT.

O irmão mais velho ficou preso por mais de um ano, mas foi absolvido por falta de provas em outubro de 1974. O mesmo aconteceu com Duque. O processo chegou a ser reaberto em 1985, mas, por ausência de provas, foi encerrado. O crime prescreveu em 1993.

Menina meiga

Ana Lídia nasceu em Brasília, em 10 de julho de 1966, no antigo Hospital Dom Bosco. Era a filha mais nova de Álvaro Braga e Eloyza Rossi Braga, servidores públicos da DASP, que também eram pais de Álvaro Henrique Braga e de Cristina Elizabeth Braga, com 20 anos, na época.

Segundo o Memorial do TJDFT, familiares e amigos descreveram Ana Lídia como uma criança meiga e sempre disposta a agradar a outras crianças.

Posteriormente, em sua homenagem, o parque recreativo dentro do Parque da Cidade Sarah Kubitschek, destinado a crianças, recebeu o nome de Ana Lídia.

O desfile em comemoração ao 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios reuniu 50 mil pessoas, na estimativa da Polícia Federal e do Exército repassada à imprensa pela assessoria do Palácio do Planalto.

A cerimônia teve presença do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e de quase todos os integrantes do primeiro escalão do governo.

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Também contou com presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

A solenidade foi pensada para transmitir uma mensagem de união depois de o ex-presidente da República Jair Bolsonaro ter usado a data para causar tensão política ao longo de seu mandato. Também foi mais um movimento para aproximar Lula dos militares.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, encerrou às 11h05 dessa quinta-feira o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios. Foram cerca de 2 horas de cerimônia, concluídas com apresentação da Esquadrilha da Fumaça - uma atração tradicional da solenidade. Não foram registrados incidentes e o evento transcorreu em clima de tranquilidade.

Lula participou com a primeira-dama, Janja Lula da Silva, o vice-presidente Geraldo Alckmin e diversos ministros.

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Não compareceram os ministros Fernando Haddad (Fazenda), Flávio Dino (Justiça), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional), Carlos Lupi (Previdência) e Mauro Vieira (Relações Internacionais). Ana Moser, de saída do Esporte, também não compareceu.

O ministro Márcio França, que está sendo realocado de Portos e Aeroportos para Micro e Pequenas Empresas contra sua vontade, estava na tribuna mas manteve distância de Lula.

Também compareceram os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), em Alagoas, não compareceu.

A cerimônia foi pensada para transmitir uma mensagem de união. No último governo, Jair Bolsonaro costumava usar o Dia da Independência para tensionar o ambiente político.

Clima amigável e sem protestos

O desfile de 7 de Setembro ocorreu sem maiores incidentes, sob aplausos do público e com clima amigável, sem protestos ou vaias da oposição ao governo. Ao contrário dos anos do ex-presidente Jair Bolsonaro, em que houve cartazes pedindo intervenção militar e ataques ao Supremo Tribunal Federal (STF), o público das arquibancadas ostentava apenas bandeiras do Brasil.

As camisetas de cores verde e amarela não foram predominantes, mas apareceram em maior número do que as vermelhas.

A entrada às arquibancadas foram restritas a 30 mil pessoas.

Quem chegou após a capacidade ser atingida precisou ficar do lado de fora, acompanhando o desfile por telões.

Nas entradas, houve registro de frustração de quem não conseguiu acesso.

Viagem para a Índia

Lula vai às 14 horas (de Brasília) para a Índia, onde participará de reunião do G20. Ele deve embarcar de volta para o Brasil na segunda-feira, dia 11.

Para acompanhar de perto o desfile cívico-militar do Dia da Independência e a participação do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, no evento em Brasília, a população teve de se cadastrar previamente na internet e levar consigo o QR Code gerado nesse processo para ser conferido pelo governo.

Segundo os servidores que gerenciaram a entrada do público, a prática foi adotada para que o Gabinete de Segurança Institucional (GSI) pudesse fazer uma análise do perfil das pessoas que desejavam prestigiar o desfile cívico.

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Muitos tiveram de ficar do lado de fora aguardando por liberação. Não foi possível fazer a solicitação nesta quinta-feira, 7.

Os últimos textos de divulgação publicados pela Secretaria de Comunicação Social da Presidência (Secom) sobre a organização do 7 de Setembro não informavam sobre a necessidade de efetuar cadastro prévio para acessar as arquibancadas, onde é possível assistir o evento de perto.

Quem não conseguiu acessar o local acompanhou o desfile por telões instalados ao longo da Esplanada dos Ministérios.

Como mostrou o jornal O Estado de S. Paulo, o Palácio do Planalto emitiu a ordem para que todos os Ministérios do governo mobilizassem seus servidores para comparecer ao desfile.

Integrantes do governo queriam evitar vaias e garantir aplausos durante a sua passagem em carro aberto.

O que aconteceu, na prática, foram poucos aplausos durante a passagem de Lula. As vaias foram ainda menores.

Boa parte do público das arquibancadas não reagiu à presença do presidente.

Segurança

Após apresentar o código virtual, as pessoas que compareceram ao evento ainda tiveram que passar por detectores de metais, além de serem submetidas a revista nas mochilas e bolsas.

Quem entrou com garrafa de água, por exemplo, teve que a descartar no chão.

Nas vias de acesso à Esplanada, a Polícia Militar do Distrito Federal também fez revistas.

No ano passado, quando foi comemorado o Bicentenário da Independência naquele que foi o último desfile sob a gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), quem quis acompanhar a cerimônia precisou passar apenas pelas barreiras policiais.

A organização distribuiu bonés com logo do Banco do Brasil e do governo federal, além de bandeiras com o slogan "Democracia, Soberania e União".

Com a faixa presidencial no peito, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, acompanha em Brasília o desfile cívico-militar de 7 de Setembro em comemoração ao Dia da Independência juntamente dos presidentes do Senado e do Congresso Nacional, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber. O presidente da Câmara, Arthur Lira, está em Alagoas e não participa do evento.

O Planalto preparou neste ano uma cerimônia "enxuta", que deve durar no máximo duas horas.

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Lula embarca para a Índia no começo da tarde. Ele vai ao país asiático participar de reunião do G20.

O presidente assiste à passagem de tropas sentado ao lado de Janja Lula da Silva, a primeira-dama, que usa trajes vermelhos na cerimônia. Também está ao lado de Lula o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

A tribuna de Lula também abriga ministros como Marina Silva (Meio Ambiente), Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom), Margareth Menezes (Cultura), Camilo Santana (Educação), Renan Filho (Transportes), Jader Filho (Cidades), Juscelino Filho (Comunicações) e Simone Tebet (Planejamento).

Márcio França - que deixará o Ministério de Portos e Aeroportos contra sua vontade e assumirá a pasta de Micro e Pequenas Empresas - está no fundo da tribuna. Luciana Santos, que conseguiu se manter no Ministério de Ciência e Tecnologia, aproximou-se de Lula com a cerimônia em andamento.

Lula, Janja, Alckmin (e sua mulher, Lu), Pacheco, Rosa Weber e Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal, estão na primeira fila de cadeiras, onde também estão sentados os ministros Rui Costa (Casa Civil), Paulo Pimenta (Secom) e José Múcio Monteiro (Defesa).

A única fala pública do presidente foi cerimonial. "Autorização concedida", disse ele ao microfone quando o comandante do desfile, de um veículo de guerra blindado, perguntou se a celebração poderia começar.

Lula tem conversado ao pé do ouvido com Alckmin e Janja. Também levantou e trocou algumas palavras com Múcio, além de acenar para autoridades presentes na tribuna.

Pacheco e Rosa Weber, sentados lado a lado, conversam frequentemente. Há pouca interação entre as autoridades militares e civis.

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, chegou às 9h08 desta quinta-feira, 7, à tribuna onde acompanha o desfile do Dia da Independência. Ele participou de um rito militar, e depois se dirigiu ao local no Rolls Royce presidencial acompanhado da primeira-dama, Janja Lula da Silva. A cerimônia é na Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O sistema de som do desfile tocava uma versão da música Epitáfio, seguido de Sobradinho - essa última incluía aplausos no fim da gravação - e outras canções enquanto Lula se deslocava.

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Quando o carro se aproximou do destino, o som foi desligado e uma banda marcial passou a tocar o Hino da Independência.

Na tribuna, Lula se sentou ao lado de Janja, que usa trajes vermelhos na cerimônia. Também está ao lado de Lula o vice-presidente, Geraldo Alckmin.

Além dele, estão próximos do petista os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e do Supremo Tribunal Federal (STF), Rosa Weber.

O presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), está em Alagoas.

A tribuna de Lula também abriga ministros, autoridades militares e o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB).

A cerimônia foi organizada para transmitir uma mensagem de união depois de o ex-presidente da República, Jair Bolsonaro, ter usado as celebrações ao longo de seu governo para tensionar o ambiente político.

Também busca estreitar a relação de Lula com as Forças Armadas, que apoiaram Bolsonaro.

Jair Renan, o filho 04 do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), visitou o acervo presidencial, no Palácio do Planalto, em Brasília, e levou consigo alguns itens do acervo pessoal de seu pai, então chefe do Executivo Nacional. A informação foi dada pelo ex-funcionário do gabinete de documentação história, Marcelo Vieira, em entrevista no canal GloboNews. 

Marcelo era chefe do Gabinete Adjunto de Documentação Histórica (GADH). Ele cumpria o papel de verificar todos os objetos recebidos pelo Chefe de Estado e avaliar o que iria para o acervo privado presidencial ou não. No cargo desde 2017, no mandato de Michel Temer (MDB), Vieira foi exonerado em janeiro de 2023, no início do mandato do presidente Lula (PT). 

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O ex-chefe relata na entrevista um episódio em que Renan foi até o gabinete de documentação e chegou a separar alguns objetos do acervo pessoal do então presidente. 

"O filho do presidente, ele se encontrava com um influencer, inclusive filmando e fotografando, filmando. Não me recordo, acho que só filmando. E aí eu falo, 'Renan, aqui não pode filmar, por gentileza, isso é questão de resguardar o acervo do teu próprio pai, né? (...) E ele atendeu, desligou e ficou. Imediatamente eu passo um WhatsApp pro meu chefe direto, que era o doutor Pedro, o chefe do gabinete pessoal que estava ao lado do presidente avisando, olha, o Renan está aqui querendo pegar alguns ... era boneco, era uma camiseta camuflada. Eu não lembro exatamente, mas eram coisas, digamos assim, nada de valor enorme, né? E aí, está querendo pegar”, contou Marcelo Vieira. 

Bolsonaro, então, teria chamado Renan para o seu gabinete, onde conversou com o filho. Momentos depois, segundo Vieira, os objetos foram separados e entregues para o caçula do ex-presidente. “Eu lembro que eram coisas simples. Eu cheguei lá, estavam todos separados numa mesa separados para ele”, disse. A defesa de Jair Renan optou por não comentar o caso. 

 

O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, disse nesta segunda-feira (4) que a expectativa é que o desfile do 7 de setembro ocorra em clima de "tranquilidade" e "concórdia". Ele destacou que o esquema de segurança estará reforçado

"Não há, até agora, nenhuma indicação objetiva de que o 7 de Setembro seja marcado por algum tipo de ataque. Infelizmente há, daqui, de acolá, cards na internet, isso demanda um acompanhamento. No que se refere à capital do país, demandei ao governo do Distrito Federal um cuidado especial. A governadora em exercício [Celina Leão] esteve conosco e nos demandou apoio da Força Nacional, e há mobilização própria das Forças Armadas", afirmou o ministro, durante evento de lançamento do Programa de Ação na Segurança (PAS) e do o Programa Nacional de Segurança Pública com Cidadania (Pronasci 2), em Vitória.

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Dino acrescentou que protestos pacíficos serão respeitados. "Pode haver alguém que eventualmente resolva protestar, e a gente frisa que a liberdade de expressão protege a manifestação pacífica. Se houver uma pessoa que proteste pacificamente, é claro que ela está no exercício regular do direito. Mas nós não vamos permitir que haja repetição dos terríveis atos de 8 de janeiro", destacou, se referindo aos atos golpistas que destruíram as sedes dos Três Poderes, no início do ano.

Força Nacional

Agentes da Força Nacional de Segurança Pública irão reforçar a segurança e prestar apoio durante o desfile de 7 de Setembro, a pedido do Governo do Distrito Federal.  A solicitação foi feita ao secretário executivo do Ministério da Justiça, Ricardo Capelli, após o governo do DF verificar vídeos nas redes sociais com ameaças de possíveis atos de vandalismo durante o feriado nacional.

Além da Força Nacional, o governo distrital criou o Gabinete de Mobilização Institucional que irá acompanhar as ações de segurança durante as comemorações da Independência

Ao todo, estarão de prontidão cerca de 2 mil militares da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e 500 policiais civis do Distrito Federal (PCDF).

Abin

A Agência Brasileira de Inteligência (Abin) vai atuar de forma preventiva na identificação de ameaças e de possíveis incidentes que coloquem em risco a segurança do público e das autoridades que participarão do desfile do 7 de Setembro, na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Um centro de monitoramento será montado com o objetivo de "prover consciência situacional acerca dos eventos", segundo a Abin, contando com outros órgãos de segurança da Presidência da República e do governo do Distrito Federal (GDF).

Um operário morreu e três ficaram feridos em um acidente que ocorreu na tarde desta quinta-feira (31), na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. As quatro vítimas trabalhavam na montagem de uma exposição, evento paralelo ao desfile em comemoração à proclamação da Independência do Brasil, no próximo dia 7, e caíram de aproximadamente 15 metros de altura.

Segundo a Secretaria de Comunicação Social (Secom) do governo federal, os quatro operários trabalhavam para a empresa Palco Locação. O operário morto foi identificado como Genes Gomes Coelho. Os três feridos - Jessé Dionísio de Sousa, Jardelmo Nunes da Silva e Maxwell Meira da Silva - estão internados no Hospital de Base de Brasília. Ainda conforme a Secom, as causas do acidente serão apuradas pelos órgãos competentes.

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"A Secom manifesta sentimentos de solidariedade aos trabalhadores e suas famílias, e fica à disposição para auxiliar no que for necessário", diz a nota, por fim.

A reportagem tenta contato com a empresa Palco Locação e com a Polícia Civil do Distrito Federal, para obter mais informações sobre o acidente.

Temática

O governo federal anunciou na terça-feira (29) que o desfile de 7 de Setembro na Esplanada dos Ministérios terá como slogan "Democracia, soberania e união". O evento terá ainda quatro eixos temáticos: "Paz e Soberania", "Ciência e Tecnologia", "Saúde e Vacinação" e "Defesa da Amazônia". A previsão de duração do desfile é de aproximadamente duas horas. A expectativa de público é de 30 mil pessoas.

O tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), tenta negociar uma confissão parcial à Polícia Federal (PF), por meio de sua defesa. O objetivo é tentar uma redução da pena que ele virá a ter após uma possível condenação. A informação é da jornalista Andréia Sadi, do G1. 

Cid foi chamado para depor na sede da PF, em Brasília, na última segunda-feira (28), onde falou por mais de 10 horas sobre a invasão feita pelo hacker Walter Delgatti Neto ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), na tentativa de obstruir as vias judiciais do país. 

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Ele ainda é investigado por ter envolvimento em diversos esquemas, como a falsificação de certificados de vacinação, interceptação e venda de joias dadas como presente ao então presidente Bolsonaro, entre outros crimes.  

A família de Cid defende a ideia de uma delação, que pode ajudar as situações de se pai, Mauro Cesar Lourena Cid, e de sua esposa, Gabriela Cid. Eles são apontados como suspeitos de envolvimento na venda de objetos da União e no caso das vacinas, respectivamente. No entanto, o advogado do militar, Cezar Bittencourt, avalia que a confissão seria mais benéfica para seu cliente. 

 

 

Em depoimento na Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de janeiro, o sargento do Exército Luís Marcos Reis, ex-assessor de Jair Bolsonaro, afirmou, nesta quinta-feira (24), que transferiu um total de R$ 70 mil ao ex-ajudante de ordens do ex-presidente, Mauro Cid. O registro da transferência data do dia 6 de janeiro, dois dias antes da invasão à Praça dos Três Poderes, em Brasília. 

Reis recebia um salário de R$ 13 mil, segundo a relatora da CPMI, senadora Eliziane Gama (PSD-MA), apesar de o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) ter declarado em documento que havia uma movimentação de R$ 3 milhões na conta do militar no intervalo de um ano e meio. Reis explicou na oitiva que as movimentações são relacionadas à aposentadoria da carreira militar, empréstimos pedidos a familiares e a amigos, a venda do carro de Mauro Cid e um consórcio com outros militares. 

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De acordo com a senadora, no extrato da conta do sargento consta a transferência de R$ 70 mil. Questionado sobre a transação, Reis confessou que anunciou na internet a venda de um carro pertencente ao tenente-coronel no valor de R$ 72 mil, justificando a origem do dinheiro. "Ele [Mauro Cid] me falou: 'Passa R$ 70 mil, fica para você o restante pelo seu trabalho'", declarou Luís Marcos dos Reis à CPMI. 

Acompanhe a oitiva ao vivo:

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O ex-deputado Eduardo Barbosa (MG) faleceu na madrugada desta quarta-feira (23), aos 64 anos, em Brasília. Ele exerceu quatro mandatos na Câmara dos Deputados (de 1995 a 2023), também foi ouvidor-geral da Casa e vice-líder do PSDB por vários anos.

Eduardo Barbosa foi autor do projeto que deu origem à lei que criou uma renda básica emergencial de R$ 600 aos trabalhadores informais, autônomos e sem renda fixa, durante a crise provocada pela pandemia da Covid-19 (PL 9236/17); e do projeto que originou a lei que obriga o País a garantir educação e aprendizagem ao longo da vida a jovens e adultos que estão fora da idade escolar e às pessoas que têm necessidades especiais (PL 5374/16).

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Vários políticos lamentaram o falecimento nas redes sociais. "[Eduardo Barbosa] foi nossa referência na defesa dos mais vulneráveis e em todas as políticas sociais produzidas nas últimas décadas. Vai fazer muita falta na luta por justiça social e por um Brasil mais humano e melhor para todos!", tuitou o deputado Osmar Terra (MDB-RS).

"Com muita tristeza recebi a notícia do falecimento do deputado Eduardo Barbosa, grande defensor das Apaes, ótimo secretário de estado, um grande amigo que se vai", disse o ex-deputado Eduardo Azeredo (MG), colega de partido de Barbosa.

*Da Agência Câmara de Notícias

O autointitulado jornalista, Wellington Macedo de Souza, que foi assessor da ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, e atual senadora Damares Alves (Republicanos-DF), foi barrado de entrar na cerimônia de posse do novo presidente do Paraguai, na última terça-feira (15). O presidente Lula (PT) estava no evento. 

Wellington foi réu, em janeiro deste ano, por ter participado de um atentado em Brasília, que consistiu na colocação de uma bomba próximo a um caminhão de combustível, ao lado do aeroporto da cidade. Ele estava acompanhado de outros dois suspeitos, que foram condenados pela Justiça. O caso de Wellington foi desmembrado dos outros dois, e ele não chegou a ser condenado. 

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Seis dias antes do evento da posse do presidente Santiago Peña, em Assunção, Wellington realizou o credenciamento para entrar no setor da imprensa como jornalista independente. Sua credencial foi negada pelo governo paraguaio após verificação dos antecedentes criminais na base de dados do governo brasileiro. O procedimento é considerado padrão para eventos oficiais onde participam chefes de Estado.

Mais de 100 mil mulheres reunidas em Brasília marcham, nesta quarta-feira (16) até o Congresso Nacional, pela reconstrução do Brasil e pelo Bem Viver. 

Desde o fim de semana até essa terça-feira (15), centenas de ônibus chegaram ao Pavilhão do Parque da Cidade, trazendo as participantes da 7ª Marcha das Margaridas, coordenada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores Rurais Agricultores e Agricultoras Familiares (Contag), pelas federações e sindicatos filiados e por 16 organizações parceiras. 

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Na mobilização política, considerada a maior da América Latina pela Contag, mulheres de todas as regiões do Brasil querem garantir direitos, pôr fim às desigualdades de gênero, classe e étnico-raciais; enfrentar a violência, que muitas vezes ameaças sua vida, e a opressão, simplesmente, por serem mulheres. As pautas delas foram debatidas durante dois anos, em reuniões regionais e nacionais que resultaram em documento divido em 13 eixos políticos. A pauta da Marcha das Margarida 2023 foi entregue ao governo federal em junho.  

Essas mulheres, no entanto, têm suas próprias reivindicações. Por isso, deixam suas casas e famílias, viajam dias de ônibus, dormem em colchonetes e redes em um grande alojamento, tomam banho em banheiros coletivos.  

A Agência Brasil ouviu histórias das margaridas, que estão em Brasília para marchar e transformar. Conheça suas lutas. 

A indígena Gracilda Pereira, da etnia Atikum-Jurema, chegou de Petrolina, em Pernambuco, e cobra os direitos de saúde e educação para a aldeia onde ela vive. “A nossa área da saúde indígena é descoberta. Não temos agente de saúde, não tem médico. Há duas indígenas com curso de enfermagem e elas fazem os primeiros socorros. A unidade mais próxima, quando a gente vai se consultar, é só para urgência. E há também a questão da educação. Os alunos frequentam escolas no município, fora da aldeia. Há um ônibus bem cedo que leva as crianças Tem pessoas também que não sabem ler, nem escrever. São muitas questões, principalmente no Vale do São Francisco.

Maria Nazaré Moraes, de Belém, no Pará, é estreante na Marcha das Margaridas. Ela representa uma central de seringueiros, extrativistas e pescadores das ilhas da capital paraense. “É tanta coisa que já era para ter sido feita e até agora nada. Regularização fundiária, uma delas. E para os pescadores, os direitos do seguro defeso que não é dado para todo mundo. Por causa do local, nem todos têm direitos porque não é a água salgada. E Maria, que está alojada em uma rede, entende que isso faz parte da luta. “Enfrento qualquer situação. No chão, na rede, na cama, no mato. É assim que a gente é”. 

A lavradora e presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Feira Nova, em Sergipe, Luciana Santos, marcha por mais direitos. “Por mais terra, por mais educação, mais saúde e que as mulheres possam ter mais oportunidades. Infelizmente, tivemos um retrocesso nos últimos quatro anos. Mas, agora, com o governo Lula, que é da democracia, viemos lutar para reconstruir o Brasil juntas, por tantos direitos e tantas perdas que tivemos. 

Cherry Almeida é uma das lideranças do bloco afro Afoxé Filhas de Gandhy, com 44 anos de existência, em Salvador (BA). A baiana entende que a mobilização é extremamente importante para o empoderamento feminino. “A marcha é, acima de tudo, para a afirmação das mulheres no nosso lugar de poder nessa sociedade. Nós sabemos que as mulheres que estão aqui querem uma sociedade mais justa, mais igualitária, igualdade de oportunidade, querem espaços de poder nessa sociedade. Portanto, precisamos estar juntas, unidas, marchando com o único objetivo da transformação dessa sociedade. E essa marcha é a cara da mulher brasileira”, declara Cherry Almeida 

A produtora de eventos e trans Dávila Macarena Minaj, de 25 anos, veio com a mãe, uma agricultora famíliar, de Acará, no Pará. Minaj revela que teve um choque de cultura desde que chegou à capital federal, encontrou pessoas de outros estados e entrou em estandes do pavilhão com diferentes temáticas. Ela marcha por mais respeito à sua sexualidade. “A minha cidade é o lugar onde mais sofro transfobia no mundo. Então, busco o direito de ser diferente e ter direitos iguais.” 

O pleito da quebradeira de coco Domingas Aurélia Almeida dos Santos em Timbiras, no Maranhão é continuar quebrando o fruto e fazer o beneficiamento dele para garantir a renda da família. “É nosso direito quebrar o coco, livre. As palmeiras estão acabando porque os donos que compram as terras estão matando. E estamos ficando sem coco para quebrar, porque não tem mais palmeira. Nós tiramos lá a palha do coco, o azeite, fazemos sabonete e sabão, tiramos o leite do coco, tudo. Da casca, fazemos o carvão. E o coco acabando fica difícil de sobreviver. 

A criadora de conteúdo digital e suplente de um parlamentar de Santa Catarina veio aprender sobre feminismo para atuar melhor em defesa dos direitos femininos. “Vim para me organizar, junto com outras mulheres, escutar as reivindicações das mulheres do campo, das florestas, e saber o que está sendo organizado na América Latina. Estar aqui, presente na marcha, escutar o que elas têm para reivindicar, estar nas oficinas, ouvindo as palestras, tudo o que elas estão trazendo, é extremamente importante pra gente fazer políticas públicas, que sejam realistas”, diz a catarinense Sardá. 

A agricultora Maria Francisca da Silva Alcântara parou os cuidados com a plantação de arroz e feijão, em Piranhas, Alagoas, para viajar a Brasília. No momento em que descia do ônibus, conversou com a reportagem da Agência Brasil. “Viemos buscar os projetos para as agricultoras que ficaram nas comunidades, para plantar as sementes sem orgânicos. É tudo sem veneno. Força, fé e coragem -  essa é a receita para vencer batalhas.” 

Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

A bancária do Paraná, filiada à Central Única dos Trabalhadores (CUT), Eunice Myamoto, caprichou nos adereços floridos para marchar com as margaridas. Em reunião, em uma tenda, com outras representantes sindicais, Myamoto falou sobre a luta feminina. “Vim ver todas as mulheres que estão aqui atrás desse sonho, em busca de igualdade, dos direitos que temos. Está sendo lindo porque eu vi a energia dessas mulheres Eu vi que a Margarida [Alves] deixou suas semelhantes E estamos fazendo toda essa primavera em Brasília.” 

A moradora da Ceilândia, no Distrito Federal, Elisa Cristina Rodrigues, faz parte da União da Juventude Socialista. Aos 19 anos, a estudante lembra que muitas lideranças que hoje estão à frente de entidades que defendem direitos sociais ou estão em posto de comando, começaram em movimentos estudantis, nas décadas de 80. “Quanto mais cedo você se engaja, mais vitórias tem. Dentro do movimento, a gente conhece pessoas que passam por situações muito diferentes. Então, acabamos tendo um olhar mais amplo. Ainda mais no nosso país, que é muito desigual”. 

A assentada rural Alcimeire Rocha Morais trouxe o filho de José Pietro, de 6 anos, para conhecer a capital do país e lutar pelo direito à terra. “A gente mora em assentamento. Ainda não tem a terra no nome, mas tem o círculo da terra onde pode trabalhar, criar as coisas da gente, fazer a roça. Só que não temos muita condição para cuidar da terra. Só plantamos as coisas boas e criamos os bichos: galinha, porco. Isso” 

Outra trabalhadora do campo, Celeste Gonçalves Barros, de Cândido Mendes, no Maranhão, diz que em sua marcha quer maquinário específico para a pequena produção rural. “Muitas pessoas param até de plantar porque não há condição de trabalhar no braço pesado. Se viessem umas máquinas para ajudar a gente seria muito bom. Só trabalhamos com machado, na foice, no braçal mesmo. Se tivesse máquina, era só revirar a terra, fazer o beneficiamento e plantar. Ficava mais fácil para a gente”. 

Palmeirândia, no Maranhão, é a terra de Ana Luísa Costa Lobato. Lá, ela é diretora do Sindicado de Trabalhadores da Agricultura Familiar e valoriza o diálogo do governo federal com a população do campo. “A gente tem esperança que ele [Lula] mude o nosso país. Esse é o governo que a gente colocou lá. E, desde o início, está dando para dialogar. É notório, porque desde as entidades, os movimentos sociais, até com estrangeiros, vemos a diferença do diálogo. E precisa tê-lo para pedir as coisas. Tem que ter conversa”. 

A extrativista de coco babaçu Maria José Alves Almeida, de Codó (MA), marcha para ter acesso ao crédito bancário. “A gente tem que ter crédito, pois não consegue acesso. Não temos carro, não temos terra. Trabalhamos no território aleiro. Então, isso nos atrapalha muito. Mas, é importante. É independência. Nesses nossos encontros, já descobrimos que temos uma maneira de acessar. Ainda estamos buscando o conhecimento para passar às companheiras, para que tenham acesso ao crédito do Pronaf [Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar]. 

Essas mulheres estão em marcha nesta quarta-feira, juntamente com mais de 100 mil margaridas em direção à Esplanada dos Ministérios, em um trajeto de aproximadamente seis quilômetros entre o Pavilhão do Parque da Cidade e o centro do Poder Executivo Federal.  

Às 10h30, haverá o ato de encerramento da Marcha das Margaridas, com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de ministros, em frente ao Congresso Nacional.  

As margaridas aguardam anúncios do governo que atendam à pauta de reivindicações da 7ª edição do evento.

Mais de 100 mil mulheres brasileiras do campo, da floresta, das águas e das cidades, além de representantes de 33 países, são esperadas nesta terça (15) e quarta-feira em Brasília, na 7ª Marcha das Margaridas. O evento, coordenado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), federações e sindicatos filiados e 16 organizações parceiras, ocorre a cada quatro anos e a edição de 2023 tem o lema Pela Reconstrução do Brasil e pelo bem viver. 

São trabalhadoras rurais, indígenas, quilombolas, ribeirinhas, sem-terra, extrativistas, da comunidade LGBTQIA+ e moradoras de centros urbanos. Para a Contag, a marcha é a maior ação política de mulheres da América Latina. 

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Pautas  

As principais demandas reivindicadas este ano pelas "margaridas" estão divididas em 13 eixos políticos que serão debatidos nos dois dias do evento: 

Democracia participativa e soberania popular; 

Poder e participação política das mulheres; 

Vida livre de todas as formas de violência, sem racismo e sem sexismo; 

Autonomia e liberdade das mulheres sobre o seu corpo e a sua sexualidade; 

Proteção da natureza com justiça ambiental e climática; 

Autodeterminação dos povos, com soberania alimentar, hídrica e energética; 

Democratização do acesso à terra e garantia dos direitos territoriais e dos maretórios; 

Direito de acesso e uso da biodiversidade, defesa dos bens comuns; 

Vida saudável com agroecologia e segurança alimentar e nutricional; 

Autonomia econômica, inclusão produtiva, trabalho e renda; 

Saúde, Previdência e Assistência Social pública, universal e solidária; 

Educação Pública não sexista e antirracista e direito à educação do e no campo; 

Universalização do acesso à internet e inclusão digital. 

A coordenadora-geral da Marcha das Margaridas e secretária de Mulheres da Contag, a piauiense Mazé Morais, comentou, em entrevista à Agência Brasil, a expectativa para a marcha e a pauta construída em diversas reuniões realizadas desde 2021 pelo país. “Construímos uma pauta e a entregamos ao governo [federal] em 21 de junho. Um governo do campo popular democrático. A nossa expectativa é que as autoridades, no ato de encerramento da marcha, possam, de fato, fazer anúncios relevantes em relação às políticas públicas, a programas, espaços importantes, que realmente causem impacto na vida das mulheres em todos os territórios do Brasil”.  

Destaque

“Essa é a marcha da esperança, porque estamos muito confiantes quanto à retomada dos programas, das políticas, conquistas, que ao longo do caminhar de muita luta, nós, as margaridas, conquistamos. Infelizmente, muitas delas foram retiradas, extintas. Então, há uma expectativa muito grande de que vai ser uma grandiosa marcha, com a representatividade linda da diversidade que somos todas nós”. 

A ministra das Mulheres, Cida Gonçalves, disse que nos últimos meses a pasta trabalhou em parceria com outros ministérios para garantir respostas às diversas reivindicações das margaridas. “Desde ações de enfrentamento à violência contra as mulheres e garantia da autonomia econômica, à proteção dos biomas e justiça climática, por exemplo”. 

 “Hoje, temos um governo que respeita as mulheres do campo, da floresta e das águas e que tem a participação social como eixo fundamental na construção e implementação de políticas públicas. Então, a Marcha das Margaridas é essa força que move estruturas e que impulsiona o Brasil rumo ao desenvolvimento sustentável, ao bem viver”. 

Inspiração 

Desde 2000, o nome da marcha é uma homenagem a Margarida Maria Alves, ex-presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Alagoa Grande, na Paraíba. Ela foi assassinada em 12 de agosto de 1983, devido à luta pelos direitos da categoria. Desde então, a liderança se tornou símbolo da resistência de milhares de homens e mulheres que buscam justiça e dignidade. Latifundiários da região são suspeitos do homicídio. Mas, até hoje, o crime segue sem solução e os mandantes não foram condenados.

O caso de Margarida Maria Alves chegou à Comissão Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA), onde, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, se tornou um marco na denúncia das violações sistemáticas dos direitos fundamentais. Em abril de 2020, a comissão publicou o Relatório de Mérito 31/20 sobre o caso. O documento concluiu que o Estado brasileiro é responsável pela violação dos direitos à vida, integridade pessoal, proteção e garantias judiciais de Margarida Alves e as pessoas indicadas no relatório internacional. O relatório ainda faz recomendações ao Estado brasileiro sobre como reparar integralmente os familiares da vítima; a investigação efetiva para esclarecer os fatos; o fortalecimento do Programa de Proteção a Defensores de Direitos Humanos, concentrando-se na prevenção de atos de violência. 

Quatro décadas após o assassinato da paraibana, a secretária Mazé Morais defende a memória da sindicalista que lutou pelos trabalhadores do campo. “Margarida será sempre a nossa inspiradora e é por isso que a gente segue em marcha”. 

 

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