Tópicos | campos de concentração

A peça teatral “Curral Grande”, que retrata um processo de higienização social na seca do Ceará, chega ao Recife para uma curta temporada, de 13 a 22 de setembro. 

A encenação, que é apresentada pelo Coletivo Ponto Zero e dirigida por Eduardo Machado, traz um ambiente de décadas passadas, utilizando elementos do cinema mudo e da radionovela, e é composta por oito cenas independentes e interligadas que apresentam diversas partes da história. Durante a evolução do enredo, quatro atores interpretam 40 personagens.

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Ao final da apresentação, o público terá a oportunidade de participar de um bate-papo com os atores, explicando o processo de criação da peça e da experiência do coletivo ao conversar com Dona Lina, avó do autor da peça, que tem 98 anos e conta suas lembranças sobre os “currais do governo” de 1932, campos de concentração de que a peça fala.

De acordo com o autor da obra em que o enredo se baseia, o pesquisador e dramaturgo Marcos Barbosa, os pontos mais obscuros da história do país não podem ser esquecidos, ocultados ou passar despercebidos. “Há histórias que precisam ser lembradas. Não tenho a pretensão de dizer que precisamos lembrar delas para não repeti-las. É preciso lembrar delas, justamente, para atentarmos ao fato de que as temos repetido. É uma peça sobre viver. Sobreviver é preciso”, disse ele.

Os ingressos custam R$ 30, com meia-entrada a R$ 15, e devem ser adquiridos na bilheteria da Caixa Cultural, que fica na Avenida Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife, às 10h do dia 12 de setembro (quarta-feira) para as sessões de 13 a 15 de setembro e no mesmo horário do dia 19 de setembro (quarta-feira) para as sessões de 20 a 22 de setembro. A capacidade do local é de 80 pessoas por apresentação e a censura da peça é de 16 anos.

Serviço

Apresentação da peça “Curral Grande”

13 a 22 de setembro

Quintas e Sextas | 20h; Sábados | 18h e 20h

Caixa Cultural (Av. Alfredo Lisboa, 505, Praça do Marco Zero, Bairro do Recife)

R$ 30 e R$ 15 (meia-entrada)

(81) 3425-1915

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Sobrevivente dos campos nazistas, antes de fazer uma carreira como guitarrista de jazz, o músico alemão "Coco Schumann" morreu aos 93 anos.

Heinz Jakob Schumann faleceu em Berlim, no domingo, após uma vida digna de romance, anunciou nesta segunda-feira sua gravadora, Trikont.

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Ele se distinguiu musicalmente por ter sido um dos primeiros a introduzir a guitarra elétrica na Alemanha após a Segunda Guerra Mundial, bem como por uma infinidade de concertos com seu "Quarteto Coco Schumann". Mas foi especialmente por seu percurso e história pessoal dramática que ficou conhecido em seu país e no exterior.

Filho de um alemão cristão convertido ao judaísmo e a uma mãe alemã judia, foi preso em 1943 e enviado ao campo de concentração de Théresienstadt, nos Sudetes, anexado pelo Terceiro Reich, para tocar para os SS. Seu grupo recebeu o nome de "Ghetto Swingers".

Em setembro de 1944, foi internado no campo de extermínio de Auschwitz. Com outros músicos, era obrigado a tocar quando os novos deportados chegavam, para os kapos ou quando os prisioneiros deixavam o campo de trabalho.

"Quando eu tocava, esquecia tudo. Esquecia a estrela amarela costurada no meu peito, as paredes do gueto, a fome", disse ele ao jornal francês Le Monde há uma década.

Libertado pelas tropas americanas, sobrevivente de uma grave doença, primeiro decidiu ficar na Alemanha, onde começou sua carreira como músico de jazz e swing.

Em 1950, exilou-se com sua família na Austrália, mas, por falta de sucesso, retornou quatro anos depois.

Durante muito tempo, pouco falou sobre a deportação. "De qualquer forma, ninguém entenderia. Estava um pouco envergonhado de ter sobrevivido e queria ser reconhecido como músico, não como um sobrevivente de Auschwitz", disse ele ao Le Monde.

A partir do dia 11 de agosto, a mostra ‘As Meninas do Quarto 28’, adaptada do livro da jornalista alemã Hannelore Brenner, ficará disponível no Recife para uma temporada na Galeria Janete Costa, no Parque Dona Lindu até o dia 29 de outubro, com entrada gratuita. A exposição já foi vista por mais de 40 mil pessoas em São Paulo, no Rio de Janeiro, Porto Alegre e Brasília e relata o dia a dia de cerca de 50 meninas que viveram por dois anos no campo de concentração de Theresienstadt, na República Tcheca, durante a 2ª Guerra Mundial.  

Serão expostos 50 desenhos e uma réplica de 18m² do quarto em que as meninas judias ficaram aprisionadas, além de painéis com detalhes históricos da época. Da mais de 15 mil crianças, entre 12 e 14 anos, que viveram em campos de concentração, de 1942 a 1944, apenas 93 sobreviveram, sendo 15 delas do Quarto 28.

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Os desenhos foram feitos pelas próprias crianças, que passaram suas vidas no local. Professores, compositores e artistas presos em Theresienstadt junto aos pequenos tentaram repassar seus talentos para que aqueles jovens pudessem se expressar por meio da arte.

A artista plástica Friedl Dicker Brandeis foi uma das precursoras nesse trabalho. Ela dava aulas de técnicas de desenho e pintura para a ala infantil do campo. Enquanto contava histórias, as crianças faziam ilustrações com base no que ouviam. As narrativas em nada retratavam o terror vivido diariamente pelos presos nem eram relacionadas à realidade do campo de concentração.

Nos quase dois anos em que esteve presa, a artista conseguiu esconder os cinco mil desenhos dos seus alunos antes de ser levada para Auschwitz, em 1944. Dez anos depois, o material foi encontrado e encaminhado para um museu em Praga, na República Tcheca. Das meninas que passaram pelo Quarto 28, foram encontrados cerca de 500 desenhos – 40 selecionados para fazer parte da mostra.

Em 2013, a exposição foi escolhida pela União Europeia para a tradicional homenagem realizada anualmente no Dia Internacional em Memória das Vítimas do Holocausto. Em 2014, a Organização das Nações Unidas também a elegeu para lembrar as vítimas do genocídio cometido pelos nazistas.

Serviço

As Meninas do Quarto 28
Abertura: 10 de agosto, às 18h | Visitação: 11 de agosto a 29 de outubro
Galeria Janete Costa -Parque Dona Lindu (Av. Boa Viagem, s/n, Boa Viagem, Recife - PE)

Em uma missa dedicada aos "novos mártires" da Igreja Católica, o papa Francisco afirmou neste sábado (22) que os campos de refugiados de hoje se assemelham aos campos de concentração do nazismo.

A declaração foi dada de improviso, durante uma homilia na Basílica de San Bartolomeo all'Isola, que fica em uma ilha do rio Tibre, em Roma, e abriga um memorial em homenagem aos mártires do século 20.

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"Os campos de refugiados, muitos deles são campos de concentração, com aquela multidão de gente", disse o Pontífice, enquanto contava a história de um homem muçulmano que vivia no campo de Lesbos, na Grécia (visitado por Jorge Bergoglio em 2016), e presenciara sua mulher, cristã, ser degolada perante seus olhos por jihadistas por causa de um crucifixo.

"Não sei se aquele homem conseguiu ir para outro lugar, não sei se foi capaz de sair daquele campo de concentração", acrescentou, destacando que gostaria de colocar um ícone em memória da mulher na Basílica de San Bartolomeo all'Isola.

Além disso, o líder da Igreja Católica criticou a "crueldade" com os imigrantes e fez uma crítica velada às nações do centro e do norte da Europa que travam as políticas de acolhimento adotadas pela União Europeia. Já do lado de fora da basílica, Francisco chamou Grécia e Itália, principais portas de entrada para imigrantes no continente, de "países generosos" e desejou que a solidariedade vista em lugares como Sicília e Lesbos contagiasse "um pouco no alto".

"Se cada família acolhesse dois solicitantes de refúgio, haveria lugar para todos. Não fazer filhos e fechar a porta aos imigrantes, isso se chama suicídio", concluiu - atualmente, o Vaticano abriga três famílias de refugiados sírios.

O contexto da missa do Papa pelos novos mártires é bastante significativo por diversos fatores, a começar pelo aniversário de quatro anos do sequestro dos bispos ortodoxos Boulos Yazigi e Gregorios Ibrahim, em Aleppo, na Síria. Até hoje não se sabe o destino dos dois religiosos.

Além disso, falta menos de uma semana para a visita de Bergoglio ao Egito, que terá um forte caráter ecumênico e de aproximação com outras denominações cristãs, principalmente a Igreja Copta, bastante tradicional na nação africana. A homilia ainda contou com a presença de Roselyn, irmã do padre Jacques Hamel, degolado por jihadistas em uma paróquia no norte da França.

A viagem do Papa ao Egito está cercada de preocupações de segurança, já que ocorrerá menos de um mês após o Estado Islâmico (EI) ter assassinado mais de 30 pessoas em duas igrejas coptas no país.

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