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Caminhoneiros realizam desde o fim da tarde da quarta-feira (8) paralisações em estradas de ao menos 15 Estados. São eles: Santa Catarina, Rio Grande do Sul, Paraná, Espírito Santo, Mato Grosso, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Tocantins, Rio de Janeiro, Rondônia. Maranhão, Roraima, São Paulo e Pará.

Em nota divulgada nas primeiras horas desta quinta-feira (9), o Ministério da Infraestrutura afirmou que pontos de bloqueio total no Rio de Grande do Sul e em São Paulo foram liberados pela Polícia Rodoviária Federal (PRF), além de trechos de retenção no norte de Santa Catarina. Segundo o órgão, agentes ainda estão atuando em pontos de interdição em Minas Gerais.

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Em boletim anterior, às 17h30, o ministério afirmou que a PRF negociava para liberar o fluxo nas rodovias até a meia noite. No comunicado divulgado às 20h40, no entanto, não havia mais essa previsão. "Agentes encontram-se nos locais identificados e iniciaram o procedimento de desobstrução com a orientação de liberar todos que quiserem seguir viagem", afirmava o segundo boletim. Às 22h30, a PRF informou que havia pontos de concentração em rodovias de 16 Estados. O número foi reduzido para 15 no último informe, às 0h30.

Os bloqueios começaram durante as manifestações do 7 de Setembro convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro e seguiram durante o dia.

"Ao todo, já foram debeladas 117 ocorrências com concentração de populares e tentativas de bloqueio total ou parcial de rodovias durante as últimas horas", afirmou o ministério. "A disseminação de vídeos e fotos por meio de redes sociais não necessariamente reflete o estado atual da malha rodoviária."

Em boletim, o ministério destacou que a composição das mobilizações é heterogênea, "não se limitando a demandas ligadas à categoria" e chegou a afirmar não haver previsão de que os bloqueios nas rodovias afetem o abastecimento de produtos no País. No último informe, porém, ao anunciar a liberação dos trechos na região norte de Santa Catarina disse que a mobilização no local "chegou a ameaçar" as condições de abastecimento.

As concentrações já preocupam distribuidoras de combustíveis, que temem desabastecimento de produtos como gasolina e óleo diesel. A situação mais crítica é nos Estados de Santa Catarina e Mato Grosso.

Às 17h30, o ministério informou que foram registrados pontos de concentração em rodovias federais com abordagem a veículos de cargas nos seguintes Estados: Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão e Rio Grande do Sul. No boletim das 0h30, não houve detalhamento dos Estados.

Segundo a Polícia Rodoviária Estadual de São Paulo, houve paralisação de caminhoneiros na Rodovia Anhanguera, no km 188. Já o Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de São Paulo (DER) informa que houve uma manifestação de caminhoneiros em Angatuba, na SP-270 (km 204).

Na manhã desta quinta-feira, no Rio de Janeiro, há três pontos com registro de protestos: Campos dos Goytacazes (km 75 da BR 101, sentido Rio); Itaboraí (km 1 da BR 493, em ambos os sentidos); e na capital fluminense (km 113 da BR 040), segundo a PRF, que está presente nesses pontos. Nos locais, a Polícia Rodoviária Federal está realizando tratativas para liberação das estradas. Nesses pontos, o trânsito está fluindo mesmo com a interdição, informa a PRF.

Em Roraima, ao menos 20 caminhões estacionaram no quilômetro 482 da BR-174, em Boa Vista, em um protesto contra o aumento no preço dos combustíveis, em especial o Diesel, e a favor do governo Bolsonaro. A ação faz parte do pacote de mobilização dos caminhoneiros pós 7 de setembro e iniciou por volta das 17 horas, horário local.

A rodovia federal é a única via de acesso do estado roraimense à Manaus (AM), e é utilizada para o envio de alimentos, combustível e outras mercadorias, de forma mais barata e por terra. A Polícia Rodoviária Federal enviou uma equipe para o local.

Um dos líderes do movimento intitulado de Caminhoneiros Patriotas, Francisco Burgardt, conhecido como Chicão Caminhoneiro, disse que entregará um documento ao presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG), pedindo a destituição de ministros do STF. "O povo brasileiro não aguenta mais esse momento que País está atravessando através da forma impositiva que STF vem se posicionando. O povo brasileiro está aqui (na Esplanada dos Ministérios) buscando solução e só vamos sair daqui com solução na mão", disse Chicão, que preside União Brasileira dos Caminhoneiros (UBC), em vídeo que circula pelas redes sociais.

Segundo ele, o documento também será entregue ao presidente Jair Bolsonaro. Em outro vídeo, Burgardt fala em um prazo de 24 horas para a resposta das autoridades ao pedido. Ele não foi localizado na quarta.

Diante dos protestos, a Frente Parlamentar Mista do Caminhoneiro Autônomo e Celetista enviou na quarta ofícios ao diretor-geral da PRF, ao Ministério da Infraestrutura, à Presidência da República e outros órgãos, em que pede ação imediata das forças de segurança pública para garantir o trânsito nas rodovias. A frente afirma que, em decorrência dos atos iniciados no 7 de Setembro, ainda ocorrem obstruções de trânsito em estradas federais "com madeiras, pedras e pneus".

Presidente da frente, o deputado Nereu Crispim (PSL-RS) afirmou haver "ameaça à integridade física e danos ao patrimônio com lançamento de pedras contra caminhões de caminhoneiros e transportadores e contra a nossa Constituição, no que se refere ao livre direito de ir e vir".

O fato de o ofício ter sido enviado pela Frente reforça a falta de unanimidade da categoria sobre as paralisações. Entidades que representam caminhoneiros autônomos e que chamam mobilizações a favor de demandas específicas da categoria não aderiram aos atos. Na semana passada, representantes da categoria consideravam que poderia haver presença pontual de transportadores nos atos, mas de forma isolada, sem organização associativa.

Ao menos nove entidades, entre associações, confederações e sindicatos ligados à categoria informaram ontem que não apoiam a paralisação e não estão participando dos atos.

A Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), que diz congregar cerca de 4.000 empresas de transporte e mais de 50 entidades patronais, manifestou repúdio aos bloqueios. Em nota, a entidade afirma que as paralisações poderão causar graves consequências para o abastecimento, que poderão atingir o consumidor final e o comércio de produtos de todas as naturezas, incluindo essenciais, como alimentos, medicamentos e combustíveis.

O presidente da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Wallace Landim, conhecido como Chorão, avalia que o movimento é de cunho político com participação de empresários de transporte e seus funcionários celetistas, e não de transportadores autônomos. "Os caminhoneiros estão sendo usados como massa de manobra", disse Chorão, que foi um dos principais líderes da categoria na greve de 2018. "Está claro que a pauta não é da categoria".

O diretor da Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL), Carlos Dahmer, relatou ter visto alguns pontos de manifestações de caminhoneiros, "conforme era esperado" diante de manifestações de Bolsonaro. "Vimos veículos do agronegócio, como tratores e máquinas agrícolas, e a ala de patriotas apoiadores do presidente Bolsonaro. O transportador autônomo vai continuar tentando trabalhar", disse.

A CNTTL enviou recentemente ofício ao presidente do STF, Luiz Fux, repudiando atos "extremistas", as declarações do cantor Sérgio Reis e do que chamou de "pseudo lideranças" de caminhoneiros, dizendo que não compactua com atos antidemocráticos.

A BR-101 em Igarassu, na Região Metropolitana do Recife (RMR), amanheceu obstruída nesta quinta-feira (9). Ainda no clima do 7 de setembro, caminhoneiros defendem pautas antidemocráticas do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).

O trecho no km 43,5 da rodovia havia sido liberado após a manifestação na noite dessa quarta (8), mas o bloqueio foi retomado ainda no fim da noite. O km 83 da BR-408, em Paudalho, na Mata Norte, também amanheceu obstruído, mas já foi liberado.

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De acordo com a Polícia Rodoviária Federal (PRF), pneus chegaram a ser queimados para impedir a passagem de veículos e apenas um faixa nos dois sentidos da rodovia permite a circulação de ônibus, ambulâncias e carros de passeio, o que retém o trânsito na região.

O medo de um novo desabastecimento de combustíveis, como ocorreu em 2018, fez com que filas extensas de veículos tomassem postos na Zona Sul do Recife, na noite dessa quarta (8).

A movimentação nas rodovias é um protesto contra a disparada no preço de combustíveis, e também pede o fechamento do Supremo Tribunal Federal (STF), bem como o voto impresso nas eleições de 2022.

Caminhoneiros de pelo menos oito estados do Brasil estão bloqueando as rodovias em favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). Em Pernambuco, foi registrado uma manifestação na BR-101, próximo ao município de Igarassu, na Região Metropolitana do Recife.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) confirmou a mobilização dos caminhoneiros em Pernambuco e que o trânsito na tarde desta terça-feira (08), em Igarassu, ficou parcialmente fechado nos dois sentidos da rodovia, mas que há uma faixa liberada em cada sentido.

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Dentre as reivindicações dos caminhoneiros está a luta contra o preço do combustível e a favor do voto impresso. Segundo o UOL, até às 17h30 foram registrados atos em rodovias da Bahia, Espírito Santo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Paraná, Maranhão, Rio Grande do Sul e na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. 

Os bloqueios estão acontecendo desde a última terça-feira (07), e o Ministério da Infraestrutura afirma que não são atos organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e que a composição das mobilizações é heterogênea. 

Ministério de Infraestrutura (MInfra) informou nesta quarta-feira, 8, que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) está atuando para desmobilizar bloqueios de estradas realizados por caminhoneiros. A previsão, segundo nota da pasta, é garantir o livre fluxo nas rodovias, com a tendência de fim das mobilizações, até às 00h desta quinta-feira, 09. Os bloqueios começaram ontem, durante as manifestações do 7 de Setembro, convocadas pelo presidente Jair Bolsonaro.

Segundo informações da PRF, até as 14h30, foram registrados pontos bloqueados em quatro Estados, com a maior parte concentrada no Estado de Santa Catarina. Os demais Estados não foram informados, mas, de acordo com a pasta, a Polícia atua em todas as localidades identificadas para garantir o livre fluxo.

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"Ao todo, foram registradas 56 ocorrências com concentração de populares e tentativas debeladas das mobilizações de bloqueio total ou parcial de rodovias durante as últimas horas", diz a nota. "A PRF encontra-se em todos os locais identificados e trabalha pela garantia do livre fluxo com a tendência de fim das mobilizações até a 0h do dia 09/09."

O Ministério informou ainda que os atos não são organizados por qualquer entidade setorial do transporte rodoviário de cargas e que a composição das mobilizações é heterogênea, "não se limitando a demandas ligadas à categoria".

Os bloqueios realizados pelos caminhoneiros já preocupa distribuidoras de combustíveis que temem o desabastecimento dos mercados. Conforme mostrou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, as empresas temem que faltem produtos como gasolina e óleo diesel nas próximas 12 horas desta quarta-feira. A situação mais crítica é em Santa Catarina e Mato Grosso, mas, algumas cidades de outros Estados, já estão com fornecimento comprometido.

A suposta mobilização nacional de caminheiros para participar de atos autoritários em 7 de setembro não foi captada pelo Ministério da Infraestrutura. Dentro da pasta comandada por Tarcísio de Freitas, a avaliação é a de que as principais lideranças dos profissionais de transporte não estão envolvidas com nenhum tipo de paralisação ou plano da categoria para o feriado.

A hipótese de uma paralisação geral ganhou força quando o caminhoneiro Marcos Antônio Pereira Gomes, mais conhecido como Zé Trovão, foi alvo da ação do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, que determinou seu afastamento e um raio de pelo menos um quilômetro da Praça dos Três Poderes. A representatividade de Zé Trovão, no entanto, é vista como nula dentro do ministério.

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Desde o início de 2019, o Ministério da Infraestrutura chegou a gerenciar 15 tentativas de paralisações de caminhoneiros em todo o País. O nome de Zé Trovão nunca apareceu entre os líderes dessas pretensas paralisações.

Os caminhoneiros, que têm atuação marcada pelo trabalho autônomo, possuem hoje diversas lideranças e, segundo fontes da Infraestrutura, não houve nenhuma manifestação desses nomes mais conhecidos sobre paralisações nacionais.

Bloqueio e ações

A despeito de o presidente da República, Jair Bolsonaro, insuflar a população para as manifestações programadas para o próximo dia 7, as quais incluem diversas ameaças de fechamento das estradas do País, o Ministério da Infraestrutura pretende atuar, junto da Polícia Rodoviária Federal, para impedir qualquer tipo de interrupção de tráfego.

O ministério identificou mobilizações com essa pretensão e tem monitorado grupos que planejam os supostos atos.

A orientação é impedir qualquer tipo de bloqueio. Caso haja tentativas, a ordem é fazer com que os veículos sejam deslocados para os acostamentos, para permitir o fluxo de quem precisa passar.

Questionado sobre o assunto, o Ministério da Infraestrutura informou, por meio de nota, que "mantém diálogo contínuo com a categoria do transportador autônomo e não identifica nenhuma mobilização setorial para os próximos dias".

Investigado pela Polícia Federal (PF) por atentar contra a democracia, um dos principais representantes do movimento bolsonarista entre os caminhoneiros, Marcos Antônio Pereira Gomes, conhecido como Zé Trovão, afirmou que o objetivo da mobilização do dia 7 de setembro é pressionar pelo impeachment dos 11 ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).

Zé Trovão ganhou destaque no YouTube e é um dos líderes do mesmo grupo de militantes composto pelo sertanejo Sérgio Reis. Nessa segunda-feira (30), ele teria apontado que “Todos estão em busca do mesmo ideal: impeachment dos 11 ministros” em um grupo de apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no Telegram, conforme o Antagonista.

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Ao lado de outros dois representantes do movimento, Juliano Martins e Turíbio Torres, no último dia 11, o caminhoneiro foi recebido no Palácio do Planalto por Rafael Dal Bo, chefe de gabinete do deputado Nelson Barbudo (PSL-MT). Entre os corredores, fez fotos com o deputado Hélio Lopes (PSL-RJ) e outros servidores aliados do presidente.

Na sexta (20), a PF cumpriu mandado de busca e apreensão em sua casa, na cidade de Joinville, Norte de Santa Catarina, após pedido da subprocuradora Lindora Araújo, da Procuradoria-Geral da República (PGR) na apuração da incitação de atos violentos e ameaças à democracia.

O cantor Sérgio Reis afirmou, por meio de vídeo divulgado nas rede sociais, que está organizando, juntamente com lideranças de caminhoneiros e agricultores, uma manifestação a favor do presidente Jair Bolsonaro (sem partido). No vídeo, o artista justifica a ação como uma forma de "salvar o país".

"Eu vou fazer um movimento clássico, sem agressões, sem nada. Nós queremos dar um jeito de movimentar esse país, salvar o nosso povo. Estamos organizando, talvez, 4, 5 ou 6 de setembro. Dia 7 de setembro não vamos fazer nada para não atrapalhar o desfile do nosso presidente, que é muito importante", explicou o sertanejo.

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Em outra parte do vídeo, Reis convoca a população para participar da manifestação, que será realizada em Brasília e, segundo ele, contará com a participação de outros artistas pró-Bolsonaro. O cantor ainda ressalta que estão se preparando judicialmente "para que seja uma coisa séria e que o governo tome uma posição, o Exército tome uma posição, mas se o povo não tomar essa posição, nada vai".

Com a divulgação das imagens, o nome de Sérgio Reis figura entre os assuntos mais falados do Twitter e os comentários se dividem entre críticas e elogios à iniciativa do veterano. Confira o vídeo: 

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Entidades de caminhoneiros que protestaram pelo País desde o último domingo (30) avaliam que o movimento foi positivo e que trouxe avanços ante o realizado em fevereiro. Segundo elas, os atos contaram com maior adesão dos transportadores, diante do crescente descontentamento da categoria com as promessas não cumpridas pelo governo federal. Já o silêncio das autoridades como o do presidente Jair Bolsonaro e o do ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, que não se pronunciaram sobre a mobilização, desagradou às lideranças do movimento.

O presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, que convocou os atos, disse que a mobilização atingiu a expectativa esperada. "A mobilização foi muito boa. Calculamos que pelo menos 20 mil caminhoneiros aderiram à paralisação. Observamos também que o número de veículos de carga rodando na estrada diminuiu expressivamente", afirmou Dias.

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O CNTRC informou que transportadores autônomos retomaram as atividades no fim da tarde de quarta-feira (28). Os protestos pontuais registrados ao longo de quatro dias ocorreram por meio de formação de piquetes nas margens das estradas e em postos de combustíveis, com extensão de faixas e veículos parados. Não houve relatos de interdição ou bloqueio de rodovias.

Segundo Dias, em 20 dias a categoria vai se reunir para avaliar o rumo dos atos e novas medidas que poderão ser adotadas conjuntamente pelas entidades e sindicatos presentes no movimento. "A possibilidade de uma nova mobilização será discutida neste encontro. Primeiro, precisamos ver a situação que cada entidade trará de sua base", afirmou. As respostas das autoridades competentes também serão determinantes para as próximas medidas dos transportadores autônomos, avalia o líder do Conselho. "O recado foi dado. Mostramos ao governo que houve um grande avanço da categoria em geral que está descontente com a situação. Há projetos existentes, mas até agora nada foi efetivado", observou Dias.

Um prazo para avaliar eventual nova paralisação também foi dado pelo Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) aos seus associados. Presidente do Sindicam, Luciano Santos disse que o sindicato deu dez dias aos governantes para responderem sobre o atendimento das demandas, como a instalação de um posto fixo da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) no Porto de Santos para fiscalizar o pagamento do frete mínimo pelas empresas que atuam no complexo portuário. "Depois desse prazo, se não resolverem, podemos chamar uma possível nova greve", afirmou Santos, que acionou o Ministério da Infraestrutura quanto à agenda. A região foi a que concentrou o maior número de protestos.

Apoiadora do movimento, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) estima que 16 Estados registraram atos, com cerca de 100 pontos de manifestações. "Na região de Ijuí (RS), vimos que 80% da categoria não rodou. Apenas empresas de transporte mantiveram a movimentação, o que deu a sensação de normalidade, além do fato de não termos bloqueado rodovias", afirmou o diretor da CNTTL, Carlos Alberto Litti Dahmer, que também preside o Sindicato dos Transportadores Autônomos de Carga de Ijuí. "Ganhamos em mobilização, mas não logramos êxito em despertar o governo para os problemas da categoria. Os atos não produziram o efeito desejado."

Na avaliação de Litti, a participação dos motoristas foi superior à observada nos protestos realizados pelas mesmas entidades em 1º de fevereiro. Ele acrescentou que o fato de o governo não se manifestar, dizendo apenas em nota que não havia bloqueios em rodovias e questionando a representatividade das entidades, esvaziou a paralisação. "A estratégia do governo é ganhar no cansaço, é levar até o último momento, quando começa a prejudicar o abastecimento. Aos poucos, o transportador autônomo cansou de ficar em casa com o caminhão estacionado e se sentiu isolado, porque a sensação era de normalidade", apontou Litti.

Na semana passada, nas vésperas da mobilização, o Ministério da Infraestrutura afirmou em nota que não reconhecia as lideranças e entidades que estavam chamando os protestos. De acordo com Dias, do CNTRC, não houve contato com nenhuma autoridade do governo durante as últimas semanas. "Não recebemos nenhum chamado por parte do governo para possamos dialogar sobre a situação da categoria. As autoridades já foram notificadas sobre as nossas pautas", pontuou Dias.

Entre as reivindicações citadas estão o cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, a mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis de paridade de importação para paridade de exportação e a aposentadoria especial para caminhoneiros a partir de 25 anos de trabalho. "Eles têm em mãos nossa pauta desde 1º de fevereiro. O governo não nos procurou, o que importa é que a categoria reconheceu e parou", destacou Dias.

O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) informou que a greve nacional dos caminhoneiros, convocada pela entidade, foi encerrada no fim da tarde desta quarta-feira, 28. "Estamos nos mobilizando para voltar a trabalhar. Neste momento ainda estamos em paralisação", disse o presidente do CNTRC, Plínio Dias, em vídeo enviado à reportagem e divulgado nas redes sociais.

Desde o último domingo, caminhoneiros faziam protestos pontuais pelo País em piquetes nas margens das estradas e em postos de combustíveis. Não houve relatos de interdição ou bloqueio de rodovias.

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A desmobilização do movimento pelo CNTRC veio após o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Carga a Granel de Santos, Cubatão e Guarujá (Sindgran) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) deixarem a paralisação e retomarem as atividades.

Dias havia antecipado ao Broadcast Agro que a continuidade do movimento iria depender da manutenção da participação dos sindicatos de Santos, onde considera que foi a região de "base mais forte" dos atos.

No vídeo, divulgado há pouco, Dias disse que o governo ainda não chamou a categoria para discutir a pauta que levou aos atos. Entre as reivindicações, ele citou a constitucionalidade do piso mínimo do frete rodoviário, a ser julgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), a mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis e a aposentadoria especial com 25 anos de trabalho para caminhoneiros. "Em 20 dias, faremos uma nova reunião nacional para avaliar a situação da categoria", afirmou Dias.

O preço do óleo diesel já ultrapassa os R$ 6 o litro em algumas localidades do Centro-Oeste e Norte do Brasil, segundo a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP). Nas demais regiões, já não é possível encontrar o combustível abaixo dos R$ 4/litro, segundo dados da agência referentes à semana de 18 a 24 de julho.

Na região Sudeste, o preço médio no período ficou em R$ 4,554/l e no Nordeste em R$ 4,688/l. Já no Sul, o preço médio ficou em R$ 4,425/l,o mais baixo do País. No Centro-Oeste o preço médio do diesel na semana passada ficou em R$ 4,756 e, no Norte, de R$ 4,817, o mais elevado do Brasil.

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A alta do diesel, junto com o preço do frete, levaram os caminhoneiros a prometerem uma greve para o dia 25 de julho, que não teve adesão expressiva e não chegaram a fechar rodovias, como ocorreu na greve de 2018. De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, que organiza o movimento, a paralisação segue por tempo indeterminado.

As principais reivindicações dos caminhoneiros são o cumprimento do piso mínimo do frete rodoviário, a mudança na política de preços da Petrobras para combustíveis e a aposentadoria especial a partir de 25 anos para os caminhoneiros.

O Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) divulgaram comunicado no qual informam que, às 7h30 desta segunda-feira (26), todas as rodovias federais, concedidas ou sob administração do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (DNIT), encontram-se com o livre fluxo de veículos.

Durante a madrugada e início da manhã, a PRF reportou ocorrências envolvendo aglomerações às margens de rodovias e algumas tentativas de retenção em seis Estados. Todas foram debeladas com a chegada de efetivos da Polícia Rodoviária Federal ou de autoridades locais. Segundo o governo, o volume de ocorrências é três vezes menor do que o registrado no mesmo período do dia 1º de fevereiro de 2021, data da última tentativa de mobilização.

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O Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC) é um dos organizadores da paralisação de caminhoneiros, chamado para domingo (25), Dia Nacional do Motorista. A realização da greve, contudo, não é unanimidade entre os representantes dos transportadores rodoviários. Entidades como Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava), Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens-SP) e o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens do Estado de São Paulo (Sindicam-SP) decidiram não participar dos atos. A Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que representa 800 mil caminhoneiros autônomos, não orientou seus associados sobre a adesão ao protesto.

O ministério relata, ainda, que cerca de 20 manifestantes portando faixas realizam ato pacífico na entrada do Porto de Santos, no litoral paulista. "O trânsito permanece liberado com acompanhamento de autoridades locais e a operação dos terminais segue normalmente", diz a nota.

Diferentes frentes e sindicatos que representam os rodoviários avaliam uma greve dos caminhoneiros a partir deste domingo (25), dia que celebra a atuação dos motoristas. Como pauta principal, a categoria é contra o aumento dos preços do diesel, dentre outras questões sobre segurança no trabalho e direitos trabalhistas.

A proposta é do Conselho Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC), com sede no Paraná, que solicita o fim da PPI (Política de Preço de Paridade de Importação) aplicado pela Petrobras e a garantia do piso mínimo de frete, instituído por lei após a paralisação de 2018, segundo divulgado pela Folha de S. Paulo.

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Em entrevista ao jornal 'Gazeta do Povo', o líder da grande greve em 2015, Ivar Schmidt, diz não acreditar em força interna capaz de movimentar a categoria para uma paralisação de grande porte. Para ele, o apoio que o presidente Jair Bolsonaro tem da maioria dos transportadores autônomos de carga pode comprometer uma nova greve dos caminhoneiros em âmbito nacional.

Diferentemente das greves em 2015 e 2018, Schmidt acredita que a preferência política dos transportadores é um obstáculo para a adesão de uma nova paralisação. "A categoria ainda está agarrada a 'São Bolsonaro', são muito devotos e acho muito difícil fazer greve assim", avalia o ex-colaborador do setor.

Até o momento, as entidades seguem divergentes sobre o apoio à paralisação. Junto à CNTRC, a Confederação Nacional dos Trabalhadores em Transportes e Logística (CNTTL) já decidiu apoiar a interrupção das atividades. Por outro lado, a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA) acredita que ainda há pouca adesão à paralisação e o posicionamento é similar ao da Associação Brasileira de Condutores de Veículos Automotores (Abrava), que emitiu nota pública na última sexta (23).

"Consideramos justa a ação da categoria dos caminhoneiros autônomos nessa paralisação", escreveu a entidade. "No entanto, a ABRAVA não participará dessa paralisação do dia 25/07/2021, por considerar que toda a sociedade, e não só os caminhoneiros, precisam compreender a necessidade de um ajuste social, principalmente sobre a alta do preço de combustível, que muito encarece o frete, bem como o produto que chega na casa do consumidor", afirmou o documento, assinado pelo presidente da entidade, Wallace Landim.

A possível greve dos caminhoneiros, articulada para acontecer neste domingo (25), não contará com a participação da Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava). Em nota assinada por Wallace Landim, conhecido como “Chorão”, líder da paralisação nacional em 2018, a entidade afirmou que defende um movimento amplo e com a participação de vários entes da sociedade civil, não só transportadores autônomos.

Na nota da Abrava, associação presidida por Chorão, a entidade ressalta que considera “justa a ação da categoria dos caminhoneiros autônomos nessa paralisação”. Contudo, a organização afirma ainda que “não participará dessa paralisação em 25 de julho, por considerar que toda a sociedade, e não só os caminhoneiros, precisam compreender a necessidade de um ajuste social".

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O documento reconhece que a alta no preço do combustível encarece o frete e os produtos que chegam até a mesa dos consumidores, e garante que “essa é uma luta de todos os brasileiros”. Dessa maneira, a entidade defende que outras categorias sejam ouvidas e mobilizadas em conjunto.

“A Abrava está conversando com outras entidades civis organizadas, procurando ampliar o grupo de entidades participantes de uma paralisação mais ampla, de forma a incluir todos os setores nesse processo", destaca.  Além disso, a nota classifica as atuais consequências do aumento de combustíveis como “mais graves” que as de 2018, ano em que a greve “que parou o Brasil” ocorreu.

Confira a nota na íntegra:

Para reivindicar contra a política de preços de combustíveis da Petrobras, caminhoneiros vão paralisar as atividades em diversos estados neste domingo (25). De acordo com o presidente da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, Pernambuco não deve participar das manifestações.

"Nós brasileiros não aguentamos mais pagar nossos combustíveis com preços internacionais", afirmou Stringasci ao comentar sobre o pedido pelo fim do Preço de Paridade de importação (PPI). Conforme o representante, desde fevereiro os profissionais lutam pela redução das taxas.

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Os profissionais também pedem por uma reforma tributária nos Estados para que a redução dos valores seja percebida nas bombas. "Todos nós sofremos com essa política de preços de combustíveis [...] e até o final desse ano, se o povo brasileiro não fizer nada, o botijão de gás vai chegar a R$ 200. Não dá mais. O brasileiro não aceita mais", criticou.

Pernambuco deve ficar de fora

Apesar do caráter de paralisação, o presidente da ANTB não descartou seguir com as atividades suspensas ao longo da semana. Ele apontou que, ao menos, os profissionais do Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Goiás e São Paulo vão aderir ao ato.

Questionado sobre a articulação em Pernambuco, Stringasci sugeriu que o Estado não vai participar do movimento nacional e respondeu que “Pernambuco não tem ninguém que tá a frente do trabalho”.

Entidades e associações que representam caminhoneiros avaliam a possibilidade de realizar uma paralisação nacional a partir de domingo (25), Dia do Motorista, que poderia crescer na segunda-feira (26). Há um descontentamento de parte da categoria com promessas não cumpridas pelo governo Jair Bolsonaro e com as altas recentes do preço do óleo diesel.

Entre as insatisfações também são citadas o fim da isenção do PIS/Cofins sobre o diesel, os preços elevados dos insumos para o transporte de cargas e a falta de fiscalização do piso mínimo do frete. Algumas entidades já decidiram apoiar a interrupção das atividades, mas reuniões ainda serão realizadas ao longo desta semana para definir a posição da categoria, segundo representantes ouvidos pela reportagem.

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Uma das entidades que decidiu apoiar a paralisação é o Conselho Nacional do Transporte Rodoviário de Cargas (CNTRC). Plínio Dias, presidente da entidade, disse que a mobilização começa no dia 25 e que a adesão pode crescer na segunda-feira e nos dias subsequentes. A entidade afirma já ter apresentado 387 ofícios ao governo desde o começo do ano com as reivindicações dos caminhoneiros, como o fim da política de Preço de Paridade de Importação (PPI) da Petrobras para combustíveis, maior fiscalização nas estradas para cumprimento do piso mínimo de frete e a aposentadoria especial para os motoristas. Segundo o representante, a pauta é a mesma da paralisação do início de 2021. "Até o presente momento, o governo e as pastas cabíveis não chamaram para conversar", disse ele.

O descrédito do governo vem aumentando junto aos caminhoneiros em virtude de algumas promessas não cumpridas. Em maio, preocupado com movimentos grevistas e as constantes ameaças de paralisações, o governo anunciou um pacote de medidas para a categoria, o "Gigantes do Asfalto". Entre as medidas consta a criação do Documento Eletrônico de Transportes (Dt-e), uma das principais apostas do governo para o segmento autônomo. O projeto foi aprovado na última quinta-feira, 15, pela Câmara dos Deputados por meio da Medida Provisória nº 1051/21 e vai tramitar no Senado. Trata-se de um recurso que vai unificar os documentos exigidos para o transporte de cargas e que poderá ser usado pelo celular do motorista. Também foi visto pela categoria como tentativa de acalmar os ânimos.

A Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) vai decidir sobre a adesão no movimento em reunião com seus associados nesta quinta-feira (22). "Estamos conversando e orientando a categoria para seguirmos para termos os cumprimento das leis que conquistamos", disse o presidente da Abrava, Wallace Landim, conhecido como Chorão. A entidade vem cobrando o Executivo quanto à efetivação de uma série de medidas anunciadas para a categoria em manifestações frequentes.

O representante da Associação Nacional de Transporte do Brasil (ANTB), José Roberto Stringasci, disse que a entidade apoia a categoria na sua decisão, mas ponderou que os caminhoneiros ainda estão decidindo se vão parar ou não. Conforme Stringasci, várias reuniões de lideranças sindicais, de associações e cooperativas estão sendo realizadas no Brasil todo nesta semana. "Vamos ver a decisão da maioria da categoria. O que a maioria decidir estaremos junto e apoiando."

Conforme Stringasci, a questão dos combustíveis é chave. "Não tem mais condições para o caminhoneiro, e nem para o povo brasileiro, de tanto reajuste. A categoria quer uma reforma na política de preço", disse o líder. Dias, do CNTRC, que participou de uma reunião em junho com o presidente da Petrobras, general Joaquim Silva e Luna, afirmou que até o momento os caminhoneiros não foram chamados à mesa para escutar a resposta da empresa aos seus pedidos.

Segundo os líderes, há possibilidade de maior adesão agora do que na paralisação de fevereiro, em virtude dos reajustes no diesel de lá para cá. Conforme o representante da ANTB, alguns motoristas e entidades que a princípio eram contra, por achar que era um movimento contra o governo, agora acreditam ser "uma questão de necessidade" a paralisação para reivindicar seus "direitos". "Entenderam as pautas, principalmente a do combustível", disse. "Agora o caminhoneiro está com a corda no pescoço e viu que o combustível subiu e que, se a gente não se mexer, vai subir de novo", afirmou Dias.

O presidente da República, Jair Bolsonaro, negou-se a responder, nesta segunda-feira, 21, a demanda de um representante dos caminhoneiros que pediu reajuste do piso mínimo do valor do frete rodoviário. "É muita coisa para discutir contigo", disse, irritado, encerrando conversa iniciada na saída do Palácio da Alvorada.

Antes, ao ser cobrado quais as propostas para atender a categoria, Bolsonaro repetiu que o "maior problema de vocês (caminhoneiros)" é o preço dos combustíveis e os tributos.

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Segundo o presidente, o Congresso deve votar nesta semana projeto de lei complementar que altera a cobrança do ICMS sobre o combustível.

Proposta pelo governo em fevereiro diante de ameaças de greve de caminhoneiros, a medida transformaria o tributo estadual, atualmente cobrado como porcentual do preço do produto, em um valor nominal fixo comum em todos os Estados. Hoje, cada ente federativo tem autonomia de estabelecer sua própria alíquota.

O texto prevê ainda que a cobrança deixe de ser efetuada nos postos de combustível e passe para as refinarias, onde ocorre a produção. A ideia é evitar a bitributação, já que a aplicação do ICMS no ponto final da cadeia faz com que o imposto incida sobre outros tributos, como PIS e Cofins.

A Caixa Econômica Federal vai anunciar nesta terça-feira o lançamento de linhas de crédito com condições especiais para os caminhoneiros, segundo apurou o Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado. As medidas integram o pacote que será divulgado nesta data pelo presidente da República, Jair Bolsonaro, para atender a demandas da categoria e tentar afastar riscos de paralisação.

As linhas servirão ao crédito pessoal, à renegociação de dívidas e, mais adiante, à antecipação dos recebíveis dos caminhoneiros. Sobretudo na antecipação, o objetivo é baratear o custo dessa operação, uma vez que hoje os profissionais da área acabam antecipando os ganhos com o frete fora do sistema financeiro nacional (em postos de gasolina, por exemplo), a taxas muito elevadas, o que drena boa parte da sua renda.

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Com as novas medidas, os caminhoneiros autônomos terão acesso ao Documento Eletrônico de Transportes (DT-e), que poderá ser usado no celular e terá uma série de serviços à disposição, de forma oficial e regularizada.

A partir desse documento, segundo fontes da área econômica, a carta de frete passará a ser reconhecida oficialmente como um recebível, o que permitirá seu uso como garantia na obtenção de crédito junto a bancos e até mesmo fintechs do setor financeiro.

A Caixa já tem uma linha de crédito engatilhada para isso e deve lançar até o fim de junho a linha GiroCAIXA Fácil Caminhoneiro, que poderá ser contratada pelo aplicativo Caixa Tem.

O banco também ofertará desde já condições especiais para crédito pessoal aos caminhoneiros, com taxa de juros de 3,01% até 3,70% ao mês, carência de até 60 dias para o pagamento da primeira parcela e prazo de até 60 meses para quitar o contrato.

Caso o trabalhador tenha imóvel, ele poderá ser usado como garantia na obtenção de um financiamento de até 60% do valor do bem. A taxa de juros varia de 0,60% a 1,10% ao mês, com 180 meses para pagar.

A Caixa ainda vai oferecer condições diferenciadas de renegociação, com parcelamento de dívidas comerciais em até 96 meses, taxa de juros a partir de 1,14% e descontos de até 90% para liquidação de dívidas comerciais com atraso superior a 360 dias.

Também haverá possibilidade de financiamento de projetos de Ponto de Parada e Descanso (PPD) para estabelecimentos certificados. Nessa modalidade, as condições do crédito dependerão de cada projeto, mas as taxas partem de 0,99% ao mês e prazo de até 120 meses para pagamento.

Com as linhas de crédito e as medidas de simplificação, o governo centra esforços em frentes que não dependem de espaço fiscal - que hoje inexiste.

No início de março, o governo zerou por dois meses as alíquotas de PIS/Cofins sobre o diesel para conter a insatisfação dos caminhoneiros, categoria que integra a base de apoio de Bolsonaro, com o preço dos combustíveis. Para isso, elevou a tributação de bancos e extinguiu um regime especial da indústria química.

No início do ano, o diesel teve reajustes sucessivos na esteira da valorização do dólar e dos preços internacionais do petróleo, daí a pressão dos caminhoneiros. Além da benesse tributária, o episódio culminou na demissão do então presidente da Petrobras, Roberto Castello Branco, substituído por um militar, o general da reserva Joaquim Silva e Luna.

A falta de espaço no Orçamento para absorver novos gastos ou renúncias, porém, levou à não renovação dessa isenção. O governo tem sinalizado que conduz estudos para tentar viabilizar o barateamento dos combustíveis para os caminhoneiros, mas na área econômica a avaliação é que não há margem para abrir mão de receitas sem que haja compensação.

O ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, disse que o governo pretende seguir adiante com uma agenda voltada aos caminhoneiros, independentemente de a greve marcada para esta segunda-feira (1°) ter "fracassado".

Balanços do ministério e da Polícia Rodoviária Federal (PRF) indicaram baixa adesão ao movimento, organizado por lideranças dos caminhoneiros autônomos para defender a redução no PIS/Cofins sobre o óleo diesel e o aumento e cumprimento da tabela do piso mínimo do frete, estabelecido em 2018 após a paralisação de 11 dias, entre outros itens. Balanço divulgado às 17 horas mostrava fluxo livre de veículos em rodovias federais concedidas ou sob gestão do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit).

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"A greve fracassou e fez água. Conversamos muito com os caminheiros e, desde o início, a gente já dizia que essa greve não ia voar. As poucas coisas que aconteceram, como queimada de pneus e paralisação em São Paulo, não têm relação com os caminhoneiros. Agora, não é porque a greve não prosperou que vamos abandonar a agenda, mas precisamos estudar", disse o ministro ao Estadão.

No fim da manhã, a BR-304, no Rio Grande do Norte, na altura de Mossoró, chegou a ser bloqueada por manifestantes, que deixaram pneus na pista, mas logo foi liberada pela Polícia Rodoviária. Também houve tentativa de bloqueio no quilômetro 190 da BR-060, em Goiás, na altura de Guapó. Concessionárias de estradas estaduais registraram manifestações pontuais.

No Nordeste do País, na BR-116, altura dos kms 522 e 528, na região de Itatim, caminhoneiros protestaram, de maneira pacífica, em postos de combustível do local. De acordo com a Via Bahia, concessionária do trecho da pista, não houve bloqueios por parte dos manifestantes. Até a conclusão desta edição, o Estadão não conseguiu contato com o presidente do Conselho Nacional dos Transportadores Rodoviários de Cargas (CNTRC), Plínio Dias, que falava em uma greve com prazo "indeterminado".

No domingo (31), áudio de conversa entre o ministro e uma liderança dos caminhoneiros circulou em grupos de Whatsapp, no qual Freitas afirmava não ter possibilidade de atender a alguns dos principais pedidos do segmento. Ele confirmou a autenticidade do áudio e disse que se tratava de esclarecer o papel do governo em cada demanda e o que poderia ser atendido ou não.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

O Ministério da Infraestrutura e a Polícia Rodoviária Federal (PRF) disseram que, por volta das 17 horas (de Brasília) o fluxo de veículos era normal, sem qualquer ponto de retenção total ou parcial, em todas as rodovias federais, concedidas ou sob gestão do DNIT. Ao longo do dia a pasta divulgou boletins sobre a situação nas estradas nesta segunda-feira, primeiro dia da paralisação de caminhoneiros.

Pela manhã, houve tentativa de bloqueio na BR-060, na altura do quilômetro 190 em Goiás. Contudo, equipes da PRF e do Corpos de Bombeiros retiraram rapidamente o material e a rodovia foi liberadas nos dois sentidos.

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Em Mossoró/RN, também houve bloqueio parcial na rodovia BR-034.

Entre outras reivindicações, os caminhoneiros pedem a redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel e aumento dos valores mínimos do frete, tabela estabelecida ainda em 2018, quando a categoria parou por 11 dias.

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Longe do protesto de 2018, que estabeleceu 11 dias de greve e uma crise de desabastecimento, a manifestação dos caminhoneiros desta segunda-feira (1º) não contou com a adesão suficiente em Pernambuco. De acordo com o Ministério da Infraestrutura, nenhum ponto de retenção foi registrado nas rodovias federais e o fluxo de veículos segue tranquilo. 

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Reunidos próximo à fábrica da Vitarella, em Jaboatão dos Guararapes, os profissionais recebem apoio do Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo (Sindipetro PE/PB). Um café da manhã foi organizado às margens da BR- 101 para debater sobre as pautas da manifestação. A organização não informou a quantidade de condutores no local, mas confirmou que a rodovia está livre.

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) também confirma que não há registro de interdição no Estado e monitora o fluxo das rodovias no Brasil. Representantes da categoria já haviam garantido que nenhuma via seria fechada a princípio.

Os caminhoneiros ameaçam uma nova greve para cobrar pela redução do PIS/Cofins sobre o óleo diesel, o aumento e cumprimento da tabela do piso mínimo do frete, o BR do Mar, sobre cabotagem, aposentadoria especial para o setor, um marco regulatório do transporte, respeito à jornada de trabalho e maior fiscalização da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT), entre outras pautas.

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