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Um cadeirante teve a solicitação de atendimento especial negada no concurso para a função de investigador de polícia.No dia da realização da prova, o homem foi surpreendido com a ausência de recurso de acessibilidade, como rampas ou elevadores para acesso ao andar superior, assim como banheiros adaptados. O participante levou o caso à Justiça. Ação foi julgada pela 27ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) decidiu que a banca organizadora do certame, a Fundação para vestibulares da Uniesp, deveria pagar R$ 10 mil ao candidato.

"O autor informou no momento de sua inscrição sua condição, mas o pedido foi indeferido, tendo sido deferida a participação como candidato com condições especiais [cadeirante local de fácil acesso]. No entanto, o local designado para realização da prova não contava com acessibilidade ao prédio por pessoa cadeirante, pois não possuía rampa de acesso, elevador, sala e carteira adaptada, sanitário de fácil acesso. O pessoal responsável pela organização da prova designou o refeitório como local para realização da prova pelo autor. O banheiro disponível para utilização pelo autor não era possível ser acessado com a cadeira de rodas, tendo em vista o tamanho e largura da porta, sendo sugerido ao autor que fosse “carregado” por um dos fiscais de prova, causando extrema humilhação ao candidato", diz trecho do acórdão.

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Na ocasião, a organizadora apresentou recurso junto ao TJ-SP e afirmou que o autor da ação não teria apresentado documentação médica necessária e recusou as alternativas oferecidas no dia da prova. O cadeirante, porém, também recorreu à corte estadual para aumentar o valor da indenização para R$ 50 mil. No entanto, o Tribunal de Justiça de São Paulo manteve a decisão de primeira instância, que o homem havia informado a instituição sobre sua condição de cadeirante e a necessidade das condições especiais, e o valor da idenização em R$ 10 mil. 

A doação de uma cadeira de rodas por servidores da Polícia Federal (PF) a um homem em situação de rua, no Recife, desencadeou uma história de reencontro. Sem as pernas, Átila Rosa, de 57 anos, deixou Santa Catarina e chegou ao Recife após fugir de casa. Ele tem diagnóstico de esquizofrenia e era procurado pela família há quase um ano.

Após um dia como ambulante nos semáforos do Cais do Apolo, na área central do Recife, Átila costumava dormir nos bancos da Praça Tiradentes, em frente à sede provisória da PF. Na madrugada de 23 de abril, sua cadeira de rodas foi furtada por usuários de drogas. 

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Átila com a cadeira que ganhou dos policiais federais.  Júlio Gomes/LeiaJá Imagens

Exposto à chuva e com dificuldade para fazer as necessidades básicas, policiais federais se sensibilizaram com a situação e criaram um grupo no WhatsApp para arrecadar o valor de uma nova cadeira. 

"Nossos policiais viram que ele estava na chuva, apenas com uma capa, e aí começou toda uma movimentação para comprar uma cadeira e depois a gente veio descobrir a história dele", comentou o chefe da comunicação da PF em Pernambuco, Giovani Santoro.

O papiloscopia André Sobral conta que foi "muito emocionante" participar da campanha que reuniu cerca de 12 servidores e representantes do sindicato da categoria. Cinco dias após o furto, Átila foi presenteado com a nova cadeira e despertou a curiosidade sobre sua história por conta do sotaque.

As informações que ele havia repassado foram cruzadas com os dados do banco da PF e, em seguida, uma análise facial confirmou sua identidade. Átila é natural de Florianópolis e estava longe da família há 10 meses. A irmã Simoni Bianchi veio ao Recife para encontrá-lo e explicou que, devido à condição mental, ele já havia saído de casa outras vezes, mas nunca tinha ficado sumido por tanto tempo. "A gente tava procurando por lá, porque ele já teve várias outras saídas, o que é comum para quem tem esse sofrimento mental, mas ele sempre ficava por ali".

Simoni acreditada que não ia encontrar mais o irmão. Júlio Gomes/LeiaJá

Ela conta que Átila tinha uma vida estruturada financeiramente, trabalhava como vendedor, era casado, pai de uma filha, mas sua vida começou a ser afetada pelos primeiros surtos e ele foi morar com os pais. Há cerca de nove anos, em uma de suas fugas, ele perdeu as duas pernas em um acidente no Paraná. "Essas pernas minhas aqui, eu peguei a estrada para Curitiba como mochileiro e acabei sendo atropelado na BR-101", recordou.

Átila se considera um "aventureiro" e disse que decidiu vir ao nordeste em busca de "mais uma aventura". No caminho ao Recife, ele interrompeu o tratamento e deixou de tomar os remédios. Desde então, a família vivia na incerteza sobre seu paradeiro e cogitava que ele já não estivesse mais vivo. A primeira pessoa procurada pelos policiais foi a filha Tássia, de 34, mãe de dois meninos de dois e cinco anos. 

Simoni abraça Átila. Júlio Gomes/LeiaJá

Com voo marcado às 22h, Átila e Simoni deixam o Recife e devem chegar em Florianópolis no início da manhã desta sexta-feira (2). Além da cadeira de rodas, os policiais federais atuaram como assistentes sociais na confecção da carteira de identidade e documentação necessária para o voo.

Simoni conta que o irmão voltar para a casa dos pais, onde uma recepção o aguarda para celebrar o reecontro com a família. 

Uma cadeirante de 82 anos, identificada como Bernadete Augusto dos Santos, morreu ao cair de um ônibus em movimento no Rio de Janeiro, nesse fim de semana. Ela foi jogada para fora do veículo em uma curva próxima ao cemitério do Caju, na área central.  

O filho da idosa apontou que o motorista não parou para prestar socorro, segundo o g1. Bernadete era acompanhada por uma mulher, que também caiu e sofreu traumatismo craniano. 

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A cadeirante foi socorrida pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para Hospital Souza Aguiar, onde ficou internada. Ela sofreu uma fratura na bacia e não resistiu ao ferimento. A acompanhante passa bem. 

 

 

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As palavras dedicação e superação deveriam ter, no verbete do dicionário, uma foto de Nazaré Silva dos Santos. Ajudante de pedreiro, aos 50 anos ela resolveu meter a cara e fazer a prova do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio) para disputar uma vaga no curso de Engenharia Civil no vestibular da Universidade Federal do Estado do Pará (UFPA). Em 2023, o esforço, a garra e a dedicação de mulher foram premiados com o nome do listão de aprovados.

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“Quando saiu o listão eu ainda estava no trabalho, me ligaram do cursinho para ir na biblioteca e lá eu soube da aprovação. Foi um sentimento de muita alegria, alívio, sensação de estar conquistando algo que batalhei tanto para conseguir”, disse a caloura, emocionada.

“Comecei na área porque meu marido trabalha como pedreiro. Construímos juntos a nossa casa e fui aprendendo muitas coisas na prática. Terminei meu ensino médio com 38 anos e fazer faculdade sempre foi um dos meus sonhos, mas fui adiando por conta de outras prioridades. Depois que meus filhos passaram a cursar o ensino superior, a vontade ressurgiu. E como sempre estive ligada à área de construção e terminei recentemente um curso técnico em edificações no IFPA, escolhi seguir com a engenharia civil”, contou.

A rotina de preparação para o vestibular não foi fácil. A ajudante de pedreiro trabalhava pela manhã, fazia o curso técnico à tarde e ainda assistia às aulas no cursinho municipal de Marituba para o Enem à noite. “Chegava às vezes atrasada nos horários e muito cansada. Meus filhos sempre me apoiaram com questões e materiais para estudo”, desabafou.

Agora que conquistou a vaga que tanto queria, Nazaré já faz planos ainda mais ambiciosos. “Gostaria de aproveitar da universidade o máximo, conseguir estagiar para colocar em prática também os ensinamentos obtidos no ensino técnico e no curso, além de poder trabalhar em uma empresa renomada, ou prestar concurso na área e adquirir uma estabilidade financeira”, assinalou.

A inspiradora história de Nazaré é uma entre muitas. Quando se trata de superação de limites e dedicação, Perla dos Santos Assunção, de 37 anos, ganha destaque.

Atleta que sofreu um atropelamento aos 6 anos, teve fratura na coluna com comprometimento medular e tornou-se cadeirante. convite de outros atletas, iniciou sua carreira no basquete de cadeira de rodas no ano de 2010. Até então, praticamente não tinha contato algum com outras pessoas com deficiência.

“No início foi tudo bem difícil, pra qualquer lugar que eu precisasse ir tinha que ter alguém para me levar, eu não saía para canto nenhum sozinha. Quando eu cheguei lá no basquete todo mundo fazia isso só, ia treinar, pegava ônibus, faziam tudo sozinhos e isso de início me assustou, porque eu não sabia fazer aquilo sozinha. Mas o pessoal do meu clube, o All Star Rodas Pará, foi bem acolhedor, me ajudou nessa transição e hoje sou uma pessoa totalmente independente, vou pra onde quero, da forma que quero, ando de ônibus, ando sozinha, viajo sozinha, através do basquete consegui minha independência”, disse.

Perla conta já competiu nacionalmente com a equipe paraense campeã. Atualmente, ela faz parte da seleção permanente brasileira de basquete cadeirante, que está brigando por uma vaga para ir às Paralimpíadas. A atleta relata com orgulho que já participou de outras Paralimpíadas, Jogos Parapan-Americanos, Copa América, Mundiais, além de outras competições nacionais.

“O esporte exige muito, exige uma disciplina muito grande, somos atletas de alto rendimento, então é algo que a gente leva como profissão. Tem que ter muita determinação, ter muita persistência e principalmente ter muita disciplina. Porque a gente treina diariamente, são treinos intensos e essa rotina não é fácil. Treinar, cuidar de casa, do filho”, frisa a atleta.

Essa é a versão profissional de Perla, mas existe ainda a versão voluntária. A atleta é administradora de um abrigo para animais em Belém e conta com apenas uma ajudante na limpeza no Lar dos Anjos. O espaço abriga 86 gatos e 6 cães, sob sua responsabilidade. “A luta é diária e o apoio é pouco, apenas de pessoas que se sensibilizam e acompanham a nossa luta. Mas amo meus animais e faço tudo por eles. Tenho o sonho de conseguir meu próprio espaço e proporcionar a eles uma vida de mais segurança”, afirmou, ressaltando que o abrigo fica em um imóvel alugado.

Sobre os desafios que ela enfrenta no dia a dia, como mulher, atleta e cadeirante, Perla deixa uma mensagem: “Os desafios sempre vão existir, na vida do atleta olímpico, do paraolímpico, da pessoa com deficiência ou sem deficiência. Sempre vão existir desafios, adversidades. Cabe a nós olharmos de uma forma diferente e enfrentar. Enfrentar um dia de cada vez, superar cada problema e, principalmente, não desistir. Traçar um objetivo, traçar um sonho e a cada dia dar um passo à frente para que a gente possa alcançar as nossas metas’’.

Por Monique Leão (sob a supervisão do editor prof. Antonio Carlos Pimentel).

João Gomes desceu do palco para falar com idosos e pessoas com deficiência, que estavam na área destinada a eles no palco principal do Carnaval do Recife. O show do cantor aconteceu na última terça-feira (21), no Marco Zero, às 22h, e lotou o local.

De acordo com a jornalista e estudante de direito Pâmela Melo, que é PCD, a atitude do cantor é de grande importância para dar visibilidade às pessoas com deficiência. “A gente deu a mão, ele desceu do palco, entrou no camarote e falou com todo mundo, inclusive os idosos. Abraçou, beijou, tirou foto. Uma figura pública como João Gomes se dispor a descer do palco para falar com a gente nos traz a sensação de podermos ser enxergados também. Pessoas com deficiência foram invisibilizadas por muitos anos e, naquela hora, ele conseguiu nos enxergar”, ressaltou, ao LeiaJá

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Na apresentação, João levou o público ao delírio ao fugir do tradicional e iniciar o show no meio das pessoas, numa plataforma que flutuava sobre a plateia, interpretando a música Espelho do Poder, do Conde Só Brega

O cantor também chamou atenção do público ao interagir e dançar com a intérprete de libras que estava no palco.

Um motorista de ônibus teve toda a renda do transporte público furtada na tarde desta quarta-feira (26), enquanto ajudava um cadeirante a descer do coletivo na Avenida Guararapes, área central da capital pernambucana. 

Um vendedor de canecas que estava dentro do coletivo que fazia a linha Avenida Norte Macaxeira disse que três mulheres aproveitaram o momento em que o motorista desceu para ajudar o cadeirante e deixou o caixa onde são colocadas as passagens arrecadas. Isso porque, com a dupla função, o motorista é responsável por guiar o ônibus e cobrar a taxa dos passageiros.

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Além disso, é o motorista que, de forma manual, aciona o elevador para que as pessoas com alguma deficiência física consigam embarcar e desembarcar dos coletivos na Região Metropolitana do Recife.

De acordo com o Consórcio Recife ao LeiaJá, as câmeras de segurança do coletivo e outras informações relevantes para a investigação policial serão enviadas às autoridades competentes. “A empresa esclarece, ainda, que enviou uma equipe de supervisão para dar o suporte necessário ao motorista e auxiliá-lo no registro da ocorrência”.

Uma suspeita foi localizada pela polícia e levada para a delegacia. O LeiaJá aguarda da Polícia Militar mais informações do ocorrido.

O adolescente de 14 anos que matou uma aluna cadeirante a tiros e golpes de faca na manhã dessa segunda-feira (26) em uma escola de Barreiras pegou a arma do pai, um policial militar de Brasília que havia se mudado neste ano para a cidade do oeste baiano. O revólver, calibre 38, estava carregado com seis balas e, segundo o PM, teria sido encontrado pelo jovem debaixo do colchão, onde costumava guardá-lo. De acordo com a Polícia Civil, ele entrou pelo portão principal como os demais alunos, embora estivesse sem uniforme - o jovem trajava roupas pretas e capuz.

A suspeita é de que o adolescente, horas antes de cometer o crime, teria passado em frente à unidade de ensino. Ele havia avisado sobre o ataque quatro horas antes por meio de uma publicação feita em seu perfil no Twitter, que foi banido da plataforma com a repercussão do caso. Quando chegou à entrada principal do Colégio Municipal Eurides Sant'Anna, por volta das 7h20, o atirador já empunhava a arma. Um guarda da unidade de ensino percebeu a entrada dele e correu para buscar ajuda, já que um disparo foi feito em sua direção.

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No momento do ataque, pelo menos 40 dos cerca de 400 alunos que estudam no período matutino estavam na quadra de esportes em guarda, já que o colégio tem gestão compartilhada com a Polícia Militar. A arma do atirador falhou duas vezes, possibilitando que os adolescentes corressem e buscassem abrigo nos fundos da quadra ou na rua. A cadeirante Geane da Silva Brito, de 19 anos, estava no pátio e foi baleada e atingida com golpes de faca.

Segundo o delegado Rivaldo Almeida Luz, que ouviu o pai do menor ontem, o policial militar afirmou que escondia a arma e que o jovem não tinha acesso a ela. O adolescente foi descrito pelos familiares como um garoto tranquilo, porém bastante introspectivo. Sem amigos, ele lamentava o fato de ter se mudado para Bahia e deixou isso claro ao postar em suas redes sociais discursos de ódio contra a cidade de Barreiras e a Região Nordeste do Brasil.

"O pai disse que guardava a arma debaixo do colchão de uma cama e que o garoto não tinha acesso, mas não acredito nessa versão. Ele é um garoto bastante introspectivo que, nos últimos meses, passou a ficar muito tempo nas redes sociais. Os pais não sabiam os tipos de conteúdos que ele consumia na internet", disse Luz.

O colégio não tem câmeras de segurança, mas os investigadores buscam imagens de residências vizinhas. As aulas foram suspensas até o dia 3 de outubro. O atirador havia sido matriculado na unidade de ensino no período vespertino em maio deste ano, mas acumulava faltas.

O adolescente também foi baleado durante o crime. O tenente coronel Fábio Santana, da Polícia Militar, afirma que os policiais que trabalham na escola estavam desarmados e que os tiros que acertaram o menor possivelmente partiu de uma pessoa que passava nas imediações no momento do ataque. Ela ainda não foi identificada. O jovem foi socorrido por uma equipe do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e encaminhado para o Hospital Geral do Oeste. Ele passou por uma cirurgia e o quadro de saúde é considerado estável.

Na manhã desta segunda-feira (26), um jovem armado invadiu a Escola Municipal Eurides Sant’Anna, em Barreiras, no Oeste da Bahia, e disparou contra alunos. A cadeirante Jeane da Silva Brito, de 20 anos, estudava no local e foi morta a tiros.

O atirador entrou na escola com uma arma de fogo e um facão. Ele chegou a fazer alguns disparos, mas foi baleado e socorrido pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para o Hospital Geral do Oeste. O jovem estava matriculado na unidade de ensino.  

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"O menino entrou na escola vestido de preto, deu um tiro na porta, lá dentro deu outro tiro. Os meninos correram para a quadra, mas o instrutor mandou sair e ir para o fundo da escola, aí todo mundo arrodeou e conseguiu sair do colégio", relatou um dos estudantes ao G1

Não há informações sobre o autor do tiro que atingiu o jovem nem o que teria lhe motivado a invadir a escola.

Depois da denúncia que trouxe à tona o descaso do Bragantino com um torcedor cadeirante, o clube paulista emitiu uma nota, prometendo encontrar formas de solucionar o problema de acessibilidade no Nabi Abi Chedid. A sobrinha de Leonardo Maciel foi responsável por trazer o problema à tona.

O caso aconteceu durante o jogo entre Red Bull Bragantino e Corinthians, no domingo (8). Ela contou que a família resolveu levar o tio ao campo, mas ao chegar no local ele acabou sendo proibido de entrar com a justificativa de que a arquibancada estava cheia. Mesmo tendo pago ingresso para o setor, ele foi obrigado a ver o jogo em um restaurante que fica abaixo da altura do campo.

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“Tentamos contato com os responsáveis mas não obtivemos qualquer resposta. Qual a justificativa do clube pra vetar a entrada de uma pessoa que comprou o ingresso, ainda mais alguém que deveria ter o mínimo de prioridade ou respeito, tendo em vista sua deficiência?”, disse a sobrinha.

O clube, em resposta à publicação, lamentou o ocorrido e prometeu contactar os envolvidos no caso. De acordo com o UOL, o Bragantino disse que vai encontrar formas para resolver a questão, além de oferecer um kit sócio e uma visita ao CT para Leonardo Maciel.

Wellington Camargo, irmão de Zezé Di Camargo, passou por uma cirurgia no último fim de semana que pode mudar sua vida. Segundo o site Extra, o cantor gospel foi submetido ao procedimento para corrigir uma escoliose gravíssima, uma curvatura na coluna vertebral devido a um encurtamento da região. Ele foi internado na última quinta-feira, dia 27, em São Paulo e tem previsão de receber alta no próxima fim de semana.

Após a cirurgia ele planeja comprar um exoesqueleto para que possa ficar em pé e consiga andar por pelo menos oito horas por dia. Wellington não consegue caminhar por ter sofrido poliomielite na infância.

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Para quem não se lembra, o cantor ficou conhecido após ter sido sequestrado e ficado 94 dias em cativeiro em uma chácara em Goiás em 1999 - o sequestro gerou muitos traumas nele e na família, sendo que na época os sequestradores chegaram a cortar metade da orelha de Wellington.

A britânica Emma Kitson, 35, que há sete anos precisa de uma cadeira de rodas para se locomover, surpreendeu sua família ao entrar na cerimônia de seu casamento andando em pé.

De acordo com o site Metro, Emma, que se casou no mês de outubro, prestou serviços no exército britânico entre seus 18 e 21 anos de idade, quando precisou abandonar o ofício por conta de problemas na coluna.

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Há sete anos, precisou passar por uma cirurgia para corrigir os danos causados à sua espinha, e logo após a operação, já não sentia mais a sua perna esquerda, o que fez com que precisasse andar de cadeira de rodas desde então, por conta da intensa dor.

Ao ser pedida em casamento pelo seu marido, o técnico de natação Chris Kitson, 38, ela decidiu que faria de tudo para percorrer os seis metros até o altar em pé, e passou a fazer horas de exercício para fortalecimento de suas pernas.

Emma não contou a quase ninguém de sua ideia, o que fez com que praticamente todos no casamento ficassem surpresos, inclusive seu noivo. No dia, ela também precisou da ajuda de remédios para ajudar com a dor.

Emma Kitson participou da edição de 2017 do Invictus Games, jogos esportivos disputados por cerca de 500 veteranos de guerra de 15 países, e ganhou três medalhas de ouro na natação.

Emma entrou na igreja com seu pai e seu filho ao seu lado. "Ver a Emma andando pelo corredor sem uma cadeira de rodas foi emocionante", afirmou seu marido ao programa ITV News Calendar.

A polícia civil do Espírito Santo cumpriu, nessa quinta (24),  o mandado de prisão em aberto de C.B.O., de 39 anos, suspeito de liderar uma quadrilha de traficantes que agia em Santa Maria de Jetibá. Ele é tetraplégico e utilizava aplicativos de conversa e um monitor com câmeras de segurança para controlar o tráfico. O suspeito foi detido no bairro Vale dos Reis, em Cariacica.

De acordo com o titular da DP, delegado Fabrício Lucindo, nos últimos dez meses, mais de 30 suspeitos, que fazem parte do grupo liderado por C.B.O., foram presos pelo crime de tráfico de entorpecentes.

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“Segundo as investigações, o detido fornece as drogas, encaminha suspeitos da Grande Vitória para trazê-las para o município e aluga imóveis para abrigar traficantes. Além disso, paga advogados para aqueles que são presos pela Polícia, ou seja, com certeza é o mentor intelectual de pequenos traficantes que agiam no município”, afirmou Lucindo.

O investigado se escondia cercado por muros altos e vigiado por câmeras de vídeo monitoramento. “Mesmo com a limitação e o fato de estar preso constantemente em cima de uma cama, ele controlava todo o tráfico. O suspeito ficou tetraplégico depois de tentarem assassiná-lo, em 2014. A motivação está relacionada ao tráfico de entorpecentes. Ele foi atingido por diversos disparos de arma de fogo e conseguiu sobreviver”, explicou o delegado.

O responsável pelas investigações acrescentou que C.B.O. utiliza as redes sociais de conversa para controlar o grupo e a contabilidade do tráfico. “Além da apreensão de muito material entorpecente e prisões, conseguimos bloquear várias contas bancárias usadas pelo grupo. Devido ao estado de saúde do preso, foi necessária a ajuda de uma ambulância para conduzi-lo para a unidade prisional”, disse o delegado.

C.B.O. tem passagens por tráfico de entorpecentes. Ele foi indiciado pelos crimes de tráfico de drogas, associação ao tráfico e conduzido para o Centro de Triagem de Viana (CTV).

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Um cadeirante de 44 anos foi socorrido em estado de choque após ser abandonado na própria casa, em Iguape, no litoral de São Paulo. Ele foi encontrado seminu, desnutrido e jogado ao chão, após passar vários dias se alimentando das próprias fezes. O caso é investigado pela Polícia Civil (PC), que busca os responsáveis pelos cuidados do homem.

Ele foi localizado depois que pediu socorro ao irmão. Na ligação, o rapaz sussurrava, dando indícios de sofrimento. Residente da capital paulista, o irmão foi em direção ao litoral e acionou as autoridades.

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Sem saber exatamente onde morava, o irmão da vítima contou com o apoio da Polícia Civil Ambiental para localizar a casa. Depois de algumas tentativas, ao rapaz foi achado na rua Manoel Agostinho da Silva, no bairro Rocio, onde morava há três anos.

No local, a equipe de socorro deparou-se com cômodos sujos e um forte odor. A vítima foi encontrada no chão da cozinha, desnutrido, abatido, seminu e sujo de fezes. De acordo com as informações do G1, devido à dificuldade de locomoção, o homem se alimentava das próprias fezes há pelo menos cinco dias. Equipes de saúde foram acionadas e socorreram o homem para a Unidade Mista de Saúde, onde foi atendido e seguiu para a observação.

Registrado como abandono de incapaz, a Polícia Civil busca informações e investiga o caso para saber que circunstâncias permitiram que a vítima fosse encontrada dessa forma.

Uma cadeirante morreu atropelada por um ônibus na madrugada desta quinta-feira (24) no viaduto Engenheiro Orlando Murgel, na República, região central de São Paulo.

A informação foi confirmada pelo Corpo de Bombeiros, que mobilizou duas viaturas para a ocorrência. A identidade da vítima não foi revelada.

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As duas faixas da esquerda do viaduto no sentido Centro - onde fica o espaço exclusivo para ônibus - estão interditadas por agentes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) por conta do acidente.

Uma loja de vestidos de noiva da Inglaterra acabou viralizando na internet após uma pessoa compartilhar a foto de sua vitrine. O que chamou a atenção os internautas foi o fato da marca ter colocado um manequim sentado em uma cadeira de rodas ornamentada. A atitude foi extremamente elogiada e compartilhada nas redes sociais. 

Tudo começou depois que Beth Wilson postou a foto da loja The White Collection em seu perfil no Twitter. A inglesa elogiou a vitrine do lugar: "É a primeira vez que eu vejo deficiência física retratada em uma vitrine". Automaticamente, as pessoas começaram a compartilhar o post e até respondê-lo. "Obrigada por representar todas as noivas e futuras noivas como elas devem ser representadas. Representa muito".

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A loja se surpreendeu com o retorno e fez, também, uma publicação em seu Instagram. No post, a White Collection garantiu que nem pretendia divulgar a vitrine com o manequim cadeirante mas que ficou muito feliz com a recepção do público. "Nem imaginávamos que nossa vitrine ganharia tanta atenção, mas o que ela fez mesmo foi abrir uma discussão mundial sobre inclusão nessa indústria, o que só pode ser uma boa coisa".

A Mostra Internacional de Música de Olinda chegou ao seu 15º ano prometendo uma edição digna de qualquer debutante. Porém, ao que tudo indica, não prestou atenção nas questões de acessibilidade para seu público com necessidades especiais. Relatos de pessoas que estiveram na Praça do Carmo, em Olinda, na primeira noite do evento, na última sexta (23), deram conta de que o espaço reservado para os cadeirantes não contava com rampa e ficava distante do palco, dificultando seu acesso aos shows.

Foi reservado para o espaço de acessibilidade do MIMO a área do coreto, na Praça do Carmo. Uma placa identificando o local foi devidamente instalada para que as pessoas pudessem vê-lo, porém, chegar até ali foi tarefa praticamente impossível.  O assistente social Bruno Viana, de 40 anos, falou ao LeiaJá sobre os problemas que teve na primeira noite do festival. Cadeirante, Bruno não conseguiu ficar no espaço a ele reservado, no palco principal do festival, pois este não contava com rampas, apenas escadas. “Não estão respeitando nada; das vagas de estacionamento a lugares no evento. Tem muita coisa errada”, disse o rapaz que também elencou a ausência de banheiros acessíveis e intérpretes de Libras nos fóruns que aconteceram durante a tarde.

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Uma outra fonte que preferiu não se identificar também apontou a má localização do espaço reservado às pessoas com deficiência: “Fizeram um local ao lado do palco  que qualquer cadeirante sequer tem vista para o palco. Além disso, o acesso é uma escada. Faz com que qualquer pessoa com mobilidade reduzida tenha que depender de terceiros para transitar”.

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Bruno também  mencionou a dificuldade que teve em estacionar o carro. As vagas reservadas para deficientes físicos estavam, em sua maioria, ocupadas por motos ou vendedores ambulantes. Também não haviam banheiros acessíveis e os fóruns de debates não contaram com intérpretes de Libras.  Tantas dificuldades fizeram o assistente social terminar sua noite mais cedo: “Voltei para casa”, lamentou.

 

Um homem de 36 anos, que não teve o seu nome revelado, foi acusado de atropelar um cadeirante quando, supostamente, fazia manobras ilegais com o veículo, como o conhecido "cavalo de pau". Moradores se revoltaram contra o motorista e o agrediram. O caso ocorreu em Ceilândia, no Distrito Federal, na noite dessa segunda-feira (10).

Segundo o Correio Brasiliense, testemunhas informaram à polícia que o suspeito apresentava sinais de embriaguez, mas ao ser preso ele se negou o teste do bafômetro. A vitima do atropelamento foi encaminhado pelo SAMU para o Hospital Regional de Ceilândia e passa bem. O acusado também precisou de atendimento médico após ser agredido pela população.

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Depois de medicado, o motorista, que negou estar dando "cavalo de pau" no momento do acidente, foi encaminhado para a 23ª Delegacia de Polícia do local, onde foi registrada a ocorrência. Apesar do relato das testemunhas, segundo a polícia, não ficaram provadas a suspeita de embriaguez ou as manobras ilegais e o suspeito foi liberado.

A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) manteve a indenização de R$ 25 mil a título de danos morais da empresa Auto Viação Norte, de Minas Gerais, que terá de pagar a um cadeirante que, segundo testemunhas, precisava se esconder para poder embarcar no ônibus, já que os motoristas evitavam parar se soubessem que ele estava no ponto.

Em primeira instância, a ação foi rejeitada. No entanto, a empresa acabou condenada em segunda instância. De acordo com a defesa da empresa, o autor da ação afirmou, inicialmente, que estava de muletas, e que a Prefeitura só permitia a entrada pelo elevador na porta do ônibus a quem estivesse de cadeira de rodas. De acordo com a defesa, o autor teria mudado a versão em segunda instância, e afirmado então que estava de cadeira de rodas.

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Segundo uma das testemunhas do processo, que é cadeirante, em 60% (sessenta por cento) das vezes utilizou o transporte coletivo da Auto Viação teve problemas. Ele ainda afirmou 'que as vezes o elevador não funciona; que o trocador pede para pegar o próximo coletivo, também sob a alegação de não funcionamento do elevador; que por algumas vezes o depoente foi deixado no ponto'.

Outra testemunha afirmou que 'por diversas vezes já presenciou o autor ser deixado nos pontos de ônibus; que tal fato acontece com as linhas 601 e 602; que às vezes os motoristas falam que o elevador está estragado; que também alegam que a cadeira não cabe no ônibus; que tal fato não é verdade pois ela se adapta perfeitamente ao interior do coletivo'.

O Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) considerou que a negativa de prestação do serviço público foi comprovada pela ocorrência de sucessivas falhas, tais como o não funcionamento do elevador do ônibus e a recusa dos motoristas a parar no ponto.

A relatora do caso no STJ, ministra Nancy Andrighi, disse que as provas colhidas no processo comprovam o dano moral indenizável.

"A renitência da recorrente em fornecer o serviço ao recorrido é de tal monta que se chegou à inusitada situação de o usuário 'precisar se esconder e pedir a outra pessoa para dar o sinal, pois o motorista do ônibus não pararia se o visse no ponto', conforme destacou o acórdão recorrido", afirmou a relatora.

A ministra lembrou que a acessibilidade no transporte coletivo é fundamental para a efetiva inclusão social das pessoas com deficiência, pois lhes propicia o exercício da cidadania e dos direitos e liberdades individuais, interligando-as a locais de trabalho, lazer e serviços de saúde, entre outros.

"Sem o serviço adequado e em igualdade de oportunidades com os demais indivíduos, as pessoas com deficiência ficam de fora dos espaços urbanos e interações sociais, o que agrava ainda mais a segregação que historicamente lhes é imposta", resumiu.

Viação norte

Em primeira instância, o juiz chegou a julgar improcedente porque observou que ele pretendia usar a plataforma de elevador para ingressar no veículo com muleta.

Havia disposição municipal que foi recentemente alterada que só permitia para cadeirantes por motivo de segurança.

"A cadeira de rodas era fixada e dava mais segurança ao usuário. Ele não era cadeirante e queria acessar por essa porta do meio por dessa plataforma de elevação".

"Como havia recusa por orientação do empregador e por determinação da Secretaria de Transporte, ele entrou com ação e o juiz julgou improcedente".

"quando ele recorreu, ele mudou um pouco a tese dele. Aí o Tribunal fez outra análise e acolheu. O STJ confirma porque entendeu que sendo matéria de fato encontra óbice em súmula do STF que impede o reexame de matéria fática de provas naquela instância".

"Ele não analisou. Teria que reexaminar a prova para ver se procedia argumentação".

"No que tange o argumento de que o que existia era proibição do poder que ingressasse o veículo sem ser de cadeira de rodas".

"Do ano passado para cá, houve uma mudança, de tanta demanda, não judicial, mas das pessoas querendo usar essa plataforma de elevação para dificuldade de comoção, obeso, carrinho de bebê, por causa dessas demandas, envolveram o poder legislativo acabou havendo regulamentação de modo a permitir e a Secretaria de Transporte anteriormente negava esse acesso".

"Antes, o procedimento das operadoras era de acordo com a orientação do poder. Não houve desatenção à pessoa com deficiência, discriminação como aparentemente se entendeu. Ele pretendia ingressar, isso que tá nos autos, ele tentava ingressar não com a cadeira, mas com a muleta. Havia esse entendimento na época e as empresas atendiam a isso".

"Não vai recorrer. Já para esse recurso, não houve enfrentamento de mérito por essa questão que o STJ queria julgar e fazer o reexame da prova. Não seria caso de recurso".

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Para muitos estudantes da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), o caminho a ser percorrido até o momento da formatura é difícil diante de tantos desafios acadêmicos. Outros alunos, além de enfrentarem a intensa rotina de aulas, trabalhos e provas, encaram obstáculos que não pertencem à esfera pedagógica, mas fazem parte das barreiras impostas no caminho pela falta de acessibilidade.  

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Os problemas de acessibilidade encontrados em vários pontos do Campus Recife da UFPE dificultam o ir e vir de quem tem deficiência ou mobilidade reduzida. Faltam elevadores em certas instalações, existem calçadas inadequadas, postes no meio de calçadas. Faltam vagas de estacionamento para pessoas com deficiência e há rampas mal feitas que fazem as rodas das cadeiras travarem.

A Universidade tem 308 estudantes com deficiência matriculados, sendo 99 com deficiência física, 82 com deficiência auditiva ou surdez, 66 com cegueira ou baixa visão e 61 com deficiência intelectual, deficiência múltipla e autismo. Há também estudantes com altas habilidades/superdotação. No que diz respeito à distribuição desses alunos, há casos nos campi Recife, Vitória de Santo Antão e Caruaru.

As dificuldades de acessibilidade ficam mais evidentes após o estudante de biomedicina Lucas Vinícius, que sofre de paralisia cerebral e é cadeirante, cair da escada do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da instituição de ensino. Ele estava sendo carregado por um amigo pelas escadas até o terceiro andar, em direção ao laboratório de anatomia, porque o único elevador do prédio, que é destinado ao transporte de cadáveres e tem o uso proibido para alunos, estava quebrado. 

Após o ocorrido, foi reaberto um processo que a UFPE respondeu em 2015, quando foi condenada a adequar todas as suas estruturas para tornar toda a instituição acessível. Durante o restante do semestre, Lucas não assistiu mais aulas, nem fez prova prática de anatomia por não ter como chegar ao laboratório sem correr risco de cair outra vez; o estudante recebeu presença e nota, mas perdeu em aprendizado.

Munida de imagens de seu filho no hospital e também do Boletim de Ocorrência (BO) feito após o acidente, Andréa Maria da Costa, que é mãe de Lucas, acionou o Ministério Público Federal para fazer uma nova denúncia contra a UFPE. O pedido foi acatado, mas até o presente momento, não há novidade sobre o caso. 

Até o momento, apenas promessas por parte da Universidade de consertar o elevador - reservado para o transporte de cadáveres para estudos - até o recomeço das aulas de 2018 (marcadas para o dia 13 de agosto). Também há a promesse de que outro elevador será instalado para os estudantes, com adaptação para cadeirantes, até dezembro deste ano.

Lucas sente dificuldades para se locomover pela unidade Recife da UFPE / Foto: Lara Tôrres/LeiaJáImagens

A mãe do estudante também reclama bastante do tratamento dado pela Universidade à acessibilidade e ao caso de seu filho. Andréa conta que chegou a ouvir que “órgão público é assim mesmo”,  ao se queixar do elevador quebrado. “Com o processo, eu quero garantir as necessidades de Lucas, as questões de acessibilidade para garantir os direitos dele aqui na Universidade. Dele e dos que vierem depois”, contou Andréa, enquanto empurrava a cadeira de rodas que trepidava na calçada, sacudindo Lucas.  

As calçadas, muitas vezes, são um problema. Junto ao Centro de Biociências (CB), por exemplo, além do piso degradado e irregular, a calçada é estreita e tem postes instalados bem no meio, o que impossibilita a passagem da cadeira, forçando a descida até a via destinada a veículos, gerando risco de acidentes. 

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A existência de degraus na porta de saída, de areia e de uma tampa de esgoto na entrada fazem com que a circulação no Restaurante Universitário (RU) e seus arredores apresentem problema semelhante com o mesmo resultado: alunos cadeirantes precisam disputar espaço com os carros que circulam pelo campus. 

Os problemas se repetem, ainda, em outros pontos da UFPE como no estacionamento do Centro de Ciências da Saúde (CCS), onde os bicicletários foram instalados no lugar onde anteriormente havia vagas para pessoas com deficiência, ou as calçadas próximas ao Centro de Artes e Comunicação (CAC) e Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFCH), onde há desníveis, barracas e sacos de lixo, dificultando a passagem das cadeiras de rodas.

Questionada pelo LeiaJá, a Universidade Federal de Pernambuco informou, através de uma nota escrita pela superintendente de infraestrutura, Silmara Melo, que está elaborando um Plano de Acessibilidade que será enviado ao Ministério da Educação (MEC) para liberação de recursos. O Plano se encontra em fase de levantamento das áreas que precisam de obras para adequação. 

Foi dito também que, no momento, estão sendo realizadas obras de readequação das casas de máquinas para instalar elevadores nos prédios do CTG, do CCS Bloco A, e com previsão para iniciar no CCS (Bloco D de Anatomia) e CFCH. O Centro Acadêmico do Agreste, segundo a instituição, também está no plano de acessibilidade. 

A Universidade destacou, ainda, que concluiu a obra de acessibilidade do Centro Acadêmico de Vitória e que está elaborando o edital de contratação de empresa “para serviços de manutenção, onde constam itens de execução de calçadas e outros”. Apesar das afirmações acima, não foram informadas as datas para a conclusão do plano de acessibilidade e dos editais de contratação de empresas para realizar as obras de manutenção.

O LeiaJá também identificou que o elevador para pessoas com deficiência do Centro de Artes e Comunicação não estava funcionando, mas a Universidade não respondeu sobre o problema. O elevador do Núcleo Integrado de Atividades de Ensino (NIATE) também não apresentou funcionamento, entre outros problemas do Campus Recife.

Diante de questionamentos do LeiaJá sobre a situação jurídica da universidade, a UFPE respondeu que “em relação à Ação Civil Pública – Processo nº 0800971 –14.2014.4.05.8300, a Universidade concluiu obras e instalações que estavam em andamento, e continua realizando intervenções para atender às normas de acessibilidade”. Por outro lado, a UFPE não informou se já foi formalmente notificada pelo Ministério Público Federal sobre a nova denúncia, feita pela mãe de Lucas Vinícius.

No que diz respeito ao apoio pedagógico aos alunos com deficiência, a coordenadora do Núcleo de Acessibilidade (NACE) da UFPE, professora Ana Karina Morais de Lira, explica que a instituição de ensino realiza atendimento em acessibilidade em diversos eixos de atuação, prestando orientação a coordenação de curso e docentes, orientação a pais e familiares do estudante, oficinas de sensibilização, empréstimo e orientação para uso de tecnologia assistiva, serviço de tradução e interpretação de Libras. A coordenadora ainda garante que há adequação de material pedagógico em Braille e em letras ampliadas, avaliação funcional da visão e treinamento em orientação e mobilidade, entre outros serviços.

A UFPE argumenta que realizou obras de acessibilidade próximo ao CAC / Foto: Ascom/UFPE

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O estudante do primeiro semestre de Biomedicina, Lucas Vinicius Silva de Albuquerque, que é cadeirante devido a uma paralisia cerebral, caiu da escada do Centro de Ciências da Saúde (CCS) da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) junto com seu amigo e também estudante, Vinícius dos Anjos, que o carregava até o terceiro andar para que o rapaz pudesse assistir às aulas.

O CCS da UFPE tem três andares, não possui rampas para pessoas com deficiência e mobilidade reduzida nem elevadores adaptados a este público. O único elevador de que o edifício dispõe é destinado ao transporte de peças anatômicas e cadáveres humanos para o departamento de anatomia, e também estava quebrado no dia do acidente, ocorrido na última segunda-feira (4). 

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Lucas bateu a cabeça em um degrau e precisou ser socorrido ao hospital para passar por exames, mas não teve maiores complicações, voltando a assistir aula na terça-feira (5). Vinícius machucou o joelho tentando evitar o impacto.

Humilhação, indignação e impotência

Em entrevista ao LeiaJá, Lucas diz que foi humilhado e que se sente como “alguém que não tem direito a assistir às aulas”. Já Vinícius afirma ter “um sentimento de indignação e impotência ante a irresponsabilidade da instituição”. Ambos pretendem processar a universidade por danos morais.

Após a queda, Vinícius afirma que somente a coordenadora do curso de Biomedicina esteve no local, mas não recebeu assistência de nenhum outro órgão da UFPE. Por sua vez, Lucas se dirigiu ao hospital por conta própria, o que lhe gerou um custo de R$ 50. 

Após o ocorrido, o Diretório Acadêmico de Biomedicina Camila Alcides da UFPE (DaBiom) emitiu uma nota no Facebook em que relatou a solicitação de medidas para atender melhor às necessidades de Lucas, que não se limitam apenas às escadas, e aponta que muitas delas ainda não foram cumpridas, como a instalação de vagas para pessoas com deficiência no estacionamento, rampas, melhorias nas calçadas e realização de aulas em salas térreas. 

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Providências 

Em 2016, a universidade foi condenada pelo Ministério Público Federal (MPF) através do Tribunal Regional Federal da 5ª Região (TRF-5) a realizar todas as obras de adequação à acessibilidade em um prazo de até 18 meses, que venceu em 25 de agosto de 2017, sob pena de multa.

Na tarde de terça-feira (5), a pró-reitora de Assuntos Estudantis da UFPE, Ana Cabral, entrou em contato com Lucas e sua família por telefone, prestando solidariedade diante do ocorrido e prometendo tomar as medidas necessárias para que todos os problemas de acessibilidade que o estudante enfrenta sejam sanados. 

Procurada pelo LeiaJá, Ana explicou que muitos dos problemas em relação às acessibilidade se devem ao fato de o processo para adequação estrutural para a acessibilidade é recente no Brasil e a UFPE tem alguns prédios que, por serem muito antigos, dificultam a realização das obras. De acordo com ela, esse seria o caso do CCS. 

A pró-reitora disse também que, ainda antes do acidente da última segunda, já havia sido feita a licitação para a instalação de elevadores no CCS, mas um problema estrutural e um enxame de abelhas gerou um atraso nas obras pois exige a retirada do enxame e a colocação de andaimes. Ela garante, no entanto, que diante do ocorrido a universidade realizou reuniões para agilizar o processo e a previsão é que tudo esteja pronto até o mês de dezembro. 

No que diz respeito a outras obras como adequação de calçadas, estacionamento e rampas, Ana Cabral explica que a universidade tem projetos já em execução, com algumas obras já entregues, de adequação de calçadas e vias, mas que a conclusão dessas melhorias foi atrasada por contingenciamento de recursos financeiros do Governo Federal para a instituição. Apesar disso, ela ressalta que tanto a conclusão de obras de acessibilidade quanto outras medidas de apoio como a compra de cadeiras de rodas estão no projeto da universidade

Protesto

Na manhã desta quinta-feira (7) os estudantes do curso de Biomedicina estão organizando um ato de protesto em frente ao Centro de Ciências da Saúde (CCS) da UFPE, com início às 9h, para cobrar agilidade na tomada de providências que previnam acidentes e permitam que Lucas frequente a universidades sem dificuldades de locomoção.

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