O Tribunal Regional Federal da 5ª região (TRF5) decidiu, por unanimidade, tornar réu o prefeito afastado do Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana do Recife (RMR), Lula Cabral (PSB) pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro. O julgamento da denúncia apresentada pelo Ministério Público Federal (MPF) contra Cabral e mais 10 pessoas aconteceu nessa quarta-feira (8).
Além de Cabral, o TRF5 transformou outras quatro pessoas em réus na instância federal: André da Câmara Barros Maciel, Célia Verônica Emídio Dutra, Antonio Gilson Falcão Faisbanchs e Luiz Alves de Lima Filho. O primeiro, que é genro do prefeito, também é acusado de lavagem de dinheiro e corrupção passiva, já os demais respondem por gestão fraudulenta.
##RECOMENDA##O Tribunal também decidiu desmembrar o processo e encaminhou o caso das outras seis pessoas para que o Primeiro Grau da Justiça Federal em Pernambuco decida.
O caso em que Lula Cabral virou réu é originário da Operação Abismo, deflagrada pela da Polícia Federal (PF) em outubro de 2018. A ação investiga a transferência irregular de R$ 92,5 milhões do fundo previdenciário do município para ativos “podres”, o que põe em risco o pagamento futuro de aposentadorias.
Lula Cabral é apontado pelas investigações como o mandante das alterações. O prefeito ficou preso quase três meses no Centro de Triagem e Observação Criminológica (Cotel), mas foi solto em janeiro por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele, contudo, cumpre medidas cautelares e foi afastado do comando da prefeitura. A defesa do prefeito afirmou, em nota, que considera a acusação um "absurdo" e Lula Cabral, "irá provar sua inocência".