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A polícia de Bruxelas interceptou e matou nesta terça-feira (17) o suspeito de matar dois cidadãos suecos na segunda-feira na capital da Bélgica, um ataque que o primeiro-ministro do país condenou como um ato de "loucura terrorista".

Os policiais abriram fogo contra o suspeito, que foi "neutralizado", após uma noite de buscas intensas na capital belga.

Uma fonte judicial confirmou à AFP que o homem faleceu em consequência dos tiros dos agentes das forças de segurança.

A ministra belga do Interior, Annelies Verlinden, anunciou na rede X que "o autor do atentado terrorista de Bruxelas foi identificado e morreu".

Em uma entrevista coletiva, o primeiro-ministro belga, Alexander De Croo, disse que o suspeito era um tunisiano que morava no país de forma ilegal.

De Croo afirmou ainda que uma pessoa que reivindicou a autoria do ataque havia divulgado nas redes sociais um vídeo em que citava inspiração no grupo extremista Estado Islâmico (EI).

"O ataque terrorista que aconteceu ontem (segunda-feira) foi cometido com total covardia. O agressor escolheu como alvos dois torcedores de futebol suecos", afirmou o chefe de Governo, antes de recordar que um taxista ficou ferido.

"O terrorismo ataca de forma indiscriminada (...) O objetivo é semear medo, desconfiança e divisão em nossas sociedades. Os terroristas devem saber que nunca vão alcançar seus objetivos", acrescentou.

- Estado de alerta -

O governo belga ativou o centro nacional de crises e elevou a ameaça terrorista ao nível 4 ("muito grave"), o maior na escala, na região de Bruxelas, e ao nível 3 ("grave") no restante do país.

Na capital do país, as sedes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia (Executivo da UE) declararam situação de alerta e fecharam o acesso aos visitantes.

A arma utilizada no ataque foi encontrada no local de detenção do suspeito, informou a ministra do Interior.

O suspeito, que não teve a identidade completa revelada até o momento, era um homem de 45 anos, já conhecido da polícia de Bruxelas por "envolvimento em tráfico de seres humanos e ao menos um ataque à segurança do Estado".

O homem foi apresentado apenas como Abdesalem L.

O ministro da Justiça, Vincent Van Quickenborne, revelou que em 2016 "informações não confirmadas e transmitidas por uma força policial estrangeira indicavam que ele tinha um perfil radicalizado".

"Apesar de ser conhecido por nossos serviços, não havia nenhuma informação concreta de radicalização", afirmou o ministro.

O tunisiano havia apresentado uma demanda formal de asilo na Bélgica em novembro de 2019, que foi rejeitada em outubro de 2020. Ele foi eliminado dos arquivos em fevereiro de 2021 e, desde então, não era mais localizado.

O ataque aconteceu durante a noite de segunda-feira, pouco antes de uma partida de futebol entre as seleções da Bélgica e da Suécia.

O procurador-geral belga, Frédéric Van Leeuw, afirmou que o suspeito seguiu um táxi no qual viajavam os dois torcedores suecos, antes de abrir fogo.

A notícia do ataque chegou em poucos minutos ao estádio Rei Balduíno, em Bruxelas, e os jogadores suecos se negaram a retornar ao gramado para o segundo tempo. O jogo, válido pelas eliminatórias para a Eurocopa de 2024, foi suspenso com o placar de 1-1.

A Suécia registra uma grave deterioração de suas relações com os países muçulmanos nos últimos meses em consequência de várias manifestações que incluíram a queima de exemplares do Alcorão.

Dois cidadãos suecos morreram atingidos por disparos em Bruxelas, na Bélgica, na noite desta segunda-feira (16), por um homem armado que conseguiu fugir, um "atentado covarde" segundo o primeiro-ministro do país, Alexander De Croo, que pediu unidade "na luta contra o terrorismo".

Uma mensagem de vídeo reivindicando a autoria foi publicada nas redes sociais por um homem "que se apresenta como o agressor e afirma estar inspirado pelo Estado Islâmico" (EI), disse Eric Van Duyse, porta-voz da Promotoria federal.

O nível de ameaça terrorista foi elevado para quatro, considerado "muito grave", na região de Bruxelas. A Promotoria pediu à população que permanecesse "em casa enquanto a ameaça não tiver sido erradicada".

A investigação foi remitida à Promotoria federal, responsável em casos de terrorismo, e os primeiros indícios apontam para um agressor solitário, que teria conseguido fugir.

O atentado ocorreu depois das 19h locais (14h em Brasília) perto da praça Sainctelette, no norte de Bruxelas, antes de uma partida classificatória para a Euro-2024 entre Bélgica e Suécia no estádio Rei Balduíno.

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, denunciou o "atentado abjeto", enquanto o presidente francês, Emmanuel Macron, o classificou como um "ataque terrorista islamista".

O governante francês anunciou um reforço nos controles fronteiriços em seu país.

- Partida suspensa -

O premiê belga De Croo indicou na rede social X (antigo Twitter) que esteve em contato com seu colega sueco, Ulf Kristersson, para transmitir-lhe suas condolências por "um atentado covarde contra cidadãos suecos em Bruxelas".

O jogo entre Bélgica e Suécia, válido pelas Eliminatórias para a Eurocopa de 2024, acabou sendo suspenso durante o intervalo.

Jornalistas presentes no estádio Rei Balduíno da capital belga informaram que os torcedores presentes foram instruídos a permanecerem no recinto por motivos de segurança.

De acordo com fontes citadas pela imprensa belga, as duas mortes no ataque seriam de torcedores que estavam em Bruxelas para acompanhar a partida.

No vídeo de reivindicação do duplo assassinato, aparece um homem falando em árabe.

Em outra gravação, divulgado pela edição digital do jornal em flamengo Het Laatste Nieuws, um homem aparece fugindo em uma moto pequena depois de abrir fogo.

Nessas imagens, é possível ouvir o barulho de quatro tiros.

Jornalistas da AFP constataram que toda a área onde ocorreu o ataque, na zona norte da cidade, foi isolada por um perímetro de segurança.

Devido à crise entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas, a França adotou um regime de emergência na sexta-feira, depois que um professor foi esfaqueado.

A Bélgica já foi alvo de vários ataques reivindicados pelo grupo radical Estado Islâmico.

Em 22 de março de 2016, Bruxelas sofreu dois atentados com suicidas - um no aeroporto de Zaventem e outro em uma estação central do Metrô - que deixaram um saldo de 35 pessoas mortas.

Desde 2016, a Bélgica também foi cenário de diversos ataques contra soldados e policiais.

Em novembro de 2022, um homem armado com uma faca atacou uma patrulha de dois policiais no distrito de Gare du Nord de Bruxelas, provocando a morte de um deles e ferindo gravemente o segundo.

A cerveja belga, orgulho nacional que já alcançou o status de Patrimônio da Humanidade, reconhecido pela Unesco, tem agora o seu próprio museu em Bruxelas, que inclui uma área de degustação.

O "Mundo da Cerveja Belga" abre as portas neste sábado (9) na antiga e imponente sede da Bolsa de Valores, um projeto que pretende transformar o local em uma atração turística da capital belga.

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Ao apresentar o museu à imprensa, o prefeito de Bruxelas, Philippe Close, afirmou que outro objetivo é "apoiar um grande setor econômico".

A Bélgica, um país de 11,5 milhões de habitantes, é sede de cerca de 430 cervejarias, que geram 6.900 empregos diretos e outros 50.000 empregos indiretos, segundo dados oficiais recentes.

Além disso, a Federação dos Cervejeiros Belgas afirma que 70% de toda a produção é destinada à exportação.

O ingresso no museu permite, além de conhecer detalhes da produção da cerveja belga, degustar a bebida em um terraço especialmente projetado na cobertura do prédio.

No "Sky Bar" são oferecidas variedades de cerveja branca ou escura, âmbar, orgânica, sem contar a pilsen light tripla fermentada, apenas alguns dos 1.600 tipos de cerveja catalogados na Bélgica.

Antes de chegar ao terraço da degustação, o museu revê a história da bebida nascida na Idade Média europeia, relembra os ingredientes básicos e as múltiplas técnicas de produção.

- Os mais criativos -

O passeio é apoiado por inúmeras telas sensíveis ao toque e até por uma "experiência sensorial".

Uma sala especial propõe uma imersão total em uma reprodução de um tanque de fermentação. Nas paredes aparecem bolhas como as do processo de gaseificação da bebida.

"Desenvolvemos um museu lúdico", disse à AFP Charles Leclef, que preside o conselho municipal autônomo encarregado de administrar o local.

Segundo Leclef, "não se trata de promover o consumo de cerveja, mas de mostrar que faz parte do nosso cotidiano na Bélgica e de encontrar uma forma de contar isso às pessoas".

Leclef lembrou que "não somos o maior produtor do mundo, longe disso, mas somos os mais criativos, pela sua enorme diversidade, pelos seus diferentes sabores e pela sua complexidade".

O museu já recebeu críticas de pequenos produtores de cerveja, que veem a iniciativa como uma plataforma promocional para grandes marcas e grandes grupos.

A Bélgica é a sede da líder mundial, AB Inbev, cujas marcas emblemáticas estão presentes no museu.

"Obviamente houve maiores contribuições financeiras das maiores empresas [do setor], mas nenhuma cervejaria tem lugar privilegiado aqui", afirmou Leclef.

O museu da cerveja faz parte do complexo processo de renovação do histórico e espetacular edifício da Bolsa de Valores, que foi esvaziado em 2014.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva participou, nesta terça-feira (18), de um café da manhã com lideranças progressistas e democratas latino americanas e europeias em Bruxelas, capital da Bélgica. Organizado pelo ex-primeiro ministro da Suécia Stefan Löfven, o encontro ocorre em paralelo à 3ª Cúpula Celac-União Europeia.

Celac é a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos. Ao final do encontro, os 60 líderes participantes do encontro devem publicar uma declaração conjunta sobre os avanços obtidos durante as reuniões. As negociações visando um acordo entre Mercosul e União Europeia prosseguem em reuniões bilaterais.

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Entre os temas discutidos durante o café da manhã organizado por Löfven estão defesa da democracia, combate à desigualdade, promoção do bem-estar social, respeito aos direitos humanos, ações pelo clima e meio ambiente. Temas que, segundo o Planalto, representam pontos de interesse comum, entre os participantes.

O encontro reuniu, além do presidente Lula, Alberto Fernández (Argentina), Gabriel Boric (Chile), Gustavo Petro (Colômbia), o primeiro-ministro de Portugal, António Costa, a primeira-ministra da Dinamarca, Mette Fredricksen, o chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, e o presidente do governo da Espanha, Pedro Sánchez, entre outros. O governo do México foi representado pela secretária de Relações Exteriores, Alícia Barcena.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva vai se reunir nesta segunda-feira, 17, com a oposição e com o governo da Venezuela, segundo informou uma fonte do governo ao Estadão. O encontro acontecerá durante a 3ª cúpula entre a Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac) e a União Europeia (UE), em Bruxelas, com participação dos governo da Colômbia, da França e da Argentina.

O presidente Lula, bem como Emmanuel Macron, Alberto Fernández e Gustavo Petro se encontrarão com Gerardo Blyde, um dos principais negociadores da oposição venezuelana com a ditadura de Nicolás Maduro e com quem Celso Amorim, assessor especial da presidência e ex-chanceler, se reuniu em março quando viajou de surpresa para Caracas.

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O líderes também se sentarão à mesa com Delcy Rodríguez, vice-presidente e a mais alta represente do governo venezuelano na cúpula. Segundo a fonte, a intenção é manter um diálogo democrático com os representantes venezuelanos em um contexto eleitoral que se aproxima.

A Venezuela terá eleições presidenciais em 2024, porém, três dos principais candidatos da oposição tiveram suas candidaturas inabilitadas. No fim de junho, a ditadura de Maduro tornou inelegível por 15 anos María Corina Machado, uma das pré-candidatas favoritas. Ela se junta a outros dois nomes importantes da oposição que já haviam sido barrado da disputa eleitoral: Juan Guaidó e Henrique Capriles.

O governo Lula não se pronunciou sobre a inabilitação de María Corina Machado, mas disse ao Estadão na semana passada que vai manter a disposição de diálogo de alto nível com Maduro.

O tema da Venezuela não constava na agenda oficial da cúpula, que ocorre nestas segunda e terça-feiras, mas já era uma possibilidade desde que o Parlamento Europeu aprovou uma condenação à suspensão "arbitrária e inconstitucional" de opositores de Maduro.

Em privado, diplomatas brasileiros admitiram que a inabilitação eleitoral de Corina Machado complica o reconhecimento de que as eleições nacionais em 2024 serão livres, justas e transparentes. O próprio governo Lula vinha nos bastidores cobrando Maduro a garantir igualdade de condições aos concorrentes no ano que vem.

Em sua única manifestação sobre o caso, o presidente Lula disse que não conhecia os detalhes do processo, em vez de sair em defesa do regime. Foi na última reunião de cúpula do Mercosul, em Puerto Iguazú, na Argentina, quando Lula admitiu "problemas", dias depois de afirmar que o conceito de democracia era "relativo" e que Caracas promovia mais eleições do que o Brasil.

O governo e a oposição da Venezuela retomaram no ano passado as tentativas de diálogo no México com mediação da Noruega. O Brasil não atua no processo de diálogo. França, Colômbia e Argentina agiram para a retomada dos diálogos em novembro passado.

A vice-presidente venezuelana recebeu autorização para viajar à capital da Bélgica apesar de estar incluída na lista de sancionados do bloco europeu. Segundo autoridades diplomáticas, a permissão de Rodríguez permanecer no espaço europeu foi prorrogada para participar da cúpula, um precedente previsto no regulamento das sanções europeias.

Rodríguez foi incluída na lista de autoridades venezuelanas sancionadas em junho de 2018 e, desde então, estava proibida de entrar no espaço da UE. Sua inclusão, porém, foi motivada, segundo a UE, ao seu papel nas eleições presidenciais que aconteceram na Venezuela em maio daquele ano, nas quais Nicolás Maduro obteve um segundo mandato.

A reunião de Lula com as duas partes ocorre dias depois de a Venezuela afirmar não vai permitir entrada de observadores da UE nas eleições de 2024. "Nenhuma missão europeia de observação volta aqui, não voltam porque são rudes, porque são colonialistas", afirmou o presidente da Assembleia Nacional da Venezuela, o chavista Jorge Rodríguez.

Após 15 anos, a UE enviou uma missão à Venezuela em 2021 para acompanhar as eleições regionais, destacando melhorias na legislação, mas também deficiências a serem superadas.

O presidente da Ucrânia, Volodimir Zelensky, desembarcou nesta quinta-feira em Bruxelas para participar em uma reunião de cúpula de líderes da União Europeia (UE) e deve insistir em seu pedido urgente de caças para enfrentar a Rússia.

Com um enorme dispositivo de segurança na capital da Bélgica, a agenda de Zelensky inclui um discurso no Parlamento Europeu antes da reunião com os governantes da UE.

"Bem-vindo a sua casa, bem-vindo à UE", afirmou o presidente do Conselho Europeu, Charles Michel.

O presidente ucraniano, que chegou a Bruxelas procedente de Paris, visitou na quarta-feira o Reino Unido e a França, em sua segunda viagem ao exterior desde o início da guerra, em fevereiro de 2022.

Na quarta-feira à noite ele se reuniu com o presidente francês Emmanuel Macron e com o chefe de Governo alemão, Olaf Scholz.

Antes da rápida viagem pela Europa, Zelensky fez em dezembro uma visita relâmpago a Washington, onde se reuniu com o presidente americano, Joe Biden, na Casa Branca.

A presidente do Parlamento Europeu, Roberta Metsola, considerou a visita do chefe de Estado ucraniano "um dia histórico para a Europa".

No rascunho da declaração final da reunião de cúpula, os líderes destacam que "o apoio da UE à independência, soberania e à integridade do território da Ucrânia dentro de suas fronteiras internacionalmente reconhecidas (...) continua sendo inabalável".

A versão do documento, consultada pela AFP, reitera a "enérgica condenação da guerra de agressão da Rússia contra a Ucrânia, que constitui uma violação manifesta da Carta da ONU".

Diante da ofensiva russa, a Ucrânia solicitou a adesão à UE de forma expressa, mas vários líderes do bloco recordaram que o processo é extraordinariamente complexo e normalmente demora vários anos, em alguns casos mais de uma década.

No rascunho da declaração, a UE "reconhece" os esforços da Ucrânia para a adesão e estimula o país "a continuar neste caminho e a cumprir as condições" estabelecidas pela Comissão Europeia (o braço Executivo da UE).

Um tribunal da cidade de Bruxelas iniciou nesta quarta-feira (30) o julgamento dos acusados pelos atentados executados na capital da Bélgica em 2016, que deixaram 32 mortos e centenas de feridos.

Com um rígido protocolo de segurança em uma antiga sede da Otan, o tribunal julga nove suspeitos, incluindo alguns que já foram condenados na França por participação ou cumplicidade nos atentados de novembro de 2015 em Paris e Saint-Denis.

Em 22 de março de 2016, dois homens-bomba detonaram explosivos na sala de embarque do principal aeroporto de Bruxelas, em Zaventem. Ao mesmo tempo, um terceiro extremista fez o mesmo em uma estação do metrô da capital belga.

No julgamento, que começa com a seleção dos 12 jurados, um 10º réu, Usama Atar, será julgado à revelia porque as autoridades presumem que ele morreu na Síria.

Este é o maior julgamento criminal na história da Bélgica - quase 1.000 pessoas constituem a parte civil.

O tribunal acredita que, após a formação do júri popular, os debates devem começar em 5 de novembro.

Vários atos de vandalismo foram registrados neste domingo (27) em Bruxelas após a vitória do Marrocos sobre a Bélgica na Copa do Mundo, com "dezenas de pessoas" atacando mobiliário urbano e policiais.

Antes mesmo do final do jogo, no centro da cidade, "várias dezenas de pessoas, algumas delas encapuzadas, procuraram confronto com as forças de ordem, o que comprometeu a segurança pública", declarou a Polícia em comunicado.

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A Polícia informou o uso de material pirotécnico, o lançamento de projéteis, a presença de manifestantes armados com bastões, um incêndio em via pública e a destruição de um semáforo.

"Um jornalista foi ferido no rosto por fogos de artifício", segundo a Polícia, que decidiu intervir com um canhão de água e gás lacrimogêneo.

As forças de segurança pediram aos habitantes e torcedores que evitassem determinados bairros do centro da capital belga.

Várias estações de metrô foram fechadas e ruas bloqueadas para limitar as multidões.

"Condeno veementemente os incidentes desta tarde. A Polícia já interveio com determinação. Assim, desencorajo os torcedores de irem ao centro da cidade. A Polícia usa todos os meios para manter a ordem pública", reagiu o prefeito de Bruxelas, Philippe Close, no Twitter.

"Ordenei à Polícia que proceda com as prisões administrativas dos vândalos", acrescentou.

O aeroporto de Bruxelas, o maior da Bélgica, cancelou todos os voos com previsão de partida nesta segunda-feira, em função da greve promovida pelos guardas de segurança. Os funcionários demandam melhora salarial em um período de alta na inflação do país.

A administração do aeroporto informou o cancelamento de 232 voos, afetando em média 30.000 passageiros. Os passageiros receberam instruções para entrar em contato com as companhias aéreas responsáveis pelos voos.

Maria Antonia, uma estudante Romena de 20 anos, pretendia embarcar rumo a Bucareste e disse não ter visto o aviso urgente enviado aos passageiros na noite de domingo. "Não sabia dos voos cancelados até chegar no aeroporto", afirmou.

Nesta segunda-feira o terminal aéreo se encontrava praticamente vazio, com pequenas filas de passageiros buscando a troca das passagens, enquanto outros descansavam no chão ou nos poucos assentos disponíveis.

Os passageiros da operadora de turismo alemã TUI sairiam do aeroporto de Bruxelas, mas foram encaminhados a outros terminais regionais do país.

Os voos comerciais que desembarcam no aeroporto também estão sendo afetados, com a operação reduzida de um para quatro voos. Por outro lado, o tráfego de mercadorias continuou em operação.

Os três principais centros sindicalistas da Bélgica, a Federação Geral dos Trabalhadores da Bélgica (FGTB), socialista, a Confederação de Sindicatos Cristãos (CSC) e a Confederação Geral dos Sindicatos Liberais da Bélgica (CGSLB) realizam nesta segunda-feira um dia de ação nacional para defesa do salário e do poder aquisitivo.

Uma parte dos veículos da marcha antivacina deixou no domingo (13) a região de Paris em direção a Bruxelas, onde planejam se manifestar na segunda-feira, enquanto a capital francesa continua sob forte mobilização da polícia.

Os autodenominados "comboios da liberdade", inspirados na mobilização que paralisou Ottawa, capital do Canadá, reúnem opositores do passaporte de vacina anticovid, mas também manifestantes contra o presidente Emmanuel Macron. Alguns também retomam as reivindicações dos "coletes amarelos" sobre o custo de vida.

Cerca de 200 veículos estavam estacionados em Villepinte, a norte de Paris, no domingo, antes de regressarem à estrada com destino a Bruxelas, segundo uma fonte policial, que estimou que a situação ali era calma. Os comboios seguirão para o aeroporto de Lille (norte) para chegar à capital belga na segunda-feira.

As autoridades belgas proibiram qualquer manifestação em Bruxelas "com veículos motorizados" e anunciaram que tomaram medidas "para impedir o bloqueio" da cidade e seus arredores.

Partindo de toda a França, carros, caravanas e caminhões convergiram para Paris neste fim de semana. Mas, embora a polícia tenha dito que contava 3.000 veículos e 5.000 manifestantes ao redor da capital na sexta-feira, nem todos os comboios entraram na cidade.

Da mesma forma, nem todos os participantes pretendiam continuar a marcha para Bruxelas, segundo uma fonte policial. De acordo com a polícia, cerca de 450 motorhomes passaram a noite de sábado para domingo em várias zonas da região parisiense.

Manter o dispositivo

A prefeitura de polícia de Paris twittou que manteve "o dispositivo neste domingo" para evitar bloqueios nos portões da capital, com o reforço dos controles ao longo do dia. Cerca de 7.500 policiais estão mobilizados de sexta a segunda-feira. Na tarde de sábado, mais de cem veículos conseguiram chegar à Champs Elysées, mas foram repelidos com gás lacrimogêneo.

Os manifestantes não conseguiram bloquear a capital francesa, mas as forças de segurança detiveram 97 pessoas e multaram 513, segundo balanço oficial. Eles intervieram especialmente na noite de sábado no bairro Champs-Élysées e em Boulogne (no oeste de Paris) para dispersar os últimos participantes, disse a prefeitura de polícia.

Entre os detidos no sábado está Jérôme Rodrigues, um dos rostos conhecidos dos “coletes amarelos”, o movimento desencadeado pela subida dos preços dos combustíveis que abalou a França entre 2018 e 2019. Rodrigues foi detido perto doPalácio do Eliseu por "organização de manifestação proibida e participação em um grupo formado com o objetivo de cometer atos violentos", segundo o Ministério Público.

Paralelamente, o prefeito de polícia de Paris pediu um inquérito administrativo interno no domingo após a divulgação nas redes sociais de um vídeo em que um policial foi visto apontando sua arma para um motorista no sábado, na praça Arco do Triunfo.

Durante entrevista em Bruxelas, na Bélgica, o ex-presidente Lula (PT) defendeu a regulamentação da internet e a tributação de plataformas digitais. O líder petista também criticou o que chamou de "manipulação de algoritmos" pelas redes sociais.

"Vamos ter que regulamentar as redes sociais, regular a internet, colocar um parâmetro. Uma coisa é você utilizar os meios de comunicação para informar, para educar. Outra coisa é para fazer maldade, contar mentiras, causar prejuízo à sociedade", declarou. Lula também disse que o Brasil tem um presidente que "conta cinco mentiras por dia nas redes sociais."

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O petista também ressaltou que pretende cobrar as plataformas digitais, que não pagariam imposto. "Você tem o pessoal que são os donos dos aplicativos do mundo todo não pagando imposto, estão quase todos em paraísos fiscais. Ganham uma fortuna e não pagam sequer imposto em nenhum estado."

"A esquerda não tem que ter medo de debater esses temas, por mais difíceis que eles pareçam", disse Lula. A entrevista foi concedida ao grupo Socialista e Democrata do Parlamento Europeu.

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O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva retorna ao Brasil sob elogios de eurodeputados, após discurso emocionado no Parlamento Europeu, onde visitou nessa segunda-feira (15), em Bruxelas, na Bélgica, como parte de sua tour pelo continente. Em sua fala, disse que sua gestão quer provar “que é possível resolver os problemas do povo pobre, quando ele é colocado no Orçamento”, que o Brasil “tem jeito” e que é possível “construir uma economia justa, sem a destruição do meio ambiente e livre da exploração desumana da força de trabalho”.

O momento rendeu aplausos de pé por parte dos convidados do Parlamento e se tornou assunto das manchetes internacionais das últimas 24 horas. À ocasião, também foi crítico ao seu opositor e possível concorrente em 2022, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Disse que o conservador “representa uma peça importante da extrema direita fascista e nazista mundial” e que “não passa de uma cópia mal feita de Trump”.

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“Acabamos com a fome, a ONU reconheceu. Criamos 22 milhões de empregos”, disse recentemente o ex-presidente. A seguir voltou a dirigir seus dardos contra Bolsonaro: “A extrema direita não pensa no povo trabalhador, no pobre, no emprego, no índio, no negro, na população LGBT+, não pensa em nada que não seja a ganância e o processo de desestruturar o Estado brasileiro”, criticou Lula. Não sabe governar. Vendem, como estão fazendo com a Petrobras e querem fazer com os bancos públicos”.

Lula participou nessa segunda-feira (15) de um ato no Parlamento Europeu em que também esteve presente o ex-primeiro-ministro socialista espanhol José Luis Rodríguez Zapatero. “Temos o objetivo de compartilhar as agendas das esquerdas na América Latina e na Europa. E temos que enfrentar os populismos de direita e de extrema direita”, disse a líder dos social-democratas europeus, a espanhola Iratxe García, que declarou que apoiará o Partido dos Trabalhadores (PT) na próxima eleição.

Desde que saiu da prisão, Lula lidera as pesquisas em clima de polarização. “Estou preparado, motivado e com plena saúde”, tem dito. Mas não admite isso abertamente, cauteloso e respeitando os prazos do partido. “Estamos em um momento muito especial da política brasileira. Meu partido é atacado todos os dias”, destacou. “Mas meu partido vai ter um candidato em fevereiro ou março, e também temos que ver se vamos formar coalizão”, continuou.

O franco-marroquino Salah Abdeslam e outros nove acusados serão julgados por sua participação nos ataques terroristas cometidos em Bruxelas em março de 2016, que causaram 32 mortes, anunciou nesta sexta-feira (17) o Ministério Público Federal.

Seis dos acusados, incluindo Abdeslam, são atualmente julgados na França pelos ataques em Paris, em 13 de novembro de 2015, que mataram 130 pessoas.

Na manhã de 22 de março de 2016, dois extremistas islâmicos detonaram os explosivos que carregavam no aeroporto internacional Bruxelas-Zaventem e, simultaneamente, um terceiro fez o mesmo em uma estação de metrô na capital belga.

As investigações permitiram determinar rapidamente que os responsáveis pelos ataques estavam relacionados aos autores dos atentados cometidos meses antes em Paris.

Os ataques em Paris e Bruxelas foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).

Além de Abdeslam, o processo em Bruxelas inclui o belga-marroquino Mohamed Abrini, que segundo imagens de câmeras de segurança acompanhou os dois homens-bomba que se explodiram no aeroporto, e o tunisino Sofien Ayari, que facilitou a fuga de Abdeslam da capital belga.

O sueco de origem síria Osama Krayem e os belga-marroquinos Osama Atar e Ali El Haddad Asufi também são processados. Esses seis réus também estão sendo julgados pelos ataques de Paris.

O julgamento pelos atentados em Bruxelas começará em setembro do próximo ano, em data ainda não definida, segundo informou o MPF em nota nesta sexta.

As audiências vão acontecer nas dependências do MPF que ocupam instalações ultrasseguras e que pertenciam à Otan.

Para o julgamento, são esperadas pelo menos mil pessoas. O Ministério Público Federal afirma já ter identificado 964 partes civis, incluindo familiares de vítimas, feridos ou traumatizados, que pedem indenização por danos e prejuízos sofridos.

Na Bélgica, ao contrário da França, os ataques não são julgados por um tribunal composto especialmente (apenas com magistrados) para este fim, mas submetidos a um júri popular como outros crimes, o que torna a organização das audiências ainda mais complexa.

Este será o segundo julgamento na Bélgica de Salah Abdeslam, condenado em 2018 a 20 anos de prisão por atirar em policiais. O tiroteio ocorreu em Bruxelas em 15 de março de 2016, três dias antes de sua prisão. Uma prisão que levou ao ato dos agressores de 22 de março.

A Comissão Europeia aprovou o plano de reativação da Grécia, que será financiado pelo empréstimo conjunto europeu destinado a amenizar o impacto econômico da pandemia, anunciou sua presidente, Ursula von der Leyen, nesta quinta-feira (17).

"Nossa aprovação hoje é uma etapa importante para desbloquear 30,5 bilhões de euros nos próximos anos" para a Grécia, declarou Von der Leyen no antigo local da Ágora, na presença do primeiro-ministro grego Kyriakos Mitsotakis.

"Quando o plano for aprovado pelo Conselho Europeu, estaremos prontos para desbloquear os primeiros fundos em julho", acrescentou a presidente da Comissão.

Atenas deve receber 30,5 bilhões de euros, dos quais 17,8 bilhões em subsídios diretos e 12,7 bilhões sob forma de empréstimos.

Von der Leyen iniciou na quarta-feira sua visita europeia em Portugal e Espanha para dar o sinal verde de Bruxelas aos diferentes planos nacionais pós-covid.

Depois da Grécia, viajará nesta quinta-feira à tarde para a Dinamarca.

O mega plano de reativação pós-covid da União Europeia de um total de 750 bilhões de euros (cerca de 910 bilhões de dólares), foi negociado duramente pelos 27 Estados-membros até sua adoção em julho de 2020.

Assim como os outros países do sul da Europa, cuja economia depende fortemente do turismo, a Grécia sofreu em cheio as consequências da pandemia.

A Comissão Europeia abriu uma ação na Justiça contra a AstraZeneca, responsável pela produção e distribuição mundial da vacina anti-Covid da Universidade de Oxford, em nome dos 27 Estados-membros do bloco.

Segundo o porta-voz de Saúde do poder Executivo da União Europeia, Stefan De Keersmaecker, a ação judicial foi aberta na última sexta-feira (23) e tem como base "as violações do contrato de compra antecipada" do imunizante fabricado pela empresa anglo-sueca.

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A Comissão Europeia vinha sendo pressionada pela maior parte dos Estados-membros a acionar a AstraZeneca na Justiça por causa dos recorrentes atrasos da multinacional nas entregas de vacinas.

A companhia farmacêutica começou a distribuir o imunizante no bloco em janeiro, mas nunca conseguiu cumprir o cronograma de entregas acertado com Bruxelas. O contrato prevê o fornecimento de até 400 milhões de doses à UE em 2021, sendo que 120 milhões estavam programadas para o primeiro trimestre, mas, até o momento, foram entregues apenas 31,2 milhões, segundo o Centro Europeu de Prevenção e Controle de Doenças.

Para efeito de comparação, a Pfizer já distribuiu mais de 95 milhões de vacinas na União Europeia. "Nossa prioridade é garantir as entregas de vacinas contra a Covid-19 para proteger a saúde da União Europeia. É por isso que a Comissão Europeia, juntamente com todos os Estados-membros, decidiu instaurar ações judiciais contra a AstraZeneca", disse no Twitter a comissária de Saúde do bloco, Stella Kyriakides.

Os atrasos da AZ já fizeram a Itália bloquear a exportação de 250 mil doses de sua vacina para a Austrália, enquanto a UE pretende focar suas compras futuras nos imunizantes de mRNA, como os da Pfizer e da Moderna.

Na semana passada, o comissário europeu de Mercado Interno, Thierry Breton, também admitiu a hipótese de não renovar o acordo com a AstraZeneca.

Reações

A multinacional anglo-sueca divulgou um comunicado afirmando que "lamenta" a decisão da Comissão Europeia e prometendo "se defender firmemente no tribunal".

"Após um ano sem precedentes, nossa empresa está para fornecer quase 50 milhões de doses aos países da UE até o fim de abril, em linha com nossas previsões", diz a nota.

De acordo com a AstraZeneca, o contrato com Bruxelas foi "plenamente respeitado".

Da Ansa

As negociações entre o Reino Unido e a União Europeia (UE) para a relação comercial pós-Brexit foram retomadas neste domingo em Bruxelas, no que pode ser o último dia de conversações em uma corrida contra o tempo.

O negociador britânico David Frost retornou ao edifício Berlaymont, sede da Comissão Europeia, para retomar os contatos. O governo do Reino Unido informou que o primeiro-ministro Boris Johnson e a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, terão uma conversa por telefone nas próximas horas para fazer um balanço.

Na quarta-feira, os dois líderes estabeleceram o domingo como prazo para decidir se valeria a pena continuar negociando ou se, diante da impossibilidade de superar as divergências, jogam a toalha.

Desde então, várias declarações pessimistas foram feitas sobre as possibilidades de alcançar um tratado de livre comércio para administrar a relação comercial entre as duas margens do Canal da Mancha após o fim do período de transição pós-Brexit, em 31 de dezembro.

"Ainda há um longo período pela frente", repetiu neste domingo o ministro britânico das Relações Exteriores, Dominic Raab, ao canal Sky News. "Algumas propostas, algumas sugestões que nos fizeram, são bastante extravagantes, francamente, e não se tornam mais razoáveis com a repetição", afirmou.

A chanceler espanhola, Arancha González, pediu às partes que evitem a qualquer custo uma ruptura sem acordo. "Nas atuais circunstâncias, em plena pandemia de covid-19, seria extremamente negativo para nossas economias", declarou a Sky News, recordando que "o Reino Unido sofreria ainda mais que a União Europeia".

O primeiro-ministro da Irlanda, Micheál Martin, cujo país seria o mais afetado da UE por um Brexit sem acordo, também pediu a continuidade dos esforços. "Seria um fracasso político se não estivéssemos em condições de conseguir um acordo", declarou à BBC.

Ele destacou que "97%" do tratado comercial foi negociado. "E parece que os 3% restantes não deveriam estar além da capacidade das partes de superar as diferenças", acrescentou.

Johnson e Von der Leyen advertiram nos últimos dias que o fracasso das negociações era mais provável. Mas o secretário francês para Assuntos Europeus, Clément Beaune, considerou que sempre existe a possibilidade de que Londres e Bruxelas decidam continuar conversando "por mais alguns dias, no máximo".

Anos de negociações

O Reino Unido abandonou oficialmente a UE em 31 de janeiro e a partir de março Londres e Bruxelas começaram a negociar um acordo comercial que deveria entrar em vigor em 1 de janeiro de 2021.

Mas as negociações ficaram bloqueadas em três temas: acesso dos navios pesqueiros europeus a águas britânicas, normas de concorrência para o acesso de empresas britânicas ao mercado europeu e o futuro mecanismo de solução de divergências.

Dos três, a questão sobre as normas de concorrência é a que apresenta os maiores desafios. Londres informou no sábado que quatro navios da Marinha Real estão preparados para proteger as águas britânicas de potenciais tensões com embarcações europeias, em caso de fracasso das negociações.

A hora da verdade se aproxima, quatro anos e meio depois do histórico referendo de 2016 em que o Reino Unido decidiu por 52% dos votos acabar com quase cinco décadas de uma relação tensa com a UE e tornar-se o primeiro país a sair do bloco.

Londres acusou nas últimas semanas Bruxelas de endurecer repentinamente sua posição, talvez motivada pelo temor de países como a França - que ameaçou vetar o acordo - de fazer muitas concessões para obter "um acordo a qualquer preço". A UE negou qualquer mudança de atitude.

A saída enfraquece a unidade do Reino Unido, dando argumentos aos independentistas da Escócia, uma nação de 5,5 milhões de habitantes profundamente pró-europeus e que votaram em sua maioria contra o Brexit.

Durante a semana, a UE apresentou medidas de emergência para o caso de não alcançar um acordo, com o objetivo de manter o bom funcionamento do transporte terrestre e aéreo durante seis meses, desde que Londres faça o mesmo, e garantir que os barcos de pesca tenham acesso às águas dos dois lados em 2021. O plano será examinado na quarta-feira no Parlamento Europeu.

A Corvia, organização não-governamental (ONG) de Bruxelas, capital da Bélgica, ganhou o direito de instalar caixas de correio para recolher crianças abandonadas. A decisão judicial veio após três anos, tempo que a instituição recorreu aos tribunais para oferecer abrigo aos bebês deixados ao relento após nascidos.

Segundo reportagem da revista colombiana Semana, as caixas são em formato de berço e são equipadas com sistema de aquecimento. De acordo com a publicação, assim que o bebê é deixado no local, um alerta é enviado para que funcionários da ONG o recolham sem ter contato com as mães ou responsáveis biológicos das crianças. Embora o sistema permita que os pais se identifiquem, a iniciativa de deixá-los no anonimato requer que não haja punição judicial aos familiares.

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Para a ONG Corvia, além da vitória na justiça belga representar a possibilidade de amparar as crianças, a instalação das caixas vai contribuir para que índices de abandono nas ruas do país europeu diminuam. Países como Áustria e Estados Unidos têm localidades em que os compartimentos são distribuídos no mesmo formato do recém-aplicado na Bélgica. 

A presidente da Comissão Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, e o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, farão neste sábado (3) uma videoconferência dedicada ao pós-Brexit, em meio à tensa expectativa de um acordo ainda este ano.

Von der Leyen e Johnson estarão em contato à tarde para "fazer um balanço" das negociações e "trocar pontos de vista" sobre o andamento dessas negociações, declarou a presidente da Comissão em entrevista coletiva.

A chefe do Executivo europeu considerou ser necessário "intensificar" as negociações, uma vez que qualquer acordo que defina as futuras relações entre Bruxelas e Londres a partir de janeiro deverá ser alcançado em outubro, a tempo de ser ratificado por todas as partes.

Na opinião de Von der Leyen, a chave para as negociações é criar um ambiente comercial justo.

"Ainda há muito trabalho a ser feito, mas devo dizer que é uma questão de justiça. E, se alguém quiser ter pleno acesso ao mercado comum, as regras da equidade devem ser aplicadas", reforçou.

A UE - garantiu Ursula - "está interessada em um acordo, porque consideramos que é importante ter entendimentos com um vizinho, mas não a qualquer preço".

"Avançamos em muitos domínios, mas as questões mais difíceis continuam em aberto", apontou.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, disse nesta sexta-feira em Bruxelas que "os próximos dias" serão decisivos para saber o destino das negociações.

"As negociações estão entrando em uma fase decisiva e, nos próximos dias, ficará claro se estamos avançando, ou não. Enquanto as negociações estiverem em andamento, vou me manter otimista", declarou.

O próprio governo britânico havia fixado o prazo até 15 de outubro para alcançar esse acordo, e a UE tem uma cúpula em que o assunto será discutido nessa mesma data.

- Temas ainda em aberto -

A videoconferência entre Von der Leyen e Johnson terá lugar ao final da nona rodada de negociações em Bruxelas para tentar definir como será a futura relação entre a UE e o Reino Unido a partir do próximo ano.

Os negociadores esperam avançar nas discussões a um ponto em que um acordo pareça próximo o suficiente para iniciar negociações a portas fechadas.

Na quinta-feira, a UE anunciou uma ação legal contra Londres por causa de um projeto de lei que altera o acordo sobre a saída do Reino Unido do bloco.

A UE deu o primeiro passo, ao enviar uma "notificação formal" a Londres, no início de um "procedimento de infração". O Executivo europeu considera que o Reino Unido violou o compromisso de aplicar integralmente o Tratado de Retirada, o regulamento que define a modalidade do Brexit.

O Reino Unido se retirou da UE em 31 de janeiro deste ano, mas continuará aplicando as regras de comércio europeias até 31 de dezembro, no chamado período de transição.

Agora, o bloco europeu e o Reino Unido participam de uma dramática corrida contra o relógio para definir as relações a partir de 2021.

Nesta negociação, Bruxelas e Londres ainda têm muitos pontos a serem acertados, em questões como a situação dos cidadãos europeus no Reino Unido e vice-versa, um ambiente equilibrado de concorrência empresarial e direitos de pesca.

A UE também está interessada em definir critérios claros sobre auxílios e subsídios, para evitar que o cenário pós-Brexit signifique uma concorrência desequilibrada para as empresas europeias.

O uso de máscaras será obrigatório a partir desta quarta-feira (12) nos espaços públicos da região de Bruxelas para conter a propagação da pandemia de COVID-19, anunciou o governo regional em um comunicado.

A ampliação da obrigatoriedade do uso de máscara a todos os locais públicos - já era obrigatórios nos espaços fechados desde 11 de julho - e aos 19 distritos da região de Bruxelas é motivada pelo aumento dos contágios (mais de 50 para cada 100.000 habitantes).

Os dados representam quase 600 casos adicionais diários em uma região de 1,2 milhão de habitantes.

"Nesta quarta-feira, 12 de agosto de 2020, a taxa de incidência no território de Bruxelas alcançou a média de 50 casos de contaminação de Covid-19 para cada 100.000 habitantes nos últimos sete dias", afirma o comunicado.

"O uso de uma máscara que cubra o nariz e a boca é, portanto, obrigatório para qualquer pessoa de 12 anos ou mais nos locais públicos e nos locais privados acessíveis ao público no conjunto do território da região de Bruxelas Capital", completa a nota do governo.

A determinação não afeta no momento as províncias das outras duas regiões da Bélgica, Flandres (norte) e Valônia (sul).

A norma publicada nesta quarta-feira prevê exceções, como a prática de esporte e algum tipo de trabalho que exija esforço físico na via pública. Também exime as pessoas com algum tipo de deficiência que não podem usar máscara ou protetor facial.

A Bélgica, com 11,5 milhões de habitantes, superou a marca de 75.000 casos de Covid-19 e registrava até terça-feira 9.879 mortes, uma das taxas de mortalidade mais elevadas do mundo. Mas é necessário destacar que o método de contabilização das autoridades belgas é um dos mais complexos, pois inclui nos balanços as vítimas prováveis, sem a necessidade de um teste de diagnóstico que confirme a doença.

Os líderes europeus retomaram nesta segunda-feira (20), em Bruxelas, as negociações de seu plano para superar os estragos do coronavírus após quatro dias de tensão, especialmente com Holanda e Áustria, sobre o alcance econômico da resposta.

As negociações são retomadas "com possíveis esperanças de compromisso, nada foi decidido. Por isso, serei extremamente cauteloso", disse o presidente francês, Emmanuel Macron, ao chegar ao Conselho Europeu, onde as negociações devem ser retomadas às 16h locais (11h no horário de Brasília).

"Existe um espírito de compromisso. Houve momentos muito tensos e momentos que, sem dúvida, ainda serão difíceis", acrescentou Macron.

Já a chanceler alemã, Angela Merkel, relatou que, nas primeiras horas desta segunda-feira, "encontramos um marco para um possível acordo. É um passo adiante, e dá esperança de que se possa alcançar um acordo hoje - pelo menos de que um acordo é possível".

O chefe do Conselho Europeu, Charles Michel, deve apresentar uma nova proposta de consenso com base nas discussões mais recentes.

"Foram muitos [dias de negociação] porque, de fato, é um passo muito importante que a UE é chamada a dar para dar uma grande resposta" à crise, justificou o presidente do governo espanhol, Pedro Sánchez.

Para sair da maior recessão de sua história, a União Europeia (UE) debate um plano de 750 bilhões de euros (840 bilhões de dólares), que a Comissão Europeia tomaria emprestado em nome dos 27, um marco no projeto europeu.

Mas os detalhes do plano, que beneficia os países do sul, não convencem os chamados "frugais", adeptos do rigor fiscal - Holanda, Áustria, Suécia e Dinamarca, aos quais a Finlândia aderiu - e que, no passado, opuseram-se à emissão de uma dívida comum.

Os "frugais" exigem uma redução do valor do plano que combina doações e empréstimos. Sobre as doações, de meio bilhão de euros, esses países, que desejavam apenas créditos, resistem a aceitar mais de 350 bilhões, segundo várias fontes.

A proposta de consenso passaria por 390 bilhões de euros em subvenções, 10 bilhões abaixo do que França e Alemanha pedem. O restante seriam empréstimos.

- Além do volume -

"Enquanto o valor do fundo de recuperação não for claramente definido, não poderemos avançar", disse uma fonte europeia, explicando que Michel aumentou a pressão ao máximo sobre os "frugais", que "davam voltas em círculos há três dias".

Em troca da redução das subvenções, os "frugais" e a Alemanha sofreriam uma limitação dos descontos em seus "cheques", ou seja, em suas contribuições anuais para o orçamento comum da UE para o período 2021-2027, também em negociação.

O debate também inclui o Quadro Financeiro Plurianual 2021-2027, o primeiro orçamento comum sem o Reino Unido.

Os "frugais" defendem uma redução do montante de 1,074 trilhão de euros proposta pelo chefe do Conselho.

Segundo um diplomata europeu, se o acordo sobre o volume puder ser confirmado, as negociações deverão se concentrar em outros aspectos, como clima, energias limpas e Estado de Direito. Este último ponto enfrenta relutância no leste.

Polônia e Hungria, bem como, em menor grau, Eslovênia, exigem que a concessão de fundos europeus não esteja vinculada ao respeito do Estado de direito. O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orban, alertou que essa negociação levará "tempo".

A cúpula é realizada sob pressão. Devido à pandemia, a economia mundial poderá contrair 4,9% em 2020, uma queda que sobe para 10,2% na zona do euro, e 9,4%, na América Latina e no Caribe, segundo o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Fontes diplomáticas concordam em que a cúpula que começou na sexta-feira ainda deve durar "horas", o que pode fazer dela a reunião mais longa registrada, se exceder as 85 horas da cúpula de Nice, no final de 2000.

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