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"Se não podemos ver o julgamento de Haia na vida real, vamos vê-lo no teatro", declarou a idealizadora de uma aclamada peça teatral que está fazendo sucesso na Bulgária, na qual o presidente russo Vladimir Putin e seus aliados são julgados por crimes de guerra.

A obra "Haia", da autora ucraniana Sasha Denisova, conta a história de um adolescente órfão de Mariupol que fantasia sobre como os altos comandos da Rússia serão levados à Justiça pela guerra devastadora na Ucrânia.

Putin é atualmente alvo de uma ordem de prisão emitida em março pelo Tribunal Penal Internacional (TPI), por ser acusado de deportar crianças ucranianas em áreas ocupadas por Moscou, embora Denisova já tivesse escrito a peça antes daquele momento.

Após a obra estrear na Polônia e nos Estados Unidos no início do ano, o célebre diretor convidado Galin Stoev a adaptou para o público búlgaro, com o objetivo de confrontar o sentimento pró-Kremlin do país balcânico.

"Devemos rir sem piedade de Putin", afirmou Denisova à AFP, assim como quando Charles Chaplin encenou Adolf Hitler em "O Grande Ditador".

- 'Reveladora' -

Membro da União Europeia e da Otan, mas historicamente próxima à Rússia, na Bulgária muitos cidadãos ainda lembram com nostalgia dos dias de glória do Império Russo e da União Soviética.

Alguns estudos sugerem que 30% dos búlgaros são pró-Putin, o que levou Stoev a criar uma adaptação "reveladora" da peça em Sófia.

"O público está profundamente emocionado e fazendo perguntas", contou ele à AFP.

Entretanto, o principal desafio é adaptar constantemente o roteiro para refletir o cenário atual da guerra.

"A obra é ficcional, mas no final das contas você interpreta um personagem real, que morre durante os ensaios. É impressionante", disse Julian Vergov, que interpreta o chefe do grupo paramilitar russo Wagner, Yevgueni Prigozhin, cujo motim fracassado e sua morte em um acidente de avião tiveram que ser acrescentados ao roteiro.

Ao lado da atriz búlgara Radena Valkanova, que dá vida à Putin, Vergov e e elenco estão em exibição no Teatro Nacional de Sófia.

- 'Opiniões polarizadas' -

Em meio aos muito elogios, críticos rejeitam a peça, considerando-a um "vaudeville de propaganda tendenciosa".

"Com este espetáculo, convidamos os espectadores a refletir sobre acontecimentos reais" e a tirar as suas próprias conclusões, respondeu o diretor Vasil Vasilev. "A politização é exatamente o oposto: quando nos dizem o que devemos pensar e fazer", acrescentou.

Valkanova declarou estar contente que a obra tenha despertado "opiniões muito polarizadas", considerando que elas são "o propósito deste tipo de teatro".

"Estou feliz que haja algo assim para despertar o pensamento das pessoas, algo que nos falta como nação", disse.

Galin Stoev espera apresentar a peça futuramente em áreas rurais da Bulgária, conhecidas por serem suscetíveis ao sentimento pró-Rússia.

O desfecho do torneio de boxe de Strandja, na Bulgária, foi o melhor possível para o esporte brasileiro. Abner Teixeira já havia garantido um bronze para o país e, neste domingo (26), Bia Ferreira e Keno Marley somaram mais dois ouros para o Brasil. Com isso, o boxe nacional alcançou sua melhor performance em 74 anos de história da competição.

A primeira a subir no ringue foi Bia Ferreira, pela final da categoria 60 kg. A medalhista de prata nos Jogos de Tóquio venceu os três rounds diante da chinesa Yang Wenlu e foi consagrada vitoriosa por decisão unânime dos juízes. Este foi o terceiro título da baiana em Strandja.

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Já Keno Marley teve pela frente um velho conhecido e recente carrasco. O equatoriano Julio Castillo havia derrotado o brasileiro na final dos Jogos Sul-Americanos em 2022, mas desta vez Keno se impôs, vencendo os dois primeiros rounds e sendo declarado campeão da categoria 92 kg também por decisão unânime dos juízes. Foi a primeira vez que um atleta masculino do país sagrou-se campeão em Strandja.

Com dois ouros e um bronze, o resultado em 2023 superou o de 2019, quando o Brasil voltou com um ouro e três bronzes. 

A seleção da Bulgária sofreu um acidente de ônibus nesta sexta-feira em Tiblissi, capital da Geórgia. O time estava a caminho do hotel, onde se concentraria para o jogo contra os donos da casa pela Liga das Nações no próximo domingo (12). O meio-campista Todor Nedelev sofreu um traumatismo craniano e precisou passar por uma cirurgia de risco no cérebro.

A Federação Internacional de Futebol do país informou que a cirurgia do atleta do Botev Plovdiv foi bem-sucedida e Nedelev permanecerá sob supervisão dos médicos. A operação do jogador de 29 anos durou cerca de duas horas.

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"A operação de Todor Nedelev após o grave acidente rodoviário envolvendo a nossa seleção em Tbilissi foi bem-sucedida. O meia sofreu um traumatismo cranioencefálico, que exigiu cirurgia do Dr. Shota Ingorokva. Nedelev permanecerá sob a supervisão das equipes médicas locais, bem como do médico da equipe nacional Dr. Biser Bochev", publicou a federação em seus canais de comunicação.

Todos os demais jogadores e integrantes da comissão técnica não sofreram ferimentos e estão bem após o acidente. A equipe viajava em dois ônibus para o hotel nesta madrugada, quando um dos veículos perdeu o controle e causou o acidente.

Na terceira divisão da Liga das Nações, Bulgária e Georgia devem manter o jogo neste domingo, às 13h, no estádio Boris Paichadze, em Tbilisi. A Bulgária empatou duas das três partidas que fez pelo torneio e perdeu a outra para a Georgia, que mantém 100% de aproveitamento e lidera o Grupo 4.

A Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE) concedeu, nesta sexta-feira (10), aval para que o Brasil e outros países ingressem no grupo, que reúne as economias mais industrializadas do planeta. Na reunião desta sexta-feira (10), em Paris, a entidade aprovou os “roteiros de acessão” do Brasil e de mais quatro países: Peru, Bulgária, Croácia e Romênia. 

Esse roteiro representa um plano de adesão apresentado pelo país, que será avaliado por comitês da OCDE nos próximos anos. “Com a aprovação do ‘roteiro de acessão’, caberá ao Brasil a redação de ‘memorando inicial’ com informações sobre a convergência do país aos instrumentos normativos da organização”, informaram, em comunicado, os Ministérios da Economia, das Relações Exteriores e a Casa Civil. 

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A nota conjunta explicou os passos a seguir. Agora, a OCDE examinará se as políticas de cada país cumprem as diretrizes da organização e proporá ajustes, se necessário, até o processo de adesão plena. “Na sequência, terá início o exame das políticas e práticas nacionais pelos comitês temáticos da organização. Nessa fase, o Brasil terá a oportunidade de revisitar políticas e iniciativas nacionais à luz das diretrizes e recomendações da OCDE”, esclareceu.

  A entrada definitiva dos países com os planos de adesão aprovados levará pelo menos dois anos. O ingresso na organização dependerá do consenso dos 38 países que compõem a OCDE.  Segundo os ministérios, o processo de acessão do Brasil à OCDE reforça “o compromisso do governo brasileiro com a modernização do Estado, o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida de todos os brasileiros”.  Por meio da rede social Twitter, o presidente Jair Bolsonaro comentou a aprovação do plano brasileiro de adesão à OCDE. Segundo ele, o processo consolidará parcerias benéficas para o país. 

Delegado do Brasil junto às Organizações Internacionais Econômicas em Paris, o diplomata Carlos Cozendey também comentou a aprovação. Ele esclareceu que caberão aos comitês temáticos da OCDE definir critérios e examinar as políticas dos países candidatos. 

A reunião na qual os planos de acessão à OCDE foram aprovados teve a presença do ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira. O secretário-executivo do Ministério da Economia, Marcelo Guaranys, representou o ministro Paulo Guedes no evento.

O Conselho Europeu autorizou nesta segunda-feira (6) o início das negociações sobre um salário mínimo comum para todos os países do bloco. A ideia não é ter um valor fixo para todos, mas sim estabelecer critérios para que o pagamento seja "justo" em todos os Estados-membros da UE conforme a situação econômica e o custo de vida de cada local.

Segundo dados da própria Comissão Europeia, os salários mínimos entre os 27 países do bloco tem uma variação enorme, sendo o menor na Bulgária (300 euros por mês, o que equivale a R$ 1.926) e o maior em Luxemburgo (pouco mais de 2,1 mil euros, quase R$ 12,5 mil).

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Proposta

A liberação para a proposta apresentada pela Comissão Europeia ocorreu durante uma reunião dos ministros para o Trabalho e para Políticas Sociais e marca o início formal do processo de negociação com o Parlamento, que já havia autorizado o procedimento.

"Não podemos aceitar que pessoas que coloquem toda a sua energia para o trabalho não possam ter padrões de vida dignos. Essa lei será um grande passo para uma retribuição justa", disse o ministro do Trabalho da Eslovênia, país que ocupa a presidência rotativa do bloco, Janez Cigler Kralj.

O ministro italiano do Trabalho, Andrea Orlando, também comemorou a aprovação e disse que a medida dá "uma resposta forte a dois fenômenos que caracterizam o mercado de trabalho: o 'dumping' salarial e a presença de muitos trabalhadores pobres".

"Essa é uma boa notícia para a Europa e também para a Itália. Trata-se de um passo importante na construção de uma Europa social. A diretriz define o percurso através do qual os países podem reforçar suas contratações", pontuou ainda o italiano.

O presidente de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, afirmou que a medida ainda "está em estudo e será flexível". Os portugueses foram os primeiros a defender publicamente a discussão da proposta, apresentada pela Comissão em outubro de 2020, enquanto estavam na presidência rotativa do bloco.

Da Ansa

Números atualizados mostram que ao menos 46 pessoas, incluindo 12 menores de idade, morreram na madrugada desta terça-feira (23) na Bulgária, quando o ônibus em que viajavam sofreu um incêndio em uma rodovia, e muitos passageiros ficaram presos dentro do veículo. Sete pessoas que saltaram do ônibus em chamas foram levadas às pressas para o hospital em Sófia, capital do País, e estavam estáveis. Autoridades não informaram a identidade das vítimas.

O ministro do Interior, Boyko Rashkov, disse que os corpos estavam "agrupados e transformados em cinzas". "A imagem é apavorante, apavorante. Nunca vi nada parecido antes", disse.

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A causa do acidente não foi esclarecida, mas o ônibus parecia ter atingido uma barreira na rodovia antes ou após pegar fogo, apontaram as autoridades locais.

A maioria das vítimas era procedente da Macedônia do Norte, onde o ônibus estava registrado, informou o primeiro-ministro do país, Zoran Zaev.

Ele viajou imediatamente para Sófia e se encontrou no hospital com os sete sobreviventes da tragédia. Foi o mais grave em uma rodovia europeia na última década. A polícia informou que grande parte das vítimas pertencia à minoria albanesa.

"É uma grande tragédia", disse Zaev. "Doze vítimas tinham menos de 18 anos, cinco eram crianças. As demais tinham entre 20 e 30 anos", completou.

O veículo retornava para Skopje, capital da Macedônia do Norte, depois de uma viagem à Turquia.

A tragédia aconteceu às 2 horas locais (6 horas, no horário de Brasília), em uma rodovia próxima do município de Bosnek, 40 km ao sul de Sófia, informou o comissário Nikolay Nikolov. De acordo com os sobreviventes, quase todos dormiam quando aconteceu uma explosão, relatou Zoran Zaev.

Os sete sobreviventes viajavam na parte final do ônibus e conseguiram quebrar uma das janelas para fugir das chamas. "Os sobreviventes pertencem à mesma família e, entre eles, está uma adolescente de 16 anos", relatou o ministro da Saúde da Macedônia do Norte, Venko Filipce, que também se dirigiu para a Bulgária.

Passageiros traumatizados

"O motorista morreu na hora, então ninguém conseguiu abrir as portas para permitir que os passageiros escapassem das chamas", disse o chefe de polícia, Stanimir Stanev.

O ônibus bateu contra uma cerca de segurança por um motivo ainda desconhecido. A rodovia passou por reformas recentemente, graças a recursos da União Europeia (UE). A Bulgária integra o bloco desde 2007.

"Os sobreviventes estão traumatizados. Perderam parentes, os filhos. Conseguiram pular pelas janelas", disse Maya Arguirova, diretora do centro de tratamento para pessoas com queimaduras graves que recebeu os feridos.

O último acidente grave com um ônibus na Bulgária havia acontecido em agosto de 2018, com o balanço de 17 mortes. O veículo sofreu o acidente durante uma forte chuva. No momento da tragédia, levava um grupo de turistas búlgaros para Sófia, após visita a um mosteiro.

País de 6,9 milhões de habitantes, a Bulgária registrou mais de 620 acidentes fatais nas estradas em 2019, e 463, em 2020. Este último número foi inferior à média, devido às restrições sanitárias que limitaram os deslocamentos no território.

Ainda assim, é uma das piores estatísticas da UE, provocada pelo estado precário das rodovias, pelos automóveis sem manutenção e com problemas mecânicos e pelo frequente excesso de velocidade na direção. COM AGÊNCIAS INTERNACIONAIS

Ao menos 45 pessoas, incluindo cinco crianças, morreram na madrugada desta terça-feira (23) na Bulgária em um acidente de ônibus, que provocou um incêndio no veículo, do qual os passageiros não conseguiram escapar.

As primeiras informações indicavam que as vítimas eram da Macedônia do Norte, onde o ônibus estava registrado, mas a polícia informou que apenas os dois motoristas eram procedentes do país e os demais passageiros eram "todos albaneses".

"A única coisa que está clara é que o ônibus tinha placa da Macedônia do Norte", afirmou o primeiro-ministro interino da Bulgária, Stefan Yanev, que compareceu ao local do acidente e se recusou a revelar detalhes sobre a nacionalidade das vítimas.

"Das vítimas... 12 eram menores de idade", afirmou o chefe de polícia nacional Stanimir Stanev.

O ônibus fazia a viagem entre Istambul e Skopje, a capital da Macedônia do Norte.

A tragédia aconteceu às 2H00 locais, em uma rodovia próxima do município de Bosnek, 40 km ao sul de Sófia, informou o comissário Nikolay Nikolov, diretor do serviço de luta contra desastres.

"Sete passageiros (duas mulheres e cinco homens) foram resgatados e levados para um hospital da capital", disse.

"O motorista morreu na hora, então ninguém conseguiu abrir as portas para permitir que os passageiros escapassem das chamas", disse o chefe de polícia Stanev.

- Sobreviventes "traumatizados" -

O ônibus bateu contra uma cerca de segurança por um motivo ainda desconhecido. A rodovia passou por reformas recentemente, graças a recursos da União Europeia (UE), bloco do qual a Bulgária é integrante desde 2007.

"Os sobreviventes estão traumatizados, perderam parentes, os filhos. Conseguiram pular pelas janelas", disse Maya Arguirova, diretora do centro de de tratamento de queimaduras que recebeu os feridos.

"É uma tragédia", declarou o primeiro-ministro da Macedônia do Norte, Zoran Zaev. "Equipes devem viajar ao local para participar no resgate", disse.

O último incidente rodoviário grave na Bulgária havia acontecido em agosto de 2018, com o balanço de 17 mortes. Um ônibus sofreu o acidente durante uma forte chuva quando transportava um grupo de turistas búlgaros para Sófia após uma visita a um mosteiro.

A Bulgária, com 6,9 milhões de habitantes, registrou em 2019 mais de 620 acidentes fatais nas estradas e 463 em 2020, um número inferior à média devido às restrições sanitárias que limitaram os deslocamentos.

Esta é uma das piores estatísticas da UE, provocada pelo estado precário das rodovias, a idade da frota de automóveis e os frequentes excessos de velocidade.

O governo da Bulgária anunciou neste sábado (23) que cogita enviar pacientes de Covid-19 para outros países depois que seu sistema de saúde foi abalado por uma onda da pandemia, que também levou a Romênia a adotar novas restrições.

"Nossas capacidades com profissionais de saúde e respiradores estão praticamente esgotadas, teremos que pedir ajuda ao exterior", afirmou o ministro da Saúde búlgaro, Stoycho Katsarov, ao canal Nova TV.

O ministro admitiu que, se o ritmo de transmissão do vírus não diminuir nos próximos 10 ou 15 dias, o país enfrentará "um enorme problema".

"Estamos conversando com a União Europeia para transferir pacientes a outros países em caso de necessidade", acrescentou.

Katsarov também advertiu que não está descartado um novo confinamento no país.

Apesar da obrigatoriedade do passaporte sanitário para entrar em restaurantes e centros comerciais, especialistas advertiram que a circulação do vírus pode aumentar de 5.000 para 9.000 casos positivos diários nas duas próximas semanas.

Ao menos 23.000 pessoas morreram vítimas da covid-19 na Bulgária, segundo os números oficiais.

Bulgária e Romênia são os dois países da UE com menor percentual de população vacinada, com 24% e 33% respectivamente.

Diante do aumento de casos, o governo romeno aplicará novas restrições a partir de segunda-feira, como a obrigatoriedade do uso de máscara e a exigência do passaporte sanitário para frequentar restaurantes, centros comerciais ou academias, além de um toque de recolher às 22H00 para os não vacinados.

É quase hora do almoço e no posto de vacinação contra a Covid-19 em Sofia os corredores estão praticamente vazios e alguns visitantes até hesitam. Não faltam doses, mas reina a desinformação na Bulgária, o país menos imunizado da UE.

Em plena quarta onda de Covid-19, apenas 15% dos 6,9 milhões de habitantes receberam o esquema de vacinação completo, muito abaixo da média da União Europeia (UE), com 53,3%, de acordo com uma contagem da AFP baseada em dados oficiais.

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Nas ruas da capital, um aposentado explica que "não confia nas vacinas" desenvolvidas às pressas, enquanto um marceneiro, sorridente, prefere apostar nas propriedades da "rakia" (bebida alcoólica).

"Acho que tudo isso é uma invenção para gerar pânico", diz Gueorgui Dragoev, um operário da construção civil de 45 anos. "Se for verdade que o vírus existe, eu posso vencê-lo".

Desde o início da campanha na Europa, "somos sistematicamente os últimos", lamenta o ministro da Saúde, Stoytcho Katsarov, criticando que alguns búlgaros são muito "receptivos a teorias da conspiração".

As autoridades chegaram a destruir milhares de doses e doaram muitas outras a países como a Bósnia ou o Butão.

A AFP, que estabeleceu em março na Bulgária uma unidade de verificação de informações, dedicou metade de seus artigos ao coronavírus neste período.

Vídeos supostamente mostrando que a vacina contém chips que tornam o braço "magnético" foram compartilhados milhares de vezes no Facebook.

Outros internautas destacam os efeitos colaterais perigosos ou levantam uma suposta mobilização em massa contra o passe de saúde francês, usando imagens de uma multidão comemorando a vitória da França na Copa do Mundo de 2018.

Essas notícias falsas circulam por todo o mundo, mas neste país do Leste Europeu se espalham como um incêndio.

Nesta terra russófila, Nelly Ognyanova, professora da Universidade de Sofia, denuncia a sombra de Moscou, cuja vacina Sputnik V ainda não recebeu a aprovação do regulador europeu.

"Não é segredo que isso é parte de uma guerra híbrida do Kremlin", diz, referindo-se às fábricas de trolls online.

- "Não é uma decisão fácil" -

Da mesma forma, jornalistas e especialistas "têm uma responsabilidade particular pela desconfiança da vacina", diz a analista.

"A imprensa dá a palavra a especialistas" pouco competentes que defendem teses polêmicas. E isso, "em nome do pluralismo", embora, na realidade, "ponham as pessoas em perigo", criticou à AFP.

É preciso dizer que alguns ocupam cargos de prestígio, como Atanas Mangarov, chefe da unidade de covid no hospital de infectologia de Sofia. Durante toda a crise, ele foi desacreditado por rejeitar os benefícios da máscara ou das vacinas, e, em vez disso, defender o descanso ou as infusões para combater o vírus.

Katerina Nikolova, que veio a receber sua segunda dose da vacina Pfizer, diz que ficou "confusa com as opiniões contraditórias na televisão".

"Não é uma decisão fácil", reconhece.

Em meio a essa "confusão", os cidadãos não buscam a verdade das autoridades, de quem "desconfiam", acrescenta Parvan Simeonov, analista do Instituto Gallup.

A baixa taxa de vacinação também é explicada pelo "alto número de infecções", diz ele: ex-pacientes "postergam a injeção" para depois, como aconselham os médicos.

Estudos estimam que 2,5 milhões de pessoas contraíram o vírus, muito mais do que os números oficiais (cerca de 430.000 casos).

No país mais pobre da UE, poucos estão dispostos a se submeter aos testes de diagnóstico, muitas vezes caros.

Aqui não há passe sanitário ou medidas de confinamento. De acordo com Simeonov, os búlgaros só mudarão de atitude se o "medo" aumentar com a Covid-19, que matou cerca de 18.300 pessoas desde o início da pandemia, uma das maiores taxas de mortalidade na Europa.

Cientistas pesquisam se a centenária vacina contra a tuberculose pode proteger contra o coronavírus. A Bulgária, um de seus fabricantes mundiais, espera ansiosa a abertura de novos mercados para as milhões de doses que produz a cada ano.

Vários estudos na Austrália, África do Sul, Europa, ou Estados Unidos, verificam a hipótese do efeito escudo que esta vacina teria contra o vírus da Covid-19.

"Sabemos há décadas que a BCG tem efeitos benéficos inespecíficos", ou seja, que protege contra doenças além daquela para a qual foi criada: a tuberculose, explicou em abril à AFP Camille Locht, diretor de pesquisa Inserm, do Instituto Pasteur, de Lille.

Em abril, o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borisov, visitou a empresa Bul Bio, um laboratório público que produz várias vacinas, como a famosa BCG, exportada para 140 países.

Com base no aumento da demanda internacional, anunciou um financiamento de 10,4 milhões de levs búlgaros (5,7 milhões de dólares) para uma nova linha de fabricação que permitirá à empresa, sediada em Sofia, dobrar a produção anual da BCG. Serão 4 milhões de ampolas, correspondente a 40 milhões de doses.

"Devido à sua baixa lucratividade e ao seu complexo processo de produção, há uma grande tensão no fornecimento dessa vacina em escala global", disse o diretor da Bul Bio, Roumen Kofinov, à AFP.

- Prudência na OMS -

A Bulgária é um dos quatro fornecedores selecionados pela OMS - junto com Índia, Japão e Dinamarca - para produzir a BCG nas campanhas da ONU contra a tuberculose na África e na Ásia. Bul Bio possui 20% deste mercado, de acordo com Kofinov.

A produção da BCG búlgara começou realmente em 1949, em um laboratório em Sofia, que é antecessor da atual Bul Bio. "A BCG produz uma potente estimulação imune", afirma o búlgaro Bogdan Petrounov, professor de imunologia.

E, à espera de um tratamento, ou de uma vacina específica contra o novo coronavírus, "devemos apostar na imunidade", insiste.

A comunidade científica continua sendo muito prudente em relação ao poder de proteção da BCG contra a Covid-19. A OMS lembrou, em 12 de abril, que nenhum estudo forneceu evidências.

Ainda assim, a Bulgária acredita que a vacina protegeu sua população da epidemia - lembrando que o país entrou em confinamento em meados de março, quando tinha poucos casos detectados. A propagação foi contida, com 2.460 casos de contágio registrados e 133 mortes.

Depois do escândalo de racismo envolvendo os torcedores de sua seleção em jogo contra a Inglaterra pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, a Bulgária recebeu uma série de punições da Uefa nesta terça-feira. A entidade condenou a equipe nacional do país a disputar a sua última partida pela fase de grupos do qualificatório continental com portões fechados no próximo dia 17 de novembro, contra a República Checa, em Sofia, capital búlgara.

Na partida do último dia 14 de outubro, na qual a Bulgária foi goleada por 6 a 0 pelos ingleses em casa, os torcedores locais protagonizaram um episódio polêmico ao fazerem saudações nazistas e proferirem cânticos racistas.

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Por causa das atitudes lamentáveis da torcida, o duelo válido pelo Grupo A das Eliminatórias da Eurocopa chegou a ser interrompido por duas vezes no primeiro tempo, sendo que jogadores negros da seleção inglesa foram alvo de racismo e ouviram búlgaros imitando sons de macacos nas arquibancadas.

Durante a primeira paralisação, o locutor do estádio advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

A Uefa poderia ter punido a Bulgária com a sua exclusão da repescagem das Eliminatórias da Eurocopa, marcada para ocorrer em março de 2020, mas optou por dar um voto de confiança aos torcedores da seleção do país ao informar nesta terça-feira que a equipe nacional terá de cumprir um período probatório durante os próximos dois anos. Isso significa dizer que a repetição de incidentes racistas ou preconceituosos neste período de tempo por parte dos torcedores do país poderão render punições mais severas.

A entidade europeia também aplicou uma multa de 85 mil euros (cerca de R$ 377 mil) à Federação de Futebol da Bulgária e já estabeleceu uma outra sanção automática de 50 mil euros (aproximadamente R$ 222 mil), que será aplicada em caso da ocorrência de um novo episódio de racismo por parte dos seus torcedores.

O jogo contra a Inglaterra marcou a terceira ocasião em que torcedores búlgaros foram declarados culpados de conduta racista neste ano. E este último incidente teve consequências drásticas para o futebol do país. Os atos de discriminação foram condenados por políticos e dirigentes esportivos da Inglaterra e até pelo primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borisov, que pediu pela demissão do presidente da Federação de Futebol da Bulgária. Pressionado, Borislav Mihailov anunciou a sua renúncia ao cargo.

Torcedores envolvidos nestes atos de racismo no confronto com a Inglaterra também foram presos e até o técnico Krasimir Balakov foi demitido da seleção búlgara, que depois foi assumida por Georgi Dermendzhiev. Ele passou a ficar à frente de uma equipe que ocupa a lanterna do Grupo A das Eliminatórias da Eurocopa e somou apenas três pontos em sete partidas disputadas. A Inglaterra, com 15, lidera a chave, na qual ainda enfrentará Montenegro, em casa, e o Kosovo, fora, respectivamente nos dias 14 e 17 de novembro.

O episódio de racismo e discriminação no jogo entre Bulgária e Inglaterra, pelas Eliminatórias da Eurocopa de 2020, segue trazendo consequências para o futebol búlgaro. Nesta sexta-feira, o técnico da seleção nacional, Krasimir Balakov, pediu demissão. Pouco antes, a polícia local anunciou a prisão de mais cinco torcedores envolvidos nas manifestações racistas ocorridas na capital Sofia.

De acordo a Federação de Futebol da Bulgária, a demissão do treinador de 53 anos não tem relação com as manifestações da torcida na derrota por 6 a 0 para a Inglaterra, na segunda-feira. "A performance da seleção nos últimos meses foi considerada insatisfatória", registrou a entidade, em comunicado.

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"Minha decisão de pedir demissão não tem nada a ver com o pedido do primeiro-ministro pela minha saída, um dia depois da derrota para a Inglaterra. Minha paciência acabou", declarou Balakov, em entrevista ao canal Sky Sports.

Balakov tem carreira pouco expressiva como treinador. Mas defendeu a seleção do seu país como jogador em 92 partidas entre 1988 e 2003. O então meio-campista integrou a equipe na Copa do Mundo de 1994, quando a Bulgária obteve sua melhor campanha na competição, com o quarto lugar. Também esteve na Eurocopa de 1996 e na Copa de 1998.

Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Os atos racistas foram condenados por políticos e dirigentes esportivos da Inglaterra e até pelo primeiro-ministro da Bulgária, que pediu a demissão do presidente da Federação de Futebol da Bulgária. Pressionado, Borislav Mihailov anunciou sua renúncia ao cargo na terça-feira.

Balakov, por sua vez, pediu desculpas ao time inglês por conta dos gestos racistas - alguns eram cânticos que imitavam macacos. "Eu condeno fortemente e rejeito o racismo como forma de conduta que é contraditória às relações humanas na modernidade. Este é um preconceito que vem do passado e precisa ser erradicado para sempre", afirmou o treinador, em comunicado, no início da semana.

MAIS PRISÕES - A polícia local anunciou nesta sexta que prendeu mais cinco torcedores envolvidos no episódio discriminatório. Ao todo, 16 já foram identificados no caso de racismo, que envolveu também gestos nazistas. Na quarta, outros seis já haviam sido detidos.

De acordo com as autoridades locais, 78 torcedores já foram detidos ao longo deste ano em Sofia, por motivos diversos. A maior parte deles recebeu suspensão de um ou dois anos, sendo impedidos de assistir a jogos tanto dentro quanto fora do país.

Ídolo do Barcelona e da seleção da Bulgária, Hristo Stoichkov chorou ao comentar os atos racistas cometidos pela torcida búlgara na goleada sofrida para a Inglaterra pelas eliminatórias da Eurocopa-2020. O momento aconteceu nesta quarta-feira (16) no canal Tudn do México.

Durante a participação de Stoichkov no programa, ele não conteve a emoção ao falar da atitude da torcida. O ex-jogador ainda foi mais além e cobrou punição mais dura para quem comete crimes de racismo.

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“Claro que as punições devem ser muito pesadas. Os torcedores não deveriam ter a entrada permitida em estádios, ou ainda punições mais severas. Como na Inglaterra, que tem punições de cinco anos sem poder entrar em um estádio. As vítimas não deveriam sofrer com isso", afirmou sem conter a emoção.

Confira o vídeo:

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--> Polícia da Bulgária prende 6 torcedores por racismo

 

 

A polícia da Bulgária prendeu nesta quarta-feira seis torcedores sob acusação de racismo durante a partida entre a seleção local e a Inglaterra, disputada na segunda-feira, na cidade búlgara de Sofia, pelas Eliminatórias da Eurocopa-2020. As autoridades informaram também que identificaram 15 pessoas envolvidas nas demonstrações de preconceito, o que incluía gestos nazistas.

"Seis pessoas foram presas durante a operação da polícia de Sofia depois que foi apurado que eles eram alguns dos perpetradores dos atos de desordem", anunciou o Ministério do Interior da Bulgária, em comunicado. "Dos 15 torcedores identificados, nove já contam com informações obtidas pela polícia, incluindo reconhecimento facial."

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De acordo com o ministério, as evidências coletadas na apuração serão encaminhadas à Promotoria de Sofia. "Não toleramos este tipo de comportamento. Todos que violarem a ordem pública será investigado, alguns já foram presos e ações serão tomadas contra todos", disse Georgi Hadzhiev, comissário sênior do departamento de polícia da capital búlgara.

Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0 da Inglaterra sobre a seleção da Bulgária, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Os atos racistas foram condenados por políticos e dirigentes esportivos da Inglaterra e até pelo primeiro-ministro da Bulgária, que pediu a demissão do presidente da Federação de Futebol da Bulgária. Pressionado, Borislav Mihailov anunciou sua renúncia ao cargo na terça-feira.

PEDIDO DE DESCULPAS - Técnico da seleção da Bulgária, Krasimir Balakov pediu desculpas ao time inglês por conta dos gestos racistas - alguns eram cânticos que imitavam macacos. "Eu condeno fortemente e rejeito o racismo como forma de conduta que é contraditória às relações humanas na modernidade. Este é um preconceito que vem do passado e precisa ser erradicado para sempre", afirmou o treinador, em comunicado.

"Quero dizer algo bem claro: diante destes insultos, eu, como treinador da seleção nacional, peço desculpas aos jogadores da seleção inglesa e a todos que se sentiram ofendidos", disse Balakov. Os episódios racistas serão investigados pela Uefa, que já indicou que deve aplicar punição severa na federação búlgara.

O coro racista de parte da torcida da Bulgária na goleada sofrida por 6x0 para Inglaterra, pelas eliminatórias da Euro, segue repercutindo. O goleiro da seleção búlgara falou sobre o assunto em entrevista ao The Guardian nesta terça-feira (15) e afirmou que a torcida se comportou bem.

Mesmo vendo toda reação do mundo do futebol repudiando a atitude dos torcedores, o goleiro da seleção búlgara, Plamen Ilievi, ignorou as críticas e ainda elogiou a postura da torcida.

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"Sendo honesto, eu acredito que (os torcedores) se comportaram bem. Não houve nenhum abuso e acho que eles (jogadores ingleses) exageraram um pouco. O público estava numa boa. Não escutei palavrões para os nossos ou para os jogadores deles", disse em entrevista ao The Guardian.

O treinador da seleção da Bulgária concordou com o goleiro e criticou a torcida da Inglaterra: "Pessoalmente, não escutei nada. Mas tenho que dizer que os torcedores ingleses vaiaram o hino da Bulgária. Durante o segundo tempo, usaram palavras contra nossos torcedores que achei inaceitáveis", afirmou Krasimir Balakov.

O caso tem gerado grande repercussão. O primeiro-ministro búlgaro criticou a atitude da torcida e também o presidente da Federação búlgara de futebol, a UEFA se juntou ao discurso, o que fez com que Borislav Mihailov anunciasse sua renúncia após a pressão.

Após pressão da Uefa e até do primeiro-ministro da Bulgária, o presidente da Federação de Futebol da Bulgária, Borislav Mihailov, anunciou nesta terça-feira sua renúncia ao cargo. Ele deixou a função em razão dos episódios de racismo ocorridos durante o jogo da sua seleção com a Inglaterra, na segunda, pelas Eliminatórias da Eurocopa-2020.

Mihailov estava sob pressão política desde o início do dia, quando o primeiro-ministro da Bulgária, Boyko Borissov, repreendeu seus compatriotas e até pediu a demissão de Mihailov. Ao mesmo tempo, o político avisou que o governo romperia relações com a Federação de Futebol da Bulgária enquanto Mihailov fosse o presidente.

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"É inaceitável que a Bulgária, um dos países mais tolerantes do mundo, onde pessoas de diferentes etnias vivem em paz, esteja associada a racismo e xenofobia", declarou o primeiro-ministro.

O dirigente búlgaro também ouviu críticas do presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke, que pediu punição exemplar à entidade búlgara, e do primeiro-ministro britânico, Boris Johnson.

Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0 da Inglaterra sobre a Bulgária, na cidade de Sofia, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Pouco depois do anúncio da renúncia de Mihailov, uma força especial da polícia local fez uma visita à sede da entidade responsável por gerir o futebol búlgaro. As entidades não revelaram os motivos da visita. "Sua posição é uma consequência da recente tensão, um ambiente que é prejudicial para o futebol búlgaro", disse a entidade, ao justificar a renúncia do presidente.

Ainda na segunda, o porta-voz da federação disse que a entidade não tinha relação com os episódios racistas em Sofia. "A autoridade do nosso futebol não pode ser responsabilizada pelos atos de hooliganismo. Esse é o momento em que as autoridades do estado agem. Em muitos países, como o da seleção que enfrentamos, o estado tomou sérias medidas para se livrar da violência da torcida. Tudo o que podemos fazer é condenar, mas não temos a jurisdição para investigar estes torcedores", disse Hristo Zapryanov.

Mihailov dirigia a federação há 14 anos. Antes disso, foi goleiro profissional e defendeu a seleção búlgara na Copa do Mundo de 1994, nos Estados Unidos. A equipe surpreendera naquela edição do Mundial, avançando até a fase de semifinal. Ficou em quarto lugar, na melhor campanha da história da Bulgária.

Um dia após seguidos abusos raciais em jogo das Eliminatórias da Eurocopa-2020, o presidente da Uefa, Aleksander Ceferin, pregou uma "guerra aos racistas" e disse que as demonstrações de preconceito são uma "doença" no futebol. Eles fez as declarações em comunicado enviado à agência de notícias Associated Press (AP).

"Acredite em mim, a Uefa está comprometida a fazer tudo que puder para eliminar esta doença do futebol", declarou Ceferin à AP. "Não podemos aceitar isso. Devemos sempre nos esforçar para fortalecer nossa determinação. De forma mais ampla, a família do futebol - dos dirigentes aos jogadores, treinadores e torcedores - precisam trabalhar com os governos e as ONGs para liderarmos uma guerra contra os racistas e marginalizarmos suas visões abomináveis na sociedade."

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Os episódios racistas aconteceram durante a goleada de 6 a 0 da Inglaterra sobre a Bulgária, na cidade de Sofia, capital búlgara, nesta segunda-feira, pela fase de grupos das Eliminatórias da Euro. O jogo foi interrompido por duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

Ao fim da partida, o presidente da Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês), Greg Clarke, pediu uma punição exemplar à Federação de Futebol da Bulgária principalmente por conta dos cânticos que tinham por objetivo ofender jogadores negros como Raheem Sterling e Tyrone Mings, da seleção inglesa.

Nesta terça, as reprovações aos atos racistas dos torcedores búlgaros aumentaram, vindo até de líderes políticos, como o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson. Boyko Borissov, que ocupa o mesmo cargo na Bulgária, repreendeu seus compatriotas e até pediu a demissão de Borislav Mihailov, atual presidente da Federação de Futebol da Bulgária e ex-jogador.

"É inaceitável que a Bulgária, um dos países mais tolerantes do mundo, onde pessoas de diferentes etnias vivem em paz, esteja associada a racismo e xenofobia", disse o líder político, que rompeu relações com a federação de futebol do seu país enquanto Mihailov estiver no comando da entidade.

Para o presidente da Uefa, que deve aplicar punição severa aos búlgaros, o problema do racismo vai além das fronteiras do futebol. "As federações de futebol não vão conseguir resolver sozinhas este problema. Os governos precisam fazer mais neste área. Somente trabalhando juntos, em nome da decência e da honra, vamos conseguir fazer algum progresso", declarou Ceferin.

"O crescimento do nacionalismo no continente vem dando combustível para este comportamento inaceitável e alguns pensam que a arquibancada de um estádio de futebol é o lugar certo para dar voz a suas visões de mundo assustadoras", afirmou o presidente da Uefa.

A investigação do caso pela Uefa será feita em parceria com a Fare network, ONG que combate o racismo no futebol. "Acreditamos que os eventos que ocorreram em Sofia devem resultar na eliminação da Bulgária na Euro-2020. A escala dos problemas é evidente, a falha da federação búlgara em criar medidas que possam prevenir episódios como esse e a negação contínua do problema por parte de suas lideranças mostra que o futebol do país não merece estar competindo na elite da Europa", declarou Piara Powar, diretor da entidade, à AP.

Depois do lamentável episódio de parte da torcida da Bulgária, que entoou cantos racistas e fez gestos nazistas na derrota por 6x0 para a Inglaterra, valido pelas eliminatórias da Euro nesta segunda-feira (14), o primeiro-ministro búlgaro, Boiko Borissov, pediu a retirada do presidente da federação do comando.

Desde que assumiu em 2005, Borislav Mihaylov, não conseguiu classificar a seleção da Bulgária para nenhum dos principais torneios internacionais. Mas o que mais incomodou o primeiro ministro foi o silencio diante da atitude racista da torcida na goleada para a Inglaterra.

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"É inadmissível que a Bulgária, um dos países mais tolerantes, seja associado ao racismo e à xenofobia, quando pessoas de etnias e religiões diferentes vivem aqui em paz", cravou o primeiro-ministro em seu Facebook.

Boiko Borissov que pôr fim a qualquer tipo de relação do governo com a federação até que o atual presidente seja desligado do cargo.

 

A Associação de Futebol da Inglaterra (FA, na sigla em inglês) pediu à Uefa uma ação "muito rigorosa" após o jogo da sua seleção nacional contra a Bulgária, realizado nesta segunda-feira em Sofia, ser interrompidO duas vezes no primeiro tempo por causa de cânticos racistas e saudações nazistas dos torcedores da equipe da casa.

A vitória por 6 a 0 da Inglaterra foi interrompida aos 28 minutos e novamente aos 43, mas os jogadores da equipe optaram por não sair do campo e o jogo foi rapidamente retomado após as duas pausas.

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Torcedores da Bulgária foram vistos imitando sons de macaco para atletas da Inglaterra, fazendo saudações nazistas e segurando camisas com o logotipo da Uefa com a inscrição "Sem respeito", uma referência à campanha "Respeito" do órgão gestor do futebol europeu, destinada a conter o racismo no esporte.

Durante a primeira paralisação, o locutor advertiu que a partida poderia ser encerrada se os abusos racistas não parassem, cumprindo o primeiro passo do protocolo antirracismo da Uefa. Durante a segunda pausa, dezenas de torcedores da Bulgária responsáveis pelos cânticos saíram do estádio.

"Gostaria de ver uma revisão muito rigorosa da Uefa, porque sei que eles levam o racismo muito a sério", disse Greg Clarke, presidente da FA. "Deveríamos participar de um movimento para expulsar o racismo do nosso jogo e ter tolerância zero com isto."

A FA também divulgou um comunicado dizendo que os jogadores da Inglaterra "foram submetidos a ódio racista abominável", voltado principalmente para jogadores negros como Raheem Sterling e Tyrone Mings.

"Como estamos tristemente conscientes, esta não é a primeira vez que nossos jogadores estão sujeitos a esse nível de abuso e não há lugar para esse tipo de comportamento na sociedade e muito menos no futebol. Vamos pedir à Uefa para investigar com urgência", afirmou a FA.

Mings perguntou inicialmente a um dos árbitros assistentes se ele ouvira os cânticos, enquanto o técnico da Inglaterra, Gareth Southgate, discutiu com o quarto árbitro antes de o jogo ser interrompido pela primeira vez.

"Foi muito claro para ouvir em campo, mas demos uma ótima resposta, mostramos uma boa união e, finalmente, deixamos o futebol falar", disse Mings. "Tomamos uma decisão no intervalo de jogar, o que pensávamos ser a decisão certa e se algo mais tivesse acontecido, teríamos tomado as medidas apropriadas".

O capitão da Bulgária, Ivelin Popov, teve uma discussão acalorada com torcedores da sua seleção, pedindo para que parassem com os cânticos, enquanto o resto dos jogadores ia para os vestiários no intervalo.

O segundo tempo do duelo transcorreu sem interrupções. No triunfo inglês, Ross Barkley e Sterling marcaram duas vezes cada. Rashford e Kane completaram o placar dilatado.

O Estádio Vasil Levski, em Sofia, já estava sujeito a um fechamento parcial para a partida após a Bulgária ter sido sancionada por cânticos racistas durante as partidas das Eliminatórias para a Eurocopa contra o Kosovo e a República Checa.

"Fizemos duas declarações ao vencer o jogo, mas também aumentamos o conscientização de todos sobre a situação", disse Southgate. "O jogo foi paralisado duas vezes. Sabemos que para algumas pessoas que não é suficiente", concluiu o treinador inglês.

O sonho de quase todo jogador de futebol é fazer um gol e correr para os braços da sua amada. O meio campista Wanderson, do Ludogorets, da Bulgária, quase realizou o desejo, mas enquanto beijava sua esposa o jogo já tinha sido reiniciado devido a uma marcação de impedimento. A cena inusitada aconteceu no domingo (25) na Ludogorets Arena.

Sem pensar e nem olhar para o bandeirinha, Wanderson correu para comemorar junto da sua amada, mas antes que o beijo apaixonado acontecesse o juiz da partida já havia reiniciado o jogo e assinalado o impedimento sem que o atleta percebesse. Ele, então, seguiu com sua cena romântica.

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Com a anulação do gol do apaixonado de Wanderson, a partida ente Ludogorets e Slavia Sofia terminou empatada em 0x0. As equipes são concorrentes direto na tabela. O Slavia é primeiro colocado com 16 pontos, já o Ludogorets vem logo atrás com 15 pontos.

Confira a cena: 

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